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Cinturao Negro Revista Portugues 291 Junho parte 2 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 291 - Junho - Parte 2. Ano XXIV

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/LAT-3REF.: • DVD/LAT-3

Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer yentender todos los peligros asociados a ellas, y su temaprincipal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis

principal en el entrenamiento con un arma defilo es conocer y entender todos los

peligros asociados a este tipo dearmas. El grave peligro de estas

armas es real, y debe tratarsecomo tal. Esto significa saber

donde debes establecer tuprioridad de entrenamientopara ser una herramientade supervivencia, en casode que tal situación sepresente. Afrontémoslo,tú eres quien tiene quesobrevivir, y no tuentrenador que teayuda a entrenar tusmetas, pero no tuobjetivo. Lasprioridades deentrenamiento que uso

en Latosa Escrima sonlas siguientes: realidad,

técnica y ejercicios.Realidad: es la comprensión

de lo que podría sucederexactamente y los peligros al

usar o enfrentarse a un arma defilo. Técnicas: movimientos que tratan

de darte una generalización deposibilidades y probabilidades de lo que puede

suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan paradesarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadasen la aplicación técnica.

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scontando milhares de mentiras e mentirososque existem no planeta marcial…, tambémexisten muitíssimos e interessantes Mestres etradições, que possuem a pujança, ointeresse e a fuerza necessárias, para

conduzirem a nova geração de estudantes, que terá depassar a mensagem, o conhecimento, as tradições eformas que fazem grande o Caminho do Guerreiro.

Todos temos defeitos… Ninguém é perfeito! Nem sequeros mais grandes Mestres, mas é obifação de cadaestudante, esforçar-se por melhorar o que recebeu, semtrair as suas essências. Isto é especialmente certo nasescolas mais antigas, pois tudo quanto há em sua volta,vem das a tradições poderosas, com intensas e profundasraizes, que se afirmam nas profundidades dos tempos. Masaté algumas destas escolas têm os seus transgressores,pessoas especiais que deram um novo caminho àquilo quereceberam da sua tradição. Kano Jigoro assim fez com oJu Jutsu e o Judo, Funakoshi com o Tote Jutsu para oKarate, Ueshiba com o Aikido do Aiki Jujutsu…

Nas tradições Chinesa e Coreana, não foi diferente… No entanto, há nos nossos dias muitas pessoas que

confundiram liberdade com libertinagem, tradição comtraição, conhecimento com sabedoria. Mestres - assimauto-denominados - que fazem o que querem, mas para epela glória de si mesmos, ou pela simples e prosaica razãode triunfar do ponto de vista da parte económica.

Não vou dizer nomes, mas os observadores inteligentessabem quem são.

Quero com isto dizer que todo aquele que não tiveralguma coisa com mais de 300 anos de história é umaldrabão? Não! Desde já que não! Estaria condenando comuma visão minifundista, a muitos grandes que foramrevolucionários no seu tempo e trouxeram uma nova visãorica, digna e positiva para tantas pessoas!

Quando o argumento é que todo tempo passado - comodiziam Les Luthier - simplesmente, foi anterior, quais oselementos de juizo que vão conduzir o nosso critério?

Onde está então, a línea separadora que faz de uns,ciclópeos transgressores e de outros, uns fanfarrõesmentirosos?

Talvez a boa intenção é suficiente? A honestidade, aética, ou manter-nos numa jurisprudência moral?

Cada um de nós temos critérios diferentes, valoresdiferenciados que são fruto da nossa educação, dasnossas necessidades e experiências. Seria presuntuoso,pela minha parte, querer estabelecer essa fronteira,

marcando uma inequívoca linha no chão. As coisasdificilmente são brancas ou pretas, sempre existe umainfinita gama de cincentos, levando essas fronteras a seruma complicada amalgama, onde que se fusionamhistórias e realidades múltiplas, em planos espirituais emateriais.

Julgar a valia de um estilo ou de outro, só pelo prisma doêxito ou da difusão, seria pouco menos que dar a razão aoquantitativo… Um milhão de moscas adoram a merda, masisso não faz com que deixe de ser isso mismo…, merda.No que respeita aos valores qualitativos, a coisa secomplica ainda mais, pois depende da focalização e doponto de vista, do critério e lucidez de cada um. Aquelesque julgam pelo prisma da eficácia como suprema razão deser do que é marcial, vão ver uma coisa; para aqueles emque prima o realismo, vão ver outra; naqueles em queponto divisor é a saúde, julgarão por outra; para aquelesque o importante reside no amor a essa tradição…, umaoutra muito fiferente!

A cerimónia da confusão está servida, não há um sócritério válido para enquadrar quase que nada e noentanto, no sentimento interior de cada um, existe tudoisso misturado nas doses devidas, mandando-nos numaou outra direcção, escolhendo consciente ouinconscientemente, para onde dirigir os nossos passos.As coisas não são boas ou más em si mesmas, mas simpor como vivemos nelsd e por como elas nostransformam na direcção que nos leva ao nosso maisprofundo desejo, à nossa derradeira e mais fortetendência interna.

Alguns irão passar como os cometas, por um estilo,outros chegarão a ele como quem vvolta ao lar. Uns seapresentarão a si mesmos como transgressores, outroscomo defensores da tradição. Há-de haver quem roce asuperfície das coisas e quem va até o fundo das mesmas.

A riqueza e variedade do mundo marcial e das suaspropostas é tão grande e possui tal entidade, que resistiu oataque dos séculos. O seu poder é eterno, porque seinscreve nas forças primordiais que também tocam aexistência humana; por isso não necessita defensores, sóencontrará em cada um de nós, intérpretes. Me rindoperante a sua grandeza, que contemplo adespregar-se acada dia, perante os meus olhos, mostrando toda a suavariada gama de poderes imensos, ora temíveis,destrutivos, crueis…, ora nobres, justos, equilibrados.

O mundo do que é Marcial é grande! Com que olhar tu ocontemplas?

D

“Espero que os artistas Marciais estejam maisinteressados na raíz das artes marciais que em suasdiferentes e ornamentais ramagens, flores e folhas”.

Bruce Lee

“O que deixamos para trás e o que temos por diante, nãosão nada comparado com o que levamos por dentro”.

Emerson

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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A tradição que está a chegar

O vento e seu legado

“A experiência não é o que nos sucede, mas sim oque fazemos com o que nos sucede”

Aldous Huxley

O tempo passa e as realidades vãomutando, conforme o ritmo da vida.Hoje, observando em retrospectiva, vejolonge no tempo, o “eu” que começou aestudar Bugei, sob a directa tutela deShidoshi Jordan Augusto. Agora já nãomeço esse tempo em anos ou meses,mas pelas experiências que me muda-ram, me transformaram. Lembro-meperfeitamente, com força e sentindo suaimportância, em palavras do meu mes-tre, a frase: “O barco para o que hojesobes, eu já o abandonei faz tempo…”.

“Remando”, compreendi que o aluno é oúnico remeiro e que o mestre é só umguia, um timoneiro com experiência, queindica as particularidades do rio, um riocujas correntes mudam com o tempo.

Texto: Shidoshi Luis Nogueira

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ão resta dúvida de que nos dias de hoje,os tempos são diferentes daqueles em quea ele o fizeram mestre e também aosmestres que o precederam. O imediato e asuperficialidade são opostos à paciência ecompromisso, modernidade contra

tradição. Para os nostálgicos, coisa frequente nostradicionalistas, as realidades cambiantes e frenéticas deeste século, carecem de interesse e provocam repulsa acarência de valores e sensibilidade tradicional. Nestestempos, o Bugei, a herança da escola Kaze no Ryu(escola do vento), assim como de tantas outras escolasantigas, se debate entre um vasto tesoiro cultural,baseado em virtudes clássicas, e a vontade voraz dohomem moderno, que age com mais músculos quecabeça, mais paixão que reflexão. Temposcondicionantes, como as águas de um rio, o ponto departida dos que chegam e se empregam numa viatradicional de valores e auto-evolução.

Apesar do exigente esforço que requer e que sempretem exigido o facto de ser herdeiro de uma tradição, aperseverança sempre tem sido o denominador comum.No passado, o aluno que aspirava a ser pupilo de ummestre, em primeiro lugar tinha de passar por uma épocaque chamavam Kyûdôshin, “a procura pessoal nocaminho”. O aluno se esforçava em realizar trabalhosencarregados pelo mestre, trabalhos por vezesdisparatados, para demonstrar sua autêntica vontade edesejo. Era a sua primeira grande “prova de fogo”, otemperamento da sua perseverança (keizoku 継続) e daaceitação (shouchi承知 ) da sua condição de aprendiz.Sem essa matéria prima, o mestre não podia fazer nada,da mesma maneira que o forjador de katana não podefazer nada sobre o tamahagane玉鋼 (aço para forja das

N

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espadas) se o tatara 鑪 (forno) não está suficientementequente.

Pessoas de grande valiaEm tempos não tão longínquos, o candidato a aluno

passava por uma temporada em que aprendia a cuidarda escola, do seu ambiente e dos companheiros. A suaprática se restringia a limpar o dojo, lavar e preparar ostrajos dos alunos mais avançados, etc. Neste processo,já abandonado, além de aprender as tarefas do dia-a-dia,se dava ao aspirante uma visão de humildade e derespeito frente a seus senpai, alunos mais avantajados,pois enquanto superava esse tempo, sabia que elestambém tinham passado pelas mesma situação. Assim,também conheciam o valor das pequenas coisas, cosassimples mas valiosos sacrifícios.

Em pleno Século XXI, estas práticas se tornaramsimples narrações, ainda que seus valores permanecem.As dificuldades hoje, são outras. O aluno, para forjar seuespírito, não necessita limpar de folhas um jardim, todosos dias, ou aprender a lavar pratos, pois o facto de hojemanter o seu férreo desejo de aprender, numa sociedadecom tantos atalhos, já é suficiente prova e hoje é quandoparece mais difícil guiar-se com êxito.

“Em tempos não tão longínquos, o candidato aaluno passava por uma temporada em que

aprendia a cuidar da escola, do seu ambiente e doscompanheiros. A sua prática se restringia a limparo dojo, lavar e preparar os trajos dos alunos mais

avançados, etc.…”

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No outro lado da balança, todavia se mantêm muitoscostumes, dirigindo a via dos alunos a um caminho deaperfeiçoamento e de responsabilidade. A modo deexemplo: ainda hoje se convida a abandonar a escola,quando se fracassa numa prova. Esta exigência, longe deser irracional, oferece grandes benefícios, pois o aluno seesforça em corpo e alma, para ser um digno merecedordas ensinanças que recebe, afastando-se da comummediocridade e mostrando sua verdadeira valia.

E se uma coisa posso destacar das pessoas que merodeiam, desde o nosso Honbu-cho (cabeça da escola)Shidoushi Jordan Augusto, passando pelo resto daspessoas já formadas Shidoushi, como Shidoushi JulianaGalende ou Shidoushi Thiago Finotti, entre outros, até osnossos estudantes mais avançados, que percorremformalmente o programa internacional do caminho doconjunto de alunos, nas nossas escolas credenciadas noBrasil e na Espanha, é a profunda valia de todos eles.Valia forjada à base de esforço diário, trabalho duro,dedicação, estudo comprometido, simplicidade ehumildade.

O caminho do kokeisha (sucessor)Na tradição do Kaze no Ryu Ogawa ha, cada mestre,

na sua vida pode nomear um máximo de 10 kokeisha.Muitos podem ser indicados para o serem, mas só unspoucos são confirmados.

Ser nomeado sucessor representa uma granderesponsabilidade. Sua nomeação não é uma conquistamas sim uma obrigação, a de ser digno merecedor deherdar do seu mestre a história. Todo o trabalho em vidade um mestre, será exposto e mantido pelos sucessores.

