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maio 2016 mycooprofar ESPECIAL SAÚDE Portugueses continuam gordos e a morrer de doenças cardiovasculares ESPECIAL EXPOFARMA Acordo entre farmácias e Governo prevê remuneração por cada embalagem dispensada ENTREVISTA: APIFARMA “Desconheço países com quotas de genéricos tão altas como as nossas”

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Revista para Profissionais de Saúde

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ESPECIAL SAÚDEPortugueses continuam gordos e a morrer de doenças cardiovasculares

ESPECIAL EXPOFARMAAcordo entre farmácias e Governo prevê remuneração por cada embalagem dispensada

ENTREVISTA: APIFARMA“Desconheço países com quotas de genéricos tão altas como as nossas”

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Marcámos abril com a presença naquele que é considerado o maior evento de logística nacional: Supply Chain Meeting 2016 que, este ano, abordou as novas tecnologias. A nossa intervenção pautou-se por abordar “Os efeitos da Proximidade ao cliente na Logística do Grupo Cooprofar-Medlog”. O foco do cliente como o ADN do Grupo Cooprofar-Medlog foi a mensagem que transmitimos.Maio é, para nós, mês de celebração e renovação de valores inscritos na nossa matriz. Foi a 23 de maio de 1975 que se escreveu o primeiro capítulo da nossa história. Fundava-se a Cooprofar com a missão de abastecer as farmácias associadas. Consagrada, desde sempre, como uma referência a Norte, o desenvolvimento sustentado da Cooprofar permitiu alcançar, em 2009, a cobertura nacional. Desde então, a vasta experiência que acumulamos na cadeia de fornecimento de A vasta experiência acumulada na cadeia de fornecimento de produtos farmacêuticos e de produtos saúde faz do Grupo um operador logístico de referência, sendo reconhecido no setor como um player forte e competitivo. Hoje é detentor de um vasto know-how e posiciona-se no mercado como o maior grupo de capital exclusivamente português no setor da logística e distribuição farmacêutica.Para assinalar o dia, vamos realizar um evento formativo no âmbito da 2ª edição do PRÉMIO FORMA+, onde vamos distinguir as farmácias que mais apostaram na diferenciação através da formação das suas equipas. Paralelamente à entrega dos prémios vamos promover, gratuitamente, uma ação sobre «Farmacovigilância – Assuntos Regulamentares» que tem como objetivo alertar para a importância e para a responsabilidade das equipas das farmácias em acionarem os mecanismos que visam identificar e denunciar alguma RAM – Reação Adversa Medicamentosa. Neste 41º aniversário, com a mesma ambição e confiança nas nossas competências, renovamos a vontade de fazer Mais e Melhor junto de todos aqueles que, connosco, também escrevem cada capítulo da nossa história: clientes, fornecedores e parceiros de negócio.Estamos aqui, junto de si, preparados para os próximos 40 anos.

EDITORIAL

O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Maio a 31 de Maio, inclusive.Os preços e bonificações indicados estão sujeitos a alterações de acordo com as condições do mercado.Os valores indicados estão corretos, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.Os preços e bonificações indicados estão sujeitos a alterações de acordo com as condições de mercado e não acumulam com outras campanhas em vigor.

Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Raquel Pacheco

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Oblique

Distribuição:Gratuita

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

Análise de Mercado

Especial Saúde

Entrevista

Especial Expofarma

Report

Novos

Cosmética e Higiene Corporal

Diagnóstico

Dispositivos Médicos

Éticos

Galénicos

Higiene Bebé

Higiene Oral

Homeopáticos

Interapothek

MNSRM Exclusivo Farmácias

Med. Não Suj. a Rec. Médica

Med. Vet. N. Suj. Rec. Médica

Med. Vet. Suj. Rec. Médica

Nut. e Prod. à Base de Plantas

Nutrição Infantil

Parafarmácia

Puericultura

Químicos

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Celso SilvaDiretor Geral

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Genéricos conquistam 40% da quota total de medicamentosNo ano de 2014 a percentagem de embalagens de medicamentos genéricos faturadas, relativamente ao total de medicamentos faturados na região de saúde do Centro, foi de 41,2%. Tal repre-senta uma evolução positiva de 2,5 por cento em relação ao ano anterior, traduzindo uma tendência crescente de prescrição deste tipo de medicamentos em todas as unidades territoriais da região Centro. O custo médio de medicamentos faturados por utente/uti-lizador, em 2014, foi de 176,2 euros na região de saúde do Centro e corresponde a um aumento de 1,3. O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Pinhal Interior Norte obteve a maior percentagem de consumo de medicamentos genéricos (42,5%), enquanto o ACES Cova da Beira registou a menor percentagem de consumo (36,8%). O ACES Pinhal Interior Norte teve o maior custo médio faturado (187,7 euros), aliás, em linha com o maior consumo, enquanto o ACES Pinhal Litoral obteve o menor custo médio de medicamentos faturados (167,7 euros), embora não tenha o menor consumo.

Quase 78% das exportações na saúde são medicamentosAs exportações portuguesas na área da saúde atingiram os 1,2 mil milhões de euros em 2015. De acordo com os dados avança-dos pelo INE, quase 78% das vendas para o exterior são fármacos. “Ao longo dos últimos anos há um crescimento persistente das exportações da saúde, resultado da preparação das empresas para entrar em mercados externos”, comentou, junto do sema-nário Expresso, Joaquim Cunha, diretor executivo do Health Cluster Portugal (HCP). Segundo o dirigente do HCP, o maior mercado de exportação é os EUA, facto que traz algum prestígio aos laboratórios portugueses, na medida em que a Food and Drug Administration (FDA) impõe requisitos exigentes à entrada dos fármacos no mercado norte-americano. Alemanha, Reino Unido, Angola e Espanha são outros países para onde, também, se expor-tam muitos medicamentos.

