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PERSPECTIVA

ABRIL 2009 3

Sumário# 19 | ABRIL 2009

Propriedade. Escala de Ideias – Edições e Publicações, Lda - R. D. João I, 109, RC - 4450-164 Matosinhos NIF 507 996 429 Tel. 229 399 120 Fax. 229 399 128 Site. www.escaladeideias.pt E-mail. [email protected] Directora-Geral. Alice Sousa - [email protected] Coordenação Editorial. Alexandra Carvalho Vieira - [email protected] Colaboraram neste número.

Ana Mendes, Diana Pedrosa, Filipe Ferraz, Fátima Fernandes, Pedro Mota Opinião. Isabel do Carmo, Joaquim Jorge, Ten. Cor. Brandão Ferreira Design e Produção Gráfica. Teresa Bento - [email protected] Banco de Imagens. StockXpert, SXC Webmaster. Pedro Abreu [email protected] Edição. Alexandra Carvalho Vieira Contactos. Redacção 229 399 120 - [email protected] Depar-tamento Comercial. 229 399 120 - [email protected] Tiragem. 70 000 exemplares Periodicidade. Mensal Distribuição. Gratuita, com o jornal “Público” Impressão. Mirandela - Artes Gráficas S. A. Depósito Legal. 257120/07 Internet. www.revistaperspectiva.info Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins, inclusive comerciais sem a autorização do editor.

Reportagem 5 A Latitude do Olhar África Oriental – No Corno de África

Opinião 8 Isabel do Carmo10 Ten. Cor. Brandão Ferreira11 Joaquim Jorge

4 Notícia Não me tirem o Útero!... Um livro em águas turvas16 ModaQuando o Olhar vale Ouro...18 Igualdade e Direitos “Responsabilidade colectiva de promover e proteger este ideal”22 Avaliação Acústica Inovação, Rigor e Profissionalismo24 Gestão de Condomínios Regulamentação do Sector Aumento da Qualidade e do rigor na Gestão26 Relações bilaterais entre Portugal e EspanhaPortugal deve assumir uma política Peninsular28 Aventuras ao Ar Livre num país de mil encantos30 Termas E que tal uma cura termal?32 NotíciaLançamento do Livro do Clube dos Pensadores33 Campos de Férias Jardim Zoológico Aprender, Explorando34 Cultura

12Peças eternas que marcam momentos

Diamantes: A vitória sobre o tempoJoalharia: Interfaces comunicativas contemporâneas

O testemunho de uma joalheira: Quer seja a dormir, sob stress, feliz ou triste...

20Parques Empresariais:

Desenvolvimento e GestãoParceira Nacional de Referência:

Apoio a Estratégias de Localização Empresarial

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NOTÍCIA

PORTUGAL

4 ABRIL 2009

Não me tirem o Útero!...um livro em águas turvasDepois da “pedrada no charco” que tem sido “O Alentejano que descobriu a América” sobre a portugalidade de Cristóvão Colombo, o jornalista que ao longo de dois anos tem dirigido a Perspectiva publicou um novo trabalho para agitar águas, desta vez as da medicina. Texto: Fátima Fernandes

Ele questiona porque é que mais de 4.000 mulheres são todos os anos operadas em Portugal para extracção do útero, quando grande parte o poderia evitar se fosse con-duzida a uma terapia que cura a doença e permite continuar a ter filhos, por metade do preço e sem cirurgia, anestesia geral ou internamento.

O livro foi apresentado em Lisboa, num congresso médico onde o tema se discu-tiu ao longo de seis horas.

Quem conhece Pedro Laranjeira não ficou admirado de o ver usar a liberdade de “não sendo médico, não ter qualquer dama a defender”, para contestar a afir-mação tão comum a alguns ginecologis-tas de que o útero serve para prociar, por-tanto “quando não se quer ter filhos o

útero não é preciso para nada”, com a observação de que, também, o sexo serve para procriar, portanto, nessa óptica, quando não se quer ter filhos o sexo não deveria ser preciso para nada... a que a reacção da assistência dispensou comen-tários.

Mais contundente, foi a sua compa-ração entre ginecologistas e dentistas – com vantagem para estes, uma vez que, por hábito, quando um doente se apre-senta com um problema, tratam-lhe o dente e só em última instância recorrem à extracção, terminando: “para além de que, dentes temos 32, útero só um!”

Um minuto emocionante foi a apresen-tação de uma antiga doente, que estava na sala, “ela e o seu útero”, a quem Pedro

Laranjeira chamou “o título vivo do seu livro” – porque a ela ouviu a frase durante cinco anos - e a quem ofereceu um exem-plar dedicado, naquela que foi a única ocasião ao longo de seis horas dedicadas a medicina em que um orador foi inter-rompido pela assistência para ovacionar o momento.

Como todos viram e o filme da apre-sentação documenta, até João Martins Pisco não conseguiu esconder as lágri-mas que decerto lhe fizeram sentir mais uma vez o valor do trabalho que faz há muitos anos e da área da medicina que introduziu em Portugal.

Como o autor fez questão de frisar, este não é só um assunto de medicina, é um assunto de MULHERES, por isso lhes dedicou o livro.

» Martins Pisco, com uma das crianças que nunca teria nascido se ele não tivesse introduzido esta nova tera-pia em Portugal

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REPORTAGEM

ABRIL 2009 5

A Latitude do Olhar

África Oriental No Corno de África

Voltávamos juntos de uma grande viagem ao Lago Vitória, eu e o meu amigo Maasai. Já faz muito tempo…éramos ambos muito jovens. Dois rapazes de mundos tão diferentes… e, contudo, foi tão fácil criar uma amizade eterna.

Texto e Fotos: Pedro Mota

Voltávamos à sua aldeia natal, no meio das savanas ondulantes do planalto que-niano. Eu andava maravilhado com a exuberante migração anual. Manadas imensas de gnus e zebras deslocavam-se, compactas como um rio, das terras baixas do Serengeti para as do planalto de Maasai Mara.

Ao chegarem à infindável prada-ria, parecia que alguém tocara a rebate, pois todas as espécies desatavam a parir na relativa segurança do seu destino. Os

inúmeros leões pareciam atordoados com tanta fartura, sem saberem para onde se virar, no meio de uma natureza tão pró-diga.

Chegámos ao Enkang (aldeia), era já de madrugada. Fomos recebi-dos por uma ameaça e pelo ferro acerado de uma lança em riste, mas ao sermos identificados, a agressividade foi subs-tituída pelo afastar da sebe e pelo cinti-lar de uma dentição muito branca que se abria em sorriso.

A aldeia dormia, a despeito de um par de Moran (guerreiros) que zelava pela segurança do acampamento. Era comum haver leões a rondar, atraídos pelo cheiro a gado. Outras visitas indesejáveis como as hienas ou coiotes faziam-se ouvir nas cercanias da aldeia, sempre à espreita de uma brecha na guarda.

Cruzámos vários vultos difusos, eram as vacas que ainda estavam no redil onde passavam as noites, resguardadas dos ani-mais selvagens. Sentíamos o bafo morno

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REPORTAGEM

6 ABRIL 2009

do gado que ruminava pachorrentamente. Exaustos da árdua caminhada, fomos para a cubata onde caímos num sono sem sonhos.

O povo Maasai é um povo semi-nó-mada que se dedica quase exclusivamente ao pastoreio de gado bovino. As crianças e o gado são o que de mais valioso pos-suem os Maasai, bem ilustrado no típico cumprimento: “Keserian ingera? Kese-rian ingishu?” (como estão as crianças, como está o gado). A estrutura social é baseada em agrupamentos etários a que são atribuídas tarefas distintas e respon-sabilidades diferenciadas. As cerimónias para subir de estatuto são fulcrais na cul-tura desta tribo, centrando-se em ritos de passagem como clímaxes de longos ritu-ais de iniciação.

No dia seguinte apercebi-me de certo alvoroço, na verdade, anda-vam todos agitados para cá e para lá, num corrupio. Perguntei ao meu amigo qual era a causa de tanto rebuliço, ao que ele redarguiu com uns olhos bri-lhantes de excitação: “Amanhã, vai haver o ritual da circuncisão…será grande a festa!”.

Vários grupos de homens afadiga-vam-se em torno das vacas, aproximei-me curioso. Com uma pequena lanceta foi feita uma pequena incisão na jugular de uma vaca. Ela nem pestanejou, já sabia de que se tratava. O sangue esparrinhou e foi aparado numa cabaça, depois foi mungida e misturou-se o leite. Era a con-fecção do tradicional Saroi Maasai. Foi

aplicado um emplastro de ervas sobre o pequeno golpe, o que teve o condão de estancar de imediato a hemorragia. Perce-bia-se que este procedimento era comum, visto o gado apresentar inúmeras cicatri-zes no cachaço, perto da jugular.

Um velho ancião apresentou-me uma cabaça, dando-me a provar aquela mis-tela de leite espumoso, rosado do sangue, ainda apresentando veios sanguinolen-tos. Não consegui reprimir uma careta de asco, o que provocou risota geral. De orgulho ferido, firmei-me nos pés e ten-tando não respirar dei uma grande golada na beberagem. Mais tarde apercebi-me que me tinha sido dada uma grande honra em poder beber da bebida sagrada.

Nessa noite ficámos em torno da cre-pitante fogueira de labaredas dançari-nas a ouvir o Velho, um exímio contador de histórias e uma verdadeira ”biblio-teca ambulante”. Ao tentar conversar com ele, o meu trôpego Swahili vacilou, o Velho falava na língua maasai, mas o meu amigo traduziu. Ouvi isto: “O povo Maasai vive no búfalo e no Leão, é parte da savana. Os nossos mortos devem ser pasto dos animais, para continuarem no grande ciclo da vida. Agora tudo mudou, até os deuses são estrangeiros. Está para se cumprir a velha lenda – Quando as novas estrelas nascerem, o povo Maasai vai desaparecer da savana.”

Fiquei atónito, nascer estrelas? Aviões conheciam eles bem, o que queria ele dizer com aquilo, perguntei.

“As estrelas velhas são lentas, andam devagar no céu, as estrelas novas e que nasceram há talvez vinte anos, são jovens como vocês, correm rápido pelo céu. Olhem, ali está uma!” e apontou um fino ponto brilhante no céu.