Numa tradição como a japonesa ou a shizen, queconsidera tão valiosa a honra, fracassar nesta gestarepresenta a maior das desditas. Ao fim e ao cabo, será o

“Na tradição deKaze no Ryu Ogawa

ha, cada mestrepode nomear um

máximo de 10 kokeisha na suavida. Muitos podemser indicados para

o serem, mas só uns poucossão confirmados”.

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sucessor, com as suas atitudes e decisões, quem farágala de ser digno, ou pelo contrário, ser péssimoexemplo de um mestre legítimo e de tradição quesobrevive por séculos.

Kaze no Ryu no Século XXIActualmente, a nossa escola conta com um tridente

masculino destacado, os três pilares que asseguram umsaudável futuro do Bugei, pleno de êxitos em todo oplaneta.

Ogawa Hiroshi deixou 64 Shidoushi formados.Shidoushi Jordan Augusto, um dos principais expoentese tesoiro imaterial de uma tradição ingente, com décadasde dedicação permanente para manter intacta e difundira tradição que lhe foi legada pelo próprio Ogawa Sensei.Sob a sua direcção se encontram os máximosresponsáveis, os Kokeisha, Shidoushi Thiago Finotti e aminha pessoa, humilde servidor, Shidoushi Luís Nogueira.

Shidoushi Thiago Finotti é hoje presidente daSociedade Sul Americana de Bugei e mestre responsávelna Sede Central, em Uberlândia, Brasil. É o referentetécnico neste século e um profundo conhecedor danossa tradição. Desde seus inícios no Bugei, temdedicado longas temporadas à sua formação e instruçãopor parte de Shidoushi Jordan, para que a sua técnica,conhecimentos e carácter, estejam puramente definidos.

Finalmente, Shidoushi Luís Nogueira é o presidente daEuropean Bugei Society e dirige a Sede Central emValência, Espanha. Estuda e trabalha diariamente comShidoushi Jordan, para manter a escola e sua difusão,estudando em profundidade toda a sua dimensão.

Os três desempenhamos o trabalho de manter legítimae profissionalmente com força e dedicação, o enormelegado histórico que nos precede.

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Sinawali (Sin-a-wal-i) signif icamanipular uma ou duas armas, medianteum conjunto de padrões. É fundamentalusar o conceito de abertura ou fechamentodos braços. Movendo os braços, ascamadas ou mudanças de posição, sãosimilares ao entrelaçado de telhas nasFilipinas, que é o que lhes dá o nome. O Sinawali é importante porque ensina

uma maneira de mover a arma em umespaço, sem chocar com as ferramentas ouarmas próprias de cada um. Por desgraça, ébastante comum nas Artes Filipinas, nãoperceberem o movimento e o deslocamentodo corpo. A "Arte de Sinawali" se tornou amaneira de girar as armas em volta de nósmesmos, com grande velocidade, sem nostermos de preocupar por recebermos golpes nas mãos ou naspróprias armas, nem nos preocuparmos por nos fazermos cortesnas próprias mãos, braços ou cotovelos, quando se está usandouma ferramenta com gume, como uma faca, um “bolo”, ou umaespada. Normalmente, os braços vão cada vez mais rápidos, paraprovar que se compreende o Sinawali. O corpo se mantém erguido

e assente e se necessitam todo tipo de acrobacias e rotações, paraabrir e fechar os braços em sequências, sem nos atrapalharmos.Nas Artes Marciais filipinas há quem adiciones uma rotaçãosuperior do corpo, para mover os ombros para a frente e tratar dedesembaraçar os próprios braços e depois declarar que esta é apeça que falta no tecido ou arte do Sinawali! A ideia de mover e

Sinawali: A habi l idade doSinawali se conhececomummente, como a habilidadede entrelaçar os braços, ou comoo padrão para usar os braçosnas Artes Marciais Filipinas.Cada estilo de FMA tem seuspróprios padrões, alguns delescom versões simples parar eal izar com uma só mão eoutros têm múltiplas repetiçõese padrões intrincados, que devemser memorizados.

Sinawali quer dizer entrelaçar(tecer) e se baseia nos telhadosentrelaçados das construçõestípicas das Ilhas Filipinas: os WALI.

Mas o mais impor tante doSinawali, também pode ser acapacidade de nos deslocarmosatravés do espaço e usarmos adistância e o tempoentr elaçados, assim como acadência e o ritmo de ataquee/ou de defensa. Sinawali podeser a capacidade de usar o corponuma distância para realizar eacentuar a zona despejada,durante o uso de armas duplasou ferramentas duplas.

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Mestres em Armas

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"Bram, deves mover-te e girar o

corpo. É odeslocamento do

corpo o que éimportante.

Tu já não estás aí!”Professor Presas

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deslocar o corpo, realmente nunca formouparte do pensamento ou da ideia doSinawali. O Professor Presas me dizia otempo todo: "Bram, deves de mover-te egirar o corpo. É o deslocamento do corpo oque é importante! Quando eles chegam, tujá aí não estás!"

Entrelaçar: Formar um entrelaçado,entrelaçar formas, fazer como se fosse umtecido de partes juntas, mover-se em umcurso sinuoso ou em zig-zag, para evitar

os obstáculos. Vejamos um padrão oumétodo de realizar o Sinawali. O tecidoestruturado com respeito aos braços,habitualmente é entendido como uma sóentidade, conhecida como a “Forma 6 doCéu e a Terra” ou “Alto, Baixo, Alto”. Porvezes, é a única versão ou a versão maiscomummente aprendida, ensinada eutilizada pela maioria dos Artistas Marciaisfi l ipinos. A maioria das pessoas seconfundem porque o significado genérico

para a maioria dos que estão aprendendo,Sinawali não é só o Céu e Terra 6, comotambém é um Sinawali Duplo, com ambosbraços em movimento sincronizado. OAlto, Baixo, Alto ou Céu e Terra 6, são amaneira mais comummente conhecida deexpressar o Sinawali, devido a que sebaseia na habil idade motora grossasimples, de entrelaçar as próprias armas. O céu e a terra começa com um ataque

de linha alta, (de aberto a fechado), umalinha de ataque baixo (de fechadoa aberto) e um ataque de alta delinha (de fechado a aberto commovimento de retracção).O ataque inicial é um

movimento de l inha alta, semnada em seu caminho. Devido aque o ataque de linha baixa vaipor debaixo do ataque inicial, éfácil de conseguir sem chocar ouencontrar-se com os nossopróprios braços. O ataque final seaproxima à linha baixa, seguindo alinha do braço de retracção e denovo, não há nada no caminho doataque. Isto, por defeito se faz ohabitual da definição do Sinawali,mas o Sinawali realmente existeem grande número de versões econjuntos de habilidades. O uso ou a raiz do movimento

conceitual fundamental de todoSinawali é, certamente, acapacidade de abrir e fechar osnossos braços. A versão combase em entrelaçar os própriosbraços, é realmente um Sinawalisimples e não um Sinawali Duplo.Todas as versões de Sinawalisimples fazem uso de um braçode cada vez; cada um fazendorotação Alto-Baixo, antes de queo outro braço responda aomovimento, alternando os braçosdepois de cada rotação completa. A base real ou conjunto de

fundamentos do Sinawali simplesse denomina Sinawali Individualou movimento de duas partes. Osbraços fazem um ataque de forapara dentro, na linha superior edepois um fechado para abrir alinha baixa, com uma retracçãopara ir à posição aberta. Aseguinte série do Sinawali simplesé um movimento de três partes. Amaioria confundem-no com oSinawali simples Individual, mas éum conjunto de habilidades porseparado, subtilmente diferentes. O Sinawali Individual é um

movimento de três partes, queprepara o praticante para oSinawali duplo. O conjunto constade um ataque de linha alta (deaberto a fechado) um ataque delinha baixa (de fechado a aberto) esegue-se um ataque de linha alta(de fechado a aberto) com umaretracção do ataque final. O que sesegue na série, é um retorno aoSinawali Simples Individual, masdesta vez com uma prega: ataquede linha alta (de aberto a fechado) euma linha de ataque baixo (defechado a aberto) e a subtil

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diferença aqui, é que o próximo ataque delinha alta, vem sobre a linha baixa deataque, que não se retraiu e que quando ocorpo gira, se prega debaixo da nova linhaalta de ataque. Quando se gira para baterna segunda linha alta de ataque, se forçabiomecanicamente, uma retracção dopróprio golpe de linha baixa, em direcção àprópria anca. Isto obriga a umacompreensão do deslocamento do corpo eo posicionamento dos nossos própriosbraços, em relação ao nosso corpo.Posto que o braço da linha baixa,

sob o ataque da linha alta se dobrapara a parte lateral do corpo, nosvemos obrigados a aprender a afastare retrair o braço da l inha baixa,quando o braço alternativo formar asua própria linha baixa de ataque e obraço dobrado se mover desde a linhabaixa anterior para a linha alta actual. Cadência e RitmoA cadência (kad-

ns) é a medida ou ritmo de um fluirrítmico. Ritmo - Medida: A estrutura rítmica

ou cadência de movimento éimportante e por regra geral, é o maiorproblema com qualquer Sinawali emque houver pregas ou retracção. A cadência habitual é a seguinte:

ataque alto, depois ataque baixo, pregar.Depois, ataque alto, descer e afastar obraço da linha baixa, para estar prontopara o próximo ataque de linha alta. Os estudantes avançados pensam ter

alcançado um alto nível de experiênciase baterem acima e depois em baixo elimpam a linha baixa quando batemsimultaneamente em baixo: é um grandeefeito “tesoura”. Desafortunadamente,este movimento simultâneo combinado,é simplesmente vistoso, mas éincorrecto e até os estudantesavançados ENGANCHAM seus pausentre si ou com os dos seus parceirosou com os dos seus rivais.A cadência adequada é golpe acima,

golpe em baixo, DOBRAR, limpar alinha baixa, bater na linha baixa,DOBRAR, bater na linha alta, limpar alinha baixa, bater na linha alta...RETRAIR e começar de novo. Esta éuma diferença subtil, mas é importante:quando se afastar a própria arma daposição da linha baixa, antes de baterem baixo com a mão oposta, não hápossibilidade de se encontrar com ooutro próprio pau ou com o pau donosso parceiro, ou com o pau doatacante. Limpando o ataque de linhabaixa, antes de bater na linha baixacom a outra mão, também se estápreparado para abortar qualquermovimento, realizar um contra-ataquenecessário ou inserir o próprio paudentro do fluir do combate.O movimento de limpeza sempre se

faz sobre o ataque de l inha alta,porque a trajectória da linha baixa éclara. Assim, como há um só Sinawalisimples com uma prega, também háum só Sinawali individual com umaprega. O movimento é Acima, Embaixo, Acima, com uma retracção doúltimo ataque de linha alta, para voltarà posição fechada que acompanha alimpeza da linha baixa para a posição

de início de linha alta. É só um passo doSinawali duplo. No Sinawali Individual háduas posições de linha alta, pelo queexiste a possibilidade de despejar a linhabaixa no primeiro ou no segundo golpe doSinawali. O primeiro ataque é um ataquealto, depois vem um ataque baixo e porúltimo, um ataque alto.A acção de rotação do nosso corpo, para

afastar a ferramenta de batimento com a

outra mão, com a mão vinculada à anca, pelomovimento de puxar, dá lugar à seguinteetapa de pregar dentro do movimento doSinawali individual. Após fazermos a prega, aanca puxa repentinamente para o nossocorpo e o outro golpe sobe por cima: nesteponto se pode despejar a zona baixa e entãose bate na linha baixa... Também se poderia atacar acima, bater

baixo e batendo encima, despejar a linha

Weapons Masters

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de baixo. A ideia básica é que se possadespejar sempre a linha baixa de umamaneira segura, se tivermos a outra mãoem posição para bater acima. Nãopodemos ficarmos confundidos ou comas armas enganchadas, porque como euacostumo a dizer: "o ataque deve estarlivre de trânsito".Neste ponto do tecido, estamos

realmente entrelaçando a través do

espaço, utilizando o corpo em vez dosbraços. O Sinawali é um conceito de múltiplos

níveis: existe em 3D. O Sinawali força a um reconhecimento

e um uso do escalamento e da rotaçãocorporal, baseada na rotação da anca eno deslocamento do corpo, tudo o quenos permite usar os próprios braços sembatermos nas próprias armas ou braços e

reconhecer e responder a um ataquecomplexo, desde outras perspectivas. A acção de entrelaçar a través do espaço

