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Maranduba, 29 de Novembro de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 43 Via Sacra Capela do Sertão da Quina recebe doação de arte sacra de Jerusalém Foto: Ezequiel dos Santos/PROMATA

Jornal Maranduba News #43

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #43

Maranduba, 29 de Novembro de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 43

Via SacraCapela do Sertão da Quina recebe doação de arte sacra de Jerusalém

Foto: Ezequiel dos Santos/PROMATA

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

O “Fim do Mundo” em Ubatuba Câmara aprova projeto de nível superior a secretariados Na sessão do último dia 13

de novembro (34ª Sessão) foi aprovado o Projeto de Lei 106/2012 que dispõe sobre a vedação para ocupar cargos ou funções de Secretários ou Diretores Municipais, Ordena-dores de Despesas, Adminis-tradores Regionais, Diretores de Empresas Municipais, So-ciedades de Economia Mista, Fundações e Autarquias do Município. O projeto atende a um apontamento do Tribunal de Contas do Estado, orien-tação do Ministério Público e solicitações de profissionais liberais e alunos universi-tários que buscaram novas oportunidades.

O projeto de autoria de Ro-gério Frediani e prevê ainda, segundo o Tribunal, que todo contratado deve “possuir esco-laridade de nível superior com-pleto em área de conhecimen-to compatível com a natureza das atividades inerentes ao cargo ou função”, outro tema polemico e bastante discutido foi o de relação ao domicilio eleitoral, onde o projeto prevê domicílio eleitoral no município há pelo menos 24 meses na data da contratação. Alguns vereadores questionaram ser inconstitucional. O autor do projeto rebate salientando que cada cidadão que pretende ser eleito deve apresentar a justi-

ça eleitoral documento seme-lhante dos últimos doze meses antes do pleito.

Segundo Frediani, o proje-to não desmerece ninguém, apenas estimula as pessoas para que busquem sua for-mação, por outro lado busca melhoria na organização dos quadros municipais, atendi-mento específico aos serviços públicos de acordo com cada função, combate o desrespei-to e a falta de estímulos aos profissionais dentro do muni-cípio. Por outro lado mostra a transparência e o compro-misso das pessoas com a sua cidade, seu povo e suas ne-cessidades reais.

Se o mundo não acabar em 21 de dezembro de 2012, tudo indica que teremos mais uma temporada de verão nas terras de Coaquira.

Com tanto zum-zum-zum na internet sobre Nibiru, Her-colubus, Anunnakis, Profecias Maias, Registros Babilônicos (vide pg 14), até um segundo sol começou a aparecer em alguns locais no planeta. Aqui em Ubatuba nós ainda não registramos esse sol, mas se aparecer vai tornar esse ve-rão o mais quente de todos os tempos. Se um sol já torra a pele, imagine dois!

Alguns especialistas de toda essa conversa, conspiração ou seja lá o que for, garan-tem que o mundo não acaba dia 21/12/2012, e sim vai co-meçar a acabar. Isso levará algum tempo. Então imagine se todas as coisas anunciadas acontecerem com as que já es-tão programadas? Vai ser uma beleza: campeonatos de surf em tsunamis, queima de fogos acompanhada de chuva de me-teoros, shows do projeto verão balançando ao ritmo de terre-motos, sem falar nos bronze-amentos a jato causados pela intensa radiação que atingirá nossas praias. A coleta de lixo poderá ser resolvida pelos fu-racões que levarão os detritos para bem longe. Poderemos até receber a visita de alieníge-nas na posse do prefeito e fa-

turar um extra com a cobrança de estacionamento dos discos voadores em nossas praias.

Pena que os marqueteiros de plantão não tiveram a idéia de aproveitar esse mote para lan-çar a campanha “Fim do Mundo em Ubatuba”. Alguma coisa do tipo “Venha celebrar o final dos tempos em Ubatuba em suítes estrategicamente preparadas para suportar os mais violentos terremotos” ou então “Ofere-cemos máscaras de proteção contra gases tóxicos e óculos para Ráio-X inclusos na diária”, ou até “botes infláveis e salva--vidas em todos os apartamen-tos”.

Diante de tudo isso ainda po-deriam oferecer a garantia de que, se o mundo não acabar, Ubatuba pode oferecer todas as emoções de um autêntico Apocalipse neste verão 2013. Engarrafamentos enormes, praias superlotadas, falta de mercadorias generalizadas, co-leta de lixo ineficiente, falta de água e outras emoções que só Ubatuba pode oferecer.

Pensando bem, eu não sei qual me preocupa mais: o Fim do Mundo ou a Temporada de Verão 2012. As duas possuem todos os requisitos para ser um evento memorável.

Ficamos na expectativa e que independente do que for acon-tecer, desejamos um bom ve-rão à todos.

Emilio Campi - Editor

Cerca de 30 pessoas reali-zaram no último dia 20/10 a Tarde Missionária no bairro do Rio da Prata. O evento foi realizado por jovens do Grupo Apostólicos de Cristo e agen-tes da Pastoral da Criança. O evento teve como foco a re-alização de visitas às residên-cias que levaram a palavra e o

Tarde Missionária no Rio da Prata

amor de DeusPara esta tarefa voluntaria os missionários re-ceberam a benção de envio do pároco padre Carlos na Capela Santa Cruz no Sapê. No encerramento foi servido um delicioso lanche que ante-cedeu a Santa Missa de encer-ramento na Matriz Cristo Rei na Maranduba.

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 3

Capela recebe Via Sacra da Terra Santa Foto: Ezequiel dos Santos/PROMATA

As obras de arte que com-põe da Via Sacra da Capela de Nossa Senhora das Graças já foi instalado nas paredes da igreja. A inauguração acon-teceu no dia 25 de outubro numa missa de cura e liberta-ção. Paroquianos, fiéis, turis-tas e visitantes receberam de braços abertos as obras que ajudam a engrandecer o local.

As peças são originarias de Belém e chagaram ao Brasil por obras de um desconheci-do. A via Sacra ou Via Crú-cis (do latim Via Crucis, “ca-minho da cruz”) é o trajeto seguido por Jesus carregando a cruz, que vai do Pretório até o Calvário. Este exercício de fé consiste em que os fi-éis percorram mentalmente a caminhada de Jesus a carre-gar a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente à Paixão de Cristo. Costume muito usual no tempo da Qua-

resma, teve origem na época das Cruzadas (do século XI ao

século XIII). Os fiéis que en-tão percorriam na Terra Santa

No último final de semana dos dias 4 e 11 de novembro aconteceu no Sitio Boca Lar-ga o curso de Artesanato em fibras de bananeiras, decora-tivo e utilitário. O curso é uma parceria Senar – Fetaesp--Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ubatuba e foi minis-trado pelo professor Donizette Pinto Ribeiro de São José dos Campos. O curso teve uma programa-

ção de cinco dias e atendeu as expectativas dos interessados. Atendendo a um apelo de sus-tentabilidade o curso ensina os produtores a reaproveitar o que antes era jogado fora- os troncos da bananeira. O processo que parece não

ser trabalhoso rende belas pe-ças que valorizam a mão de obra local, ajudando a agregar

Fibra de bananeira como alternativa de emprego e rendamaior valor a produção, a pro-priedade e a qualidade de vida dos moradores locais. O ins-trutor é um dos profissionais requisitados pela famosa grife Tok Stok que trabalha com ar-tes regionais e artesanais. Os alunos aproveitaram para

tirar duvidas e apresentar no-vas peças a serem confeccio-nadas em fibras de bananei-ras. A interação foi produtiva e até cogitaram a ideia de or-ganizarem-se em grupo para produzir peças a venda. A região foi modelo de arte

tradicional que pode neste sé-culo mudar a matéria prima para dar continuidade à ap-tidão artísticas dos remanes-centes moradores que ganha-vam a vida com uma das mais belas artes – o artesanato re-gional.

os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir

no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém.

O exercício da Via Sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois oca-siona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus. Tal exercício é composto de todo o ritual cristão e os momen-tos são reproduzidos nas belas obras de artes confeccionados nos mais variados materiais e técnicas.

As obras inauguradas nesta capela foi produzido por ar-tistas da terra de onde tudo começou. Especula-se que o doador anônimo havia visita-do esta região e por conta do que sentiu neste território fez a doação.

