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Cinturao Negro Revista Portugues 284 Março parte 2 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 284 - Março - Parte 2. Ano XXIV

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pós 28 anos editando a revista, BudoInternational Publishing Co., a companhia quedirijo, tem o prazer de anunciar a sua apariçãono próximo mês, em língua Chinesa. Aimportância desta nova edição não escapa a

ninguém, não só por razões evidentes - é óbvio que é alíngua que fala quase um 25 % da humanidade - masprincipalmente por motivos simbólicas, pois a Chinacompartilha com a Índia, o privilegio de ser o berço dasArtes Marciais. O próprio factor de que uma Editora ocidental se tenha

tornado já a primeira e única editora na história mundial, arealizar a cada mês uma revista de Artes Marciais em seteidiomas, também não é um acaso mas sim uma marca dostempos. A globalização está permitindo que o melhor doOriente se veja no Ocidente e vice-versa. Com esta ediçãoem língua Chinesa, podemos afirmar sem medo a enganar-nos, que o círculo virtuoso está completo, que de algumamaneira “voltamos para casa”.A China se reencontrará por este meio, com a

modernidade nos desportos e Artes Marciais do Século XXI.Artes que passaram por muitíssimas transformações desdeque viram a luz nos seus mosteiros, mas também com amelhor maneira de fazer da sua tradição. Muitas são asescolas e linhagens perdidas na sua própria casa com odecorrer dos séculos, mas foram mantidas na diáspora deseus milhões de emigrantes, distribuídos já pelos cincocontinentes.Com a edição em Chinês, este meio de comunicação se

torna definitivamente na referência sem paralelo nas Artesdisciplinares. Uns poucos cálculos serão suficiente paracompreender a magnitude deste transcendental passo:

O Chinês Mandarim é falado por uns 1.000milhões de pessoas; o Inglês por 600 milhões; oEspanhol por 500 milhões de pessoas (ecrescendo rapidamente); o Português 260 milhõesde pessoas. O Alemão uns 150 milhões eenquanto o Italiano anda perto de uns 70 milhões,o Francês já atingiu os 80 milhões.Das 10 línguas mais faladas no mundo, esta

revista é feita em sete!… As edições em Árabe, Japonês e Russo

completariam o mosaico… Bem, tudo pode ser…Quem sabe! Se 30 anos atrás me tivessem dito quechegaríamos a fazer a revista em todos os idiomasem que agora se edita, não teria acreditado! Noentanto, aqui estamos! Pouparei os leitores do panegírico habitual acerca

das bondades do nosso produto; os feitos falamsempre mais alto que as explicações, mas cima detudo o não farei porque com os anos temosaprendido a olhar com humildade para as conquistas, tantocomo com benevolência os fracassos, convencidos quenunca são o fruto de uma simples vontade, nem sequer demuitas, mas sim também da intercessão de factoresmúltiplos, do destino e da oportunidade. Para a China, este meio será também uma magnífica

ocasião de compartilhar com o resto do mundo, muito doque como um tesoiro guarda desta matéria, enquanto quepara o Ocidente, a de abrir as portas desse “mundo dentrodeste mundo” que é o gigante Chinês, uma bolha quasevirginal para a maioria dos Mestres e estilos, em umterritório que está, como não está nenhum outro, em umprocesso de expansão e crescimento sem paralelo.

“Uma viagem de mil milhas começacom oprimeiro passo”

Lao Tse

“O homem superior pensa sempre na virtude; o homem vulgar pensa na comodidade”Confucio

A

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Neste texto e em formato deentrevista, o Grão Mestre o Dr. ChiuChi Ling, fala aberta e directamentecom seu aluno e eleito seu sucessor, oMestre Martin Sewer. Através de muitos anos de intensa

relação mestre-aluno, surgiu uma basede alto nível de qualidade, confiança esinceridade. Consequentemente, o Dr.Chiu fala de matérias que jamaistratara abertamente em nenhumoutro meio, o que é um privilégio paratodos os nossos leitores e para osestudiosos das Artes Chinesas emgeral, que fará desta entrevista empeça de estudo durante anos. Porisso, queremos agradecer desde anossa redacção, a Sifu Martín Sewer,por sua dedicação para que esta peçado jornalismo marcial finalmente tenhasido possível. Como resultado de seus mais de 68

anos de longa experiência e suaimplicação nas Artes MarciaisChinesas, o Dr. Chiu Chi Ling é, semdúvida, um dos poucos que têm odireito e o levam o peso da obrigaçãode transmitir às próximas gerações depraticantes de artes marciais, a suaessência. Por isso, somos cientes deque este artigo será de grande ajudapara aqueles que estão realmenteinteressados nelas. Surgirãoperguntas e respostas, mas tambémhavemos de ver aspectos da suahistória, segredos e ciência,aprendidos desde outros pontos devista.O Grão Mestre Chiu Chi Ling, que

também é grande em seuposicionamento humilde, insistiurepetidamente, que ele não sabe tudo.Por isso, se alguém tiver perguntas ouobservações, ou disponha de maisconhecimentos, é livre de contactarcom ele, naturalmente na maneiraadequada.