Caiu-me o queixo, não era que tinha mesmo razão! Fiquei perplexo…mas então veio um lampejo de entendimento. Na seca e escura noite do planalto, onde ainda por cima o ar é diáfano por estar-mos muito alto, a visibilidade nocturna é fantástica. Viam-se os satélites a passar! Não tentei explicar ao velho o que eram satélites. Não teria ele razão, com o advento daquelas “estrelas” que tão bem simbolizavam o advento da globalização mundial, não seria cada vez mais difí-cil a sobrevivência da cultura tradicional Maasai?

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gado ou quando vão caçar é que readqui-rem uma certa dose de solidão.

Avizinhava-se a cerimónia do eunoto. Esta é uma cerimónia rara, que só acon-tece uma vez a cada quinze anos, onde os moran deixam de ser guerreiros, passando ao novo estádio de evolução social.

Os homens começaram a dançar em roda da fogueira, toucados com uma juba de leão e realizando saltos prodigiosos quase sem impulsão. Era a dança adumu acompa-nhada por um cântico guerreiro gutural, num som que infundia terror provindo da base da garganta. As raparigas jovens passaram a competir pelos seus favores. Mas eles bem sabia que elas iriam casar a breve trecho, enquanto eles ainda teriam um longo caminho a percorrer, viver aventuras, amealhar riqueza na forma de cabeças de gado e aumentar o seu presti-gio, para que um dia mais tarde as suas propostas fossem aceites pelos pais das noivas escolhidas.

O som do corno de kudu, tocado como uma trompa, marca o início da cerimó-nia, com os moran a apresentarem as armas no meio de cânticos. As suas mães rapam-lhes o cabelo tingido de ocre ver-melho e com as madeixas cai a sua juven-tude.

Quando deixei a aldeia, tirei o meu lenço do pescoço e pendurei-o no do meu amigo, estreitando-o nos braços. Ele, len-tamente tirou a sua adaga da cinta e entre-gou-ma. Senti o olhar pesado de toda a aldeia no meio de um silêncio opressivo. Percebi que não era um gesto comum!

REPORTAGEM

ABRIL 2009 7

Ao regressar a casa esperava-o o Laibon (curandeiro). Emperti-gou-se, pois adivinhava no ar qual era o assunto. Estava a chegar ao fim o tempo de apascentar cabritos. Chegara ao fim a sua infância, após a circuncisão (pois realmente era disso que se tratava) iria ser promovido a moran (guerreiro).

Quando os corpos dos vários mancebos circuncidados, enfim, se restabeleceram, andavam mais aprumados. Em pequenos grupos deixaram as casas paternas exi-bindo as novas vestes negras atributo da sua presente condição. Durante os vários meses que iriam passar na mata de modo a enrijar a sua têmpera, passariam a osten-tar as faces decoradas a branco com pin-turas de cal. Os noviços antes de serem aceites na grei dos guerreiros e passarem

a habitar o seu aquartelamento separado, a manyatta, haveriam de passar longo período entregues a si próprios. Nesse tempo, deveriam caçar pássaros, adicio-nando-os em torno da estrutura circular que lhes coroava a cabeça. Encimando esse curioso toucado ostentavam penas de avestruz.

O júbilo dos novos recrutas extrava-sava, patente nos novos adornos com que se passavam a enfeitar. Perfuravam os lobos das orelhas, alongando-os. Os cabelos passavam a ser usados compri-dos e untados com ocre vermelho em ela-borados penteados. A pose é de aprumo e orgulho, pois toda a savana sabe quão aguerridos e valorosos são os askari (sol-dados) Maasai, também é conhecido, até dos leões, o manto vermelho que usam ao ombro (shuka). Muitas vezes ao divi-sarem ao longe uma túnica vermelha, os reis da selva afastam-se dando passagem ao intrépido Maasai.

O meu amigo passou a fase das vestes negras na cratera de Ngorongoro, na região das imensas pradarias do Seren-geti. Depois, já como moran, foi viver para a região de Tsavo, uma bela região selvagem que tem como pano de fundo o majestoso monte Kilimanjaro encimado pelo seu cume nevado, o pico Uhuru, que em Swahili significa: liberdade…

Enquanto moran, os jovens vivem dentro do grupo etário, comendo juntos e fazendo tudo o que lhes é devido em grupo. Só quando ajudam a pastorear o

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OPINIÃO

» Isabel do Carmo

PERSPECTIVA

Uma nova classe socialCriou-se uma nova classe social de “ricos”. A crise fez saltar para a comunicação social, a sua existência, algumas vezes o rosto.

Quando líamos os clássicos era fácil destacar os “ricos”. Eram acumuladores de capital, que investiam na produção ou no comér-cio de mercadorias, exploravam o trabalho de outrém, recebiam mais-valias, acumulavam, re-investiam ou não e assim sucessiva-mente. A evolução do sistema fez emergir dois novos conceitos de mercadoria. Uma é o trabalho em si, cada vez mais alienado do ser humano que o cria, cada vez mais desumanizado. A acção humana na transformação da natureza é tratada ao nível das pedras. O des-respeito pela pessoa é total. A perda da dignidade do produto do tra-balho humano é imenso – vale X em dinheiro nos orçamentos que figuram nos écrans do computador e vale quando vale e até valer. Apaga-se com um delete quando necessário e se os accionistas o desejarem.

A outra mercadoria é o dinheiro em si. Dinheiro virtual, que

também figura em écrans de computador e que pode crescer, encolher. Ou voar…

Esta situação foi complementada pela constituição duma nova classe económica, que era imprevisível no século XIX e que é constituída não apenas pelos “novos ricos” no sentido tra-dicional do termo, que se referia às fortunas rápidas, consegui-das em famílias cujas maneiras, gostos e costumes não anda-vam à mesma rapidez do dinheiro.

Estes novos ricos são constituídos pela classe dos homens que transitam entre cargos políticos ou semi-políticos e conse-lhos de administração.

Nesses conselhos de administração ganham ordenados fabu-losos sem exercer qualquer tarefa. Passam ou perpassam por cargos do Estado ou da Banca dos quais se reformam com refor-mas excepcionais. Quando saem de cargos onde nada faziam recebem indemnizações fabulosas. E são também estes os que empregam o seu dinheiro em operações financeiras que há uns anos nós chamávamos de “casino”, com grande repugnância dos visados e seus ideólogos. O dinheiro desta gente nunca entrou na produção e nunca arriscam investi-lo no desenvol-vimento. É um dinheiro que serve para se multiplicar nas ope-rações financeiras e para comprar bens de luxo para si e para a sua família. Esta é uma nova classe, sem rosto, um fantasma que percorre países. Em Portugal existe, mas tem a escala deste “cantinho”. É no entanto, uma família internacional.

Com a crise internacional, provocada exactamente por este sistema, saltaram para os écrans alguns destes rostos e meia dúzia dos que roubaram demais, perderam alguma coisa.

Mas os outros mantêm-se. Andam por aí. Continuam sem rosto e sem culpa. E o problema não é que o “exagero” ou a “ganância” tenha estragado tudo. O problema é que o exagero e a ganância são a base do sistema. Afinal nós, os radicais de esquerda, tínhamos razão. Triste razão… Nos escombros da crise há desemprego, desespero e falta de esperança.

É altura de pensarmos que, para além das reivindicações, da denúncia e da razão, temos que pensar em propostas, em alter-nativas, em exercício do poder. Para que a próxima crise não nos apanhe descalços … ou apenas de bandeiras na mão.

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OPINIÃO

» Ten. Cor. Brandão Ferreira

PERSPECTIVA

10 ABRIL 2009

O Santo Condestável e os Políticos Contemporâneos“Aljubarrota, Exº Senhor, não é um facto isolado na História de Portugal e pode repetir-se sempre que haja um governo consciente da sua missão e saiba pôr acima dos interesses particulares o interesse nacional e não faça da cobardia uma virtude cívica.”

General Gomes da Costa (no discurso ao novo Ministro da Guerra, em 15 de Agosto de 1925)

Como é do conhecimento público o Con-destável (general) português D. Nuno Álvares Pereira – Beato Nuno de Santa Maria desde 1918 – vai ser canonizado no próximo dia 26 de Abril. Tal evento devia dar lugar a comemorações a nível nacional. Apesar da cerimónia que vai ter lugar ser eminentemente religiosa, não faz sentido algum que o júbilo e o cerimonial fiquem restritos ao âmbito dos cidadãos católicos.

Não deixa, pois, de ser curioso notar que a grande maioria dos políticos e todos os órgãos do Estado, sobre o assunto, aos costumes têm dito nada.

Não há até à data qualquer indício de que o governo, por exemplo, tenha qual-quer interesse nesta questão.

É lamentável que assim seja, embora fosse expectável face às sucessivas desi-lusões com que a classe politica tem brin-dado a população de há largos anos a esta parte, no campo da Segurança, da Justiça e do Bem Estar, que são a razão de ser

das eleições e daquilo que se lhes paga.Há três ordens de razões – no nosso

entendimento – que explicam aquela actuação, este aparente desprezo pela figura ímpar de Nuno Álvares.

A primeira razão prende-se com o fundo político-doutrinário das forças partidárias com assento na AR.

A figura de D. Nuno arde-lhes nas mãos. Por um lado, não consta que a figura do Condestável fosse adepta de questões fracturantes, não era pacifista militante nem adepto de relativismos morais. Depois, era um líder – que são os que fazem a História – ao contrário do que defende uma determinada his-toriografia e conceito político que tenta reduzir os acontecimentos a movimentos de massas e lutas de classes; outros não sabem sequer ao que andam, são falhos de doutrina, parecem mantas de reta-lhos fazem demagogia barata, pescam em águas turvas. O então Condestável do Reino representa a antítese de tudo

isto …Quanto ao partido no governo, tem os

seus fundamentos nas tradições jacobi-nas e anti-religiosas da I República a que juntou, mais tarde, uns laivos de mar-xismo que se põem ou tiram da gaveta conforme a égide do momento. Têm, por outro lado, um azar especial a fardas, ordem e autoridade.

Como podem apreciar a figura do Santo Condestável, excelsa glória das nossas armas?

Além disso, exaltar tão virtuosa cria-tura – cuja filha, note-se,deu origem à Casa de Bragança - em pleno arran-que das comemorações dos 100 anos da República, não lhes parecerá certamente, dar jeito nenhum...

