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Subestações Elétricas Gustavo Luiz Castro de Oliveira Muzy Rio de Janeiro Fevereiro de 2012 Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção de grau de Engenheiro Eletricista. Orientador: Antônio Carlos Siqueira de Lima, D. Sc.

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  • Subestaes Eltricas

    Gustavo Luiz Castro de Oliveira Muzy

    Rio de Janeiro

    Fevereiro de 2012

    Projeto de Graduao apresentado ao curso de

    Engenharia Eltrica da Escola Politcnica, da

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

    dos requisitos necessrios obteno de grau de

    Engenheiro Eletricista.

    Orientador: Antnio Carlos Siqueira de Lima, D. Sc.

  • ii

    Subestaes Eltricas

    Gustavo Luiz Castro de Oliveira Muzy

    PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

    DE ENGENHARIA ELTRICA DA ESCOLA POLITCNICA DA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

    REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE

    ENGENHEIRO ELETRICISTA.

    Examinada por:

    _________________________________

    Prof. Antonio Carlos Siqueira de Lima, D.Sc.

    (Orientador)

    _________________________________

    Prof. Sergio Sami Hazan, Ph.D.

    _________________________________

    Prof. Jorge Nemsio Sousa, M.Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

  • iii

    FEVEREIRO DE 2012

    AGRADECIMENTOS

    minha famlia, por ter me proporcionado toda a estrutura emocional e

    meios de continuar meus estudos at aqui.

    Ao meu orientador, Professor Antnio Carlos Siqueira de Lima, pela

    disponibilidade em tirar quaisquer dvidas que eu tivesse, pelos

    conhecimentos passados e, principalmente, por me incentivar,

    renovando a minha determinao em terminar o projeto.

    A todos os meus amigos, pelos bons momentos proporcionados, pela

    pacincia, pelo companheirismo nos momentos difceis e por

    acreditarem e torcerem pelo meu sucesso.

    Telvent que me mostrou a Engenharia como profisso, concretizando

    a minha escolha de ser engenheiro.

    Finalmente, a todos aqueles que esto ou estiveram diretamente ou

    indiretamente ligados minha formao como Engenheiro Eletricista.

  • iv

    Muzy, Gustavo Luiz Castro de Oliveira

    Consolidao de Material Didtico para a Disciplina de

    Subestaes Eltricas / Rio de Janeiro: UFRJ / Escola

    Politcnica / Departamento de Engenharia Eltrica, 2012.

    XII, 120 p.: il. 29,7 cm.

    Orientador: Antnio Carlos Siqueira de Lima

    Projeto de Graduao UFRJ / Escola Politcnica /

    Departamento de Engenharia Eltrica, 2012.

    Referncias Bibliogrficas: p. 120-121

    1. Classificao das Subestaes. 2. Tipos de

    Equipamentos. 3. Subestaes Isoladas a Ar. 4.

    Subestaes Isoladas a SF6. 5. Automao de Subestaes

    I. Siqueira de Lima, Antnio Carlos. II. Universidade Federal do

    Rio de Janeiro. III. Escola Politcnica. IV. Departamento de

    Engenharia Eltrica. V. Ttulo

  • v

    Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica /

    UFRJ como parte dos requisitos para a obteno do grau de Engenheiro

    Eletricista.

    Subestaes Eltricas

    Gustavo Luiz Castro de Oliveira Muzy

    Fevereiro / 2012

    Orientador: Antnio Carlos Siqueira de Lima

    Curso: Engenharia Eltrica

    Este trabalho consiste em um estudo detalhado das Subestaes

    Eltricas, reportando seus diversos tipos, suas formas de operao e

    manuteno.

    Foi abordada uma introduo, explicando os conceitos bsicos de uma

    Subestao Eltrica, alm das possveis formas de classificao.

    Posteriormente foi feita uma abertura no projeto, quanto ao tipo de

    material isolante, separando as mesmas por isoladas a ar atmosfrico e

    a SF6. Foi realizado tambm um estudo resumido dos principais tipos de

    equipamentos que formam esses sistemas eltricos; e por ltimo uma

    introduo automao das subestaes, sendo explorados alguns

    conceitos de digitalizao de subestaes.

  • vi

    Abstract of Undergraduate Project presented to Poli / UFRJ as a partial

    fulfillment of requirements for the Degree of Electrical Engineer.

    Consolidation of Educational Material for the Electrical Equipment Discipline

    Electrical Substations

    Gustavo Luiz Castro de Oliveira Muzy

    February / 2012

    Advisor: Antnio Carlos Siqueira de Lima

    Course: Electrical Engineering

    This work consists of a detailed study of Electrical Substations, reporting

    its various types, their forms of operations and maintenance.

    It addressed an introduction, explaining the basics of an Electrical

    Substation, besides the possible forms of classification. Later he was

    made an opening in the project, the type of insulating material,

    separating them by a single atmospheric air and SF6. Was also carried

    out a study summary of the main types of equipment that make up these

    electrical systems, and finally an introduction to the automation of

    substations. Some concepts being explored scanning substations.

  • vii

    SUMRIO

    Lista das Principais Siglas .................................................................................................. ix

    Lista de Figuras .................................................................................................................. x

    Lista de Tabelas .............................................................................................................. xiii

    Lista de Abreviaturas e Siglas ......................................................................................... xiv

    1 Introduo .................................................................................................................. 1

    1.1 Objetivos ............................................................................................................. 1

    1.2 Estrutura de Estudo ............................................................................................. 1

    1.3 Proposta .............................................................................................................. 2

    1.4 Motivao ............................................................................................................ 2

    1.5 Relevncia do Estudo .......................................................................................... 2

    1.6 Limitaes de Estudos ........................................................................................ 2

    2 Introduo a Subestaes .......................................................................................... 3

    2.1 Introduo ........................................................................................................... 3

    2.2 Macro Classificaes de uma Subestao ........................................................... 4

    3 Classificao das Subestaes .................................................................................... 6

    3.1 Quanto ao nvel de Tenso .................................................................................. 6

    3.2 Quanto Relao Entre os Nveis de Tenso de Entrada e Sada ....................... 8

    3.3 Quanto Funo ao Sistema Eltrico Global: ................................................... 10

    3.4 Quanto ao Tipo de Instalao ........................................................................... 11

    3.5 Quanto ao Tipo Construtivo de Equipamentos: ................................................ 12

    3.6 Quanto Modalidade de Comando .................................................................. 14

    4 Tipos de Equipamentos de uma Subestao ........................................................... 15

    4.1 Transformadores de corrente ........................................................................... 15

    4.2 Transformadores de Potencial .......................................................................... 24

    4.3 Secionadores ..................................................................................................... 30

    4.4 Disjuntores ........................................................................................................ 42

    4.5 Pra-raios .......................................................................................................... 46

    4.6 Resistores de Aterramento ............................................................................... 47

  • viii

    5 Subestaes Isoladas a Ar Atmosfrico .................................................................... 49

    5.1 Introduo ......................................................................................................... 49

    5.2 Esquemas Eltricos: Anlises e Comparaes ................................................... 49

    5.3 Comparaes ..................................................................................................... 68

    6 Subestaes Isoladas a Gs SF6 ................................................................................ 70

    6.1 Introduo ......................................................................................................... 70

    6.2 Gs SF6 ............................................................................................................... 70

    6.3 Construo e Servios das Subestaes a Gs .................................................. 72

    6.4 Equipamentos nas Subestaes a Gs .............................................................. 75

    6.5 Barra .................................................................................................................. 79

    6.6 Conexes SF6 - Ar ............................................................................................... 79

    6.7 Pra-Raios .......................................................................................................... 82

    6.8 Controle de Sistema .......................................................................................... 83

    6.9 Sistema de Monitoramento de Gs .................................................................. 84

    6.10 Arranjos Eltricos ............................................................................................ 85

    6.11 Aterramento .................................................................................................... 86

    6.12 Operaes de Intertravamento ...................................................................... 87

    6.13 Vantagens Econmicas das Subestaes a Gs .............................................. 88

    7 Automao de subestaes para servios de controle e proteo ......................... 89

    7.1 Introduo ......................................................................................................... 89

    7.2 Consideraes Fsicas ........................................................................................ 90

    7.3 Sistema Proteo x Controle ............................................................................. 91

    7.4 Equipamentos.................................................................................................... 91

    7.5 Protocolos de Comunicao ............................................................................ 104

    8 Concluso ............................................................................................................... 106

    9 Referncias Bibliogrficas ...................................................................................... 107

  • ix

    LISTA DAS PRINCIPAIS SIGLAS

    AIS Air Insulated Substation

    CLP Controlador Lgico Programvel

    ED Entrada Digital

    GIS Gas Insulated Substation

    GPS Global Positioning System

    IED Intelligent Electronic Device

    IP Internet Protocol

    LLC - Local Control Cabinet

    CLP Controlador Lgico Programvel

    RDP Registrado Digital de Perturbaes

    SAGE Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia

    SCADA Supervisory Control and Data Acquisition

    SD Sada Digital

    SE Subestao

    SF6 Hexafluoreto de Enxofre

    TC Transformador de Corrente

    TCP Transmission Control Protocol

    TP Transformador de Potencial

    UHV Ultra High Voltage

  • x

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Ilustrao do processo de distribuio energtico.........................................3

    Figura 2 - Subestao de baixa tenso...........................................................................6

    Figura 3 - Subestao de mdia tenso (13,8 kV)..........................................................7

    Figura 4 - Subestao de alta tenso (138 kV) de Campo Grande MS..........................7

    Figura 5 - Subestao de extra-alta tenso (345 kV) de Irap-MG.................................8

    Figura 6 - Subestao de manobra isolada a SF6 ..........................................................8

    Figura 7 - Subestao elevadora....................................................................................9

    Figura 8 - Subestao abaixadora................................................................................10

    Figura 9 - Subestao externa......................................................................................11

    Figura 10 - Subestao interna.....................................................................................12

    Figura 11 - Subestao convencional...........................................................................13

    Figura 12 - Subestao blindada...................................................................................14

    Figura 13 Esquema bsico de um transformador de corrente...................................15

    Figura 14 - Curva da Corrente do Transformador.........................................................17

    Figura 15 Tipo Enrolado.............................................................................................18

    Figura 16 Tipo Barra...................................................................................................18

    Figura 17 Tipo Janela.................................................................................................19

    Figura 18 Tipo Bucha.................................................................................................19

