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Iates têm mercado... falta a marina PÁG 5 DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3891 | SEGUNDA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS As marcas participantes na primeira edição da Feira Internacional de Iates em Macau ficaram satisfeitas com a resposta dos potenciais compradores e acreditam que há um mercado com grande potencial no território. Por isso, desafiam o Governo da RAEM a apostar na construção de uma marina. Ao JTM, responsáveis de alguns fabricantes de luxo apontaram o exemplo de Hong Kong e defenderam que os benefícios associados a uma marina também se estendem a terra e não se restringem ao segmento de luxo. Face à boa adesão, o evento deverá regressar a Macau no próximo ano. “Macau tem de contratar os melhores profissionais” CARDIOLOGISTA MÁRIO GARCIA ALVES, EM ENTREVISTA AO JTM PÁGS 2 E 3 Alunos do IFT “guiaram” visitantes pelo Património PÁG 7 Chow: fecho de Terminal ameaça futuro da península PÁGS 8 E 9 Lusofonia no Iao Hon para quebrar “barreiras” CENTRAIS

JTM 31-10-2011

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Jornal Tribuna de Macau

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Iates têm mercado... falta a marina

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3891 | seguNDa-feira, 31 De outubro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

As marcas participantes na primeira edição da Feira Internacional de Iates em Macau ficaram satisfeitas com a resposta dos potenciais compradores e acreditam que há um mercado com grande potencial no território. Por isso, desafiam o Governo da RAEM a apostar na construção de uma marina. Ao

JTM, responsáveis de alguns fabricantes de luxo apontaram o exemplo de Hong Kong e defenderam que os benefícios associados a uma marina também se estendem a terra e não se restringem ao segmento de luxo. Face à boa adesão, o evento deverá regressar a Macau no próximo ano.

“Macau tem de contrataros melhores profissionais”

CARDIOLOGISTA MÁRIO GARCIA ALVES, Em ENtREVIStA Ao jtm

Págs 2 e 3

Alunos do IFT “guiaram” visitantes pelo Património Pág 7

Chow: fecho de Terminal ameaça futuro da península Págs 8 e 9

Lusofonia no Iao Hon para quebrar “barreiras” centrais

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pÁG 02 segunda-feira, 31 de outubro de 2011 jORnAL TRIbunA DE MACAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jORnAL TRIbunA DE MACAu

local(...) “Não me admira que o Governo tenha dificuldades em arranjar vagas para internos. Se calhar, é preciso reformular e começar a pensar por cima, arranjando formadores com o tal nível académico” (...) - idem

(...) “Seria muito desejável que houvesse uma faculdade de medicina em inglês [...]. Estou certo de que atrairia muitos estudantes de Macau e de outras regiões aqui à volta” (...) – Mário Garcia Alves

mÁRIo GARcIA ALVES Em ENtREVIStA Ao jtm

“Macau tem de contratar os melhores”Não deve ser a nacionalidade, mas a competência a mandar. Mário Garcia Alves refere-se tanto à contratação de médicos como de professores para as faculdades. Saber voar nas asas da prosperidade, atraindo os melhores formadores para o território é uma fórmula a aplicar, entende o cardiologista. O nascimento de uma faculdade de medicina, com aulas em inglês, lançaria as bases que faltam – acredita Mário Garcia Alves - para que a “ciência médica” possa começar a despontar no território

RAQUEL CARVALHO

Os Serviços de Saúde anunciaram recente-mente o recrutamento de oito médicos portu-gueses, no entanto a carência persiste. Como

se explica a falta de especialistas numa RAEM sem problemas financeiros?

-A contratação de pessoas é essencial, ainda para mais existe um desafogo económico que o permite. Ouço falar na contratação de médicos a Portugal, à China, a Taiwan e a Hong Kong. Não percebo porque é que restringem os contratos a pessoas que vêm des-tes locais. O que interessa é a competência profissio-nal e não a origem das pessoas. Penso que para aqui se deviam contratar os melhores médicos, os melho-res profissionais do mundo. E não vou pelas facul-dades que as pessoas frequentaram ou pelos países, mas mais por pessoas que já têm trabalho feito, que têm publicado artigos, que investigam, ou então pes-soas conhecidas por uma determinada técnica, que já ganharam prémios. É preciso estabelecer padrões de competência e esses padrões devem passar por estes aspectos. Quando falo em médicos também falo em professores para as diferentes áreas da universidade. Há faculdades que têm sete ou oito prémios Nobel. Macau não tem porquê? Penso que poderia fazer a diferença. Se há dinheiro, porque não contratar pes-soas de altíssimo nível? Vamos cingir-nos por um sec-tarismo de língua? Não. Temos é que ver as compe-tências próprias. Macau tem de contratar os melhores e principalmente que falem uma língua que toda a gente fale: o inglês. Não é o chinês ou o português. Dentro da ciência toda a gente tem de saber dominar a língua inglesa.

-O director dos Serviços de Saúde diz que é di-fícil importar mão-de-obra e atrair pessoal do exte-rior... Que condições faltam a Macau?

-Eu penso que as pessoas possuem as expectati-vas normais de trabalho. O que é que os profissionais no fundo querem? Se estamos a pedir às pessoas para que tenham trabalho científico e clínico – na minha opinião aspectos que têm de ser muito cuidados e equilibrados na profissão – é preciso que haja tem-po. Se somos clínicos e temos uma sobrecarga muito grande, não há tempo para criar do ponto de vista científico e quando eu digo tempo refiro-me a alturas em que as pessoas não tenham tanta sobrecarga de doentes, para que possam coleccionar dados, inves-tigar e ler. Se não houver uma carreira bem estrutu-rada, é difícil convencer as pessoas. Se as urgências forem caóticas, em que os médicos fazem 24h várias vezes por semana...as pessoas andam como zombies, a produção científica é nula e a produção clínica não pode ser a melhor. Quando se cai nesses excessos clí-nicos, não há margem para mais. Portanto, uma car-reira clínica bem estruturada – algo que também não acontece em Portugal – é essencial. E depois, claro, as pessoas serem bem pagas, sem isso também não vai resultar. Por outro lado, também sei que aqui os dias

de férias não são muitos, sobretudo do ponto de vista de quem é expatriado. Antigamente eram, mas agora tende-se a comparar um expatriado com uma pessoa daqui e não é a mesma coisa, porque um expatriado tem a família a milhares de quilómetros. As pessoas que vierem para aqui têm de ter um bocadinho mais. Não é preciso muito, mas apenas mais alguns dias. Todos os profissionais precisam de sentir-se bem, ale-gres no local onde estão, porque aí haverá vontade de ver um caso clínico novo, de investigar... essa é que é a delícia da medicina, fazer todo este circuito. Se a medicina não for entendida deste modo, torna-se numa coisa pesada de pessoas saturadas, que é o que está a acontecer em Portugal.

-Recentemente, foi divulgado um relatório que indica um decréscimo dos internos ao longo da últi-ma década... Que comentário faz a esta situação?

-A minha ideia é genérica e baseada na minha experiência em Portugal, Suíça e Japão. O que eu digo é: para se formar gente nova são necessários for-madores. E estes formadores têm de ter credenciais. Seja aqui ou onde for. Até porque isto é um ciclo, se houver maus formadores forma-se gente má, a seguir forma-se gente ainda pior. Não estou a dizer que é o caso de Macau. Mas antes de falarmos em números, para mim é ainda mais importante falar e reflectir so-bre a qualidade. Por exemplo, em Portugal há quan-tidade, mas a qualidade deixa muito a desejar. Se há capacidade para importar bons formadores, então aí haverá a atracção de mais pessoas. Agora se não são

abertos concursos, essa já é uma questão de progra-mação. Se calhar não têm formadores para poderem abrir muitas vagas.

-Olhando para a experiência que teve no Japão, em que situação está a saúde de Macau? Ainda lon-ge dos padrões dos países mais desenvolvidos da Ásia?

-No Japão, há hospitais públicos e privados, com ambos a terem muito peso. Um hospital privado não é considerado um hospital menor, muito pelo contrá-rio. O hospital público tende a assegurar os serviços básicos, de muito boa qualidade, dando o exemplo, mas os hospitais privados são talvez os de melhor qualidade. Isto embora haja muitos hospitais pri-vados no Japão, alguns muito bons e outros menos bons. O que se nota é que a ciência médica no Japão está muito avançada, em relação a todo o lado, nome-adamente em relação a Macau, porque aqui não há ciência médica. Aqui nem há uma faculdade...

-Defende a criação de uma faculdade de medi-cina no território?

-Há quem diga que não vale a pena, eu não estou de acordo. Penso que valeria muito a pena ter uma fa-culdade. Não para formar muita gente. Basta formar 20 ou 30 pessoas por ano. E depois isso envolveria tudo, os hospitais, todos os institutos... Não havendo faculdade, a ciência não pode ser a mesma. É funda-mental que haja uma instituição que sirva de âncora às pessoas que querem investigar e relacionar-se mais profundamente do ponto de vista académico com a disciplina. Uma faculdade de medicina seria um des-ses pólos, talvez o mais importante, sobretudo agora que a Universidade de Macau está a criar um novo ‘campus’. Mas é claro, mais do que a questão dos edi-fícios, é depois que haja pessoas que possam ensinar. Seria muito desejável que houvesse uma faculdade de medicina em inglês, aspecto que me parece essencial. Estou certo de que atrairia muitos estudantes de Ma-cau e de outras regiões aqui à volta. Tendo aqui bons formadores, que para além de darem aulas, fizessem a sua investigação, publicando, aí fazia-se uma facul-dade. Não existindo uma faculdade de medicina sur-ge um conjunto de obstáculos. Não me admira que o Governo tenha dificuldades em arranjar vagas para internos. Se calhar, é preciso reformular e começar a pensar por cima, arranjando formadores com o tal ní-vel académico, mas contando é claro com a colabora-ção dos clínicos, cuja experiência é fundamental e in-substituível. Em Macau sente-se no ar uma promessa de evolução. E de evolução no sentido de um pólo de desenvolvimento que não passe exclusivamente pelo Jogo, mas também pelas faculdades de renome. As pessoas sempre concorreram aos melhores sítios para aprender. Macau deve seguir os melhores exemplos e se Macau oferecer uma boa formação muitas pessoas virão.

-Falta também dinamismo aos hospitais e à própria comunidade médica?

-Julgo que não há muitas colaborações entre ins-tituições ou, pelo menos, poderia haver mais. Gos-taria que houvesse mais contactos, nomeadamente com Hong Kong. A colaboração científica e as trocas são sempre muito positivas. Parece-me que é algo que nunca terá sido muito estimulado. Os médicos de Hong Kong de vez em quando vêm cá, mas nós não vamos muito lá. Da parte dos governos de ambas a RAE’s não parece haver um esforço grande nesse sentido, por isso a colaboração é realmente muito re-sidual. E quando penso em colaborações, vejo a ques-tão do ponto de vista até mundial. Os congressos são importantes, vão havendo, mas não basta. Mais útil é a vinda de pessoas e o contrário. Os técnicos daqui irem aos melhores sítios e depois virem de lá com co-nhecimento.

“Em Macau sente-se no ar uma promessa de evolução. E de

evolução no sentido de um pólo de desenvolvimento que não passe exclusivamente pelo Jogo, mas

também pelas faculdades de renome”

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localCaso o futuro Conselho para os Assuntos Médicos seja “uma coisa do género de Ordem dos Médicos, é algo que há 100 ou 50 anos teria razão de ser. Agora acho que já não” (...) – Mário Garcia Alves

(...) “Se o doente puder escolher, considero que é sempre melhor, desde que os custos para o pagador sejam os mesmos” (...) - Idem

“De coração nas mãos”viajante, saxofonista, fotógrafo nas horas vagas e cardiologista a tempo inteiro. No mapa de Mário garcia alves há muito oriente. o Japão marcou-lhe o passado e todos os outros tempos. “Não precisa de perguntar qual o país do mundo em que gostava de viver. a resposta imediata é esta”. começou a exercer medicina em Portugal, passou por espanha, suíça e sul da nação nipónica. “Quando me foi proposto vir novamente para o oriente, o bichinho que cá ficou veio novamente ao de cima”, confessa, justificando a chegada a Macau há quase três anos. Do território tinha apenas as imagens breves de meia dúzia de dias algures na década de 90. Hoje gosta do exotismo e da simbiose a que assiste. entre os segundos dedicados aos pacientes, encontra alguns para a leitura. “literatura de viagem e artigos científicos” estão à cabeceira de Mário garcia alves, já a revista “the economist” anda debaixo do braço. e se as letras lhe roubam os olhos, a música dita vários movimentos. Há muitas noites em que agarra no saxofone, nem que seja para umas notas de improviso. “sempre à vontade e de coração nas mãos, porque é assim que tem de ser”.

“Não compreendo o porquê de mais um hospital”

Agarrando no “mau exemplo” de Portugal, Mário Garcia Alves, a exercer actividade no sector privado, não entende a necessidade de mais um hospital num território com as

dimensões de Macau. Até porque o problema dos recursos humanos tenderá a agravar-se, analisa

em entrevista ao JTM. O cardiologista recomenda sim uma maior interacção entre instituições

públicas e privadas. Poucas expectativas coloca também no futuro Conselho para os Assuntos Médicos, se este tiver contornos semelhantes

à Ordem dos Médicos

A cardiologia e a ortopedia são, segundo os Serviços de Saúde, as especialidades que enfren-

tam maiores filas de espera. São ne-cessários cerca de três meses para uma consulta. É uma situação preocupante?

-Não sei se estamos a falar de primeiras consultas ou segundas consultas...O desejável é que a consulta possa acontecer num período de tempo breve, acho razoável uma semana, 15 dias. Não estamos a falar de urgências, sim de consultas, portanto há um tem-po, não tem de ser a correr. Três meses, em termos gerais, não me parece nada de outro mundo. O desejável é ser uma semana, 15 dias, mas provavelmente os colegas têm que passar pelo inter-namento, urgências... As urgências são capazes de dar cabo de toda a estrutura hospitalar. Veja-se o exemplo de Portu-gal, em que 70 por cento dos recursos do hospital vai para a urgência, só os outros 30 por cento é que vão para in-ternamento. Imagine-se o que é isto.

-Está a ser construído um novo hospital público... Considera que a nova infra-estrutura poderá aliviar a pressão e resolver algumas das lacu-nas que referimos anteriormente?

-Não. Não me parece que os pro-blemas passem pelas instalações, mas mais pelos recursos humanos. Com ou-tro hospital será preciso forçosamente mais gente. Eu não iria por aí. Numa cidade com estas dimensões já estou a começar a ver muitos hospitais, um pouco como acontece em Lisboa, onde há dezenas de hospitais que deveriam ser fechados. Percebo a necessidade de uma estrutura moderna com dimen-sões suficientes, numa área com acessi-bilidades fáceis, com heliporto. Porém, na minha opinião, ao fazerem aqui um novo hospital é melhor fechar o outro. Se calhar estou traumatizado com o exemplo de Lisboa, cidade em que de-veria haver apenas dois hospitais, en-quanto existem uns 30. Para não falar das despesas que isto acarreta. Penso que a questão dos recursos humanos é bem mais importante do que uma es-trutura nova. Numa cidade com esta dimensão realmente não compreendo o porquê de mais um hospital. Mas o Governo melhor saberá do que eu.

-Na semana passada, um deputado defendeu que devia haver uma maior interacção entre os serviços públicos e as instituições privadas... Concorda?

-Aqui em Macau há uma coisa mui-to boa: os médicos que estão no público só estão no público, o que significa que são pessoas não têm interesse no priva-do. Eu acho que sim, que deve haver essa interacção, se há uma certa urgência em atender uma pessoa e se o Governo paga ao hospital público uma determi-nada quantia para a pessoa ser atendida lá, se pagar o mesmo ao hospital priva-do, vejo um benefício para todos: para o hospital público porque não vai ter tanta gente e poderá programar melhor a sua clínica, para o hospital privado porque vai ter mais gente e movimento e para o doente é óptimo porque fica com o pro-blema resolvido. Se um doente pode ter uma consulta ou uma cirurgia num cur-to espaço de tempo, melhor. É claro que terá de ser o Governo a dizer onde coloca as suas despesas, é ele que tem de dizer se dá dinheiro àquele hospital ou a outro para ver o doente. O Governo passaria a ser uma espécie de seguradora, que é a maneira como vejo as coisas, assim os doentes poderiam ir onde quisessem.

-Esta devia ser então uma prática e não uma excepção?

-Se o doente puder escolher, con-sidero que é sempre melhor, desde que os custos para o pagador sejam os mesmos. Penso que poderia existir este sistema liberal, que é o que acontece no Japão. A pessoa pode escolher se vai a um hospital público ou um privado.

-Até ao final do ano, os Serviços de Saúde anunciaram a criação de um Conselho para os Assuntos Médicos. Quais são as suas expectativas em re-lação a este organismo?