O Pároco Padre Carlos enal-tece a graça de Deus nesta doação, principalmente vinda de tão longe e importante lo-cal do inicio da história da fé original – A Terra Santa.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

FUNDAÇÃO FLORESTAL LNQuem passar pelo Parque

Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), em Ubatuba, durante a próxima temporada, vai con-tar com mais segurança e con-forto, tanto nos passeios pelas trilhas, quanto nos banhos de mar. O PEIA se preparou para receber os turistas durante as férias de verão e ficará aberto à visitação, durante a tempo-rada, de segunda a domin-go, das 8h às 18h. As trilhas necessitam de agendamento prévio, que pode ser feito pelo e-mail [email protected] ou pelo tele-fone(12) 3832-1397.

Entre as opções de trilhas, o visitante pode escolher ca-minhos que levam às praias do Sul, Engenho e Palmas e da Trilha Saco Grande, entre outras. As áreas demarcadas para banho nas praias contam com boias visíveis na extensão das praias da Baía de Palmas: Presídio, Engenho, Sapateiro, Prainha de Fora e Palmas. O objetivo da demarcação, além de proporcionar maior segu-rança aos banhistas, é garan-tir a balneabilidade das praias.

NovidadeUma novidade para esta

temporada é a implantação experimental da Trilha da Restinga. O passeio revela vegetação que representa o

Parque Estadual da Ilha Anchieta se prepara para receber turistas no verãoTrilha da Restinga é a novidade para os visitantes que passarem pela unidade de conservação durante a próxima temporada

ambiente de transição entre a praia e a Mata Atlântica. Este novo roteiro foi identificado no ano passado, por voluntários do Programa “Amigos do Ver-de”, que perceberam o gran-de potencial turístico da trilha, que se diferencia por ser um ecossistema raro hoje em dia, já que esta faixa é alvo de grande pressão, devido à es-peculação imobiliária.

Com 500 metros de exten-são (acesso pela Praia de Pal-mas), a Trilha da Restinga tem nível de dificuldade fácil, leva cerca de 1h30m para ser per-corrida. Durante o percurso, é possível observar espécies de jundu, como pinheirinho, grama e marmeleiro de praia, que são responsáveis pela contenção morfodinâmica, ou seja, retém o avanço do mar. Mais adiante, araçás, orelhas--de-onça, aperta-guela e clu-sia criuva. Entre as espécies da fauna, é possível encontrar tatus, cotias, capivaras, sara-curas, sabiás, sanhaços e la-gartos.

Sobre o PEIAA Ilha Anchieta é a segun-

da maior ilha do litoral de São Paulo. Com 828 hectares, é um dos principais atrativos turísticos de Ubatuba. Prote-gida pela criação do Parque Estadual da Ilha Anchieta, apresenta aos visitantes um

grande espetáculo da nature-za. O Parque ocupa a totalida-de da Ilha Anchieta e, além de proteger as riquezas naturais, preserva rico patrimônio histó-rico- cultural.

Praias belíssimas, trilhas ecológicas, passeios pelas ru-ínas do antigo presídio e um dos melhores pontos para mergulho do Brasil. As insta-lações do antigo presídio, em

ruínas, atraem o público para viver a atmosfera onde acon-teceram importantes fatos da nossa história.

Além dos turistas, mergulha-dores, pesquisadores e outros estudiosos procuram a Ilha Anchieta durante todo o ano. Na sede do parque, estão dis-poníveis muitas informações e painéis fotográficos. O parque também conta com monitores

de turismo para trilhas ecoló-gicas e culturais, entre outros atrativos.

SERVIÇOParque Estadual Ilha AnchietaIngresso: R$ 12Funcionamento: de segunda a domingo, das 8h às 17hMais informações: (12) 3832-9059 / (12) 3832-1397 E-mail: [email protected]

Vista panorâmica do antigo presídio no Parque Estadual da Ilha Anchieta

Foto: Fundação Florestal

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 5

Moradora participa da 5ª plenária nacional das mulheres em BrasiliaPROMATA

A moradora Isaura Monteiro participou entre os dias 29 e 31 de outubro da 5ª Plenária Nacional de Mulheres Traba-lhadoras Rurais realizado na capital federal. O evento foi realizado pela Confederação, Federações e Sindicatos de Trabalhadores Rurais de todo o país e tratou de temas im-portantes na construção das políticas para as mulheres tra-balhadoras rurais de todo país.

O tema já foi discutido e re-discutido, porém as mulheres que lá estiveram solicitavam a real consolidação e melhor acesso as políticas publicas do campo e da floresta como saúde, educação, dignidade, autonomia econômica , apoio a organização produtiva e su-

porte social entre tantas ou-tras. Vários temas de diferen-tes culturas e regiões do país foram abordados e discutidos, mostrando um Brasil que mui-tos brasileiros ainda não co-nhecem.

Isaura descreve que o tema foi muito complexo e que co-nheceu muitas mulheres for-tes, guerreiras e decididas. “A experiência que vivi nestes dias dá para escrever um li-vro, principalmente as conta-das pelas mulheres da seca, que lutam apenas pelo básico, criar seus filhos dignamente”, descreve Isaura. Segundo ela, enquanto muitas mulhe-res não querem sequer repe-tir as roupas que vestem no dia-a-dia, lá sequer elas têm o que dar para alimentar os

seus filhos. Lá fez contatos e amizades para buscar melhor entrosamento e colaborações futuras a causa.

O encontro foi decisivo na construção de políticas de igualdade para as mulheres no meio rural e com isto fo-ram criadas propostas para serem entregues no próximo congresso nacional de traba-lhadoras rurais sem data de-finida. Isaura ressalta ainda que é uma experiência que toda mulher deveria passar para valorizar cada conquista das mulheres e mudar o modo de pensar sobre muitas coi-sas, fala ainda da importância de lutar pelos que mais pre-cisam e de se organizar para conquistar os objetivos.

Isaura, que é membro da Pro-

mata, foi indicada pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhado-ras Rurais de Ubatuba e aguar-

da outro convite para represen-tar as mulheres mais uma vez na luta pelos seus direitos.

ROBSON VIRGILIONo último dia 27, na 8ª Ofi-

cina do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral Nor-te do Estado de São Paulo, o palestrante Carlos Rizzo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ubatuba e da Ubatubabirds falou do “Rotei-ro Sertão da Quina”, criado, elaborado e desenvolvido pelo Promata.

O evento foi organizado pelo Centro de Experimentação de Desenvolvimento Sustentável do Litoral Norte – CEDS LN, em convênio com a Universi-dade Católica de Santos, com a RealNorte – Colegiado das Entidades Ambientalistas do Litoral Norte e com a Petro-brás.

Realizado em Caraguatatuba o encontro promoveu os di-álogos da sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental para a região. Fo-

“Roteiro Sertão da Quina” no CEDS Litoral Norte

ram demonstrados diversos exemplos de sucesso no se-tor como a Rota Gastronômi-ca do Cambuci, da cidade de São Paulo, o Turismo de Base Comunitária, da comunida-de tradicional do Bonete da Ilhabela, o Roteiro de Birdwa-tching – Observação de Aves, além de diversos roteiros e seus tarifários.

O Promata Sertão da Quina

foi apresentado como pro-ponente e organizador dos roteiros de base comunitária na região sul de Ubatuba que envolve pescadores, agricul-tores, artesão, contadores de história, cantadores, mateiros, gastronomia, religiosidade e os resgates da cultura caiçara aliada e da mata atlântica. Lá foi contatado organizadores de outras cidades como Sale-sópolis que pretende realizar um trabalho sobre o turismo religioso no Sertão da Quina.

O trabalho de Rizzo foi lem-brado e mencionado por to-dos os Gestores das Unidades de Conservação e Secretários Municipais das cidades partici-pantes, já que, da sua inicia-tiva, foi idealizado o Roteiro 700 Aves que provocou um considerável crescimento do setor na região, inclusive, com positivas estatísticas econô-micas para os municípios que implantaram o projeto.

Membros do PROMATA participam do projeto do CEDS em Caraguatatuba

No último dia 27 de outubro, o Grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora das Graças re-alizou na Praia da Maranduba o 4º Luau Católico. Partici-param cerca de 40 pessoas, sendo 30 jovens entre pais e organizadores/colaboradores.

Alguns turistas chegaram a participar do evento. O encon-tro aconteceu depois da Santa Missa da Matriz Cristo Rei e

Grupo de jovens realiza4º Luau Católico na Maranduba

celebrava também o Dia Na-cional da Juventude Paroquial. Orações, pregações, testemu-nhos, cânticos, momentos de louvor, bom bate-papo, dis-cussão sobre os malefícios das drogas e não diferente, muita musicalidade rolou no evento.