Ministério da Saúde com défice de 2.000 ME no final de 2015O ministro da Saúde afirmou que o Serviço Nacional da Saúde (SNS) mantém um problema de sustentabilidade e que no final de 2015 a dívida total do setor era de 2.000 milhões de euros. “O problema da sustentabilidade do SNS mantém-se. Há um pro-blema de subfinanciamento, de organização, de sustentabilidade”, afirmou Adalberto Campos Fernandes. Questionado sobre um eventual agravamento das contas do setor, o ministro disse que as contas de 2015 fecharam com menos 259 milhões de euros. O ministro disse que a sua equipa se propõe chegar ao final deste ano com uma execução de menos 179 milhões de euros.

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Crescimento face ao período homólogoCrescimento Mercado Março 2016 vs. mês homólogo

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Défice do SNS derrapou 229 milhões de euros em 2015 O SNS encerrou o ano de 2015 com um saldo negativo de 259 milhões de euros, o que traduz uma derrapagem de 229 milhões de euros face ao défice previsto pelo anterior Governo, que era de 30 milhões de euros. Este valor terá de ser acomodado no presente ano, garantiu o ministro da Saúde, em sede de Comissão da Saúde, no Parlamento. “Há um efeito indutor que terá de ser acumulado no orçamento deste ano. Estes 259 milhões negativos não irão evaporar”, afirmou Adalberto Campos Fernandes. Este montante surge evidenciado na nota explicativa do Ministério da Saúde do Orçamento do Estado para 2016 que revela agora a previsão de execução do SNS em 2015, ao mesmo tempo que aponta para um défice de 179 milhões de euros em 2016. A justificar a derrapagem, já habitual, das contas da saúde, surgem as compras de medica-mentos que “apresentaram um acréscimo de 114 milhões de euros face ao orçamento de 2015, refletindo o impacto do financiamento do programa para o tratamento da Hepatite C crónica, que não estava previsto no orçamento inicial de 2015 (os compromissos assumidos em 2015 foram de 100 milhões de euros), e da introdu-ção de novas moléculas que fazem parte da inovação terapêutica nomeadamente, na área oncológica”.

Aumentam pedidos de apoio para medicamentosAs situações de doentes carenciados que chegam à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) tem vindo a aumentar, tendo a instituição disponibilizado quase 800 mil euros em 2015 para compra de medicamentos, próteses, transportes e alimentação. A propósito dos 75 anos da instituição, assinalados hoje, o presidente da LPCC, Vítor Veloso, adiantou que estas situações “são cada vez mal pre-mentes e cada vez mais numerosas”. “Queremos auxiliar o doente oncológico não só no que diz respeito ao apoio psicoemocional, mas também economicamente”, dando-lhes “dinheiro para trans-portes, medicamentos, alimentação, renda de casa, eletricidade e para muitas coisas, porque efetivamente o país não está bem e há pessoas muito carentes”, disse Vítor Veloso.

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Portugal em sofrimento: mais antidepressivos e mais suicídios A tradição diz que Portugal é um país com uma taxa de suicídios baixa no contexto da União Europeia. Mas a rea-lidade pode ser bem diferente: se aos números de suicídio registados em 2014 somarmos 20% das mortes de causa indeterminada, como recomendam os especialistas, Portugal passa a estar já num nível que justifica alarme, pelos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). O alerta surge no relatório Saúde Mental em Números 2015, apresentado, recentemente, em Lisboa, e é assumido pelo diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro Carvalho, para quem esta estimativa pode, de facto, colocar Portugal “em níveis próximos do vermelho”. “Se considerarmos a perspetiva internacional de que 20% das mortes registadas como de causa indeterminada são suicídios, a taxa de incidência subirá dos atuais 11,7 para cerca de 15 por 100.000 habitantes, valor que, para a OMS, nos colocaria entre os países a quem é recomendado maior alerta”, lê-se no relatório. Apesar de todas as cautelas, e sempre notando que os números de 2014 não se podem comparar com os dos anos anteriores - porque a metodo-logia de apuramento de dados passou a ser diferente com o novo sistema de certificados de óbito eletrónicos (antes a recolha era feita em papel) -, é visível a preocupação dos especialistas, até porque os últimos dados disponíveis indicam que se mantém “a tendência, iniciada em 2010, de taxas em crescimento [de suicídio] nos grupos etários dos 40 aos 64 anos”.

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Continuamos gordos e a morrer de doenças cardiovasculares, considerada a primeira causa de morte no país e no mundo. Atualmente, 70% dos portugueses correm risco cardiovascular. A educação para esta problemática e a adoção de um estilo de vida saudável deve começar na infância. Este mês vamos falar de saúde do CORAÇÃO.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e a obesidade é apenas um dos fatores de risco que não se está a conseguir controlar. Doentes de alto risco deviam ser acompanhados por equipas de especialistas, defende cardiologista.Quase 70% dos portugueses com alto risco cardiovascular tem excesso de peso ou sofre de obesidade. Muito poucos praticam atividade física, revela o estudo EuroAspire que vai na sua 4ª edi-ção, mas foi a primeira vez que Portugal participou. A investigação envolveu 6.700 pessoas, 406 das quais portu-guesas, todas com hipertensão, diabetes, obesidade e níveis de colesterol elevados. Os resultados foram pouco animadores, se-gundo diz Ana Abreu, cardiologista e uma das coordenadoras do estudo.“São tudo doentes de alto risco, precisamente aqueles em que estamos a conseguir menos a tensão, o colesterol, o tabagismo, a diabetes e o problema do peso”, refere.Em Portugal, a obesidade central – a mais grave quando se fala em risco cardiovascular e “que tem a ver com um perímetro ab-dominal mais largo” – afeta os dois sexos, mas é pior nas mu-lheres.

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As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em PortugalAo nível europeu, Portugal até não é dos piores no que se refere ao controlo da maioria dos fatores de risco, mas há um que nos faz descer, e muito, na tabela: a falta de exercício físico.“Apesar de a atividade física ser hoje muito mais frequente em Portugal, no que toca aos doentes de alto risco somos dos pa-íses com menores níveis”, afirma Ana Abreu, que defende uma cardiologia preventiva moderna, interventiva sobre fatores de risco e estilos de vida, de modo a mudar o panorama português.“Seria extremamente útil constituir equipas de especialistas, que abordassem os doentes identificados como de alto risco e fazer uma intervenção sobre esses doentes, quer em relação ao tipo de alimentação, quer de atividade física e à suspensão do taba-gismo”, entende.