A segunda ordem de razões tem a ver com o facto de desde meados dos anos 70 do século passado se ter menorizado (to say the least) toda a nossa epopeia ultramarina – a frase “meter uma lança em África” vem, até, de D. Nuno - calu-niando alguns dos nossos grandes esta-distas, militares, marinheiros, missioná-rios, etc.; promovendo e dando lugares importantes a desertores, oficiais do quadro permanente que esqueceram os seus deveres militares,etc; cidadãos que andaram a pôr bombas, assaltar bancos e a sabotar o esforço de guerra da Nação, passaram a pessoas respeitáveis; rapa-ziada que em sociedades regidas por gente séria e com princípios, seriam apo-dados de traidores, passaram a ser vene-randos e obrigados, etc.

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OPINIÃO

» Joaquim JorgeBiólogo

PERSPECTIVA

ABRIL 2009 11

AmbienteNo dia 22 de Março comemorou-se o Dia Mundial da Água. É necessário cuidar deste tesouro, gestionar a água com cabeça, tronco e membros. Racionalizar o seu consumo sobretudo pela nossa responsabilidade como seres humanos. Precisamos de água para beber, para regar, para limpar, para produzir energia e mover indústrias, para manter ecossistemas limpos e vivos... água para todos e de boa qualidade.

A pressão demográfica, a agricultura, a indústria, fazem da água um elemento estratégico, que muitas vezes se malgasta e milhões de pessoas passam sede. Deve haver um uso responsável e a sua dis-tribuição, solidária devendo haver água para todos . Portugal não tem carências de água mas uma das medidas que todos podemos tomar é não deixar correr água sem necessidade. Este elemento tão vital não merecia um dia de homenagem mas 365 dias. Já se comemorou o Dia Inter-nacional de Acção pelos Rios (14 de Março) a par com o Dia contra as Gran-des Represas.

No fundo é uma petição para que os políticos actuem. Iniciativas deste género, que eu apoio, têm como objec-tivo reflectir e sensibilizar os cidadãos sobre os hábitos de consumo de energia.

Seria bom todos pensarmos às escuras sobre este assunto . Entretanto há peque-nas coisas que podemos fazer para poupar energia - acabei de tirar da ficha os car-regadores de telemóveis e desliguei as televisões não ficando em stand-by. Uma forma simples de poupar energia sem estar à espera de regulamentos e imposi-ções governamentais.

[clubedospensadores.blogspot.com]

No passado dia 28 de Março, sábado, mais de mil cidades em 80 países juntaram-se na terceira convocatória de apagão global. Provavelmente mais de mil milhões de pessoas apagaram as luzes entre as 20h30 e as 21h30, num gesto simbólico, mas numa demonstração da importância dos danos provocados pela mudança climática.

Ora ir comemorar o grande Nuno Álvares, exemplo de patriotismo, seriedade e valentia, sem mácula, iria provocar um contraste demasiado gritante. Percebe-se, mas, obviamente, não se pode aceitar.

Finalmente, a outra razão pela qual não se pretende, aparentemente, a nível do Estado, dar honras nacionais a tão extra-ordinário antepassado, tem a ver com a União Europeia e o projecto federalista em marcha. Para se conseguir o objec-tivo da federação europeia – resta ainda saber o passo seguinte – é preciso acabar com as Pátrias e qualquer resquício de nacionalismo. Isto é, é necessário acabar com os Estados-Nação, do qual Portu-gal representa o figurino mais perfeito. O que interessa é esbater os conflitos e ten-sões de antanho para tudo amalgamar. O que vale, hoje em dia, não é a História de cada país - que representa o passado –, mas sim a História da Europa – que se deseja venha a haver.

Ora, lembrar D. Nuno não cai nada bem neste desiderato. E a maioria dos polí-ticos – que aliás se dizem muito demo-cratas, mas nunca deixam o povo decidir nada do que é efectivamente importante – sabe isso muito bem.

A caridade cristã concede e enco-raja, porém, a que as ovelhas (politicos) tresmalhdos voltem ao redil. Serão bem vindos e não lhes ficará mal se o fizerem de boa mente.

D. Nuno sobreviverá a tudo isto. E se já era uma figura incontornável na História de Portugal, a partir de 26/4 será persona-gem viva em toda a Cristandade.

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PEÇAS ETERNAS QUE MARCAM MOMENTOS

12 ABRIL 2009

Diamante

A vitória sobre o tempo“A verdade é dura como o diamante e delicada como a flor de pessegueiro.”

Gandhi Mohandas

Muito apreciados por mulheres, mas também valorizados pelos homens, os diamantes ocupam hoje um lugar especial no imaginário de cada um. No entanto, poucos conhecem as suas origens e sabem, por exemplo, que é possível adquiri-los de uma forma unitária até perfazer o número necessário para elaborar uma ou mais jóias.

Oferecer um diamante é um gesto que transporta uma magia e uma mensa-gem subliminar: a vontade de que a rela-ção com a pessoa a quem se oferece seja eterna. Esta intenção resulta das caracte-rísticas singulares que a pedra preciosa

possui: a sua dureza, a sua exclusividade e a sua eternidade. Que se tenha conheci-mento, o diamante é o mineral mais duro da Terra, o que permite que seja lapidado com precisão para reflectir a maior quan-tidade de luz possível. É também único e

a sua impressão digital assenta em 4 cri-térios principais que determinam a qua-lidade e o seu valor: a lapidação, o peso, a cor e a pureza. Existem diamantes com uma infinidade de cores: vermelhos, verdes, azuis, castanhos, rosa, laranja. Para facilitar a sua identificação na comu-nidade internacional, a escala de cores foi instituída inicialmente por uma Confede-ração Internacional, mas dada a sua com-plexidade, hoje a que vigora é a do Ins-tituto Americano de Gemologia (GIA), que segue as letras do alfabeto.

A palavra deriva do grego 'adamas', ou seja, invencível e 'diaphanes' que signi-fica transparente. A pureza está patente nas inclusões que se podem observar nos diamantes, ou seja, nos sinais deixados pelo processo de crescimento no interior da Terra, devido às condições inconstan-tes a que foram sujeitos.

Porque é que dizemos que os diaman-tes são eternos? A mina mais recente que se conhece tem cerca de 50 milhões de anos, o que significa que qualquer dia-mante lapidado contém milhões de anos de história. Paulo Moura, um apaixonado por esta pedra preciosa, exalta que “olhar para um diamante com um microscópio binocular é uma sensação única, porque se conseguem observar uma infinidade de micropartículas que nos transportam na história”.

Hope: O mais famoso

Um dos diamantes mais conhecidos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara, que actualmente pertence a um mercador de diamantes em Nova York.

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PEÇAS ETERNAS QUE MARCAM MOMENTOS

ABRIL 2009 13

Credibilizar a origem do dia-manteAntuérpia, Nova Iorque, Israel e Índia são os principais centros de comércio, mas os diamantes provêem essencialmente da América do Sul, Austrália e de África que, nem sempre, credibilizaram o seu comércio. Utilizaram-nos como forma de exploração, escravatura, mas também como moeda de troca para armamento, acontecimentos que deram uma cono-tação negativa ao comércio desta pedra preciosa. Para ultrapassar esta situação, vários países produtores e importadores, a indústria internacional de diamantes e a sociedade civil assinaram, em meados de 2000, o Processo de Kimberley. Um acordo que envolveu mais de 70 países, organizações e indústria, cujo objectivo foi o de certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra de pedras origi-nárias de áreas de conflito.

Uma jóia que se constrói dia-mante a diamanteHá 15 anos no ramo da ourivesa-ria e pedras preciosas, tinha chegado o momento de inovar. Após algumas incur-sões no mercado internacional e a análise do mercado nacional, os responsáveis pela Moutinho & Araújo Jóias lançaram, em 2005, um projecto que permitiu res-ponder à questão: “como é possível tornar a jóia mais simples e acessível?” Paulo Moura explica: “Não podíamos oferecer dinheiro, aquilo que podíamos era tornar

Os maiores diamantes do Mundo

O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902. O maior diamante brasileiro é o Estrela do Sul, que foi encontrado em Minas Gerais.

Características Físicas do Diamante

Cor: é variável e é, incolor, branco, rosa, amarelo, mar-rom, cinza, azul, vermelho, verde, etc. Ocorre em vários tons do pálido ao escuro.Brilho: adamantino a ceroso.Transparência: são transparentes a translúcidos nos cristais brutos.Sistema Cristalino: isométrico.Hábito Cristalino: incluem formas isométricas como cubos, octaedros e formas geminadas também ocorrem.Dureza: 10 na escala de Moh.Densidade: 3,5Clivagem: perfeita em quatro direcções formando octaedros.Traço: branco.

a jóia mais acessível. A ideia era sim-ples porque entre profissionais sempre se venderam diamantes soltos, mas a grande questão era: como é que o poderíamos fazer para o cliente final, de uma forma segura e transparente? Debruçámo-nos sobre esta matéria e chegámos ao dia-mondcard.” Um cartão, semelhante a um cartão de débito, que pode conter entre 1 e 5 diamantes que variam de 1 até 20 centésimos. A flexibilidade no número de diamantes permite “um leque de preços muito alargado” confessa Paulo Moura acrescentando que “o diamondcard mais económico custa 17 euros ao cliente final com IVA incluído e o mais caro não ultra-passa os 500 euros”.

“Uma ideia simples que permite uma utilização diversificada dos diamantes.”

A grande vantagem dos diamondcards é que permitem a aquisição de uma jóia à medida da disponibilidade financeira do consumidor final. Assim, é possível “coleccionar o diamante de uma forma segura, porque está dentro do cartão, com a pureza e a cor assinaladas.” Depois de ter um número suficiente de diamantes, o detentor do(s) cartão(ões) pode solicitar a execução da jóia: um colar, uns brincos ou um anel. Paulo Moura sugere, inclu-sive, a utilização do diamondcard como prenda de baptizado, por exemplo.

Em relação à segurança do cartão e diamantes nele incluídos, Paulo Moura esclarece: “Não poderíamos correr o risco de colocar no mercado um produto sem o proteger de eventuais tentativas de fraude”, por este motivo os diamond-cards “estão numerados e essa numera-ção consta na factura processada para cada agente”, explica salvaguardando que “a abertura do cartão deve ser efec-

tuada por um agente autorizado pela dia-mondcard”.