    Figura 19 Tipo Ncleo Dividido..................................................................................20

    Figura 20 Tipo Pedestal.............................................................................................21

    Figura 21 Tipo Invertido..............................................................................................21

    Figura 22 Esquema Bsico de um Transformador de Potencial................................26

    Figura 23 Circuito de uma Chave de Aterramento Rpido.........................................33

    Figura 24 Abertura Vertical.........................................................................................34

    Figura 25 Chave de Dupla Abertura Lateral...............................................................35

    Figura 26 Chave Tipo Basculante..............................................................................36

    Figura 27 Chave Tipo Abertura Lateral......................................................................37

    Figura 28 Chave tipo abertura central........................................................................37

    Figura 29 Chave tipo abertura simplificada................................................................38

    Figura 30 Com Vara de Manobra...............................................................................39

    Figura 31 Chave com Fechamento ou Alcance Vertical............................................39

    Figura 32 Chave Semi-Pantogrfica..........................................................................40

  • xi

    Figura 33 Barra Simples.............................................................................................49

    Figura 34 Esquema de Barra Simples........................................................................50

    Figura 35 Disjuntores no Esquema de Barra Simples................................................50

    Figura 36 Barra Simples Seccionada.........................................................................52

    Figura 37 Disjuntores no Esquema de Barra Simples Seccionada............................53

    Figura 38 - Esquema de Barra Principal e Transferncia.............................................54

    Figura 39 Disjuntores no Esquema de Barra Principal e Transferncia.....................55

    Figura 40 Esquema de Barra Dupla com Disjuntor Simples......................................56

    Figura 41 Disjuntores no Esquema de Barra Dupla com Disjuntor Simples..............57

    Figura 42 Esquema de Barra com 5 Chaves.............................................................58

    Figura 43 Esquema de Barra com 4 Chaves.............................................................59

    Figura 44 Barra Dupla com By-Pass 4 Chaves.......................................................59

    Figura 45 - Barra Dupla com By-Pass 5 Chaves........................................................60

    Figura 46 - Barra Dupla com Disjuntor Duplo................................................................61

    Figura 47 Esquema de Disjuntores na Barra com Disjuntores Duplos......................62

    Figura 48 - Esquema de Barra Dupla com Disjuntor e Meio.........................................63

    Figura 49 Disjuntores no Esquema de Barra com Disjuntor e Meio...........................64

    Figura 50 Esquema de Anel Simples.........................................................................65

    Figura 51 Disjuntores no Esquema de Anel Simples.................................................66

    Figura 52 - Esquema de anis mltiplos.......................................................................67

    Figura 53 Composio Qumica do Gs SF6..............................................................71

    Figura 54 Composio de Uma Subestao a Gs de 242kV...................................73

    Figura 55 Fluoduto de uma Subestao a Gs SF6...................................................75

    Figura 56 Transformador de Corrente........................................................................76

    Figura 57 Transformador de Potencial.......................................................................76

    Figura 58 Transformador de Potencial.......................................................................77

    Figura 59 Chaves Interruptoras..................................................................................78

    Figura 60 Chaves de Terra.........................................................................................78

    Figura 61 Barramento de uma Subestao a Gs.....................................................79

    Figura 62 Conexes Ar-SF6........................................................................................80

    Figura 63 Formas de Conexes Ar-SF6.....................................................................81

    Figura 64 Pra-raios...................................................................................................82

    Figura 65 Controle de Subestaes a Gs................................................................84

    Figura 66 Esquemas de Arranjos Eltricos................................................................85

    Figura 67 Esquemas de Arranjos Eltricos................................................................86

    Figura 68 Fluxograma Representativo de uma Automao de Subestao..............90

    Figura 69 Rel de Interface........................................................................................92

  • xii

    Figura 70 Rel Digital L90 da GE...............................................................................93

    Figura 71 Esquema de Funcionamento de um PLC..................................................99

    Figura 72 Tela de um Sistema Unifilar de um Sistema SCADA...............................100

    Figura 73 Registros Histricos de um RDP..............................................................102

    Figura 74 Multimedidores.........................................................................................102

    Figura 75 GPS do Fabricante Reason.....................................................................104

  • xiii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 4-1 Classe de exatido dos transformadores de corrente.................................22

    Tabela 4-2 Valores aceitveis e recomendveis de classe de exatido.......................23

    Tabela 4-3 Cargas nominais para TCs de 5A de corrente secundria pela ABNT.......23

    Tabela 4-4 Classe de exatido dos transformadores de Potencial...............................27

    Tabela 4-5 Cargas nominais.........................................................................................28

    Tabela 4-6 Caractersticas a 60Hz e 120V....................................................................28

    Tabela 4-7 Caractersticas a 60Hz e 69,3V...................................................................29

    Tabela 4-8 Dimensionamento dos elos fusveis primrios para SEs de 13,8 kV.........42

    Tabela 4-9 Mtodos de aterramento de acordo com os nveis de tenso....................48

    Tabela 5-1 Comparaes de confiabilidade x custo x rea disponvel dos arranjos das

    subestaes..................................................................................................................68

    Tabela 7-1 Tabela ANSI de Proteo...........................................................................93

  • xiv

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    C grau Celsius Unidade de temperatura

    Ohm Unidade de resistncia

    A Ampre Unidade de corrente eltrica

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    AC ou CA Corrente alternada

    ANSI American National Standards Institute

    atm Atmosfera Unidade de presso

    bar Bar Unidade de presso correspondente a 0,987 atm

    DC ou CC Corrente contnua

    HP Horse Power Unidade de medida de potncia

    correspondente a 745,7 W

    Hz Hertz Unidade de frequncia

    IEC International Electrotechnical Commission

    IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

    K grau Kelvin Unidade para a grandeza temperatura

    termodinmica

    m Metro unidade de distncia

    NBR Sigla de Norma Brasileira aprovada pela ABNT

    SF6 Hexafluoreto de enxofre

    TTR ou TRV Tenso transitria de restabelecimento

    V Volt Unidade de tenso eltrica

    W Watt Unidade de medida de potncia

    Lbs Libras Unidade de medida de presso

  • 1

    1 INTRODUO

    1.1 OBJETIVOS

    Este trabalho possui como objetivo uma abordagem geral nos conceitos de

    subestaes eltricas, explicando o que uma subestao e suas possveis variaes

    de acordo com os cenrios existentes. Sero realizados tambm estudos sobre os

    tipos de equipamentos que cada uma dessas subestaes possui.

    O principal objetivo desse trabalho que alm dos conceitos bsico de uma SE,

    seja exemplificado suas possveis variaes e os equipamentos que iro ser utilizados,

    de acordo com as caractersticas do sistema e as disponibilidades financeiras e de

    espao.

    Por fim, comentada a importncia da automatizao de uma SE, por questes

    tcnicas de controle e proteo da mesma, fazendo uso da tecnologia da informao.

    1.2 ESTRUTURA DE ESTUDO

    O captulo 2 apresenta uma subdiviso mais macro das subestaes, utilizando

    um ponto de vista de cliente e fornecedor. Com isso, encontram-se quatro tipos

    principais: as switchyard, subestao do cliente, estao de comutao e de

    distribuio.

    O captulo 3 destinado aos tipos de classificao das subestaes, quanto aos

    nveis de tenso, relao entre os valores de tenso de entrada e sada, funo no

    sistema eltrico, tipo de instalao, tipo construtivo do equipamento e modalidade de

    comando.

    O quarto captulo aborda os tipos de equipamentos de uma subestao,

    comentando sobre transformadores de instrumentos, secionadoras, disjuntores pra-

    raios e resistores de aterramento.

    O quinto e o sexto captulo so destinados s subestaes isoladas a ar

    atmosfrico e a gs SF6, explicando seus conceitos, variaes, vantagens e

    desvantagens.

    E por ltimo temos um captulo sobre a automao de uma subestao, visando

    principalmente os pontos de proteo e controle do sistema eltrico. So abordados

    conceitos de rels de proteo e interface, unidades de controle, SCADA e outros

    pontos de automao.

  • 2

    1.3 PROPOSTA

    Este trabalho almeja consolidar o material didtico para a disciplina de

    Subestaes Eltricas.

    O trabalho tem a inteno de mostrar ao aluno de engenharia eltrica um

    material com apresentao concisa e, tambm, facilitar a ao do professor, j que

    incorpora seus apontamentos de aula.

    1.4 MOTIVAO

    Este trabalho foi motivado pela necessidade de se organizar o material didtico

    para a disciplina de Subestaes Eltricas, pelo interesse do professor Antnio Carlos

    Siqueira de Lima em transformar isso em um tema para trabalho de concluso de

    curso e pelo meu interesse sobre o assunto ministrado na disciplina.

    1.5 RELEVNCIA DO ESTUDO

    A ideia bsica por trs da disciplina de Subestaes Eltricas dar

    embasamento para que os alunos possam conhecer a fundo os detalhes das

    subestaes e as possveis variaes que possam ser projetadas de acordo com as

    condies apresentadas. Os futuros engenheiros devem estar preparados para o

    dinamismo do mercado de trabalho e terem a cincia de que no devem somente

    conhecer o funcionamento das subestaes, mas tambm entender sua complexidade

    de concepo e suas respectivas atuaes.

    1.6 LIMITAES DE ESTUDOS

    O tema abordado de grande complexidade, at mesmo para os profissionais

    mais experientes da rea. A quantidade de material disponvel no to vasta e muito

    menos explicativa. Boa parte do material est em notas de aulas do professor Ivan

    Hersterg, M.Sc. e no livro MCDONALD, JOHN D., Electric Power Substations

    Engineering.

    Este trabalho limita-se a apresentar as diversas subestaes, suas

    caractersticas construtivas, operacionais e tcnicas e modelos de seus equipamentos.

  • 3

    2 INTRODUO A SUBESTAES

    2.1 INTRODUO

    A vida moderna seria invivel sem o uso da energia eltrica. Como combustvel

    bsico do desenvolvimento, ela diretamente proporcional ao aumento populacional e

    econmico do planeta. Qualquer grande inveno tecnolgica, ou at mesmo, a maior

    parte das mais bsicas que so usadas no dia a dia de cada um, seria impossvel sem

    o seu uso. ndices importantes como mortalidade infantil, aumento populacional, e

    expectativa de vida aumentaram consideravelmente com seu incio. Com isso, essa

    importncia e dependncia da vida moderna com a energia eltrica fazem com que

    essa tenha um papel de destaque na sociedade atual.