é como a de flutuar e mover-se no Boxe: aparte linear da utilização das mãos, se juntoucom a capacidade de cruzar e girar o eixo dalinha de ataque e com este movimentocircular, também através do espaço. O uso de outros planos de ataque,

adiciona o aspecto de 3D ao Boxe. O

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“É a arte dodeslocamento e da

manipulação do corpoo que nos permite

usar o Sinawali, semficarmos enganchadosou nos cortarmos nasmãos ou nos braços.Isto é o que todos os

artistas marciaisfilipinos querem

conseguir”

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Sinawali adiciona o conceito de 3Dmediante o deslocamento do corpo e arotação da anca. Movendo-se e girando as ancas, como

se faz realmente no Sinawali, estamosusando o próprio corpo através doespaço: o movimento específico doentrelaçado é realmente, a retirada daarma do caminho do golpe e da própriamão que porta a arma, com o nossomovimento. Tanto no Sinawali SimplesIndividual, como no Sinawali individual, háuma mão coordenada com a anca: sepivotarmos e a mão segue a anca, a mãose retira automaticamente desse espaço,despejando a zona: não há necessidadede agitar ou entrelaçar um dos braços.Estamos constantemente movendo ocorpo em direcção à mão, ou afastando-oda própria mão, para longe do corpo, emvez de entrelaçar as mãos longe do corpo.NOTA: O Sinawali individual com uma

prega, é realmente uma mão fazendo o

Sinawali Duplo. No Sinawali Duplosubstituímos uma mão pela outra, em umpadrão de fluir alterno. Mas o conceito debatimento no Sinawali simples ou noSinawali duplo, não é diferente. Aindatemos a linha alta aberta, linha baixafechada, l inha alta aberta e depoisreiniciamos. Tanto quando se tratar de um ou de

dois braços, o Sinawali se pode fazerdesde uma posição fechada, em vez quedesde uma posição aberta. A rotação daanca estando outra vez em posição abertaconfigura a "prega", visto ser mais fácilmovermos o corpo através do espaço emdirecção às mãos, em vez de agitar asmãos no espaço. Entrelaçar ou agitar osbraços, provocará que em algummomento, um dos braços se possaentrecruzar ou enganchar, se a prega e/oua posição baixa se fizer apenas em umponto mais afastado da posição inicial,devido à rotação da anca. Neste caso,

este enganche não se produz. Devido a estes choques ou enganches,

muitos "combatentes" se negam a realizaro Sinawali: Por quê motivo situar-nosnuma posição em que nos enganchamose o oponente pode atacar sem ser contra-atacado? Porque nos situamos em máposição. Realmente, quando nos vemos,temos de mover-nos no espaço eliberando as linhas de batimento, usandoambas mãos por caminhos separados,para nunca chocarem entre si ou sesobreponham.É a arte do deslocamento ou

manipulação do corpo o que nos permiteusar o Sinawali sem ficarmosenganchados ou nos cortarmos nas mãosou nos braços. Isto é o que todos osartistas marciais f i l ipinos queremconseguir, é a fusão perfeita domovimento do corpo, do jogo dos pés e ouso de ambos braços e mãos, em umcombate real.

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5,formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD,DivX, o similares), y la impresión de las carátulassigue las más estrictas exigencias de calidad(tipo de papel e impresión). Asimismo ningunode nuestros productos es comercializado através de portales de subastas online. Si esteDVD no cumple estos requisitos, y/o la carátulay la serigrafía no coinciden con la que aquímostramos, se trata de una copia pirata.

REF.: • FUSHIH-2REF.: • FUSHIH-2

Este nuevo trabajo sobre Fu-Shih Kenpo delSoke Raul Gutierrez está centrado en las formastradicionales del estilo, sus aplicaciones y ladefensa personal. Estudiaremos especialmente laForma “El Tigre se defiende”, con suscorrespondientes aplicaciones técnicas, la forma

“Dientes de Tigre”, y trabajo libre conarmas. A continuación el Maestro

explica detalladamente unaextensa serie de técnicas

avanzadas de defensapersonal, indicando el

porqué se realizand e t e r m i n a d o smovimientos, lasadvertencias a tener enconsideración, losposibles ángulos, ylas variantes que sepueden aplicar encada grupo tecnico.El DVD se completacon una serie detécnicas de combatepara competición y eltrabajo deacondicionamiento

fisico, donde elMaestro Gutierrez

explica cómo prepararnuestras armas, brazos y

piernas, para la defensapersonal y el combate. Sin

duda una forma de trabajocuya riqueza se basa en el

intercambio y coordinación conotros estilos, y el aprender a respetar

nuestras diferentes fuentes de trabajo.

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ESTUDO DO COMBATE

“A Coluna de Raul Gutierrez”

Existem diversas maneiras e níveis decombate. O simples facto de enfrentar osproblemas e geralmente acontecimentosinesperados da vida do dia-a-dia e asconstantes tentativas de mudar a melhor,também são uma maneira de combater. Agora,a nível desportivo, marcial ou da rua, diversosespecialistas, versados e ou profissionais namatéria, têm desenvolvido a través das suaspróprias experiências, variados conceitos,princípios ou estudos acerca do “Combate”.Na vida do dia-a-dia de cada um, vamos aos

poucos e ao longo da nossa vida, aprendendo anos desenvolvermos em todos aquelesaspectos e caminhos que nos levam a travésda nossa própria existência. Depois,f inalmente, quando já formossuficientemente “maduros”, teremosadquirido conhecimento real ista esensibilidade para as realidades de cada ser.

Grandes Mestres

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Por isso é bom saber educar tanto os nossos filhos como os nossos alunos.Mas esse saber educar também tem de ser baseado nas experiências próprias,conhecimentos, estudos, capacidade ou antiguidade genética que tivermos.Porque não basta só que um indivíduo tenha conseguido um título “X”, ou setenha tornado “Pai”, para se supor que já é “EDUCADOR”, ou pelo menossimples treinadores. Será então necessário, possuir a sensibilidade e a

experiência apropriadas, para saber como visar a direcçãoindividualizada e não em grupo, de cada filho, aluno ou competidor.

No que à parte desportiva diz respeito, a questão tem váriosmatizes. Por um lado, estará a parte do treino físico, quearrasta também um pouco de mentalização a esse respeito.E isto, o que quer dizer? Pois que dizer que, como emtodos os desportos, a dedicação ao aspecto físico eseus diversos métodos de treino, devem ser realizadosà consciência. Não basta dizer: “Tenho o melhortreinador” - coisa muito importante, sem dúvida,mas não “agora”, porque quem tem que ser igualou melhor que o seu preparador, instrutor ouMestre, somos “nós mesmos”. O esforçofísico, a disciplina, constância e perseverança,têm bastante de “mental”, de concentração,de estabelecermos metas, de ter força devontade e de sacrifício, de querermos serquando não o melhor, sim um dos melhores! Tenho conhecido e conheço gente de

muitas partes do mundo, que frequentementeme dizem: Como é possível que você seja capaz

de fazer tantas coisas a cada dia, semana, mês eao longo dos anos? Como é possível estar aqui e lá

constantemente? Muitos pensam que sou milionário. Sesoubessem que minha verdadeira riqueza reside em que aminha vida não tem sido nada fácil! E tem sido precisamenteisso o que me tem transformado no que sou. Quero dizer,como reza uma frase memorável: “A adversidade é o melhordos Mestres!” Com a adversidade podemos tornar-nos umamelhor ou pior pessoa. Afortunadamente, desde a infância,eu sempre quis chegar a ser uma boa pessoa e acredito,que antes de morrer, terei conseguido.Depois de preparar o nosso corpo e arsenal, teremos de

saber claramente, quais são as nossas metas e no decorrerde conseguir alcançá-las, analisar onde ainda estamosfalhando, o que teremos de melhorar. Sou daquelaspessoas que mesmo tendo vencido em um encontro narua ou desportivo, sempre penso que o poderia ter feitomelhor. Nas questões originadas nas ruas, poderia tê-lasevitado ou poderia ter magoado menos o adversário. Noaspecto desportivo eu sei que tenho melhores condiçõese capacidade. Não posso esquecer ou deixar de dizerque nos momentos da verdade, o sistema nervoso nospode trair y fazer-nos passar por um mau momento ecomo mínimo, seria dizer, “poderia tê-lo feito melhor”.O pior, após ter sido derrotado, seria; Teria de tertreinado mais!

Deveríamos saber diferenciar, quais são osdiferentes tipos de competidor existentes. Paraestabelecer as nossas estratégias e conseguir avitória, por muito difícil que possa ser o nossooponente. Quer dizer, não basta ter um bomestado físico, um bom arsenal técnico eelementos a utilizar, senão também, analisardurante os primeiros 30 segundos, “comorespira o nosso oponente”. Muitoscompetidores entram a quebrar, a tratar deaniquilar o oponente nesses primeiros 30

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segundos. Se conseguem, “BRAVO”, mas o mais provável será quenão, e então terão esgotado todos os seus recursos“físicos”, o que básico, e a sua mente não poderádizer-lhe, “vai, vai que tu podes! Porque o seu

sistema nervoso e o seu esbanjamento físico dir-lhes-ão “que não”. Isto faz-me lembrar aquelaanedota que conta que, após 3 ou 4 assaltos,recebendo um severo castigo, o lutadorpergunta ao seu “coach”: Como vamos?,Como vamos?...e o Coach que tem estadotratando de o animar durante todo ocombate, responde: “Se o matares,empatamos!”

Há competidores conhecidos porterem uma grande capacidade paraaguentar fisicamente ou para absorvero castigo do contrário. Eles recebem econtinuam, e continuam… A questão éque podem chegar a esgotar ou aspróprias forças acabarem. Outros são decarácter linear, ou seja, que estabelecemum avance constante em linha recta esempre estão retrocedendo, enquanto

estivermos atacando. Outros serão circulares, que dizer quesempre estão dançando em nosso redor. Quebram osângulos e desestabilizam os nossos ataques. É uma boaestratégia de combate!Também temos “à contra”. Esperam as nossas acções

para estabelecer suas reacções. Nos interceptam. Por vezesretrocedem, mas curiosamente, atacando.

E claro está, estão os experientes que conhecem todasas opções e nos incitam, provocando-nos para fazer-nos acreditar no que não é, e assim levar-nos para oseu terreno. “Mais sabe o diabo por velho que pordiabo”.

Em qualquer caso, o Combate é um tipo detreino e prova que na hora da verdade, deve sercomo o Xadrez… Quer dizer, que devemos utilizarmais a cabeça que o nosso corpo. Porque a partefísica e técnica já está às nossas ordens. Comoacostumo a dizer: se quero mostrar abdominais,treino e quando já os desenvolvi, quando já sãomeus, para mostrá-los só tenho que tensar e elesaí estão!

O AtaqueO objectivo nos encontros ao contactopleno é ser eficaz e deve conseguir-seatravés de um trabalho que permita oprogresso, sem causar traumatismosgraves. Os diferentes exercícios devemproporcionar ao aluno o máximo derecursos técnicos e de sensaçõesadequadas, que lhe permitam conhecer adistância ao objectivo e seus movimentos;a contundência do impacto com umatécnica eficaz e a ser possível, definitiva,consiste em adquirir a capacidade decombinar as ditas técnicas da maneiraadequada, porque nem sempre, oadversário vai cair ao primeiro golpe.