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Entrevista com o máximo expoente doSchaolin Kung Fu, Grão Mestre Dr. ChiuChi Ling, Grau 10º de Mestre. Realiza aentrevista o seu aluno o Mestre MartinSewer, Grau 8º de Mestre.

Mestre Martin Sewer: Surgió o Kung Fu no templo deShaolin?Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling: As artes marciais chinesas

são muito, mas muito antigas mesmo e têm uma história muitolonga. Em tempos remotos, as pessoas sabiam estas histórias.No Sul da China, assim como no Japão, a Coreia, Singapure,etc..., as artes marciais estavam muito estendidas. Actualmente é muito difícil determinar a origem exacta das

artes marciais chinesas. De acordo com a tradição, os primeiroshomens que se estabeleceram na China, fizeram-no à beira do rioAmarelo. Os primeiros combates e guerras foram para obter omelhor lugar junto da água e do território de caça. De fragmentosde informação, que também têm a sua origem em antigastradições literárias e artísticas chinesas, se deixa entrever que jána Dinastia Zhou (1027-256 a.C.) havia umas artes marciaisaltamente desenvolvidas. Isto foi muito antes da origem dostemplos de Shaolin do Norte ou do Sul. Em contra das afirmaçõesde gente do actual templo de Shaolin, isto já existia muito antesde Shaolin. As gentes de Shaolin afirmam que eles inventaram oKung Fu, que o Kung Fu vem deles. Isto não é certo!

M.M.S.: "Wushu, Kung Fu"? Por que tantos nomes?G.M.L: As artes marciais tiveram em diferentes épocas

diferentes nomes. No entanto, as técnicas e a ideia eramsempre as mesmas.Kwok Seut (Kuoshu) = arte nacionalMou Seut (Wu Shu) = arte guerreiroKuen Gerk = punho, pontapéKwok Soi = espírito nacional, almaBoji = combate, lutaDuai da = luta normal, homem contra homemExpressões cantonesas (entre parêntese expressões em

mandarim).

“Na Dinastia Zhou (1027-256 a.C.)

já havia umas artes marciaisaltamente desenvolvidas.

Isto foi muito antes da origemdos Templos de Shaolin do

Norte ou do Sul”

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Estes são nomes para o Kung Fu. Antigamente aindanão se conheciam esti los ou famílias. Tudo erapraticado e exercitado sob esse nome. Estas técnicasse conservaram desde tempos remotos até os nossosdias. NÃO vêm de Shaolin, mas sim dos homens queas trouxeram a partir das suas lutas, guerras ecombates.

M.M.S.: Foi Ta Mo (Boddidharma) que levou oKung Fu da India para Shaolin?G.M.L: Talvez seja certo que tenha levado alguma

coisa, mas definitivamente, não é o fundador ou oinventor do Kung Fu, ou do Shaolin Kung Fu. O KungFu existia muito antes de que ele próprio existisse.

M.M.S.: Se fosse Ta Mo que tivesse levado o KungFu, onde o teria ido buscar? É melhor o seu KungFu daquele que até então havia na China? G.M.L: Isso não se sabe. Não temos nada que tenha

chegado até os nossos dias, que testemunhe ter eleganho os combates. Não se conhece nenhum desafiohistórico, mas sim é certo que nessa época, a China játinha bons sistemas de combate.

M.M.S.: De onde então, vem o Kung Fu?G.M.L: Naquela época (antes da China existir),

diversos países estavam em guerra. Daquele tempo noschegam experiências e conhecimentos. As técnicas eas estratégias foram permanentemente melhoradas eaperfeiçoadas empiricamente. Faz de 3.000 a 4.000anos, que nasceu na China, onde havia muitas guerrase lutas. Muitos diversos países estavam em guerra: oJapão, Taiwan, a Tailândia e a Mongólia estavam emguerra entre eles. Nesse tempo se experimentaram eintegraram muitas técnicas. Falo dos tempos de ChunChi Wan (Zhou Cheng Wang), que levou a paz aosreinos. (Dinastia Zhou desde 1027 a.C. até 256 a.C.).