O mentor deste projecto, que não exclui a internacionalização, refere que o diamondcard não se esgota na comer-cialização de diamantes avulso, existindo em simultâneo uma campanha de sensibi-lização dos agentes e do público para as grandes características desta pedra pre-ciosa que é de uma “simplicidade e beleza extremas” e que Paulo Moura define: “é um poema cujas estrofes brilham silen-ciosas no seu interior.”

A compra de diamantes pode ser um bom investimento?“Existem diamantes de investimento, nomeadamente os de cor, mas são muito raros e em Portugal praticamente não têm expressão”, refere Paulo Moura esclare-cendo que “tirando excepções, não existe nenhum produto de luxo que uma pessoa compre hoje e use durante 10 ou 20 anos e depois tenha um valor percentual tão elevado, quanto tem a joalharia”. Em seu entender, “mais do que o valor finan-ceiro, as jóias têm um valor sentimental inestimável”.

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PEÇAS ETERNAS QUE MARCAM MOMENTOS

14 ABRIL 2009

Joalharia

Interfaces comunicativas contemporâneasA ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos oferece a única Licenciatura Portuguesa em Artes/Joalharia. Funcionará, em breve, uma pós-graduação em Design de Joalharia com equivalências no Mestrado em Design da ESAD. Durante o Verão decorrem cursos periódicos e complementares, organizados pelo ESAD LAB. Por Ana Campos*

Uma jóia representa o sujeito no espaço público? Um joalheiro, como um autor de um livro, na sua viagem reflexiva, rea-liza uma transumância por um processo de ficção-invenção? Estas são algumas das muitas questões trabalhadas em labo-ratório pelo Departamento de Joalharia da ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos.

A elaboração de jóias, há muito, passou de arte aplicada, aprendida nas bancas oficinais, ao âmbito da studio jewellery, ou seja, ao domínio do projecto. Inscrita num espaço de fronteira arte/design con-temporâneos, põe em evidência uma ati-tude que se apresenta diferente daquela que caracterizou a vanguarda das décadas de 1960/1970, marcadas pelo experimen-talismo dos meios e pela contestação dos circuitos tradicionais. Esta atitude, que pertence à história da arte e do design de joalharia contemporâneos, deixou rastos

maioritariamente visíveis no recurso à uti-lização de uma diversidade de materiais.

Dando um contributo para exprimir a ener-gia expansiva que, ainda hoje, se observa no terreno da joalha-ria, os materiais consti-tuíram-se como um dos meios mais relevantes para dar corpo à con-taminação da joalha-ria por outras orienta-ções artísticas, fazendo surgir expressões mesti-ças e diálogos configura-tivos.Foram permitindo redimensionar as jóias, exprimir especulação artística, experimenta-lismo estético, performa-tividade.

Tendo em conta este panorama, no Depar-tamento de Joalharia da ESAD, escolhe-mos duas áreas preferências a explorar: interpretação de pré-existências – varia-dos elementos identitários, nomeada-mente técnicas e matérias – e modelação tridimensional, através de processos digi-tais, que pode conduzir a prototipagem rápida ou a outros processos tecnológicos contemporâneos. Consideramos que estes dois motes, embora tão diferentes, podem ser inter-relacionados para, pensando a capacidade de difundir facetas simbóli-cas e forças volitivas como característi-cas desde sempre inerentes às jóias, con-

siderá-las como interfaces comunicativas contemporâneas. Questionamos, portanto, o uso da jóia como segunda pele humana, meio de construção do sujeito e a sua ins-crição no espaço que habita, as frontei-ras e mestiçagens arte/artesanato/design. Reflectimos sobre joalharia-artística, jóia-produto, jóia-commodity, sobre demandas empresariais e núcleos sociais emergen-tes, isto é, sobre a diversidade de desejos de consumidores e utilizadores.

Porque adoptámos estas práticas labo-ratoriais e uma atitude teórica de inter-rogação do desconhecido – que, poderá dizer-se, é comum à prática científica e caracteriza o projecto contemporâneo – esta plataforma projectual é internacional-mente reconhecida como lugar de reflexão sobre joalharia. Contamos, também, com a intervenção de um leque de professores nacionais e internacionais de reconhecido nome, quer para a leccionação curricular dos diferentes níveis de ensino, quer para workshops e cursos temporários.

*Coordenadora do Curso de Joalharia da ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos

» Tânia Nunes | Extension, pendente, 2008Render para produção em prototipagem rápida e peça final | Prata, filigrana de ouro | Selecção do Concurso Leitão & Irmão alusivo à Lisnave | Fotografia: Tânia Nunes

» Margarida Coimbra | Royal Jewels, colar, 2008Têxteis | Coordenação: Carla Castiajo | Fotografia: Mar-garida Coimbra

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PEÇAS ETERNAS QUE MARCAM MOMENTOS

ABRIL 2009 15

Quer seja a dormir, sob stress, feliz ou triste…Todas as ocasiões podem ser razão para nascer uma ideia e criar uma jóia. Joana Carvalho, Jóias de Autor

Considero uma jóia um pormenor impor-tante no dia-a-dia de uma pessoa, e sem dúvida esta pode dizer muito sobre quem a usa. Por vezes é através dela que temos coragem de mostrar a irreverência que vai dentro de nós. Trabalho exactamente para quem quer de alguma forma mostrar a diferença e considero que a jóia está fina-lizada, quando é usada por alguém que se identificou com ela.

O bloco pequenino anda sempre na mala, corre ao meu lado para onde quer que eu vá, tudo o que me lembro seja onde, ou a que hora for, é passado para aquele papel com o intuito de mais tarde me debruçar

sobre o assunto e pensar como vou execu-tar mais uma peça ou colecção.

Busco inspiração nos mais pequenos porme-nores do quotidiano, em tudo o que me rodeia; uma flor uma nuvem, um azulejo ou a pró-pria fachada do prédio, quando menos espero dou por mim a observar e a pensar passar o que os meus olhos alcançam para uma jóia.

Esta é uma área fascinante, a vontade de aprender um pouco mais sobre joa-lharia surgiu com 15 anos, quando che-guei ao 10º ano e me inscrevi no curso de ourivesaria na Escola António Arroio, em Lisboa, e depois de alguns estágios decidi seguir para um curso superior, na ESAD, Escola Superior de Arte e Design, em Matosinhos. E foi durante o meu curso que comecei a pensar criar a minha pri-meira colecção.

Fiz as minhas primeiras jóias a pensar em noivas, não só pela questão de gostar bastante de trabalhar com pérolas, mas também porque pensei começar a dedi-car uma boa parte do meu trabalho a esta área. Acho muito interessante poder exe-cutar uma peça que vá ao encontro do ves-tido que uma noiva irá usar, e ver a satis-fação com que uma cliente fica quando vê o resultado final, e sente que realmente as jóias que vai utilizar foram feitas para ela.

Outro tipo de trabalho que gosto muito de fazer, tem a ver com a criação de peças exclusivas, pensadas para marcar uma ocasião especial, ou quando um cliente deseja ter uma jóia única pensada e feita para ele. Dá-me muito gosto passar por

todo este processo de criação, ir ao encon-tro do gosto do cliente, tentar juntar um pouco do meu, e assim nascer uma peça diferente.

Como já referi em cima, adoro trabalhar com pérolas, cristais, e pedras com tons suaves. Classifico o meu trabalho, clás-sico e elegante.

É no 2º andar de um prédio na cidade de Caldas da Rainha que nascem muitas das peças que imagino. Posso dizer que tenho duas formas de criação. Uma começa pelo desenho ou apenas um simples esquiço da peça ou colecção que pretendo executar. Para em seguida me sentar na bancada e começar a preparar o material, e a planifi-car o processo de execução da mesma. A outra forma, não menos utilizada e impor-tante, aliás devo dizer que me dá bastante gosto trabalhar assim, é começar simples-mente por pegar no material, por exemplo, prata em folha, fio, ou mesmo um simples lingote e pedras, e começar a trabalhar com fogo, forja, alicates, e ver a peça a crescer nas minhas mãos ao mesmo tempo que vai nascendo na minha imaginação.

Depois de muito batalhar conto final-mente com uma loja nas Caldas da Rainha e outra em Lisboa que abri recentemente com o Pedro, meu namorado.

Considero-me uma pessoa lutadora e sonhadora. E como não tenho medo da vida nem do trabalho julgo ter as ferra-mentas principais para ir um pouco mais longe.

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Moda Lisboa - tendências Primavera-Verão 2009 com maquilhagem L’Oréal Paris

Quando o olhar vale ouro...

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Em sintonia, e antecipando a luminosidade do calor do astro-rei, também na maquilhagem L’Oréal Paris- -marca oficial de maquilhagem do considerado maior evento de moda em Portugal - estes foram alguns dos tons escolhidos por Antónia Rosa e a sua equipa para as várias criações. Sobre uma tez morena ou clara, a maquilhagem L’Oréal Paris enriqueceu o olhar, tornando-o invejavel-mente valioso e sedutor.

Nas colecções para esta Primavera-Verão 2009 que desfilaram nas pas-sarelas da Moda Lisboa, os tons luminosos e quentes dos prateados, dou-rados e acobreados concretizaram algumas das inspirações dos criado-res portugueses.

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» Color Appeal Strass167 Sable Lamé

» Color Appeal Mono10 Vrai Blanc

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» Color Appeal Strass169 Sépia Étincelle

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» Color Appeal Strass164 Crème Lamé

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CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL

18 ABRIL 2009

Igualdade de direitos

“Responsabilidade colectiva de promover e proteger este ideal”"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos", este é o primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos.