70% dos portugueses está em risco cardiovascularA doença cardiovascular continua a ser a primeira causa de morte no mundo e também em Portugal. Por ano, 33.000 por-tugueses morrem devido a doenças cardiovasculares, mas 75% dos casos podem ser prevenidos. Saiba quais são os fatores de

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risco e como pode evitá-los.“A doença cardiovascular é a causa de morte número um no mundo e em Portugal 33.000 pessoas morrem por ano devido às doenças cardiovasculares. Isto ultrapassa largamente todas as causas de cancro que levam à morte combinadas”, explicou Ana Abreu, da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. “Para além de tratarmos a doença, o mais importante é tentar preveni-la”.Um estudo europeu sobre cuidados primários de saúde concluiu que 70% dos portugueses que sofre de risco cardiovascular não tem hábitos de vida saudável, alimentação equilibrada ou prati-ca atividade física. Mais de 80% com alto risco, que apresentam hipertensão, diabetes ou colesterol elevado, têm excesso de peso ou obesidade. Contudo, os especialistas garantem que “que é evitável a morte e a doença em 75% dos casos”, se os pacientes mudarem os há-bitos de vida.“A prevenção passa pela abstenção do tabagismo, por criar há-bitos de atividade física e por criar hábitos de alimentação sau-dável. Por exemplo, deixar de fumar, só por si, vai reduzir o risco de enfarte para metade”.A educação para a prevenção deste tipo de doenças tem de ser iniciada na infância, uma vez que, segundo o estudo realizado, um em cada 10 jovens portugueses tem excesso de peso, um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovas-culares. “Portugal é o terceiro país da união europeia em termos de raparigas com excesso de peso”. Os dados afirmam que 27% das jovens tem peso a mais e 10% são obesas. Quanto aos rapazes, 29% tem excesso de peso. É importante educar as crianças para este problema, para preve-nir situações de risco futuras.“Temos de chegar a políticas de saúde que passem pelos centros de saúde, das comunidades, pelas escolas e pelas famílias”, afir-mou a especialista, acrescentando que, para tal, “a Sociedade Portuguesa de Cardiologia está a fazer promoções nas escolas, para transmitir uma série de ideias para que elas possam levar as mensagens aos pais. Por um lado, a mudança no estilo de vida deles, por outro lado a dos pais”.

AVC mata 20 mil portugueses por anoEm Portugal, seis pessoas sofrem um AVC por hora. E metade, acaba mesmo por morrer. Os dados dão que pensar e estão a preocupar os médicos da especialidade. E com as falhas de res-posta de alguns hospitais, a preocupação estende-se aos uten-tes.

Morrem duas vezes mais em Portugal do que em EspanhaPortugal tem o dobro da mortalidade de Espanha por acidente vascular cerebral (AVC), registando 88,1 óbitos por cada cem mil habitantes, contra 44,9 no país vizinho, de acordo com o rela-tório «Health at a Glance», divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).As diferenças não são fáceis de explicar, mas podem atribuir-se ao facto de haver mais AVC do que em Espanha em parte asso-ciados à hipertensão. Há ainda diferenças culturais e no trata-mento da doença, referem os especialistas, que avisam que esta devia ser uma área prioritária.Os resultados nas doenças cardiovasculares têm pontos positi-vos e negativos. E, se é verdade que Portugal está entre os países que têm a maior taxa de mortalidade, ficando em 7.º lugar entre 34, é também um dos que mais progrediram nas últimas duas décadas. De 1990 a 2013, a taxa caiu 73%. Nessa altura, havia

330 óbitos por cem mil habitantes. “Partimos de um ponto eleva-do. Temos uma taxa de incidência que influencia os resultados. Há fatores de risco como o excesso de sal, que está associado à hipertensão. Temos cerca de metade da população com este problema, mas grande parte não está diagnosticada ou devida-mente tratada”, diz ao DN Vítor Cruz, da direção da Sociedade Portuguesa de AVC.

Subir escadas, a receita para combater o AVCEm Portugal, morreram 12 273 pessoas com AVC em 2013 - mais de uma por hora -, quase o dobro das por enfarte. Além da hipertensão, há múltiplos fatores. “Desde logo o tabagismo, que ainda afeta quase 20% da população, o sedentarismo e a obesidade. Se olhar para as pessoas com 40 ou 50 anos, estas já acumulam quase sempre três fatores de risco”, refere, acres-centando que também existirão fatores genéticos a explicar esta taxa da doença.Rui Ferreira, o diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, avança que Portugal e Espanha são diferentes. “Desde logo, a mortalidade é maior do que por enfar-te, o que não acontece numa grande parte dos países europeus.”Ambos os especialistas estão de acordo em que há ainda dife-renças na resposta ao AVC, mas não em grau tão elevado que justifique o dobro das mortes em Portugal. “As diferenças têm de ser estudadas com profundidade, mas sabemos que a orga-nização dos cuidados é mais avançada em Espanha. São mais rápidos do que nós”, assegura.Um indicador de qualidade é o que avalia a morte por AVC ao fim de 30 dias de admissão no hospital. Espanha e Portugal têm pouca diferença (9% e 10%). Vítor Cruz diz que “só metade dos doentes vão para unidades de AVC, com cuidados especializa-dos. Outra metade é tratada em enfermarias menos especia-lizadas. Faltam equipamentos e recursos humanos, como os neurologistas, exames rápidos que ditam os resultados logo nos primeiros dias. As pessoas que lá estão têm de agir rapidamente, antecipar eventuais complicações”. A Áustria partiu do mesmo ponto que Portugal e tem uma taxa de 6%. “Ainda há pouca sensibilidade para aquela que é a nossa maior causa de morte.” Rui Ferreira concorda. “Esta área tem de ser prioritária. Mas é neste caminho que temos de prosseguir. Te-mos falta de recursos humanos e ainda há diferenças regionais. No Alentejo e no Algarve, por exemplo, há mais mortalidade, mas também questões culturais. As pessoas têm mais receio de ir à urgência ou de chamar o INEM.”