Ao final o Padre Carlos fez uma oração e abençoou as frutas e os alimentos ofereci-dos aos participantes.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

Agradecimento de alunos

A APASU-Associação Prote-tora dos Animais da região Sul de Ubatuba, NÃO possui abrigo e dependemos de lares temporários, portanto somen-te podemos recolher quando há vagas. Se você se preocupa com algum “bicho” abando-nado, abrigue-o e nós dare-mos assessoria e ajudaremos na adoção. Nossa prioridade é CASTRAÇÃO, pois somente através dela é que poderemos diminuir abandonos e maus--tratos. PRECISAMOS de vo-luntários que possam oferecer “lar temporário” ou “transporte desses animais”.“CASTREM SEUS ANIMAIS

POIS CASTRAR É UM ATO DE AMOR” - Nesta época, eles também sentem frio, sendo as-sim, necessitamos de coberto-res, toalhas, panos, roupinhas, jornais, etc.NOVA DIRETORIAInformamos ainda que no dia

27 de outubro de 2012 , tive-mos a eleição da nova DIRE-

COMUNICADO

TORIA, BIÊNIO 12/14, onde a mesma ficou assim: Presiden-te: Gláucia Cavalcanti Dias, Vi-ce-Presidente: Adriana Leal, 1° Secretário: Pedro Tincani, 1° Tesoureiro: Heide Negretti, 2° Evanir J Mello, Conselho Fiscal Efetivo: Eulália Salete Pisa, Ma-qrlene T Graf, Dulce C Barana, Conselho Fiscal Suplente: Cléa Lúcia G Hugenneyer, Lucia-na Machado Resende, Kazuel Murakami (Cecília,Marbela), Comissão Educacional: Rene T Hugenneyer, Lucrécia Silva Rigo, Staff’s: Mirian dos San-tos, Maria Cecília Pedroso, Elia-ne Pereira Lima Santos, Rosa do Ivo e Tania Ramil.

Um grupo de alunos do 5º ano C da escola municipal Na-tiva Fernandes de Faria, en-viou, no último dia 5, cartas à redação do Jornal Maranduba News manifestando seu agra-decimento, experiências e vontades sobre a apresen-tação do circo Aries Marioto e dos painéis do AVISTAR (vencedores dos concursos de fotos de aves do Brasil) que fi-caram expostas uma semana na escola que estudam. O envio das cartas é parte

de um projeto pedagógico in-titulado “carta ao leitor” e as enviadas a redação remetem ao modo de agradecer por algo que pudesse despertar a atenção dos alunos. Os agra-decimentos foram detalhados principalmente dos alunos

que não puderam compare-cer a um dos eventos, outros parabenizando as matérias li-das na última edição do JMN. Agradecimentos ainda ao jor-nal por simplesmente noticiar as matérias da região. Outro aluno lembrou-se de um pas-seio realizado no dia 5 de ju-nho deste ano, onde foram tratadas questões de meio ambiente. As cartas foram enviadas

pelos alunos Rayssa Avelino Ferreira dos Santos, Yasmin Araújo Alves da Costa, Eloísa Nascimento Cavalcanti, Gio-vana Prado dos Santos, Nicole Figueiredo Oliveira, Ana Clara Prado dos Santos, Isabel Cris-tina Goes, Rodrigo dos Santos Ferreira, Luan Pedroso da Sil-va e Andrei Luiz dos Santos.

No último dia 29 de ou-tubro a Associação Ami-gos da Praia do Pulso, realizou a primeira etapa de melhorias da estrada municipal da Caçandoca. As ações realizadas já mostraram melhorias sig-nificativas aos usuários do trecho. Os trabalhos consistem basicamente na retirada e corte das pedras maiores, coloca-ção de material em seu leito, reparos nas laterais, coloca-ção de concreto, limpeza dos desvios das águas pluviais e reparos mais consistentes nos locais mais íngremes. O tre-cho trabalhado refere-se ao inicio da subida até a entrada da guarita da Associação, lo-cal de maior necessidade de

1ª etapa de recuperação da estrada da Caçandoca

manutenção e reparo, já que trata de uma grande subida. Para esta etapa foi alugado uma martelete para quebrar as pedras maiores do cami-nho. A iniciativa foi combinada entre a associação do Pulso e os Arautos do Evangelho. Funcionários da associação informam que a entidade já adquiriu asfalto frio para ser

colocado no local, porém aguardam manifestação da prefeitura na dispo-sição de suas maquinas para terminar esta etapa. Participaram dos trabalhos os funcionários Anderson, Diego, Wiliam, Benedito, Rodrigo, Jessé e o encar-regado Marcos. A Associa-ção União dos Morros da Caçandoquinha realizou abaixo-assinado solicitan-

do a colaboração das duas entidades na melhoria restan-te até a Praia da Caçandoca ainda para esta temporada. Usuários, turistas e visitantes já se manifestaram a favor da melhoria no trecho e aguar-dam ansiosas a manifestação da prefeitura para colocação do asfalto.

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 7

Observadora de Aves terá registro publicado em guia do RJPROMATA

A Observadora de Aves Cláudia Félix foi convidada a publicar a foto do Gavião Ca-racoleiro (Chondrohierax un-cinatus) no projeto intitulado Guia de Aves da Serra dos Órgãos no Rio de Janeiro.

O registro realizado nas redondezas da região sul do município ganhou notorieda-de após publicação no Wi-kiaves. Cláudia foi contatada pelos irmãos Gabriel e Daniel Mello, mentores do projeto e também usuários/colabora-dores do site especializado.

A ela também foi pergun-tado o valor do registro a ser publicado, porém a obser-vadora optou trocar o valor a ser pago pela foto e pelos direitos autorais pela realiza-ção do registro e da propa-gando do Promata no guia carioca.

A beleza da foto realizada por Cláudia foi motivo de

vários elogios, inclusive dos amigos de grupo. Este belo espécime também pode ser

chamado de gavião-bico-de--gancho, vive em florestas, chega a 42 cm de compri-

mento e basicamente se ali-menta de insetos, aranhas e caracóis.

O gavião caracoleiro, es-pécie pouco conhecida pode até ser confundido por algu-mas pessoas como não sen-do um gavião devido a sua estranha aparência. Apre-senta um bico grande, largo e pontudo, possuindo mais de um padrão de coloração de plumagem. Este gavião em voo possui uma silhueta e coloração similar a do ga-vião carijó diferenciando-se principalmente pela cauda mais longa e padrão de cores no peito, sendo visível seu grande bico, algo não visto no carijó.

A espécie consta nas listas vermelhas estaduais como vulnerável no Paraná, dados desconhecidos no Rio Gran-de do Sul, quase ameaçado em São Paulo e dados desco-nhecidos no Rio de Janeiro, por isso a importância, se-gundo membros do Promata, do registro em nossa região.

Foto: Cláudia Félix/PROMATA

O Wikiaves, site especia-lizado em registros fotográ-ficos da avifauna brasileira elegeu no último mês o grupo Promata do Sertão da Quina como usuário do mês. Devi-do ao grande empenho de seus membros recebeu vários elogios de usuários de varias regiões do Brasil, tudo em me-nos de um ano da atividade de observador.

O grupo de base comuni-tária melhorou a imagem e o ranking de algumas cidades na escala de seus registros fo-tográficos, inclusive Ubatuba. Outras cidades receberam a colaboração através de regis-tros raros ou de espécimes di-fíceis de serem fotografados.

Para Guilherme Fluckiger o grupo é merecedor não só pe-

PROMATA é eleita usuário do mês em site especializadolos registros, ou pelo empenho nos estudos, ou pela dedica-ção com que levam a sério as observações, levando também outras pessoas a seus novos achados, mas principalmen-te pela mente aberta, pela receptividade da observação das aves em uma cidade onde a tradição da caça e da gaiola ainda é muito forte.

Fluicker que é oceanógrafo e instrutor de mergulho autô-nomo concorda não só com a indicação do observador Fabio de Souza, mas também Ro-berto “Pituí” e Antonio de Oli-veira – o “Tio”. Fala também da coragem, paciência e mui-ta determinação para encarar uma mudança de paradigmas que envolve confrontos entre Parque x ‘caiçaras’, invasores

x florestal, especulação imo-biliária/políticos x ambienta-listas.

Fluicker termina sua mani-festação afirmando que “não conhece outros exemplos em outras cidades, logo essa idéia é brilhante para poder conhe-cer o trabalho de outras pes-soas em outros locais. No caso de valer o voto em grupo, o meu vai para o pró-mata”.