-Não conheço os contornos que esse organismo terá. Se for uma coisa do género de Ordem dos Médicos, é algo que há 100 ou 50 anos teria razão de ser. Agora acho que já não. Sempre foi esta minha opinião, nomeadamente quando se fez uma reunião para criar a Associação dos Médicos de Língua Por-tuguesa de Macau, queriam chamar-lhe ordem, mas na altura pedi para que se chamasse outra coisa e chegou-se a um consenso. Na minha opinião, quem tem

de coordenar tudo isto são os Serviços de Saúde, que podem chamar profissio-nais de gabarito para dar a opinião, por exemplo em relação a candidatos. Aque-les que querem trabalhar como médicos precisam da devida acreditação, isso é evidente. Por exemplo, se uma institui-ção privada já estabelecida contratar um médico é essa instituição que assume a responsabilidade. Em Singapura acon-tece do mesmo modo. Agora quem qui-ser iniciar uma prática privada só por si, abrir um consultório, por exemplo, é preciso que os seus pares digam que a pessoa pode exercer legitimamente a actividade. Para essas situações, penso que o Governo chega perfeitamente. Se é uma coisa tipo Ordem dos médicos não vejo grande utilidade. Hoje em dia faria mais sentido um sindicato. Agora não vejo que haja necessidade de criar um novo organismo, havendo os Servi-ços de Saúde, que podem perfeitamente habilitar as pessoas na sua profissão. Há coisas que realmente me parecem mais importantes. Não vejo porque motivo criar um novo organismo. Se acredita-mos num Governo, a quem damos cré-dito e que no fundo regulamenta tudo, não vamos acreditar que tem capaci-dade para fazer isto? Antes as ordens existiam quando as pessoas precisavam de lutar pela sua profissão, algo que continua a ser importante, mas já não do mesmo modo. Veja-se por exemplo o Japão, alguém que quer ser especialis-

ta numa área vai para um hospital e ao final de uns tantos anos um colega reco-nhece que aquela pessoa tem capacida-de. E não são precisos exames, são sim valorizadas provas dadas. Penso que não é preciso burocratizar esta questão.

-Falando da sua área, cardiologia, verifica alguma relação entre as doen-ças que tem diagnosticado e os estilos de vida em Macau?

-Tenho encontrado muitas pessoas com tensões arteriais elevadas, pessoas com outras doenças por vezes do foro cardiológico que não haviam sendo detectadas. Tenho observado algumas com problemas valvulares, cardiopatias congénitas, doença isquémica e também pessoas com miocardiopatias hipertró-ficas. Não consigo traçar nenhuma rela-ção entre as doenças e o estilo de vida porque para isso é necessário a tal acti-vidade científica de que falava. É preci-so a colaboração de todas as instituições para termos uma amostra significativa de doentes, isto para podermos aplicar as ferramentas estatísticas e retirar ila-ções. Sozinho não tenho números sufi-cientes para fazê-lo. Nos grandes cen-tros mundiais a medicina é feita mais à base da ciência e investigação, apelando ao bocadinho de genialidade que todos nós temos, para arranjarmos sempre so-luções novas. E aqui é a altura certa, o momento ideal, enquanto Macau está no período das vacas gordas.

R.C.

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pÁG 04 segunda-feira, 31 de outubro de 2011 jORnAL TRIbunA DE MACAu

localFIRMA IMPEDIDA DE uSAR DESIGnAçãO “LAnDMARk”. o Departamento de Propriedade industrial dos serviços de economia vai ter de anular a concessão que efectuou referente ao nome de uma firma, por se poder confundir com outra existente no mercado, considerou o tribunal de Última instância, num acórdão de quarta-feira. segundo o colectivo de Juízes, parte do nome da firma utilizava a palavra “landmark”, que já é usada pelo hotel “landmark” .

CTM ABRE LOJA nO nAPE. a ctM vai abrir amanhã, na rua de bruxelas, a sua oitava loja e a primeira no NaPe. a loja funcionará todos os dias entre as 11 e as 20 horas, incluindo nos feriados.

Instituto do Desporto

Notificação N.º 01/GP/2011

Não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifica-se o infractor “GINÁSIO ESTRELA LIMITADA” (“STARFITNESS”), sociedade comercial por quotas, que, na sequência do Auto de Notícia de 8.04.2011, levantado pelo Instituto do Desporto, por exercício da actividade de ginásio de musculação ou manutenção sem a correspondente autorização administrativa, no estabelecimento sito na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 61, Edifício Central Plaza, 14.º andar “A14”, “B14” e “C14”, e do despacho do signatário datado de 26.08.2011, exarado na Inf./Proposta n.º 90/DPED/2011, de 2.08.2011, foi determinado a aplicação de uma multa no valor de MOP30.000,00 (trinta mil patacas), nos termos conjugados do artigo 3.º e da alínea c) do artigo 46.º do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro.

O pagamento voluntário da multa deverá ser efectuado na Divisão Administrativa e Financeira deste Instituto, no prazo de 10 dias contínuos a contar da data da presente publicação, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição das Execuções Fiscais, de acordo com os nºs 1 e 2 do artigo 50.º do referido diploma.

Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 30 dias, conforme estipulado na alínea a) do n.º 2 do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro.

Haverá lugar à execução imediata de decisão caso esta não seja impugnada.

O processo administrativo pode ser consultado, nas horas normais de expediente, no Departamento de Administração de Instalações Desportivas deste Instituto, sito na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco I, 4.º andar, Macau.

Instituto do Desporto, em Macau, aos 27 de Outubro de 2011.

O Presidente,Vong Iao Lek

Avenida da Praia Grande, Nº 665, Edifício Great Will, 2º Andar A

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1ª Vez

Execução Ordinária nº CV2-08-0098-CEO 2° Juízo Cível

Exequente: Lei Kuoc Peng, masculino, casado, de nacionalidade chinesa, residente na Av. Coronel Mesquita, edf. Caravela Court, 24° andar G, Macau.Executado: Lam Kai Meng, masculino, de nacionalidade chinesa, residente na Av. de Artur Tamagnini Barbosa, edf. Jardim Cidade, bloco 7, 5° C, Macau.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da fixação do presente edital, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto dos bens penhorados sobre que tenham garantia real e que são os seguintes:

Bens penhorados1°

Denominação: Direito da 1/2 indivisa inscrita a favor do executado Lam Kai Meng da fracção autónoma designada por “B2” do 2° andar “B”Situação: n° 1 do Pátio dos Velhos e n° 18 da Calçada das Verdades.Fim: Para habitação.Número de matriz: art° 013154Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 7648, do Livro B25 a fls. 72.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 11730, do livro nº F13, a fls. 81 vº.

2°O montante de MOP$2.000,00 (duas mil patacas) que o executado tem direito

a receber no “Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico do ano 2010”.

3°O montante de MOP$1.333,33 (mil trezentas e trinta e três patacas e trinta e

três avos) que o executado tem direito a receber no “Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico do ano 2011”.

Macau, aos 20 de Outubro de 2011.

O Juiz,Jerónimo Santos

A Escrivã Judicial Principal,Loi Wai Leng

“JTM” - 31 de Outubro de 2011

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUízO CíVEL

ANÚNCIO

PANSY Ho coNFIA NA “FÓRmULA” DE mAcAU

“cenário perfeito” para o TurismoPansy Ho defendeu que Macau tem de demonstrar que o forte crescimento evidenciado nos últimos anos é sustentável no futuro. Mas, está optimista, perante o que considera ser “uma fórmula bastante invejada”

Demonstrámos ao mundo que podemos crescer num curto es-paço de tempo. E toda a gente

faz a mesma pergunta: isto é sustentá-vel?”, disse Pansy Ho aos jornalistas, à margem da inauguração do Centro de Investigação para a Economia Global do Turismo, em Macau.

A empresária, que é presidente do novo centro de investigação, frisou que Macau está bem localizada geografica-mente no sul da China e tem um forte apoio político do Governo Central chi-nês. “Desde o 12º plano quinquenal à cooperação com a província de Guang-dong - a mais populosa da China (102 milhões de habitantes) e pioneira da po-lítica de ‘Reforma Económica e Abertu-ra ao Exterior’, lançada nos anos 1970 -, sabemos de antemão que nas próximas décadas vai haver um grande investi-mento em infra-estruturas para ligar Macau e torná-lo mais próximo de ou-tras regiões”, sublinhou.

Pansy Ho destacou também a ca-pacidade de “atracção de capitais do mercado de fundos de investimento” e da própria da região em gerar “receitas avultadas, as quais sabemos que serão reinvestidas em Macau para torná-lo ainda um mercado mais atractivo”. “Não enfrentamos os mesmos proble-mas de outras economias de turismo. Aqui estamos a falar de um cenário

perfeito, onde temos os recursos e ao mesmo tempo as políticas. Esta fórmu-la é bastante invejada por todos. Toda a gente quer vir a Macau aprender com a nossa experiência”, concretizou.

A filha de Stanley Ho disse-se “con-fiante” no futuro, pelo facto de Macau ter “obra feita” e “um ambiente estável para demonstrar que a política e os investi-mentos vão estar ligados de uma forma que vai beneficiar o conjunto”. “Compa-rando com os problemas que outras re-giões enfrentam, Macau está muito bem posicionado”, e graças às reestruturações realizadas nos últimos 10 a 15 anos, a re-gião abandonou as “micro-perspectivas” a favor de “uma economia de turismo, que engloba muito mais”, vincou.

Mostrou-se ainda favorável aos limites impostos no sector do jogo. “Esta é uma forma muito prudente de regular. É exactamente essa a ques-tão. Ao mesmo tempo que as políticas ajudaram a promover a aplicação de capitais e o crescimento, também tem de haver algum equilíbrio”, destacou.

Para a empresária, sete anos depois da abertura, de facto, do mercado do jogo, “foi encontrado um certo equilíbrio, ou pelo menos um ponto em que todos concordam, sobre a forma como o mer-cado deve ser regulado”.CENTRO “ESTRATÉGICO”. O Centro de Investigação foi apresentado enquan-to organização “independente e sem fins lucrativos”, que tem como missão a partilha de conhecimento e informação com os governos e entidades ligadas ao turismo, com vista ao desenvolvimento sustentável do sector na Ásia e no mun-do. O centro foi “estrategicamente” se-deado em Macau, em virtude da “com-petitividade” da região no sector, e da sua “localização privilegiada”, que lhe permite “seguir os últimos desenvolvi-mentos e tendências do turismo na Ásia e disseminá-los para o mundo”. Além da investigação, o Centro vai promover anualmente um fórum global de turis-mo, estando o primeiro previsto para meados de 2012, em Macau.

Pansy Ho expressou um “grande optimismo” em relação ao centro, justifi-cando que “o turismo foi sempre um pi-lar do desenvolvimento em Macau”. “Ao estabelecermos um centro de investiga-ção dedicado ao turismo e exploração de estratégias para aumentar a competitivi-dade internacional de Macau, estamos a dar mais um passo para colocar a Região na linha da frente enquanto destino tu-rístico global”, afirmou.

Para o director dos Serviços de Tu-rismo o centro vai ser importante para uma melhor percepção do contexto global em que a região concorre, tirar mais partido das suas vantagens com-petitivas e permitir uma reacção rápida às constantes mudanças actuais.

JTM/Lusa

FOTO

ARQ

uIVO

BrevesTuI manteve pena a “profissional da burla”o tribunal de Última instância (tui) manteve a pena de prisão de sete anos a um homem que já havia sido condenado pela segunda instância e pelo tribunal Judicial de base pelo crime de burla qualificada. em 2007, o homem vendeu um apartamento do qual não era proprietário a uma agência imobiliária, usando documentos falsos. em 2005 tinha sido condenado a uma pena de dois anos e seis meses de prisão, também por burla. outra situação de burla em que se envolveu prende-se com a venda de uma viatura da qual não era proprietário, em 2006. o tui considerou mesmo que se trata de “um verdadeiro profissional da burla”.

Oito em 40 passam no teste para trabalhar na Air Macaua air Macau iniciou este sábado uma sessão de entrevistas para escolher mais 20 pessoas para fazerem parte da tripulação, nomeadamente hospedeiras. Houve 40 residentes a candidatar-se mas apenas oito passaram o primeiro teste, o que não é suficiente, segundo responsáveis da empresa. Hoje, estes seleccionados vão fazer um segundo teste. Num ano, este é o quarto recrutamento de pessoal que a companhia efectua. Para além das condições físicas ideais, os jovens necessitam de possuir, no mínimo, formação escolar no ensino secundário, para além de terem conhecimentos de inglês e mandarim, tanto a nível oral como escrito. É também obrigatório serem residentes permanentes na raeM.

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localACADÉMICO AnTEVÊ ABRAnDAMEnTO nO JOGO EM nOVEMBRO. Davis fong, académico da universidade de Macau, prevê que a receita bruta do jogo em outubro possa bater novo recorde, por causa de efeitos da semana Dourada, mas teme que abrande em Novembro e Dezembro. o investigador afirmou ainda que Macau pode ser afectada pela crise de dívidas dos empresários de fujian.

CAMPuS PARA SEIS MIL ESTuDAnTES. a universidade da cidade de Macau procura um terreno no qual possa construir um novo campus universitário que tenha capacidade para seis mil alunos. No projecto está também incluído um pavilhão desportivo.

EX-mINIStRo EStEVE No cLUBE mILItAR

Polónia tem fé nas RaE’s e no EuroA Polónia tem actualmente uma das maiores economias europeias, mas falta-lhe aumentar as relações comerciais com o Oriente, reconheceu Andrzej Olechowski, ex-ministro das Finanças e dos Negócios Estrangeiros que esteve no Clube Militar para uma palestra

Com uma economia crescente numa Europa em crise, a Polónia pode “contribuir e ser uma par-

te da solução para a crise financeira”. Esta foi uma das ideias defendidas por Andrzej Olechowski no Clube Militar, onde fez uma apresentação sobre o caso de “sucesso” daquele país da Europa de Leste. Contudo, admitiu que falta à Po-lónia estabelecer mais contactos com a China. “Mais de 40% das nossas expor-tações destinam-se à União Europeia, onde estabelecemos relações comerciais com todos os países. O que ainda não

está suficientemente desenvolvido é o comércio com os países orientais”, assu-miu ao JTM o antigo ministro. “Temos um grande défice no comércio com a China. A Polónia ainda está num esta-do de desenvolvimento em que tem um grande potencial de crescimento para os seus países vizinhos. A China não domi-na ainda o nosso mercado”, acrescentou.

Com a presença de um Consulado da Polónia em Hong Kong, Olechowski salientou a importância de estar repre-

sentado deste lado do mundo. “Há um número crescente de polacos que visita Hong Kong e Macau, mas também é im-portante pela especificidade destas duas regiões. São duas janelas modernas para a China e o mundo, e acredito que vão afectar o futuro da China em termos de ideias. Acredito que temos de estar pre-sentes nestas regiões”, apontou.

Para o antigo ministro das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, são três as áreas em que a Polónia pode, de facto, fa-zer a diferença. “Podemos ajudar porque estamos a sincronizar o nosso desenvol-vimento económico com a Alemanha, Es-lováquia ou República Checa, países que também estão a ir bem”. Depois, “existe um projecto histórico de tornar a Rússia mais próxima da Europa. Se houver um projecto político em que a Polónia possa contribuir nesse sentido, iremos fazê-lo”, disse. Além disso, “podemos ajudar a Europa a unir-se, numa altura em que a zona euro está debaixo de fogo”.

Andrzej Olechowski sustentou que o segredo para o sucesso económico da

Polónia reside em dois aspectos. “Temos empresas muito robustas, que foram re-estruturadas num percurso muito difícil, nos anos 90. Por isso, são flexíveis e estão preparadas para as crises. Temos tam-bém um sistema politico estável. Estes dois ingredientes são o guia para uma boa performance económica”, garantiu.

A circunstância da Polónia fazer fronteira com a Alemanha é outro aspec-to a favor. “É uma grande economia, e neste momento a Alemanha é o destino de cerca de 25% das nossas exportações”, frisou, ao considerar que “as duas econo-mias estão cada vez mais sintonizadas para trabalhar em conjunto”.

O facto de Varsóvia não ter aderido à moeda única não é razão para o seu su-cesso económico, muito pelo contrário. “Queremos aderir ao euro o mais de-pressa possível, temos uma grande fé no Euro. A economia europeia pode ser po-sitiva, e para aqueles que competem de forma agressiva há grandes diferenças”, disse Olechowski.

A.S.S.