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Sucesso a tratar enfartes

Se a OCDE levanta o pano sobre alguns problemas no AVC, des-taca, por outro lado, a capacidade que Portugal teve para “redu-zir em dois terços a mortalidade”. No caso do enfarte, Portugal aparece em quarto lugar com 51 óbitos por cem mil (perto de Es-panha, com 56) e com uma redução de 57% em 23 anos. “Seja no enfarte ou no AVC, houve mais prevenção, medição e tratamento da hipertensão e dislipidemia. Ao mesmo tempo, fazemos mais angioplastias. Todas as que são necessárias são feitas”, garante Rui Ferreira.

Crianças mais gordas

Portugal está na média da OCDE, com os seus habitantes a viver em média 80,8 anos, tendo as mulheres uma esperança de vida de mais de seis anos do que os homens à data do nascimento. Mas, se a OCDE refere haver uma maior esperança de vida entre as pessoas com maior nível de educação, a verdade é que Portu-gal está ao lado dos países nórdicos, registando poucas diferen-ças na esperança de vida.

A vacinação coloca-nos entre os melhores países, tal como a taxa de mortalidade infantil, de 2,9 por mil nascimentos. Mas no que diz respeito aos idosos os resultados são menos animadores: Portugal é o país em que menos pessoas admitem ter um estado de saúde bom ou muito bom e quase um quinto admite ter limi-tações nas atividades diárias.

Há ainda fatores de risco que não devem ser negligenciados. Apesar de acima dos 15 anos haver 15,4% da população que já é obesa, os resultados estão melhores do que a média da OCDE, que é de 19.

Mas entre as crianças os resultados são preocupantes, com o ex-cesso de peso a superar 30%, apesar das notícias recentes apon-tarem para a estabilização.

“Países como Itália e Portugal têm uma taxa de obesidade entre os adultos que é relativamente baixa, mas a taxa de excesso de peso entre as crianças é provável que se traduza em taxas eleva-das entre os adultos no futuro”, lê-se no relatório.

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Vitamina D faz bem à saúde do coração

Uma dose diária de vitamina D melhora a função cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca. A conclusão é de um estu-do apresentado durante o 65ª Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, realizado em Chicago, nos Estados Unidos.Estudos anteriores já relacionaram a deficiência de vitamina D - cuja produção está associada à exposição ao sol - com a in-suficiência e outros problemas cardíacos. Mas este é o primeiro a mostrar que a suplementação da vitamina nestes pacientes pode, de fato, melhorar a função cardíaca.Para chegar ao resultado, pesquisadores da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, realizaram um experimento com 160 pacientes com insuficiência cardíaca e que já estavam sob al-gum tratamento, como o uso medicamentos ou de marca passo. Durante o período de um ano, os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu doses diárias da vitamina, enquanto o segundo tomou um placebo.Após esse período, os participantes foram submetidos a exames que mediam a função cardíaca. Os resultados mostraram que aqueles que tomaram a vitamina tiveram uma melhora consi-derável na fração de ejeção - quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada batimento. Enquanto o grupo de controle não registrou nenhuma mudança.Em geral, a fração de ejeção de uma pessoa saudável fica entre 60% e 70%. Nos pacientes do estudo, contudo, a média de fração de ejeção no início do experimento era de apenas 26%. Após a su-plementação, a função de bombeamento dos participantes que tomaram a vitamina D subiu para 34%.

Há quem tenha o coração mais velho do que a própria idade

Três em cada quatro cidadãos norte-americanos têm o coração cinco anos mais velho do que a própria idade. Em causa estão vários fatores que afetam o bom funcionamento do coração.De acordo com o Centre for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos, ter peso a mais, fumar e ter pressão sanguínea elevada são alguns dos fatores que promovem o envelhecimen-to precoce do coração.

Estudo: casar faz bem ao coração

O casamento faz bem ao coração, conclui-se dum vasto estudo norte-americano segundo o qual as pessoas casadas têm menos risco de doenças cardiovasculares do que as solteiras, viúvas ou divorciadas.Os investigadores conseguiram estabelecer, em termos corrigi-dos de variações como a idade, o sexo, a raça e outros riscos car-diovasculares, uma ligação entre o estado matrimonial e o risco de sofrer doenças cardiovasculares, relação que se estabeleceu tanto nos homens como nas mulheres. Para as pessoas casadas, o risco de doenças cardiovasculares

em geral era cinco por cento menor do que entre os solteiros. “Os resultados do estudo não devem certamente incitar ninguém a casar precipitadamente”, disse o principal autor do estudo, Car-los Alviar, da faculdade de medicina da Universidade de Nova Iorque. “Mas é importante saber se as pessoas vivem sozinhas ou em casal, porque isso pode ter consequências importantes na sua saúde cardiovascular”, afirmou. O estudo, realizado a partir de fichas médicas de mais de 3,5 mi-lhões de pessoas de 21 a 102 anos nos EUA. Outros estudos de menor dimensão já tinham chegado à mesma conclusão, mas os investigadores sublinham que a extensão deste último permite pela primeira vez estabelecer os riscos associados a quatro pa-tologias cardiovasculares (doença arterial periférica, acidentes vasculares cerebrais, doença da artéria coronária e aneurisma da aorta abdominal) em função de diferentes situações familia-res. Os riscos cardiovasculares tradicionais como a hipertensão, o tabagismo, a diabetes e a obesidade eram semelhantes à do todo da população norte-americana, explicam os autores.As probabilidades de sofrer um aneurisma da aorta abdominal, de doenças vasculares cerebrais e de doenças nas artérias das pernas eram inferiores em 8%, 9% e 19% respetivamente. Por outro lado, os divorciados ou viúvos tinham mais risco de doença cardiovascular do que os solteiros e do que os casados. Para os viúvos, o risco era 3% maior em todas as doenças vas-culares e 7% superior nas doenças coronárias, concluíram os investigadores. O divórcio surge ligado a maiores probabilidades de sofrer de todas as patologias vasculares. “A ligação entre o casamento e uma diminuição do risco de doenças cardiovasculares é mais marcada entre os jovens, o que foi uma surpresa”, sublinhou Al-viar. Para as pessoas com menos de 50 anos, estar casado traduz--se numa redução de 12% do risco de doenças cardiovasculares, taxa que se reduz para 7% entre 51 e os 60 anos e para apenas 4% nas pessoas com mais de 61 anos.

