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Maranduba, 18 de Maio de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 25 Saco do Morcego Um local que ainda guarda grandes mistérios do passado Foto: Ezequiel dos Santos

Jornal Maranduba News #25

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Maranduba, 18 de Maio de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 25

Saco do MorcegoUm local que ainda guarda grandes mistérios do passado

Foto: Ezequiel dos Santos

Página 2 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial

Saulo Gil/Imprensa LivreA falta de licenciamento sobre

atividades potencialmente po-luidoras poderá suspender al-guns serviços realizados no Píer Estadual do Saco da Ribeira. O espaço público, que é gerido pelo Governo Paulista, já tinha sofrido autuações do Ibama, em conjunto com o Ministério Público Federal, no ano passa-do. Nessa semana, a adminis-tração do píer recebeu novo do-cumento oficial assinado pelos órgãos citados, determinando a suspensão de atividades po-tencialmente poluidoras na Ma-rina pública, a partir da próxima segunda-feira.Entre os serviços que foram

embargados, estão a manuten-ção e pintura de embarcações, além do desembarque de pes-cado. A falta de adequações e investimentos na estrutura local vem se intensificando há anos. A necessidade de melho-ria ficou ainda mais evidente após a implantação do Projeto Marinas, da Cetesb, que pro-moveu adequações ambientais em boa parte das instalações náuticas privadas do Litoral Norte.Entretanto, o Píer Estadual

do Saco da Ribeira prosseguiu com praticamente as mesmas estruturas, porém, o movi-mento e atividades no local seguiram em ritmo crescente.

Ibama embarga atividades doPíer Estadual do Saco da Ribeira

Com a recente determinação de embargo das atividades potencialmente poluidoras, o espaço poderá deixar de atender uma grande demanda de desembarque do pescado ubatubense. A estimativa atu-al é de que mais da metade da carga pesqueira da cidade seja escoada por meio do píer. A administração local ressalta que os investimentos neces-sários para as adequações são de médio prazo. Além disso, os técnicos da Fundação Flo-restal, órgão que administra o espaço, admitem que as melhorias só devam ocorrer por meio de parcerias. “O fato é que precisamos de apoio para que essa situação seja realmente modificada. É pre-ciso a participação de todos, tanto daqueles que utilizam o

píer, como da prefeitura e até do Governo Federal”, ressalta o técnico ambiental da Funda-ção Florestal, Carlos Roberto Paiva. Até o fechamento des-sa edição a gestão do Píer Estadual do Saco da Ribeira tentava marcar para próxima segunda-feira uma reunião com o Ibama para definir a situação dos embargos pre-vistos. Segundo Carlos Paiva a proibição do desembarque do pescado se dá apenas para os barcos profissionais e não amadores. No entanto, a ad-ministração do píer diz não saber qual parâmetro utilizar para diferenciar as categorias. A única certeza é de que a ma-nutenção e pintura de embar-cações na parte terrestre da marina estarão embargadas na próxima segunda.

A profissão de fotógrafo me presenteia com momentos inesquecíveis. Na semana pas-sada fiz um vôo para registrar Ubatuba de ponta a ponta. Ao decolar, seguimos rumo

ao norte perpendicular a ver-tente da serra. Somente lá em cima, a dois ou três mil pés é possível perceber a grandeza deste município. A mata fe-chada com suas dobras, picos e penhascos formam uma pai-sagem ímpar, revelando uma verdadeira muralha que nos separa do Vale do Paraíba. Olhando para o litoral po-

demos perceber a beleza do recortado relevo das baías, penínsulas, praias e ilhas que formam nossa costa.No Sertão do Puruba, por

exemplo, existe uma planície recortada pelo rio que serpen-teia em meio a uma vegetação mista de mata rasteira, capim baixo e arbustos que parece cenas da savana africana que só vemos em documentários da Discovery. Uma enorme lagoa se destaca nessa pai-sagem onde, segundo dizem, foi causada pela queda de um meteorito há centenas ou mi-lhares de anos.Retornando pelo litoral po-

demos apreciar o costão que fica na divisa entre os estados de SP e RJ onde o mar bravio castiga constantemente as ro-chas, proporcionando um es-petáculo de espuma e beleza. Sobrevoando as ilhas das Cou-

ves, Almada e outras se perce-be o quanto Ubatuba é bonita.Porém quando se aproxima-

mos novamente da região cen-tral percebemos um contraste significativo devido à ocupa-ção imobiliária. O que mais destoa são as

ocupações nas encostas dos morros, principalmente na re-gião leste, Sertão do Perequê Mirim, Lagoinha e Araribá. No-ta-se pequenos focos de habi-tação em meio à mata que pa-recem estar crescendo. Faço esse tipo de fotos há quase dez anos e pude comprovar isso em meus arquivos.Mas não é só nas encostas

da serra que isso acontece. Verdadeiras mansões em pe-nínsulas e costões também se destacam. Concluo que as pessoas com baixo poder aquisitivo se embrenham ser-ra acima enquanto as com alto poder aquisitivo se instalam em locais “licenciados” com as mais privilegiadas vistas para o mar, com direito a desmata-mento, aterro, heliporto, píer e estrada de acesso particular.Isso prova que Ubatuba é a

mais democrática das cidades, abrigando tanto os desafortu-nados como os financeiramen-te privilegiados.Por enquanto a distância entre

esses extremos ainda é grande. Meu medo é que eles se encon-trem. Aí não vai ter mais nada de bonito para se ver.

Emilio Campi

18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 3

PSDB de Ubatuba oficializa Tucanafro EZEQUIEL DOS SANTOSNa noite do último dia 13,

indígenas, quilombolas, afro--descendentes, pescadores, agricultores e colaboradores da causa se reuniram na Câ-mara Municipal de Ubatuba para oficializar o movimento Tucanfro do PSDB municipal. O evento foi dirigido pelo

vice-presidente do partido Marcilio Lopes, já que seu pre-sidente estava em audiência no fórum local. Participou do evento o Presidente Estadu-al da Comissão Executiva do Tucanafro o professor Carlos Augusto Santos, que profe-riu palestra sobre o papel do Secretariado frente às ações afirmativas, estatuto da Igual-dade Racial e as Conferencias para Igualdade Racial. Ele ain-da deu posse à comissão pro-visória da Tucanafro - PSDB diretório Ubatuba com todo o apoio e reconhecimento da executiva do partido. Professor Carlos confessou

que se emocionou quando viu a diversidade étnica e cultural que é a Tucanafro de Ubatuba. “Nunca vi nada igual, é a pri-meira vez que vejo tanta diver-sidade juntas” comenta o pre-sidente estadual da Tucanafro. O professor se espantou com

o numero de participantes, cer-

ca de 120 no total, de todas as regiões do município. Segundo Carlos Augusto esta informação será levada pessoalmente ao governador do estado, já que a Tucanafro recebe um carinho especial do próprio governa-dor Geraldo Alckmin. Ele não se conteve e tirou fotos com os

representantes das aldeias no município. No ato do encerramento, em

ritmo de festa, houve sauda-ções afro e apresentação de capoeira no plenário da Câmara Municipal. A comissão foi com-posta até mesmo por membros dos ditos “quilombos urbanos”

que tem em seu sangue a afro-descendencia mãe. “A oficialização do movimen-

to Tucanafro em Ubatuba faz história neste momento tão im-portante às comunidades que trazem em suas raízes históri-cas e culturais a formação do estado Bandeirante e do Bra-sil”, comentou o presidente do partido Rogério Frediani.