    Para atender ao natural desenvolvimento da sociedade necessrio que as

    tcnicas de uso dessa energia caminhem proporcionalmente, com isso indispensvel

    uma constante busca do aumento da eficincia, atravs de melhorias das condies

    de atendimento ao consumidor. Devido a essas razes, torna-se ento fundamental

    um confivel sistema de operao das subestaes.

    Figura 1 Ilustrao do Processo de Distribuio Energtico. [2]

  • 4

    Subestao um conjunto de equipamentos industriais interligados entre si com

    os objetivos de controlar o fluxo de potencia, modificar tenses e alterar a natureza da

    corrente eltrica assim como garantir a proteo do sistema eltrico.

    Funciona como ponto de controle e transferncia em um sistema de transmisso

    eltrica, direcionando e controlando o fluxo energtico, transformando os nveis de

    tenso e funcionando como pontos de entrega para consumidores industriais.

    Durante o percurso entre as usinas e as cidades, a eletricidade passa por

    diversas subestaes, onde os transformadores aumentam ou diminuem a sua tenso.

    Ao elevar a tenso eltrica no incio da transmisso, os transformadores evitam a

    perda excessiva de energia ao longo do caminho. J, ao rebaixarem a tenso eltrica

    perto dos centros urbanos, permitem a distribuio da energia por toda a cidade.

    2.2 MACRO CLASSIFICAES DE UMA SUBESTAO

    A construo de novas subestaes e ampliao das instalaes existentes so

    projetos comuns em empresas de energia eltrica. Engloba um complexo processo e

    por isso necessita de um grande nmero de profissionais altamente capacitados, para

    que o mesmo possa ser concludo com xito.

    Segundo o livro Electric Power Substations Engineering [1], Existem quatro

    tipos principais de subestaes eltricas. O primeiro tipo so as switchyard. Estas

    instalaes conectam os geradores rede eltrica e tambm fornecem energia em

    offsite para a planta. As switchyards tendem a ser grandes instalaes e esto sujeitas

    ao planejamento, s finanas e aos esforos de construo diferentes dos projetos de

    subestaes de rotina.

    Outro tipo de subestao normalmente conhecido como a subestao do

    cliente. Este tipo possui um cliente particular como a principal fonte de fornecimento de

    energia. Os requisitos tcnicos e o tipo de construo dessa instalao podem variar

    bastante, pois depende muito dos requisitos do cliente, mais do que nas necessidades

    dos servios pblicos.

    O terceiro tipo de subestao envolve uma transferncia de em massa de

    energia por toda a rede e referido como uma estao de comutao. Estas estaes

    maiores geralmente servem como os pontos finais de linhas de transmisso

    provenientes das subestaes switchyards. Fornecem a energia eltrica para os

    circuitos que alimentam as estaes de distribuio e so essenciais para a

    confiabilidade em longo prazo e para integridade do sistema eltrico. Tambm

    permitem que grandes blocos de energia possam ser movidos por geradores aos

  • 5

    centros de carga. Essas estaes de comutao so instalaes estratgicas e

    geralmente muito caras para se construir e se manter.

    O quarto e ltimo tipo de subestao a de distribuio. Estes so os tipos mais

    comuns em sistemas de energia eltrica e fornecem os circuitos de distribuio que

    abastecem diretamente a clientes diversos. Eles esto normalmente localizados perto

    dos centros de carga, o que significa que geralmente esto localizados dentro ou perto

    das regies que eles fornecem.

  • 6

    3 CLASSIFICAO DAS SUBESTAES

    As classificaes mostradas nesse captulo, so baseadas nas notas de aulas

    de subestaes eltricas, do professor Ivan Hersterg.

    Com isso as subestaes podem ser classificadas como:

    3.1 QUANTO AO NVEL DE TENSO

    Podem ser classificadas em: Baixa tenso, Mdia tenso, Alta tenso ou Extra-

    alta tenso.

    3.1.1 BAIXA TENSO

    Classificao utilizada para subestaes de nveis de tenso de at 1 kV (Figura

    2).

    Figura 2 - Subestao de Baixa Tenso. [3]

    3.1.2 MDIA TENSO

    Classificao utilizada para subestaes com nveis de tenso entre 1 kV e 34,5

    kV (tenses tpicas: 6,6 kV; 13,8 kV; 23 kV e 34,5 kV). Como exemplificado na figura 3,

    onde se tem uma subestao de 13,8 kV.

  • 7

    Figura 3 - Subestao de Mdia Tenso (13,8 kV).[3]

    3.1.3 ALTA TENSO

    Utilizado para nveis entre 34,5 kV e 230 kV (tenses tpicas: 69 kV; 138 kV; 230

    kV). Como exemplificado na figura 4, onde se tem uma subestao de 138 kV.

    Figura 4 - Subestao de Alta Tenso. [4]

  • 8

    3.1.4 EXTRA-ALTA TENSO

    Utilizada para nveis maiores que 230 kV (tenses tpicas: 345 kV; 440 kV; 500

    kV; 750 kV). Na figura 5, possvel ver a foto da subestao de Irap (345 kV) em

    Minas Gerais.

    Figura 5 - Subestao de Extra-Alta Tenso (345 kV) de Irap-MG .[4]

    3.2 QUANTO RELAO ENTRE OS NVEIS DE TENSO DE ENTRADA E SADA

    Podem ser classificadas em: de manobra, elevadora ou abaixadora.

    3.2.1 SUBESTAO DE MANOBRA

    aquela que interliga circuitos de suprimento sob o mesmo nvel de tenso,

    possibilitando sua multiplicao. tambm adotada para possibilitar o secionamento

    de circuitos, permitindo sua energizao em trechos sucessivos de menores

    comprimentos. Na figura 6 pode-se ver uma foto de uma subestao de manobra.

    Figura 6 - Subestao de Manobra Isolada a SF6.[5]

  • 9

    3.2.2 SUBESTAO ELEVADORA

    localizada na sada das usinas geradoras. Elevam as tenses para nveis de

    transmisso e subtransmisso, visando diminuir a corrente e, consequentemente, a

    espessura dos condutores e as perdas. Esta elevao de nvel tenso comumente

    utilizada para facilitar o transporte da energia, diminuio das perdas do sistema e

    melhorias no processo de isolamento dos condutores. Na figura abaixo, pode-se

    observar uma foto de uma subestao elevadora.

    Figura 7 - Subestao Elevadora.[6]

    3.2.3 ABAIXADORA

    Localizada nas periferias dos centros consumidores. Diminuem os nveis de

    tenso, para que essa aproxima dos centros urbanos a para evitar inconvenientes

    para a populao (rdio interferncia, campos magnticos intensos e faixas de

    servido muito grandes). Na figura 8 possvel ver a ilustrao dessa subestao

    prxima de uma vista urbana.

  • 10

    Figura 8 - Subestao Abaixadora.[7]

    3.3 QUANTO FUNO AO SISTEMA ELTRICO GLOBAL:

    Esta uma classificao em que, na verdade, o que importa a potncia que

    passa por ela, no sendo associada tenso.

    Podem ser classificadas em: de transmisso, de subtransmisso ou de

    distribuio.

    3.3.1 TRANSMISSO

    a principal (tronco), a energia sai do gerador e segue para a subestao de

    transmisso ou usina eltrica. Utiliza grandes transformadores para elevar a tenso do

    gerador at tenses extremamente altas, para transmisso de longa distncia atravs

    de rede de transmisso.

    3.3.2 SUBTRANSMISSO

    H derivaes, anis, diversas linhas e circuitos. Esto ligadas as linhas de

    subtransmisso, destinada a transporte de energia eltrica das subestaes de

    transmisso para as subestaes de ramificaes.

  • 11

    3.3.3 DISTRIBUIO

    A potncia levada diretamente ao consumidor (cargas). Recebe energia das

    linhas de subtransmisso e as transporta para as rede de distribuio, geralmente com

    abaixamento de tenso.

    3.4 QUANTO AO TIPO DE INSTALAO

    Podem ser classificadas em: externas (cu aberto) ou internas.

    3.4.1 EXTERNAS OU A CU ABERTO

    So construdas em locais amplos ao ar livre. Requerem emprego de aparelhos

    e mquinas prprios para funcionamento em condies atmosfricas adversas (chuva,

    vento, poluio etc.), que desgastam os materiais componentes, exigindo, portanto,

    manuteno mais frequente e reduzindo a eficcia dos isolamentos. A figura abaixo

    mostra uma foto de uma subestao externa, onde se podem observar os

    equipamentos sem nenhum tipo de cobertura.

    Figura 9 - Subestao Externa [8]

    3.4.2 INTERNAS

    So construdas em locais abrigados. Os equipamentos so instalados no

    interior de construes no estando sujeitos s intempries. Os abrigos podem ser

    uma edificao ou uma cmara subterrnea, figura 10. Subestaes abrigadas podem

    consistir de cabines metlicas, alm de isoladas a gs, tal como o hexafluoreto de

    enxofre (SF6).

  • 12

    Figura 10 - Subestao Interna.[9]

    3.5 QUANTO AO TIPO CONSTRUTIVO DE EQUIPAMENTOS:

    Podem ser classificadas em convencionais, em cabine metlica ou blindadas.

    So diferenciadas de acordo com sua potncia instalada, configurao construtiva e

    funo no sistema.

    3.5.1 CONVENCIONAIS

    Foram as primeiras a serem utilizadas e so usadas com maior incidncia. As

    subestaes convencionais so instaladas a cu aberto e tm o ar como meio isolante

    entre os diversos equipamentos. Por isso, ocupam grande espao fsico. Com o

    passar dos anos e em decorrncia do crescimento das aglomeraes urbanas,

    detectou-se a necessidade de criar subestaes menores e mais compactas.

  • 13

    Figura 11 - Subestao Convencional.

    3.5.2 CABINE METLICA OU BLINDADA

    Nesse caso, com um meio isolante diferente do ar, a melhor alternativa

    encontrada foi o gs hexafluoreto de enxofre (SF6). Nasciam as subestaes

    blindadas, onde o isolamento com SF6 feito em ambiente fechado e blindado, o que

    permite compactar a instalao, figura 12.

