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  FISCOSoft Impresso Impressão gerada em 17/05/2011 Publicado em nosso site em 12/05/2011 Medida Cautelar Fiscal - Roteiro de Procedimentos Roteiro - Federal - 2011/4265 Introdução I - Hipóteses de requerimento II - Formalidades do requerimento III - Procedimentos da Procuradoria da Fazenda Nacional IV - Alcance da medida V - Efeitos da decretação VI - Eficácia da Cautelar Fiscal VII - Vigência da Cautelar Fiscal Introdução A Medida Cautelar Fiscal, instituída pela Lei nº 8.397/1992, com as alterações do artigo 65 da Lei nº 9.532/1997, disciplinada no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB pela Instrução Normativa RFB nº 1.088/2010, é um procedimento que pode ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias. A Cautelar Fiscal é um instrumento de garantia da execução, que tem por finalidade tornar indisponíveis os bens do contribuinte.  Nota:  1. O arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo, quando da lavratura de Auto de Infração ou quando da interposição de recurso ao Conselho de Contribuintes , visa o acompanhamento do patrimônio passível de ser indicado como garantia do crédito tributário em eventual medida cautelar fiscal. 2. Por meio da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, foi alterada a estrutura do Conselho de Contribuintes, que passou a denominar-se Conselho Administrativ o de Recursos Fiscais - CARF. O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive no curso da execução  judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias.  Nota:  A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação, e independe de caução pelo fisco (arts. 4º, "caput", e 7º, "caput", da Lei nº 8.397/1992). I - Hipóteses de requerimento O titular da unidade da Receita Federal do Brasil do domicílio fiscal do sujeito passivo encaminhará representação para a propositura de medida cautelar fiscal à correspondente unidade da Prcouradoria-Geral da Fazenda Nacional, quando o sujeito passivo: 1) sem domicílio certo: a) tenta ausentar-se; b) aliena bens e direitos que possui; ou d) deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; 2) tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta ausentar-se, com o objetivo de elidir o adimplemento da obrigação; 3) em situação de insolvência, aliena ou tenta alienar bens e direitos; 4) contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez de seu patrimônio; 5) notificado para que proceda ao recolhimento do crédito tributário: a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa a sua exigibilidade; ou b) transfere ou tenta transferir, a qualquer título, seus bens e direitos para terceiros; Nota:  1. Esta hipótese não se aplica a débitos com exigibilidade suspensa em virtude de se ter efetuado o depósito do seu montante integral e somente haverá proposta de medida cautelar quando presentes, a juízo da autoridade administrativa competente, circunstâncias que justifiquem a proposição. 2. Na hipótese da letra "b", a medida cautelar fiscal independe da prévia constituição do crédito tributário. 6) possui débitos tributários, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido;  Nota:  Considera-se patrimônio conhecido o informado na última declaração de rendimentos e, da pessoa jurídica, o total do ativo constante do último balanço patrimonial registrado na FISCOSoft On Line 1

Medida Cautelar Fiscal _ Roteiro de Procedimentos Fiscosoft

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Impressão gerada em 17/05/2011

Publicado em nosso site em 12/05/2011

Medida Cautelar Fiscal - Roteiro de

Procedimentos

Roteiro - Federal - 2011/4265

Introdução

I - Hipóteses de requerimento

II - Formalidades do requerimento

III - Procedimentos da Procuradoria da Fazenda Nacional

IV - Alcance da medida

V - Efeitos da decretaçãoVI - Eficácia da Cautelar Fiscal

VII - Vigência da Cautelar Fiscal

Introdução 

A Medida Cautelar Fiscal, instituída pela Lei nº 8.397/1992,

com as alterações do artigo 65 da Lei nº 9.532/1997,

disciplinada no âmbito da Secretaria da Receita Federal do

Brasil - RFB pela Instrução Normativa RFB nº 1.088/2010, é

um procedimento que pode ser instaurado após a constituiçãodo crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida

Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios e respectivas autarquias. A Cautelar Fiscal é um

instrumento de garantia da execução, que tem por finalidade

tornar indisponíveis os bens do contribuinte.