Prof. Carlos Augusto Santos, Presidente Estadual da Comissão Executiva do Tucanafro

No último dia 5 de maio, por solicitação do vereador Rogério Frediani-PSDB o deputado fe-deral Luiz Fernando Machado, também do PSDB, entrou com um Projeto de Lei na Câmara Federal autorizando o Poder Executivo a criar a Universida-de Federal do Litoral Norte de São Paulo – a UFLN. O Projeto de Lei de nº

884/2011 aguarda despachos das comissões de educação e cultura, administração e servi-ço público, finanças e tributa-ção, constituição e justiça. O Congresso Nacional já decretou o projeto aguardando apenas a conclusão das comissões rela-cionadas ao tema para vota-ção. O deputado Luiz Fernando

Frediani solicita a deputado Projeto de Universidade Federal cumpre a palavra dada ao ve-reador, que estava afastado, ainda no período da última campanha eleitoral de trazer benefícios à população. Para o projeto, os assessores

e o vereador ficaram até mais tarde para elaborar sua justi-ficativa. No documento o de-putado coloca Ubatuba como cidade pólo da regiao do litoral norte, já que Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela pos-suem outros investimentos de grande porte. A universidade “peixe com

banana verde” atenderá todo o Litoral Norte e tem como ob-jetivo ministrar o ensino supe-rior, sob suas diferentes formas e modalidades, nos diversos campos do saber, desenvolver

a pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento e promover a extensão universitária. A universidade tem ainda ou-

tro importante papel no Litoral Norte que é a de afirmar a in-tegração regional, já que está fora das ditas regiões metropo-litanas do Estado de São Paulo. Frediani está satisfeito com

o empenho do deputado Luiz Fernando frente ao projeto, já era uma solicitação muito an-tiga da população de Ubatuba e de todo o litoral. “O deputa-do Luiz Fernando tem sido um grande parceiro de nossa po-pulação, já o considero amigo de Ubatuba, ele sempre tem nos atendido”, comenta o ve-reador Rogério Frediani sobre o amigo deputado.

Página 4 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Ubatuba comemora conservação do soloe faz reflexão sobre o dia do índioUbatuba promoveu curso e

dia de campo em comemora-ção ao dia mundial da conser-vação do solo. O curso foi realizado no últi-

mo dia 26 de abril em ambiente oficina, com troca de experiên-cias entre os participantes e vi-sita de campo a uma unidade de referência agroecológica. A palestrante foi a pesquisadora Dra. Elaine Bahia Wutke, espe-cialista em adubos verdes do Instituto Agronômico de Cam-pinas. O curso também contou com a participação de agri-cultores familiares que já pu-deram experimentar o uso de adubos verdes, que relataram suas experiências.O curso falou sobre o cultivo

de adubos verdes em geral, coleta de sementes, aplicação e vantagens, retorno econô-mico e viabilidade de uso para os principais cultivos do Litoral Norte: hortaliças diversas, ba-nana e mandioca.Para o Engenheiro Agrônomo

Antônio Marchiori – Extensio-nista da CATI em Ubatuba – “O uso de adubos verdes é uma tecnologia simples e barata, adequada para utilização pela agricultura familiar. Seu uso permite a recuperação da terra de forma relativamente rápida, com o aumento da matéria or-gânica do solo. Mas para fazer uso desta tecnologia, a escolha das espécies mais adaptadas e o plantio na época adequa-da são fundamentais. Daí a importância do conhecimento e da experimentação nas pro-priedades rurais – em unidades que vão servir como referência. O clima do bioma Mata Atlân-tica no litoral paulista é muito propício para a produção de biomassa vegetal, porém é preciso saber manejar o mato” – explicou o Extensionista.

Estudo realizado pela Unidade de Pesquisa e Desenvolvimen-to de Ubatuba da APTA (Agên-cia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), com apoio de campo da CATI, verificou que, todos os herbicidas testados, em diversos tipos de solos da região, colocavam em risco de contami-nação os recursos hídricos.Por meio do Projeto Redes

de Unidades de Referência Agroecológica e do Programa de Microbacias II foram im-plantados em Ubatuba alguns campos de observação de plan-tio de adubos verdes (sete es-pécies). Depois da palestra da Dra. Elaine Wutke na Casa da Agricultura de Ubatuba, os pro-dutores visitaram um destes campos de observação, onde foram discutidas vantagens e dificuldades para o uso de adubos verdes. Quem recebeu a visita foi o produtor Caetano dos Santos, que além dos adu-bos verdes já utiliza outras prá-ticas agroecológicas.A CATI de Ubatuba participa

de dois projetos financiados pelo CNPq - além do Projeto Redes de Unidades de Refe-rência – coordenado pela pes-quisadora Silvia Rocha Moreira da APTA, também participa do

Projeto Flores Tropicais, coor-denado pelo pesquisador Car-los Castro – do IAC, onde vem se destacando o cultivo de he-licônias.Estes dois projetos foram ide-

alizados em reunião realizada com a presença do coorde-nador da CATI – o engenhei-ro agrônomo José Luiz Fortes quando em visita a Unidade de Pesquisa de Ubatuba.Os resultados obtidos até o

momento são promissores, com a crescente adoção das tecnologias agroecológicas de baixo custo preconizadas – como biofertilizantes, caldas protetoras , uso de compos-to e construção de estruturas de bambu para cultivo prote-gido de baixo custo (“estufa Ubatuba”). Além do conteúdo do curso,

os participantes também elo-giaram o desempenho da equi-pe de apoio – Regina Moscardo (foto) e Valéria Cristina Barbo-sa, que ficaram na retaguarda da realização do evento.O curso foi realizado em am-

biente de confraternização dos participantes, que puderam degustar o sabor da deliciosa mandioca amarelinha, ente ou-tros quitutes.

Dra. Elaine Wutke do IAC fala sobre adubos verdes para agricultores familiares, indígenas e quilombolas em Ubatuba

Marta Ap de Faria TanuriQuando se fala em mata, já

vem logo uma sensação de arrepio... Devem ser reflexos psicológicos dos “causos” que nossos avôs e avós contavam ao entardecer. A lenda e os contos sempre foram prática da comunidade mais antiga e repassada para os seus des-cendentes.Ainda mais que a comunida-

de atual, os “caiçaras de anti-gamente”, viviam também da caça. E assim como os demais, meu avô, Pedro Faria, pessoa vinda da cidade de Natividade da Serra, tinha esse costume. Juntava-se aos seus amigos, companheiros de roça, que ti-nham uma realidade parecida, pouca renda e muitos filhos, e iam caçar para ajudar no sus-tento da casa. E lá se metiam mata a dentro, sem medo ou receio, prontos para montar um barraco em meio a floresta e ficar por lá dias.E numa destas idas à mata,

meu avô contava um “causo” curioso que acontecera com ele certa vez. Estava ele caçando, subin-

do a mata da “Cotia”, quando olhou para o chão e encontrou um objeto curioso, pegou e analisou cuidadosamente, era uma caveira no tamanho de um polegar. Achou um tan-to estranho, uma caveira da-quele tamanho, e pensou que tipo de animal poderia ser com aparência de crânio humano? Guardou em seu bolso, e conti-nuou... Até que se viu perdido e todas as direções que tomava, não o levava a lugar nenhum. Sentia-se tonto e sem saída, o céu escurecia, e o caminho de volta ao barraco parecia cada vez mais difícil de encontrar. Aí lembrou-se da danada ca-veirinha em seu bolso, e assim percebeu: “_ É essa cabecinha aqui que tá me atrapalhando!”Assim lançou sem dúvida

aquele objeto estranho mato afora, só assim pôde voltar ao barraco antes que a noite caís-se de vez.Ao voltar pra casa, meu avô

contou esse episódio aos filhos, esposa e amigos, demonstran-do medo e suspense, reações que até então não existiam na face corajosa de Pedro Faria.