Fontes: Expresso; Sapo Saúde, Rádio Renascença, Fundação Portuguesa de

Cardiologia

Nozes, avelãs e amêndoas reduzem gordura do

sangue

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mycooprofar Entrevista

Disse recentemente que este ministro da Saúde traz uma nova perspetiva e expetativas. Sim. Na entrevista que deu ao Expresso o próprio ministro refere que a Saúde deve ser vista mais como um investimento do que como uma despesa e isto é todo um olhar diferente. É pensar que o grande objetivo é dar Saúde à sociedade. O orçamento só nos deve preocupar se não estiver adequado à realidade da Saúde que a sociedade exige e os cidadãos querem.

O ministro não está preocupado com o orçamento? Claro que está, mas pela primeira vez temos um ministro que assume que a Saúde é um investimento. E como muito bem re-feriu o Presidente da República, a importância da Saúde é tal que, de facto, faz sentido falar num pacto. Há uma sintonia de visões apesar da divergência política entre o Governo e a Presi-dência da República. Não tenho dúvida nenhuma. Para qualquer de nós, a saúde é das coisas mais importantes na vida e não faz sentido que seja gerida unicamente de uma maneira economicis-ta e em termos do orçamento. A Saúde é valiosa, mas isso não se reflete nos orçamentos. Se há área que deveria ter um financia-mento adequado à sua dimensão e necessidades é a Saúde. Daí o ministro afirmar que há subfinanciamento crónico. A Apifarma também o diz há anos.

O sistema de Saúde vai conseguir pagar cada vez mais?A sociedade vai ter de pensar. São opções políticas, nas quais investimos mais os recursos. Todos ficamos extasiados com o desenvolvimento das técnicas e ao percebermos que as pesso-as lá em casa podem viver muito mais e com uma qualidade incomparavelmente melhor e é evidente que isso vai necessitar de outro tipo de desafios, de escolhas, de organização... vai ter impactos transversais na sociedade. O Governo quer gastar este ano €2 mil milhões em medicamentos e as farmacêuticas pro-metem um desconto de €200 milhões.

A população vai continuar a ter as terapêuticas se o plafond for ultrapassado? Sim, só teremos de adaptar os nossos orçamentos. Os acordos deste tipo são soluções de compromisso e um esforço conjunto para minorar o impacto do subfinanciamento, que calculamos que ronde €300 a €350 milhões. E o medicamento só representa 25%, se representar. Tratamos hoje muito mais pessoas e não faz sentido que sistematicamente se queira manter os números.

O desconto de €200 milhões é maior do que os anteriores? Teoricamente é o maior de sempre, mas em termos práticos não vai ser muito diferente do que foi feito no ano passado. Como, obviamente, não vão faltar medicamentos a nenhum portu-guês, no final têm de ser feitos acertos e acabamos por ficar relativamente próximos. O problema é outro: por força da as-sistência financeira e a continuação da rigidez dos orçamentos a que Portugal tem estado obrigado, os orçamentos da Saúde para investimentos em medicamentos têm sido cada vez mais

insuficientes. E tornam-se ainda mais quando aparece inovação extremamente disruptiva e que não pode deixar de ser utilizada.

Está a dizer que haverá alguns medicamentos e tecnologias que não vão ser dados? A inovação vai chegando. Às vezes demora mais de um ano. A avaliação em Portugal não é das mais céleres, mas há garantia do ministro de que não existirão ‘vetos de gaveta’. As avaliações têm de ser feitas e se forem positivas, disponibilizadas. Temos sugerido que os orçamentos sejam para mais de um ano, com uma Lei de Programação da Saúde.

Houve “vetos de gaveta” no governo anterior? Completamente. Durante um ano e meio a dois anos, desde o período de assistência financeira até meados de 2013, não existiu praticamente aprovação de nenhuma inovação. Tirando casos esporádicos, não houve qualquer avanço nos tratamentos.

Prescrever mais genéricos para gerar poupanças para pagar a inovação faz sentido? Não temos nada contra, mas as quotas de genéricos em Portu-gal são elevadas. Aliás, desconheço que haja países com quotas de mercado de genéricos tão altas como as nossas: Espanha não tem, Itália, França… Tem a Alemanha. Mas o sistema de saúde na Alemanha é completamente diferente do português e temos de comparar realidades que são comparáveis. Não é realista que a quota de genéricos possa progredir sem a entrada de novos medicamentos.

Concorda com o atual sistema de preços por referência com outros países? Tem de existir sempre, mas alguns países de comparação não fa-zem sentido, como a Eslovénia ou a Eslováquia. Não queiram ver o que é o Serviço Nacional de Saúde desses países. Faz sentido a Espanha, a França... O efeito perverso é que os doentes vão às farmácias e não têm os medicamentos, porque são tão baratos que as cadeias de logística preferem reexportar.

Pagar pelos ganhos para o doente e não pelo preço da caixa é um modelo para ficar? É uma tendência atual e faz sentido, até porque na maior parte dos casos estamos a falar de tecnologias tão inovadoras [e ca-ras] que temos de tentar encontrar soluções.

Em que áreas são esperadas mais inovações?As hepatites vão continuar na ‘crista da onda’ e a oncologia vai ter saltos enormíssimos e desenvolvimentos espantosos com grande impacto na vida das pessoas.