Nota:

1. O arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo,

quando da lavratura de Auto de Infração ou quando da 

interposição de recurso ao Conselho de Contribuintes, visa o 

acompanhamento do patrimônio passível de ser indicado 

como garantia do crédito tributário em eventual medida 

cautelar fiscal.

2. Por meio da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na 

Lei nº 11.941/2009, foi alterada a estrutura do Conselho de 

Contribuintes, que passou a denominar-se Conselho 

Administrativo de Recursos Fiscais - CARF.

O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a

constituição do crédito, inclusive no curso da execução

  judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Municípios e respectivas autarquias.

Nota:

A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de 

imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o 

limite da satisfação da obrigação, e independe de caução 

pelo fisco (arts. 4º, "caput", e 7º, "caput", da Lei nº 

8.397/1992).

I - Hipóteses de requerimento 

O titular da unidade da Receita Federal do Brasil do

domicílio fiscal do sujeito passivo encaminhará

representação para a propositura de medida cautelar fiscal à

correspondente unidade da Prcouradoria-Geral da Fazenda

Nacional, quando o sujeito passivo:1) sem domicílio certo:

a) tenta ausentar-se;

b) aliena bens e direitos que possui; ou

d) deixa de pagar a obrigação no prazo fixado;

2) tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta ausentar-se,

com o objetivo de elidir o adimplemento da obrigação;

3) em situação de insolvência, aliena ou tenta alienar bens e

direitos;

4) contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a

liquidez de seu patrimônio;5) notificado para que proceda ao recolhimento do crédito

tributário:

a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa a sua

exigibilidade; ou

b) transfere ou tenta transferir, a qualquer título, seus bens e

direitos para terceiros;

Nota:

1. Esta hipótese não se aplica a débitos com exigibilidade 

suspensa em virtude de se ter efetuado o depósito do seu 

montante integral e somente haverá proposta de medida 

cautelar quando presentes, a juízo da autoridade 

administrativa competente, circunstâncias que justifiquem a 

proposição.

2. Na hipótese da letra "b", a medida cautelar fiscal 

independe da prévia constituição do crédito tributário.

6) possui débitos tributários, inscritos ou não em Dívida

Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu

patrimônio conhecido;

Nota:

Considera-se patrimônio conhecido o informado na última 

declaração de rendimentos e, da pessoa jurídica, o total do 

ativo constante do último balanço patrimonial registrado na 

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contabilidade ou o informado na Declaração de Informações 

Econômico-Fiscais (DIPJ).

7) aliena bens ou direitos que tenham sido anteriormente

arrolados pela autoridade fiscal, sem proceder à devida

comunicação à Receita;

Nota:

Na hipótese do item 7, a medida cautelar fiscal independe 

da prévia constituição do crédito tributário.

8) tem sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoas

Jurídicas (CNPJ) declarada inapta; ou

9) pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação

do crédito tributário.

Nota:

Nesta hipótese, somente haverá proposta de medida 

cautelar quando presentes, a juízo da autoridade 

administrativa competente, circunstâncias que justifiquem a 

proposição.

Nota:

O disposto neste tópico não se aplica a débitos com 

exigibilidade suspensa em virtude de depósito do seu 

montante integral.

Fundamentação: art. 13, "caput", incisos I a IX e §§2º e 3º da

Instrução Normativa RFB nº 1.088/2010; art. 1º, parágrafo

único, da Lei nº 8.397/1992.

II - Formalidades do requerimento 

A representação para propositura de medida cautelar fiscal

será instruída com:

1) prova literal da constituição do crédito tributário;

Nota:

Considera-se prova literal da constituição do crédito triutário 

o auto de infração, a notificação de lançamento ou qualquer 

ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em 

reconhecimento do débito pelo devedor.

2) prova documental de alguma das situaçõs descritas no

tópico I;3) quaisquer outras provas produzidas na identificação das

situações descritas no tópico I.

Para tal finalidade, serão relacionados os bens e direitos com

comprovação da titularidade do devedor principal, dos

responsáveis solidários e subsidiários.

Fundamentação: art. 14 da IN RFB nº 1.088/2010.