Lenda: A Caveirinha

18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 5

Região Sul é tema de programa da TV Novo TempoEMILIO CAMPI

Nos últimos dias 2 e 3 de maio, a TV Novo Tempo realizou en-trevistas e filmagens para o programa “De Passagem” que trata de curiosidades, histó-ria, esportes, paisagens, no-vidades entre outros de cada região do país e do mundo. Desta vez esteve mostrando a história da região através das Ruínas da Lagoinha, a antiga fazenda do barão João Alves da Silva Porto. Vários assuntos foram abordados pelo apre-sentador Tiago como datas, modo de vida, a construção, a crueldade com os escravos, seu funcionamento, a fábrica de vidros e muito mais. A en-trevista foi realizada com Eze-quiel dos Santos, que contou detalhes deste período. Depois foi a vez do esporte,

onde foi mostrada uma novi-dade que vem crescendo no mundo – o Stand up. Trata-se de uma modalidade de espor-te que utiliza um pranchão e um remo, na grande maioria é remado em pé. Pode-se dizer que é o bisneto da canoa. O shaper Luciano (Lú) é quem produz esta prancha por aqui. Ele já mostrou sua habilidade

e o pranchão em outras entre-vistas recebendo telefonemas e e-mails de todo o Brasil per-guntando sobre a novidade. A equipe de TV chegou até

a região por um contato re-alizado no final de 2010 por Luciano, que junto ao Jornal Maranduba organizou e rece-beu o programa. O programa é visto no canal 141 da Sky e no Vale do Paraíba, depen-dendo da região, nos canais 15, 17 e 30. Ele é exibido as quartas-feiras as 14:30 hs., com reprises aos domingos as 11 da manhã e segunda duas da tarde. Com imagens do câmera

Ricardo, mais conhecido como Avatar, o programa possui, além de uma abordagem in-teressante, imagens espeta-culares que cativa qualquer um, principalmente o público jovem.

Quem quiser saber mais sobre o programa é só acessar www.novotempo.com.br/depassa-gem e se deliciar com as expe-riências vividas pela equipe no Brasil e mundo afora. A equipe da Novo Tempo

recebeu camisetas “Eu amo

Ubatuba”, se deliciou com os quitutes preparados pelo res-taurante Petit Poá, da comer-ciante Giovana Costa, rece-bendo elogios pela qualidade. Segundo eles a idéia é voltar mais vezes para Ubatuba já que tem muita coisa para mostrar.

Motoclube inicia campanha do Agasalho

O Motoclube Dose Letal inicia sua campanha de arrecadação de roupas e cobertores. É o inicio de mais uma ação social promovida por seus associa-dos. Sob o titulo “Não importa o tamanho da sua doação – P, M ou G” muitos moradores já fizeram a sua parte. Para isto basta você entregar a doação na Adega D’Menor no bairro do Sertão da Quina com Josué.

Sessão da Câmara Municipal de Ubatuba na Região Sul Na área social da Adega

D’Menor no bairro do Sertão da Quina serão exibidas as re-prises das Sessões de Câmaras do município. A exibição será todas as terças–feiras às 19 horas e lá você poderá acom-panhar os trabalhos dos verea-dores de Ubatuba. Confira.

Página 6 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

EZEQUIEL DOS SANTOSNo ultimo dia 02 de março,

alunos da escola municipal Tiana Luiza do Araribá tiveram uma grata surpresa com a vi-sita do mestre em educação professor José Pacheco. Ele é educador na Escola da Ponte em Portugal, tem casa em Belo Horizonte - MG e nos últimos nos realizou visitas a escola do Araribá. Desta vez foi convida-do a participar de entrevista coletiva com os alunos sobre seu trabalho em Educação. Nesta visita Pacheco teve

uma conversa com os profes-sores onde levantou algumas reflexões educacionais, em ou-tro momento foi à sala de aula conversar com os alunos e de-pois a tão sonhada entrevista com os alunos. As atividades têm apoio da Secretaria Mu-nicipal de Educação, dos pais, da comunidade e dos amigos daquela escola. O convite da direção da escola ao educador ocorreu no 1º Congresso Inter-nacional de Educação e teve todo apoio de Pacheco. A entrevista foi realizada pelos

alunos Priscila, Bruna, Yasmim, Débora, Andressa, Querem, Lucas, Rafael, Victor, Rafael Machado e Marcos, todos entre oito e nove anos. As perguntas foram exclusivas dos alunos: 1- Quantos anos você tem? – 59 anos.2- Você tem filhos? – Tenho dois filhos, sendo um

adotado quando pequeno.3 – Você deu aula na Escola

da Ponte? – Sim, dei muita aula na Esco-

la da Ponte.4 – Quando você era pequeno

também fazia projeto? – não, minha escola não fazia

projeto.5 – Qual é o projeto mais difí-

cil que você já fez? – o projeto mais difícil fui eu.

Alunos da escola Tiana Luiza entrevistam educador

6 – Você também fazia proje-to na escola da Ponte? – Sim, eu fazia muitos proje-

tos.7 – Qual é o mais bacana que

você já fez? – meu projeto mais bacana foi

meu filho.8 – Como aumentar o espaço

da sala para ficar igual as Ponte? – É só abrir as portas e se co-

municar.9 – Você esta gostando da

nossa escola? – Sim.10 – Você vai continuar aju-

dando nossa escola? - Vocês querem? Então eu ve-

nho. Por e-mail o mestre lamenta

não ter tempo para ler e res-ponder as mensagens que vai recebendo. No final agradece “aos nossos meninos”. O educador português pode

se orgulhar por ter transforma-do seu sonho em realidade. Há 28 anos ele coordena a Escola da Ponte, que não se utiliza dos métodos tradicionais de ensino. A Ponte não segue um sistema baseado em seriação ou ciclos e seus professores não são res-ponsáveis por uma disciplina ou por uma turma específicas. As crianças e os adolescentes que lá estudam definem quais são suas áreas de interesse e

desenvolvem projetos de pes-quisa, tanto em grupo como individuais.O sistema tem se mostra-

do viável por pelo menos dois motivos: primeiro, porque os educadores estão abertos a mudanças; segundo, porque as famílias dos alunos apóiam e defendem a escola idealizada por Pacheco.Em entrevista a revista Nova

Escola da Editora Abril, Pache-co explica que lá não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Os estudantes podem recorrer a qualquer pro-fessor para solicitar suas res-postas. Se eles não conseguem responder, os encaminham a um especialista. Não há salas de aula, e sim

lugares onde cada aluno procu-ra pessoas, ferramentas e solu-ções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, por exemplo,

estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica e diz que quem quer inovar deve ter mais interrogações que certe-zas, finaliza Pacheco.