Márcia Carvalho de Itatiaia/RJ diz que com a conquista do Promata outras cidades também sigam o exemplo de Ubatuba, formando grupos em defesa do meio ambiente.

O moderador do site Luiz Ribenboim de Resende/RJ destaca que o “Grupo Proma-ta de Ubatuba teve 7 votos, e o jovem Felipe Castro, 6. Isso

se eu contei certo, mas acho que é isso mesmo. Portanto, o Grupo Promata de Ubabuta é o primeiro USUÀRIO DO MES.

Parabéns ao Promata e tam-bém ao Felipe”. Integrantes do grupo destacam que a ini-ciativa nada mais é que valori-zar a comunidade, as pessoas, a cultura e natureza deles e com eles através de atividades que possam vir a ser solução e não problemas com acontece desde que criação as leis am-bientais.

Para o Promata o conheci-mento nativo não tem preço e deve sim virar fonte de gera-ção de emprego, renda e valo-rização das pessoas da comu-nidade, só assim cuidarão do meio ambiente e das pessoas que vivem e dependem dela.

Nas últimas semanas de no-vembro, o observador de aves Fabio de Souza realizou im-portante registro da avifauna litoral. Desta vez foi realizado o registro do Trepador Coleira (Anabazenópis fuscus), uma bela ave da Mata Atlântica, arisco e raramente se deixa fotografar, costuma possuir ninho perto de taquaruçu/ta-quara, procura alimentos por baixo das folhas secas e seu registro é um bom indicativo da preservação ambiental, cultural e histórica da região.

Realizado mais um difícil registro de aves na região sul

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

Turismo rural apresenta resgate gastronômico no Sertão da Quina EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 25, no Sitio

Boca Larga, na Avenida Fujio Iwai, aconteceu a apresenta-ção do Resgate Gastronômico, parte do aprendizado do curso Técnico em Turismo Rural pro-movido pelo Senar (Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural).

O resgate é na verdadei-ra matéria do 9º módulo do curso, onde os alunos têm de aplicar tudo que aprenderam nos módulos anteriores. Este ano o cardápio ofereceu arroz lambe-lambe, carapau assado na brasa, peixe cozido, salada, suco de gengibre, açaí com ba-nana, chips de banana verde, doce de banana, sorvete de gengibre, escabeche no pão, limonada caipira e a concerta-da, entre outros.

O Sitio Recanto da Paz e o Gengibre de Ubatuba apresen-taram os mais variados produtos fabricados a partir do gengibre, desde doces e salgados, bolos e vários quitutes que puderam ser comprados e apreciados pe-los convidados. No local foram expostos um trator e um jipe simbolizando as melhorias no atendimento local.

Neste evento cerca de 60 pessoas (convidados) pude-ram apreciar as maravilhas da gastronomia local e os no-vos inventos para atender a esta demanda crescente. Para quem acha que o resgate é apenas forno e fogão encon-trou nos arranjos, planejamen-to, vestimenta, atendimento, apresentação, propaganda, organização, compras, quan-tificação e pós- atendimento um pouco do que estes alunos passaram durante o ano com a professora e mestra em hote-laria e turismo Candida Batista.

O Turismo rural é uma mo-dalidade que permite um con-tato mais direto e genuíno com

a natureza, a agricultura, com a cultura e as tradições locais, seja através da hospitalidade privada em ambiente rural e familiar, seja nos eventos que promovem, busca na realidade o melhor aproveitamento do espaço e das condições do uso do solo para um sistema mais sustentável e rentável.

Turismo rural no Brasil, para o Ministério do Turismo, é um conceito que se fundamenta em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base econômica, aos recursos natu-rais e culturais e à sociedade, trocando em miúdos nada mais é que “o conjunto de ativida-des turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promo-vendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”.

Em Ubatuba o curso apre-sentou a Observação de Aves como uma atividade a ser aplicada nas áreas rurais re-manescentes, atividade que interessa principalmente aos mais novos e que valoriza o etnoconhecimento dos mais velhos.

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 9

Segmento é o que mais cresce no mercadoO evento de domingo con-

tou com mostras de arte, fo-tografia e artesanato local que ficaram expostos no ponto de venda da Promata.

A região oferece um leque de opções que foram levan-tadas durante o curso e que se diferenciam por serem em áreas litorâneas e formadoras do processo civilizatório nacio-nal.

Os alunos tiveram aulas sobre Oportunidades de Em-preendimentos, Identidade e Cultura, Gestão de Empre-endimentos, Ponto de Venda de Produtos , Meios de Hos-pedagem, Meios de Alimenta-ção, Atividades Turísticas em Áreas Naturais, Atendendo e Encantando o Cliente, Res-gate Gastronômico e por fim a tão esperada Consolidação do Programa.

O evento aconteceu graças a uma parceria entre Senar--Fetaesp e o Sindicato de Tra-balhadores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba e tiveram apoio da Cati, Apta e Proma-ta e parceria com o Sitio Boca Larga. Esta em negociação e prevista para o próximo ano o curso de graduação do Turis-mo Rural que é o de Guia de Turismo Rural e Turismo Pe-dagógico aos que já participa-ram destas atividades rurais.

No Brasil, algumas universi-dades oferecem na graduação a disciplina de turismo rural como é o caso do curso de graduação em Zootecnia. Este tipo de turismo está entre as atividades econômicas mais rentáveis dos últimos tempos e o turismo rural, por valorizar o modo simples do viver inte-grado à natureza, ganha cada vez mais força, pois propor-ciona ao visitante a sensação plena de bem-estar.

Para ser um empreendedor

no ramo turístico, é muito importante entender os con-ceitos, as tendências do turis-mo mundial e saber analisar as potencialidades regionais e locais, também procurar e participar dos trabalhos do sindicato representativo desta categoria.

O programa além de agre-gar valor a propriedade apro-xima cada vez o homem nati-vo a natureza, a produção e ao consumo consciente de ali-mentos, agua, sua religiosida-de e a sua verdadeira história.

Dentre os alunos cada um descobriu um campo repleto de oportunidades que se tra-balhado em conjunto renderá ainda mais a todos: a comu-nidade, ao meio ambiente, as famílias e os visitantes.

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

Gente da Nossa História: Gelson de Oliveira Bertoluzzi: colaborador dos espectáculos regionais

Nascia em Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, no dia 21 de julho de 1994, um menino branquelo fruto da união de Carmelina Bortoluzzi e Santo Ricardo Bortoluzzi, que um dia mal sabia que viria para nossa bandas. Seu berço, o da sua família é a formadora daquela cidade, seus avós vie-ram do Vale Veneto (Vale dos Ventos) na Itália e chegaram no Brasil naquele território quando ainda existiam poucas vilas, lá ajudaram a fundar a cidade de Santa Maria, um tri-buto à mãe de Deus.

Tamanha importância que o nome da família está regis-trada no Museu dos Imigran-tes daquela cidade. Vinda de uma família de imigrantes ele compartilhava o teto simples com sete irmãos: Clóvis, Mo-ema, Joice, João Carlos, João Solimar e Luiz Fernando. Com poucas opções os trabalhos eram basicamente os de roças e gado de leite e de corte, a vida dura era enfrentada to-dos os dias com chuva ou com sol. A fim de conhecer novos lugares e pessoas Gelson saiu a pé de casa e costeando o mapa do Brasil aos dezessete anos e pasmem! Viraria hippie mano!

Depois de mais de trinta anos como meu vizinho é que descobri que aquele homem branco de fala grossa que de vez enquanto chamava “ô Tereza!” usou laço na cabeça do tipo Rambo, cabelo muito comprido e morava nas praias, nos camping, por aí onde hou-vesse movimento.

Ele é do tempo, ou melhor, da tribo do Sérgio Pio mano! “Mai Bah Tchê! Morô?” Seu apelido, quando por aqui chegou era “Ops”, só que ninguém sabe o porquê des-se apelido, um mistério. Bom deixa pra lá!

Gelson chegou a Ubatuba numa festa de aniversario da cidade em 1970. Naquela fes-ta ele viu o motivo de ficar por Ubatuba, ele havia conhecido a jovem caiçara Tereza. No inicio ela não queria nada com ele que ficava no “pé da meni-na”. Então Tereza propôs um acordo para iniciar a conver-

sa, Gelson teria que cortar os longos cabelos e tirar a faixa do tipo Rambo da cabeça, pois não é que o cara fez a parada bicho!