M.M.S.: Nasceu o Kung Fu da experiência dosmelhores lutadores?G.M.L: A China é muito mais antiga que a Europa,

por isso se encontram ali tantos conhecimentos eexperiência nas artes marciais. Cada dinastia tinhagenerais versados em artes marciais. Eles eram osresponsáveis de defender o país. Aproximadamente noano 100 d.C. eram: Guan Gung (Kwan Kung), Lau Bei,Chang Fei, Chiu Yean (Chiu Zhi Long).

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“A história doMosteiro de ShaolinSul é muito jovem,

ao contrário que a doKung Fu!”

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Guan Gung era conhecido pela sua alabarda e quemposteriormente foi nomeado para honrar Guan Dao. Oimperador da Dinastia Song e seus generais, eram todos elesbons conhecedores das artes marciais, como por exemplo, oGeneral Yue Fei ou o Imperador Chiu Hung Yin. Wong FeiHung e Lam Sai Wing do sistema Hung Gar, eram ambosfamosos instrutores das artes marciais no Exército Chinês.Ajudavam as pessoas o máximo que podiam e contavam como respeito e o apreço dos círculos das artes marciais. É fácilde ver que a China teve muitas guerras e batalhas; delassaíram as experiências que foram transmitidas às geraçõesseguintes. Era importante que essas experiências fossemtransmitidas por Mestres à nova geração.

M.M.S.: Se ganhava dinheiro com o Kung Fu?G.M.L: Na China, para conseguir ter um bom trabalho, se

tinha de saber praticar bem o Kung Fu. De não ser o caso, eraimpossível, por exemplo, ser um oficial da guarda. Para oexército se procuravam os melhores mestres de Kung Fu. (VerWong Feiu Hung e Lam Sai Wing). O governo procurava estaspessoas e só os melhores tinham essa oportunidade.

M.M.S.: O Hung Gar era para defender o país?G.M.L: O Sul da China é e foi estrategicamente muito

importante e de grande transcendência para o país. Por estarazão, o exército estava no Sul fortemente representado. Porisso, o estilo Hung Gar estava muito expandido. Nem todos ospraticantes de Hung Gar podiam acabar de aprender osistema e foi por isso que muitos, posteriormente criaram oseu próprio estilo.

M.M.S.: Grão Mestre Chiu, o senhor fez-se actor. Qual omotivo?G.M.L: Eu pertenço à famosa linha do Wong Fei Hung e

pratico o Hung Gar correcto. O público queria ver o verdadeiroKung Fu e o Hung Gar é o estilo mais conhecido. Junto comJackie Chan, Jet Li, Stephan Chow e muitos outros, fiz maisde 70 filmes.

M.M.S.: Então, o Hung Gar é o sistema mais conhecido?G.M.L: No Sul de China havia 5 famílias do Kung Fu

conhecidas (por este ordem):"Hung", "Lau", "Choy", "Li","Mok".Não há tantas como dizem os mestres actuais. Naquela

época não havia nenhum outro estilo conhecido. Estes cincoestilos eram os que prevaleciam no Sul da China.

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M.M.S.: E o que acontecia com os actores que não sabiamHung Gar?G.M.L: O conhecido actor Kwan Tak Hing, que em muitas fitas

interpreta Wong Fei Hung, teve de aprender Hung Gar para podertrabalhar no cinema.

M.M.S.: E por que motivo o Hung Gar?G.M.L: Na Ásia, as pessoas conhecem o Hung Gar Kung Fu. As

formas e também o valor do Qi Gong, que estão incluídas noHung Gar, são muito conhecidas.

M.M.S.: Qual é a verdade acerca do Mosteiro de Shaolin doSul?G.M.L: A história do Mosteiro de Shaolin do Sul é, ao contrário da

história do Kung Fu, muito recente. A Dinastia Qing acabou em1644. “Fan Qing Fok Ming terminou com o Qing e começou com oMing”, era como acostumavam a dizer os patriotas. Naquele tempoguerreiro e incerto, era o Templo de Shaolin do Sul um excelentelugar para se esconderem. Os patriotas chegavam de todo ladopara se unirem em contra do governo. Muita gente fora de série eextraordinária do Kung Fu, chegaram a Shaolin do Sul e entre eles,formaram uma irmandade. Juntos queriam fazer cair o governo e denovo pôr o país em mãos dos Chineses. Nesse tempo se incluírammuitas novas técnicas e armas no sistema Hung. Muitas destasestratégias, técnicas e armas, já eram muito antigas.Algumas destas técnicas eram:Ng Long Pa Kua Kwan (Forma do Pau)Chun Chau Guan Do (Forma da Alabarda)Diu Bin Gil (uma Forma da Alabarda)Yu Gar Dai (Garfo do Tigre)do Bancodo Rastrilho de 9 dentesIm Do (Faca)Foice da meia-lua