Assessoria Vereador OsmarNo último domingo, 08 de

maio, no bairro do Sertão da Quina, realizado pelo verea-dor Osmar aconteceu o evento “Dia das Mães Premiado”. O evento contou com vários co-merciantes e colaboradores. Cerca de 500 mães dos bairros da região sul da cidade con-correram a mais de 50 prê-mios, houve ainda mulheres homenageadas nesta data tão especial. Qualquer mãe pode-ria participar, desde que esti-vesse presente e com o cupom preenchido corretamente. Os prêmios foram doados pelos empresários e voluntários, teve desde uma simples cami-seta ou caixa de bombons até mesmo fogões, tanquinhos microondas , bicicletas ,mesa com cadeiras e muitos outros. Durante os intervalos dos

sorteios, a animação ficou por conta dos voluntários Dj’s Nenë e Chiquinha. Para a criançada presente havia pipo-ca e algodão-doce à vontade. A Polícia-Militar marcou pre-sença e garantiu a segurança

Dia das Mães Premiado

do local, onde tudo ocorreu de maneira harmoniosa. O espa-ço para a realização do evento foi gentilmente cedido pelo Sr Moisés Isaías que fica muito bem localizado no Sertão da Quina, o que facilitou o acesso das mães. Além dos sorteios, foram

contempladas também a mãe mais jovem , a mãe mais idosa e as mães que se propuseram a fazer lindas declarações em público.O vereador Osmar, bastante emocionado, tam-bém manifestou sua declara-ção publicamente e recebeu aplausos das mães e crianças presentes que o agradeceram por tal iniciativa e realização.Muitos outros trabalhos

como as do “Dia das Mães Pre-miado” serão realizados ainda este ano pelo vereador Osmar e sua assessoria e espera-se poder contar com o apoio dos comerciantes, empresários e voluntários para que cada vez mais possam acontecer ações comunitárias em nossa cidade, ainda tão carente de eventos voltados para a população.

18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 7

Associações da Regiao Sul se reúnemcom Comandante da PM de Ubatuba

Cantinho da Poesia

Wagner JoséNo último dia 5 de maio, na

Regional Sul, cerca de 70 pes-soas se reuniram para discutir com o comandante da PM de Ubatuba, Capitão PM Alexan-dre e o da Base Comunitária de Segurança da Maranduba Sar-gento PM Prado ações positivas bilaterais de apoio à segurança e melhorias a infra-estrutura do policiamento da região. Representantes de 10 associa-ções dos bairros da Tabatinga, Caçandoca, Rio da Prata, Maranduba, Sertão da Quina, Araribá, Ingá e Lagoinha parti-ciparam da reunião. Com apenas 34 dias a frente

do policiamento de Ubatuba e de forma atenciosa o co-mandante ouviu as criticas, sugestões e apoios da popu-lação nesta luta comum in-formando que vai reforçar o policiamento na região. O re-sultado prático desta reunião é o retorno do funcionamento da base comunitária 24 horas, outra medida a ser estudada é a troca de turno que passará a ser na própria base ao invés

do deslocamento dos policiais ao centro da cidade. Algumas destas associa-

ções encaminharam ofício para que o deputado estadu-al Hélio Nishimoto-PSDB in-terceda junto ao governador Geraldo Alckmin na busca de melhorias, também destacam a especial atenção de que me-rece a base da Maranduba, para que possa atender todo território de sua competência. Na oportunidade solicitaram também mais uma viatura de apoio ao sargento rondante ou Força-tática, uma viatura de ronda 24 horas e atendimento ao público 24 horas de segun-da a domingo. No documento as associações reconhecem que, diante das dificuldades e que mesmo distante do centro 35 quilômetros, a Base de Se-gurança da Maranduba é re-ferencia de segurança pública na região. Em resposta ao ofício das

associações, o deputado infor-ma que encaminhou direto a Antonio Ferreira Pinto, Secre-tario Estadual de Segurança

Pública do Estado de São Pau-lo solicitando a concretização do pedido da comunidade da região sul de Ubatuba. Como parte da responsabilidade da população em colaborar com a segurança pública, como na foram comunitária de prover segurança, qualquer cidadão pode, de qualquer lugar ligar para o 181. Cada telefonema gerará um

documento que conforme o número de ligações é enca-minhado à autoridade compe-tente. O 181 é sigiloso e for-nece um protocolo para que o cidadão possa acompanhar todo o processo. Esse serviço é igual ao do Rio de Janeiro e lá a população é responsá-vel por 60% do sucesso das ações policiais. Lá os números são categóricos em informar de que aumentou a seguran-ça da população e diminuiu o tráfico de drogas vertiginosa-mente por conta dos telefone-mas. As comunidades da re-gião agradecem ao Comando da PM pela atenção do dia da reunião.

Ajude a Polícia a proteger você. Ligue 181 (Disk Denúncia)

Um papel em brancoUm papel em branco

É uma memória que não foi escritaUm sonho de amor não realizadoUma palavra que jamais foi dita

Um papel em brancoÉ a soma de desejos proibidos

Apagados pela borracha da vidaQue fere todos os nossos sentidos

Um papel em brancoÉ só uma folha sem futuro passado ou presente

Confissão pensada, mas nunca emitidaÉ o medo de por no papel o que nos vem à mente

Um papel em brancoÉ a confissão de que a vida é nada

Momentos perdidos no tempo e no espaçoSimples passagem que não foi marcada

Um papel em brancoÉ o silêncio de quem nada sente

Que passou pela vida como por encantoE por aqui não deixou sequer uma semente

Manoel Del Valle Neto

Minha RainhaMinha Rainha

Tu não imaginas quanto carinhoQue sinto por ti

Minha deusa aprendiQue no teu lado

Sempre soube, fui amado.

Mamãe, enquanto Deus me honrarMe honrar a vida

Irei sempre te amar.

Minha queridaMeu amor por ti é tanto

Que as vezes me pego em prantoRecordando momentos incríveis

Que passamos juntosPuro encanto.

Minha princesaNunca esquecerei

Da tua doçura, da tua beleza, dos teus anseiosDos teus beijos

De teus abraços meigosDe seu amor por mim

Mamãe EU TE AMO tanto, tanto, tanto....

Wellington Gomes de Oliveira

Página 8 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Fazenda Morcego: beleza natural construída por mãos escravas

Local servia para desembarque de produtos e mantimentos. Também utilizado no tráfico de escravos.

EZEQUIEL DOS SANTOSApós quase uma hora de ca-

minhada por uma trilha ou cinqüenta minutos de barco, existe um lugar que, além da história de luta, sofrimento e sobrevivência, esconde uma beleza espetacular. É o Saco do Morcego, parte da antiga Fa-zenda Morcego. Com provas físicas que sobrevi-

veram a uma fase triste de nossa história, o local abriga particula-ridades que só existe por estas bandas. Ao adentrar no local é possível avistar o que sobrou da produção de duas épocas - a es-crava e o antigo bairro. Um pouco a frente o Rio Inha-

me, somada ao Rio da Bomba e mais dois outros riachos for-mam um só que deságua gra-ciosamente em forma de véu de noiva, deslizando suave e continuadamente sobre a pedra da costeira caindo no mar. Às vezes parece que é a água do mar que sobe suavemente com suas espumas sobre a pedra. Beleza em forma de parceria que enche os olhos até mes-mo de moradores acostumados com o local. Muita gente pode não acredi-

tar, mais se trata da mais pura beleza divina, com um toque humano. O riacho que hoje é raso já foi local de banho por-que quando fundo, havia uma “pinguela” de madeira para sua travessia. Do outro lado ruínas, que são a prova real que for-mam os vestígios do porque o local é chão quilombola. A Mata Atlântica vem cobrindo

e encobrindo vestígios da histó-ria da formação de nosso povo. O local realmente é uma pintu-ra divina, daquelas que existe apenas uma cópia e que seus guardiões a protegem muito bem. Em meio à semeadura natural