Tereza é de família tradicio-nal, participava dos eventos da comunidade, da igreja, do futebol, das festas e de outras atividades junto à comunida-de, muito diferente do estilo que Gelson havia adotado. Na época o estudo era longe, uma parte no Saco da Ribeira e o restante no centro da cida-de, era comum ver moradores da região sul na cidade, to-dos embarcavam no saudoso Expresso Rodoviário Atlântico da Ciferal.

Após o namoro ao final de 1971 os dois se casam. O bolo de casamento foi um pouco diferente, na foto ele era estreito e tinha “dois anda-res”, já que os bolos costumeiros eram compridos e ocupa-vam geralmente as mesas da sala ou da cozinha. Após as festividades o casal partiu para Porto Ale-gre, imaginem só do Sertão da Quina para um estado bem de-senvolvido, chique!

Passaram-se cinco anos para o retorno e assim quase como os Mamonas Assassinas eles vieram de “mala e cuia”, ele tinha uma variante e de lá trouxe coisas que só caberiam numa caminhonete. Dentro tinha o papagaio, ca-chorro, os móveis da casa e a peça mais importante- uma TV preto e Branco da marca RQ Colorado a válvula. Deste matrimonio nasceram as filhas Beatriz e Daniela.

Fazia uma mistura cultural dos drinques, aos finais de semana servia numa roda de pagode chimarrão com caipi-rinha, batidas, era tudo mistu-rado. Lembro-me bem do tio Mosquito, professor Geraldo, Simãozinho e o Mané do seu Osvaldo Rofino.

Quando criança eu atraves-sava a rua e ia ao fundo de

sua casa ver o que tinha no barracão, gostava de ver prin-cipalmente os instrumentos de percussão e cordas que tinham por lá. Ficava admira-do com o trailer que sua irmã trazia como casa para visitar a família, podíamos ver por dentro, ficávamos imaginando aquele treco enorme na estra-da. Sempre educado, mas firme em suas opiniões discu-tiu varias vezes para mostrar seu ponto de vista.

Foi por varias vezes convi-dado a sair candidato a vere-ador, recusou-se, pois o que ele pensava no passado acon-

teceu recentemente, dizia que não ia sair para dividir voto e acabar não elegendo ninguém na região.

Trabalhou na Manobra, na companhia de pavimentação do Vale e do Litoral, na Son-dotécnica, nisto correu muitos anos. Por um longo tempo trabalhou no comércio e como ambulante, tinha arrendado o Bar do Antônio Belo, de-pois montou uma barraquinha onde hoje tem um quiosque, depois montou um carrinho para venda de cachorro-quen-te, serviço pioneiro na praia.

Gelson fez de tudo um pouco e seu último serviço foi como funcionário na Escola Estadual Aurea Moreira Rachou, lá se

aposentou. Após muitos anos de convivência com Teresa, os dois se separam, mas continu-avam bons amigos. Atuou em varias associações e de fato se importava com as coisas. Mas sua paixão era a musica, a pesca com Joãozinho da Praia do Perez e o teatro. Também atuou como diretor do time feminino da ACESQ, ele con-seguia levar todas as “meni-nas” para treinar no campo da Maranduba na sua Variante. Haja “barranco” no Sertão da Quina e em outros locais para ver os times de femininos jo-garem. Gelson chegou a levar

o time local a dispu-tar com o Corinthians paulista.

Sua paixão mesmo era o teatro, ajudou a criar o renomado grupo “Mudança”, famoso na década de oitenta por sua irreverencia, espon-taneidade e desen-voltura. Na realidade tratava-se de sim-ples moradores que se empenhavam em mostrar suas habi-lidades e aptidões. Chegaram a ganhar vários prêmios, bri-lharam em vários festivais, um deles foi o Festival de Tea-tro Fetalino (Festival de Teatro do Litoral Norte) realizado pela Fundac onde o então

presidente era o doutor Pedro Norberto, lá apresentaram a brilhante peça “Nem oito e nem oitenta”. Tentaram apresentaram-se na cadeia de Caraguatatuba, porém, uma rebelião impossibilitou de ini-ciar a peça. Muitas das peças foram escritas com a saudosa Tia Cida Balio a qual dividia as responsabilidades e as con-quistas teatrais.

Outra importante peça foi a “Cigarra e a formiga”, neste episódio uma das integrantes havia sido picado por cobra e no dia da apresentação, mes-mo dia da alta do hospital, teve de ser carregada até o palco por conta dos efeitos do acidente. Seu último trabalho

foi a montagem de um elenco para atuar na peça “Uma Cena de Natal” a qual tive a honra e o privilégio de atuar como São José, momento este que guar-darei para sempre.

Gelson nunca se opôs a qualquer trabalho que envol-vesse cultura, musica e arte, muitas vezes os ensaios eram em sua casa, na sala, como foi a do grupo que iria dublar os Menudos numa festa local. A peça “Dona Chica Admirou--se” foi também um grande sucesso. Infelizmente Gel-son foi acometido de câncer e agora vivendo no bairro do Araribá recebia as poucas vi-sitas de amigos e familiares. Em seus últimos dias escreveu uma carta a cunhada Cristi-na intitulada “O que houve?” onde lembra dos verdadeiros heróis de nosso tempos, falam dos vários profissionais que arriscam sua vida para salvar outras, das pessoas sem con-dições dignas de trabalho.

Gelson se foi no dia 05 de setembro de 2012 e infeliz-mente não conseguiu cumprir sua última promessa que era levar Tereza, Martinha e Lur-des para pescar.

Segundo os antigos, como o “Tibitilói” (tio Benedito Antônio Elói) Gelson pediu que lhe en-viassem um pau de Guatam-bu para ele fazer um bodoque porque o hospital estava cheio de gatos. Tibitilói havia pedi-do “Timopéva” para fazer um chapéu. Polemico ou não Gel-son deixou história, uma das últimas foi com Nei Martins no programa “bairro contra bairro” em 1983 da qual le-vou vários artistas anônimos ao antigo cinema para uma bela disputa e reconhecimen-to daqueles que gostavam de expor suas artes, habilidades e aptidões.

Foi uma boa época e quero só agradecer ao meu vizinho hippie pelas coisas que hoje sei e que diretamente e indi-retamente me ajudou. Ainda tem muita coisa para escrever, mas não dá. Obrigado Gelson, que deve estar selecionando atores para uma grande peça no céu. Um dia nos encontra-remos.

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 11

Alunos se preparam para a grande final do “Projeto Xadrez” Cerca de 150 alunos do perí-

odo da manhã da escola Nativa Fernandes de Faria participam do projeto “Xadrez na Escola”, que tem o acompanhamento e supervisão de todos os profes-sores do período.

A ideia foi da professora Alessandra Cristina do 3° ano A, do período da manhã. Os professores estão motivados e surpresos com o resultado até o momento, já que as muitas disciplinas foram aplicadas no antes e depois do campeonato.

Os alunos foram quem con-feccionaram os próprios tabu-leiros e desde setembro vem estudando temas e atividades relacionadas ao assunto. No inicio a competição era por sala, sendo selecionados os

dois melhores competidores, estes irão disputar a grande final no próximo dia 12 de de-zembro. Os finalistas receberão troféu e provavelmente mui-tos elogios do corpo docente e muitos beijos e abraços dos pais, já que estão todos convi-dados.

O evento conta com total apoio da direção da escola e acontecerá durante uma fei-ra pedagógica a partir das 14 horas do dia 12 de dezembro. Os idealizadores se baseiam na célebre frase do pensador e es-critor alemão Johann Wolfgang von Goethe que também fez in-cursões pelo campo da ciência que define xadrez como exer-cício para a ginástica da inteli-gência e que sua pratica inclui

esporte, arte e ciência, por isso é tão utilizada como métodos de aprendizado e concentração.

No campo educacional o xa-drez desperta o desenvolvimen-to do autocontrole psicofísico, a avaliação da estrutura do pro-blema e a distribuição do tempo disponível, desenvolve a capaci-dade de pensar com abrangên-cia e profundidade, desperta a tenacidade e o empenho no progresso continuo, a criati-vidade e imaginação, busca a verdade, estimula à tomada de decisão e pratica o exercício do pensamento lógico, autoconsci-ência e fluidez de raciocínio.

A direção da escola aguarda a maciça participação dos pais e da comunidade. Todos estão convidados.

No último dia 25, no bairro do Sertão da Quina, aconteceu a 4ª e última etapa do Circuito Sesi-SP de Lazer e Aventura.