Se utilizaram muitas ferramentas como armas. As pessoasaprenderam a utilizá-las para lutar. Assim, se encontram tambémarmas camufladas, como por exemplo, agulhas e flechasenvenenadas. Até o báculo budista se utilizou para lutar. ChiuKow (meu pai) era versado na utilização do chicote de 9 pontas.Havia muitas armas que habitualmente se portavam e que tinhama sua origem na utilização do dia-a-dia. A arma mais conhecida ehabitual era, naturalmente, a espada.

M.M.S.: Onde se encontra o verdadeiro Kung Fu?G.M.L: O Taiwan é muito tradicional no Kung Fu Chinês. A

questão é que depois de Mao ter proibido tudo, se tinham demanter vivas e promover as tradições. Isto se pode compreender

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historicamente de uma maneira muitosimples. Durante a guerra Civil Chinesa, dosanos 1926–1928, começou na China acampanha do Norte. O general Tschiang KaiSchek e Mao Tse Tung escreveram a recentehistória da China com o exército vermelho.Está escrita nos l ivros de história e écompreensível para qualquer pessoa. OTaiwan conhecia e conhece as tradiçõeschinesas e as cultiva. Se queriam conseguirque o povo chinês fosse saudável e forte,todos deviam aprender Kung Fu, para ter umpaís saudável e forte. O Kung Fu foi levadopara Taiwan e ensinado principalmente nosentido de velhas tradições. Esta maneira depensar protegeu e salvaguardou muitaspartes da cultura chinesa.

M.M.S.: Não existe na China maisnenhum Kung Fu?G.M.L: Quando a China foi controlada por

Mao Tse Tung, todo mudou. A língua e acultura… Muitos templos antigos foramdestruídos, se proibiram religiões e forameliminadas. As crenças do povo foramdestruídas. Se idolatrou Mao e tudo seadaptou a ele. O Kung Fu não teve melhorsorte. os praticantes de Kung Fu forampresos ou eliminados. Ensinar, aprender ouaté conhecer alguém que tivesse algumacoisa a ver com o Kung Fu, era motivo decastigo. Durante muitos longos anos semodificou tudo. Durante mais de 10 anos setiveram de aceitar as crenças de Mao. Tudoparou. Era impossível aprender ou ensinarKung Fu. Nem sequer se podia falar em"Kung Fu" ou "Shaolin". Por sorte, HongKong, a Malásia e Singapure se salvaram.Apenas na China havia estes problemas.Muita gente fugiu da China e naturalmente,também muita gente boa do círculo do KungFu. Para eles era impossível trabalhar e viverna China. Estes foram os principais motivospara que esta gente emigrasse.

M.M.S.: Se uniram fora da China osgrandes do Kung Fu?

“Actualmente seemprega muito a

expressão Wushu Moderno.

Também neste artigo.Todas estasexpressões

confundem aspessoas!”

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“Se Ta Mo tivessetrazido o Kung Fu…

onde o teria ido buscar?O seu Kung Fu é melhor

que aquele que atéentão havia na China?

Não se sabe!…”

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G.M.L: Taiwan e outros paísescontinuaram com as tradições e asconservaram. Hong Kong realmentechegou a ser o centro do Kung Fu.Muitas famílias do Kung Fu ali seuniram e formaram uma fortecomunidade. Principalmente eramconhecidos o Hung Gar e o Chiu Kow.

M.M.S.: Se ensinam e se cuidamainda estas tradições nos templosde Shaolin?G.M.L: O templo de Shaolin foi

destruído. Os monges não maispuderam treinar. Como poderiamentão ensinar os alunos? Comopodem dizer os monges que treiname ensinam o verdadeiro Kung Fu?Vestem hábitos de monge, rapam acabeça, mas podemos ver que setrata só do Kung Fu Moderno. OShaolin Kung Fu antigo e autênticojá não se vê mais. O Shaolin KungFu tradicional se perdeu no templo.Isso é coisa que se pode ver e queaté os laicos podem constatar.