é possível avistar mexeriquei-ras, jaqueiras, laranjeiras, ba-naneiras, araçazeiros, ameixei-ras, cambucaeiros, mamoeiros, goiabeiras entre outros “eiros” e “eiras” da época do cultivo familiar. É tanta fruta que o cheiro do local é doce, sabo-roso, principalmente quando se mistura com outros aromas da natureza. À frente, a ense-ada do lugar é boa para pesca artesanal, mas também para contemplação, foto, pintura, um verdadeiro relax para alma e para o corpo. Os sons produzidos pela natu-

reza do local esvaziam a nossa mente das porcarias cotidianas e nos dão uma nova recarga. O ar maresiado pelo sal das águas desintoxica nossos pulmões energizando nossa capacidade aeróbica. Na realidade o local é um excelente terapeuta, psi-cólogo, analista, companheiro, amigo. No dia das fotos a equipe do

Jornal Maranduba News foi agraciada com a visão de um bando de botos. Tartarugas também vieram a nosso en-contro. Todas perto da praia de

pedras da qual formam o funil desta enseada. Lá a profundi-dade é de aproximadamente seis metros, as plantas quase

chegam ao mar. Triste mesmo é a quantidade de lixo que aco-moda na praia de pedras trazi-das de outros lugares. É o lixo

urbano invadindo o paraíso e não é de agora, há muitas dé-cadas isso acontece. Como diz os antigos: “Uma judieira!”

Fotos: Ezequiel dos Santos

Cachoeira desagua no mar através da costeira, oferecendo um visual inédito. Ao fundo a vista de Ilhabela completa o visual.

18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 9

Local ainda guarda grandes mistérios do passadoEZEQUIEL DOS SANTOSO local mantém as estruturas

da antiga fazenda a beira mar. É possível subir os degraus de pe-dra que outrora fora dos barões, ao fundo os antigos pilares de sustentação, ao lado uma caixa de pedra no chão que mais lem-bra uma piscina, caixa de água ou algo semelhante. Esta caixa é rodeada de muitas especula-ções sombrias sobre o trato aos negros na localidade. Ao fundo, para segurar o barranco um muro de pedra que vai “fora a fora” de um lado para o outro. Uma pedra redonda com furos no meio era utilizada como parte de uma moenda. De todo o lado marcas no chão da casa grande. Isto é só o que podemos ver. Em seu solo muita coisa foi enterra-da e ainda trata-se de um gran-de mistério. No local ainda existe uma casa

antiga bem menor do que foi a casa de um barão. Falo da casa de Benedicto Antunes de Sá, 69, mais conhecido como “Ditinho Antunes”, nascido na localidade. Em 1964, por conta da ocasião de seu casamento construiu a casa no terreiro do barão e em 1966 fez de lá sua morada. Na época o local era de seu pai

Luiz Antunes de Sá que possuía grandes roças, principalmente bananais. Ele nos conta que o lugar tinha muito mais pilares. Quando abriu roça para o sus-tento da família descobriu muita coisa enterrada, vigas de pedra, pedaços de ferro, correntes. O mais estranho foi quando

resolveu mexer num circulo de pedra enterrado no chão. Conta--nos que foi tirando as pedras até que chegou numa peça única que parecia uma tampa de aço, com um pedaço de madeira ba-teu naquilo que fazia realmen-te o som de alguma coisa feito também de aço. Deixou lá para

mexer outro dia e nunca mais foi ver do que realmente se tratava. “Tem muita coisa lá enterrada e nunca descobriremos o que é!”, comenta Ditinho. Existe um es-paço entre o degrau e a pedra pro mar que o pai dele planta-

va feijão. Eles chegaram a tirar algas marinhas para mandar ao Japão. Nos bananais do seu pai trabalhavam os camaradas João da Mata, Geraldo Benedito e Dorvalino que davam um duro danado para seu ganha pão.

Ao lado pela costeira existe um local chamado “Cavalo Grande”. São pelos menos setecentos metros de costeira em forma de uma única pedra que tem a for-ma de uma ferradura de cavalo até o mar, que vai até o canto da

Cutia. Hoje se vê de outra for-ma, mas em sua época a lida do dia-a-dia era muito dura. Seu Ditinho nos conta que a

dureza era tanta que as pes-soas que lá moravam eram o mesmo que desbravadores, que tinham de enfrentar as incerte-zas da vida, muitos morriam no caminho, no mar, em casa, nas caçadas. “Naquela época tudo o povo sabia fazer, o meio am-biente não tratava trabalhador como vagabundo, como bandi-do, como marginal”. Dos entre-vistados, foi comentário unâni-me de quem conheceu nossas regiões e respeitou a cultura litorânea profundamente.

Construções em pedra mostram a grandeza que já foi o local de antiga fazenda de cana de açucar.

Página 10 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Região Sul chora a morte de morador tradicionalFaleceu na manhã do último dia 9, de complicações cardí-acas, o morador Benedito Ma-noel dos Santos de 81 anos. Benedito é carinhosamente conhecido como Seu Kito e neto de um dos fundadores do Sertão da Quina. Ele deixa esposa, nove filhos, irmãos, dezenas de netos e centenas de amigos. Homem inteligente, de fácil entendimento, era humilde, calmo, conversador, sempre reconhecido por seu sorriso farto e brincadeiras sadias com adultos e crianças. Ele foi um dos últimos desbravadores da região. Trabalhou na Fazenda dos Ingleses, na construção da rodovia Rio-Santos, na son-dagem de nossas matas para a construção da represa de Paraibuna, na construção da Casa de Emaús e em muitos mutirões para abrir estradas. Seu Kito foi um dos maio-res colabores do Jornal Maranduba e dos levantamen-tos históricos, antropológicos e culturais de nossa região. Foi peça fundamental para a produção do DVD sobre o acontecimento de 1915-1917 que trata do aparecimento da Imaculada neste solo. Homem que começou a vida trabalhando na roça e caçan-do para buscar o sustento da família. Desde cedo aprendeu a lutar pela sobrevivência e foi com este fundamento que construiu uma bela família, que agora, com os demais, chora a perda de seu patriar-ca. Foi sempre colaborador dos “compadres” e “coma-dres” para tudo. Pessoa que deixa saudades e um vasto etnoconhecimento sobre nossa terra, ar, mata e mar. Não havia um pedaço de chão que ele não conhecesse,

eram fartas as suas histórias sobre qualquer coisa, desde os bananais em Santos aos pescadores do Cambury, pas-sando pela previsão do tempo chegando ao nome de cada lugar que lhe era mostrado. Esta perda foi reconhecida pela Câmara Municipal de Ubatuba através de Moção de Pesar aprovado pelos verea-

dores presentes e entregue aos familiares de Seu Kito. A família neste momento de dor agradece toda a manifes-tação de carinho, apoio e soli-dariedade que recebeu. A co-munidade se despede de mais um ícone do patrimônio das tradições do litoral brasileiro, que merece as mais sinceras homenagens.