EXPoSItoRES SAtISFEItoS com RESPoStA Do mERcADo

Marcas de iates querem marina em MacauDa primeira Feira Internacional de Iates em Macau fica a ideia que a construção de uma marina no território, além de permitir aos potenciais compradores locais ter um barco de luxo, atrairia mais pessoas para os casinos e hotéis. Segundo os responsáveis de algumas marcas presente na exposição, o Governo devia apostar nesta indústria, à semelhança do que aconteceu em Hong Kong onde as marinas começam a ficar repletas

FÁTIMA ALMEIDA

Nos últimos quatro dias, a Doca dos Pescadores recebeu dezenas de iates de luxo que pareciam reproduzir cenas de filmes, que, na verdade, co-

meçam a fazer parte das vidas de muitos chineses. Se-gundo a organização da Feira Internacional de Importa-ção e Exportações de Iates, que se realizou pela primeira vez em Macau, no território e no Continente chinês há muitas carteiras capazes de suportar um luxo desta na-tureza. “Pensamos que os expositores estão contentes. Marcas como a Simpson conseguiram cerca de 10 po-tenciais compradores. E alguns expositores do Interior da China, como Zhuhai, chegaram a receber alguns pedidos, cerca de cinco, o que é muito surpreendente”, avançou ao JTM Joanna Chang, da Fuzhou Auto China Yatchs Management, que organizou a exposição com o grupo local Nam kwong.

Também algumas das grandes marcas que estive-ram presentes na exposição reconhecem o potencial de Macau para desenvolver este negócio e não só porque existem possíveis clientes no território. Por isso, su-blinham que a construção de uma marina iria trazer “benefícios” para a RAEM. “Não haver uma marina é definitivamente um problema, mas é algo que poderá ser corrigido, há muito interesse da parte dos locais. Ao mesmo tempo, podia também ajudar na indústria dos casinos, sendo uma boa plataforma para o sector VIP”, considerou ao JTM Matthew Steinert, da Prout Interna-cional.

Na opinião de Mark Woodmansey, da Simpson, a falta de uma marina em Macau também está a travar a vinda de mais pessoas com dinheiro para a RAEM.

“Verificamos que há muitas pessoas em Macau que gos-tariam de ter um barco e muitas de Hong Kong que já têm um barco e apreciariam vir para Macau durante o fim de semana nos seus barcos para ir aos casinos e res-taurantes”, referiu.

Comparando a RAEM com Hong Kong, onde a empresa está desde 1984, o responsável, de uma marca que tem cerca de 2.000 clientes neste lado do mundo, idealiza até uma marina que não serviria só quem tem um poder de compra acima da média, mas também toda a população. “Se em Macau houvesse uma mari-na pública poderíamos não ter só o lado do luxo, mas também escolas de canoagem, de venda, para envol-ver toda a comunidade. (...). Por exemplo, o Governo de Hong Kong investiu muito dinheiro em escolas de windsurf, de vendas que estão integradas na marina e são um sucesso”, exemplificou.

Para Mark Woodmansey o investimento do Execu-tivo na área das marinas, além de injectar mais dinhei-

ro nas contas públicas, permitira a “diversificação da economia” e “criar novos postos de trabalho” e profis-sionais especializados. Até porque, segundo explicou, criar uma marina envolve a construção de restaurantes e outros espaços que permitam também contemplar os barcos às pessoas que não podem comprar um iate cujos preços podem ultrapassar os 62 milhões de patacas.

Embora a Doca dos Pescadores não seja o local in-dicado para atracar os iates, uma vez que o terminal de ferries está muito perto e a movimentação das águas é forte, “em frente ao casino Wynn poderia ser feita uma marina muito rapidamente”, sugeriu Mark Woodman-sey, notando que as marinas de Hong Kong estão a ficar cada vez mais lotadas. A Feira Internacional de Impor-tações e Exportações de Iates deverá voltar para o ano também na Doca dos Pescadores, referiu Joanna Chang, acrescentando que nesta edição deverão ter visitado a exposição cerca de 6.000 pessoas por dia. Os números definitivos são hoje conhecidos.

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PuBliciDaDE

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FÁTIMA ALMEIDA

localLEI DO TABACO CuMPRIDA COM “RIGOR”. Quando a lei do tabaco entrar em funcionamento, em 2012, não haverá qualquer período de transição, reiterou o director dos serviços de saúde, lei chin ion. foi ainda prometido que as autoridades vão cumprir a lei com rigor, deixando antever uma fiscalização apertada.

InOVAçãO E DIVERSIFICAçãO COMO SuCESSO DO TuRISMO. o director dos serviços de turismo de Macau e vice-presidente da associação de turismo da Ásia-Pacífico (Pata, em inglês), defendeu que a inovação e diversificação têm tido um papel central no recente sucesso de destinos como Macau, Hong Kong, singapura, guilin e chengdu. costa antunes falava no âmbito de um fórum da organização Mundial do turismo e Pata.

38 PoR cENto DAS EmPREGADAS VÊm Do VIEtNAmE

Patrões defendem formação para domésticasA Associação Geral das Mulheres de Macau inquiriu 460 patrões, dos quais 80 por cento defendem uma formação para as domésticas. Por outro lado, a possibilidade de atribuição de um salário mais elevado para empregadas vindas do Continente deve ser alvo de um estudo

Cerca de 80% dos patrões defendem que as em-pregadas domésticas devem ter uma formação profissional, enquanto cerca de 77% admitem

que vão deixar as suas domésticas participar na for-mação se esta vier a existir. Estas são algumas das conclusões avançadas por um estudo feito pela As-sociação Geral das Mulheres de Macau (AGMM), que entrevistou 460 patrões.

De acordo com os dados do mesmo inquérito, as empregadas domésticas provenientes do Vietname são 38% do total, enquanto que as filipinas estão no segundo lugar, com 24%.

Os patrões exigem também às empregadas uma maior deontologia, conhecimentos ao nível da higiene e segurança doméstica, conhecimentos sobre cuida-dos básicos que devem ser prestados a bebés e noções de culinária. Os patrões inquiridos indicaram ainda que o tempo ideal para as domésticas receberem for-mação era de manhã ou à noite, sugerindo uma dura-ção total do curso de 20 horas.

Deste modo, a AGMM sugeriu ao Governo a re-visão da Lei de Contratação dos Trabalhadores Não Residentes e do regime de licenciamento às agências de emprego de Macau. A associação indicou também

que deve ser considerado o aumento de salário ten-do em conta as especialidades da doméstica. Ou seja, depois da formação poder-se-á obter um salário me-lhor.

O Secretário para Economia e Finanças, Francis Tam, já tinha referido anteriormente que o salário das empregadas domésticas vindas do Interior da China poderá ser mais alto do que os das empregadas de ou-tras nacionalidades. Mas a AGMM defendeu que essa medida deve ser estudada para evitar conflitos entre as empregadas de diferentes nacionalidades.

V.C.

ALUNoS Do IFt EXPERImENtARAm SER GUIAS tURIStÍcoS No cENtRo HIStÓRIco

uma profissão para segunda escolhaEscolher uma carreira de guia turístico não está na lista das prioridades dos alunos de Turismo do Instituto de Formação Turística que ontem levaram os visitantes a conhecer melhor o Património de Macau. Apesar de considerarem que esta é uma profissão divertida e que os aproxima das pessoas, primeiro querem entrar no mundo dos negócios e ganhar experiência e conhecimentos noutros ramos ligados a esta indústria. Os turistas levaram boas impressões dos alunos e das características únicas de Macau

Saíram das salas de aula para vestir o papel de guias turísticos. Do Se-nado à Fortaleza do Monte os alu-

nos do Instituto de Formação Turística (IFT), do 2º ano do curso de Gestão em Turismo, foram atraindo as atenções de um grupo de turistas durante um pas-seio gratuito por alguns dos lugares mais emblemáticos de Macau. Duran-te hora e meia, visitantes da República Checa, Hong Kong, entre outras prove-niências, foram trilhando um caminho com fortes marcas portuguesas, naque-le que foi um verdadeiro teste para os estudantes que pela primeira vez colo-caram em prática os ensinamentos dos livros.

Para Kelvin Shen a experiência de “fazer um verdadeiro passeio com os turistas”, permite, além de “interagir com as pessoas”, saber “como comuni-car bem todas as informações que estão na cabeça”. Apesar de estar apenas no segundo ano do curso de Turismo en-tende que um bom guia deve ter “um discurso claro” e com alguma perso-nalidade, devendo evitar-se o uso de palavras difíceis, até porque “muitos dos turistas que vêm a Macau não têm o inglês como língua materna”.

São as impressões de um jovem que prefere, contudo, a área dos ne-gócios para construir uma carreira,

afastando da juventude o desejo de se tornar num guia turístico. “Quero ser guia turístico, mas só quando estiver no tempo da reforma (...). Depois [de acabar a licenciatura] estou a pensar em trabalhar no ramo dos negócios, estou interessado em comércio, entre-tenimento, algo também ligado ao tu-rismo”, referiu ao JTM.

Vislumbrando oportunidades, o jovem aponta a falta de capacidade de concretização dos planos na indústria do entretenimento. “Para o entrete-nimento em Macau as facilidades são boas, mas falta formar as pessoas para esta indústria. Por exemplo, nós temos uma ideia, mas não temos acção ou apoio para a concretizar”, elucidou.

Também Mika Ma não se vê todos os dias nas ruas a pedir a atenção de um grupo de turistas, mas ambiciona comandar uma agência. “Quero gerir uma agência de viagens. Pedirei aos meus colaboradores para que façam os passeios guiados”, antevê a estudante do IFT, acrescentando que os planos de actividades devem incluir actividades culturais para travar a tendência de al-guns turistas se direccionarem apenas para os casinos.

Até Lily Chan, que é quase in-

cansável quando fala sobre o gosto de “guiar” pessoas pela cidade e desco-brir a natureza e os interesses que mo-vem cada turista em particular, coloca a profissão de guia apenas numa ponta da sua carreira. “Como guia turística posso divertir-me bastante, mas este é um trabalho apenas para uma parte da minha carreira. Em cada viagem temos muitos sentimentos, mas além disso precisamos também de ler mais e ter outras experiências. Precisamos de outro trabalho para construir outras ideias, por isso, quero ser também pro-fessora”, explicou a jovem estudante, que quer combinar os seres humanos com a História e a Natureza.

Independentemente do ramo que vierem a escolher crêem que esta é uma área que lhes vai permitir encontrar emprego no final dos estudos, já que, como explica Kelvin Shen, a indústria do Turismo, mesmo que comece por não ser uma prioridade para alguns Governos, acaba sempre por desenvol-vida. E ilustra. “A China era um país mais fechado, mas agora tem interesse em promover a indústria do Turismo (...) se eu quero ter um emprego depois da licenciatura tenho de estudar esta área”, refere o estudante enquanto nota

as diferenças entre a Macau antiga e os edifícios modernos.UMA CIDADE DIFERENTE. As ca-racterísticas distintas de Macau volta-ram a surpreender turistas como Adela Klemesiva e Ivan da República Checa, que se juntaram ao grupo mesmo de-pois de já terem visitado o Centro His-tórico de Macau, e Kevin Sit, Stanley Ng e Coppen Chan, de Hong Kong, que através deste passeio conheceram, de perto, pela primeira vez, a história desta RAE.

“Estou surpreendida, a parte his-tórica é muito particular. Conseguimos ver os edifícios modernos, que são ma-ravilhosos, e também estes antigos de estilo europeu. Há muitas diferenças entre Macau e Hong Kong, onde na maioria os edifícios são modernos, mas aqui podemos também ver este lado da história”, refere a arquitecta Adela Klemesiva.

Uma opinião corroborada pelos jovens turistas da RAEHK, que notam que apesar de Hong Kong ter sido uma colónia britânica os edifícios de estilo europeu são mais visíveis em Macau. “A cultura portuguesa é diferente, e aqui sentimos mais o estilo europeu, porque Hong Kong com o desenvolvi-mento económico tornou-se uma cida-de capitalizada e aqui vamos para al-guns lugares históricos e o sentimento é muito maior”, consideraram.

Não é de admirar se a cada recanto ouvem a palavra português no discur-so dos guias. Na visita ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, de-pois de uma passagem pela exposição de Nuno Barreto, a guia, já no segundo andar do edifício alertou para o facto de haver duas pedras com símbolos portugueses e as imagens dos poetas João de Deus e Luís Vaz de Camões, que logo serviram de cenário para as fotografias dos turistas.

Já nas Ruínas de São Paulo foram os símbolos a cativar as atenções dos visitantes, depois da guia explicar a re-lação entre alguns elementos do Orien-te e do Ocidente, que marcaram toda a viagem. No próximo fim-de-semana e no dia 12 de Novembro, os alunos voltam a realizar passeios pelo Centro Histórico.

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local(...) A eventual deslocação [do Terminal do Porto Exterior] para as Ilhas vai criar um grande impacto na população, na medida em que as pessoas ficarão obrigadas a despender mais tempo nas suas deslocações e na recepção a familiares e amigos, para além de terem de suportar encargos adicionais com o transporte e de consumirem mais combustíveis, com graves repercussões para o meio ambiente e para a saúde” (...) – David Chow

DAVID CHOW*

Terminal Marítimo do Porto Exterior versuserupção do cotai e afundamento da Península

I. Introdução

O crescimento exponencial da economia trouxe um desenvol-vimento desordenado. O fosso

entre ricos e pobres é cada vez maior. As novas e velhas zonas desenvolvem-se sem um planeamento devidamente concertado, gerando-se desequilíbrios. São, portanto, problemas que afectam, directamente, o integral desenvolvi-mento económico e o bem-estar dos residentes. Correm rumores, ultima-mente, de que o Terminal Marítimo do Porto Exterior, em funcionamento des-de 1993, vai ser transferido para outro local, após mais de 18 anos de funcio-namento, estando este facto a desper-tar a atenção de todos os sectores da sociedade. Segundo os dados estatísti-cos divulgados pelo Departamento de Migração do Corpo de Polícia de Se-gurança Pública, entraram em Macau, em 2010, através do Terminal Marítimo do Porto Exterior, importante eixo de tráfego de Macau, mais de 7.130.000 vi-sitantes, o que representa mais de 70% do número total de visitantes entrados por via terrestre. Sendo o mais impor-tante posto fronteiriço marítimo desde a década de 60, a sua deslocação decer-to irá trazer um impacto directo no fu-turo desenvolvimento económico.

II. A deslocação deste eixo de trá-fego agrava os encargos dos residen-tes e de todos os que visitam Macau

Ascende a 470.000 o número total de habitantes que reside habitualmen-te na península de Macau, o que cor-responde a cerca de 85,2% da popula-ção, sendo que o Terminal Marítimo do Porto Exterior é o posto fronteiriço marítimo que, actualmente, melhor serve os interesses dos residentes nas suas deslocações ao exterior. É sabido, de facto, segundo estatísticas infor-mais, que este Terminal Marítimo é utilizado, anualmente, por mais de um milhão de residentes, nas suas viagens ao exterior ou quando recebem familia-res e amigos que os visitam. Por isso, a eventual deslocação do mesmo para as Ilhas vai criar um grande impacto na população, na medida em que as pessoas ficarão obrigadas a despender mais tempo nas suas deslocações e na recepção a familiares e amigos, para além de terem de suportar encargos adicionais com o transporte e de con-sumirem mais combustíveis, com gra-ves repercussões para o meio ambiente e para a saúde.

É do conhecimento geral, por ou-tro lado, que a via marítima é o prin-cipal meio utilizado pelos residentes nas suas deslocações a Hong Kong e a Shenzhen. O Terminal Marítimo do Porto Exterior, por estar situado entre Macau e as Ilhas, é de fácil acesso para os residentes, dado que a esmagadora maioria da população vive na penín-sula de Macau, e, pelo facto de estar apenas a 8 minutos de carro do Posto

Fronteiriço das Portas do Cerco, facilita a vida aos visitantes nas suas desloca-ções, via terrestre, à China continental. Para além disso, permite ainda equili-brar o fluxo dos visitantes entre Macau, Hong Kong e Zhuhai. De resto, ficou mais do que provado que o fluxo de visitantes que se deslocam do Terminal Marítimo do Porto Exterior para a Tai-pa não tem constituído uma sobrecarga para a Ponte da Amizade.

III. A deslocação do Terminal Marítimo do Porto Exterior para fora do perímetro da península de Macau afecta a sobrevivência das pequenas e médias empresas

A entrada em funcionamento do Terminal Marítimo do Porto Exterior criou vantagens e oportunidades de desenvolvimento para Macau, espe-cialmente para as pequenas e médias empresas do Porto Exterior. Pelo fac-to de o Terminal Marítimo do Porto Exterior ser o posto que faz a ligação entre Hong Kong e Shenzhen e, como tal, funcionar como elo de ligação entre Guangdong, Hong Kong e Macau, au-mentaram as visitas dos residentes de Guangdong e de Hong Kong e, como não podia deixar de ser, o âmbito de desenvolvimento das pequenas e mé-dias empresas também se alargou, sen-do esta a razão pela qual a península de Macau tem vindo a ser o principal ponto de concentração das pequenas e médias empresas. Segundo as estatísti-cas, existiam, em 2009, cerca de 15.000 pequenas e médias empresas, estando 99% do total, ou seja, a esmagadora maioria, localizada e a operar na pe-nínsula de Macau. É por terem uma di-mensão pequena que estas empresas se sujeitam, no exercício da sua actividade, às restrições impostas pelos recursos e pelo clima de negócios. Naturalmente,

a deslocação do Terminal Marítimo do Porto Exterior vai afectar, muito directa e particularmente, as deslocações dos residentes, dos empresários e dos visi-tantes das três regiões, querendo com isto dizer, numa outra perspectiva, que o centro económico também será indi-rectamente afectado. Por isso, em jogo está a sobrevivência das pequenas e médias empresas instaladas na penín-sula de Macau que dependem do fluxo de visitantes do Terminal Marítimo do Porto Exterior. A eventual deslocação deste eixo de tráfego é contrária à po-lítica que o Governo tem vindo a ad-vogar, sistematicamente, qual seja, a diversificação adequada da economia e o apoio ao desenvolvimento das pe-quenas e médias empresas.