M.M.S.: Falsos monges e falsoKung Fu?G.M.L: As pessoas que estão no

templo não conhecem nenhum KungFu tradicional. Tive contactos com otemplo Shaolin do Sul em Fukien.Me deram um cartão de visita. Eusou chinês e falo Chinês. Para mimfoi muito simples saber o que estáescrito no cartão de visita. O monge

superior, o que está encarregado dotempo Shaolin, não é um mongecombatente, é um represente paraas relações públicas do mosteiro,não é nenhum mestre de Kung Fu. Oque essa gente ali ensina é o WushuModerno. O Kung Fu tradicional seperdeu completamente. Quemquiser aprender o Kung Fu autêntico,actualmente terá de o aprender forada China. Assim, eventualmente sepoderia aprender o Kung Fuautêntico, original e chinês e depoispoderia ser levado de volta paraShaolin. Mas isto parece bastanteabsurdo…

M.M.S.: Aqueles queaprenderam o verdadeiro Kung Fu,são os devem dar a conhecer aomundo, o que é realmente o KungFu!G.M.L: Esse é o motivo deste

artigo!...

M.M.S.: Vem o Nan Chuan deChiu Kow?G.M.L: Meu pai, Chiu Kow, venceu

nos torneios eliminatórios em HongKong, Guangzhou e posteriormente,nos campeonatos nacionais emPekin (1955/56). As pessoas sabiamque era originário do Sul echamavam o seu Kung Fu, NamKuen (cantonês) e respectivamenteNan Chuan (mandarim). Ensinou aForma do Tigre/Grou (Fu Hok Seung

“Nem todos os praticantes de HungGar podiam acabar de aprender o

sistema e foi por isso queposteriormente, muitos criaram

seus próprios estilos”

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Yin Kuen) e as pessoas se interessaram por aprender estaforma. Chiu Kow começou a ensinar os interessados emPekin. Mas só ensinou a forma. A falta de tempo não lhepermitiu ir realmente ao fundo do sistema. O governogostou da forma e quis estar em posse dela para asOlimpíadas. Foi recebido em Pekin, no PavilhãoNacional e recebeu de mãos de Mao Tse Tung umdiploma por seu extraordinário Kung Fu. Chiu Kow foihomenageado após a sua vitória. Em Hong Kong,Cantão, Macau e em muitos outros lugares, apareceunos jornais e as diferentes organizações eassociações lhe renderam homenagens. Diversasprodutoras quiseram ter Chiu Kow para interpretarcenas em seus filmes.

M.M.S.: O Wushu saiu do Hung Gar?G.M.L: Da forma original Tigre/Grou, o governo fez

uma nova forma que chamou Wushu. Fez tambémroupas desportivas com novas cores. Se adaptou aforma para os torneios. A extensão da mesma foireduzida e não se necessitava tanto tempo paraa realizar. Foi a primeira forma oficial do SocoSul Wushu. Após o Campeonato Nacional, o

governo incentivou apenas o WushuModerno e não o Kung Futradicional. Esta era segunda vezque se perdia na China o KungFu tradicional. A primeira vezfoi com a proibição de Mao.

M.M.S.: Wushu moderno?G.M.L: Nos nossos dias se

emprega muito a expressão WushuModerno. Também neste artigo.Todas estas expressões confundemas pessoas. O Wushu Moderno tem mais saltos,

acrobacia e muitos elementos deginástica. Quando hoje se faz WushuModerno, seria muito mais produtivofazer ginástica de chão. "Si Wushu"significa Wushu Novo. Esta expressãose integrou na língua Chinesa. É degrande valor conservá-la e cuidar do

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Karate, do Judo, do Jiu Jitsu e de outrasmuitas artes.

M.M.S.: Mas o que há com o Kung Fuchinês? Por que não faz alguma coisa ogoverno chinês? G.M.L: Em apenas 50 anos, o governo

destruiu quase um século de velhosconhecimentos…

M.M.S.: Para finalizar, umas perguntasacerca da evolução do Kung Fu noOcidente. O que pensa acerca disso?São capazes os alunos do Ocidente deaprender o Kung Fu?G.M.L: Os alunos de Ocidente são

muito capazes de aprender as nossasartes. Investem muito tempo e energiasnas aulas. É bastante difícil para eles,compreender não só a cultura comotambém o comportamento e o respeito.Estes aspectos são para mim muitoimportantes e não quero pecar deinsistente dizendo que junto com ashabilidades combativas, devem cultivar-se de maneira imprescindível, a estruturada família, o respeito e as boas maneiras.No México, na Argélia, Itália, Bélgica, nosEstados Unidos, na China, Suiça e emoutros muitos países, tenho escolas. Aotodo uns 30.000 alunos. Quando não

participo em filmes, como agora estoufazendo com Stephan Chow,normalmente estou em viagem dirigindoseminár ios, aproximadamente novemeses por ano.

