Relações Interpessoais De Atracção

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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DO FUNDÃO DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Psicologia – A 11º Ano - Turma: AS

As relações interpessoais de atracção e de agressão

As relações interpessoais de atracção e de agressão

A atracção• A atracção interpessoal expressa o desejo de estarmos

com determinadas pessoas. Depende da avaliação cognitiva e afectiva que fazemos delas. A atracção interpessoal depende de factores como a familiaridade, proximidade, semelhança, complementaridade, reciprocidade, qualidades dos outros e atractividade.

A agressividade• A agressividade é uma disposição inata para a

sobrevivência onde se relacionam construção e destruição. Existem duas formas básicas de agressividade, a dinâmica, que nos permite desenvolver e criar, e a estática, que tem por objectivo provocar danos no ambiente ou em alguém.

Os comportamentos agressivos

Os comportamentos agressivos podem ser desencadeados por:

• factores situacionais, como frustrações, insultos, competição, sofrimento, violação de normas ou factores de clima. Ou por:

• factores de predisposição, como as variáveis biológicas, a personalidade, o apelo à violência ou por padrões culturais.

A atracção• A atracção refere-se a uma atitude ou emoção positiva

em relação a outras pessoas e que nos leva a aproximar-nos e a procurar a sua companhia. Naturalmente que há diferenças entre a atracção existente entre pais e filhos, entre amantes apaixonados, entre colegas de trabalho ou de turma, ou entre amigos inseparáveis. Mas, em todos os exemplos citados, podemos falar de atracção, isto é, de uma "orientação avaliativa" (do indivíduo A em relação ao indivíduo B) e, portanto, de uma atitude de preferência relacional.

Enquanto atitude, a atracção é constituída por três dimensões:

• A dimensão cognitiva - o indivíduo A avalia positivamente o indivíduo B.

• A dimensão afectiva - o indivíduo A experimenta, na interacção com B, um conjunto de emoções e sentimentos positivos.

• A dimensão comportamental - A desenvolve um conjunto de acções que objectivamente o aproximam de e/ou favorecem B.

É esta força atractiva que nos faz aproximar uns dos outros e constituirmo-nos em pares.

A dinâmica da atracção: quais os factores que nos aproximam?

• As pessoas não partilham conversas, amizades e amor com qualquer pessoa. As investigações mostram que tendemos a gostar das pessoas em função de certos factores como o contacto frequente, a proximidade física, as semelhanças connosco, o facto de nos completarem, de gostarem de nós, de serem agradáveis, competentes e fisicamente atractivas.

A dinâmica da atracção: quais os factores que nos aproximam?

• Um dos factores, básico e subjacente a todos os outros, é o motivo de afiliação, isto é, a necessidade de estarmos próximos dos outros e de obtermos satisfação e suporte emocional.

A dinâmica da atracção: quais os factores que nos aproximam?

• A familiaridade é um factor importante da atracção interpessoal.

• O convívio frequente com uma pessoa pode aumentar a atracção por ela. Experiências revelaram que, quanto mais vezes os sujeitos viam um rosto, mais diziam que gostavam dele e mais consideravam possível gostar da pessoa fotografada. Outras experiências revelaram que as pessoas preferem as letras do seu nome entre as do alfabeto. Este princípio da "exposição repetida" é explorado pela publicidade, que expõe repetidamente um dado produto para influenciar as nossas compras ou um dado candidato para influenciar o nosso voto.

A dinâmica da atracção: quais os factores que nos aproximam?

• A atracção entre duas pessoas depende da respectiva proximidade física. Este factor aumenta a probabilidade de que o primeiro contacto ocorra. Já reparou como se fazem amizades na escola? Muitas vezes, tornamo-nos amigos da pessoa sentada ao nosso lado durante a primeira aula, apesar de não a conhecermos anteriormente e apesar de não sabermos se temos afinidades com ela.

preferências relacionais

• Além dos factores já citados, há outros elementos responsáveis pelas "preferências relacionais" da generalidade dos fenómenos de atracção, como a beleza física, as semelhanças interpessoais e as avaliações positivas.