A 21 de Março de 2009 comemorou-se o Dia Internacional Contra a Discrimina-ção Racial. Neste âmbito, Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, pediu aos governos de todos os países para que trabalhem juntos para combater o racismo "que ainda existe em várias partes do mundo". O responsável pelas Nações Unidas defende que existe uma “responsabilidade colectiva de promo-ver e proteger este ideal". Em seu enten-der, "juntos, devemos redobrar o nosso esforço comum para pôr termo à discri-minação racial e à xenofobia em toda a parte onde elas existam". Ao proclamar o 21 de Março Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a Assembleia Geral da ONU honrou a memória dos que foram massacrados a 21 de Março de 1969 na cidade sul-africana de Sharpevill onde pelo menos 69 manifestantes foram mortos a tiro pela Polícia e muitos outros, incluindo mulheres, foram feridos quando protes-tavam pacificamente contra as injusti-ças do Apartheid. "Desde então, o sis-

Fórum Internacional: “Encontro de Culturas: Ouvir para Integrar”

No âmbito das comemorações do 25º aniversário da AMI e em parceria com a Fundação Academia Europea de Yuste de Espanha, vai realizar-se de 21 a 24 de Maio de 2009 em Lisboa, o primeiro “Encontro de Culturas – Ouvir para Integrar”. O objectivo é o de construir “um mundo de concórdia e de entendimento, só possível com a edificação de múltiplas pontes de diálogo entre as diferentes culturas e religiões existentes no nosso planeta e, porque não um dia, no nosso universo”. Um evento que se pretende que se repita periodicamente e alternadamente em Espanha e Portugal. Estão já confirmadas as presenças de João Gomes Cravinho, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Mário Soares, Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e o Diálogo Intercultural, Manuel Jarmela Palos, director nacio-nal do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), João César das Neves, o presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, José Oulman Carp, o presidente da Comunidade Budista de Lisboa, entre muitos outros.

Para mais informações consulte: www.ouvirparaintegrar.com

II Jornadas do Observatório da Imigração

No dia 6 de Abril de 2009 o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) realizou--se em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, a segunda edição das Jornadas do Observatório da Imigração. Uma iniciativa que reuniu investigadores como Fernando Luís Machado que fez uma conferência plenária sobre tendências e propostas para futuras linhas de investigação sobre imigração em Portugal, e Horácio Faustino, João Peixoto e Patrícia Baptista que vão abordaram os efeitos da imigração no comércio bilateral. Em debate estiveram também temas como a imigração e a religião, a educação e a interculturalidade, os media e a imigração, a imigração cabo-verdiana e os processos de integração. No decorrer deste evento foram apre-sentadas doze novas publicações do Observatório da Imigração.

tema do apartheid na África do Sul foi desmantelado. As leis e práticas racis-tas foram abolidas em vários países, e construímos um quadro de luta contra o racismo baseado na Convenção Interna-cional sobre a Eliminação da Discrimi-nação Racial", sublinhou.

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Parque Industrial com legislação própria desde 1992, pelo Dec. Lei nº 232/92 de 22 de Outubro e pela portaria 63/94 de 28 de Janeiro.

Sito na zona Industrial da Península da Mitrena, Setúbal, uma região dinâmica, próxima das ci-dades de Setúbal e Lisboa, enquadrada pela Ser-ra da Arrábida, pelo estuário Sado e pela Reserva Natural, com Interface marítimo, ferroviário e ro-doviário.

Dotado de infra-estruturas com tecnologia de ponta, dispõe de rede eléctrica, rede de comunicação em fi bra óptica, águas de consumo e industriais instaladas em Galerias Técnicas que abrangem todo o Parque Industrial, rede de gás natural, escoamento de águas pluviais e ligação dos efl uentes à estação de tratamento (ETAR) – em curso.

Conta com um Sistema de Gestão Integrada de Qualidade, Ambiente e Segurança, nos objectivos da Estratégia de Lisboa de Desenvolvimento Sustentável e na integração plena da Responsabilidade Social.

No Parque Industrial e Logístico SAPEC bay encontram-se já instaladas e em funcionamento 18 empresas e cerca de 640 trabalhadores directos, dos mais diversos sectores de actividade: Logística Industrial e Serviços, Componentes de Automóveis, Indústria – Fitofármacos, Adubos/Fertilizantes, Cimentos/betuminosos – Tratamento, Reciclagem e Aterro para Resíduos Industriais Banais.

Lotes com Projecto Aprovado (entre 1530m² a 2670m²) Lotes disponíveis (entre 5600m² a 21965m²) Área em desenvolvimento (cerca de 100ha)

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Av.do Rio TejoParque Industrial Sapec bay2910-440SetúbalVania Marques [email protected] 265 710 258 Fax 265 710 255

Parque Industrial

SAPEC bay

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PARQUES EMPRESARIAIS: DESENVOLVIMENTO E GESTÃO

20 ABRIL 2009

Parceira nacional de referência

Apoio a estratégias de localização empresarialA aicep Global Parques integra o universo da aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e é a parceira nacional de referência no apoio a estratégias de localização empresarial.

A aicep Global Parques desenvolve a sua actividade em diferentes áreas. Uma delas é a gestão de zonas e par-ques industriais e logísticos e sua res-pectiva promoção nacional e interna-cional, contribuindo para o aumento do valor desses activos na economia nacio-nal. Com imagem e posicionamento renovados no início de 2008, a aicep Global Parques apresentou novos ser-viços e áreas de actividade, visando o reforço do apoio na definição de solu-ções globais para a localização empresa-rial, que se traduzem no Global Force e no Global Find.

O Global Find é um produto desen-volvido em ambiente Web que responde à necessidade de identificar soluções de localização empresarial no território nacional Continental. Com base numa plataforma SIG (Sistemas de informação Geográfica), o Global Find identifica alternativas de localização em parques

industriais ou logísticos com lotes dis-poníveis ou Zonas PDM (Plano Direc-tor Municipal) do mesmo âmbito. Per-mite efectuar pesquisas livres em mapa ou identificar alternativas de localização através de pesquisas multi-critério base-adas em critérios de âmbito infra-estru-tural, demográfico e sócio-económico.

O Global Find permite também a navegação directa no mapa, caracteri-zando pontos de contextualização indus-trial ou logística (ex: portos e termi-nais portuários, aeroportos, plataformas logísticas, etc.).

O produto está disponível em três lín-guas: português, inglês, espanhol e ofe-rece 2 níveis de informação - utilizador base e registado. Além disso oferece ser-viços de consultadoria – os nossos espe-cialistas podem realizar pesquisas em desktop, podendo assim oferecer uma pesquisa totalmente personalizada a um determinado potencial investimento com

características específicas.O Global Force é um serviço perso-

nalizado e integrado de gestão de locali-zação e acolhimento empresarial, englo-bando actividades como o ordenamento do território, operações urbanísticas de loteamento e desenvolvimento e acom-panhamento da gestão e promoção de zonas e parques industriais e logísti-cos. Os serviços disponibilizados desti-nam-se a zonas e parques industriais e logísticos já existentes ou que pretendam a vir a instalar-se no território nacional e, a empresas industriais e logísticas, já existentes ou em formação, em processo de procura de localização para desenvol-vimento da sua actividade.

Parques Empresariais geri-dos pela aicep Global Par-quesActualmente os parques empresariais que a aicep Global Parques gere são a

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PARQUES EMPRESARIAIS: DESENVOLVIMENTO E GESTÃO

ABRIL 2009 21

Zils Global Parques - Zona Industrial e Logística de Sines, o BlueBiz Global Parques - Parque Empresarial da Penín-sula de Setúbal e o Albiz Global Par-ques - Parque Empresarial de Albarra-que, concelho de Sintra.

A Zils Global Parques, é uma loca-lização com clara vocação atlântica, de

fácil acesso e próximo do Porto Marí-timo de Sines. A Zils dispõe de áreas vocacionadas para actividades indus-triais, logísticas e de serviços, contando já com empresas como a Galp, a EDP, a Sonae Indústria, o Grupo Cimpor e a Repsol. Para a Zils estão previstos investimentos da ordem dos três mil

milhões de euros que gerarão cerca de 1.500 postos de trabalho.

O BlueBiz Global Parques, situado no Vale da Rosa, na Península de Setú-bal, tem uma área de 56 hectares e está vocacionado para a instalação de indús-trias ligeiras, nomeadamente automo-tive, aeronáutica, electromecânica, dis-tribuição e logística. O parque está apto a acolher empresas de serviços e dispõe de salas para conferências, formação e eventos empresariais no Centro de Negócios. Conta já com clientes como a CAT e a Lauak, e com a instalação ainda este ano da Vendap.

O Albiz Global Parques, está loca-lizado no concelho de Sintra, em plena zona industrial, e tem uma área de perto de 25 mil metros quadrados. É um parque que oferece todos os serviços e utilities necessárias à actividade empre-sarial, vocacionado para acolher peque-nas e médias empresas industriais e de serviços.

aicep Global Parques

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AVALIAÇÃO ACÚSTICA

22 ABRIL 2009

Inovação, rigor e profissionalismoSediada em Santarém, a Lusiprojecto – Soluções em Engenharia, Lda, é uma empresa jovem que aposta na inovação, rigor e profissionalismo, para a prossecução dos seus objectivos.

Por Diogo Francisco Gomes*

Sob a orientação de Diogo Gomes, enge-nheiro de Gestão Industrial, integram a equipa técnica da Lusiprojecto, dois engenheiros civis, uma arquitecta, um técnico de construção civil e uma respon-sável pela área da qualidade.

Com base num espírito dinâmico, empreendedor, responsável e com o pen-samento no futuro, nasceu esta empresa, que assenta todo o seu trabalho e desen-volvimento na prestação de serviços de proximidade, dirigidos às necessidades específicas de cada cliente. A Lusipro-jecto rege-se pelos mais elevados padrões de qualidade, pois a sua maior motivação a par das boas práticas, é a satisfação dos seus clientes.

Todo o trabalho desenvolvido pela Lusiprojecto, Lda, nos seus vários depar-tamentos é enquadrado nas mais recentes actualizações legislativas e normativas de modo a cumprir com a sua responsabi-lidade social, como empresa jovem e de futuro que é. A aposta na qualidade, satis-fação do cliente, responsabilidade social e inovação são a estrutura resistente da empresa.

A Lusiprojecto desenvolve a sua actividade na área da avaliação e certificação acústica, certificação energética, engenharia, arquitectura, licenciamento de actividades económicas e avaliação Imobiliária.