    A vantagem da subestao blindada o espao reduzido (podendo chegar a at

    10% de uma SE convencional). Alm disso, h baixa manuteno e a operao

    segura (inteiramente contidas em invlucros metlicos). Tambm est disponvel em

    nveis de tenso de at 500 kV. J a desvantagem est no fato de necessita de

    instrumentos e equipamentos especiais para manusear o SF6, pessoal com

    treinamento especializado bem como as operaes de chaveamento e manobra no

    podem ser visualizadas (apenas supervisionadas por indicadores).

  • 14

    Figura 12 - Subestao Blindada. [11]

    3.6 QUANTO MODALIDADE DE COMANDO

    Podem ser classificadas como: com operador, semiautomatizadas e

    automatizadas.

    3.6.1 SUBESTAES COM OPERADOR

    Exigem alto nvel de treinamento de pessoal e uso de computadores na

    superviso e operao. S se justificam para instalaes de maior porte.

    3.6.2 SEMIAUTOMATIZADAS

    Possuem computadores ou Intertravamentos eletromecnicos que impedem

    operaes indevidas por parte do operador local.

    3.6.3 AUTOMATIZADAS

    So supervisionadas distncia por intermdio de computadores

    (telecomandadas).

  • 15

    4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAO

    Uma subestao composta por diversos equipamentos, dentre eles se

    destacam os disjuntores, chaves secionadoras, transformadores, rels, Controladores

    Lgicos Programveis, Pra-raios e resistores de aterramento. Nesse capitulo ser

    abordado um pouco mais desses principais equipamentos das subestaes.

    4.1 TRANSFORMADORES DE CORRENTE

    Devido ao grande desenvolvimento das tecnologias de gerao e distribuio de

    energia, em conjunto com grande aumento de consumo, so necessrias informaes

    sobre os valores de corrente e tenso cada vez mais precisas.

    Para isso, temos os transformadores de instrumentos (corrente e tenso), que

    so equipamentos que fornecem valores de corrente e tenso, que se adquam e

    respeitam os limites mximos dos demais instrumentos utilizados na subestao,

    como os de medio e de proteo.

    Os transformadores de corrente possuem a funo de suprir de corrente os

    medidores e os equipamentos de medio e proteo, figura 13, com valores

    proporcionais aos dos circuitos de potencia, entretanto, respeitando seus limites de

    isolamento.

    Figura 13 Esquema Bsico de um Transformador de Corrente [18]

    Possuem o enrolamento primrio ligado em srie a um circuito eltrico e o

    secundrio se limita a alimentar bobinas de corrente dos instrumentos da subestao.

  • 16

    Apresentam impedncia, vista pelo lado primrio (lado ligado em srie com o

    circuito de alta tenso) desprezvel, se comparada com o lado que est instalado,

    mesmo que se leve em considerao a carga que se liga ao seu secundrio.

    Como principais objetivos desse equipamento, podem-se citar:

    A alimentao dos sistemas de proteo e medio da subestao, com

    valores proporcionais, porm que respeitem os limites de isolamento dos

    equipamentos.

    Compatibilizar isolamento e segurana entre o circuito de alta tenso,

    que esto sendo medidos e os instrumentos da subestao.

    4.1.1 TIPOS DE TRANSFORMADORES DE CORRENTE

    Os transformadores de corrente tm dois tipos principais de servios: medio e

    proteo. Com isso, temos dois tipos principais de classificao.

    4.1.1.1 TRANSFORMADOR DE CORRENTE PARA SERVIO DE MEDIO

    Utilizados para medio de correntes em alta tenso, possuem caractersticas de

    boa preciso (0,3% a 0,6% de erro de medio) e baixa corrente de saturao - 4

    vezes a corrente nominal.

    um equipamento que necessita de uma alta preciso na transformao da

    corrente secundria, pois alimenta medidores, muitas vezes de faturamento.

    4.1.1.2 TRANSFORMADOR DE CORRENTE PARA SERVIO DE PROTEO

    Utilizados para suprir os equipamentos de proteo da subestao e tambm

    isolarem o circuito primrio do secundrio. Requerem uma caracter stica linear at a

    tenso secundaria que corresponda m xima corrente de defeito que circula na carga

    conectada.

    Utilizados para proteo de circuitos de alta tenso, so caracterizados por no

    precisarem de alta preciso (10% a 20% de erro de medio) e pela elevada corrente

    de saturao, da ordem de 20 vezes a corrente nominal.

    A figura abaixo mostra as curvas tpicas de saturao dos transformadores de

    corrente de proteo e medio.

  • 17

    Figura 14 - Curva da Corrente do Transformador [13]

    4.1.2 TIPO DE CONSTRUO MECNICA

    Segundo a ABNT e a ANSI, os transformadores de corrente so classificados

    quanto ao tipo de construo mecnica.

    4.1.2.1 TIPO PRIMRIO ENROLADO

    Transformador de corrente que possui os enrolamentos primrios e secundrios

    isolados e permanentemente montados no ncleo, figura 15. Para esse tipo de

    transformador, o primrio normalmente constitudo por vrias espiras, porm em

    alguns casos, pode ser formada por uma nica espira.

    O tipo primrio enrolado mais usualmente utilizado para servios de medio,

    mas pode tambm ser usado para servios de proteo onde pequenas relaes so

    requeridas.

  • 18

    Figura 15 Tipo Enrolado [18]

    4.1.2.2 TIPO BARRA

    Nesse caso o transformador tem o secundrio completamente isolado e

    permanentemente montado no ncleo, porm, no possui enrolamento primrio, figura

    16.

    Figura16 Tipo Barra [18]

    4.1.2.3 TIPO JANELA

    Assim como no tipo barra, no possui o primrio, e constitudo de uma

    abertura atravs do ncleo, por onde passa o condutor que seria do primrio. A figura

    17 ilustra esse transformador.

  • 19

    Figura17 Tipo Janela [19]

    4.1.2.4 TIPO BUCHA

    uma derivao especial do transformador do tipo janela. Foi feito para se

    instalar na bucha de um equipamento eltrico. Por isso pode ser considerado como

    uma parte integrante do equipamento que contm a bucha.

    Seu circuito magntico maior do que nos demais tipos, sendo mais precisos

    para corrente altas, possuindo menor saturao e, para menores correntes, so

    menos precisos tambm, em virtude das maiores correntes de excitao.

    Devido a essa menor saturao, e menores correntes, esses transformadores

    de corrente no so usados para efeitos de medio. A figura 18 ilustra um modelo de

    transformador de corrente do tipo bucha.

    Figura18 Tipo Bucha [18]

    4.1.2.5 TIPO NCLEO DIVIDIDO

    Tem o enrolamento secundrio completamente isolado e permanentemente

    montado no ncleo, mas tambm no possui o primrio.

  • 20

    Nesse transformador, uma parte de seu ncleo separvel ou pode ser

    articulada, figura 19, para permitir um enlaamento do condutor primrio.

    Esses transformadores costumam ser usados em circuitos onde o se tem um

    condutor complemente isolado.

    Um tipo muito difundido de instrumento com ncleo dividido o alicate

    ampermetro. Ele uma variedade desse transformador de corrente que utilizado

    para medidas sem interrupo do circuito eltrico.

    Figura19 Tipo Ncleo Dividido [13]

    4.1.2.6 TIPO POSIO LIVRE

    So indicados para tenses de 765 kV e correntes acima de 3.000A. usado

    para os casos em que h necessidade de recombinao para obteno de outras

    relaes de transformao.

    Os transformadores do corrente do tipo posio livre, podem ser subdivididos

    em alguns grupos ainda, como:

    4.1.2.6.1 TIPO PEDESTAL

    Possuem sua massa concentrada (ncleo e isolamento lquido) na base do

    equipamento, de forma a proporcionar maior estabilidade mecnica, buscando

    compensar a altura elevada da bucha, como ilustrado na figura 20.

    O enrolamento primrio reforado de forma a suportar os esforos mecnicos

    oriundos de corrente de curto-circuito.

  • 21

    Figura 20 Tipo Pedestal [13]

    4.1.2.6.2 TIPO INVERTIDO

    O enrolamento primrio consiste em uma barra estacionria que envolvida

    pelo secundrio em forma de um toride. normalmente usado para altos valores de

    correntes e de tenses.

    Nesse caso os enrolamentos primrios e secundrios so montados dentro de

    um compartimento metlico, como ilustrado na figura 21.

    O isolamento principal colocado nos espaos do toride, que envolve as

    partes secundrias e a expanso tubular. Os terminais do secundrio esto

    disponveis em uma caixa de terminais.

    Figura 21 Tipo Invertido [13]

  • 22

    4.1.2.7 TIPO DE VRIOS ENROLAMENTOS PRIMRIOS (ABNT)

    Nesse caso de transformador de corrente, os vrios enrolamentos primrios

    que constituem esse transformador, possuem os isolamentos individualizados e

    diferenciados.

    4.1.2.8 TIPO VRIOS NCLEOS

    Possu vrios enrolamentos secundrios isolados separadamente e montados

    cada um em seu prprio ncleo, formando um conjunto com um enrolamento primrio

    cujas espiras enlaam todos os secundrios.

    4.1.3 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE

    4.1.3.1 CORRENTE SECUNDRIA NOMINAL

    As correntes primrias nominais e as relaes nominais so padronizadas por

    normas, sendo comum a corrente de secundrio ter um valor de 5 A.

    4.1.3.2 CORRENTE PRIMRIA NOMINAL

    Representa o valor nominal que o transformador pode suportar em regime

    normal de operao. Sua especificao deve considerar a corrente mxima do circuito

    em que o transformador est presente e os valores de curto-circuito do sistema.

    4.1.3.3 CLASSE DE EXATIDO

    Caracteriza o maior valor de erro que o transformador de corrente pode

    apresentar ao fornecer a corrente proporcional do sistema de alta tenso aos

    equipamentos eltricos da subestao. Esse valor expresso em percentual.

    Tabela 4-1 Classe de exatido dos transformadores de corrente [13]

    TC para Medio TC para Proteo

    ABNT 0,3; 0,6; 1,2; 3,0 5; 10

    ANSI 0,3; 0,6; 1,2 10

    Para os transformadores de corrente com a finalidade de medio, o valor da

    classe de exatido deve ser de 0,3 %.

  • 23

    Tabela 4-2 Valores aceitveis e recomendveis de classe de exatido

    [13]

    Classe de Exatido

    Recomendada Aceitvel

    TC Alimentando

    Instrumentos

    0,3 0,6

    Medidores Indicadores 0,6 1,2

    4.1.3.4 CARGA NOMINAL

    Carga na qual se baseiam os requisitos de exatido do transformador.