IV. A criação de benefícios apenas para as operadoras do jogo no Cotai é uma medida contrária aos fins da pro-moção do Património Mundial

A dimensão da componente turís-tica do Cotai é já hoje visível, depois de os complexos do Venetian, da City of Dreams e da Galaxy terem iniciado as suas operações. A acessibilidade, em termos de tráfego e transporte, está mais que aperfeiçoada. O Cotai conta, por via aérea, com o Aeroporto Inter-nacional de Macau, ali mesmo ao lado; por via terrestre, com o Posto Fronteiri-ço da Ilha da Montanha e, por via ma-rítima, com o Terminal Marítimo Pro-visório. Deslocando-se, integralmente, o Terminal Marítimo do Porto Exterior para o Cotai, tal leva-nos a questionar se não se trata de mais uma política desequilibrada para beneficiar as ope-radoras do jogo no Cotai. O jogo, en-quanto produto turístico a desenvolver e a promover, mais não é do que, para a esmagadora maioria dos visitantes, uma curiosidade para ver e conhecer, e

não um incentivo. Desde 2005, data em que viu inscrito o seu nome na Lista do Património Mundial, Macau deparou-se com uma oportunidade ímpar de promover e divulgar o seu património, associado que está a mais de quatro séculos de intercâmbio, diversificação e coexistência de culturas. Pois bem, todo este património encontra-se loca-lizado, na sua totalidade, na península de Macau. Sendo assim, se o Terminal Marítimo for deslocado para a zona do Cotai, como é que os que aqui chega-rem, por via aérea e por via terrestre, e que tenham necessariamente de passar também, em primeiro lugar, pelo Co-tai, terão oportunidade para visitar a península de Macau, sabendo-se que a média da estadia, em Macau, é de um dia e meio? A oportunidade de conhe-cerem Macau é drasticamente reduzi-da, o que é contrário aos fins da promo-ção do Património Mundial de Macau, bem como prejudicial para a imagem de cidade turística e para a construção de Centro de Turismo e Lazer a nível internacional.

V. Erupção das novas zonas e afundamento das velhas

Independentemente dos respecti-vos pressupostos históricos, as empre-sas retalhistas e os estabelecimentos de restauração que criaram, há anos, as suas raízes na península de Macau, conseguiram, de alguma forma, com muita dedicação e empenho, criar a sua própria marca, sendo este, aliás, o chamariz para os visitantes que aqui aportam à procura de um turismo de lazer e de prazeres gastronómicos. A deslocação do Terminal Marítimo do Porto Exterior vai criar, sem margem para qualquer dúvida, um forte impac-to nos seus negócios. Será que terão, também, de mudar para o Cotai? Ou deverão manter-se, pura e simples-mente, na zona velha, à espera que a asfixia da sua actividade venha a ditar o seu próprio fim?

A acessibilidade ao Terminal Ma-rítimo do Porto Exterior é considerada bastante boa, pois os visitantes tanto podem apanhar um autocarro, como um táxi ou recorrer ao serviço de au-tocarros expresso. O desmantelamento daquele terminal marítimo e das insta-lações de parqueamento anexas não só representa um esbanjamento de recur-sos, mas obriga também à construção de novas infra-estruturas que levam o seu tempo. Por conseguinte, a desloca-ção é uma má decisão política, em ter-mos de empreendimento e de desen-volvimento urbano.

As contrastantes diferenças entre a parte nova e a parte velha de Las Vegas e o empenho demonstrado pelo Gover-no de Cantão no projecto de recons-trução dos bairros velhos da cidade, enquanto medida de reabilitação, são exemplos que temos à nossa disposi-ção. Deslocar e encerrar as operações do Terminal Marítimo do Porto Exte-rior irá fazer com que a zona velha da península de Macau entre em declínio e que a zona nova do Cotai conheça

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local (...) “Suspender o uso do actual Terminal Marítimo do Porto Exterior pode trazer efeitos inimagináveis para a zona velha de Macau” (...) - idem

(...) “A deslocação [do Terminal] é uma má decisão política, em termos de empreendimento e de desenvolvimento urbano” (...) - David Chow

um desenvolvimento. Será que é isto que todos que-remos ver? Importa, portanto, que haja uma reflexão séria sobre esta questão.

VI. Conclusão

1. A construção de um terminal marítimo deve ser feita em articulação com o plano director urbano

Pelo acima exposto, entendo que, de facto, o actual Terminal Marítimo do Porto Exterior deixou de ter capacidade para satisfazer as necessidades, não restando dúvidas, portanto, de que há toda a necessidade de ampliar as actuais instalações ou de construir um novo terminal, porventura no Cotai, de forma a desenvolver o turismo nesta nova zona. Con-tudo, suspender o uso do actual Terminal Marítimo do Porto Exterior pode trazer efeitos inimagináveis para a zona velha de Macau, sendo que a construção de um novo terminal marítimo implica um grande volume de obras, a aplicação de avultados recursos do erário público, o dispêndio de tempo, a articula-ção com o plano director urbano, a construção de ca-nais de navegação, o planeamento de acessibilidades, incluindo a sua interligação com os diversos postos fronteiriços e os meios de transporte (Metro ligeiro, autocarros, táxis e serviços de autocarro expresso), bem como a planificação dos equipamentos turísticos envolventes e o respectivo montante dos investimen-tos. Sendo tudo isto alvo de atenção da sociedade e vindo o actual terminal marítimo a ser deslocado, o novo terminal marítimo terá de ter, pelo menos, a mesma capacidade de resposta para o actual e futu-ro número de visitantes, perante aquilo que é a clara tendência de aumento do número de turistas.

2. Desenvolvimento equilibrado entre zonas novas e velhas, em prol da promoção da diversifica-ção das actividades económicas

No processo de desenvolvimento de qualquer grande ou pequena urbe, há sempre assimetrias en-tre a parte velha e a parte nova das cidades, especial-mente para as que têm uma longa história, onde se notam facilmente traços de envelhecimento nas zonas velhas. “Novas zonas a emergirem e velhas a imergi-rem”, é uma realidade com que nenhuma sociedade deseja ser confrontada. Por exemplo, em Hong Kong, em ordem a manter um equilíbrio entre as zonas ve-lhas e as zonas novas, o Governo envolveu o sector privado no desenvolvimento das zonas velhas, no sentido de continuar a explorar a dinâmica do merca-do, dando aproveitamento às construções históricas e revitalizando-as para dinamizar o desenvolvimento

do turismo. O essencial, acima de tudo, é manter um fluxo equilibrado de pessoas, tanto nas zonas novas como nas zonas velhas, sendo esta experiência digna de referência para Macau. Em Hong Kong, existem mais de sete terminais marítimos para passageiros, distribuídos por Hong Kong, Kowloon e Novos Ter-ritórios, contribuindo, assim, para equilibrar a econo-mia e o fluxo de pessoas nas zonas velhas e nas zonas novas. Em Macau, quer na península, quer nas Ilhas, há um terminal marítimo para passageiros, de forma a manter activo o comércio tanto nas zonas velhas como nas zonas novas, para além de garantir uma diversificação da economia.

O Governo está apostado em tornar Macau num Centro de Turismo e de Lazer a nível internacional e em promover a diversificação da economia. Os pon-tos de interesse turístico concentram-se, na sua maio-ria, na zona das Ruínas de S. Paulo, no Templo de A-Má e na Fortaleza do Monte, locais que se articu-lam bem com as compras de lazer em vias públicas, em contraste com as grandes superfícies comerciais do Cotai, o que prova que cada uma das zonas, ve-lha e nova, dispõe de peculiaridades e características próprias, sendo esta, portanto, uma boa estratégia a ser seguida na criação do Centro de Turismo e de La-zer a nível internacional e na promoção de uma eco-nomia diversificada.

3. Elaboração de regulamentos para resolver o problema do fluxo de turistas no Terminal Maríti-mo do Porto Exterior

Nas zonas velhas de Macau, os monumentos, as construções e os sítios históricos são o património que, por não ser passível de ser imitado, atrai os vi-sitantes. Há quem entenda que é devido a questões de limitação de espaço no Terminal Marítimo do Porto Exterior que os serviços de autocarro expres-so causam engarrafamentos de trânsito nas vias cir-

cundantes. Na minha opinião, o problema tem a ver, essencialmente, com questões de gestão e coordena-ção. Nada mais. A solução passa por uma restrição no número e pela lotação dos autocarros de serviço expresso, até um limite razoável, e pela definição de um regime que regule as partidas, incluindo o local, a hora e a lotação para as partidas. É assim que os engarrafamentos de trânsito terão solução.

4. Utilização em simultâneo do Terminal Marí-timo do Porto Exterior e do Terminal Marítimo do Cotai para circulação de turistas

Macau já é uma cidade internacional, acolhendo, anualmente, mais de 25 milhões de visitantes, preven-do-se um crescimento contínuo durante os próximos 5 anos. Ao abrigo do Acordo de Cooperação entre Guangdong e Macau, e depois de estarem concluídas as obras de construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, é inevitável que haja uma integração regional, sendo esta uma das razões pela qual o Terminal Ma-rítimo do Porto Exterior deve ser mantido em funcio-namento, ampliando-o adequadamente, para além de serem optimizadas as actuais instalações do Terminal Marítimo Provisório da Taipa, que deve passar a ser, também, uma infra-estrutura definitiva. Será este o melhor plano de desenvolvimento urbano. O núme-ro de postos fronteiriços é uma importante referência no que concerne à internacionalização de qualquer cidade. Xangai dispõe de dois aeroportos internacio-nais (Aeroporto Internacional de Hungqiao e Aeroporto Internacional de Pudong) e Tóquio, grande metrópole internacional, também dispõe de dois aeroportos in-ternacionais (Aeroporto Internacional de Narita e Aero-porto Internacional de Haneda). O funcionamento, em simultâneo, de dois postos fronteiriços não só contri-bui para garantir uma maior circulação de turistas, como oferece também mais opções aos visitantes, a par de uma maximização do aproveitamento dos recursos, sem afectar as deslocações dos residentes. Isto não só cria condições para o desenvolvimento do Cotai, mas, também, para manter a prosperidade económica da península de Macau. Sendo a deslocação do Terminal Marítimo do Porto Exterior uma questão relevante, em termos de planeamento urbano, deve o Governo promover uma consulta alargada junto da sociedade e proceder à sua devida avaliação. O presente texto foi elaborado com base numa estratégia de desenvol-vimento a longo prazo, lançando pistas para que nos faça chegar a sua opinião.

* Ex-deputado à Assembleia Legislativa e actual membro do Conselho Económico de Macau e da

Comissão de Apoio ao Desenvolvimento Turístico de Macau

(...) “Deslocar e encerrar as operações do Terminal Marítimo do Porto Exterior irá fazer com

que a zona velha da península de Macau entre em declínio e que a zona nova do Cotai conheça um

desenvolvimento. Será que é isto que todos queremos ver?” (...)

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TORRE ESTREIA FILMES EM 3D. Para a estreia da nova sala de cinema 3D, na torre de Macau, e que os promotores asseguram ser a maior da cidade, vão ser disponibilizados 300 lugares gratuitamente, para a pré-visualização de uma versão mais longa de “avatar”. o filme é projectado a 2 de Novembro, pelas 20h00. os interessados podem inscrever-se através da página no facebook na torre de Macau.

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Contacto da Anima: 63018939 (Bernardo)*

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SEmANA cULtURAL DA cHINA E DoS PAÍSES DE LÍNGUA PoRtUGUESA cHEGoU Ao FIm

Quebrar “barreiras culturais” na zona norteA zona do bairro do Iao Hon foi escolhida para a cerimónia de encerramento da semana dedicada ao mundo lusófono. O evento, que pela primeira vez se realizou na zona Norte de Macau, juntou de novo expositores das dez associações presentes, de forma a mostrar mais “o calor da lusofonia” à comunidade chinesa. Do lado das associações foram feitas diversas sugestões no que diz respeito ao programa e ao orçamento concedido

Perante panos coloridos, túnicas india-nas e chamuças de carne, a comuni-dade chinesa quis conhecer de perto

as cores e os sabores dos países lusófonos que estavam a “invadir” o Largo do Mer-cado do Iao Hon na tarde de sábado. “Me-xem em tudo”, salientou Helena Brandão, presidente da Associação dos Amigos de Moçambique, ao JTM. Carla Fellini, da As-sociação Casa Brasil de Macau, sentiu junto do público, sobretudo, “a curiosidade de ter tantos ocidentais num bairro tipicamente oriental. Há muitos curiosos, querem saber o que nós temos”.

O bairro do Iao Hon foi escolhido pe-los organizadores para a cerimónia de en-cerramento da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, que oficialmente terminou ontem com o último dia da Mostra Gastronómica da Lusofonia, na Torre de Macau. Ao intervir na cerimó-nia, Marcelo Pedro D’Almeida, secretário-geral adjunto do Fórum Macau, focou os traços culturais que se uniram ao longo da semana. “A nossa impressão é a de que todos se tenham sentido em casa, e que a festa tenha permitido um intercâmbio pro-fícuo que perdurará para sempre nas nos-sas memórias”, disse, acrescentando que “esta semana cultural visava precisamente desfrutar, mas também participar no en-riquecimento desta diversidade cultural, proporcionando um convívio que junta to-das as comunidades residentes em Macau e as suas origens”.

Para o presidente do Núcleo de Anima-ção Cultural de Goa, Damão e Diu, Sharonz D. Pernencar, a realização da festa lusófona no Iao Hon visou, essencialmente, “quebrar barreiras”. “O objectivo principal é trazer a lusofonia para o norte, para que as pessoas possam sentir o calor da lusofonia. Ainda há barreiras culturais, mas vamos ver se com esta divulgação são quebradas”, salientou.

Opinião semelhante tem Roberval Tei-xeira, vice-presidente da Associação Casa do Brasil em Macau. “O interessante aqui é que temos a possibilidade de estarmos mais em contacto com os chineses de Macau, e desde que abriu a barraca que temos recebi-do muitas pessoas, que mexem nas coisas e querem ver. E isso é sempre bom, para abrir espaço para que as pessoas conheçam a nos-sa cultura”, apontou.

António Mendonça, coordenador do evento, contou que conhece muitos mora-dores naquela zona que poucas vezes se deslocaram à Taipa e Coloane. “É um boca-do trazer essa cultura que faz falta, porque o grande objectivo deste evento, e principal-mente da Semana Cultural, é tentar trazer cultura à cidade toda. Conseguimos fazer isso, mas ainda podemos melhorar e fazer

mais”, disse ao JTM. UMA MELHOR EDIÇÃO. Esta foi tam-bém a primeira vez que todos os expositores se voltaram a juntar, num dia que também foi marcado por espectáculos que reuniram num só palco a capoeira, os sons da Tuna Macaense, o hip-hop da Escola Portuguesa de Macau e ainda música de Goa, Damão e Diu.

Do lado do expositor dedicado ao Bra-sil, apenas se viam livros e folhetos a expli-car o que é o país do samba, da caipirinha e das praias. A falta de conhecimento sobre o espaço que os ia receber foi a razão pela qual a associação não trouxe quaisquer peças de artesanato. “Não trouxemos nada porque é a primeira vez, não conhecemos quais são as expectativas deles em relação a nós. Qui-semos trazer apenas a parte cultural”, expli-cou Carla Fellini. Enquanto muitas crianças brincavam nos insufláveis instalados, várias

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pÁG 11segunda-feira, 31 de outubro de 2011 jORnAL TRIbunA DE MACAu

TORRE ESTREIA FILMES EM 3D. Para a estreia da nova sala de cinema 3D, na torre de Macau, e que os promotores asseguram ser a maior da cidade, vão ser disponibilizados 300 lugares gratuitamente, para a pré-visualização de uma versão mais longa de “avatar”. o filme é projectado a 2 de Novembro, pelas 20h00. os interessados podem inscrever-se através da página no facebook na torre de Macau.