O evento aconteceu na Pou-sada das Cachoeiras - Sítio Santa Cruz e foi prestigiada por inúmeras autoridades, en-tre elas o presidente da enti-dade Paulo SKaff, funcionários e voluntários do Sesi-SP e de empresas de todo o Estado de São Paulo, o Dr. Dagmar Cupaiollo, da Fiesp, o Coman-dante da Polícia Militar do Es-tado de São Paulo, o vice-pre-feito eleito de Ubatuba Sergio Caribé dentre outros. A etapa encerra o circuito com pleno sucesso e garante sua realiza-ção para o próximo ano, que tem previsão para seis etapas.

O evento proporcionou diver-sas atividades como paredes de escalada vertical, minicir-cuito de arborismo, sessões de ginástica e a atração principal: trilha ecológica da Pedra Gran-de, na Mata Atlântica, com

4ª Etapa do Circuito Sesi-SP acontece na Mata Atlantica

percurso de nível médio, dura-ção de duas horas oferecendo acesso a diversas cachoeiras.

Com uma diversificada fai-xa etária, aproximadamente 800 pessoas entre crianças e idosos, puderam ver, ouvir e sentir de perto tudo o que os recursos naturais da região podem proporcionar, tornando agradáveis e inesquecíveis, os momentos vividos, tudo isto acompanhados por experien-

tes guias locais. Além das atividades, da sim-

patia e da hospitalidade, foram oferecidas camisetas, kits, fru-tas, protetor solar, repelente a todos e uma linda medalha para aqueles que fizeram a tri-lha ecológica.

Segundo a maioria dos par-ticipantes, foi a melhor e mais agradável das etapas do circui-to e já se comprometeram a voltar no próximo ano.

Nos finais de semana dos dias 16 e 17, 23 e 24 de novembro a Matriz Cristo Rei, na Maranduba, realizou a festa religiosa e social que contou com sensacional bingo e vários prêmios especiais entre elas uma moto zero km. O mais importante, porém

foram os momentos religiosos que mais chamaram a atenção à cultural original destes povos, onde aconteceu o Tríduo em honra a Cristo Rei, padroeiro da matriz na região. Este momento de fé aconte-

ceu nos dias 22/11 que traba-

Festa religiosa de Cristo Rei 2012

lhou o tema “Jesus Cristo Reina em Nossos Lares”, 23/11 o tema “Em Nossos Corações Cristo Tem Reinado”, 24/11 o tema “Com Cristo Rei Rumo ao Pai” e por último no dia 25 o tema “ Jesus Cristo Rei do Universo”. A festa social aconteceu após

a celebração da santa missa e neste feriado recebeu um maior número de turistas e visitantes. Os organizadores agradecem os voluntários e colaboradores além de receberem as bênçãos do Pároco Padre Carlos e do Vi-gário da paróquia Manoel Leite.

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Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 13

Fonte: PEQUENO DICIONÁ-RIO DE VOCÁBULOS E EX-PRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cul-tura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .

FARINHA SURUÍ - ( s.f.) - fa-rinha de mandioca mal cozida, um pouco crua, de qualidade inferior.FARINHADA - ( s.f. ) - grande produção artesanal de farinha de mandioca; fabricaçãode fa-rinha de mandioca em larga escala pelo processo próprio local. ”Agora, de primêro, ti-nha té farinhada. O povo fa-zia aquela farinhada prá rendê quatro, cinco arquêre, quinze arquêre de farinha prá vendê”.FARINHEIRA - ( s.f.) - vasilha onde é servida a farinha de mandioca.FARNé, Farnéu - ( s.m. ) - me-renda para a jornada.FASTIO - ( s.m.)- falta de ape-tite; aversão; tédio; “ passei dias sem comê de fastio “FATIOTA - ( s.f.) - roupa; tra-je.FATÍVEL - ( s.m. ) - factível ; que pode ser feito.FATO - ( s.m. ) – tripas;intestino. ” Deu um la-nho na barriga que ficou com o fato tudo de fora.”FAZê PRECURAÇãO - (loc.v. ) - procurar.FAZê PAREDE - ( loc.v. ) - diz--se da aglomeração de ho-mens na porta da sala ondeficam as mulheres, no fandan-go. “ Não faiz parede que difi-curta a dança ”FAZê CAVALINHO - (loc.v. )

- brincadeira infantil que con-siste em montar a criança nas costas de um adulto.FAZê COMBINAÇãO - ( loc.v. ) - combinar; fazer trato.FAZê CONTINENÇA - ( loc.v. ) - fazer gentileza; por cortesia; educadamente. “ Agora eu vô tomá um cafezinho c’o cara só pra fazê continença “FAZê EXTRAVAGANCIA - ( loc.v.) - comer em demasia ; fazer alguma coisa desregra-damente.FAZê O QUILO - ( loc.v. ) - descansar após a refeição.FAZê BANCADA - (loc.v.) - abastecer com raízes de man-dioca uma gamela, que ficasobre o banco da roda de sevá, para o ato contínuo de sevá.FAZê CAPóTE- ( loc.v. ) - ras-par a casca da raiz de mandio-ca, do meio para a parte mais grossa, apoiando-a no chão ou nas raspas já amontoadas.FAZê CAVA - ( loc.v.) - em-purrar com uma nova raiz de mandioca o pequeno pedaçode raiz, que não pode ser in-troduzido diretamente no ralo, com a mão; fazê remate.FAZê REMATE - ( loc.v ) .- par-te da operação de sevá que consiste em fazer uma cavana raiz inteira a ser sevada e colocar o remate, que será comprimido contra a roda de sevá, sem risco de ferir a mão; o mesmo que fazê cava.FAZENDA - ( s.f.) - nome ge-nérico aos panos e tecidos em geral.FAZê BIGODE - ( loc.v. ) - bi-gode é o sulco que a veloci-dade da embarcação faz na água, com a proa.FAZIMENTO - ( s.m.) - feitura; fabricação; “ por aqui, se usa fazimento de farinha de man-dioca que a gente pranta na roça “FEDIDO – (adj.) – sujeito en-

farado. “ Do jeito que ele é enfarado, não vai comê esse peixe sêco nunca”FEDIMENTO - ( s.m. ) - enfa-ro.FEDIDA/FIDIDA- (adj.)- pes-soa enfarada, metida.FEITO - (conj.) - como; igual; da mesma forma que; que nem. “ aqui dá fruita feito ca-pim “FERRADA - ( s.f. ) - fisgada; golpe com o anzól para fisgar o peixe, quando vem comer a isca.FERRãO - ( s.m. )- agulha do cão da espingardas cartu-cheiras que pica a espoleta, detonando-a; aguilhão de al-guns peixes e das arraias. “ O veneno do ferrão do bagre dói coisa por demás “FERRO - ( s.m. ) - âncora; poi-ta;FICHO - ( adj.) - fixo; afixado; pregado; “ nóis aqui não temo anssim emprego ficho, né; só o pessoar más antigo “FIEIRA - ( s.f.) - barbante usa-do para rodar o pião.FIéU - ( s.m. ) - fiél ; corda fina de algodão ou nylon, com a qual se puxa a rede do fun-do do mar para a canoa.FÍGADO - ( s.m. ) - rachadu-ras na pele do calcanhar. “Ah! Isso daí , essa rachadura no seu pé, isso daí é fígado . “FILé - (s.m.) - certo tralho de agulha, em forma de rede, na confecção de toalhas para guarnição.FILHA DA PUTA - ( s.f.) - tainha assada na brasa, com as escamas e recheada com farofa.FILHA MULHER - (s.f. ) - filha .FILHO HOME - (s.m.) - filho .FIO DE LUZ - ( s.m. ) - mesmo que fio elétrico.FISSURA - ( s.f.) - vísceras de alguns animas , como fígado, coração etc...FITICEIRA - ( s.f. ) - rede de

espera para pescar cação, curuvinas e outros peixes defundo. “ Foste visitá a fiticêra” “Fiticêra é prá matá pexe de fundo, que não é aboiado “FIÚZA – (s .f. ) – confiança, segurança, fidúcia; “ Fica só na fiúza do pai, porque ele mesmo não tem condições “’FLATO - ( s.m. ) - desmaio.FLOZô - (s.m.) - boa vida; ociosidade. “ Tá ali só de flo-zô, só na boa vida “FOGUETE - ( s.m. ) - espinha-ço ; nhamutacanga ; ossada do peixe.FOGUETICE- ( s.f.) - Esfogueteamento,estouvado,estabanado,irriquieto. “ Essas minina de hoje em dia vivem nessa foguetice o que dá o dia.”FOJO - ( s.m. ) - armadilha com cova funda, lanças de madeira e abertura tapada oudisfarçada com folhas secas, para caçar animais.FOLHEIRO - ( s.m. ) - mesmo que funileiro; pessoa que faz peças de lata.FORA - ( adv. ) - mar adentro; alto mar; ao largo da praia. “Nesta quadra o cação grande só dá lá fora “FOREZA ( adj.) – de foreza; mar adentro; distância entre a praia e o mar adentro. “ das veiz pescámo com mais de 8 quilometros de foreza da praia pra pega o cação.”FORFé - ( s.m. ) - confusão.FORNADA - ( s.f. ) - quanti-dade de farinha de mandioca torrada, que corresponde aum tacho cheio de massa seca de mandioca forneada. ” Uma fornada é uma fornada gran-de de farinha pá gente...é um forno cheio”.FORNEá - ( v.i. ) - mexer a massa sevada e enxuta da mandioca, no tacho de cobre,com dois rodos, para que seja torrada por igual. “As tres hora da madrugada, a mulhér e o