    Tabela 4-3 Cargas nominais para TC de 5A de corrente secundria pela

    ABNT [13]

    Designao da

    Carga

    Resistncia

    ()

    Reatncia

    ()

    Potncia

    Aparente

    (VA)

    Fator

    de

    Potncia

    Impedncia

    ()

    C 2,5 0,09 0,0436 2,5 0,90 0,1

    C 5,0 0,18 0,0872 5,0 0,90 0,2

    C 12,5 0,45 0,2180 12,5 0,90 0,5

    C 25,0 0,50 0,8661 25,0 0,90 1,0

    C 50,0 1,00 1,7321 50,0 0,90 2,0

    C 100,0 2,00 3,4642 100,0 0,90 4,0

    C 200,0 4,00 6,9283 200,0 0,90 8,0

    4.1.3.5 FATOR TRMICO

    Razo entre a mxima corrente primria que o transformador de corrente

    capaz de conduzir em regime permanente, sob frequncia nominal, sem exceder os

    limites de elevao de temperatura especificados e sem sair de sua classe de

    exatido, pela corrente primria nominal do mesmo.

  • 24

    4.1.3.6 NVEL DE ISOLAMENTO

    O nvel de isolamento definido pela mxima tenso do circuito ao qual o

    transformador de corrente vai ser conectado e padronizado, quanto s condies

    que deve satisfazer a sua isolao em termos de tenses suportveis.

    4.1.3.7 CORRENTE TRMICA NOMINAL

    Representa a maior corrente primria que um transformador capaz de

    suportar durante 1 segundo, sem exceder, em nenhum dos enrolamentos, a

    temperatura mxima especificada em sua classe de isolamento, e com o enrolamento

    secundrio curto-circuitado.

    4.1.3.8 CORRENTE DINMICA NOMINAL

    Valor de crista da corrente primria que um transformador de corrente capaz

    de suportar durante o primeiro meio ciclo com o enrolamento secundrio curto-

    circuitado, sem danos devido s foras eletromagnticas resultantes. igual a 2,5

    vezes o valor da corrente trmica nominal.

    4.1.3.9 POLARIDADE

    Os transformadores de corrente so identificados nos terminais de ligao

    primrio e secundrio por letras que indicam a polaridade para a qual foram

    construdos e que pode ser positiva ou negativa.

    So empregados as letras com seus ndices, P1, P2 e S1, S2. Diz-se que o

    transformador de corrente tem polaridade subtrativa, por exemplo, quando a onda de

    corrente, num determinado instante, percorre o circuito primrio de P1 para P2 e a

    onda de corrente correspondente no secundrio assume a trajetria de S1 para S2.

    Caso contrrio, diz-se que o TC tem polaridade aditiva. A maioria dos transformadores

    de corrente tem polaridade subtrativa, sendo inclusive indicado pela NBR6856, que

    por definio prioriza sua fabricao. Somente sob encomenda so fabricados

    transformadores de corrente com polaridade aditiva.

    4.2 TRANSFORMADORES DE POTENCIAL

    Os transformadores de potencial tm a funo de possibilitar a medio de

    tenso em sistemas com tenso acima de 600 V. Eles possuem uma filosofia de

    funcionamento anlogo ao dos transformadores de corrente, fornecendo uma tenso

    proporcional aos circuitos de alta tenso que esto sendo medidos.

  • 25

    Para exercer sua funo, os transformadores de potencial devem ter as

    seguintes caractersticas:

    Erro mnimo na relao de transformao e no ngulo de fase.

    A queda de potencial a partir do regime em vazio at a plena carga,

    deve ser muito pequena.

    Isolar o circuito de baixa tenso do circuito de alta tenso.

    Reproduzir os efeitos transitrios e de regime do circuito de alta tenso

    para o circuito de baixa o mais fielmente possvel.

    Esses transformadores de potencial tambm possuem a mesma metodologia

    dos transformadores de potencia ou fora. A potncia, porm, neste caso, menor e

    tem origem de instrumentos de medio e proteo, e so construdos de forma a

    atender os requisitos necessrios.

    No seu dimensionamento no h a necessidade de se considerar todos os

    fatores observados no dimensionamento dos transformadores de corrente, pois, sua

    ligao em paralelo com a rede faz com que a corrente de curto no tenha a mesma

    influncia como no TCs.

    Como resultado dessa ligao em paralelo, resulta uma construo onde

    menores precaues so necessrias e o fato que, para fins de medio, a preciso

    deve ser mantida em todas as leituras. Esta condio bem mais fcil de ser satisfeita

    no caso da medio de tenso, pois a sua faixa de variao bem menor do que no

    caso da medio de corrente, j que, a corrente varia conjuntamente com a oscilao

    da carga e a variao da tenso com a carga, bem menor.

    O transformador de potencial um transformador para instrumentos cujo

    enrolamento primrio ligado em derivao a um circuito eltrico e cujo o enrolamento

    secundrio se destina a alimentar bobinas de potencial de instrumentos eltricos de

    medio e proteo ou controle.

    A figura 22 mostra o esquema bsico de funcionamento de um transformador

    de potencial.

  • 26

    Figura 22 Esquema Bsico de um Transformador de Potencial [14]

    O transformador construdo com N1>N2.

    4.2.1 TIPO DE TRANSFORMADORES DE POTENCIAL

    Segundo as notas de aula Transformadores de Potencial de Nem sio, Jorge

    de Sousa, a diviso dos transformadores de potncia em capacitivo, resistivo e mistos,

    normalmente no utilizada em sistemas de potncia, sendo aplicada apenas a

    circuitos de ensaio e pesquisa em laboratrios.

    Transformadores Indutivos TPI

    Transformadores Capacitivos TPC

    Divisores Capacitivos

    Divisores Resistivos

    Divisores Mistos Capacitivos e Resistivos

    A diviso dos transformadores de potncia em capacitivo, resistivo e mistos,

    normalmente no utilizada em sistemas de potncia, sendo aplicada apenas a

    circuitos de ensaio e pesquisa em laboratrios.

    Tenses entre 600 V e 69 kV Os transformadores indutivos so

    predominantes.

  • 27

    Tenses de 69 kV at 138 kV - No existe preferncias na utilizao,

    sendo que em sistemas onde se utiliza o PLC (power line carrier), usado o

    transformador de potencial capacitivo.

    Tenses acima de 138 kV - Os transformadores de potencial capacitivo

    so a maioria.

    4.2.2 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DOS TRANSFORMADORES DE POTENCIAL

    4.2.2.1 TENSO PRIMRIA NOMINAL

    A tenso primria do transformador de potencial vai ser a mesma da tenso do

    circuito ao qual seu primrio est ligado.

    4.2.2.2 TENSO SECUNDRIA NOMINAL

    padronizada em 115 V ou 115/3 V.

    4.2.2.3 CLASSE DE EXATIDO

    Representa o valor mximo do erro que o transformador de potencial poder

    apresentar para os instrumentos da subestao. Esse valor representado em

    percentual.

    Tabela 4-4 Classe de exatido dos transformadores de Potencial [14]

    Classe de Exatido

    Recomendada Aceitvel

    TP Alimentando

    Instrumentos

    0,3 0,6

    Medidores Indicadores 0,6 1,2

  • 28

    4.2.2.4 CARGA NOMINAL

    A carga secundria nominal de um instrumento so as impedncias ligadas aos

    seus terminais. No caso do transformador de potencial so considerados como carga

    todos os aparelhos da subestao ligados aos seus terminais.

    As cargas nominais estabelecidas pela norma ANSI so as mesmas que as

    estabelecidas pela norma da ABNT. A nica diferena entre elas na classificao,

    enquanto um formado pela concatenao da letra P com potncia aparente da

    carga, a outra pelas letras W, X, M, Y, Z e ZZ.

    Tabela 4-5 Cargas nominais [14]

    Designao

    ABNT

    Designao

    ANSI

    P 12,5 W

    P 25 X

    P35 M

    P 75 Y

    P200 Z

    P400 ZZ

    Tabela 4-6 Caractersticas a 60Hz e 120V [14]

    Designao

    ABNT

    Potncia

    Aparente

    (VA)

    Fator de

    Potncia

    Resistncia

    ()

    Reatncia

    Indutiva

    ()

    Impedncia

    ()

    P 12,5 12,5 0,10 115,2 1146,2 1152

    P 25 25 0,70 403,2 411,3 576

    P35 3,5 0,20 82,5 402,7 411

    P 75 75 0,85 163,2 101,1 192

    P200 200 0,85 61,2 37,9 72

    P400 400 0,85 30,6 19,0 36

  • 29

    Tabela 4-7 Caractersticas a 60Hz e 69,3V [14]

    Designao

    ABNT

    Potncia

    Aparente

    (VA)

    Fator de

    Potncia

    Resistncia

    ()

    Reatncia

    Indutiva

    ()

    Impedncia

    ()

    P 12,5 12,5 0,10 38,4 382,0 384

    P 25 25 0,70 134,4 137,1 192

    P35 3,5 0,20 27,4 134,4 137

    P 75 75 0,85 54,4 33,7 64

    P200 200 0,85 20,4 12,6 24

    P400 400 0,85 10,2 6,3 12

    4.2.2.5 POTNCIA TCNICA NOMINAL

    Maior potncia aparente que um transformador de potencial pode fornecer em

    regime permanente sobtenso e frequncia nominais, sem exceder os limites de

    temperatura permitidos pela sua classe de isolamento.

    4.2.2.6 NVEL DE ISOLAMENTO

    Define a especificao do transformador quanto sua isolao em termos de

    tenso suportvel. O nvel de isolamento definido pela mxima tenso do circuito ao

    qual o transformador de potencial vai ser conectado e padronizado,

    4.2.3 GRUPOS DE LIGAO

    De acordo com a ABNT, os transformadores podem ser classificados em trs

    grupos:

    4.2.3.1 GRUPO 1

    O transformador de potencial projetado para ligaes entre fases.

    4.2.3.2 GRUPO 2

    O transformador de Potencial projetado para ligaes entre fase e neutro dos

    sistemas diretamente aterrados.

  • 30

    4.2.3.3 GRUPO 3

    O transformador de potencial projetado para ligaes entre fase e neutro de

    sistema onde no se garanta a eficcia do aterramento.