DEFEnDIDA BOLSA DE VALORES EM MACAu. Para o presidente da associação comercial britânica de Macau, Henry brockman, a cidade já tem mercado para ter uma bolsa de valores devendo ser efectuado um estudo sobre esta matéria. entrevistado pela rádio Macau, defendeu ainda a liberalização das apostas desportivas, avançando mesmo que há “várias empresas britânicas interessadas em concorrer para uma possível nova licença nesta área”.local

SEmANA cULtURAL DA cHINA E DoS PAÍSES DE LÍNGUA PoRtUGUESA cHEGoU Ao FIm

Quebrar “barreiras culturais” na zona norte

mais”, disse ao JTM. UMA MELHOR EDIÇÃO. Esta foi tam-bém a primeira vez que todos os expositores se voltaram a juntar, num dia que também foi marcado por espectáculos que reuniram num só palco a capoeira, os sons da Tuna Macaense, o hip-hop da Escola Portuguesa de Macau e ainda música de Goa, Damão e Diu.

Do lado do expositor dedicado ao Bra-sil, apenas se viam livros e folhetos a expli-car o que é o país do samba, da caipirinha e das praias. A falta de conhecimento sobre o espaço que os ia receber foi a razão pela qual a associação não trouxe quaisquer peças de artesanato. “Não trouxemos nada porque é a primeira vez, não conhecemos quais são as expectativas deles em relação a nós. Qui-semos trazer apenas a parte cultural”, expli-cou Carla Fellini. Enquanto muitas crianças brincavam nos insufláveis instalados, várias

pessoas demoravam o olhar sobre as túnicas vindas de Goa, Damão e Diu, os colares co-loridos de Moçambique ou ainda as iguarias da Associação dos Macaenses.

Para António Barros, presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau, esta é uma ini-ciativa que tem registado progressos con-tínuos. “Penso que em cada ano estamos a melhorar um bocadinho”. Nesta edição “houve mais elementos, em que as asso-ciações trouxeram um chefe de cozinha e um artesão”, indicou. Espalhar ainda mais concertos pela cidade e reforçar o orçamen-to da Semana Cultural são as propostas de António Barros para as próximas edições. “Há sempre um vazio na semana. Devia ser pensado como é que deveríamos pre-encher um bocadinho mais a semana. Na minha óptica, já que estão cá os artistas, podiam estar aqui uma semana a animar

Macau, com vários palcos e outras praças que podiam ser aproveitadas”, defendeu. “Temos o compromisso de honra de fazer o melhor todos os anos. Fazemos o esforço, mas temos de fazer mais investimentos”, apontou António Barros.

Carla Fellini defende um maior espaço temporal entre os eventos. “Como foram muitas actividades num período muito pe-queno, para os próximos espero que eles dividam um pouco. Uma semana só gastro-nomia, outra só artesanato e outra só luso-fonia na Taipa. Gostaríamos de participar em tudo e temos de nos dividir... Não con-seguimos”, referiu. LUSOFONIA PARA TODOS. Roberval Teixeira não tem dúvidas em afirmar que a organização tentou chegar a todas as pes-soas. “Acho que foi a primeira vez que a lusofonia tentou chegar a todos os cantos. Não ficou apenas no espaço das casas dos

macaenses. Embora Macau seja muito pe-quenino, as pessoas não ultrapassam certas fronteiras”, referiu. Também Helena Bran-dão considera que abrangeu muitos locais do território. “Fizeram espectáculos no Lar-go do Leal Senado e aqui no Iao Hon. São dois locais estratégicos, na zona sul e norte da cidade. E mesmo no Largo do Senado, não se viram só portugueses, mas foram macaenses e turistas, e a comunidade chi-nesa também esteve lá. Abrangeu e abarcou todas as pessoas”, defendeu a responsável, que ainda não sabe o que vai trazer de Mo-çambique para a próxima festa da lusofo-nia. “Já sabemos que vamos buscar temas mais populares. E como a associação vai comemorar 20 anos no próximo ano, ainda vamos ver o que vamos fazer”, disse Hele-na Brandão.

A.S.S.

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localADIADA DIGRESSãO DE ESTRELAS DA nBA. afinal a digressão de estrelas no basquetebol norte-americano, e que passava por Macau, foi adiada por tempo indeterminado. estavam previstos seis jogos em quatro continentes. alguns jogadores acabaram por desistir perante uma digressão com mais de 60 horas só em viagens, e que começava em Porto rico e acabava na austrália.

AuDIçÕES PARA PROGRAMA DE TELEVISãO nO MGM. as audições para o programa de televisão “china’s got talent”, em Macau e Hong Kong, que decorreram no sábado no MgM, contaram com a presença do secretário para os assuntos sociais e cultura, cheong u. os concorrentes lutaram por uma passagem à grande audição, que se realiza antes da final, em xangai.

DIZ ADRIANo joRDÃo, PRImEIRo DIREctoR ARtÍStIco Do FEStIVAL

FiMM chegou à “primeira linha mundial”

O Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) “atingiu a primeira linha mundial” no ano em que celebra 25 anos, disse à agência Lusa Adriano Jordão, primeiro director artístico do certame e ex-conselheiro cultural da Embaixada portuguesa em Brasília

No campo da música clássica houve aqui dois exemplos de primeira linha mundial: o It-

zhak Perlman (recital de violino) e a (Orquestra) Filarmónica de Viena. Para Macau, é muito importante que esses parâmetros sejam muito elevados, por-que foi aquilo por que eu lutei sempre no início do festival”, afirmou Adriano Jordão.

O pianista e também diplomata - aguarda nova colocação depois de ter terminado recentemente as funções de conselheiro cultural da Embaixada do

mÚSIcoS “coNQUIStARAm” NoVoS PÚBLIcoS

Sons portugueses “refrescaram” Hac SaOs Ar de Rock e Quinteto António Zambujo revisitaram sábado em Macau a herança lusitana do território e interessaram potenciais seguidores na cidade, num concerto integrado no Festival Internacional de Música (FIMM)

O meu pai cresceu aqui, o meu avô foi adminis-trador dos Correios e Macau sempre esteve muito presente na família. Realmente foi a

primeira vez, mas parecia que já conhecia”, disse à agência Lusa, Olavo Bilac, músico convidado dos Ar de Rock, após o concerto na praia de Hac Sa, que o levou a descobrir o território.

O vocalista dos Santos e Pecadores chegou com a sensação de “realidade passada num sonho” e en-controu um Macau “muito familiar”. “Temos andado por aí, temos encontrado os portugueses e, lá está, a grande saudade que faz parte do ser humano, o sen-tir falta da casa, isso faz com que as pessoas também te abracem e se manifestem de uma forma muito po-sitiva”.

António Zambujo também se estreou em Ma-cau com o seu quinteto. Vindo de uma digressão nos EUA, e com uma breve passagem por Paris e Lisboa, elogiou as condições técnicas e a beleza do cenário natural da praia de Hac Sa. “Tocar em Macau era uma curiosidade. (…) Foi engraçado, tem boas con-dições técnicas e sentimo-nos como se estivéssemos a tocar num teatro, num sítio onde estamos habituados

Brasil - fez uma “romagem de saudade e de orgulho” aos 25 anos de festival.

“Saudade porque gosto muito de Macau, e de orgulho, porque obvia-mente deixa-me muito orgulhoso ver que um sonho que eu tive, hoje é uma realidade, e que apesar de eu ter aban-donado o festival pelas razões normais, o FIMM é um filho que se desenvolveu por si, que cresceu, e que está aqui pu-jante”, explicou o mentor do festival.

Ao defender que “é preciso man-ter os parâmetros [do FIMM], que este ano foram muito altos”, Adriano Jor-dão observou com satisfação o aumen-to do nível de exigência. “É natural e espero que o [público] esteja mais exi-gente porque uma das funções do de-senvolvimento do festival é justamente essa: uma função cultural e educacio-nal. Quanto maior for a oferta e maior a qualidade dessa oferta, maior é a exi-gência das pessoas”, resumiu.

Uma das novidades da 25.ª edição do FIMM foi a saída do festival para a

rua, com concertos pela primeira vez na praia de Hac Sa, onde actuaram os portugueses Ar de Rock e Quinteto António Zambujo, diversificando os palcos dos habituais Teatro D. Pedro V e igreja de S. Domingos ou até da For-taleza do Monte.

A ideia “é óptima, está muito ‘in’ agora nos festivais de música e vê-se que as pessoas gostam”, avaliou.

Adriano Jordão foi director artís-tico do FIMM durante cinco anos. A ideia surgiu-lhe numa visita a Macau, depois de “ter estado a tocar em Hong Kong” e numa altura em que era direc-tor de um festival em Portugal.

Após contactos com o então direc-tor dos serviços de turismo, o projecto do Festival Internacional de Música de Macau foi aceite pelo então governa-dor Pinto Machado.

O actual director artístico do FIMM é Warren Mok. O músico assu-miu o cargo em 2000.

Com um orçamento de 34 milhões de patacas e a decorrer até 05 de No-vembro, o 25.º FIMM apresenta, na edição do jubileu de prata, um cartaz de música clássica, sinfónica, coral e de câmara, jazz, folk e pop, num total de 20 programas e 34 espectáculos.

JTM/Lusa

a tocar”, justificou.O músico, que trouxe a Macau um novo fado sob

a influência do jazz e música brasileira, surpreendeu-se com o legado português na região. “É engraçado chegar a Macau e perceber os vestígios da cultura portuguesa que estão ainda tão fortes, tão marcados. (…) É engraçado continuar a haver esta ligação, ape-sar de já não haver ligação oficial”, comentou.

Surpreendidos com a música portuguesa fica-ram também alguns jovens de Macau, sem qualquer relação com a cultura portuguesa, apanhados pelo concerto por ‘sorte’ do acaso. As amigas G. Man Tang

e Grace Tou, ambas de 20 anos deslocaram-se num grupo grande a Hac Sa para um churrasco, mas mal ouviram a voz de António Zambujo perderam-se do resto dos amigos, viraram as costas à praia, e senta-ram os olhos no palco.

Não privam com portugueses e nunca ouviram falar de fado mas nem por isso deixaram de classi-ficar um estilo diferente do que vêem nos canais de música da televisão por cabo. “É ‘fresh’, atira G Man Tang, como que a dizer a que sabe a música de Antó-nio Zambujo. Dali a querer saber os níveis de popula-ridade dos Ar de Rock em Portugal foi um pulo, sos-segado quando a jovem arranjou um programa “com os nomes em chinês” para mais tarde investigar.

Noutro grupo não muito distante dos amigos ‘per-didos’, entretanto reunidos e aos saltos junto às grades, Donly Kon destacava-se pela câmara fotográfica profis-sional e pelo ritmo no corpo. O jovem de 25 anos, assis-tente na igreja Zion e teclista nos tempos livres, também não conhecia nem as bandas nem a língua, mas a músi-ca revelou-se universal em Hac Sa. “Eu gosto de pop e esta música não me parece diferente”, simplificou.

Enquanto isso, os portugueses, em larga maioria, matavam saudades dos anos 80 em português. “Gos-tei muito, venho sempre que há iniciativas destas. Devia haver mais”, disse a jurista Rosário Gomes da Silva, em Macau com a família há sete anos.

Os Ar de Rock e Quinteto António Zambujo en-cerraram a participação portuguesa no 25º FIMM. Os Ensemble Vocal Introitus e Sete Lágrimas tinham aberto o apetite, há duas semanas.

JTM/Lusa

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VOX POPULI

GEnET FLORES(Empregada doméstica)

-Qual é a sua impressão sobre Macau?-Macau é uma cidade muito bonita. Já

trabalhei na Tailândia e Hong Kong, mas pre-firo Macau. É uma cidade muito boa para tra-balhar e gosto bastante do ambiente. Macau está no caminho do desenvolvimento e as coi-sas vão melhorando.

-De uma forma geral, o que poderia ser melhorado na cidade?

-Anteriormente, os transportes públicos eram muito mais demorados, mas depois de ter sido contratada mais uma companhia operadora de autocarros a situação melhorou. Hoje há mais autocarros e no máximo em 15 minutos já podemos apanhar um, enquan-to que antes, normalmente, ficávamos meia hora à espera. Por outro lado, preocupa-me a situação dos idosos em Macau, pois já vi muitos a recolher lixo na rua. Penso que, de-vido à sua condição económica, o Governo conseguirá resolver os problemas dos idosos. No meu país, as Filipinas, há lares suficien-tes para acolher os idosos, ao contrário do que acontece em Macau. Se calhar, o Governo poderia melhorar a segurança social dos ido-sos. Também me parece que os casinos são, praticamente, os únicos negócios que existem em Macau. As pessoas podem ficar viciadas no jogo facilmente e isso pode ser prejudicial para a população. Além disso, faltam praias boas em Macau. Tenho muita saudades das praias do meu país....

-Já ouviu dizer que poderão vir a ser im-portadas empregadas domésticas do Inte-rior da China?

- Sim, toda a gente tem falado disso, mas não estou muito preocupada. Acho que nós, empregadas filipinas, somos mais educadas e temos melhor formação e habilidade para os trabalhos domésticos. O meu patrão até já me disse que as empregadas da China não sabem cuidar muito bem de bebés e não limpam tão bem a casa.

V.C.

“Preocupa-me

a situação

dos idosos

em Macau”

localIACM DOOu 1.500 LIVROS. o iacM organizou um programa de recolha de livros usados. ao todo foram recolhidos 1.500 volumes, que serão entregues a uma escola primária da localidade chinesa de leizhao.

APOIADAS 52 PALESTRAS EM 2011. ao longo deste ano, têm vindo a ser organizadas palestras com o apoio do iacM sobre temas como a saúde, a medicina tradicional chinesa, a anatomia ou a literatura. No ano corrente, foi pedido apoio para 52 iniciativas. Para os dois próximos meses, estão agendadas 14 eventos do género.

IAcm ALERtA PARA NÚmERo DE ANImAIS ABANDoNADoS

Novo tipo de licença para cãesO IACM chama a atenção para o elevado número de cães abandonados e pede uma postura mais atenta por parte dos cidadãos. A partir de Janeiro, vai ser utilizado um novo sistema para licenciar os canídeos

PAULO BARBOSA

Repavimentação do circuito à noitea estrada por onde se desenvolve o circuito da guia está a ser repavimentada, mas o iacM diz que tem tido o cuidado de levar a cabo os trabalhos entre as 18 horas e as seis da manhã, para evitar congestionamentos de trânsito. também estão a ser executados trabalhos de pavimentação junto à igreja de são lourenço. Mas, neste caso, a técnica é diferente da usada no circuito da guia, dado que é necessário retirar o pavimento antigo antes de colocar o novo.

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Munici-pais (IACM) vai renovar o serviço de licença para cães. Em vez de uma licença em que a cor

serve para distinguir o ano em que foi tirada (e con-sequentemente, a validade), vai passar a ser utilizada uma placa metálica de uso permanente (ver foto).

O serviço vai passar a estar disponível a partir de 1 de Janeiro e as renovações poderão ser feitas atra-vés da página electrónica do IACM. Para isso, basta introduzir o número da licença e do “microchip” e efectuar o pagamento através do cartão de crédito.

O ‘site’ disponibiliza informação sobre cães para adopção. Existem actualmente 1996 licenças para cães adoptados, mas o IACM aponta que 159 registos não foram renovados, o que leva a crer que “estes cães provavelmente foram abandonados”. No ano pas-sado, o IACM resgatou das ruas 811 cães perdidos e apenas 165 foram reclamados pelos donos. Também este número indicia uma significativa taxa de aban-dono dos animais, pelo que o instituto faz um apelo aos cidadãos para “elevarem a responsabilidade para com os cães de estimação”.

Numa outra actividade relacionada com os ani-mais conhecidos como “os melhores amigos do ho-mem”, o IACM vai organizar um Carnaval dos Cães no dia 2 de Novembro. A actividade vai desenrolar-se numa zona de lazer do Fai Chi Kei, entre as 14 e as 17h30. O IACM diz ainda estar “preocupado” com o transporte ilegal de cães oriundos do Interior da Chi-na para a RAEM. A prática é frequente e, segundo avisa o organismo, pode provocar doenças, dada a falta de vacinação dos canídeos. NOVA BIBLIOTECA EM PARQUE JUNTO À FRONTEIRA. Vai ser construída uma nova bibliote-ca no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, nas proximi-dades das Portas do Cerco, anunciou ainda o IACM. Mak Kim Meng, administrador do IACM responsá-vel pelos serviços culturais, explicou que a biblioteca vai aproveitar o espaço já construído do restaurante que existe no centro do parque, junto a um pequeno lago. As obras vão iniciar-se no início do ano e deve-rão estar terminadas antes do fim do primeiro semes-tre de 2012.