Manéco garra forneá”. Agora pá forneá, querendo forneá de dois, forneia, não querendo, forneia de um, agora o otro tá lá, quando um tá na penera,o otro tá forneando”.FORNEAMENTO - ( s.m. ) - processo de torrefação da massa seca peneirada, que dura de seis a sete horas, e exige fogo constante no for-no e meximento contínuo da massa seca da mandioca, no forno.FORNO ( s.m.) - tacho raso de cobre sem alças, que enci-ma o forno de forneá farinha de mandioca. “Uma fornada é uma fornada grande de farinha pá gente..., é um forno cheio”. O tacho é dos que tem duas argola e o forno é simpres, num tem. Não, forno é um, ta-cho é otro. O forno é aquele, o forno grande que tem bacia de cobre de tacho que a pessoa forneia ali dentro”.FORNO - (s.m. ) - forno de barro, semelhante aos fogões de lenha de barro, encimadopor um tacho de cobre de 1,50 ms. de diâmetro, tendo em-baixo sua boca, onde secoloca a lenha para aquecê-lo.“Aí depois que misgalha, passa na penera, e depois que cua, que sai da penera, intão pega,joga no forno...”. “Isso aqui é a boca do forno”.FORQUILHA - ( s.f. ) - peça de madeira em forma de Y , onde se prende a borrachado estilingue.FORRADO - ( adj.) - sair forra-do; sair alimentado.

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 13

“Ah home! Olhai só! Fiquei com cabelo branco na Pomba seu dotô!”ISAIAS MARIANO BALLIOEu como um bom caiçara

que sou sempre gostei de ou-vir “causos” contados pelos mais velhos. Sempre ficava de orelha em pé (como diziam os mais antigos) para ouvir as histórias de nossa região.

Na década de 1980 trabalhei em traineiras e foi numa pes-caria dessas que fiquei saben-do de um “causo” ocorrido em um lugar chamado Ilha das Pombas. Esta ilha fica locali-zada em São Pedro D’Aldeia a apenas 10 metros da Praia do Boqueirão e acaba sendo uma extensão dessa praia, muito parecida com a Ilha do Pontal entre a Maranduba e Lagoinha. Todos que visitam aquela praia aproveitam para andar mais alguns metros e conhecer esta ilha de aproxi-madamente 1 km².

Esta história se assemelha as muitas registradas em pro-cessos antigos em nosso ter-ritório. Essa ilha também foi motivo da cobiça e da ganân-cia dos especulares imobiliá-rios e toda a rede de corrup-ção que a envolvia. A história que passo adiante descreve a luta de uma senhora de mais de 80 anos que vivia nesta Ilha. O local fora coloniza-do pelos antepassados dessa senhora, atual matriarca dos remanescentes fundadores daquele belo local.

Como por aqui, lá também a comunidade se sustentava de peixes, das plantações de mandioca, da farmácia a so-leira da porta da cozinha, do fabrico da farinha, do artesa-nato e por vezes vinham a ter-ra para caçar. A “pendenga” se deu por conta da abertura da rodovia Rio-Santos, onde pessoas que vestiam paletó e usavam grandes anéis de ouro no dedo viram uma oportuni-

dade de ficarem ricos rapida-mente. Essas pessoas eram temidas pelos antigos caiçaras que os chamavam de “dotô”. Eram aqueles que aportavam em nossas praias com seus belos iates e com uma conver-sa “mole” conseguiam enrolar os pobres caiçaras, que não sabiam ler e nem escrever, forjando documentos, criando uma rede de corruptos e foras da lei, como os relatados no livro Ubatuba – Terra e Popu-lação da Mestre Maria Luiza Marcilio e dos vários docu-mentos de que conhecemos.

Foi desta forma que o co-nhecido “causo” da Ilha das Pombas começou. Pessoas que nunca viveram nessa ilha se diziam serem donos dela, mostrando aos nativos escri-turas falsas e títulos de ter-ras sem validade. O episódio tomou grande proporção e comoveu muitas pessoas que estimularam essa senhora a defender os interesses de sua família. O caso foi parar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi então marcada a audiência para resolver a reintegração de posse daque-la ilha, que segundo especia-listas, juristas e historiadores por direito já pertencia aos nativos caiçaras que lá viviam.

E assim chegou o grande dia do confronto entre as par-tes, ouvidas por um sábio juiz escolhido pelo colegiado da-quele respeitável tribunal. De-pois de ouvir as pessoas que reclamavam os direitos legais sobre a ilha, o juiz chamou para depor a velha senhora, o que causou espanto dos es-peculadores, já que achavam que pela idade avançada não iria a capital depor. Ela, na sua simplicidade e honestida-de que Deus lhe deu, que era peculiar na vida dos caiçaras,

foi logo dizendo:- Pois é seo “dotô”, tô (es-

tou) aqui pra falá (falar) pro sinhô que foi na Pomba que meus pais, meus avós, e meus tataravós nascêro (nasceram) e se criaro (criaram), então foi na Pomba que eu nasci e foi na Pomba que me tornei moça, foi na Pomba que co-nheci meu marido e foi na Pomba que me casei, foi na Pomba que pari meus 8 filhos e foi na Pomba que eu e meu finado marido trabalhamos muito para criar nossos filhos, tudo com muito sacrifício, mas com honestidade.

-Agora olhais só seo “dotô” eu já tô de cabelo branco na Pomba, já sou uma pessoa muito velha e agora me apare-ce essa gente dizendo que são dono da minha Pomba? Como o sinhô acha que eu vou ficar sem minha Pomba? Pois foi na Pomba que eu nasci e é na Pomba que quero ser enterra-da como todos os meus ante-

passados. Lá “dotô” derramei muito sangue na Pomba.

O juiz, muito sábio, depois de ouvir as partes chegou a um veredito e muito sensi-bilizado com a simplicidade daquela caiçara, pode perce-ber que ela dizia a mais pura verdade e não hesitou em dar reintegração total de posse da Ilha da Pomba aos seus ver-dadeiros donos , ou seja, à ve-lha senhora e seus familiares, já que também conhecia os procedimentos adotados pe-los homens de paletó. Embora cômica, trata-se de uma bela história, de luta, da resistên-cia e do sofrimento de nosso povo que só querem o que é deles para manifestarem sua cultura e seus saberes muito acima dos cifrões dos homens endinheirados.

Isaias Mariano Ballio é gestor público, caiçara e nas horas de folga “contadô de causos”.

ACESSEJORNAL MARANDUBA NEWS

www.jornalmaranduba.com.br

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 29 Novembro 2012

Antes da onda Pet Shop vi-rar moda, o bairro do Sertão da Quina lançava sua primeira versão em terras Tupinanbá. Era o Gimapa que por conta da sua instalação mudou a rotina de muita gente proporcionan-do comodidade e facilidade a aqueles que iam à cidade só para atender seus bichos de estimação ou criação. Numa região onde as galinhas de quintal ainda são apreciadas a Pet Shop faz sucesso e ofere-ce de tudo para peixes, aves, gatos, coelhos e cachorros, pesca e jardim. Inaugurado em 1998 o esta-

belecimento continua no mes-mo ponto a Rua Roberto An-tonio do Prado, 2055, ao lado do antigo mercado Supimpa e atende através do telefone 12-9721-3434 falar com Be-tinho que assume a direção

1º Pet Shop da regiãoestá sob nova direção

deste empreendimento. Com atendimento de medico vete-rinário uma vez por semana, a Pet Shop do Betinho ofere-ce serviços de medicamentos prescritos pelo veterinário Dr. Jurandyr Romano Junior - CRVM 11218, que acompanha os trabalhos no lugar desde sua instalação e que segundo moradores trata-se de uma parceria de sucesso e bons frutos colhidos. Desde de higiene e limpeza

animal, ração, sementes, pro-dutos de jardinagem, pesca, insumos, adubos, o local ofe-rece também serviços de en-trega em domicilio. Seu ideali-zador informa que num futuro próximo o empreendimento oferecerá sorteio de brindes aos amigos e clientes que fize-ram deste comércio o sucesso que é visto por todos.