18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 11

Mamãe e as receitasantigas para viver em paz

Maranduba tem “Trenzinho Caiçara”

Cristina Ap. OliveiraSempre gostei das receitas an-

tigas de minha mãe. Ela tinha receita para quase tudo e algu-mas na verdade eram de sua autoria. A que eu mais utilizo é o da paciência. Ela dizia que para paciência o melhor remé-dio é ocupar as mãos, só assim você controla a mente, ativa o cérebro. Tente se concentra nas contas do terço, tenho certeza que esquecerá de pensar bes-teiras... Minha mãe dizia que o melhor

alimento é aquele que se come em paz. Então não era permiti-do chorar pelo leite derramado, nem se desesperar por meia cuia de farinha. Receita tem sempre um segre-

dinho, mesmo que ele não exis-ta de fato. Minha mãe sempre dizia que segredo a gente não revela nem sobre tortura, só quando é troca de informação. Não quer as contas do terço,

então tente colher um muda de planta e transportá-la para o solo, regue e acompanhe o seu crescimento, já é uma boa tera-pia. Será que não é a planta que vai acompanhar seu desenvolvi-mento, seu crescimento? Vocês devem pensar que sou

louca, mas o que minha mãe queria dizer com tudo isto? Simples, a melhor receita, seja de quem for sempre funciona-

rá, tente misturar um pouco de otimismo e nunca, nunca mes-mo procurar pelos segredinhos. Procurar eles fará você um es-cravo dos pensamentos dos ou-tros, você se corroerá por nada as vezes. Valerá a pena? Lembro-me que a receita

mais antiga de minha mãe era a confiança em Deus e acredi-te esta receita era sempre na medida certa, em quantidade de rendimento para a toda a família. É isso aí! Meu recado é que nunca procure por receitas mágicas para viver, senão você vive para as receitas que o le-vam ao fundo da panela. Na simplicidade da vida de

nossos pais havia muita sabe-doria, muitas receitas na me-dida certa. E seu cardápio de receitas como anda? Sem medi-das, sem sabor, sem crescimen-to, sem graça? Não tente por a culpa em alguém. Diz o ditado que quanto mais se bate mais cresce o bolo. Embora pareça uma receita sem medidas, ela é a ideal para você. Cresça e viva em paz.

De iniciativa do empresário Hugo Churros em parceria com a jovem turismóloga Caru Lemos e do motorista Téo (alemão) foi apresentado à comunidade ligada ao turismo o Trenzinho Caiçara. Esta modalidade agradou a todos, já que se trata de um dispositivo muito interessan-te e diferenciado na hora de mostrar os pontos turísticos da região. A prova de batismo foi no úl-timo feriado de Semana San-ta na Maranduba e o resul-tado foi positivo, segundo os organizadores. Como algo que se move e chama a atenção ele também está a disposição para loca-ção de propagandas, even-tos, igrejas, festas e escolas. No último feriado o trenzinho realizou três roteiros básicos: Cachoeiras do Sertão da Qui-na, na qual mostrou as bele-zas naturais, passeios notur-

nos mostrando a orla e Ruínas da Lagoinha, enriquecendo os grupos de estudos com pontos de interesse histórico-cultural e antropológico. A comunidade aprovou a idéia já que serviu de ponto de refe-rencia na mostra das atrações turísticas, históricas e culturais

de que a região sul dispõe. Quem andou no trenzinho aprovou a idéia e pretende voltar para outros passeios. Contatos podem ser realizados pelo e-mail [email protected] ou pelos telefo-nes 9766-6762 com Hugo ou 9168-7933 com Caru.

Em entrevista a Benedicto Antunes de Sá, 69 - Ditinho Antunes, aproveitamos para perguntar se ele lembrava dos moradores que se encontra-vam no decorrer da trilha da Caçandoca até a Praia da Fi-gueira. Sua lembrança nos dá uma lista de nomes, pelo me-nos os mais antigos ou o equi-valente a lembrança de sua juventude. Eram eles: Bito (Benedito)

Estevão, Abel, Jonas, Pedro Germano, Benjamim, Sudário, Claudiano, Bito Domingos, Ce-lestino, João Antunes, Leocá-dio, Antonio Eduardo, Durva-lino, Leopoldo Felipe, Nelson, João Giraud, Olávio, Orino, João da Mata (pai e filho), Pu-reza, Bazilio, Valter Zacarias, Miquelina, Benedito da Mata, Olívio, Erundino Gabriel, João Gabriel, Mané João, Benedito Marcolino, Ezidia, Bito Gabriel, João Gabriel, Rozário, Maria Rozário, Anastácia Rozaria, Ju-lio, Caetano, José Alexandre, Dito Juvenal (pai e filho), Luiz Antunes de Sá, João Lopes Guimarães, Benedito Antunes

Moradores antigos ao longo da trilha Caçandoca/Figueira

de Sá, Januário Antunes de Sá, Gregório, Anastácio, Teófilo, Benedito Araújo, Adelino Araú-jo, Paulo Custódio, Virgino Cus-tódio, Manoel Lourenço, Bene-dito Antonio, Luiz Januário (pai e filho), Emídia, Antonio Barra Seca, Benedito João, Paulino, Manoel Eduardo, Horácio, Se-bastião, Ambrósio, Aristeu, Gi-rinaldo, Jacinta, Ernesto, Aristi-des, Jacinta, Ernesto, Aristides, Roque e Francisco. Fora os vá-rios nomes que são lembrados por outros moradores da sua

faixa de idade.São moradores que tanto es-

tavam à beira do mar, do ca-minho ou no cerro do morro. Por várias décadas este foi o lugar que mais tinham mo-radores na região. Era tanta gente que proporcionalmente tinha mais pessoas que quase todos os bairros da região sul de Ubatuba. Muitos que nós encontramos hoje descendem dos nomes acima relaciona-dos e tem ligação direta com o quilombo lá existente.

Página 12 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Gente da nossa história: Frei Vitório Infantino - O homem das obras sociais e religiosasMarlene Isaias Amorim Á quem diga que não deve-

mos recordar coisas passadas porque corremos o risco de perder o momento presente.Toda experiência positiva ou

negativa que fizemos na vida só serviram para nosso ama-durecimento; agora quando uma experiência do passado só nos trouxe alegrias porque não revivê-las. Quero aqui reviver junto com

outros que fizeram esta mes-ma experiência – a de uma fase muito boa que a igreja do litoral norte viveu. Foi em 1976, através de uma pessoa muito especial, frei Vitório In-fantino. De família cristã, Vitório nas-

ceu na Itália em Tricárico, região sofrida com a conse-qüência da guerra. Ele ainda jovem se apaixonou pelo ideal de vida de Francisco de Assis entrando na Ordem Francisca-na dos Frades Menores Con-ventuais.Homem de Deus experimen-

tado na oração e na fé, pro-fundo conhecedor da pessoa humana chegou ao Brasil em l966 em Santo André. Daí foi para Caçapava em 1967 até 1972 deixando sua marca. Lá construiu a Casa Kolb, em ho-menagem ao irmão francisca-no que deu sua vida no campo de concentração dos nazistas.Ajudou a concretizar o sonho do Conviver: uma casa que acolhe crianças especiais, a ter sede própria no terreno doado pela Prefeitura de Ca-çapava no Recanto Esperança.Obedecendo a seu superior

veio para Ubatuba assumir a Paróquia Exaltação de Santa Cruz e Paróquia Santo Antonio em Caraguatatuba.Seu trabalho pastoral era

anunciar a Boa Nova do reino de maneira apaixonante com

o desafio da pratica em nosso dia a dia. Quando o ouvi pela primeira vez parecia conhecer meus dezessete anos vividos.Foi ele o pioneiro idealizador