Aprender a bater a dois níveis, comtécnicas simultâneas e de diferente

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percurso, inclusivamente a três níveis, com isso seconsegue abrir um ponto para atacar outro ponto.Conseguir não “telegrafar” o ataque, fazendo que

este seja mais rápido que o olho humano, o queimpedirá a sua defesa. Telegrafar é por vezes umatáctica para enganar o oponente. O mesmoacontece com a maneira de estabelecermos anossa guarda, tanto de pés como de mãos.Podemos incitá-lo com a nossa guarda,oferecendo flancos que sabemos que com isso,é muito provável ele atacar, mas a nossa intençãoé que o faça, porque estaremos à sua espera.Procurar e “abrir” o ponto essencial, que será

decisivo, “tocando” outros pontos essenciais paradistrair a atenção, é a grande característica da artesublime e definitiva, de tocar nos pontos vitais!

O Conceito da DefesaQue se aperceba, obter a sensação deser impactado, sem que isso sejaperigoso para a integridade física doaluno, mas que lhe permita conhecerqual seriam o efeito e asconsequências em combate, dessesimpactos. E nem falemos na vidareal! Ou seja, em encontros na rua.

“Depois de preparar o nossocorpo e arsenal, teremos de

ter esclarecidoquais são asnossas metas”

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Conseguir evitar o vício deuma falsa segurança queproporciona uma defesa e umcontra-ataque, sem o outroreagir. Ou seja, conhecer asensação de ter em frente umadversário que pode reagir e mover-secom contundência e agressividade,alcançando-nos se não fizermos nadaou confiarmos excessivamente nessafalsa segurança. Isto é muito importante!Geralmente trabalhamos sobre uma base falsa,em que o nosso oponente jamais nos atacará deverdade e na maioria dos casos das escolas, nemsequer reage. Só “recebe” e permite uma exibição deconcatenamentos nossos.Evitar a sensação de fuga ou afastamento, que

permitiria maior percurso e com isso, potenciar ogolpe do adversário. Quer dizer, deixar distânciasque permitam a sua reacção em contra-ataque.Dando-lhe espaço, lhe damos a oportunidade dever claramente os nossos pontos, recolocar-se etambém ter distância para a utilização de suasdiversas armas. Se entrarmos em seu perímetro econtinuamos atacando em avance, obrigamo-lo aretroceder em desequilíbrio, perdendo portantoforça em suas contras e falta de visão. Além docastigo que ao mesmo tempo possa estarrecebendo, temos de manter seu corpo e suamente ocupados.Compreender que a melhor defesa é o ataque,

mesmo que isso possa parecer que estácontra do princípio da não violência da artedas mão nuas.

Pôr-se à ProvaHá três maneira de provar-nos a

nossa eficácia. Primeiro ao ar,segundo equipados e terceira aohomem. No ar desenvolvemoscoordenação, velocidade,fluidez, equilíbrio, precisão,etc. O equipamento podemser os sacos, paos,manoplas ouprotecções. Efinalmente, será onosso oponente, queem movimento,defende e contra-ataca.

Kenpo

“Muitoscompetidores

entram aquebrar, atratar deaniquilar ooponentenesses

primeiros 30segundos. Se oconseguirem,“BRAVO!”, mas

o maisprovável vaiser que não”

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Como as Artes Marciais puseram o Grappling na moda, é imprescindível que o artistamarcial também se prepare para esta eventualidade. Em qualquer esforço marcial o objectivobásico é maximizar o potencial, minimizando o esforço. O Kyusho ajuda a conseguir esteobjectivo mais fácil, rápida e eficazmente que outros sistemas. De novo, conhecer asestruturas anatómicas débeis do adversário e as respostas automáticas às mesmas, não sóconcede ao praticante de Kyusho a vantagem da surpresa e da eficácia, como também a daestratégia.

Da posição de clinch em pé, os derribamentos e controlos…, até à finalização, todos osconstituintes do Grappling são idóneos para a aplicação deste conhecimento e habilidade.Perante a abundância dos pontos de pressão, há sempre um alvo disponível. De maneira quenão importa em que situação tenhamos o adversário, ou, o que é pior, em que situação nostenha ele a nós, há sempre uma solução que nos dará a vantagem e o adversário não saberáqual é o nosso objectivo.

Kyusho

Evan Pantazi© www.budointernational.com

Texto: Fotos:

Os pontos vitais aplicados ao Grappling

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"A habilidade técnica para teracesso aos nervos e induzir todos

os mencionados, não só facilita e adianta as

finalizações, como também resultaútil em muitas outras posições e

lugares inesperados"

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ejamos o que acontece no clinch,onde começam muitas lutasautênticas e tambémcompetições, onde os doislutadores estão em pé e lutam

pela sua posição, equilíbrio e vantagem.Como muitos são conscientes(especialmente os lutadores treinados) dosderribamentos, varrimentos e movimentos desacrif ício, manobram para os sentir ecompensar. Desenvolveram um instintonatural e talvez até sejam superiores emtamanho, força e/ou resistência. Oequalizador de tudo isto é um bomconhecimento e treino do Kyusho. Enquantoo adversário se move connosco, o seupensamento e a sua intenção é procurar umaoportunidade onde o nosso equilíbrio e/ouposição sejam vulneráveis. Não prestammuita atenção à posição das nossas mãosporque aparentemente não constituem umaameaça. Não pensam que com uma rotaçãodo pulso podemos alcançar o alvo no órgãotendinoso de Golgi, dos cotovelos, o queneurologicamente debilitará todo o seucorpo, que se moverá para responder ao seupróprio sistema nervoso, em vez da suamente e pensamento. O seu corpo,automática e instantaneamente responderá anós e não a eles e de que vale isso numconflito? Aplicando-lhes uma chave nocotovelo rápida e eficazmente e levando-o aperder facilmente o equilíbrio, sem seremcapazes de o controlar, teremos ganho aentrada, a posição ou o derribamento… Masisto é só o princípio!Quando tiver caído, podemos passar,

talvez, a uma alavanca de braço lateral; masconhece esta técnica pelo seu treino e podetrabalhar com ela até que, claro está,voltamos a pressionar no ponto do Pulmão 8(L-8) no pulso, debilitando-lhe o braço ecausando-lhe dor, o que o leva a pensar emse retirar ou em se proteger, em vez decontra-atacar. Antes de dar por isso, estaráfinalizado, mas não pelo bloqueio do braço,mas pela dor e a disfunção de um pontocorporal ou da cabeça, que tambémutilizamos. Passando de ponto para ponto,não só nos ocuparemos do físico, comotambém do mental, e fazendo-o, teremos

V

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1. Quando está montado é fácil puxar doadversário utilizando os pontos Kyusho dos braços.2/3. Se o adversário se situa numa posição de

agarre forte, os pontos corporais serão de difícilacesso, mas os pontos da cabeça, como o do TriploAquecedor 17 (TW-17) podem debilitar o seu agarre.4/5. Os objectivos Kyusho sempre expõem e

debilitam mais pontos para o seu uso, como o doEstômago 9 (ST-9), para continuar o escape ou ocontra-ataque. 6/7. Depois, podemos alcançar o domínio e

imobilizá-lo utilizando outros pontos, como o donervo do queixo.

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“Os nervos do corpo têm resultadospredizíveis e para o artista marcial

que trabalha com eles,o indivíduo mais jovem, mais rápido eem melhor forma física, nem sempre

leva vantagem. Podem passar docontrolo à fuga e à finalização, ligando

uma série de alvos aos quais podemter acesso”

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confundido o seu espírito. Isto deve-se não sóao facto de os ataques serem provenientes denós, mas também ao facto de os sentir no seuinterior e provocarem reacções involuntáriasàs nossas iniciativas.Os nervos do corpo têm resultados

predizíveis e para o artista marcial quetrabalha com eles, o indivíduo mais jovem,mais rápido e em melhor forma física, nemsempre leva vantagem. Podem passar docontrolo à fuga e à finalização, ligando umasérie de alvos aos quais podem ter acesso. Seo adversário for suficientemente hábil pararecuperar e chegar a um contra-ataque,podemos voltar a tentar repetidas vezes.Simplesmente sabendo onde são vulneráveisestes objectivos e como reage o adversário acada um deles, será possível delinear umaestratégia, levando o adversário de umaposição a outra posição, sem o deixarrecuperar o equil íbrio, a base ou acompostura.Já estudámos vários alvos nervosos e a

variedade de possibilidades que oferecem.Agora devemos aprender outras habilidades eníveis de capacidade, praticando osobjectivos. É muito importante considerar osaspectos de disfunção de cada ponto quandoestamos abraçados ao adversário. É assimporque devemos evitar atacar um ponto emcuja reacção nos possa arrastar com ele parao chão. Será preciso dar mais atenção a comoe onde se cai, se roda ou se salta, tendo emvista a nossa segurança e vantagem. Agora émuito mais importante compreender quais ospontos que farão arquear as costas doadversário e estender as suas extremidades equais os pontos que as levarão a entrar emcolapso ou a contraírem-se, visto que estãoligados a nós muito mais intensamente e lutampor recuperar o equilíbrio ou a posição.Isto também nos permitirá aprender a abrir

ou a fechar os seus movimentos corporais,mas, acima de tudo, a tornar acessíveis novosalvos, para utilizá-los depois. Se, por exemplo,o adversário nos estiver a segurar com forçacom ambas as mãos, os músculos dos seusbraços e todos os da parte frontal do seucorpo estarão tensos e condensados, demaneira que as estruturas nervosas ficamocultas ou a salvo do ataque. As costas, acabeça e em alguns casos as pernas(conforme se esteja no chão ou em pé) serão

“É muitoimportante

considerar osaspectos de

disfunção de cadaponto quando

estamos abraçadosao adversário.

É assim porquedevemos evitar

atacar um pontoem cuja reacção

nos possa arrastarcom ele para o

chão”

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os únicos pontos acessíveis. Atacandocorrectamente os alvos possíveis, abriremosobjectivos na parte frontal, para os usardepois. Este conceito constitui um desafiodinâmico e em constante movimento quandofazemos Grappling, especialmente no chão.Por meio de um treino suficiente, cada vezserá mais simples melhorar a capacidade dopraticante a todos os níveis. Para saberreconhecer os objectivos abertos e viáveis, adinâmica cambiante do movimento humano, oacesso aos alvos – especialmente emsituação de estresse – torna-se necessário umestudo intenso e exigente.Isto situa em primeiro plano outra nova

habil idade, a do sentido do tacto e dalocalização dos pontos. No Grappling,geralmente não se dispõe de uma visão ampla– noventa por cento do corpo do adversáriofica oculto e por isso é importante desenvolvero isolamento táctil dos pontos. Como jásabemos por outros estudos, os pontos sãosempre vales entre estruturas corporais deosso, tendão e músculo. Quando fazemosGrappling e mantemos contacto com oadversário, as mãos caem de maneira naturalsobre estes vales. Aprender a sentir ocaminho para estes alvos, aumentará o nossoconhecimento em todos os níveis do estudo.