Afinal, o que vai acontecer com a Terra em 2012?Muito antes que a data de 21/12/2012 começasse a to-car corações e mentes, o is-raelense Zecharia Sitchin co-meçou a divulgar suas idéias sobre a origem da Terra, inspiradas, segundo ele, na decifração de antigos textos babilônicos. De acordo com Sitchin, há em nosso sistema solar um objeto que a ciência moderna desconhece e que os antigos chamavam de Nibi-ru. Esse objeto, que pode ser um planeta ou uma pequena estrela, passaria próximo ao Sol a cada 3.600 anos. Sitchin afirma que, em uma dessas passagens, uma colisão entre um de seus satélites e um pla-netóide que existia entre Mar-te e Júpiter teria dado origem à Terra. Outros autores passa-ram a usar as idéias de Sitchin nos anos 1990. Eles dizem que Nibiru vai passar por per-to de nosso planeta em 2012,

e a atração gravitacional entre os dois resultará em dilúvios e terremotos.Para Carlos Henrique Veiga, astrônomo do Observatório Nacional, é possível que exis-tam planetas ainda desconhe-cidos no Sistema Solar. Pode-riam ter, inclusive, algumas das características atribuídas a Nibiru, como um período muito longo e órbita extrema-mente elíptica. “Mas as órbitas de planetas não se sobrepõem umas às outras. Esse cruza-mento só ocorre com come-tas e asteróides.” Quanto à segunda possibilidade, a de que Nibiru seria uma estrela se escondendo nas vizinhan-ças, Veiga diz que sua pre-sença causaria uma alteração na dinâmica do Sistema Solar. “Tanto ela quanto o Sol teriam que girar ao redor de um cen-tro de massa. Os planetas gi-rariam em torno das duas ou

desse novo ponto central. Não é isso que estamos vendo”, afirma.Outro cenário sugere que, em 21/12/2012, o Sol, ao nascer, estaria alinhado com o plano da Via-Láctea. Nessa posi-ção, receberia algum tipo de irradiação misteriosa vinda do centro da galáxia. Essa infor-mação, porém, é contestada até por autores de populares livros sobre 2012, como o as-trônomo John Major Jenkins. O que é verdade é que o Sol está cruzando o plano da nossa ga-láxia, mas isso não é motivo para preocupação. “O centro da Via-Láctea está a quase 30 mil anos-luz de distância. Por isso, esse posicionamento não deverá trazer maiores conse-qüências. No máximo, pode favorecer a atração de come-tas e asteróides em direção ao Sol”, diz Veiga.Fonte: Revista Galileu

A NASA até hoje nega a existência do Planeta X ou Ni-biru, mas todos nós sabemos pelos fatos que andam acon-tecendo. A aproximação do Planeta Nibiru já está causan-do alguns fenômenos naturais mais acentuados como ALTO calor, em seguida queda da temperatura, ciclones de fogo na Austrália e baixa de gelo na Antártica.

Por que ainda não ve-mos NIBIRU a olho nú?

Pois ele está na posição atrás do sol dando a volta em direção a Terra. No dia 21 de Dezembro é o dia em que Nibi-ru estará mais perto da Terra e todos nós sabemos que um planeta com 4 vezes a massa da Terra passando bem próxi-mo causará alguns efeitos pe-rigosos como Tsunamis etc...

Confirmado a chegada de Nibiru ou Hercólubus

devido ao magnetismo emi-tido pelo Nibiru. Atualmente o magnetismo de Nibiru está sendo quase que todo anu-lado pelo SOL então apenas estamos presenciando poucas modificações climáticas etc... A tendência até o dia 21 de

Dezembro é presenciarmos mudanças notórias em nosso Planeta.

Cabe a cada um se proteger da melhor forma possível e montar as peças do seu pró-prio quebra cabeça. Fonte:http://noticia-final.blogspot.com.br

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29 Novembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Contente-se com o que tens!

Cantinho da Poesia

Teu sorriso(Para minha neta Bianca)

Teu sorriso é um raio de luzQue me faz bem, me aquieta a alma.Teu sorriso me faz bem, me seduz,

Me faz sentir jovem, me alegra, me acalma.

Teu sorriso é flor que desponta na primavera.É o sonho dos sonhos, sonho acordado!

Beleza inquieta que a gente sempre esperaComo um amanhã por toda uma noite esperado.

Na paz do teu sorriso vejo minha esperançaDe um futuro que talvez eu não possa ver.

Mas, até onde este meu pensamento alcança,Vou estar contigo, com todo o meu bem querer

Manoel Del Valle Neto

Havia uma perereca se pre-parando para comer uma mos-ca que voava por perto, quan-do uma perereca macho, que observava a cena, disse:- Perereca, não coma já a

mosca! Espera que a abelha a coma, depois você come a abelha e ficará muito mais bem alimentada.A perereca assim fez e, efe-

tivamente, passados alguns segundos, veio uma abelha e comeu a mosca. A perereca preparou-se, então, para co-mer a abelha, mas o macho a interrompeu novamente:- Perereca, não coma a abe-

lha, ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê--la, então você come a aranha e ficará mais bem alimentada.A perereca de novo esperou.

A abelha levantou vôo, caiu na teia da aranha, veio a aranha e a comeu. A perereca preparou--se para saltar sobre a aranha, mas de novo, o macho falou:- Perereca, não sejas precipi-

tada! Há de vir o pássaro que comerá a aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca.

Então você poderá comer o pássaro e ficará, sem dúvida, mais bem alimentada.A perereca, reconhecendo

os bons conselhos do macho, aguardou. Logo após, chegou o pássaro que comeu a ara-nha.Entretanto, começou a cho-

ver, e a perereca, ao atirar-se sobre o pássaro, para comer, escorregou e caiu numa poça d’água.Esta é a história da “perere-

ca” que por muitos foi deturpa-da e levada por outros pontos de vista, que certamente não são nem estão próximos do que Deus quer de nós, mas... estou dando significados mais propícios a ela. Servirá a mui-tos como uma verdadeira lição de vida...É possível desta pequena es-

tória quatro significados, qua-tro morais:1- Contente-se com o que

tens dando sempre graças a Deus, pois, se jamais olhou para os lados, faça isto e veja que muitos não têm nem mes-mo o que você possui.

2- Nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. Não deixe que a preguiça, ou maus conselhos te faça cair neste laço maligno que é a preguiça. “Por muita preguiça se enfra-quece o teto, e pela frouxi-dão das mãos a casa goteja”. (Eclesiastes 10:18).3- Quem muito quer nada

tem. Na maioria das vezes nos arrependemos por não aceitar o que Deus nos dá, então, fica-mos na esperança de algo que não é da Sua vontade. Deus somente dá aos “seus filhos” o que Ele achar conveniente, o que Ele certamente sabe que não nos prejudicará. “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. (I Tes-salonicenses 5:18).4- Jamais dê ouvido a conse-

lhos dos outros se não te pare-cer bom, peça auxílio a Deus e siga os passos de Jesus. A úni-ca maneira de ouvir um conse-lho, é saber se está de acordo com a Bíblia. “Examinai tudo. Retende o bem”. (I Tessaloni-censes 5:21).

Inércia

Sentada na sua cadeira de balanço; com seu gato.Prusca-Tunga, Prusca-Tunga,

aquela velha senhora é um retrato. Brancos são seus cabelos, E as olheiras profundas

Muito já vivera,e andava neste globo;

Mas agora ali, inerte na cadeiraTens o corpo velho e fraco,

porém a inteligência é inteira.Mas o que será que pensas? Em poema?

O que será que pensas Dona Renata?O que pensas “Tita”? O que pensas minha vó?

O que será que pensas a senhora com seu gato?

Guy Jann Terra15 anos – Sertão da Quina