da construção da casa de Emaús no Sertão da Quina, onde se tornou na época, centro de espiritualidade do litoral norte e algumas cidades do vale do Paraíba como Caçapava, Taubaté e São José dos Campos.O nome Emaús era provi-

dencial, pois o nosso cora-ção ardia quando ele nos falava: construção simples, ampla e acolhedora uma ca-pela de pedra inspirada na espiritualidade de Francisco. Belíssima!Vivemos ali intensas expe-

riências de oração, silêncio, encontros conosco e com Deus através do retiros de jovens, cursilhos de cristanda-de, retiros de férias, ultréias, etc...Formou-se ao redor do anún-

cio uma vivencia da comuni-dade cristã onde o amor, a verdade, o respeito a partilha eram valores vivenciados e ali,

homens, mulheres ,crianças , delegado, Juiz de Direito, pro-fessores formavam uma Fa-mília de Profunda Comunhão.A meus pais e a ele devo mi-

nha formação cristã e a minha minguada fé.Vivemos mo-mentos belíssimos de nossa juventude na descoberta de um sentido para a vida .Hoje, aguardamos ansiosos

a reconstrução da casa de Emaús e o retorno de suas atividades no local previsto na

profecia de Maria. Tudo atra-vés de fatos vividos pela co-munidade, trazendo um livro de historias acompanhamos com grande alegria outra faze

esperando tudo que ainda irá acontecer.Ele também fez outras

obras como o Lar Vicentino em Ubatuba, o Conviver em Caçapava, muito importan-tes à comunidade. Em 1986 cria o CEPC , uma entidade filantrópica sem fins lucrati-vos que atende mães com filhos com as mais variadas necessidades especiais. Sem querer, no topo da

Serra do Quebra Cangalha, quase na divisa entre Jam-beiro e Caçapava, o frei des-cobriu um micro-clima seco idêntico ao da regiao da Itá-lia onde nasceu. Á começou

a produzir uvas e posterior-mente um vinho de excelente qualidade. Mas sua maior obra foi e é a de edificar em cada pessoa humana o senti-do novo de viver.Como mãe, esposa e pes-

soa cristã sinto que hoje falta aos jovens, crianças, homens

e mulheres uma experiência mais profunda do absoluto de Deus, onde tudo deixamos para alcançar aquele que é nosso maior tesouro (a pes-soa de Jesus) tudo o mais será conseqüência.Ao nosso querido frei hoje

com73 anos vem lutando com sua doença, porém fortalecido da vontade de viver e viver por amor. O nosso amor, res-peito, agradecimento pela sua vida consumida pela igreja por onde passou.Em 20/08/2009 recebeu das

mãos da vereadora Reinalma Montalvão o titulo de cida-dão Caçapavense. O evento contou com várias autorida-des locais e regionais, contou também com a presença do Abade Mathias Tolentino Bra-ga do Mosteiro de São Bento.Vitório é o fundador do Hos-

pital São Francisco em Jacareí que hoje continua sendo uma extensão de ajuda aos pacien-tes do litoral norte, pois ainda somos carentes de tudo prin-cipalmente no setor saúde.Quem quiser visitá-lo pode

chegar até a comunidade que se reúne no sitio em Jambeiro para rezar e conviver com este homem tão querido e que se deixa conduzir por Deus.

Frei Vitório realiza celebração após inauguração da Casa de Emaús no final da década de 70

Jornal Maranduba News

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18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 13

Tecnologia nipo-caiçara no Saco das BananasEZEQUIEL DOS SANTOSNo saco das Bananas, em

1977, o quilombola Domingos Crispim dos Santos, vinha, em quase uma hora de caminha-da, trazendo nas costas a sua casa uma novidade, era uma TV Philco-Ford preto e branco de 14 polegadas toda em ma-deira. Era tudo para ver o lendá-

rio Rui Rei, da Ponte Preta, jogar. Era ligada a uma ba-teria que era carregada em Caraguatatuba num posto de combustível. O carregamento levava quatro dias. Quando ia com a bateria voltava com compras para casa pela mes-ma trilha. Depois teve um mo-tor a gasolina, depois uma a diesel e nestas últimas duas décadas tentou fazer um ge-rador a água. Neste tempo gastava dois botijões de gás por mês só com a geladeira. Sofrimento até que os pes-

quisadores Mário Kawano (PUC-FEI-SP), Douglas Cas-siano (UNIFESP), Henrique Senna (IPEN) e Roque Senna (IPEN) vieram realizar um es-tudo para outra pessoa, como não o encontraram, foram a casa de Domingos que estava com Elias do Gregório. O projeto denominado de

Micro Central Hidrelétrica é considerado um achado pelo quilombola, que hoje sorrindo, nos revela que tem a esperan-ça de que a família passe mais tempo por lá. O morador é um homem inteligente, simples, trabalhador, educado, sorri-dente e acolhedor. Tanta qua-

lidade é de fácil entendimen-to quando vemos a placa ao lado de sua porta de entrada: “Aqui tem gente feliz”. Ainda regado a música caipi-

ra de raiz, o local denominado Sitio São Lourenço não mudou muito desde o nascimento e a criação do morador. Ao lado ainda é possível ver o que restou da casa de seus pais, Januário Antunes de Sá e Laura Crispim dos Santos.

O sitio possui dois mil pés de bananas, além de centenas de outras frutas. Atrás da casa “descansa em paz” agora o motor a diesel. A central elétrica ocupa um

espaço de 1,5 metros qua-drados e por enquanto “toca energia” para uma TV de LCD, 1 receptor, 1 geladeira, 2 Dvds, 2 rádios, 1 radio VHF, 1 sanduicheira, 1 maquina de lavar, 1 parabólica, tomadas e

lâmpadas a vontade. Quase sem ruídos o mecanis-

mo utiliza uma Micro Turbina Pelton, 180 metros de man-gueira de duas polegadas re-duzindo para dois milímetros, produzindo um jato de água que pode facilmente cortar a mão de uma pessoa. A água utilizada retorna ao riacho. Para os pesquisadores a

idéia foi estimular a utilização de hidroeletricidade, nestas circunstâncias, parece a me-lhor alternativa para combi-nar preservação ambiental e um mínimo de conforto para as populações residentes. Do-mingos nos conta que grande parte dos materiais ela já pos-suía e que uma usina destas, completa, sai na média por R$ 10 mil reais. Barato se consi-derar o custo/beneficio, já que não precisa pagar a conces-sionário todo mês, a distancia da residência e a facilidade de manutenção. O morador por possuir gran-

de parte do material pagou um décimo do valor. Parabéns ao quilombola Domingos, 61 anos, membro da Associação do Quilombo Caçandoquinha cerne do lugar que hoje colhe os frutos da persistência, paci-ência e esperança. Bom mesmo é acompanhá-

-lo na contemplação do ama-nhecer e do entardecer do dia naquele pedaço de paraíso, sentado a soleira da porta es-corada por um osso de baleia, ouvindo os sons da natureza e agora, ao invés do “Zé Bétio”, o noticiário das oito em Full HD.