O parque já tem uma pequena biblioteca a fun-cionar noutro local, mas o IACM decidiu construir um novo espaço (que será ligado por um corredor pedonal ao antigo) com o objectivo de autonomizar a área destinada a actividades educativas. “Escolhe-mos um local confortável, com acesso a transportes, para complementar a biblioteca previamente existen-te. A nova biblioteca vai ter o dobro do espaço [500 metros quadrados] do que tinha a antiga”, disse Mak Kim Meng.

Entre os equipamentos que serão disponibiliza-dos aos utentes contam-se diversas salas multimédia, uma sala para consulta da imprensa periódica e um espaço de leitura ao ar livre. De acordo com o IACM, na construção vão ser usados materiais amigos do ambiente e vidros duplos, para garantir o silêncio no interior do espaço. Para além da biblioteca no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, o IACM anunciou a cria-ção de uma nova biblioteca infantil no Parque Urba-no da Areia Preta. O administrador do IACM disse aos jornalistas que o organismo “pretende continuar a optimizar o serviço de bibliotecas, para promover o hábito da leitura e o conhecimento”.

“os carteiros estão insatisfeitos”Pereira Coutinho acusou o

Executivo de “explorar” os carteiros. Segundo refere o

deputado numa interpelação por escrito, “os carteiros estão insatis-feitos pois têm de utilizar os seus próprios motociclos para proceder à distribuição da correspondên-cia na península de Macau, assim como têm de assumir os respecti-vos custos de conservação e repa-ração”, refere Coutinho.

O deputado critica ainda o factos de estes profissionais rece-berem, como compensação, “ape-nas 200 patacas a título de subsí-dio para combustíveis”, valor que “não é suficiente para fazer face ao aumento constante dos preços dos combustíveis”. É ainda denuncia-do o facto dos carteiros serem mui-tas vezes multados por terem de estacionar os motociclos de forma ilegal, devido à falta de lugares.

Por outro lado, diz que as res-ponsabilidades também aumenta-ram, chamando a atenção para a importância deste trabalho ser bem executado. “Desde a liberalização do sector do jogo que a estrutura demográfica tem vindo a diversi-ficar-se” o que obriga estes profis-sionais a ter de “dominar as língua portuguesa, chinesa e inglesa”, para além de terem de “conhecer bem as ruas das diferentes zonas”.

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pÁG 14 segunda-feira, 31 de outubro de 2011 jORnAL TRIbunA DE MACAu

DESPoRToVETTEL GAnHA PELA 11ª VEz. o alemão sebastian vettel, já virtual bicampeão mundial, conquistou ontem a sua 11.ª vitória do ano, ao ganhar o primeiro grande Prémio da Índia. Jenson button (Mclaren-Mercedes) ficou a 8,433 segundos e o espanhol fernando alonso (ferrari), a 24,301.

BOSInGwA REGRESSA à SELECçãO. o lateral direito José bosingwa foi pré-convocado por Paulo bento para o play off com a bósnia (dia 11, em Zenica, e dia 15 de Novembro, no estádio da luz).

LIGA PoRtUGUESA

Da goleada esperada à vitória sofrida ‘Bis’ de Rodrigo (22” e 13’) parecia abrir caminho a uma goleada, mas o golo de Wilson Eduardo (47’) manteve a esperança do Olhanense acesa até ao último minuto

O Benfica voltou a igualar o FC Porto na liderança da Liga, com 23 pontos, graças a uma vitória

tangencial sobre o Olhanense, por 2-1, no sábado, no estádio da Luz, em jogo da nona jornada da Liga.

Rodrigo fez o golo mais rápido da presente edição da Liga, ao abrir o marcador aos 22 segundos. O jovem es-panhol ampliou a vantagem aos 13 mi-nutos de jogo, coroando uma excelente exibição da equipa encarnada.

O Olhanense entrou melhor na segunda parte e conseguiu reduzir a diferença no marcador, por intermédio de Wilson Eduardo. O Benfica contro-lou toda a segunda parte, mas acabou por ter de sofrer até ao último minuto, pois Djalmir podia ter feito o segundo golo da equipa de Olhão. Valeu o corte providencial de Luisão.

O Olhanense caiu para o 7.º lugar da Liga, com 13 pontos.EMPATE EM COIMBRA. A Académica e o Sporting de Braga empataram a zero, em Coimbra. O resultado acaba por ser

PREmIER LEAGUE

Manchester city cimenta liderança

SERIE A

inter quase diz adeus ao título

O Manchester City reforçou a candidatura ao título na Liga inglesa com a quinta vitória consecutiva, batendo o Wolverhampton por 3-1

O Inter ficou praticamente arredado da luta pelo título à 10.ª jornada, ao perder em casa por 2-1 frente à Juventus, líder do campeonato italiano de futebol, que comanda com 19 pontos, mais 11 do que a equipa milanesa

A “Vecchia Signora”, que ain-da não perdeu qualquer jogo, somando cinco vitó-

rias e quatro empates, confirmou o bom momento que atravessa e impôs-se ao Inter, cujo início de-sastroso de campeonato compro-mete a sua candidatura ao título.

A equipa de Turim abriu o marcador aos 12 minutos, através de Vucinic, mas o Inter respondeu com um grande golo de Maicon, aos 28, com um remate imparável, descaído sobre o lado direito.

No entanto, a igualdade não durou cinco minutos, com Mar-chiso a recolocar a Juventus em vantagem, aos 33 minutos, a qual preservou até final da partida, graças à consistência defensiva que revelou, apesar dos esforços do Inter na segunda parte para dar a volta ao jogo.

Noutra partida importante da 10.ª jornada, o campeão em título, o Milan, foi ao terreno da Roma vencer por 3-2, com Ibrahimovic a marcar os dois primeiros golos da formação milanesa.

O sueco abriu o marcador aos 17 minutos, o central argentino

Burdisso restabeleceu a igualdade aos 28, mas outro central, o vetera-no Nesta, voltou a pôr o AC Milan na frente, dois minutos depois.

Na segunda parte, Ibrahimo-vic foi mais uma vez decisivo, ao assinar o terceiro golo do AC Mi-lan, aos 78 minutos, despejando um “balde de água fria” sobre os romanos, que bem tentaram chegar ao 2-2 durante a segunda parte.

O golo de Bojan, aos 87 mi-nutos, serviu apenas para ame-nizar a derrota, que permitiu ao Catania, que recebeu e venceu o Nápoles por 2-1, ultrapassar a AS Roma na tabela classificativa.

De resto, a derrota da equipa napolitana, que, à entrada da 10.ª jornada, era quarta classificada, a um da Udinese e da Lazio e a dois da líder Juventus, constituiu meia surpresa, tendo em conta as aspi-rações da equipa do sul de Itália. O Nápoles adiantou-se cedo no marcador, logo no primeiro mi-nuto, pelo internacional uruguaio Edilson Cavani, uma das grandes figuras do Cálcio, mas o Catania deu a volta ao marcador com golos de Marchesio e Bergessio.

Uma semana depois de ter goleado em casa do “vizinho” United por 6-1, o City somou a quinta vitória conse-

cutiva, recuperou os cinco pontos de vanta-gem para os bicampeões ingleses e deixou o Chelsea ainda mais longe. No grande jogo da ronda, três golos de Van Persie, fizeram o “grosso” do triunfo por 5-3 na visita ao clube orientado por André Villas-Boas, que sofreu a segunda derrota consecutiva.

Com o terceiro desaire no campeonato, o Chelsea, que esteve por duas vezes em van-tagem no marcador (1-0 e 2-1), ficou agora a nove pontos de distância do líder e pode mesmo perder domingo o terceiro lugar, de-pendendo dos resultados dos perseguidores Tottenham e Newcastle.

No Estádio City of Manchester inaugu-rou o marcador sete minutos depois do rea-tamento, por intermédio do bósnio Dzeko.

Nove minutos depois de o sérvio Alek-sandr Kolarov ter dilatado a vantagem para os anfitriões, os “Wolves” ainda conseguiram reduzir numa penalidade convertida pelo ir-landês Sephan Hunt, que deixou o City re-duzido a 10 a 15 minutos do fim (expulsão do belga Vincent Kompany).

O clube de Manchester garantiu em de-finitivo os três pontos, e novo distanciamen-to para a concorrência, em cima do minuto 90, com o golo de Adam Johnson.

Na cidade de Liverpool, o Manchester United foi ganhar com um golo solitário do mexicano Javier Hernandez, aos 19 minutos.

Em Londres, o Chelsea esteve em vanta-gem por duas vezes, mas não conseguiu evitar a terceira derrota em 10 jogos do campeonato, muito por culpa de Van Persie, que acabou de-finitivamente com as aspirações dos visitados em conseguir o mal menor do empate.

A pouco menos de uma semana de assi-nalar um quarto de século no comando técnico do Manchester United, Alex Ferguson deixou o internacional português Nani no banco (en-trou aos 57 minutos) e sofreu muito, sobretu-do no segundo tempo, para segurar a magra vantagem.A exibição segura do guarda-redes espanhol de Gea e algum desacerto do ataque do Everton deixaram o resultado do primeiro tempo na mesma e ajudaram os bicampeões a “cicatrizar” as feridas da última jornada.

positivo para a equipa minhota, tendo em conta que, por duas vezes, a Académica rematou à trave da baliza do Braga.

Destaque para a presença de Vitor Pereira, técnico do FC Porto, na banca-da, onde observou o próximo adversá-rio dos dragões na Taça de Portugal.

O Sporting de Braga continua no terceiro lugar da Liga, agora com 18 pontos, mas pode ser ultrapassado por Marítimo e Sporting este domingo. A Académica está provisoriamente no sexto lugar, com 13 pontos.

PORTO ESTABILIZA. Na sexta-feira à noite (hora local) FC Porto recebeu e venceu o Paços de Ferreira, por 3-0, no estádio do Dragão, no jogo inaugural da nona jornada da Liga.

Vitor Pereira apostou na mesma equipa que havia vencido o Nacio-nal da Madeira (5-0), deixando James, Moutinho, Kléber, Otamendi e Guarín no banco de suplentes.

Os dragões foram superiores ao Paços de Ferreira, mas só conseguiram inaugurar o marcador aos 45 minutos,

com um golo de um jogador... do Benfica. Melgarejo, paraguaio emprestado ao Pa-ços de Ferreira, colocou a bola na própria baliza, num lance insólito no Dragão.

Já na segunda, os recém-entrados Moutinho, James e Kléber construíram o segundo golo portista (64’), apontado pelo ponta-de-lança brasileiro. Kléber voltou a estar em destaque aos 83 minu-tos, ao assistir Moutinho para o último golo da noite.

O Paços de Ferreira é 12.º, com sete pontos.

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acTual VoLtA AomUND

DEPuTADOS PORTuGuESES COM SEGunDO EMPREGO. Menos de metade dos deputados estão em “exclusividade” de funções no Parlamento e um em cada quatro tem remuneração por um segundo emprego, de acordo com os registos de interesses disponíveis no site da assembleia da república.

Explosão em Hunan matou 29 mineirosuma explosão de gás numa mina de carvão em Hengyang, província de Hunan, provocou a mor-te a 29 mineiros, revelaram as autoridades chi-nesas que salientaram também que seis pesso-as sobreviveram ao desastre. a explosão, cujas causas são ainda desconhecidas, aconteceu na noite de sábado e os trabalhos de resgate es-tão concluídos, segundo as autoridades chinesas.

Acidente de autocarro mata cinco nas Filipinasum autocarro com 43 pessoas a bordo e que re-gressava de um casamento caiu numa ravina numa região montanhosa das filipinas matando, pelo menos, cinco dos passageiros. o Departa-mento de Protecção civil referiu que os restantes 38 passageiros foram transportados para três hos-pitais na noite de sábado depois dos socorristas terem conseguido retirar todas as pessoas da ra-vina, a 80 metros da estrada na região de bauko.

Sismo de 5,5º fez tremer Taiwanum sismo de magnitude 5,5 foi registado ontem ao largo de taiwan fazendo tremer os edifícios da ca-pital taipé, mas sem registo conhecido de vítimas ou danos materiais. as autoridades meteorológicas de taiwan indicavam, por sua vez, uma magnitu-de de 6,5 para o sismo de hoje. a ilha de taiwan, ou formosa, situa-se na junção de duas placas tectónicas e é regularmente abalada por sismos.

Lula da Silva tem tumor na laringeo ex-presidente brasileiro luiz inácio lula da sil-va foi diagnosticado com um tumor na laringe em exames realizados em são Paulo, diz comunicado do Hospital sírio-libanês, citado pelo jornal folha de são Paulo. segundo o hospital, o ex-presiden-te começará um tratamento com quimioterapia, em três fases, uma a cada vinte dias, que deverá durar cerca de três meses, avança o globo.com “o paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em carácter ambulatório”, diz a nota.

Cargueiro resgatado em águas indonésiasum cargueiro com uma tripulação de 19 marinhei-ros foi resgatado depois de um grupo de piratas o ter abordado esta semana no Mar da sul da china quando este se dirigia da península de Malaca para o bornéu, revelou ontem o diário malaio “the star”. “conseguimos interceptar o cargueiro perto da ilha de Yemaya, na indonésia, depois de recebermos autorização das autoridades de segurança Maríti-ma da indonésia para entrar nas suas águas territo-riais”, explicou o almirante malaio Mohamad ramli.

nepal abandona buscas a Park Young-seokas operações de busca para encontrar o alpinista sul-coreano Park Young-seok, o primeiro homem a escalar os 14 picos do planeta com mais de 8.000 metros, foram abandonadas ontem, mais de dez dias depois do último contacto com o seu grupo. os três homens estavam a 6.300 metros de altura quando estabeleceram o último contacto com o acampamen-to base anunciando a desistência da subida devido a uma tempestade de neve e à queda de pedras. Park Young-seok, de 47 anos, tornou-se em 2005 no pri-meiro homem a conquistar o cume dos 14 picos com mais de 8.000 metros de altura no planeta, os sete pi-cos mais altos em cinco continentes e ambos os polos.

China prende 12 mil em operação anti-droga as autoridades chinesas anunciaram a detenção de mais de 12.000 suspeitos e a apreensão de 300 qui-logramas de drogas numa operação nacional contra o narcotráfico vendido através da internet. De acor-do com a agência oficial chinesa, a xinhua, a polícia desmantelou 144 alianças de produção e tráfico de droga numa campanha recente, mas não refere o tipo de estupefacientes apreendidos. Por outro lado, a agência indica que em algumas cidades, como lanzhou ou xi´na, os agentes policiais descobriram que as pessoas compravam drogas através da inter-net em sítios fechados a novos membros, que só en-travam se introduzidos pelos utilizadores existentes.

SÍRIA

al-assad ameaça ocidenteO presidente sírio Bashar al-Assad avisou ontem para o risco do país se transformar em “dez Afeganistões” caso o Ocidente interfira nos seus assuntos internos

Numa entrevista ao jornal Sunday Telegraph, o líder sírio minimizou as contes-

tações internas e rejeitou qualquer intervenção externa: “A Síria é o centro de cruzamento de interes-ses na região. É um local onde se chocam placas tectónicas. E se se brincar com isso, pode-se provo-car um terramoto” na região.

“Querem ver mais um Afega-nistão? Dez Afeganistões? Qual-quer problema na Síria pode in-cendiar toda a região. Se planeiam dividir a Síria, isso dividirá toda a região”, avisou.

No entanto, Bashar al-Assad reconheceu que as autoridades sí-rias cometeram “numerosos erros” depois do início das manifestações da oposição na Síria.

Numa outra entrevista ao primeiro canal de televisão russa, o líder sírio disse esperar o apoio da Rússia durante esta crise: “Nós,

PoRtUGAL

Tailândia ‘chega’ 500 anos depoisNavegadores portugueses foram, há 500 anos, os primeiros ocidentais a chegar à Tailândia. Agora, são trabalhadores tailandeses que montam em Belém um pavilhão tradicional do seu país

A estrutura, com conclusão prevista para este final do mês, comemora os cinco séculos de relações entre os dois países. Quem passar pelo jardim

de Belém já vê o pavilhão dourado com quatro abertu-ras, que remete para a cidade dos anjos, Banguecoque, e para o Mosteiro dos Jerónimos, ali tão perto.

De Portugal conhecia o futebol, mas quando lhe chegou às mãos o desafio, o arquiteto Athit Limmun percebeu o que era a arte portuguesa e escolheu os Jerónimos como inspiração e “símbolo da amizade” entre os países.

A Câmara Municipal de Lisboa deu apoio logísti-co à estrutura, que demorou seis meses a ser constru-ída na Tailândia, depois dos três meses que Limmun dedicou a conceber o projeto.

A viagem do pavilhão foi feita por mar em poucos dias, talvez seguindo o mesmo percurso que os mari-nheiros portugueses fizeram há 500 anos, quando foram os primeiros ocidentais a chegar àquele país asiático.

Agora a estrutura está a ser montada quase sem pregos, como nota o embaixador da Tailândia em Por-tugal, Chakorn Sushiva, referindo ser quase uma es-pécie de puzzle.