    4.3 SECIONADORES

    So dispositivos destinados a fechar, abrir ou transferir as liga es de um

    circuito em que o meio isolante o ar. Essa opera o prevista para acontecer ap s

    a abertura do circuito por outro dispositivo, no caso um disjuntor. Tais operaes

    devem atender aos requisitos de manobra, que so:

    Na posio fechada no deve oferecer resistncia corrente que circula

    (nominal ou de defeito);

    Na posio aberta deve suportar com segurana as tenses que se

    estabelecem;

    Todas as partes que em qualquer condio de operao possam ficar

    em sobtenso, devem ser isoladas (para terra e entre fases)

    Somente operam em circuitos sem passagem de corrente

    Os secionadores podem interromper correntes pequenas, tais como: correntes

    de magnetizao de transformadores, ou correntes em vazio de linhas de transmisso.

    4.3.1 DEFINIES

    4.3.1.1 SECIONADORAS

    Define-se, segundo a NBR 6935, como um dispositivo mecnico de manobra

    capaz de abrir e fechar um circuito eltrico quando uma corrente de intensidade

    desprezvel interrompida ou restabelecida. Tambm capaz de conduzir correntes

    sob condies normais do circuito e, durante um tempo especificado, correntes sob

    condies anormais, como curto-circuito.

    4.3.1.2 INTERRUPTORES

    So dispositivos mecnicos de manobra capaz de fechar, abrir ou transferir as

    ligaes de um circuito em que o meio isolante o ar, podendo operar em condi es

    nominais do circuito sem defeito e em carga, com capacidade de resistir aos esforos

    decorrentes.

  • 31

    4.3.2 FUNES DESEMPENHADAS PELAS CHAVES NAS REDES ELTRICAS

    Na seleo e na utilizao adequada das chaves em sistemas de alta tenso,

    devem ser observadas as caractersticas do sistema em que elas sero aplicadas e a

    funo que devem desempenhar.

    Entre as caractersticas do sistema, esto as de natureza trmica, eltrica

    (capacidade de conduo de correntes nominal e de curto-circuito, suportabilidade as

    solicitaes dieltricas etc.) e as de natureza mecnica (esforos devidos s correntes

    de curto-circuito, ventos, entre outros fatores) e se a instalao ser feita em uma

    subestao interna ou externa.

    As chaves podem desempenhar nas subestaes diversas funes, sendo a

    mais comum a de secionamento de circuitos por necessidade operativa, ou por

    necessidade de isolar componentes do sistema (equipamentos, barras, vo ou linhas)

    para a realizao de manuteno, por exemplo. Neste ultimo caso, as chaves abertas

    que isolam o componente em manuteno devem ter uma suportabilidade, entre

    terminais, s solicitaes dieltricas de modo que o pessoal de campo possa executar

    o servio de manuteno em condies adequadas de segurana.

    Como vimos antes, as chaves so classificadas de acordo com a funo que

    desempenham.

    4.3.2.1 SECIONADORAS

    A caracter stica b sica das secionadoras o compromisso de opera o em

    nveis de tenso insignificantes entre os seus terminais, ou no caso de

    restabelecimento e de interrupo de baixas correntes.

    Tem como principais funes o by pass, onde executa um desvio em

    equipamentos que necessitam de manuteno ou por alguma imposio de operao

    do sistema; isolamento de qualquer componente do sistema eltrico quando

    necessrio; e por fim para manobras de circuito no sistema.

    4.3.2.2 CHAVES DE TERRA OU CHAVE DE ATERRAMENTO

    As chaves de terra ou de aterramento so necessrias devido a diversos

    componentes do sistema eltrico no serem aterrados, como por exemplo, banco de

    capacitores em derivao, barramentos ou linhas de transmisso.

    Segundo a ABNT [16] / IEC [25], so dispositivos dotados de um sistema de

    acionamento rpido, preparados para atuar em situaes de emergncia, capazes de

    suportar por um perodo especificado de tempo, correntes em condies anormais,

  • 32

    como correntes de curto-circuito, mas no so capazes de suportar de forma contnua

    a corrente nominal.

    A funo principal aterrar componentes do equipamento em manuteno. A

    existncia de componentes no aterrados (bancos de capacitores em derivao,

    barramentos ou linhas de transmisso, por exemplo) no sistema, torna necessrio o

    uso desta chave, pois ela possibilita o aterramento do equipamento em manuteno.

    Quando uma chave de terra est acoplada diretamente a uma secionadora

    comum, esta assume a denominao de lmina de terra ou lmina do aterramento.

    4.3.2.3 CHAVES DE ATERRAMENTO RPIDO

    So chaves raramente utilizadas por se tratarem de chaves empregadas em

    situaes de emergncia. Entretanto, quando exigidas, so extremamente rpidas,

    necessitando s vezes de acionamento por meio de explosivos.

    Segundo a ABNT [16] / IEC [25], so dispositivos dotados de um sistema de

    acionamento rpido, preparados para atuar em situaes de emergncia, capazes de

    suportar por um perodo especificado de tempo, correntes em condies anormais,

    como correntes de curto-circuito, mas no so capazes de suportar de forma contnua

    a corrente nominal.

    Dentre suas funes esto aterrar componentes energizados do sistema, em

    caso de defeitos no manobrveis, como linhas de transmisso sem esquema de

    proteo com transferncia de disparo; linhas de transmisso terminadas por

    transformador sem disjuntor no terminal da linha e proteo de geradores contra sobre

    tenses e auto excitao.

  • 33

    Figura 23 Circuito de uma Chave de Aterramento Rpido [14]

    Tambm aterra automaticamente um circuito energizado criando um curto

    circuito intencional a fim de provocar o desligamento do disjuntor instalado em outra

    estao. Evita-se, assim, o uso do disjuntor no local ou a instalao de um sistema de

    comando a distncia. Pode ser unipolar ou tripolar conforme as necessidades do

    sistema. Uma mola utili ada como forma de arma enar energia necess ria para

    imprimir velocidade faca, que deve operar em alguns ciclos. O disparo feito por

    dispositivo eletromagntico que recebe o impulso de comando e faz saltar o engate da

    mola.

    4.3.2.4 CHAVES DE OPERAO EM CARGA

    Tem a capacidade de desligar certos circuitos em carga, tais como: reatores,

    capacitores e geradores.

    So utilizadas para substituir disjuntores no chaveamento de grandes banco de

    capacitores, reatores e filtros harmnicos em subestaes conversoras de CA-CC.

    Alm dos elementos comuns, possuem um dispositivo de interrupo de

    corrente (cmara de extino de arco) e, eventualmente, com dispositivo de limitao

    de corrente (resistores) no fechamento. A cmara de extino tem a capacidade de

    envolver e confinar os contatos onde so formados os arcos e extingui-los.

    4.3.3 QUANTO AO TIPO DE ABERTURA

  • 34

    4.3.3.1 ABERTURA VERTICAL (ANSI [26] TIPO A / ABNT [16] TIPO AV)

    a que apresenta melhor desempenho, e tambm classificada como uma

    das mais caras.

    A chave composta por trs colunas de isoladores fixados sobre uma nica

    base, figura 24. O movimento de abertura ou fechamento do contato mvel feito em

    um plano que contm o eixo longitudinal da base e perpendicular ao plano de

    montagem da mesma. Devido a essa forma construtiva, a distncia entre fases pode

    ser reduzida ao mnimo permitido. Podendo ser utilizada em correntes muito altas

    (4000 A).

    As chaves de abertura vertical podem ter montagem horizontal, vertical ou

    invertida, sendo aplicadas para isolar equipamentos e circuitos, para desvio (by-pass)

    ou como chave seletora.

    Figura 24 Abertura Vertical [14]

    Atende a todos os nveis de tenso e correntes, em uso atualmente. Tambm

    apresenta boa resistncia a curto-circuito, pois por a lmina ficar apoiada nos dois

    extremos, no h riscos de abrir sobre a ao de arcos.

  • 35

    4.3.3.2 DUPLA ABERTURA LATERAL (ANSI [26] TIPO B / ABNT [16] TIPO DA)

    composta por trs colunas de isoladores fixadas sobe uma base nica, sendo

    a coluna central equidistante das duas colunas externas, figura 25. Com essa distncia

    disruptiva geralmente equivalente distncia entre as fases, ocupando assim pouco

    espao horizontal.

    O movimento de abertura ou fechamento do contato mvel feito em um plano

    paralelo ao plano de montagem da base, atravs da rotao da coluna central. Seu

    movimento de operao suave, pois a lmina perfeitamente equilibrada.

    Podem ter montagem horizontal, vertical ou invertida, sendo aplicadas para

    isolar equipamentos e circuitos, para desvio (by-pass) ou como chave seletora.

    Figura 25 Chave de Dupla Abertura Lateral [14]

    Tambm possui uma resistncia de curto circuito elevada, pois a lmina fica

    solidamente apoiada nesses trs pontos.

    4.3.3.3 BASCULANTE (ANSI [26] TIPO C)

    A chave composta por trs colunas de isoladores ligadas a uma base nica,

    sendo as duas colunas extremas fixas suportando os terminais e o interior mvel,

    figura 26. Esta ltima apresenta movimento de rotao em torno do ponto de fixao

    base, e carrega o contato mvel em seu topo.

    Essa chave apresenta grande esforo para operao devido ao peso do

    isolador ao deslocar.

    Tambm podem ter montagem horizontal, vertical ou invertida, sendo aplicadas

    para isolar equipamentos e circuitos, para desvio (by-pass) ou como chave seletora.

  • 36

    Figura 26 Chave Tipo Basculante [14]

    Ao contrario das anteriores, essa chave apresenta uma pequena resistncia a

    curtos-circuitos.

    4.3.3.4 ABERTURA LATERAL (ANSI [26] TIPO D / ABNT [16] TIPO AL)

    A chave composta por duas colunas de isoladores ligadas a uma nica base,

    sendo o contato fixo suportado por uma coluna fixa e o contato mvel por uma coluna

    rotativa, como ilustrado na figura 27.

    Normalmente usada em tenses de at 69 kV, esta chave apresenta algumas

    desvantagens.

    O movimento de abertura e de fechamento da lmina d-se em um plano

    paralelo ao de montagem da chave, onde um dos terminais se apoia na coluna

    rotativa, o que exige uma articulao especial para no introduzir esforos sobre a

    linha.