E os portugueses vão ter acesso, como têm um espanhol ou um norte-americano? Está a pedir-me um comentário muito político [risos]. Acabare-mos por ter, mas será ao fim de um ano ou mais. E é preciso que seja mais cedo. Estamos perante uma onda gigante e estonte-ante de inovação, que começou na hepatite e vai passar para a oncologia com o mesmo tipo de impacto. Isto é, capaz de propor-cionar mais dois, três anos de vida aos doentes e enquanto so-ciedade temos de pensar como estamos e onde queremos estar.

Fonte: Jornal Expresso

APIFARMA: “Desconheço países com quotas

de genéricos tão altas como as nossas”

Formado em Finanças, o rosto da indústria farmacêutica em Portugal garante que na Saúde o orçamento só deve ser central quando não chega para dar cuidados a quem precisa. João Almeida Lopes está confiante de que o novo governante Adalberto Campos Fernandes vai acabar com os “cortes cegos” que durante quase dois anos vetaram aos portugueses o acesso a tudo o que era inovador.

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Grupo Cooprofar-Medlog partilha know-how em Madrid O Grupo Cooprofar-Medlog foi a Madrid participar no principal ponto de encontro que reúne fornecedores da indústria farma-cêutica, hospitais, serviços de saúde e grossistas de produtos farmacêuticos em torno do debate das últimas tendências para a cadeia de aprovisionamento no setor da saúde.O «16º Congreso do Setor da Saúde – Gestão e Supply Chain» – organizado pela Associação de Fabricantes e Distribuidores madrilena (AECOC) e o GS1 Spain – recebeu, dia 26 de abril, os principais players ibéricos que integram a cadeia de abasteci-mento no setor da saúde.Em cima da mesa estiveram estratégias competitivas respon-sáveis por dar resposta às novas necessidades de um setor que está cada vez mais sofisticado. A partilha de experiências e a tro-ca de pontos de vista foi a tónica dominante nas diversas sessões do programa.O painel que deu voz à experiência do Grupo Cooprofar-Medlog - intitulado «A cadeia de aprovisionamento como arma competi-tiva» - foi conduzido por Paulo Pires, Diretor de Logística, e Nuno Almeida, Diretor Transportes e Distribuição.A intervenção de ambos esteve focalizada na apresentação do know-how que conta mais de 40 anos e incidiu na partilha de soluções diferenciadoras adotadas no âmbito da estratégia de competitividade implementada na cadeia logística e que têm marcado o posicionamento de liderança do Grupo.A AECOC é uma é uma das maiores associações de negócios espanhola e a única que une fabricantes e distribuidores num trabalho conjunto na sustentabilidade, eficiência e na melhoria contínua do setor da saúde.

Grupo Cooprofar-Medlog na maior conferência mundial de lo-gística farmacêutica

O Grupo Cooprofar-Medlog regressou à maior conferência mun-dial de logística farmacêutica - a Logipharma 2016 «Transfor-ming Pharma Supply Chain. Together.» - que decorreu na Suí-ça. Uma vez mais, marcam presença os mais reputados players mundiais, entre eles, o Grupo Cooprofar-Medlog que regressa com o intuito de absorver as últimas tendências e estratégias europeias e mundiais.O evento arrancou no dia 19 de abril e terminou a 21. A conferên-cia ficou marcada por atrair, uma vez mais, uma forte audiência. Este ano, a adesão rondou os 400 participantes que foram à pro-cura de soluções eficientes e inovadoras que respondam à nova geração de clientes e consumidores.Durante os três dias do evento, estiveram em cima da mesa te-mas prementes no panorama do setor logístico e farmacêutico, desde as performances nas cadeias de distribuição, passando pela segurança e estratégias para mercados emergentes. Ao longo da conferência, as empresas puderam conhecer algumas estratégias para um melhor controlo das finanças e operações mais eficazes, trocar experiências e histórias de sucesso, assim como, comparar os seus métodos e estratégias de trabalho com outros profissionais do setor.O Grupo Cooprofar-Medlog fez-se representar por Baltazar Are-zes, administrador da Mercafar – Distribuição Farmacêutica SA, empresa do Grupo na linha-da-frente da internacionaliza-ção e exploração de novos negócios. Reforçar junto dos parcei-ros a capacidade de desenvolvimento e inovação como fatores diferenciadores na sua operação foi a mensagem que o Grupo Cooprofar-Medlog levou aos profissionais da supply chain e da indústria farmacêutica.

Acordo entre farmácias e Governo prevê remuneração por cada embalagem dispensada O ministro da Saúde confirmou que o Governo irá assinar um protocolo de entendimento com a Associação Nacional das Far-mácias (ANF), que prevê um alargamento da integração das far-mácias no SNS. O acordo prevê o lançamento a curto prazo de um projeto piloto de dispensa de medicamentos disponibilizados em contexto hospitalar e ainda a remuneração das farmácias por cada embalagem de medicamentos dispensada, revelou Adalberto Campos Fernandes, durante a sessão de abertura do 12º Congresso das Farmácias que decorreu na Expofarma, em Lisboa, entre os dias 14 e 16 de abril. A associação considerou “uma oportunidade histórica” a intensificação da presença das farmácias no SNS: “Os cidadãos, em particular os doentes, a Saúde Pública e a sociedade serão os beneficiários da concreti-zação desta visão integradora”, afirmou fonte da ANF.

Especialista: “Médicos e farmacêuticos não conseguem comu-nicar uns com os outros”O médico de família, José Luís Biscaia, considera que médicos e farmacêuticos se “relacionam bem” mas “não conseguem co-municar uns com os outros», apesar de terem de “trabalhar em conjunto”.Na opinião do profissional de saúde, partilhada no 12º Con-gresso das Farmácias, o desafio atual é “deixar de se questionar quem faz o quê e passar a questionar o que pode ser feito”.José Luís Biscaia participa no projeto piloto USFarmácia – apre-sentado no Congresso - que pretende testar um modelo de cola-boração entre as Unidades de Saúde Familiares e as farmácias, de modo a beneficiar a saúde dos utentes.Suzete Costa, do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde, expli-cou que apesar de esta ser uma iniciativa que ainda está “a dar os primeiros passos”, o objetivo será “replicar esta intervenção, mediante avaliação externa”.