M.M.S.: Escolheu Martin Sewer, umSuíço, como seu sucessor… Por quemotivo?G.M.L: Martin Sewer me segue desde faz

mais de 25 anos. Desde a sua infância vempraticando artes marciais. Aprendeu e tempraticado Kung Fu muito arduamente.Martin tem dedicado a sua vida ao Sistemado Hung Gar e dirige várias escolas. Éseguido por muitos alunos. É um bomhomem e um mestre excelente. Seusalunos têm sido e são excelentes, sempreacima da média. Em 2007, eu dissepublicamente pela primeira vez, que ele é omeu sucessor. Também afirmei isso atravésde clips no YouTube. Se alguém realmentequer aprender a verdadeira arte, comMartin Sewer vai por muito bom caminho.

M.M.S.: Muito agradecidos GrãoMestre Dr. Chiu Chi Ling, por estaentrevista…G.M.L: Obrigado também pela conversa

e desejo a todos os leitores que gozemmuito com as Artes Marciais.

Grandes Mestres

“No México, na Argélia, Itália,Bélgica, nos Estadoa Unidos, naChina, na Suíça e outros muitospaíses, tenho escolas… Ao todo

são uns 30.000 alunos. Quando não participo em filmes,como agora estou fazendo com

Stephan Chow, estounormalmente em viagem,ministrando seminários,aproximadamente nove

meses por ano!”

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base, tanto técnica como filosófica do estilo, tentaREDUZIR todo o processo técnico/mental aosistema BINÁRIO e portanto, à redução ao mínimode toda tomada de decisão. 1 ou 0, positivo ounegativo, branco ou preto, YANG ou YING. Em aparência parece simples, na prática, a mais

difícil de todas as batalhas.Como dizia o Grão Mestre Wong Shun Leung: “O homem tem a

estranha doença de complicar as coisas”. O Mestre Wong, talvez

A aparente simplicidade…É possível ver em grande número de

publicações que falam sobre o Wing ChunKuen (revistas, foros, publicidade, etc.…) quese afirma com grande segurança que acaracterística mais importante do Wing Tsuné a SIMPLICIDADE.Faz alguns anos podia estar mais o menos

de acordo. Na actualidade e quanto maisavanço na prática desta ARTE, maisconsciente sou de que essa SIMPLICIDADE ésó uma aparência. Na minha opinião, estesistema de aparência “estranha” e deposições ligeiras encerra uma dificuldade sóreservada para aqueles dispostos a percorrerum longo caminho, pessoas capazes de ver ecompreender aquela mítica frase do grandeLeonardo Da Vinci que vinha a dizer: “ASimplicidade é o máximo em Sofisticação”.Esta fantástica frase resume muito bem o

espírito que deve marcar o caminho daprática no Wing Chun e que, na minhaopinião, tem sido confundida em inúmerasocasiões.

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um dos mais importantes mestres de Wing Chun da eramoderna é certamente um claro expoente do dilema queprovoca tentar simplificar em excesso coisa que na práticao não é tanto. E p não é por essa “estranha doença decomplicar as coisas” inerente a todo homem. São poucos(muito poucos diria eu) aqueles capazes de se isolarem detodo barulho e movimento e levar a termo um processomental e técnico, independentemente de qualquer coisaque o adversário tente realizar e em qualquer cenário ousituação.É precisamente aí onde tem lugar a primeira das

batalhas.

Se definimos a estratégia global do WingTsun Kuen,iremos coincidir em que não parece demasiadamente“complicada”. Está claramente traçada pelos princípiosdo mesmo.1.- Se o Caminho está livre AVANÇA2.- Se chocas com teu inimigo, PERMANECE COLADO a

ele (não retrocedas)3.- Se a força (ou o momento de força) é superior à tua,

CEDE4.- Se teu inimigo se retira ou foge, PERSEGUE-O

Se bem acredito que poderíamos tentar explicar istoum pouco mais, inclusivamente para aquelas pessoasque não praticam habitualmente Wing Chun Kuen: 1) Permaneceremos numa posição totalmente imóvel a

olhos do inimigo (mas carregados com a força elástica)esperando que o inimigo ENTRE na nossa distância deaplicação. 2) NÃO mostraremos o mais mínimo movimento ou