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“Escapar é, com diferença, um dos aspectos

mais importantes doKyusho no Grappling,

quando o adversário temvantagem”

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Sempre que aumentarmos o conhecimento emqualquer aspecto do treino, aumentaremosexponencialmente as nossas capacidades, einclusivamente as possibil idades futuras.Adquirir esta habilidade melhorará todas asnossas técnicas.A isto devemos juntar a dor que se provoca

no adversário uti l izando os nervos (osreceptores corporais da dor) para atacar osmecanismos internos. Esta escalada da dor, àqual uma pessoa não está expostanormalmente, desarma e confunde muito porser desconhecido. Esta dor não só se registalocalmente como um típico ataque externo,como também como um ataque profundamentepenetrante, que pode até dispersar-se poroutras partes do corpo. Normalmente, só semanipula um ponto, mas conforme melhoremosna aplicação numa situação de Grappling, irãoaparecendo múltiplos objectivos. Utilizandomúltiplos pontos, também se provocará, porvezes, uma sensação de cãibra, que pode viajarde modo directo ou sobre algumascombinações de nervos, agitando todo o corpodesde o interior, como se tivessem metido osdedos numa tomada eléctrica. Esta dor não sóé desconhecida como também, na maioria daspessoas que sente esta sensação, provocaconfusão e até medo.Quando se utilizam constantemente com

cada toque ou manobra estes ataques aosnervos sobre os adversários, estes começam asentir apreensão e a encolherem-se a cadamovimento. Isto mantém-nos nervosos e àdefensiva, em vez de relaxados e à ofensiva e,consequentemente, são menos capazes deutilizar a sua própria estratégia. A isto soma-sea novidade do comportamento e métodosdesconhecidos, dando-nos a vantagem dasurpresa e mantendo a apreensão noadversário. Por vezes, em alguns casos,mantém o adversário em tal estado que esteinterpreta cada movimento que fazemos comoum ataque de Kyusho. Mas, como já sabemos,com o tempo, o corpo humano pode habituar-se praticamente a qualquer coisa e adaptar-separa conservar a sua posição. Se continuarmosa atacar sobre um nervo em cada movimento,finalmente o adversário habitua-se a isso,adapta-se e perdemos a vantagem – e até épossível que a surpresa se ponha da sua parte.Aplicar as manipulações de Kyusho de maneiraesporádica, com um ritmo e intensidade

“Conhecer asreacções físicas

essenciais do corpohumano, também

aumentará o valor donosso arsenal

pessoal. Saber,

por exemplo, quequanta mais força seutilizar nos braços,

mais se debilitam osnervos da cabeça, não tem preço!”

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descontínuos, funcionará semprea nosso favor. Esta é uma chavevaliosa para tudo quantoquisermos fazer. Como MiyamotoMusashi dizia constantemente noseu escrito clássico sobreestratégia marcial “O Livro dosCinco Anéis”: "Estudem bem".A habilidade técnica para ter

acesso aos nervos e induzir todosos mencionados, não só facilita eadianta as finalizações, comotambém resulta útil em muitasoutras posições e lugaresinesperados. Podemos conseguiruma finalização rapidamente pormeio da dor e da disfunção emtodas as áreas do corpo. Tudodepende do que possamosconseguir ou em que posiçãotenhamos situado o adversário. OKyusho também nos permitirácontra-atacar qualquer esforçode resistência às chaves ou àsfinalizações. Por exemplo, sefôssemos aplicar uma chave nocalcanhar de Aquiles, um modofácil de se resistir a isso éflexionando o pé para trás, parareforçar e tensar o tendão, paraque o órgão tendinoso de Golgi eo nervo subjacente fiquemprotegidos. Entretanto, isto podeevitar-se atacando um pontosituado um pouco mais acima naperna do adversário, o qualprovoca a disfunção e arelaxação dos músculos e dostendões de toda a perna,permitindo-nos ter acesso aoórgão tendinoso de Golgi e aonervo subjacente… econsequentemente, conseguindoa finalização por causa da dor.Escapar é, com diferença, um

dos aspectos mais importantesdo Kyusho no Grappling, quandoo adversário tem vantagem,porque estando montado porcima de nós, sobre um dosnossos lados ou sobre as nossascostas, a força, o equilíbrio e abase nem sempre estão

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“Quando se utilizamconstantemente com cada

toque ou manobra estesataques aos nervos sobre os

adversários”

“Mas como a força e avelocidade já não são

necessárias, podemos reverter esta

intenção com um só ataquesobre um nervo disponível”

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disponíveis. Mas com o Kyusho, pressionando, penetrando, esfregando ou batendo nospontos, podemos obrigar o adversário a reagir de maneira involuntária e impredizível,proporcionando-nos um segundo de vantagem para manobrar e situar-nos numa melhorposição. Provocando nele uma reacção ou uma série de reacções sucessivas dedisfunção temporal, é possível mantê-lo à defensiva e situar-nos em posição devantagem ou de finalização. Isto não quer dizer que o Kyusho seja um método perfeito,visto que sempre dependerá da habilidade e da mestria do praticante no momento de oaplicar sobre o adversário. Se a nossa habilidade for inferior à do adversário, entãoresultará mais difícil ter acesso aos pontos nervosos para os utilizar. Poder utilizar ou nãoestas armas inovadoras e eficazes, sempre dependerá do treino do indivíduo.No Grappling é imprescindível a rapidez e a surpresa no momento de activar

correctamente um nervo. É diferente ter uma pessoa colada a nós quando se activam osalvos, em vez de sermos nós a colar-nos a ela com métodos de vibração, balística oucompressão. Os efeitos energéticos e de derribamento são agora mais importantes quenos outros níveis, porque quando o adversário nos agarra com intenção, produz-seuma transferência adicional de energia do seu corpo para o nosso. Isto não só criaum receptáculo para a sua energia como também passa através de nós, reduzindo

as nossas possibilidades e funçõescorporais. Mas como a força e

a velocidade já não sãonecessárias, podemosreverter esta intenção comum só ataque sobre umnervo disponível. Istosucede, por exemplo,quando os nervos de umapessoa são manipulados

adequadamente. O impulsoconverge no cérebro para a sua

análise e depois diverge numaacção para se proteger. Isto faz com que

toda a energia que recebemos do adversáriopossa ser uti l izada na contracção ou naexpansão destes movimentos de reacção.Conhecer as reacções físicas essenciais do

corpo humano, também aumentará o valor donosso arsenal pessoal. Saber, por exemplo,que quanta mais força se utilizar nos braços,mais se debilitam os nervos da cabeça, nãotem preço! Quando o nosso adversário nosagarrar, o mais seguro é ele empregar a forçapara nos segurar bem e quando o faz deverá

tensar o braço, o ombro, o peito e outros gruposde músculos de apoio. A contracção destes

músculos implica a activação dos nervos, o que porsua vez debilitará os nervos da cabeça e do pescoço

(fazendo-os mais sensíveis) visto que o estiramento e aactividade neurológica adicional são iminentes. Por sua vez, como

tudo tem uma reacção igual e oposta, atacando os nervos da cabeça tambémdebilitaremos os braços. Numa alavanca de braço lateral, por exemplo, se o adversárioagarra o seu braço com o outro, para a impedir, os pontos da cabeça ficarão muitosensíveis. Para debilitar-lhe rapidamente o braço e largar-nos, simplesmente

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pressionaremos com o calcanhar o nervosituado atrás do arco da mandíbula, TriploAquecedor 17 (TW-17). A dor não só seráintensa como também debil itará o braçocompletamente e libertará o agarre.Quando o praticante já se sentir à vontade com

todas as chaves, finalizações, escapes, etc., deveráexperimentar o Grappling para o compreender e fazerdesse conhecimento uma autêntica habil idade. Aespontaneidade e a habilidade de fluir com o adversárioenquanto se procuram e atacam os nervos, requer decooperação ao princípio, mas finalmente consegue-semesmo que o adversário tente resistir às nossastentativas. Quando já podemos superar bem aexpectativa e a resistência dos parceiros, teremosconseguido alcançar um maior grau de habilidade,mas como bem sabemos, sempre resta maistrabalho por fazer.Se pensarem que este tipo de estudo leva a

vida toda, estão no caminho certo, mas com otreino adequado surge

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de modo natural. Devem ser pacientes navossa busca, pois o Kyusho aplicado aoGrappling leva a novas dimensões comrespeito à localização, a abrir acessos e àmanipulação dos pontos, mas também permite

atacar o adversário não só num nível físicocomo também mental e até debilitar o seuespírito…, tudo com estratégia. Não é este omáximo nível ao qual aspiram todos os artistasmarciais?

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Kyusho

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É a primeira vez que este Grão-Mestre e lenda viva doKenpo visita os estúdios da Budo International e

inclusivamente grava um vídeo para nós. Huk Planas é uma pessoa amável, simpática eum tranquilo brincalhão. É um autêntico prazerfalar com ele. Generoso na sua conversa,concedeu-nos uma entrevista onde entra eminteressantes detalhes da história do Kenpo edo próprio Ed Parker, que sem dúvida fará asdelícias dos seguidores do género. Um homem eum Mestre que, com todo o merecimento, ocupa a

nossa capa este mês e que nos deixa também umvídeo magnífico, cheio de ensinanças e segredos,

coisa a não perder.

Carlos Jódar & Ingmar JohanssonMamiko Onoda

© www.budointernational.comFotosTranscrição:

Texto:

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C.N: Como se iniciou nas artes marciais ecomo começou a prática em Kenpo?

R.P.: Nos anos sessenta eu trabalhava comomúsico, mas um dia, um amigo meu e euconduzíamos perto de Fresno, Califórnia (deonde venho) e passamos por uma escola deKaraté onde ensinavam Kenpo. O meu amigoresolveu experimentar, mas eu rejeitei a ideiaporque não queria estragar as minhas mãos.Passado algum tempo o meu amigo pediu-mepara eu ir à escola, porque ia ser graduado. Eunão sabia para onde nos dirigíamos, sabia muitopouco sobre escolas de Karaté. O meu amigolevou-me a uma escola de Kenpo, ondeencontrei alguns amigos meus que tambémeram músicos e treinavam; eles convenceram-me de que as minhas mãos não iam sofrer malalgum com a prática do Kenpo. De maneira queme convenceram e foi assim que comecei…

C.N.: Quem eram os instrutores destaescola, nesse momento?

R.P.: Os principais instrutores da época eramTom Kelly, que era faixa preta primeiro grau, eSteve Labounty, que era faixa preta segundograu.

C.N.: Quando conheceu Ed Parker? R.P.: Todos os anos, Tom e Steve organizavam

um torneio e convidavam o Sr.Parker. Ed Parkercostumava entregar os diplomas nos jantarespromocionais e a primeira vez que o vi, foi numdestes jantares.

C.N.: Em poucas palavras, o que é oKenpo?

R.P.: Costumo dizer que o Kenpo é um jogode regras e princípios do movimento. É precisoestudá-lo e compreender os motivos de nosmovermos de uma maneira ou de outra. Nós,como professores, queremos que nos façamperguntas, mesmo se em alguma escola não sepodem fazer perguntas.

C.N.: Quais as qualidades que consideraimportantes para se ser um bom instrutor deKenpo?

R.P.: Compreender o que é o Kenpo, as suasregras, os seus princípios de potência emovimento, e assegurando-se que se usam.Não é magia, em primeiro lugar supõe muitoesforço para quem tiver começado a praticarluta; por isso se chama defesa pessoal. Tem queacabar o que tem entre mãos. Tem que ser umestudante bom antes de se tornar um bominstrutor. Todas as pessoas que ensinam dizem

Ed Parker’s Kenpo

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Ed Parker’s Kenpo

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a mesma coisa: Os seus melhores estudantes são os quechegarão a ser os professores seguintes e os quemanterão o sistema.

C.N.: Lembra-se de algum facto ou episódio com EdParker ou uma das suas frases de que goste emespecial?

R.P.: “O que é inútil e o que é útil só se chega a sabercom o tempo, a experiência e a lógica”. Leva tempochegar-se a uma conclusão própria. Eu digo que aspessoas são as que vão mudar muitas vezes a sua mente,a sua maneira de pensar; podem pensar que uma coisa élógica e é boa, mas com o tempo podem chegar aperceber que estavam enganadas.

C.N.: Terá Bruce Lee tido alguma influência em EdParker e, por conseguinte, no Kenpo?

R.P.: Penso que sim, mas é só uma suposição. O idosoParker falou com Bruce e vejo que algumas coisas queBruce fez, nós também as fazemos. Eu fui chegado a EdParker e também a Bruce Lee, mas nunca os vi juntos,pelo menos não a falarem de Kenpo.

C.N.: Qual é o principal problema do Kenpo hoje emdia e o que pensa acerca do seu futuro?