O telhado vai sendo coberto por placas que se as-semelham à pele de um dragão ou às escamas de um peixe, enquanto os pináculos são ‘anjos’ estilizados. Na parte de baixo está um quase varandim inspirado nas ogivas dos Jerónimos em tons verdes. Porém, é o dourado a cor dominante, conseguida com mil finas folhas de ouro.

O embaixador refere haver outros pavilhões em países europeus, como a Suíça e a Alemanha, ofereci-dos para marcar datas especiais.

O pavilhão de Lisboa surge quando se assinala o meio milénio sobre a chegada dos portugueses e devido à “relação excelente entre os dois países, sem

interrupções”, desde essa data, como sublinhou An-tónio Santana Carlos, consultor diplomático da presi-dência da Câmara de Lisboa.

No Museu do Oriente está ainda patente, até 13 de Novembro, a exposição ‘A Glória do Passado da Tai-lândia e os 500 anos de relações Lusos-Tailandesas’.

Nas comemorações foram incluídos um jogo ami-gável entre as selecções jovens dos dois países, a reali-zação de seminários e a publicação de livros. E lembra-se, como fez o embaixador Chakorn Sushiva, os cerca de 300 descendentes de portugueses que mantêm os fios de ovos como sobremesa naquele país.

Por cá, a comunidade tailandesa é actualmente de 700 pessoas, contratadas para trabalhar na agricul-tura no Alentejo e no Algarve. Apesar da satisfação pelo trabalho e pelos empregadores, as barreiras da língua, da cultura e da comida fazem com que os tai-landeses se sintam “sozinhos”, remata o diplomata.

Numa visita a Lisboa podem pelo menos ficar ‘mais perto’ do seu país junto ao pavilhão, que tem inscrições em tailandês, inglês e português sobre as relações Portugal/Tailândia.

Banguecoque foi nome dado pelos portugueses. Significa “aldeia das oliveiras”

antes de tudo, depositamos espe-ranças na Rússia enquanto país a quem estamos ligados por firmes relações no plano histórico”.

Desde “os primeiros dias da crise que nos encontramos em con-tacto com o governo russo. Nós

informámos pormenorizadamen-te os nossos amigos russos sobre o desenvolvimento dos aconteci-mentos”, acrescentou.

Segundo o dirigente, “a Rús-sia estava ao corrente do perigo de ingerência militar ou político nos assuntos internos da Síria. Por isso, a Rússia desempenhou um impor-tante papel na arena internacional, o que se manifestou, nomeada-mente, no veto da Rússia quando da votação no Conselho de Segu-rança da ONU”.

“Por isso, depositamos espe-rança na posição da Rússia, em que ela irá continuar não só a apoiar a Síria, mas a manifestar-se também pela estabilização da situação no mundo”, concluiu.

Segundo dados da ONU, os confrontos entre forças de segu-rança sírias e a oposição ao regime de al-Assad provocaram três mil mortos.

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pÁG 16 segunda-feira, 31 de outubro de 2011 jORnAL TRIbunA DE MACAu

“Aprender a fumar e a beberdeu-me muito trabalho”

Jorge Palma in “i”D

ito

oPiNiãoIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

31/10/1991

Há 20 anos

UM MILHAR CORRERÁMARATONA DE MACAUA XI Maratona Internacional de Macau, a disputar no dia 1 de Dezembro, deverá contar com a presença de cerca de um milhar de atletas, anunciou a organização da corrida em conferência de imprensa. A prova, com 366 mil patacas em prémios monetários e troféus, contará ainda com a presença de duas dezenas e meia de atletas convidados, cujos tempos nos 42.195 quilómetros da corrida rondam as 2h15 horas. Entre os atletas presentes, a organização – Instituto dos Desportos de Macau (IDM) e Associação de Atletismo de Macau (AAM) – garantiu já a participação de António Costa, vencedor das últimas duas edições da prova. O vencedor da prova receberá um prémio de 10 mil dólares norte-americanos, que poderá ser acrescido de mais 2.500 dólares norte-americanos, caso melhore o recorde da prova, fixado por um atleta da República Popular da China em 2:16.21 horas, em 1987. As inscrições para a maratona de Macau continuam abertas até à véspera da sua realização, e a organização espera a presença de atletas em representação de cerca de 30 países ou territórios. Nas edições anteriores, o maior número de atletas que se deslocou a Macau veio da República Popular da China e da colónia britânica de Hong Kong. O percurso da edição deste ano é semelhante ao da edição de 1990, com os atletas a partirem da Avenida da Amizade e a cumprirem mais uma volta pequena e duas voltas grandes à cidade, seguindo depois para as ilhas da Taipa e Coloane através da ponte Nobre de Carvalho e da Estrada do Istmo, regressando a Macau com a meta instalada junto ao ponto de partida. A Maratona Internacional de Macau está filiada na Associação de Maratonas Internacionais e Corridas de Estrada (AIMS), organismo no qual se encontram inscritas, nomeadamente, as maratonas de Los Angeles e Boston (EUA), Roterdão (Holanda) e Fukuoka (Japão).

VIDEIRA PIRES E O SEU INSTITUTOCELEBRAM ANIVERSÁRIOSO Instituto D. Melchior Carneiro, estabelecimento de ensino não lucrativo orientado pela Companhia de Jesus em Macau, celebrou o seu 30º aniversário de actividade. Dirigido desde a fundação pelo historiador Videira Pires, que assinalou também o seu 75º aniversário. O Instituto conta actualmente com 1832 alunos, ministrando os seus 73 professores cursos desde o pré-primário ao secundário, além de um curso secundário comercial.

FalaR DE NóS Jorge A. H. Rangel*

Brasil, Macau, lusofonia e cooperação“O Brasil reconhece a importância do comprometimento da China com o Fórum de Macau, bem como os avanços alcançados na coo-

peração bilateral chinesa com os Países de Língua Portuguesa”.Embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis

Através da comunicação da Embaixadora Maria Edileu-za Fontenele Reis, Subsecretária-Geral do Ministério das

Relações Exteriores do Brasil, proferida num seminário orga-nizado pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), pudemos verificar, no artigo anterior, a posição oficial brasileira sobre o papel do Fórum para a Cooperação Económica e Comer-cial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, sendo de realçar a opinião positiva do governo brasileiro sobre a utili-dade desse organismo promotor da cooperação, cujo secreta-riado permanente está instalado em Macau.

Na mesma comunicação, agora publicada pelo IIM, essa responsável do Itamaraty teceu também oportunas conside-rações sobre o incremento do comércio e sobre o valor da lu-sofonia:

Comércio e investimentos “O avanço do intercâmbio comercial entre os países do Fórum

de Macau é um claro e importante indício dos benefícios do Fórum. As trocas comerciais entre os integrantes do Fórum de Macau vêm-se ampliando sem cessar. Em 2010, o volume das trocas comerciais situou-se em 91,423 bilhões de dólares americanos, correspondendo a um aumento de 46%, quando comparado com o período homólo-go de 2009. As importações da China provenientes dos Países de Língua Portuguesa atingiram 61,858 bilhões de dólares americanos, registrando um aumento de 42%; as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de 29,565 bilhões de dólares americanos, um aumento de 57%.

Apesar dos efeitos da crise financeira internacional e conside-rando ainda o contexto de retomada lenta da economia mundial, o volume de trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa registrou um aumento rápido, mostrando que os seus produtos têm vantagens próprias e são de natureza complementar.

Analisando os dados por países, verificamos que o comércio bi-lateral Brasil-China representou 68 por cento (US$62,5 bilhões) do total registrado em 2010. Angola posiciona-se em segundo lugar, representando aproximadamente 27 por cento; Portugal posicionou-se em terceiro lugar, representando aproximadamente 3.5 por cento, no mesmo período. Note-se, também, que existe grande potencial de investimentos entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Até o momento, os PLPs instalaram na China mais de 700 empresas, em um investimento calculado em mais de 500 milhões de dólares americanos. Por outro lado, o volume dos investimentos da China nesses países excedeu US$ 1 bilhão. Esses investimentos incidem majoritariamente nas áreas de infra-estruturas, telecomu-nicações, energia, agricultura e exploração dos recursos naturais, e são realizados principalmente através de médias e grandes empresas. Os resultados foram igualmente visíveis na cooperação em termos financeiros. A sucursal em Macau do Banco da China assinou, res-pectivamente em 2006 e em 2009, com o Banco de Desenvolvimento de Angola e o Banco Internacional de Moçambique, cartas de in-tenções sobre as operações de transferências. Em março de 2010, o Banco da China estabeleceu a primeira filial no Brasil.

Com o desenvolvimento contínuo da cooperação econômica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a divul-gação das atividades do Fórum de Macau também se ampliou, cap-tando cada vez mais a atenção dos governos, associações comerciais e empresas dos países participantes. Para incrementar a atuação do Fórum de Macau nos países participantes, o Secretariado Perma-nente procura estimular ativamente novas iniciativas.

Em 2010, o Secretariado Permanente assinou um acordo de cooperação com o Centro de Comércio com o Exterior da China e o Instituto Internacional de Estudos dos Funcionários Comerciais do MOFCOM da China, com o objetivo de aumentar o intercâmbio e a troca de informações e intensificar a cooperação para a promoção comercial e a formação dos recursos humanos. Até o final de 2010, o Secretariado Permanente tinha assinado 4 outros protocolos de co-operação.

Através do Grupo de Trabalho de Investimentos, o Secreta-riado Permanente fomenta a cooperação entre as agências para a promoção dos investimentos dos países participantes. No intuito de melhorar o conhecimento das empresas chinesas sobre o ambiente

de investimentos dos Países de Língua Portuguesa, o Secretariado Permanente iniciou estudos com vistas à criação de base de dados de projetos e prepara, em cooperação com a Agência para a Promoção do Investimento do Ministério do Comércio da República Popular da China, a publicação do guia de investimentos de vários Países de Língua Portuguesa. O guia irá apresentar indústrias de poten-cial vantagem dos Países de Língua Portuguesa, os ambientes de investimento e novas oportunidades, promovendo o conhecimento dos PLPs entre empresas chinesas”. (...)

O valor da lusofoniaReconhecendo o valor de lusofonia como instrumento

de integração, afirmação e cooperação, fortalecido como fac-tor de unidade e de identidade, a Embaixadora aproveitou a ocasião para sublinhar nestes termos a importância da Lín-gua Portuguesa:

“A Língua Portuguesa forneceu a base cultural para a criação do Fórum de Macau. Ela é o principal instrumento de integração en-tre nossos países e, como tal, deve receber especial atenção. O Brasil defende o uso da lusofonia como instrumento essencial para o apro-fundamento da cooperação entre os países do Fórum de Macau.

A criação de mecanismos específicos para a promoção do ensi-no da Língua Portuguesa é um exemplo de como as “Novas Áreas de Cooperação” podem contribuir diretamente para a integração e o desenvolvimento harmonioso.

Uma das principais propostas do Governo brasileiro na III Conferência Ministerial foi a de estimular universidades e institutos superiores a fomentarem o ensino da Língua Portuguesa, fortalecen-do esta rede que abrange quatro continentes e mais de 240 milhões de pessoas. Essa vertente da cooperação também contempla a difusão do ensino do mandarim nos PLPs, de acordo com seus respectivos interesses.

Mais do que a integração entre países, isso significa consolidar a integração entre os povos.”

Cooperação TécnicaAvaliando os resultados e as potencialidades do Fórum,

foi possível avançar com algumas importantes conclusões: “O Fórum de Macau tende a consolidar-se como instrumento

de transformação do sistema internacional, fortalecendo o modelo Sul-Sul de desenvolvimento e cooperação. O Fórum propiciou ex-traordinária ampliação do escopo da cooperação envolvendo os PLPs e a China, abrangendo o setor financeiro, o turismo, logística, saúde, tecnologia, recursos humanos, teledifusão e cultura, entre outros domínios.

Os Países de Língua Portuguesa são o destino de mais de 70% da cooperação prestada pelo Brasil. Isso demonstra, na prática, sua prioridade para a política externa brasileira. A África, e em especial os países africanos de língua portuguesa, ocupam um lugar muito especial na diplomacia e na cooperação brasileira.

Implantámos um escritório de pesquisas agrícolas em Gana; uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais em Moçambique; e centros de formação profissional em diversos países africanos.

Com comércio e investimentos, estaremos ajudando o conti-nente africano a desenvolver sua enorme potencialidade. Com Ti-mor-Leste, o Brasil mantém um de seus mais amplos programas de cooperação, abrangendo em especial as áreas de educação, formação profissional, agricultura, justiça e segurança. Além de 50 professo-res de português, o Brasil mantém nesse país um centro de forma-ção de mão-de-obra básica para mais de 300 alunos, em áreas como panificação, construção civil, serviços elétricos e hidráulicos, entre outros.

A cooperação que o Brasil promove e defende, num verdadeiro espírito Sul-Sul, privilegia a transferência de conhecimentos, a ca-pacitação, o emprego da mão-de-obra local e a concepção de projetos voltados para a realidade específica de cada país. A solidariedade que anima o relacionamento do Brasil com outros países em desenvol-vimento é pilar fundamental de nossas ações de cooperação com os Países de Língua Portuguesa.”

Como se vê, o Brasil tem uma agenda clara e propósitos seguros neste domínio, como potência emergente de crescen-te relevância no contexto internacional e no âmbito do mun-do lusófono.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.as feiras.

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jORnAL TRIbunA DE MACAu segunda-feira, 31 de outubro de 2011 pÁG 17

oPiNião“A RTP ou é privatizada totalmente, doa a quem doer, cumprindo a promessa eleitoral, e percebe-se a intenção do Estado; ou, dando um passo atrás, é reestruturada e deve adequar os meios e as despesas às possibilidades do País.”- João Marcelino

“Graças aos sinuosos caminhos da psicologia colectiva, as respectivas populações convenceram-se de que possuem o direito de viver à custa do trabalho alheio, leia-se sobretudo do alemão, e a crescente impaciência dos sujeitos que patrocinam essa excentricidade é interpretada pelos que dela beneficiam como um intolerável acto de egoísmo e uma ameaça à Europa federal e fraterna.”-Alberto Gonçalves

a “privatização” da RTP

1. Compreenderia que o Governo quisesse privatizar a RTP. Nesta

matéria, Pedro Passos Coelho não escondeu as suas intenções. Duran-te meses, o actual chefe do Governo compartilhou com o País uma visão sobre a presença do Estado na eco-nomia e, no caso da RTP, disse clara-mente o que queria para a empresa pública de rádio e televisão.

O ponto está em que já se per-cebeu que não estamos a falar de ne-nhuma privatização.

Num comunicado distribuído esta semana à imprensa após uma reunião entre a administração da RTP e o ministro da tutela, Miguel Relvas, sobre o plano de sustenta-bilidade económica e financeira do grupo para os próximos dois anos, o Governo reiterou apenas a inten-ção de vender uma das licenças de um dos canais generalistas - RTP 1 ou RTP 2 - até final do próximo ano.

Estranhamente, o comunicado afiançou ainda ao País que “o canal subsistente da responsabilidade da empresa não será um canal mera-mente residual”.

Conclusão: a RTP vai ser rees-truturada, como se impunha, mas não vai ser privatizada. Continuará a existir com menos um canal. E, obviamente, pese todo o pseudo-

suspense, esse será o canal 1, como há muito tempo está definido no interior do núcleo duro do poder.

O Governo vai apenas vender o ca-nal 1 - mascarando a promessa eleitoral de privatização da empresa e calando a troika - e manterá a RTP. Rebenta com o privado e com isso não melhora o pú-blico. O pior dos dois mundos.

2. Confesso que não percebo. A pri-vatização da RTP seria uma coisa

extrema, sempre polémica, mas teria um racional em termos de contas pú-blicas, sobretudo desde que o Governo acautelasse o interesse estratégico da RTP Internacional e da RTP África, cuja programação poderia ser sempre cons-truída a partir de contratos com todos os operadores.

Assim não tem lógica.Não faz nenhum sentido vender o

canal 1 - o único veículo de receitas da empresa, com os seus actuais seis mi-

nutos de publicidade por hora (con-tra os doze da SIC e outros tantos da TVI) - e continuar com uma empre-sa deficitária expurgada do seu mais saudável ramo.

Se a RTP vier a ser viável (pois como diz Miguel Relvas “temos de ter um serviço público de televisão, é verdade, mas a valores aceitáveis”), então não seria ainda mais fácil que isso fosse feito mantendo o canal 1? “O que é que acham?”

3. Acresce ainda uma perversidade: no presente contexto económico,

com a publicidade em queda, intro-duzir mais um operador privado e ti-rar a RTP 2 do seu estado “meramente residual” é puxar todas as televisões privadas para uma crise na qual pro-vavelmente uma delas perecerá a não muito longo prazo. É isso que Fran-cisco Pinto Balsemão tem andado a dizer, e com razão.