• A beleza física exerce efeitos positivos sobre a atracção, apesar de os padrões de beleza apresentarem uma grande variabilidade histórica e uma relatividade cultural bastante acentuada.

A atractividade

• A atractividade não é um dado absoluto. Há grande variedade de opiniões sobre o que constitui beleza em diferentes culturas, bem como, na mesma cultura, ao longo das épocas. Em abstracto, preferimos a pessoa com aparência física mais agradável e os efeitos desta atracção mostram-se consistentes através das idades, dos sexos e das categorias socioeconómicas.

• Assim, os indivíduos tendem a estabelecer relações amorosas ou a casar com aqueles cujo grau de beleza física é relativamente próximo do seu, a não ser que existam mecanismos compensatórios;

por exemplo, as assimetrias de beleza são compensadas por assimetrias, de sinal contrário, ao nível do estatuto socioeconómico ou das próprias características de personalidade.

• Haverá algum fundamento de verdade no estereótipo de que "o bonito é bom"?

• As investigações mostram que pessoas atraentes não são nem mais nem menos capazes, tanto do ponto de vista social, académico ou profissional. São, contudo, mais confiantes socialmente, em resultado das "profecias de auto-realização": todos esperam que tenham mais êxito e isso acaba por dar-lhes mais autoconfiança, o que lhes facilita os contactos sociais e lhes desenvolve as habilidades sociais. Os que se sentem inseguros isolam-se mais e as suas habilidades sociais atrofiam-se.

• O factor das semelhanças interpessoais não se situa no plano individual, mas ao nível da própria relação. Assim, temos tendência a estabelecer relações de amizade e de amor com pessoas que partilham os mesmos interesses, atitudes, opiniões, crenças, traços de personalidade, competências cognitivas e socioemocionais.

• Mas, mais do que a semelhança de personalidades, os psicólogos descobriram que o que atrai as pessoas são as semelhanças de atitudes.

• Num estudo com trinta grupos tribais africanos, verificou-se que, quando uma tribo era percepcionada como tendo atitudes muito diferentes, o contacto social era evitado, mas, se eram percepcionadas como semelhantes, o contacto íntimo era possível. Assim, não surpreende que a semelhança de valores esteja também associada com o gostar.

• Também são importantes as semelhanças étnicas, religiosas, políticas, classe social, instrução e idade.

Porque é que a semelhança é tão importante na

atracção entre pessoas? • Certos autores destacam o

factor de reforço: sentimos que os nossos pontos de vista são confirmados por outrem; também falam do factor previsibilidade; antecipamos mais facilmente as reacções das pessoas semelhantes a nós, o que é reconfortante.

Semelhança / Diferença

• Isto não impede que, por vezes, possamos sentir-nos ligados a pessoas muito diferentes de nós, em relação às quais sentimos complementaridade, porque consideramos que nos completam. Enquanto o factor determinante da atracção inicial é a semelhança (que aproxima as pessoas num primeiro momento), a complementaridade é o "cimento" para que as pessoas se mantenham juntas ao longo do tempo. Assim, por exemplo, as investigações mostram que nos casais com relações duradouras existe complementaridade de necessidades pessoais.

princípio da reciprocidade

• Podemos resumir o factor da avaliação ou apreciação positiva à afirmação: "gosto de quem gosta de mim". Este princípio da reciprocidade da atracção baseia-se nas teorias do reforço e da troca social.

qualidades positivas

• Um outro factor de atracção entre pessoas é possuírem qualidades positivas.

• Causa pouca surpresa que gostemos de pessoas com qualidades agradáveis. Num estudo com estudantes universitários, o traço mais valorizado é a sinceridade, seguindo-se a honestidade, lealdade, verdade, merecer confiança e ser fidedigno (todos mais ou menos relacionados com a sinceridade). Outros dois traços considerados agradáveis foram o calor pessoal (simpatia) e a competência. Segundo Rubin (1973), os dois componentes-chave do gostar são a afeição e o respeito

A dinâmica da atracção: quais os factores que nos aproximam? (síntese)