R.P.: O problema principal no Kenpo, penso que são osinstrutores não qualificados. Há muitas pessoas que dãoaulas ou que se viam forçados a fazê-lo, ou que foramlevados a essa situação e que realmente não sabem osuficiente acerca do Kenpo e só ensinam o que lhes dizemque têm que ensinar. Isto acontece a nível mundial.

C.N.: Que partes do programa estão escritas erealmente não são necessárias?

R.P.: É simples: o que não é necessário é o que não éútil. Tudo deveria ser útil e ensinar alguma coisa. Seapenas se trata de um "trabalho cansativo" (coisas que seensinam nas aulas, mas que realmente não são úteis e sóse ensinam para manter o estudante ocupado), não éprodutivo. Com isto me remeto àquilo que disse sobre acapacidade de distinguir entre uma coisa que é útil e outraque é inútil, e isto adquire-se com tempo, experiência elógica.

C.N.: Isso inclui as extensões como um materialinútil?

R.P.: Não gosto das extensões, nunca gostei. Quandoensinamos uma técnica com 7 ou 10 movimentos e meperguntam o que devem fazer depois, penso que oestudante não deve ter aprendido muito. A maior partedestas extensões que escrevemos (a laranja e metadepúrpura), de início eram só a finalização de uma categoria.

Entrevista

“Ed Parker apenastreinou trinta e cincofaixas pretas e poucosdeles ainda dão aulas”

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Ed Parker’s Kenpo

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C.N.: O que quer dizer, quando fala na finalizaçãode uma categoria?

R.P.: É realmente simples. Tomemos um movimento,um padrão de batimento, qualquer coisa, edemonstremos todas as maneiras possíveis de o utilizar,a partir de diversos ângulos (vertical, horizontal,diagonal...). Quando se tiver feito isto, a categoria estaráterminada, finalizada.

C.N.: Então não empregaria muito tempo nestasextensões, não é verdade?

R.P.: Como digo aos meus estudantes, sejam

criativos e façam as suas próprias extensões, porquequando chegam a um combate e aplicam técnicasconhecidas, mas o adversário ainda está em pé, prontoa bater-se outra vez, trata-se apenas de vocês e dele,de maneira que é preciso estarem prontos paraimprovisar e para sair com alguma coisa própria e fazercom que funcione. O Sr. Parker costumava dizer otempo todo, a toda a gente, que se uma pessoasoubesse durante muito tempo a forma quatro - eentendesse perfeitamente o que implicava - qualquerdia iria pôr um cinto preto a essa pessoa. Há muito"trabalho cansativo" no sistema, para manter aspessoas a fazerem coisas e a pagarem pela escola de

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Karaté. Afinal, as pessoas nãoquerem aceitar que a escola deKaraté também é um negócio. Cadasistema é "culpável" disto, porqueas pessoas ganham a vida com isto.

C.N.: Há várias formas de sefazer uma técnica. Pensa quetodas são aceitáveis?

R.P.: Nos velhos tempos haviamuitas variações de uma só técnicae havia A, B, C, D, E, F e G e porvezes até H ou I. No entanto, comodisse, o Kenpo é um jogo de regras.Tudo o que faço é viajar pelo mundointeiro, corrigindo gente, porque

talvez o instrutor não aprendeu asregras antes de todo o resto. EdParker só treinou trinta e cincofaixas pretas e poucos deles aindadão aulas. Emprega-se muito tempopara formar instrutores qualificados.Enquanto essas variações nãoquebrem nenhuma regra e/ouprincípio de movimento, tudo bem.

C.N.: Pensa que o Kenpo mudoudos anos sessenta para osnoventa? Se assim é, comomudou? Foi adicionada algumacoisa nova?

R.P.: Penso que nada de valor foiadicionado. Não há nada denovo que não tenha já sidoescrito. Talvez tenham sidosomadas algumas novasextensões.

C.N.: Quem foi o criadordas formas compridas 7 e8, e o que pensa delas?

R.P.: Não importa quem ascriou. Primeiro de tudo, se asextensões fossem realmentenecessárias, teriam sidoescritas há quarenta anos,como aconteceu com oresto. Kenpo não é umsistema armado. As armas eos princípios das armas sãodiferentes das regras demãos vazias. Quem treina emverdadeiros sistemasarmados, passa uma vista de

Ed Parker’s Kenpo

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olhos por essas formas e só pode rir. O que eu digo éque quem quer aprender acerca das armas, deve estudarsistemas com armas.

C.N.: Na sua opinião, quais são sistemasimportantes para serem ensinados e porquê?

R.P.: Qualquer coisa que tenha valor é importantepara ser ensinada, assim sendo, se esse sistema élegítimo e se se puder conseguir algo de valioso dele,então excelente! Caso contrário, é só "trabalhocansativo".

C.N.: Por que motivo o Sr. Parker sempre sereferia ao Kenpo como o Kenpo Americano?

R.P.: Não me lembro de que Ed Parker utilizassealguma vez o termo "Kenpo Americano". Tanto o Kenpocomo o Karaté são termos orientais. De início, foichamado Kenpo Havaiano ou Kenpo Polinésio, porquefoi no Havai que se juntaram todas as técnicas. Quandoo Havai passou a ser um Estado dos Estados Unidos,então começou a ser chamado "Kenpo americano". Sea China fosse um estado americano, então o Kung Fuseria também americano, mas não o é, porque é chinês.Mas, como disse, nunca escutei o Sr. Parker referir-seao Kenpo como Kenpo americano. Outra gente o fez,pelas razões das quais já falei.

C.N.: Como se começou a escrever Kenpo com aletra “n” e não com “m”?

R.P.: Há muitas histórias diferentes. Uma vez ouvidizer que a palavra tinha sido incorrectamente escritanum artigo de um jornal Havaiano e ficou assim.Também ouvi dizer que foi para o soletrar de maneiradiferente do Japonês (tanto Karaté como Kenpo sãotermos japoneses).

C.N.: Muita gente sente que o “Karaté” nãodeveria ser parte do nome do nosso sistema, vistoque realmente não fazemos Karaté. Isto tem algumarazão histórica ou algum antecedente?

R.P.: Você utiliza o termo que todos conhecem epercebem; no entanto, quando o Sr. Parker pôs umcartaz onde estava escrito "Karaté" por cima da portada sua escola, houve quem pensasse que era umrestaurante mexicano! "Karaté" é usado como umtermo genérico. Quando se fala com alguém queconhece o Karaté Kenpo, apenas se diz Kenpo.

C.N.: Depois de um estudante ser examinado paraobter o cinto seguinte, recebe do instrutor um“pontapé” de promoção. O que simboliza isto?

R.P.: No idioma Inglês há muitas expressões queusam o termo dar pontapés, como por exemplo "darum pontapé no trabalho ", "ser pontapeado para cimade um lugar". Gosto do que o Sr. Parker costumavadizer: "Os pontapés do instrutor ao estudante, são paracausar um pequeno sofrimento, em troca de toda a dore sofrimento que ele causou ao instrutor, ao longo dotempo e do treino". Era simbólico, quando um

Ed Parker’s Kenpo

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estudante era pontapeado com força, todos e cada um achavam bem e pensavam: "Ah!, ele fez um bomtrabalho”. Quando o Sr. Parker não dava um bom pontapé, as pessoas ficavam ofendidas e pensavam: "Oque terei eu feito mal?"

C.N.: Acerca das formas, ensinamos alguma que pudéssemos dizer que seja incorrecta? R.P.: Incorrecta não é a palavra apropriada. Diferente de como se executa a técnica, é mais correcto. Isto

era habitual em muitas escolas. Tenho visto gente ensinar algumas coisas em vez de outras, para escondere guardar pequenos "segredos". Entretanto, o verdadeiro motivo por detrás disto, era ver se o estudante

tinha percebido tudo o que lhe tinham ensinado. Se oestudante não se apercebe de estar a violar algunsprincípios e a quebrar algumas regras e não fazperguntas, então não está a aprender muito. Também

há muitas pessoas que aprendem e memorizam asregras, mas não são eficazes na lona de treino.

C.N.: Mudou alguma coisa do sistemaoriginal?

R.P.: Não utilizaria a palavra "mudar"porque quando explico Kenpo faço-ocomo se fosse uma pirâmideinversa. Para construir uma

pirâmide normal, teríamosuma base larga e depoischegaríamos à partesuperior. Em Kenpo,começamos com a

unidade e depois

Ed Parker’s Kenpo

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Grandes Mestres

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construímos duas por cima dela, e depoistrês sobre o anterior…; é assim quecontinuamos a adicionar. Juntei coisas evariações segundo as regras e os princípios,mas não mudei nada.

C.N.: Diria que as técnicas com armasem Kenpo, são correctas, que estãobem?

R.P.: Temos dois conceitos: correcto ebem. Qualquer coisa pode funcionar se omomento for adequado. Mas há um “se"condicionante nesta afirmação e hoje em diahá demasiados "se". A técnica com armas éa última que se aprende, porque se tem deestar em condições de tomar uma arma semnos causarmos feridas graves ou a morte.Podemos sofrer contusões e lesões quandose luta sem armas, mas não morrer.Ensinamos a moverem-se de dentro parafora e isto é sempre uma boa ideia, paraafastar-se da arma. Mas para a finalizaçãode uma categoria, temos de nos mover defora para dentro, onde o adversário pode-nos ir marcando facilmente e usar a armanum abrir e fechar de olhos; as pessoas nãopensam nisto! Então, ensinamos estemovimento de finalização de uma categoria,no pior momento possível, o que quer dizerque não deveria mover-se de fora – ondeestá a salvo – para dentro, quando há umaarma pelo meio.

C.N.: Em relação ao que acaba de dizer,não pensa que algumas técnicas deviamser actualizadas, posto que actualmenteé muito mais habitual encontrarmos maisgente armada?

R.P.: Isso é verdade e isso é o que muitosde nós temos feito. No entanto, você está afalar de uma situação na qual dá com umapessoa treinada e acaba por lutar com ela,mas é muito pouco provável que duaspessoas que saibam artes marciaiscoincidam e se metam numa briga; não, issonão é realista. Além disso, quem treina emartes marciais aprende-as como defesapessoal e pelo que eu tenho visto, não sãoos causadores de problemas, nem andammundo afora a brigarem com as pessoas.

C.N.: O que pensa acerca do facto dehoje em dia haver tantos cintos pretos dealto nível, no Kenpo de Ed Parker?

R.P.: Muitas pessoas fazem comentários aesse respeito e perguntam por que motivo o

Ed Parker’s Kenpo

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Grandes Mestres

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Ed Parker’s Kenpo

Kenpo é o sistema com o maior número de faixas pretas. Muitos delesconseguiram-nos devido ao seu ego. Há muitas pessoas que nãoestão qualificadas, mas que receberam o cinto preto. A razão pela qualo Sr. Parker tinha estudantes de cinto preto, além do facto de o teremganho com o tempo e o treino, deve-se ao facto de que Ed Parkerqueria divulgar o Kenpo e queria dotar de autoridade estas pessoasque iam ser representantes do Kenpo no seu estado, região ou escola.

C.N.: Se o Sr. Parker ainda fosse vivo, como pensa que seria asua reacção, se visse a evolução da arte marcial?

R.P.: Penso que voltava a morrer. Na minha opinião, desde que o Sr.Parker faleceu, o Kenpo não avançou, só teve um retrocesso de dez avinte anos. Pouco depois do seu falecimento, surgiram mais de vinteorganizações. Um amigo meu contou umas sessenta, o que me parecedifícil de acreditar, mas ele não duvidava. Também há muitosinstrutores incompetentes que circulam mundo afora ensinandoKenpo. O que eu tento fazer é mostrar como tudo está deitado aperder. Gostam de se sentir respeitados, mas isso só acontece quandoestão nos seus respectivos lugares de ensino. A categoria, a não serque exista o respeito, não é boa.