III - Procedimentos da Procuradoria da Fazenda 

Nacional 

Nos termos da Portaria Conjunta PGFN / SRF nº 2/2004, aunidade da PGFN, ao receber proposta de medida cautelar

fiscal encaminhada pela Secretaria da Receita Federal - SRF

deverá promover o ajuizamento da ação no prazo de 60 dias.

No prazo de 30 dias, o Procurador da Fazenda Nacional

poderá, mediante despacho fundamentado, devolver o

processo à autoridade proponente para:

a) solicitar documentos ou informação essencial que julgar

necessários à propositura da ação;

b) arquivamento, se não houver fundamento jurídico

suficiente para a propositura da ação, condicionado à ciência

do Procurador-Chefe ou Procurador-Seccional.

A petição inicial será acompanhada de cópia da proposta de

medida cautelar fiscal e de outros documentos que o

Procurador da Fazenda Nacional julgar pertinentes,

requerendo-se a tramitação em segredo de justiça sempre que

presentes informações submetidas a sigilo (art. 155 do

Código de Processo Civil).

Fundamentação: Portaria Conjunta PGFN / SFR nº 2/2004.

IV - Alcance da Medida 

Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá

somente sobre os bens do ativo permanente, podendo, ainda,

ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que

em razão do contrato social ou estatuto tenham poderes para

fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais, ao tempo:

1) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;

2) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.

A indisponibilidade patrimonial poderá ser estendida em

relação aos bens adquiridos a qualquer título do requerido ou

daqueles que estejam ou tenham estado na função de

administrador, desde que seja capaz de frustrar a pretensão

da Fazenda Pública.

Fundamentação: art. 4º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.397/1992.

V - Efeitos da decretação 

Decretada a medida cautelar fiscal, será comunicada

imediatamente ao registro público de imóveis, ao Banco

Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários e às

demais repartições que processem registros de transferênciade bens, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam

cumprir a constrição judicial.

A medida cautelar fiscal decretada poderá ser substituída, a

qualquer tempo, pela prestação de garantia correspondente ao

valor da pretensão da Fazenda Pública, na forma do artigo 9º

da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980.

Quando a medida cautelar fiscal for concedida em

procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor

a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de 60 (sessenta)

dias, contados da data em que a exigência se tornar

irrecorrível na esfera administrativa.

Fundamentação: arts. 4º, § 3º, 10 e 11 da Lei nº 8.397/1992.

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VI - Eficácia da Cautelar Fiscal 

A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia na

pendência do processo de execução judicial da Dívida Ativa,

mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

Cessa a eficácia da medida cautelar fiscal:

1) se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da

Dívida Ativa no prazo;

2) se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;

3) se for julgada extinta a execução judicial da Dívida Ativa

da Fazenda Pública;

4) se o requerido promover a quitação do débito que está

sendo executado.

Nota:

Se, por qualquer motivo, cessar a eficácia da medida, é 

defeso à Fazenda Pública repetir o pedido pelo mesmo 

fundamento.

Fundamentação: arts. 12 e 13 da Lei nº 8.397/1992.

VII - Vigência da Cautelar Fiscal 

A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia no prazo do

tópico anterior e na pendência do processo de execução

  judicial da Dívida Ativa, mas pode, a qualquer tempo, ser

revogada ou modificada.

Nota:

Salvo decisão em contrário, a medida cautelar fiscal 

conservará sua eficácia durante o período de suspensão do 

crédito tributário ou não tributário.

É importante verificar que a sentença proferida na medida

cautelar fiscal não faz coisa julgada, relativamente à

execução judicial, e o indeferimento da medida cautelar

fiscal não obsta a que a Fazenda Pública intente a execução

  judicial da Dívida Ativa, nem influi no julgamento desta,

salvo se o juiz, no procedimento cautelar fiscal, acolher

alegação de pagamento, de compensação, de transação, de

remissão, de prescrição ou decadência, de conversão do

depósito em renda, ou qualquer outra modalidade de extinçãoda pretensão deduzida.

Fundamentação: arts. 12, 15 e 16 da Lei nº 8.397/1992.

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