O Governo ainda está a tempo, e tem pretexto, para mexer no plano e nos timings.

A RTP ou é privatizada totalmen-te, doa a quem doer, cumprindo a pro-messa eleitoral, e percebe-se a inten-ção do Estado; ou, dando um passo atrás, é reestruturada e deve adequar os meios e as despesas às possibilida-des do País. Nesse sentido, os resulta-dos apresentados recentemente pela empresa até são encorajadores.

Esta última seria a decisão mais certa, mas não se pode promover uma discussão séria no meio da gritaria sobre ordenados e avenças que muito certeiramente foi encomendada para temperar a discussão...

Declaração de interesses: pon-tualmente, a RTP convida-me para comentar a actualidade nacional. Há cerca de três anos que participo sempre que posso, de acordo com as minhas disponibilidades, do jornal que dirijo e da empresa que repre-sento, e nunca recebi um cêntimo por isso. Faço-o também porque a RTP é uma estação de grandes pro-fissionais de informação, gente séria e independente que tem sabido con-viver equilibradamente com a tutela do Estado.

*Director do Diário de NotícisJTM/DN

TRiBuNa

Durante um recente jogo de futebol entre as duas principais equipas de Manchester,

o avançado do City Balotelli marca um golo e, ao invés de festejar tradicionalmente, põe um ar indignado enquanto levanta a camisola para mostrar uma T-shirt estampada com a pergunta “Why always me?”. Em tradução livre, o fute-bolista quer saber porque é que tudo lhe acon-tece, uma referência ao facto de, dias antes da partida em questão, a sua casa ter irrompido em chamas. Não custava nada esclarecer o sr. Balo-telli que o incêndio caseiro se deveu a uma brin-cadeira com fogo-de-artifício realizada por ele mesmo. Já reza o provérbio: quem brinca com o fogo queima duas ou três assoalhadas.

Confesso que os méritos desportivos e as deficiências pirotécnicas do sr. Balotelli me in-teressam tanto quanto a carreira discográfica de Jorge Palma. Mas a sua estupefacção perante as consequências dos próprios actos é notável na medida em que parece uma metáfora quase per-feita da actual situação europeia. Também aqui alguns Estados membros da UE andam espan-tadíssimos pela circunstância de a brincadeira que consiste em gastar acima do que se produz terminar fatalmente na bancarrota.

Ainda assim, a metáfora tem limites. Que eu saiba, o sr. Balotelli ganha mais do que aquilo

a Europa numa ‘T-shirt’que queima. Que eu saiba, o sr. Balotelli não exige que outros lhe paguem os estragos. Que eu saiba, o sr. Balotelli não reivindica o estatuto de parasita a título de uma delirante “solidariedade”, “coesão” ou “projecto comum”. Que eu saiba, o sr. Balotelli não sai para a rua aos gritos quando lhe empres-tam dinheiro e a gritar com redobrada força quan-do lhe perdoam metade da dívida. Que eu saiba, o sr. Balotelli será ligeiramente irresponsável: não é maluco e, para cúmulo, um maluco malcriado.

Já não se pode aplicar idêntica atenuante a uma série de países europeus, com a Grécia à ca-beça e Portugal logo a seguir. Graças aos sinuosos caminhos da psicologia colectiva, as respectivas populações convenceram-se de que possuem o direito de viver à custa do trabalho alheio, leia-se sobretudo do alemão, e a crescente impaciência dos sujeitos que patrocinam essa excentricidade é interpretada pelos que dela beneficiam como um intolerável acto de egoísmo e uma ameaça à Euro-pa federal e fraterna.

Esta semana, o federalismo e a fraternidade aliviaram-se mediante uma cimeira que, à ima-gem de cimeiras anteriores, protelou o problema. Infelizmente, não o resolveu, e é questão de tem-po até o problema regressar e enterrar de vez as alucinações de um continente unido pelo volun-tarismo e separado pela realidade. Nessa altura,

estaremos por nossa conta. E a casa do sr. Balo-telli estará reconstruída e pronta para nova com-bustão. Sempre, que eu saiba, a expensas dele.

Natal é quando um ateu receberNão dei por grandes protestos contra o au-

mento do expediente em meia hora, no fundo 30 minutos que apenas servem para que uns quan-tos prolonguem o uso do Facebook no escritório e retardem o uso do Facebook em casa.

Em contrapartida, vai por aí enorme fúria por causa da remoção dos subsídios de férias e de Natal. No primeiro caso, a fúria é injustifica-da, visto que receber-se o dobro do dinheiro pelo período em que não se faz nenhum significa a valorização do ócio e devia ser exemplo a rejei-tar pelos sindicatos e demais defensores dos tra-balhadores. No segundo caso, a fúria é absurda, visto que auferir um abono a pretexto de uma festividade cristã constitui ofensa às restantes crenças ou à ausência delas. Até esperava que a decisão do Governo em abolir semelhante pou-ca-vergonha merecesse festejos por parte da As-sociação República e Laicidade, mas parece que nesta república a laicidade vende-se por pouco. Ou por muito, consoante o salário. (...)

JTM/DN

Alberto Gonçalves

TRiBuNa João Marcelino*

(...) “não faz nenhum sentido vender o canal 1 - o único veículo de receitas da empresa, com os seus actuais seis minutos de publicidade por hora (contra os doze da SIC e outros tantos da TVI) - e continuar com uma empresa deficitária expurgada do seu mais saudável ramo.” (...)

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lazERFILHO DE CRuISE E kIDMAn APRESEnTA-SE COMO DJ. connor cruise, filho de tom cruise e da ex-mulher, Nicole Kidman, exibiu-se como DJ na gala prémio Nick Halo, em los angeles. anda a treinar há ano e meio diz a us magaziine

JEnnIFER AnISTOn nEGA ESTAR GRáVIDA. Jennifer aniston disse que não está noiva nem grávida. “eu não estou planeando casar-me em breve”, explicou à “People” a actriz, que namora desde o começo do ano com o actor Justin theroux.

Kardashian reconheceproblemas no casamento

apenas dois meses após o casamento, os recém-casados Kim Kardashian, 31 anos, e Kris Humphries, 26 anos, estão com problemas, com rumores de que Kris andaria a relacionar-se com outras mulheres. Kim

confirmou à revista People há alguns problemas e culpou Nova iorque pelas desavenças conjugais. a mãe e agente de Kim, Kris Jenner saiu em defesa do casal, afirmando que, em relação ao trabalho, eles estão em direcções opostas , mas que tudo passará quando voltarem para los angeles.

Kristen casou com Pattinson robert Pattinson disse que ele e a namorada Kristen stewart estão “na realidade casados” na igreja porque, durante as filmagens de “twillight’, o casamento foi efectuado por um padre de verdade. “tecnicamente já estamos casados porque ele fez todas as coisas que são feitas numa cerimónia normal. então não temos uma união civil perante a lei, mas acho que perante a igreja já estamos casados”, disse o actor numa conferência em estocolmo. Kirsten nada disse até ao momento.

Miranda Kerr preparadapara receber o Pai Natal Miranda Kerr exibiu as suas curvas para promover um sutiã que vale 20 milhões de patacas. com 3400 pedras preciosas, incluindo diamantes brancos e amarelos, a valiosa peça foi criada pela marca victoria’s secret para o catálogo de Natal. certamente, uma forma simpática de receber o Pai Natal...

cantor de “ai se eu te pego” quer criar dança para Ronaldo

Michel teló, sucesso da música sertaneja no brasil, já viu a música “ai se eu te pego” a ser transportada para os relvados pela mão de Neymar e agora por ronaldo, em dança de comemoração após um dos golos frente ao Málaga. “Não estava a assistir ao jogo, mas comecei a receber dezenas de mensagens no twitter a dizer que o ronaldo dançou a minha música”, comentou o cantor em entrevista ao Maisfutebol. teló afirmou sentir-se satisfeito com cr7 a dançar o seu êxito e afirma que lhe trouxe mais visibilidade. “ronaldo dançou bem, mas posso ensiná-lo a dançar melhor”, comentou. “se vai fazer sucesso com as mulheres? o ronaldo não sei, eu vou de certeza”, brincou Michel. o cantor lançou ainda

a hipótese de criar uma coreografia inspirada em cristiano ronaldo: “se o futebol leva a minha dança para o relvado, eu posso levar o futebol para o palco”.

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LISbOA QuER AjuSTAR ACORDO COM A TROIKAO Governo vai propor em Novembro à troika Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI “alguns ajus-tamentos” no financiamento concedido a Portugal. O objectivo é conseguir “soluções de maior flexibilidade” para a economia, segundo disse o primeiro-ministro, Pe-dro Passos Coelho, numa conferência de imprensa, no final da cimeira ibero-americana que se realizou em As-sunção, Paraguai. “Iremos propor alguns ajustamentos ao nosso programa de assistência económica e financeira, tendo em conta a realidade do cenário macro-económico e a evolução das principais variáveis, desde o momento

em que o programa foi desenhado e aprovado até ao momento presente”, afirmou Passos Coelho. O primeiro-ministro disse ainda que dialogará com “outras forças sociais e políticas”, em particular com o PS, sobre os termos do ajustamento a propor à troika. O PS, segundo Passos Coelho, “deve manter conhecimento e envolvimento nas sucessivas avaliações e ajustamentos que o programa deve ter”. Passos Coelho não confirmou, nem desmentiu a notícia avançada pelo semanário Expresso de que Portugal necessitará de mais 25 mil milhões de euros, além dos 78 mil milhões que fazem parte do programa acordado com a troika. “Não tenho conhecimento de nenhumas declarações do senhor ministro das Finanças nesse sentido e posso mesmo acrescentar que muito estranharia que fizesse declarações nesse sentido”, disse.

nOVO pRESIDEnTE DA IRLAnDA É pOETAMichael D. Higgins, ex-ministro da Cultura e poeta de 70 anos, vai suceder a Mary McAleese na presidência da Irlanda, ao ven-cer por larga margem o candidato que, até à véspera das elei-ções, era apontado como favorito. Sean Gallagher, que se candi-datou como independente, não resistiu às denúncias de que foi angariador de fundos para o Fianna Fáil (FF), o partido que os irlandeses culpam pela crise que forçou o país a recorrer a ajuda externa. “Estou muito contente que esta presidência tenha sido construída numa campanha que deu ênfase às ideias. Prometo ser o Presidente de todos os irlandeses e de quem todos tenham orgulho”, afirmou o candidato dos trabalhistas (membros da coligação governamental), mal foram conhe-cidos os primeiros resultados oficiais. Contadas as primeiras preferências (na Irlanda os eleitores listam os candidatos pela ordem da sua escolha), Higgins obteve 40 % dos votos, seguido de Gallagher (28,5%) e de Martin McGuinness (13,7%), o vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte que agitou a campanha, ao entrar na corrida pela presi-dência com o propósito de lutar pela unificação da ilha. E à polémica inicial, o candida-to do Sinn Féin juntou um incidente final, quando no último debate televisivo acusou Gallagher, então à frente nas sondagens, de ter recebido dinheiro de um empresário com cadastro criminal para financiar o FF. O “Irish Times” destacou a boa notícia para os irlandeses que, depois de uma campanha marcada por ataques pessoais, votarem um Presidente conhecido pelo seu apego à cultura, à língua gaélica e aos direitos hu-manos. “O populismo deu lugar aos princípios”, escreveu o diário no seu editorial.

pRIMEIRA MuLHER DA AL-QAEDA COnDEnADA A 15 AnOS

Um tribunal especial na Arábia Saudita condenou ontem uma saudita, membro da Al-Qaeda, a 15 anos de prisão, no primeiro julgamento de uma mulher ligada à rede terrorista no reino, noticiou a agência ofi-cial Spa. “Uma saudita foi condenada a 15 anos de prisão, a partir da data da deten-

ção, bem como a 15 anos de proibição de deslocação ao estrangeiro após a libertação”, indicou a agência. O julgamento desta mulher, cuja iden-tidade não foi divulgada e que é designada como “senhora Al-Qaeda”, iniciou-se a 31 de Julho num tribunal de Jeddah (oeste) e realizou-se à porta fechada, sem a presença dos «media», a pedido da família. A cidadã saudita foi julgada por “ter acolhido pessoas procuradas em casos rela-cionados com a segurança (do reino) e incitação a actos de terrorismo”, precisou a Spa. Foi igualmente condenada por “posse de duas pistolas” entregues a membros da rede terrorista e por “financiamento de acções terroristas, ao reunir mais de um milhão de riyals (cerca de 189 mil euros) enviados à organização Al-Qaeda”. A “senhora Al-Qaeda” rejeitou estas acusações, afirmando ter sido “refém dos dois maridos, que estavam liga-dos à Al-Qaeda” e de ter “sido implicada em casos que não a envolvem”. Segundo fontes concordantes, um dos dois homens está na prisão por ligação à rede terrorista, ao passo que o outro foi morto por forças de se-gurança há alguns anos em Riade. A mulher foi detida no ano passado, ao mesmo tempo que dezenas de suspeitos apresentados pelas autoridades sauditas como membros da rede terrorista, e identificada como “Hila al-Qassir” pelo «número dois» da Al-Qaeda na Península Arábica, Said al-Chihri, numa gravação áudio divulgada em Junho de 2010. A condenada dispõe agora de 30 dias para recorrer da sentença.

HOMEnAGEM A ADÉ nO bRASILJorge Rangel e José Lobo do Amaral, res-pectivamente presidente e vice-presidente do Instituto In-ternacional de Macau (IIM),

que estão no Rio de Janeiro para diversas activi-dades junto de organismos culturais brasileiros, foram recebidos na Academia Brasileira de Letras para uma singela homenagem a José dos Santos Ferreira (Adé). O IIM ofereceu à Academia um poema em patuá dedicado ao Brasil, da autoria do saudoso poeta macaense, inserido num painel graficamente elaborado por Victor Hugo Marrei-ros. Segundo o IIM, o gesto simbólico surgiu na sequência da sessão realizada há dois anos na-quela instituição, por iniciativa conjunta do IIM e da Academia, de homenagem ao escritor macaen-se Henrique de Senna Fernandes. Nessa ocasião, Jorge Rangel leu o referido o poema, tendo o en-tão presidente da Academia, Cícero Sandroni, re-velado interesse em que o mesmo fosse colocado na sede da Academia. Durante este novo encon-tro do IIM com altos responsáveis da Academia, foi decidida a preparação de mais um seminário sobre temática macaense, a incluir no programa daquela instituição em 2012.

As inundações que ameaçam Banguecoque estão a poupar o centro da capital tailandesa e deve-rão começar a recuar nos próximos dias, indicou a primeira-ministra tailandesa em tom optimis-ta, depois de milhares de pessoas terem fugido daquela metrópole de 12 milhões de habitantes nos últimos dias. Banguecoque tem estado em es-tado de alerta e permanecerá dessa forma até ao início da próxIma semana, depois de as autorida-des terem decretado cinco dias de férias a fim de permitir aos habitantes da capital que fujam para outros locais. O estado de alerta foi dado face à iminência de fortes cheias na capital. A situação começou, porém, a melhorar a meio do dia de on-

tem, escreve a AFP. Mas embora o centro da cida-de esteja seco, outras partes da capital, incluindo o bairro chinês, estão ainda cobertas de água. “Se toda a gente trabalhar no duro (...), o nível de água em Banguecoque vai começar a baixar na primeira semana de Novembro”, indicou Yingluck Shina-watra, depois de ter declarado que as águas das cheias poderiam permanecer durante um mês. Esta estação de monções, particularmente forte, já provocou a morte de pelo menos 381 pessoas na Tailândia. Diversos países já desaconselharam os seus cidadãos a viajarem para aquele país asiático, embora o aeroporto internacional de Banguecoque continue a funcionar normalmente.

VInHOS DO TEjO COM AMbIÇÕES nA CHInA Os produtores da região do Tejo querem aumentar em 50% as exportações de vi-nho para a China nos próximos três anos até aos 600 mil litros, disse à Lusa a res-ponsável pelo marketing da região. Com oito produtores em Cantão, Teresa Batista salienta a importância do mercado chinês nas exportações dos Vinhos do Tejo que correspondem ao segundo mercado mais importante a seguir a Angola. Segundo a mesma responsável, no primeiro semestre de 2011, e face ao mesmo período de 2010, as exportações de vinho do Tejo para a Chi-na aumentaram 28%. “No início deste ano eram 13 os produtores a exportar, agora já são 17 e queremos aproveitar esta mos-tra em Cantão para subir para 20”, disse. Depois de Cantão, os produtores do Tejo visitam Macau para duas mostras, uma destinada a profissionais e outra ao pú-blico em geral, e depois Hong Kong, onde vão participar, com um “stand” numa fei-ra de vinhos entre 3 e 5 de Novembro, “o que acontece pela primeira vez”. Teresa Batista disse ainda que o mercado chinês é “para continuar a trabalhar no futuro” e defendeu Macau também como uma base para os produtores da sua região.