C.N.: Tem alguma organização de Kenpo?R.P.: Muita gente pensa que tenho uma, mas não tenho nada

legítimo. Há quem fale na linhagem do treino Parker-Planas ou coisaparecida, mas como organização ou federação não há nada num papelque diga que a gente pertence a isto ou aquilo. Trata-se das pessoassaberem onde estão.

C.N.: O que é exactamente a linhagem Parker-Planas e comoestá a evoluir actualmente no mundo?

R.P.: As pessoas sabem de onde venho. Há muitos mentirosos poraí, que afirmam ter treinado com Ed Parker. Eu fui visto com o idosoMestre, trabalhando com ele e pondo por escrito o sistema. Esta é arazão pela qual tenho uma agenda apertada e viajo por todo o mundodando aulas e muitos dos meus antigos estudantes fazem também amesma coisa. Acerca da evolução, não cresce a grandes passos, mascresce. Algumas pessoas têm treinado sempre, mas não aprenderamnada e outras alcançaram muito num curtíssimo espaço de tempo.Sempre digo: "Se conseguir facilmente a sua categoria, irá dá-la comfacilidade. Se a conseguir com dificuldades, vai dá-la com dificuldade".Eu não dou uma categoria, eu ensino...

C.N.: Em 1993, realizou uns vídeos acerca das formas, vai fazeroutros vídeos com técnicas?

R.P.: Resolvi fazer um DVD sobre o que eu chamo as "técnicas doproblema", que são técnicas que não podem ser aprendidas lendo umlivro e que são basicamente todas. Há erros comuns e eu escolhiparece-me que de quarenta a sessenta técnicas, fora do esquema detreino típico.

C.N.: Após tantos anos a ensinar e viajar por todo o mundo,expandindo a arte do Kenpo, que motivos tem para continuar afazer isto?

R.P.: Não planeei vir a ser um instrutor de Karaté. Como disseanteriormente, eu era músico. Simplesmente aconteceu. Comecei adar aulas quando era cinto laranja. Esta arte significa muito para mim e

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Grandes Mestres

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Ed Parker’s Kenpo

é por isso que por vezes grito e brado nasminhas aulas, mas é só porque me preocupoe quero que as coisas se façam adequada ecorrectamente. Tenho visto gente dar aulascom um cigarro numa mão e uma lata decerveja na outra, dizendo aos estudantes oque têm que fazer, só para os manterocupados. Podemos dizer que estas pessoasnão estão interessadas nos estudantes nemno Kenpo.

C.N.: É optimista acerca do futuro doKenpo?

R.P.: Conseguir que todos estejam debaixodo mesmo tecto, nunca sucederá. Cada qualescolhe um caminho e segue esse caminho.Temos que perceber que o Kenpo não estáfeito para todos. Sempre se vai utilizar oKenpo numa luta? Duvido, mas é importanteque aquilo que se aprender se aprenda semlacunas.

C.N.: Qual seria o seu conselho, paraalguém que quer iniciar a prática doKenpo?

R.P.: O meu conselho é que tem que saberno que se vai meter. Isto é uma arte marcialpara salvar a própria vida na rua. Se não serealiza um treino duro e prático, o Kenpo nãovai estar presente para salvar a vida deninguém. Não é uma questão de magia, éuma questão de trabalhar com dedicação.

C.N.: Obrigado Mestre Planas.R.P.: Obrigado a vocês!

“Há muitos mentirosos por aí, queafirmam ter treinado com Ed

Parker. Eu fui visto com o idosoMestre, trabalhando com ele epassando por escrito o sistema”

“Penso que os problemasprincipais em Kenpo são

os instrutores nãoqualificados. Há muitaspessoas que dão aulasque se viram forçadas a

isso ou a quemimpuseram esta situaçãoe que realmente não

sabem o suficiente sobreKenpo e apenas ensinamo que lhes dizem paraensinar. Isto acontece

a nível mundial”

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DVD & Video

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UMA HISTÓRIA DE FADASDAS ARTES MARCIAIS

Pelo Grão Mestre John Pellegrini

Havia uma vez uma escola de ArtesMarciais que ensinava a crianças e a adultos,homens e mulheres, um belo sistema que sedesenvolvera centenas de anos atrás e evolu-íra ao longo várias gerações de Mestres.Também tinha sido refinado e moderadamen-te modernizado, para se adaptar às necessi-dades da sociedade. Os estudantes aprende-ram as tradições da Arte, a sua história e a suaorigem cultural. Também desenvolveram assuas capacidades físicas e as suas qualidadestécnicas, assim como a maneira de aplicá-lasem situações de combate. Os Mestres daAcademia fizeram grandes esforços parainculcar nos estudantes um código moral quepudesse moldar a sua atitude na vida quoti-diana e reger a sua conduta quando tratassemcom outras pessoas. Isto se fez insistindo eenfatizando nos dogmas da Arte e cultivando

a maneira de ser mediante a construção dasqualidades necessárias para formar guerreirospacíficos e honráveis. Respeito, humildade,confiança, compaixão, valentia, generosida-de, honestidade, lealdade… e toda qualidadehumana importante, era ensinada pelo Mestreaos seus estudantes, com sumo esforço.

Então, não imediatamente mas com o pas-sar dos meses, o Mestre percebeu que estavaperdendo estudantes. O negócio andavamal... De início, ele pensou que era devido aomau estado da economia. Um dia, um dosseus cintos mais graduado, um jovem agradá-vel, disse-lhe que não iria continuar treinandona sua academia. O Mestre ficou desolado elogo, com seu habitual espírito generoso, pen-sando que o estudante teria problemas dedinheiro, disse ao jovem que podia continuartreinando gratuitamente na sua academia, atéque a sua situação económica melhorasse. Oestudante, visivelmente incomodado, infor-mou ao Mestre de que a sua decisão nadatinha a ver com o dinheiro, ele iria para umnovo ginásio de MMA e que muitos outros

Grandes Mestres

Como a cada mês, o Grão Mestre John Pellegrini, uma daspessoas mais perspicazes das Artes Marciais dos nossos dias,nos encanta com a sua experiência e conhecimentos. O Mestre Pellegrini possui essa rara virtude de combinar oprofundo conhecimento do que é tradicional, com a suacapacidade para adaptá-lo à modernidade de uma maneirapedagógica, clara e em ordem. Para esta revista é sempre umluxo e um prazer contar com os seus artigos ano após ano. Nãodeixem de ler esta “História de Fadas”!

Alfredo Tucci

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estudantes que tinham abandonado a acade-mia nos últimos meses, já lá treinavam. OMestre ficou decepcionado, mas desejou aoestudante que tudo corresse pelo melhor edisse que sempre poderia voltar. O jovem agra-deceu ao Mestre e se preparou para ir embora.Mas quando ia a sair, parou e disse: “Por favor,compreenda que não é nada pessoal contra si,trata-se simplesmente de que a MMA agradamuito; os meus amigos já lá estão praticando.Lá, REALMENTE se aprende a lutar e o instru-tor me disse que eu tinha um grande potencialpara me tornar um lutador e participar em cam-peonatos”.

Essa noite, o Mestre pensou muito acerca doincidente e a situação geral da academia.Percebeu que os tempos tinham mudado e quea popularidade dos desportos "de gladiadores"na televisão, estava tendo uma forte influênciaem muitos jovens. Pensava não haver nadainerentemente de mau no treino das MMA e queera o desporto adequado para um númeromuito reduzido de pessoas. Mas também sabia

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que não era uma verdadeira Arte Marcial, nosentido autêntico e completo e que sempre con-tinuaria a ser uma moda passageira, um entrete-nimento na moda e um desporto muitas vezesbrutal, que muitos espectadores gozam vendo,mas que poucos querem experimentar.

Assim sendo, o Mestre resolveu saber comooutros instrutores de Artes Marciais estavamenfrentando a situação e resolveu visitar a maio-ria das escolas da sua povoação. O que encon-trou foi inacreditavelmente decepcionante!

Algumas das escolas tinham fechado. Tinhasido simplesmente por motivos económicas.Outras para abraçar parcialmente o capricho,haviam adicionado um programa de MMA nassuas ofertas (frequentemente sem um conheci-mento técnico do verdadeiro treino MMA!).

Mas o que o Mestre achou mais chocante edecepcionante, foi que várias escolas, para tirarproveito da tendência rentável, tinham abando-nado por completo todas as aulas de ArtesMarciais e se tinham tornado totalmente umginásio de Artes Marciais Mistas.

O Mestre estava triste e um pouco confuso.Não tinha visto isto anteriormente? Não tinhasucedido isto mesmo muitas outras vezes? Nãopercebem que as modas, as tendências e ostruques e paixões populares vêm e vão? Com

os anos, a Novidade, a Última moda, o imbatí-vel, os programas para "fazer-se rico" sempretinham desaparecido! A "Formação de Guarda-costas" garantida para conseguir um contratocom as estrelas de Hollywood; o Baby-sittingdisfarçado de "Artes marciais depois da esco-la"; as aulas de aeróbia que pretendem ensinara legítima defesa; as técnicas secretas doscomandos israelitas; as técnicas secretas dasforças especiais russas; a Luta Livre brasileirana rua... E a lista continua e continua…Parecemos esquecer os enganos do passado enão podemos esperar pela próxima novidadeque vai fazer-nos ricos e famosos e ser a solu-ção para todos os nossos problemas. Mas istonunca parece funcionar dessa maneira… Poroutro lado, as verdadeiras Artes Marciais têmresistido a prova do tempo..., durante séculos!

O Mestre sorriu… Percebeu tudo! Durante umtempo, a clientela da sua academia iria mudar;iria ter mais estudantes de idade avançada,mais homens, mais mulheres, mais crianças emenos jovens e adolescentes cheios de testos-terona.

O Mestre sabia que isso era o que iria acon-tecer. Continuou ensinando a sua amada Arte eele e os seus estudantes viveram felizes parasempre.

Grandes Mestres

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Combat Hapkido

“Havia uma vez umaescola de Artes Marciaisque ensinava a crianças e

adultos homens emulheres, um belo

sistema que tinha sidodesenvolvido centenas de

anos atrás...”

“Não imediatamente masconforme passavam osmeses, o Mestre

percebeu que estavaperdendo estudantes. De início, pensou que onegócio andava mal,

devido aos problemas daEconomia, em geral!”

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O termo "Defesa Pessoal" comporta um aspectonegativo. que desde o princípio pode implicarfracasso para o indivíduo. O problema é que esterótulo já reflecte mentalmente que a pessoa é vítimade um acto violento ou agressão e que o praticantedeve realizar uma acção defensiva. Esta premissa deagir após os factos, é a razão pela qual a maioria daspessoas sucumbem às acções do agressor e nuncase recuperam totalmente do ataque inicial ou domedo que provoca a situação. A mulher não devesituar-se à defensiva; deve ser consciente da suasituação e não desestimar ou ignorar possíveisameaças. Ela deve ser pro-activa e ter a iniciativa e oímpeto, forçando a confusão na mentalidade doatacante, para ter uma possibilidade de vantagem. “Autoprotecção Kyusho” é um processo de treinovital que trata das realidades de um ataque. É umsimples mas poderoso processo de treino, queoferece aos indivíduos mais débeis, mais lentos,com mais idade ou menos agressivos, umaoportunidade contra o de maior tamanho, mais forteou mais agressivo atacante. Mediante o uso dosobjectivos anatómicos mais débeis do corpo,conjuntamente com as próprias acções e tendênciasnaturais do corpo, se pode proteger facilmente a simesma ou a outros, inclusivamente sob aslimitações de estresse e físicas, quando a suaadrenalina aumenta. Mediante um trabalho progressivo com as suaspróprias habilidades motoras grossas (em vez dastécnicas de outros), as suas possibilidades de vitóriasão eminentes.