O Departamento de Acústica da Lusipro-jecto - SCALACÚSTICA, ciente da sua responsabilidade social, visa a prossecu-ção física das orientações comunitárias, no âmbito da prestação serviços a parti-culares, empresas públicas e privadas, através da realização de medição e ava-liação de ruído ambiental, determinação da existência de incomodidade e da reali-zação de ensaios “in situ” para auditar as características e qualidade dos isolamen-tos dos edifícios, aferindo a conformi-dade dos requisitos acústicos de edifícios, emitindo-se um certificado de conformi-dade acústica, elemento obrigatório para a concessão de licença de utilização por parte das Câmaras Municipais. A SCA-LACÚSTICA é também responsável pela elaboração de estudos e projectos de con-dicionamento acústicos, definindo quais as medidas de minimização acústica a implementar, não só em construção nova, como também em estabelecimentos exis-tentes, onde é pretensão reduzir o ruído ambiente para conforto dos utilizadores.

O Departamento de Projectos desen-volve a sua actividade no âmbito do

licenciamento e legalização de obras par-ticulares e licenciamento de actividades económicas, bem como a resolução de todas as questões ligadas à urbanização, com coordenação de projecto e gestão de empreendimentos.

A CERTICASA, é o mais recente Departamento da Lusiprojecto e aposta no Diagnóstico, Avaliação Imobiliária e Certificação de Edificações como uma medida para imprimir uma dinâmica de confiança nas transacções imobiliárias, uma vez que permite a elaboração de um Relatório de Estado de Conservação e Valor Mercado.

Sabia que “Ter Silêncio é um Privilé-gio”? Poderá encontrar a qualidade de vida em www.lusiprojecto.pt porque “Você Merece Silêncio e Tranquilidade”.

*Engenheiro de Gestão Industrial, inscrito na ANET no colégio de Engenharia Mecânica. Sócio-gerente da

Lusiprojecto, director da SCALACÚSTICA

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GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

24 ABRIL 2009

Regulamentação do sector

Aumento da qualidade e do rigor na gestãoA administração de condomínios é, na generalidade e de forma alternada, exercida pelos condóminos. Todavia, por diversas razões, há uns anos come-çaram a surgir terceiros (empresas, associações, particulares) que passaram a ser contratados pelos condomínios para executar aquelas funções.

A falta de tempo, o cansaço, a crescente complexidade da administração, em par-ticular nos edifícios de maior dimensão, a conflitualidade interna devido a incum-primentos ou a comportamentos ina-dequados, uma crescente necessidade de um maior e mais regular apoio téc-nico, em particular na área jurídica, entre outros motivos, podem ter motivado esta tendência.

Em conversa, António Machado, da direcção da Associação dos Inquili-nos Lisbonenses (AIL) com intervenção bem sucedida nesta área desde há mais de vinte anos, revela os principais pro-blemas que se podem colocar quando se gere um condomínio em regime de out-soursing e realça que a aprovação de regulamentação simples e apropriada pode trazer maior clareza a esta activi-dade económica.

Que factores devem influir na escolha de uma empresa de gestão de condo-mínio?Em regra, teve-se em conta o factor preço do serviço, o que sendo natural pode ser, e é em muitas situações, insuficiente, pois há que considerar devidamente os vários domínios desta gestão e os aspec-tos ligados à capacidade técnica da enti-dade a contratar. Presentemente nota-se por parte dos condomínios uma maior atenção a estas questões e a uma decisão mais ponderada.

Considera que a legislação que existe é suficiente?Quanto à variada legislação sobre a administração dos condomínios seria útil

realizar-se uma discussão alargada em ordem a modernizá-la. A obrigatoriedade de realizar as assembleias até ao dia 15 de Janeiro e que não é exequível de todo, serve de exemplo.

Por outro lado, também se tem vindo a falar sobre a necessidade de regulamenta-ção para este sector de actividade. Sendo uma entidade com interesse na mesma, a AIL concorda com essa regulamentação em ordem a aumentar o rigor e a respon-sabilidade da gestão efectuada por tercei-ros, tendo já emitido o seu parecer sobre a mesma.

A aprovação de regulamentação simples e apropriada pode trazer maior clareza a esta actividade económica.

Há quanto tempo é que a Associação dos Inquilinos Lisbonense desen-volve esta actividade?A gestão/administração de condomínios é uma actividade iniciada pela AIL em 1988 decorrente do facto de ter condó-minos e condomínios associados que solicitaram a estruturação deste serviço.

Estes 20 anos de actividade trouxeram para a AIL, naturalmente, um conheci-mento alargado dos problemas existen-tes nos condomínios e das necessidades quanto à sua administração.

Quais são os principais problemas que surgem quando falamos em gestão de condomínios?Sem pretender ser exaustivo, parece-me importante destacar três tipos de proble-mas. Um, respeita aos proprietários das fracções que ao adquirirem as mesmas por vezes não assumem completamente as responsabilidades inerentes, em par-ticular os custos e a vivência comuns o que leva, por vezes, a incumprimentos e a relações de vizinhança socialmente inadequadas. Um outro, respeita à con-servação dos edifícios e equipamentos comuns, designadamente as coberturas, os elevadores e a canalização de gás, e ao cumprimento por imposição legal, ou por segurança, das inspecções e inter-venções necessárias e periódicas. Um outro ainda, respeita à resolução de con-flitos, onde, na nossa óptica, se deve pri-vilegiar a conciliação e o acordo entre as partes, directamente ou em assembleia, devendo recorrer-se aos tribunais ou Jul-gados de Paz, apenas em última instân-cia.

A AIL é uma entidade de utilidade pública, com 85 anos, e com reconhecida intervenção em representação e defesa dos interesses e direitos dos utilizadores de habitação, arrendatários ou condóminos. Para o efeito da administração de condomínios, a AIL assegura o apoio jurídico permanente através do seu quadro de juristas e estruturou um serviço próprio, actualmente com um corpo de quatro funcionários, sob a orientação de um membro da Direcção.

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Rua Virgínia de Moura Nº 7 Loja 42840-565 Aldeia de Paio PiresTel. 212 223 914 Fax. 309 904 176 Tlm. 917 871 [email protected]

L.C.M. Apresenta Planos PersonalizadosA L.C.M. Gestão de Condomínios Lda. nasceu da experiência adquirida em mais de 10 anos do seu sócio

fundador, João Fernandes, frente a condomínios de grande porte com gestão própria e também na área da Construção Civil.

Unindo capacidade técnica na gestão de pessoal, fi nanceira/contabilísti co, manutenção predial e contra-tos, com a vivencia práti ca, propomos uma administração focada nas característi cas de cada condomínio e suas necessidades.

Uti lizando sistemas informati zados, a L.C.M. não apenas facilita os seus serviços como proporciona agili-dade no atendimento aos seus clientes.

A empresa acredita que todo o trabalho baseado na transparência e competência certamente resulta na confi ança e sati sfação de todos.

A L.C.M. actua na área de gestão e manutenção de condomínios. A nossa função é oferecer aos condómi-nos um conjunto de serviços de máxima qualidade e ao melhor preço, no senti do de minimizar as preo-cupações relacionadas com a gestão e manutenção dos espaços comuns de qualquer empreendimento. A empresa oferece um conjunto vasto de serviços, nos quais se destacam os de consti tuição, manutenção e gestão de condomínios.

No recente ano iniciou-se um novo serviço, denominado Assistência 24 Horas, trata-se de um serviço de ajuda e acompanhamento ao condómino, com o aproveitamento de alguns protocolos efectuados.

No âmbito dos serviços técnicos, a L.C.M. realiza visitas semanais ou quinzenais, dependendo do pacote de serviços, para efectuar vistorias, contratos de assistência e manutenção bem como pedidos de orçamen-tos para reparações.

Como projecto a curto prazo, a L.C.M. tem nos seus horizontes a abertura de uma sucursal em Lisboa, para expansão e aproximação aos nossos clientes da zona de Lisboa e zonas circundantes.

No Grupo J.C.F. Fernandes, está também inserida uma empresa de Limpezas Industriais que oferece uma mão-de-obra qualifi cada aos clientes, tanto a condomínios como a empresas, através de formação pessoal e aplicação de novas tecnologias no campo dos materiais e equipamentos.

L.C.M. Gestão de Condomínios Lda.

Zona de Actuação:Zona da Península de Setúbal- Alcochete - Almada - Barreiro - Moita - Monti jo - Palmela - Seixal - Sesimbra - Setúbal

Zona da Grande Lisboa- Amadora - Cascais - Lisboa - Loures- Odivelas - Oeiras - Sintra

Valorizamos as partes comuns

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RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL-ESPANHA

26 ABRIL 2009

Semana de Promoção do Caminho Inglês de Santiago

Portugal deve assumir uma política PeninsularA Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE) promoveu, no âmbito de uma Missão Empresarial da Galiza a Portugal e da Semana de Promoção do Caminho Inglês de Santiago, no final do mês de Março um almoço em Vila Nova de Gaia com diversas indivi-dualidades da região Norte de Portugal.

Luis Filipe Menezes, presidente do Eixo Atlântico e da Câmara Municipal de Gaia, marcou presença neste almoço e defendeu "uma política peninsular global e coerente para os dois países. Se para a Espanha esta ideia é impor-tante, para Portugal torna-se vital". Em seu entender, Portugal sofre com quatro situações que afectam o seu desenvol-vimento actual: a excentricidade geo-gráfica, a falta de dimensão do mer-cado interno, a existência de problemas demográficos graves e a diminuta qua-lificação dos recursos humanos. Para colmatar estas situações, sugere que a língua castelhana seja ministrada nas escolas do primeiro ciclo e confessa-se defensor de uma harmonização fiscal nos dois países, num prazo de "quatro a seis anos", promovendo também a pre-paração de recursos humanos, capazes de dar respostas válidas num universo de 50 milhões de pessoas. O edil defen-deu de igual forma a regionalização

político-administrativa, com o intuito de Portugal possuir uma voz autorizada, ao nível da defesa dos interesses comuns, tal como acontece com Espanha. "Esta-mos condenados a trabalhar em con-junto, construindo uma cidadania com

carácter", referiu.Por fim, Luís Filipe Menezes defen-

deu a importância de uma acção conjunta dos PALOPs e dos países Ibero-Ameri-canos, pois em conjunto representam cerca de 600 milhões de pessoas, sendo necessário para tal uma vontade política. Luís Filipe Menezes concluiu deixando a mensagem de que Portugal e Espanha pelo que os une deverão trabalhar em conjunto para alcançarem um papel fun-damental na sociedade internacional.