OF: Formação dos farmacêuticos é uma das prioridadesUma das grandes prioridades da Ordem dos Farmacêuticos (OF) passa pela aposta na formação dos seus profissionais, revelou a bastonária Ana Paula Martins, que também marcou presença no 12º Congresso das Farmácias. “Os farmacêuticos sabem que têm de acompanhar o progresso para dar resposta às necessi-dades de Portugal, daí a importância da formação profissional, que é uma das grandes prioridades da Ordem”, disse. A bastoná-ria da Ordem dos Farmacêuticos afirmou ainda que, no âmbito do início da dispensa de medicamentos para o VIH/sida nas far-mácias, a Ordem “orgulha-se de certificar os farmacêuticos para desenvolver este serviço”. Ana Paula Martins concluiu ainda que os farmacêuticos conseguiram “manter toda a modernidade e eficiência, apesar das dificuldades”, colmatando que os farma-cêuticos querem “continuar a ser a rede de afetos que se estende por todo o país e acompanha os portugueses em todos os mo-mentos da sua vida”.

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Novas Tecnologias dão mote ao Supply Chain Meeting 2016Grupo Cooprofar-Medlog regressa ao maior evento nacional de logísticaO Grupo Cooprofar-Medlog participaou, a convite da revista Logística Moderna, na 7ª edição do Supply Chain Meeting 2016 este ano dedicado às Novas Tecnologias. “Novas realidades da supply chain - (R)evolução ou disrupção?” foi o tema de fundo do maior evento de logística nacional que decorreu dias 12 e 13 de abril, no Pavilhão Multiusos de Vila Franca de Xira.A representar o Grupo Cooprofar-Medlog esteve Paulo Pires, res-ponsável da Logística Interna do Grupo que interveio no auditó-rio Damco.A 7ª edição do Supply Chain Meeting - que contou com a pre-sença do Secretário de Estado das Infra-estruturas na sessão de abertura – foi palco de divulgação de muitas novidades, tanto em termos de apresentações, como de demonstrações de equi-pamentos e soluções, numa altura em que os drones, a impres-são 3D ou as APPS estão, cada vez mais, presentes ao longo das cadeias de abastecimento.Foram dois dias intensos onde estiveram em destaque, tanto nas conferências, como nas mesas redondas e no Solutions Cen-ter, os principais benefícios e desafios que tem resultado da sua adopção para as empresas portuguesas.A edição de 2016 do Supply Chain Meeting veio também reco-nhecer o contributo que a logística tem dado para o sucesso das organizações, constituindo um centro de lucro e de permanente inovação nos processos, gerando valor acrescentado aos produ-tos, sejam eles bens ou serviços.“Com celeridade ou de forma mais lenta, a tecnologia vai en-trando em todos os elos das atuais cadeias de abastecimento. A realidade é que as tecnologias emergentes trazem também opor-tunidades para reduzir custos operacionais, diminuir a pegada ecológica das operações e, preferencialmente, proporcionar um serviço de excelência ao cliente, final, ou não”, considera fonte da Logística Moderna a quem cabe a organização do evento.“E como tiveram oportunidade de verificar os mais de 1.200 pro-fissionais que se inscreveram nas intervenções, apresentações e também nos momentos de networking com os patrocinadores e parceiros tecnológicos, por vezes, pequenas melhorias são q.b. para conduzir a grandes conquistas quando se quer estar na li-nha da frente”, sublinhou a mesma fonte.

Donativo material destina-se a apoiar crianças Solidariedade social recai sobre a ACREDITAR A Acreditar (Associação de Pais e Amigos das Crianças com Can-cro) recebeu, no final de março, um donativo material. A ação está inserida na política de Responsabilidade da Empresa (RSE) adotada pelo Grupo Cooprofar-Medlog ao integrar, voluntaria-mente, preocupações sociais e ambientais nas suas operações e, também, na sua interação com a comunidade envolvente de forma a defender e zelar pelos princípios éticos de uma socieda-de justa e equitativa.“A nossa Responsabilidade Social não se traduz apenas em obje-tivos e compromissos assumidos. Assume-se, acima de tudo, no modo como desenvolvemos as nossas políticas de cidadania e recursos humanos, no impacto das nossas operações e dos nos-sos produtos e, fundamentalmente, na nossa contribuição para a sociedade”, afirma fonte do Grupo Cooprofar-Medlog.“A Acreditar agradece o reconhecimento e a confiança pelo tra-balho que desenvolve na área da Oncologia Pediátrica. O vosso donativo será imprescindível para dar continuidade aos apoios que a Acreditar presta dia a dia às crianças e jovens com cancro amenizando os momentos mais difíceis. A Acreditar orgulha-se de poder contar com o vosso apoio na construção da sua mis-são” salientou ao Grupo Cooprofar-Medlog Maria Antonieta, co-ordenadora do Núcleo Norte da Acreditar.

Colaboradores vestem a camisola para atividades desportivas mensaisGrupo Cooprofar-Medlog aposta no marketing relacional en-tre equipaApós ter lançado, em 2015, uma iniciativa de marketing rela-cional inserida nas ações de comemoração dos 40 anos da Co-oprofar – Caminhada de 10 Km pela Serra da Santa Justa, em Valongo -, o Grupo Cooprofar-Medlog decidiu, em 2016, renovar o culto do desporto, bem como, promover o bem-estar físico e mental junto da sua equipa através de um plano anual de ações de running e/ou caminhada integradas nas corridas mais medi-áticas do país.O arranque das atividades deu-se com a Corrida do Mar que de-correu, dia 3 de abril, em Leça da Palmeira (Matosinhos). E por que o Grupo Cooprofar-Medlog opera em todo território nacio-nal, no dia 25 de abril, foi a vez de uma equipa de colaboradores da plataforma logística de Aveiro vestir a camisola para a Meia--Maratona que decorreu naquela cidade.Para maio, o desafio é lançado, em exclusivo, ao sexo feminino da equipa Cooprofar-Medlog, no âmbito da Corrida da Mulher que decorre, dia 15, no Porto. Outras iniciativas irão decorrer até ao final do ano, prevendo-se que, a união e o espírito de equipa sairão ainda mais reforçados com estas ações desportivas.