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KAHANA É UM ESPECIALISTA DEHOLLYWOOD? Saber isto é essencialpara conhecermos o Kahana homem,que falando de si próprio, nos diz:

Nasci nas Ilhas do Hawai, a 16 deOutubro de 1929. Meu pai pertencia àGuarda Costeira dos Estados Unidos e foiinstrucor de Judo e Aikido. Ensinava aopúblico em geral e a toda a minha família. Com quatro anos e meio, eu já muito

bom em ambas Artes. Em 1934, meu paifoi transferido da Sand Island, Hawaii,para Osaka, Japão, e me levou com ele.No Japão estudei com Sensei HannaFusa durante três anos e meio, paraconseguir receber o meu primeiro CintoPreto em Judo, com nove anos deidade. Em 1937, meu pai foi transferidodr volta para o Hawai y alí, eu tiveocasião de ver diferentes estilos deArtes Marciais, como Kali Filipino, Kung-Fu e Karate. Eu era muito activo egostava de lutar tanto dentro como forado ringue. Gostava do contacto!

O meu primeiro estilo de Shotokan foio Karate, mas depois de estudar duranteum ano, se tornou um poucodemasiadamente rígido para mim, assimsendo, resolvi mudar para o Kempo edepois para o Shorin-Ryu. Nessa altura, eu aprendera e

desenvolvera uma boa mistura de ArtesMarciais. Também estava muitointeressado na Arte da Faca de Samoa eno Baile de Fogo, que aprendera dealguns dos meus amigos de Samoa.Nos últimos anos me tornara “umguerrero samoano”, sob a tutela deFreddie Letuli e viajara por todo omundo, praticando esta Arte.Em criança, era muito irrequieto.

Queria ir ao continente e conhecer opaís. Com nove anos de idade, viajécomo passajeiro clandestino, em umbarco que se dirigia a São Francisco,mas fui descoberto e trazído de regressoao Hawai. Depois assistí ao bombardeiode Pearl Harbor, embarquei de novo edesta vez, cheguei a São Francisco.

Uma história clássica do êxito

Escrita pelo Famoso Artista Marcial elegendário Especialista de Hollywood,Kim Kahana Sr.

Talvez não reconheçam o meunome ou a minha cara, mas sealguma vez viram na televisão ouuma fita de Artes Marciais, omais provável é que me tenhamvisto. Soy Kim Kahana Senior. otipo que vai pela beira doprecipício, que atravessa o vidroda janela do bar, que se batecom um carro a toda avelocidade e que cai do cavalo!Submeto meu corpo a tudoquanto os l ivretistas e osreal izadores de Hollywoodpossam sonhar para as suascenas de acção.

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Lendas das Artes Marciais

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A partir daí, andei “de dedo” e decombóio por de todo o país, até chegara Nova York, onde o meu tio estavatrabalhando na orquesta de XavierCugat. O meu tio me ensinou a tocar abateria, que foi o começo da minhacarreira no mundo do espectáculo,tocando tambores e realizando o Bailedo Fogo e a Dança da Faca, de Samoa.Anos depois, durante a guerra da

Coreia, me alistei no exército dosEstados Unidos e passei a ser membroda Força Aerea. A Guerra da Coreia foiuma questão de supervivência. Defacto, encontrei a maneira de sair deuma situação grave e consegui que umpelotão inimigo me desse por morto, oque fez de mim um dos soldados daGuerra da Coreia mais condecoradosdo país, depois de ter recebido a Estrelade Plata, duas Estrelas de Bronze e doisCorações Púrpura. Também merecuperei da explosãon de umagranada, que me deixou

completamente cego durante dois anose permanentemente cego do meu olhoesquerdo. Depois de deixar o exército, fui viver

em Hollywood e comecei a trabalharcomo “extra”. Também comecei atrabalhar como “duplo de acção”,quando percebi que a estes garotoseram muito melhor pagos por coisasque eu tinha estado fazendo na Coreia,de maneira gratuita. Pelo menos, eraisso o que eu achava! Eu não sabiamontar a cavalo, de maneira quecontactei os legendários vaqueros deHollywood, como Yakima Canutt e afamília de John Epper. A minha vastacarreira abrange mais de 300 filmes decinema e televisão, que se pueden verna Wikipedia e IMDb.Nos anos 70, tive a ideia de fazer uma

escola de especialistas. Percebi que aprofissão estava sendo invadida porjovens temerários, que se estavammatando a si próprios e ferindo os

outros. Estes temerários realizavamfaçanhas atrevidas com mais valentíaque bom senso... Eu não queria queestes recentemente chegadosdeixassem de vir, mas queria ter acerteza de que sabiam fazer o seutrabalho, sem se matarem a sí mesmosou a outros. Assim sendo, em 1972inaugurei a Escola de Especialistas deKahana, para aqueles que játrabalhavam como “duplos”. Dois anosdepois, foi aberta ao público e a escolafoi a primeira em oferecer este génerode ensino. Até esse momento, osespecialistas tinham aprendido o ofíciodos veteranos da indústria. Muitos delenão gostaram da ideia de eu oferecer oque eles consideravam “os segredos donegócio”. Por isto, demiti daAssociação de Especialistas de Filmesde Acção e continuei ensinando naminha escola:

www.kahanastuntschool.com.Nesta género de trabalho

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conhecemos muitas pessoas. Alguns vêm evão, e outros passam a ser como da família,como é o caso dos Zaino. Em Março de 2009,Danny e sua mulher Teresa Zaino, me chamarampara uma entrevista acerca das Artes Marciais,no seu programa da rádio. Depois da entrevista,convidei eles e a su família, a virem ver a minhaescola. Yo estaba muito intrigado e interessadoem conhecer a outra família de Artistas Marciais.Quando os Zaino vieram a visitar a escola, fiqueimuito impressionado com seus filhos, Tony,Joey e a pequena Dominique, que naquelemomento, contava só 14 anos. Danny me pediuum cinselho acerca de um documentário sobrea sua família, que estava fazendo. Falamosdurante várias horas e antes de partirem, elesnos invitaron a mim e à minha mulher Sandy, aassistirmos como convidados especiais, ao seuBanquete de Prémios do Salão da Fama dasArtes Marciais, em Clearwater, Florida. Seusfilhos estavam realizando uma demonstraçãoespecial com a "Equipa da América",anteriormente conhecido como "EquipaNacional Pepsi de Exibições". Eram muitoimpressionantes!Também me surpreendei por receber uma

placa de reconjecimento ao "MelhorCoordenador de especialistas".Durante os últimos seis anos, os Zaino não só

se tornaram parte da minha família, comotambém têm dsenvolvido o seu talento muitoalém do que jamais teria imaginado. Por isto meofereci a ajudá-los e passei a ser o realizador do

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seu programa de televisão em directo e orealizador de seu filme documentário dafamília, "Os Zaino - nascidos para competir",que se encontra actualmente em fase deedição. Recentemente resolvi ser seu manager

oficial. Para além do que é óbvio, seussimilares valores famíliares e a sua ética detrabalho, ainda é bastante surpreendente paramim, observara a sua família e pensar comose parecem a minha família e a sua! Sãomuitas as similitudes que temos, posto quetanto Danny e como eu, temos umas longascarreiras no âmbito das Artes Marciais, ondeeu levo mais de 60 anos e Danny mais de 40.Danny e yo servimos no Exército dos EstadosUnidos e ambos estivemos destinados naCoreia, eu estive de 1950 a 1953, durante aGuerra da Coreia, e Danny foi veterano daPolícia Militar DMZ, sirvindo de 1979 a 1981.Ambas famíl ias estão no negócio do

entretimento. Os Kahana levamos muitotempo em Hollywood sendo duplos deactores famosos. Actores e realizadores… OsZaino são a nova geração em Hollywood,com a sua própria rede de meios decomunicação em directo, que inclui TV, Rádioe Revistas. Rede na qual Danny é o produtorexecutivo e apresentador do programa "ArtesMarciais Show Biz TV", um espectáculo emdirecto de notícias, baseado nas ArtesMarciais e o entretimento, protagonizado pelaFamília Zaino. Theresa Zaino é a directoraexecutiva e a Gerente da "Agência deTalentos de Entretenimento e Acção". Umaagência de franquícia com licença eassociada à SAG-AFTRA, com sede emJúpiter, Florida. Emnquanto aos “garotos”Zaino, Tony Zaino é graduado em produçãocinematográfica pela Universidade Estadualde Palm Beach; Joey Zaino é graduado da

Escola Kahana de Especialistas do Cinema eestudante na Universidade Estadual daFlorida, junto com sua irmã Dominique Zaino,que está no de prestigioso programa decomunicações e meios de comunicação daFSU. São todos actores e artistas queassistem actualmente à Escola Kahana deCinema e Especialistas do Cinema e ajudamnos projectos em marcha. Actualmente, o nome Kahana todavia está

em activo e trabalhando no negócio. Aindaestou coordenando, gerindo e dirigindo.Continuo activo e motivado para continuarpelos estudantes da escola de especialistas esuas famílias. A cada ano tenho mais projectos para a

minha propriedade de 100 acres, na FloridaCentral, que é mundialmente conhecidapelas companhias cinematográficas, que autilizam para as suas produções, assimcomo pelos professores de interpretação eos especialistas, para aprender o ofício. Defacto, a Escola Kahana de Cinema eEspecialistas do Cinema, começou umaaula Junior para a carreira de especialista,orientada a crianças de 10 a 17 anos. Osnossos estudantes junior têm avançadonas Artes Marc ia is e na g inást icadesportiva.Também continuo trabalhando com os

Zaino dia a dia, nas nossas empresas “StuntAction Coordinators Inc.”

www.kahanstuntschool.com “MASBTV,RADIO & MAGAZINE”

www.masbtvnetwork.com, e “ActionEntertainment Talent Agency”

www. aetalent.net. Temos projectosdurante todo o ano, para que gente de todo omundo venha, aprenda e treine. Com os meus85 anos, ainda estou no activo e não pensoparar a curto prazo.

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 22REF.: • KYUSHO 22

O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhadopara controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal,médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Esteprograma está especialmente destinado, ainda que nãoexclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança,Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências

Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal.Este módulo básico se constitui de um

conjunto de 12 objectivos principaisintegrados en 4 módulos de controlo

da escalada de força. Há numerosasestruturas débeis no corpo

humano que podem serutilizadas por um Agente para

simplesmente obter ocontrolo de um indivíduo,mais eficientes que o usoconvencional da forçacomo nos indica oprotocolo. Mais alem daetapa de ordem verbal,numa situação deescalada do conflito, sãoestes pontos (Vitais) doKyusho onde o agentepode fazer uso dos

sistemas internos decontrolo físico, como os

nervos, a estrutura dostendões e os reflexos nervosos

naturais do corpo. No requer degrande força ou de um complexo

controlo da motricidade ou da vista... tudo isso sujeito ao fracasso em

estados de elevada adrenalina. Estainformação está dedicada aos valentes e

resistentes membros das Agências de todo omundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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Shaolin

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6.1 O oponente ataca por detrás, avançando com a pernadireita e batendo com seu punho direito na minha cabeça.

6.2 Seguidamente, giro por o meu lado esquerdo ebloqueio o golpe do oponente.

6.3 Sem pausa, bato com o meu punho direito na cabeçado oponente, adoptando a posição de “gong bu” com aperna direita atrás.

Chaves:1 Quando utilizamos o movimento de lunbi (giro de

braços) é muito importante relaxar os ombros para que omovimento seja rápido, de tal maneira que possa aumentara força e a velocidade no batimento.

2 Quando contra-atacamos e adoptamos a posição degongbu, é importante o torso estar ligeiramente adiantado.A perna direita deve também adiantar-se muitoligeiramente.

3 Existe a possibilidade do oponente tentar evadir onosso contra-ataque, pelo que se deitar sua cabeça paratrás, o golpe irá cair em seu nariz y se a deitar para um lado,iremos bater no seu pescoço.

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.