Domingos e sua LCD Full HD: tecnologia de ponta no quilombo

Gerador movido a água abastece eletrodomésticos da família Toda energia é armazenada em baterias que suprem a casa

Página 14 Jornal MARANDUBA News 18 Maio 2011

Piedosa União Filhas de Maria: as filhas da verdadeira virtudeEZEQUIEL DOS SANTOS Na época em que não havia

fé através do 0800, do e-mail, boleto bancário, show busi-ness ou megaeventos, um grupos de jovens mulheres faziam toda a diferença. Eram as Filhas de Maria - Piedosa (Pia) União das Filhas de Ma-ria da região.Esta União teve sua origem

da Ordem dos Cônegos re-gulares, no século XII, que o beato Pedro de Honestis insti-tuiu na igreja de Santa Maria do Porto, em Ravena. A Pia que, além da santa medalha pendente do pescoço, tra-ziam à cintura uma faixa azul. Eram meninas que depois da catequese ingressavam nes-ta congregação, outras con-quistavam o título por conta do seu fervor e devoção. Por aqui depois que casavam passavam para o Apostolado Coração de Jesus. Religiosos e especialistas apontam as Filhas de Maria como a mais saudável e santa das institui-ções religiosas, haja vista a difusão de suas doces mensa-gens aos humildes de coração e a atitude mariana aplicada no cotidiano sem exageros.No Brasil sua primeira asso-

ciação foi organizada em Mi-nas Gerais ano de 1853, du-rante o governo episcopal de Dom Antônio Ferreira Viçoso. Por aqui, foi logo depois das

cinco aparições da Imaculada na região. Este “ajuntamen-to de jovens mulheres” ficou logo conhecido pelos cogno-mes de “A Piedosa” ou a “A Pia” devido à sua extrema devoção. Diferente de fana-tismo elas demonstravam de forma equilibrada suas inten-ções tanto na prática quanto na teoria. As filhas tinham regras de

convivência religiosa, comu-nitaria e familiar a serem se-guidas por vontade própria. Elas constituiram por várias décadas os pilares da verda-deira fé a serem seguidas até serem substituidas por uma fé “enlatada” e paga.Elas não levavam uma vida

de freira, mas sim de uma donzela, que saiba viver sem exageros. Podiam se vestir

conforme suas condições, ir ao cinema, aos teatros, bate--pé desde que se comportas-sem com descencia dentro de um exemplo mariano. Uma Filha de Maria vivia com o in-tuito de garantir um cotidiano honrado a si e a sua familia. Eram devotas também de suas obrigações como filha, esposa-mulher, mãe, avó, amiga e companheira para to-das as horas. Entre os anos de 1875 e

1948 esta organização al-cançou 117 associações e 11.623 filiadas. Pesquisadoras apontam as Filhas de Maria constituídas como ambientes de preparação espiritual de jovens para serem guardiãs da moral e da religião sem perder o pé na terra em que vivem.Num regulamento de 14

itens, muitos ainda estão bem atuais como o combate a ocio-sidade, a pratica da caridade, levantar-se cedo, meditação

ao menos um quarto de hora de cada dia, amar o trabalho, não se esquecer do Mês de Maria em honra da Rainha do Céu entre outros. Em muitos lugares as con-

gregações femininas viraram escolas organizadas. Na déca-da de 1950, correspondiam a 50% das escolas privadas do país e o número de educandá-rios ligados às ordens religio-sas era maior que as escolas públicas. Em nossa região podemos

citar alguns nomes como Orzí-lia, Luzia Epifania, Gertrudes, Maria das Graças, Catarina,

Maria e Benedita (filhas do Jorge da Mata), Tiana Pedro, Tia Óta, dentre muitas outras que passaram sem saber por um processo pedagógico-ca-tequético-espiritual da escola de Maria.Domingo a tarde elas se jun-

tavam para rezar o Ofício a Nossa Senhora das Graças, participavam de todas as pro-cissões, das missas, dos casa-mentos. Tudo sem esquecer o esposo, os filhos, seus afaze-res, a sua família. Nada que tirassem sua liberdade, era dedicação espiritual e prática a ponto de se fundirem e dar bons e saudáveis exemplos. As meninas que estavam na

catequese possuíam a “cruza-da infantil”, que tinha uma fita amarela, quando terminavam a catequese recebiam a fita azul em dia especifico em ritual re-ligioso com o cântico “Dos teus cruzados aqui reunidos...”, só então passavam para a Piedo-sa. Era um dia de festa, de lá-grimas de felicidade. O Diploma de Admissão era

conferido a nova congrega-da. Por trás deste documento simples havia toda uma his-tória de luta, fé, humildade, coragem e dedicação. Docu-mento este que não pode-ria ser comprado, forjado ou adulterado. Diferente de hoje, naquele período era na pratica que se sabia quem era quem, tanto na fé como na vida real sem fanatismo e muito menos sem exagero, como pregou a Virtuosa que aqui esteve en-tre 1915 e 1917 dizendo que era tudo para Jesus e nada sem Maria, quando não, peça a Mãe que o Filho atenderá, mas não na TV, na sua comu-nidade, na vida real através dos calos feitos pelos rosários e pelo carinho que as Piedo-sas sabiam oferecer.

Diploma de Admissão de uma Piedosa

Túnel do Tempo 18 Maio 2011 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Encontro de Mulheres na Casa de Emaús, no Sertão da Quina

1978

1988Já foi um grande seresteiro

1994 1975Modelito verde-amarelo caía bem Abraço sertanejo para a foto

2010Bairro protegido por Lei Federal...

Vale a Pena Ver de Novo: Sinha Moça e Irmãos Coragem no S. Quina

2010 2010

O Barão do açúcar e da garapa

20082005Artesã consegue prender atenção de crianças interessadas em cestaria

Seu Kito com “cabaça” misturando farinha no “cocho”2002

“Bitirão” de reboco na capela do Araribá1995

Há vários séculos, em tem-pos de guerras e conquistas, havia um rei que causava es-panto pela forma que tratava os prisioneiros de guerra. Ele não os matava ou torturava, mas levava-os a uma grande sala onde num canto havia um grupo de arqueiros, e em outro canto uma imensa porta de ferro, na qual haviam figu-ras de caveiras cobertas por sangue.Nesta sala ele os fazia ficar

encostados na parede, e lhes dizia:- Senhores, vocês podem es-

colher: serem meus escravos, tentar fugir e morrer pelas flechas de meus arqueiros, ou passar por aquela porta.A maioria dos prisioneiros

escolhia a escravidão, outros tentavam fugir e eram mor-tos pelos arqueiros, porém, nunca, qualquer um deles es-colheu passar pela porta de ferro.Ao término de uma das guer-

ras, um soldado que por muito tempo servira o rei, lhe disse:- Senhor, posso lhe fazer

A escolha é sempre nossa

uma pergunta?- Diga, soldado.- O que há de tão assustador

atrás daquela porta?- Abra e veja – respondeu o rei.O soldado então abre a gran-

de porta vagarosamente, e percebe que à medida que o faz, raios de sol vão adentran-do e clareando o ambiente, e que quando aberta, levaria os prisioneiros à liberdade.O soldado admirado, apenas

olha para o rei que diz:- Não se espante soldado;

assim como Deus faz conosco, eu dava a eles o livre arbítrio para escolherem o que que-riam para suas vidas, e muitos preferiam ser escravos ou até mesmo morrer, a arriscar abrir a porta.O texto fala por si mesmo;

apenas reflita sobre isso: O Ser humano não morre quan-do para de respirar, mas quan-do deixa de sonhar. Melhor é lamentar o que se fez, do que se arrepender por nunca ter tentado.Tenha um excelente dia com

Cristo.