O almoço realizou-se numa uni-dade hoteleira da cidade do Porto e reuniu empresários dos dois países, bem como autarcas das cidades que consti-tuem a associação transfronteiriça do Eixo Atlântico. O menu gastronómico da Galiza foi confeccionado por um reputado cozinheiro da Corunha e ser-vido por um vinho daquela Comunidade Autónoma.

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Há um sem fim de destinos de sonho bem no coração deste jardim à beira mar plantado! Sim, que Portugal é um país lindo, os estrangeiros bem o sabem, quando nos visitam anualmente em número igual ao dos que cá vivem… nós, por vezes, é que parecemos esquecê-lo…

REPORTAGEM

28 ABRIL 2009

Aventuras ao ar livre num país de mil encantos

Da beleza agreste do Gerês à planície alentejana, das neves da Serra da Estrela aos recantos idílicos do litoral algarvio, do misterioso Buçaco aos rios e ribeiras prateadas que correm por entre bosques rumorejantes, há de tudo neste tapete lusitano, desde cidades ultra-moder-nas a aldeias medievais, desde riquezas artísticas de história perdida na bruma dos tempos a patrimónios legados por mouros e romanos, por celtas ou outros povos de quem nem o nome nos chegou, passando de megalitos pré-históricos a uma arquitectura ultra-moderna.

Tudo isto enquadrado por um dos povos mais hospitaleiros do mundo!

Temos uma riqueza imensa, de variedade inesgotável. Nem é pre-ciso fazer grandes planos de longas férias, para beber os encantos deste país: podem viver-se em Portugal expe-riências que nunca esquecerão e não pre-cisar, às vezes, de mais que umas horas

para as concretizar.Nada de mais rico temos ao alcance da

mão que a própria natureza, no melhor clima da Europa - e é nela que podemos encontrar momentos de grande prazer, que enriquecem o corpo e a mente.

De entre mil exemplos ao alcance da mão, olhemos para o que pode ser um dia bem passado no coração do país, perto de Coimbra.O Mondego é um rio de surpreen-dente beleza, que da Serra da Estrela à Figueira da Foz serpenteia por entre margens férteis de vegetação luxuriante, águas límpidas na maior parte do curso, um ar que dá gosto respirar.

Muita gente experimentou já o des-canso de olhar para as águas do Mon-dego na tranquilidade de um piquenique algures sobre a relva, ou mesmo no con-forto civilizado do Centro Náutico do Parque Verde, em Coimbra, ao lado da curiosa ponte Pedro e Inês. Outros fize-

ram a viagem de uma hora no famoso "Basófias", um bateau mouche que se passeia ao longo da cidade-estudante.

Menos pessoas, no entanto, poderão dizer que foram mais além e exploraram os encantos do rio bem no interior sel-vagem do seu percurso por entre montes e vales. Essas, não imaginam o que têm estado a perder…

Não há melhor forma de viver esta aventura que esquecer as margens e dei-xar-se abraçar pelas próprias águas do rio, sobre elas, com elas, ao longo do seu percurso sinuoso rumo ao mar.

Consegui-lo implica uma espécie de iniciação à canoagem. Para quem nunca experimentou, podem colocar-se dúvi-das quanto à dificuldade, segurança, equipamento, ou mesmo aprendizagem e apoio, mas tudo isso tem respostas ao alcance de qualquer um.

Para começar, não oferece qualquer perigo nem requer boa preparação física.

Texto: Pedro Laranjeira

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REPORTAGEM

ABRIL 2009 29

Nos locais onde se pratica, o Mondego tem uma corrente suave, águas baixas e sem rápidos. É um passeio em que o cansaço de remar é mais leve que seria o de caminhar.

Quanto a equipamento, existem várias empresas que oferecem o serviço, incluindo tudo quanto é preciso, desde a canoa e os remos ao guia e professor, sem esquecer o seguro, obrigatório para este tipo de actividades.

Um programa básico para principian-tes consiste em conduzir até à Praia Flu-vial de Misarela, entre Coimbra e Pena-cova, que tem um extenso parque de estacionamento onde pode deixar-se o carro. Atravessa-se então o rio por um pontão de madeira e sobe-se a rampa do outro lado, até à Estrada Nacional 110, junto a uma placa que diz "Praia Fluvial - Acesso Pedonal" - são cinco minutos a pé. Desse local, partem autocarros que nos levam vinte quilómetros rio acima, onde uma fila de canoas já apetrechadas nos espera.

Depois de uma breve sessão de forma-ção em que tudo é explicado a partir de zero, embarcamos e começa a aventura.

As canoas são "sit-on-top", o que sig-nifica que se navega sentado sobre elas e não dentro, ou seja, nunca podem inun-dar. É uma invenção da Rotomod, que acrescenta completa segurança a este desporto e o transforma numa agradável forma de lazer.

Há canoas para uma pessoa só, embora o normal seja de duas, com a possibili-dade de levar ainda uma criança. Toda a gente vai com coletes salva-vida e existe a bordo um pequeno conten-

tor estanque, para que os objectos pes-soais não se molhem. Finalmente, é-se instruído na arte de manejar a "pagaia" - um remo duplo, de desenho inteli-gente e muito fácil de usar. Começa aí a viagem, sempre acompanhada por um ou dois monitores, que servem de guias e apoiam os participantes em todas as fases do percurso.

A viagem é de uma beleza inesquecí-vel, porque o rio o é também. Natureza no seu mais puro!

Os "rápidos" pouco mais força têm que água a correr na banheira, pelo que não é necessária qualquer experiência anterior. O passeio tanto serve de ini-ciação para quem nunca experimentou, como de prazer para quem já o fez e o repete vezes sem conta.A meio do percurso, somos surpre-endidos com uma cortesia dos organiza-dores, que nos fazem acostar a um banco de areia onde entretanto fizeram chegar uma mesinha com bebidas e gulosei-mas. Portanto, nem o piquenique fica de fora.

Rio abaixo de novo, viaja-se ao longo de mais de 15 kms, durante quase três horas. A"civilização" do dia-a-dia parece pertencer a outra vida - são férias, nem que apenas durante umas horas.

O destino: a praia fluvial onde deixá-mos o carro.

Ali, pode tomar-se banho, comer, des-cansar ou, muito simplesmente, nadar e apanhar um banho de sol: fazer praia.

Os mais exigentes, no entanto, podem descer ainda 4 km até à Ponte da Por-tela ou ir mesmo até ao Centro Náutico do Parque Verde em Coimbra. Mas isso

exige já algum treino e um mínimo de preparação física.

Depois desta experiência, é quase sobre-humano não se ficar com a tenta-ção - e o projecto - de repetir a aventura, mas de uma forma completamente dife-rente, nova e única: voltar a fazer a des-cida, mas em noite de Lua Cheia!…

O serviço existe, a avenura é uma memória para o resto da vida!

Falta um dado: qual é o preço de um "pacote" destes, tudo incluído?...

Pois bem, custa 20 euros!Não valerá a pena?...Há muitas "aventuras" deste tipo espa-

lhadas pelo país. Falta a muitos de nós reparar que existem… e aproveitá-las. Outros rios são palco de coisas destas, para além de programas de muitos tipos, incluindo escalada, queda livre, cami-nhadas, mergulho, a oferta é imensa. E por cada minuto que se vive na entrega a estes pequenos momentos de felicidade ao alcance da mão, ganha-se um fôlego de ânimo renovado e fica-se, no patri-mónio da vida, com mais um dia em que as horas foram de alegria pura!

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TERMAS

30 ABRIL 2009

Obstrução nasal, roncopia e apneia do sono

E que tal uma cura termal?A má respiração nasal é uma das queixas frequentes e que contribui significativamente para o ressonar e para a apneia do sono.

Factores como obesidade, drogas que actuam no sistema nervoso central, álcool, sobretudo quando ingerido à noite, alguns medicamentos, e jantares abundantes ajudam na génese destas sín-dromes. Segundo dados recentes, 20% dos homens e 5% das mulheres entre os 30 e 35 anos ressonam, aumentando para 60 e 40%, respectivamente, por volta dos 60 anos. Nas crianças também se verifica esta patologia, principalmente entre os 2 e os 8 anos, muitas vezes devido a hiper-

trofia das adenóides e à rinite.Num estado mais avançado do resso-

nar, aparece a apneia do sono que abrange entre 4 a 10% da população, predominan-temente entre os 40 e 60 anos. Trata-se de um problema grave com amplas reper-cussões médicas, dada a propensão para a hipertensão arterial, enfarte do miocár-dio, angina de peito e insuficiência res-piratória.

Propositadamente deixamos para o final o tratamento da obstrução nasal,

das alergias e das infecções respiratórias, através da água termal. Devido às pro-priedades físico-químicas, a água mine-ral das Caldas da Saúde tem poder anti-inflamatório, anti-alérgico e regulador da permeabilidade da mucosa respirató-ria, favorecendo a desobstrução das vias aéreas.

Estas características são também importantes para tratamentos de doenças músculo-esqueléticas e ajudam no trata-mento dermatológico e psíquico.

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Vale 50% de desconto na inscrição do tratamento termal a todos os leitores da revista Perspectiva na apresentação deste cupão nas Termas das Caldas da Saúde. Válido até final de Abril de 2009.

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NOTÍCIA

PERSPECTIVA

32 ABRIL 2009

Clube dos Pensadores

Lançamento do livro de Joaquim JorgeApós grande expectativa, foi finalmente apresentado ao público o livro de Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores.

Texto: Pedro Laranjeira

Numa sala repleta de comunicação social, onde meio milhar de pessoas acorreu a matar a curiosidade de longa data sobre a obra que retrata todos os eventos, foi uma noite de glória para o incon-formista pensa-dor que tem tido a ousadia de discutir em público os tabus

do nosso quotidiano e tem conseguido, para isso, a colaboração e presença de figuras públicas dos mais diversos qua-drantes da sociedade.

Militante descontente do Partido Socialista, cuja filiação foi proposta por José Sócrates, entregou recentemente o cartão, para se demarcar da disciplina partidária e poder continuar, de suas próprias palavras a “ousar pensar”.

Contundente e sempre muito atento, Joaquim Jorge foi afirmando a sua posi-

ção e é hoje objecto de notícias perma-nentes na maior parte dos órgãos da comunicação social portuguesa.