    As chaves de abertura lateral podem ter montagem horizontal, vertical ou

    invertida, sendo aplicadas para isolar equipamentos e circuitos, para desvios ou como

    chave seletora.

  • 37

    Figura 27 Chave Tipo Abertura Lateral [14]

    4.3.3.5 ABERTURA CENTRAL (ANSI [26] TIPO E / ABNT [16] TIPO AC)

    A chave secionadora com abertura central composta por duas colunas de

    isoladores, ambas rotativas e ligadas a uma nica base, figura 28. O movimento de

    abertura e fechamento da lmina secionado em duas partes fixadas ao topo das

    colunas rotativas, ficando o contato macho na extremidade de uma das partes da

    lmina e a fmea, na outra. Essa chave tem uma maior distncia entre os polos, se

    comparada com o tipo A.

    Esse tipo de chave tem montagem horizontal ou vertical, sendo aplicada para

    equipamentos e circuitos, para desvio ou como chave seletora.

    Uma desvantagem dessas chaves, que pelo fato de os terminais se apoiarem

    nas colunas rotativas, exige as articulaes para no introduzir esforos nas linhas.

    Figura 28 Chave tipo abertura central [14]

  • 38

    4.3.3.6 ABERTURA SIMPLIFICADA (ANSI [26] TIPO F)

    Esta composta por duas colunas de isoladores ligadas a uma nica base,

    sendo uma delas fixa e outro mvel, como ilustrado na figura 29.

    Sendo usada somente em redes de distribuio, seu movimento da coluna

    mvel de rotao ao redor do ponto de fixao base.

    Figura 29 Chave tipo abertura simplificada [14]

    4.3.3.7 ATERRAMENTO (ANSI [26] TIPO G / ABNT [16] TIPO LT)

    A chave de aterramento composta por uma coluna de isoladores fixa. Possui

    contatos fixos e sua lmina fecha paralela aos isoladores. Pode ter montagem

    horizontal, vertical ou invertida.

    4.3.3.8 OPERAO COM VARA DE MANOBRA (ANSI [26] TIPO H)

    A chave composta por duas colunas de isoladores fixos. A abertura ou

    fechamento da lmina d-se atravs de engate da vara de manobra a um gancho ou

    olhal apropriado, figura 30. Sua montagem pode ser vertical ou invertida.

  • 39

    Figura 30 Com Vara de Manobra [14]

    4.3.3.9 FECHAMENTO OU ALCANCE VERTICAL (ANSI [26] TIPO J / ABNT [16] TIPO VR)

    Tambm chamado de chave vertical reserva, este tipo de chave composto,

    por duas ou trs colunas de isoladores. O movimento de abertura ou fechamento da

    lmina feito em um plano perpendicular ao plano de montagem da base, na qual

    esto fixadas as duas colunas de isoladores, uma rotativa e a outra fixa, como

    ilustrado na figura 31.

    Normalmente o suporte do contato superior apoiado no isolador suporte.

    Permite separar a subestao em dois planos bem definidos, o que facilita a

    manuteno e aumenta a segurana. Tambm ocupa pouco espao, tornando este

    arranjo bastante compacto.

    Figura 31 Chave com Fechamento ou Alcance Vertical [14]

  • 40

    Existem duas possibilidades de montagem dos contatos fixos: em coluna de

    isoladores invertida ou diretamente no barramento.

    4.3.3.10 SEMI-PANTOGRFICA (EUROPIA)

    A lmina articulada para um lado, dobrando-se sobre si mesma, figura 32.

    Esta chave apresenta as mesmas vantagens da fechamento vertical com relao ao

    arranjo e a economia de espao.

    Figura 32 Chave Semi-Pantogrfica [14]

    As articulaes intermedirias diminuem a resistncia aos esforos do curto-

    circuito.

    4.3.4 TIPOS DE OPERAO E COMANDO

    4.3.4.1 CHAVES DE ACIONAMENTO MANUAL

    Chaves de Acionamento Direto

    So chaves de operao individual, por meio de vara de manobra, onde cada

    polo formado por duas colunas de isoladores fixos e uma lmina articulada em uma

    das colunas de isoladores.

    Essas chaves no so apropriadas para operao em carga, j que a

    velocidade de abertura um fator importante neste tipo de operao, e por ser

    manual, est ligada a subjetividade do operador.

    So as mais econmicas pela ausncia de mecanismos e pela simplicidade.

    So indicadas apenas para baixas tenses, pois para tenses mais elevadas ficaria

    extremamente grande e pesada.

  • 41

    A operao independente do acionamento feito atravs da energia

    acumulada na mola, cuja ao de carregamento e disparo realizada numa s

    manobra, de modo a tornar a velocidade de acionamento independente da vontade do

    operador.

    Chaves de acionamento manual em grupo

    Neste tipo de chave o esforo do operador transmitido por meio de uma haste

    rgida articulada. De acordo com o movimento destas hastes, temos os mecanismos

    de movimento alternativo rotativo. Acionamento alternativo, normalmente utilizada

    nas chaves basculantes.

    O acionamento rotativo utiliza mancais auxiliares e juntas especiais. utilizado

    na maioria das chaves de montagem horizontal.

    4.3.4.2 CHAVES DE ACIONAMENTO AUTOMTICO

    Neste caso o esforo transmitido por um meio qualquer que no seja manual.

    Ele pode ser:

    Operador Eltrico

    A fora de acionamento gerada por motores eltricos de corrente alternada

    ou contnua. Este motor se encontra acoplado ao mecanismo de acionamento rotativo.

    Operador Pneumtico

    A fora necessria ao acionamento gerada por ar comprimido.

    Operador Hidrulico

    Os operadores pneumticos e hidrulicos so de construo relativamente

    mais simples e econmica que a eltrica. No entanto, sua utilizao s

    compensadora quando j existe fonte de fluido pressurizado.

    Operado por energia Acumulada

    utilizado em casos especiais quando necessria a operao automtica da

    chave. Quando h falta de energia utiliza capacitores para fornecer a energia

    necessria para o disparo que so comandadas pelos rels.

  • 42

    Tabela 4-8 Dimensionamento dos elos fus veis prim rios para SEs de 13,8 Kv

    [14]

    Demanda (kVA) Elo Fusvel Chave (A)

    At 15 1 H 50

    At 30 2 H 50

    At 45 3 H 50

    At 75 5 H 100

    At

    112,5

    6 K 100

    At 150 8 K 100

    At 225 12 K 100

    At 300 15 K 100

    At 500 25 K 100

    At 750 40 K 100

    At 1000 50 K 100

    At 1500 80 K 100

    At 2000 100

    K

    200

    At 2500 140

    K

    200

    4.4 DISJUNTORES

    Os disjuntores so os principais equipamentos de segurana da subestao,

    alm de serem os mais eficientes dispositivos de manobra em uso nas redes eltricas.

    So capazes de conduzir, interromper e estabelecer correntes normais e anormais

    especificadas dos sistemas. So usados para controlar circuitos, ligando e desligando

    em qualquer condio, conduzindo corrente de carga e proporcionando uma

    superviso automtica das condies do sistema e sua operao.

    Devem ser sempre instalados acompanhados dos respectivos rels, que so

    os elementos responsveis pela deteco das correntes eltricas do circuito, e que

    tomam a deciso de acionamento ou no do disjuntor. O disjuntor sem o

    acompanhamento dos seus rels torna-se apenas uma chave de manobra, sem

    qualquer caracterstica de proteo.

  • 43

    4.4.1 PRINCIPAIS FUNES DOS DISJUNTORES

    Segundo as notas de aula Disjuntores de Jorge Nemsio de Sousa:

    Interromper rpido e sucessivamente a corrente de curto circuito (Icc);

    Capacidade de interromper, estabelecer e conduzir correntes nominais

    de carga dos circuitos por longo tempo, correntes de magnetizao de

    transformadores e reatores e as correntes capacitivas de banco de capacitores e

    linhas em vazio;

    Suportar a tens o do circuito em que est instalada como os contatos

    abertos;

    Ser capaz de fechar um circuito em curto imediatamente aps abrir (ou

    reabrir) para eliminar este curto circuito (tripfree);

    Suportar os efeitos do arco eltrico, bem como os efeitos

    eletromagnticos e mecnicos do primeiro meio-ciclo da Icc e os efeitos trmicos da

    corrente estabelecida (corrente suportvel nominal de curta durao);

    Abrir em tempos to curtos quanto 2 ciclos mesmo tendo permanecido

    na posio fechado por vrios meses;

    Posi o fechada: o equipamento dever estar apto a interromper a

    corrente especificada, em qualquer instante e sem causar sobretens es elevadas;

    Com o DJ fechado Z = 0 Impedncia ero (despre vel)

    Na posi o aberta: o equipamento dever estar apto a fechar em

    qualquer instante, possivelmente sob curto circuito, sem causar dano aos contatos;

    Com o DJ aberto Z = Impedncia infinita

    A abertura do disjuntor depende do sucesso da corrida energ tica (libera o x

    absoro de energia) e dieltrica (tenso de restabelecimento x suportabilidade

    dieltrica)

    O disjuntor opera continuamente, sobtenso e corrente de carga, muitas vezes

    em ambientes de condies severas de temperatura, umidade e poeira. Mesmo sob

    essas severas condies ambientais somados aos longos perodos de tempo sem ser

    acionado o disjuntor deve estar apto a operar quando for solicitado.

    4.4.2 TIPOS DE DISJUNTORES EM FUNO DA EXTINO DO ARCO

    4.4.2.1 DISJUNTORES A LEO

    Os disjuntores a leo esto, basicamente, divididos em: disjuntores de grande

    volume de leo e de pequeno volume de leo.

  • 44

    No caso dos disjuntores a grande volume, com menor capacidade, as fases

    ficam imersas em um nico recipiente contendo leo, que usado tanto para a

    interrupo das correntes quanto para prover o isolamento. Nos disjuntores de maior

    capacidade, o encapsulamento monofsico.

    Nos disjuntores de pequeno volume, foi projetada uma cmara de extino com

    fluxo forado sobre o arco, aumentando a eficincia do processo de interrupo da

    corrente, diminuindo drasticamente o volume de leo do disjuntor.

    A maior vantagem dos disjuntores de grande volume de leo sobre os de

    pequeno volume a grande capacidade de ruptura em curto circuito. Mesmo assim

    este tipo de disjuntor est caindo em desuso.