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medicamento VIH/sida farmácias de Leiria e Setúbal No âmbito de um projeto-piloto, farmácias de Leiria, Setúbal e do Litoral Alentejano vão dispensar medicamentos aos doentes com VIH. A adesão a esta iniciativa, que deverá arrancar até junho e terá a duração de um ano, é voluntária e só poderá acontecer se as farmá-cias tiverem profissionais certifica-dos para o efeito.

alerta DGSvacinação A Direção-geral da Saúde reforça a recomendação da vacina con-tra a febre-amarela aos viajantes para áreas afetadas e sugere exer-cícios de simulação dos planos de contingência, apesar de o risco de introdução da doença em Portugal ser baixo.

diabetes150 casos por diaEm Portugal, mais de um milhão de pessoas em idade adulta tem diabetes e dois milhões de pesso-as são pré-diabéticas. Por dia são diagnosticados 150 novos casos de diabetes tipo 2. Segundo o relató-rio anual do Observatório Nacio-nal da Diabetes de 2015, os 54 167 doentes diagnosticados implica-ram uma despesa recorde de 1300 a 1550 milhões de euros.

investigação combate bactériaUm grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) con-seguiu eliminar a bactéria Entero-bacter cloacae, uma das causado-ras das infeções urinárias, através da utilização de vírus em vez de antibióticos, informou a institui-ção.

aplicação controlar glicemiaA empresa Tecnifar lançou uma aplicação que ajuda a controlar os níveis de glicemia no sangue e per-mite manter o registo da mesma sempre atualizado. O utilizador da App Glico Me, ao aceder ao menu “A Minha Glicemia”, poderá intro-duzir os valores da glicemia ao longo dos vários períodos do dia e receber um “Alerta Medicamento” para não se esquecer de tomar a medicação.

projeto inédito desintoxicação de ansiolíticosLutar contra a dependência de me-dicamentos que fazem mais mal do que bem quando tomados por muito tempo como se faz com as drogas ilegais ou com o tabaco? O objetivo é esse. O Ministério da Saúde decretou a isenção de ta-xas moderadoras para um grupo de doentes que vai participar num projeto inédito de desabituação de benzodiazepinas.

sistema nervoso centralmais dois medicamentos A Sanofi lançou, sob a sua marca de genéricos, Zentiva, mais dois medicamentos: a Pregabalina Zentiva e a Duloxetina Zentiva.Es-tes novos produtos vêm reforçar o portefólio da Zentiva na área do sistema nervoso central em Portugal, onde está presente com medicamentos para a depressão, epilepsia, Alzheimer, transtornos psicóticos e dor, avançou o labora-tório, em comunicado.

FDA alertaanalgésicos opiáceosA Food and Drug Administration anunciou que vai passar a ser obri-gatório incluir nas etiquetas de analgésicos opiáceos alertas sobre os riscos de dependência, overdose e morte.

pacotes menos açúcar em 2017A medida foi anunciada em janei-ro, mas afinal só vai avançar no início de 2017 e é menos ambiciosa do que inicialmente se pretendia. As embalagens individuais (pa-cotes) de açúcar distribuídos nos cafés e restaurantes vão passar a conter entre cinco a seis gramas.

troca de seringasfarmácias ganham três eurosCada seringa trocada no âmbito do Programa de Troca de Seringas, iniciado em 2015, representa um ga-nho de três euros para as farmácias. Esta é uma das conclusões de uma avaliação económica realizada pelo Centro de Estudos de Medicina Base-ada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Estudos Aplicados da Católica Lisbon Business School.

Locabiosol retirado do mercadoO medicamento para a pulveri-zação bucal ou nasal Locabiosol (125 microgramas), indicado no tratamento de rinofaringites, vai ser retirado do mercado devido ao “risco de reações alérgicas graves”, segundo uma circular do Infarmed.

pneumonia mataa cada hora e meiaA cada hora e meia, uma pessoa morre nos hospitais portugueses com pneumonia, doença que custa ao Estado 218 mil euros por dia.

carenciadosfármacos e cosméticos Mais de 265 mil embalagens de medicamentos e produtos cosmé-ticos foram doados em quase três anos e meio de funcionamento do Banco de Medicamentos, que per-mite aos mais carenciados acede-rem gratuitamente a medicamen-tos. Segundo o boletim Infarmed Notícias, até 1 de março, deste ano, a indústria farmacêutica tinha do-ado mais de 265 mil embalagens com um valor estimado superior a 2,2 milhões de euros.

nova ferramenta melhorar prescriçãoO Infarmed iniciou, em abril, a publicação de um conjunto de recomendações terapêuticas que pretendem contribuir para uma prescrição de medicamentos mais racional e com melhor qualidade. A nova ferramenta destina-se a áreas onde surjam novas evidên-cias científicas e comprovadas tendências de tratamento menos adequadas.

novos medicamentosorçamento insuficienteOs orçamentos da saúde para in-vestimentos em medicamentos têm sido “insuficientes”, revelou João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA. No entender do dirigente da APIFARMA, esta situ-ação agrava-se quando “aparece inovação extremamente disrup-tiva e que não pode deixar de ser utilizada”.

alergiaspólenes mais cedoA produção de pólenes em Portu-gal está a aumentar e as pessoas mais sensíveis começam a sentir os sintomas cada vez mais cedo, segundo um estudo nacional que avaliou as mudanças registadas nos últimos 12 anos. As alterações climáticas estão a alterar o perí-odo de polinização e “começa a haver uma polinização mais cedo”, revelou Carlos Nunes, coordena-dor da Rede de Aerobiologia da SPAIC.

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