Criou um espaço público de debate de ideias que é inédito na sociedade oci-dental contemporânea, para que tem convidado personalidades de incontor-nável preponderância na gestão dos des-tinos nacionais.

Disso é exemplo Pedro Santana Lopes, que escreve o prefácio do livro e esteve presente. Pelo Clube dos Pensadores passaram já nomes como Garcia Pereira, Manuel Alegre, Francisco Louçã, Her-mínio Loureiro, Alberto João Jardim, Paulo Portas, Ricardo Costa, Manuel Maria Carrilho, Luís Filipe Menezes, entre muitos outros, cujo leque será aumentado neste primeiro semestre de 2009 com António José Seguro, Medina Carreira e Pinto da Costa.

Da política ao ambiente, do desporto à mulher, todos os temas importantes têm encontrado lugar no espaço do Clube, que existe já também na televisão, na rádio e num blogue de grande movimento.

Na cerimónia de apresentação do livro estiveram figuras bem conhecidas do público, como Narciso Miranda, Garcia Pereira, Diogo Feyo, Rui Gomes da Silva, Álvaro Castello-Branco, José Guilherme Aguiar, Lino Ferreira, João Peças Lopes, António Ribeiro, Luís

Montenegro, João Lourival, Tiago Domingos da Silva e até, numa clara demonstração da abrangência do Clube, o eco-permanente ambientalista Fran-cisco Ferreira.

Dessa noite, em que foi preciso montar uma sala anexa com meios audiovisuais para acomodar o grande número de pre-sentes, recordo dois momentos de par-ticular relevância: Joaquim Jorge, em mais uma das suas frases que ficam para a memória colectiva, fez esta extraordi-nária – mas lúcida – observação: “Neste momento, escrever um livro á uma bana-lidade, já que há mais pessoas a escre-ver livros que a lê-los!”

O outro ponto curioso da noite veio (que surpresa...) de Santana Lopes, quando comparou Joaquim Jorge a Barack Obama... fiquei a pensar - e com isto concluo – que, se não sabemos bem ainda o que esperar exactamente do novo presidente americano, de Joa-quim Jorge não tenho qualquer dúvida: não vai concretizar, nunca, a ameaça que às vezes faz de acabar com o Clube dos Pensadores, mas continuar, cada vez mais vivo, a garantir o espaço único de debate cívico e livre pensamento a que habituou já o país!

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CAMPOS DE FÉRIAS

ABRIL 2009 33

Jardim Zoológico

Aprender, ExplorandoAprender, Explorando é o lema do ATL do Jardim Zoológico e a síntese do trabalho que tem sido desenvolvido desde 1993, nos períodos das férias escolares – Páscoa, Verão e Natal – para crianças e jovens dos 6 aos 15 anos.

Porque passar as férias ao ar livre é sempre uma boa opção, o ATL do Zoo foi criado para preencher os dias de férias com ani-mação, aventura e muita aprendizagem! O fascínio pela vida selvagem, a desco-berta dos seus mistérios e o contacto pro-porcionado pelo espaço do Jardim Zoo-lógico são uma forma única e diferente de passar umas férias bem divertidas, fazendo novos amigos e explorando o Mundo Animal. É o programa ideal para todos os exploradores da natureza!

Tratadores, Treinadores e Educado-res surpreendem os intervenientes atra-vés de experiências fascinantes, recor-rendo a exemplos bem vivos e concretos. O ATL é uma oferta incomparável que não realça apenas o interesse dos partici-pantes, mas também contribui para a for-

Sábados Selvagens

Especialmente criado a pensar nas fa-mílias, o programa Sábados Selvagens dá a oportunidade de participar em algumas experiências únicas, através de percursos temáticos, visitas a bastidores e encontros com tratadores do Jardim Zoológico. Esta é uma forma única para a família se reunir e explorar o mundo animal de uma forma inesquecível!

125 anos cheios de vida!

A celebrar em Maio de 2009 os seus 125 anos, o Jardim Zoológico tem como um dos objectivos a educação de todos aqueles que o visitam, contribuindo para a sua sensibilização, informação e consciencialização da necessidade de conservar e preservar a vida animal e os ecossistemas.

Para mais informações:

Centro PedagógicoTelf. 217 232 960Fax. 217 232 961E-mail: [email protected]: www.zoolisboa.pt

mação de valores e atitudes que podem mudar o Mundo para um lugar melhor para todos.

Inscrições abertas:ATL de Verão – 11 turnos de 5 dias úteisDe 22 de Junho a 4 de Setembro (excepto fins-de-semana e feriados)

ATL de Natal – Dias temáticosDe 21 a 31 de Dezembro (excepto fins-de-semana e feriados)2ª feira – Dia dos Mamíferos Terrestres3ª feira – Dia dos Mamíferos Marinhos4ª feira – Dia dos Répteis e Anfíbios5ª feira – Dia das AvesTurnos de 4 dias / Dias temáticos

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AO VIVO LEITURAS

MÚSICA

CULTURA

34 ABRIL 2009

Lenny Kravitz em Portugal5 de Maio

no Pavilhão Atlântico, LisboaLenny Kravitz regressa a Portugal com o espectáculo "LLR 20 (09)", que presta homenagem ao seu grande álbum de estreia, agora considerado um ícone clás-sico. A digressão inclui também músicas do último disco: "It''s Time For a Love Revolution". Lenny Kravitz escreveu o álbum de estreia, "Let Love Rule" há 20 anos, que abraçava o lema: "It''s time to take a stand, Brothers and Sisters join hands...". O objectivo do cantor é espa-lhar esta mensagem de esperança, levan-do-a em digressão pela Europa.

Beyoncé18 de Maio

no Pavilhão Atlântico, Lisboa A mulher mais famosa do R&B ameri-cano, regressa aos palcos nacionais com o novo álbum “I am… Sasha Fierce”, que entrou directamente para o primeiro lugar do top de vendas mundial. Um trabalho discográfico que revela o seu “alter ego” artístico, mostra o seu lado mais intimista enquanto “Sasha Fierce”.

O que Darwin Escreveu a DeusAutor: José Jorge LetriaEditora: Oficina do LivroISBN: 978-989-555-437-9As palavras que ficaram por dizer num livro que atravessa a vida e os segredos de vários protagonistas da História Univer-sal. José Jorge Letria criou um conjunto de cartas imaginárias que, baseadas em factos comprovados pela História, constituem uma viagem singular.

Um Amor InesperadoAutor: Susan LewisEditora: Porto EditoraISBN-13: 978-972-0-04164-7Natalie, a filha adolescente de Jessica e Charlie Moore, morre num estranho acidente em França. Ambos ficam estarrecidos, mas Jes-sica sente que ficou algo por explicar, enquanto Charlie se recusa a discutir o que aconteceu naquele fatídico dia.

Assim o casamento de ambos é abalado e Jessica parte para França, sozinha, em busca de respostas. Quando chega a uma magnífica vinha no coração da Borgonha, descobre um amor

completamente proibido e uma verdade que mudará a sua vida para sempre. Tendo como cenário um Verão quente e um enfeitiçante mundo de aromas, paladares e romance, esta é uma história íntima e apaixonada de amor e desilusão, de lealdade e traição.

UHF - Absolutamente ao vivoEste é o primeiro DVD em 30 anos de carreira e duplo CD ao vivo. “Absolutamente ao Vivo” foi o título escolhido para o primeiro DVD e 2 CD's dos UHF, para reproduzir fiel-mente tudo o que aconteceu no palco do Coliseu de Lisboa em Setembro de 2006.

The Annie Lennox CollectionThe Annie Lennox Collection é a primeira compilação dos maiores sucessos da cantora escocesa Annie Lennox. Ao abran-ger 15 anos da sua carreira artística, The Annie Lennox Col-lection inclui êxitos dos seus quatro discos de maior sucesso como Diva (1992), Medusa (1995), Bare (2003) e o disco de 2008 aclamado pela crítica, Songs of Mass Destruction. A música intemporal seleccionada para esta colecção reflecte, de forma distinta, a essência da sonoridade soul instantanea-

mente reconhecida e associada a Annie Lennox em temas como “Why”, “Walking on Broken Glass” e “No More ‘I Love You’s” — uma faixa que valeu à cantora um dos quatro Grammys que conquistou.

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Ensino Básico 7.º – 8.º – 9.º

Ensino Secundário – Curso Científico Humanístico• Ciências e Tecnologias

Cursos de Educação e Formação9.º Ano – nível II

Tipo 2• Acabamento de Madeiras e Mobiliário• Serralharia Mecânica• Instalação e Operação de Sistemas Informáticos• Operação de Sistemas Ambientais

Tipo 3• Instalação e Operação de Sistemas Informáticos• Operação de Sistemas Ambientais• Electricidade de Instalações• Serralharia Mecânica

Cursos Profissionais (10.º, 11.º, 12.º) nível III

• Técnico/a de Análise Laboratorial• Técnico/a de Processamento/Controlo Qualidade Alimentar• Técnico/a de Manutenção Industrial• Técnico/a de Electrónica, Automação e Comando• Técnico/a de Mecatrónica• Técnico/a de Desenho de Mobiliário• Técnico/a de Design• Técnico/a de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos• Técnico/a de Instalações Eléctricas• Técnico/a de Controlo Ambiental• Técnico/a de Segurança e Salvamento em Meio Aquático

Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos – Pós-Laboral9.º Ano EscolarDupla Certificação (9.º) nível II

• Operador/a de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)• Operador/a de Informática• Electricista de Instalações• Operador/a de Acabamentos de Madeira e Mobiliário• Serralheiro/a Macânico/a• Electromecânico/a de manutenção Industrial

Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos – Pós-Laboral12.º Ano EscolarDupla Certificação (12.º) nível III

• Técnico/a de Análise Laboratorial• Técnico/a de Informática – Instalação e Gestão de redes• Técnico/a de Obra / Condutor/a de Obra• Técnico/a de Mecatrónica Automóvel • Técnico/a de Electrónica Industrial• Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar• Técnico/a de Desenho de Mobiliário

Escola SecundáriaInfante D. Henrique

Largo Alexandre Sá Pinto4050-027 PortoTel.: 226 052 860 Fax.: 226 052 869E-mail.: [email protected]

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