tensão. Nem um só milímetro a olhos do nosso inimigo.Esperaremos como um predador espera a sua peça decaça.3) No momento em que o INIMIGO entra na nossa

distância, lançaremos na sua direcção, todo o nosso corpoprotegido com mãos e pernas, tentado fechar o espaçoentre ambos, o mais rapidamente possível. Devemosintroduzir-nos em seu movimento quando o seu ataque (outentativa) tiver começado. Quanto mais sejamos capazesde aguentar, menor capacidade de resposta terá o inimigo.4) Se no ENCONTRO com o inimigo encontramos o

caminho livre (sem obstáculos) bateremos sem parar até avitória, sem o deixar recuperar-se do nosso fluir de ataquesCONTÍNUOS.

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Se pelo contrário encontramos obstáculos, nos colaremos com braços e pernas a ele, para inibir os seusataques, desviá-los o mover-nos a um ângulo seguro, mas SEMPRE com a INTENÇÃO de nos libertarmosimediatamente das suas extremidades e passar a sua “guarda” para BATER de novo de maneira contínua efluida.E um detalhe muito importante: Quando começado, o incidente tem de ser levado até o final. Não permitir que

se possa haver várias tentativas por parte do adversário (o que acontecerá se permitirmos que se afaste erefazendo-se ataque de novo)

Como podem ver, o que para muitos parece simples… talvez o não seja tanto na prática.Na realidade, tudo se complica porque não se explica convenientemente a necessidade de separar emDUAS partes (de novo um conceito taoista) que por um lado está a ESTRATÉGIA do sistema e por outro

a TÉCNICA. A técnica permite levar a termo a estratégia. E a estratégia é possível devido à existênciadessa técnica/atributos adquiridos mediante a prática. Separados, diferentes mas complementares

(yin e yang)Acredito firmemente que a compreensão destas duas ideias separadas, à vez quecomplementares, constitui um correcto ponto de partida para o treino e acima de tudo, um

excelente objectivo que marcará o rumo da nossa prática. De novo, este conceito quenos serve como ORIGEM à vez que como FIM, nos mostra a inseparável influência

do TAOISMO no WingTsun Kuen.

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Referindo-nos à técnica… Um praticante de Wing Tsundeveria compreender que a redução ao código binário 1 e0, contém uma série de vantagens frente a outros estilos.Expliquemos brevemente este conceito: Quando um NÃO praticante do nosso estilo observa

desde fora a execução de técnicas de um mestrequalif icado, o que mais o surpreende é aVELOCIDADE à qual pode mover suas mãos emuito em especial a precisão e aparente“simplicidade” com que pode superar o outro.Acostumo a afirmar, que a velocidade de umpraticante de Wing Tsun não tem nada a ver com avelocidade genética de um praticante. De facto, ospraticantes mais rápidos acostumam a serpraticantes de mais idade (quase idosos). A raiz destavelocidade se fundamenta especialmente no NÃOPROCESSAMENTO mental das reacções e técnicas. Querdizer, o praticante, mediante o treino metódico dasreacções e técnicas no Chi Sao, consegue reduzir àmínima expressão toda resposta. No nosso universo é oBINÁRIO: 1 e 0. Quer dizer, um praticante CHOCA com umbraço do inimigo, nesse choque o praticante SENTE

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(mediante sensibilidade táctil) se há um caminho LIVRE 1,ou se pelo contrário está OCUPADO/ENCERRADO 0(zero). Uma ou outra resposta geram a reacção adquiridano treino 1 = bater avançando, 0= ficar colado àextremidade com a qual chocar.Se o adversário depois de chocar com o nosso ataque

mover a sua mão para fechar a nossa entrada, isso supõeuma abertura em outro lado. Ceder à força superior não émais que encontrar/sentir que essa porta está fechada eprocurar entrada em outra posição, de maneiraautomática, 1/0 Como podem ver, este processo se repete em todas e

cada uma das situações que no WingTsun surgem em umconfronto. A mestria se consegue quando se é capaz denotar estas coisas e NÃO PENSAR nesse processo deescolha de Zero ou Um, mas sim que seja o próprio corpoque por meio do treino realiza de maneira AUTOMÁTICA.Após toda esta complexa explicação, quem se atreve a

dizer que o Wing Chun Kuen é um estilo “SIMPLES”?Desde já, eu NÃO. Como acostuma acontecer em