    O princpio de extino do arco nos disjuntores a leo baseando na

    decomposio das molculas de leo pela altssima temperatura do arco. No

    movimento de abertura dos contatos, pouco antes de se separarem, a densidade de

    corrente aumenta pela diminuio da rea de contato entre eles. Dessa forma, a

    temperatura na regio aumenta, provocando o aquecimento do leo e a ionizao do

    meio. A vaporizao pode comear a ocorrer j neste estgio, no entanto,

    normalmente se d incio somente aps a separao dos contatos principais.

    Como o meio em que os contatos esto mergulhados j se encontra ionizado,

    assim que eles se separam estabelece-se o arco eltrico, elevando ainda mais a

    temperatura no meio e provocando de forma definitiva a vaporizao do leo. O

    princpio de extino do arco em aparelhos deste tipo , ento, utilizar os gases

    provenientes da decomposio do leo para resfri-lo, uma vez que a maioria deles

    possui um acentuado efeito refrigerante, e para aumentar a presso em torno do arco,

    elevando o gradiente de tenso necessrio para manuteno.

    4.4.2.2 DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO

    Os disjuntores a ar comprimido so aqueles que utilizam ar comprimido como

    meio de extino de arco eltrico e na maioria das vezes para isolamento e

    acionamento dos contatos mveis.

    Esses disjuntores utilizam um princpio de extino bastante simples. A partir

    de uma fonte de ar pressurizada, o mtodo baseia-se simplesmente em criar um fluxo

    de ar sobre o arco suficiente para resfriar a regio entre os contatos ao mesmo tempo

    em que expulsa o gs ionizado que ali se encontra.

    Esse sopro realizado atravs das cmaras de ar comprimido, armazenadas

    num reservatrio pressurizado, que sopram sobre a regio entre os contatos,

    determinando o resfriamento do arco e sua compresso. A reignio do arco em

  • 45

    seguida ocorrncia de um zero de corrente prevenida pela exausto dos produtos

    ionizados do arco da regio entre os contatos pelo sopro de ar comprimido. A

    intensidade e a rapidez do sopro de ar garantem o sucesso dos disjuntores nas

    corridas energticas (liberao x absoro de energia) e dieltrica (tenso de

    restabelecimento x suportabilidade dieltrica).

    O sopro de ar renova o dieltrico e ajuda a diminuir a temperatura na regio do

    arco. O aumento da densidade do ar melhora a sua rigidez dieltrica e a sua

    capacidade trmica, nestas condies a dissipao de calor e a recombinao de

    eltrons e ons se realizam mais rapidamente (a constante de tempo de desioniza o

    menor). A desioniza o t o forte que o arco se extingue logo que passa pelo ero

    de corrente.

    A velocidade do ar no bocal do contato do disjuntor igual velocidade do

    som, quando a rela o entre a press o do ar no reservat rio de ar comprimido e do ar

    ambiente for igual ou maior que 2. Portanto o ar comprimido soprado

    longitudinalmente contra o arco, oferecendo condies adequadas para extino.

    Os tipos originais de disjuntor a ar comprimido possuam uma chave isoladora

    em srie com as cmaras de interrupo. Aps um tempo pr-determinado, para

    permitir a extino do arco, a chave isoladora era aberta, o interruptor fechava pela

    presso das molas. O fechamento do circuito era sempre feito pela chave isoladora,

    com os contatos das cmaras de interrupo fechados. A posio aberta ou fechada

    dos disjuntores era facilmente reconhecvel a partir da observao da posio da

    chave isoladora.

    Os disjuntores a ar comprimido podem ser utilizados em ultra-altas tenses

    (800 kV) e com correntes nominais de muito altas (6.300 A) podendo interromper

    correntes de at 80 kA.

    A desvantagem do disjuntor a ar comprimido a necessidade de se instalar

    uma fonte de fluido (unidade compressora) o que encarece a instalao e requer uma

    superviso continua para garantir funcionamento normal da unidade.

    4.4.2.3 DISJUNTORES A SF6

    Os disjuntores que utilizam o SF6 como meio de extino de arco obedecem ao

    mesmo princpio dos disjuntores a ar comprimido, sendo, o arco neste caso soprado

    por SF6 e no por ar.

    O processo de extino do arco nos disjuntores a SF6 inicia-se com a formao

    do arco entre os contatos principais. De fato quando o valor da corrente estiver bem

    prximo ao zero natural, o arco fica reduzido a uma coluna cilndrica com elevada

  • 46

    temperatura, onde ao redor da qual existe uma massa gasosa n o condutora de

    eletricidade e cuja temperatura relativamente baixa, facilitando a r pida

    recomposio da rigidez dieltrica no espao entre os contatos, eliminando o arco e

    impedindo que o arco reacenda devido s sobtenses que venham a surgir.

    Essas propriedades trmicas e eltricas do SF6 permitem a interrupo de

    correntes com tenses de restabelecimento com elevadas taxas de crescimento, sem

    a necessidade de resistores de insero.

    4.4.2.4 DISJUNTORES A VCUO

    So disjuntores utilizados em tenses de 2 a 145 kV. Nestes disjuntores

    utilizam-se cmaras de extino a vcuo, pelo fato do vcuo oferecer alta rigidez

    dieltrica (cerca de 200 kV/cm). No entanto essa rigidez cresce muito pouco com a

    distncia, e isso limita a tenso que pode ser aplicada entre os contatos.

    Nos disjuntores a vcuo o arco que se forma entre os contatos diferente dos

    arcos em outros disjuntores, sendo basicamente mantido por ons de material metlico

    vaporizado proveniente dos contatos (catodo). A intensidade da formao desses

    vapores metlicos diretamente proporcional intensidade da corrente, e

    consequentemente, o plasma diminui quando esta decresce e se aproxima do zero.

    Atingindo o zero de corrente, o espao entre os contatos rapidamente desionizado

    pela condensao dos vapores metlicos sobre os eletrodos. A ausncia de ons aps

    a interrupo d aos disjuntores a vcuo as caractersticas quase ideais de

    suportabilidade dieltrica.

    Apesar das suas vantagens, o desenvolvimento dos disjuntores a vcuo para

    altas tenses permanece na dependncia de avanos tecnolgicos que permitam

    compatibilizar, em termos econmicos, o aumento das tenses e correntes nominal

    das cmaras a vcuo e a reduo de seus volumes e pesos.

    4.5 PRA-RAIOS

    O Pra-raios um equipamento de proteo que tem por finalidade limitar os

    valores dos surtos de tenso transiente que, de outra forma, poderiam causar srios

    danos aos equipamentos eltricos.

    Para um dado valor de sobretenso, o pra-raios, que antes funcionava como

    isolador, passa a ser condutor e descarrega parte da corrente, reduzindo a crista da

    onda a um valor que depende das caractersticas desse equipamento.

  • 47

    A tenso mxima, frequncia nominal do sistema a que o pra-raios poder

    ser submetida, sem que se processe a descarga da corrente eltrica atravs do

    mesmo, denominada de tenso disruptiva frequncia nominal.

    4.5.1 CARACTERSTICAS CONSTRUTIVAS DOS PRA-RAIOS

    4.5.1.1 PRA-RAIOS COM GAP E RESISTOR NO LINEAR

    Estes pra-raios constituem-se basicamente de um gap em srie com um

    resistor no linear, colocados no interior de um invlucro de porcelana.

    O gap o elemento que separa eletricamente a rede dos resistores no

    lineares. Constitui-se de um conjunto de subgaps cuja finalidade a de fracionar o

    arco em um nmero de pedaos, a fim de poder exercer um melhor controle sobre ele,

    no momento de sua formao, durante o processo e na sua extino.

    Nos Pra-raios convencionais o resistor no linear fabricado basicamente

    com o carbonato de silcio. Com este material pode-se observar que, por ocasio de

    tenses baixas tem-se uma resistncia elevada e, com tenses elevadas, uma

    resistncia baixa.

    4.5.1.2 PRA-RAIOS DE XIDO DE ZINCO

    Os Pra-raios de xido de zinco constituem-se basicamente do elemento no

    linear colocado no interior de um corpo de porcelana. Neste pra-raios no so

    necessrio os gaps em srie, devido s excelentes caractersticas no lineares do

    zinco.

    Os Pra-raios de xido de zinco apresentam vantagens sobre os demais

    convencionais entre as quais podem ser citadas:

    Inexistncia de gaps, que esto sujeitos a variaes na tenso de

    descarga de um Pra-raios que no esteja adequadamente selado, alm de que um

    nmero elevado de componentes no gap aumenta a possibilidade de falhas.

    Pra-raios convencionais absorvem mais quantidade de energia do que

    o Pra-raios de xido de zinco, o que permite a este ltimo absoro durante um maior

    nmero de ciclos.

    4.6 RESISTORES DE ATERRAMENTO

    Finalidade de limitar a corrente de curto-circuito, comum colocar um resistor

    ou um reator entre o neutro e a terra.

  • 48

    Nos geradores o neutro em geral aterrado atravs de resistores ou bobinas

    de indutncia. A maioria dos neutros dos transformadores em sistemas de transmisso

    acima de 70 kV so solidamente aterrados. Abaixo dessa tenso, os neutros dos

    transformadores podem ser ligados diretamente terra ou atravs de resistncias ou

    de reatncias indutivas.

    Em subestaes industriais, o neutro do transformador solidamente aterrado

    quando seu secundrio for o lado de baixa tenso. Entretanto, quando o secundrio

    for em mdia tenso (2,4 a 15 kV) comum aterrar o neutro do transformador atravs

    de resistor de aterramento, podendo assim obter mais vantagens.

    Tabela 4-9 Mtodos de aterramento de acordo com os nveis de tenso [1]

    Sistemas At 600V De 2,4 a 13,8V Acima de 22kV

    Mtodo de

    Aterramento

    Solidamente

    Aterrado

    Na maioria dos

    casos com

    resistor aterrado

    Solidamente

    Aterrado

  • 49

    5 SUBESTAES ISOLADAS A AR ATMOSFRICO

    5.1 INTRODUO

    As subestaes isoladas a ar atmosfrico so normalmente relacionados por

    normas (ABNT) baseadas na temperatura ambiente e nas altitudes. A temperatura

    ambiente geralmente classificada em uma faixa de -40C a +40C para os

    equipamentos isolados a ar, e para as altitudes acima de 1.000 metros (3.300 ps)

    pode-se requerer uma reduo de capacidade.