infinitas ocasiões, aquilo que não compreendemos ou quenos supera por uma grande complexidade, tendemos aignorá-lo o a procurar uma simplificação do mesmo. Naminha opinião, este é o caso de muitos dos sistemaschineses. Afortunadamente (eu acredito que seja umtesoiro que influi sobre a vida das pessoas que conseguemcompreendê-lo) a filosofia Budista, Confucionista e Taoista(esta última principalmente) formam parte do ADN dosistema e não é possível conseguir o domínio da arteseparando o que é inseparável. Toda tentativa deseparação, desnaturaliza este estilo e o torna uma“caricatura” do que realmente é. Efectivamente é parecido,mas no fundo não tem muito a ver com a realidade. Porisso me permito afirmar, sem medo a enganar-me, que aSIMPLICIDADE não se encontra de entra as principaisvirtudes deste estilo. De novo, parafraseando o meuadmirado Leonardo Da Vinci: “A simplicidade é o máximoem sofisticação”Com todo o meu respeito

Sifu Salvador SánchezTAOWS Academy

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“Ser instrutor KMREDé, acima de tudo, ser um lutador”

Boxe inglês, Muay Thai, Boxe francês, Kick Boxing ou K1,são as disciplinas de base que praticam ou ensinam todosos instrutores e futuros instrutores do grupo KMRED“Kravmaga Recherche Évolution et Développement”(kravmaga Investigação Evolução e Desenvolvimento). Defacto, todos os que desejarem tornar-se professores dosistema KMRED, serão obrigados a praticar ou ter praticadoregularmente um desporto de combate. É, na nossaopinião, um constituinte essencial da construção de umbom professor de defesa pessoal.

“Receber pancadas” não é natural, assim como não éinato dar eficazmente um golpe, ou o que quer que seja, esó a prática destas disciplinas permite conseguir do futuromestre, ou do praticante, um “perfil” de lutador.É por isso que, por exemplo, Cristiano Wilmouth, Co-

Fundador do Grupo KMRED e também professor de MuayThai Boxe Thai, a cada ano vai à Tailândia, a umasacampadas de treino.Este ano, acompanhado de um instrutor já titulado, Julien

Cavalié, e de um instrutor assistente em fase de finalizar asua formação, Billy Ouahab, Cristiano Wilmouth foi a umcampo de treino de Muay Thai na Ilha de Koh Samui, aoJUN MUAY THAI. No programa, 15 dias de prática

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www.junmuaythai.com

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intensiva, de 5 horas por dia, às quais se somaram váriashoras de aulas particulares.O Muay Thai é uma disciplina muito interessante para a

defesa pessoal, porque a sua prática inclui o uso de“armas” muito diversas, como punhos, pernas e tambémferramentas muito apropriadas para o combate emdistâncias curtas, como os cotovelos e os joelhos, assimcomo técnicas de combate corpo a corpo chamadas“Clinching”, que complementam perfeitamente o arsenaldos praticantes do sistema KMRED. Ao todo, “oito armas"”mais o “corpo a corpo”, que permitem uma ampla gama decombinações de percussões e projecções.O outro aspecto muito interessante para construir um

bom mestre ou praticante de defesa pessoal e em especialno marco da formação dentro do grupo KMRED, é o factode se integrar na vida de um campo profissional de MuayThai, na própria fonte desta disciplina, que convida opraticante a superar-se cada dia física e mentalmente. Ocorpo é posto à prova todos os dias e só a força devontade, a coragem e o desejo de superar-se, permitemanter o ritmo diário dos treinos.O seminário deste ano se realizou em um acampamento

chamado “JUN MUAY THAI”, na Ilha de Koh Samui, ondeque ensinam uma dúzia de instrutores que em seu currículotêm todos, como mínimo, mais de uma centena decombates.

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www.junmuaythai.com

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Os treinos, duas vezes por dia (de 2h30 cada sessão)foram uma ocasião para Julien Cavalié e Billy Ouahabaperfeiçoarem as sua técnicas de pontapés, socos,cotoveladas e joelhadas, trabalhando sucessivamente comos sacos e os paos, assim como para levar à prática ashabilidades adquiridas durante as sessões de sparring comos treinadores do campo.Momentos inesquecíveis , de suma humi ldade e

respeito, que se inscrevem plenamente no espírito quecultiva o grupo KMRED. O combate é a essência deuma defesa pessoa l rea l is ta e quando temos aoportunidade de praticar no lugar da sua origem, uma

disciplina como o Muay Thai, só se pode crescer poresta experiência.O grupo KMRED quer agradecer especialmente a Jun,

chefe do JUN MUAY THAI e a Khru Lek, pela qualidade daformação que recebemos ao longo destas duas semanas.Agora temos a certeza que outros instrutores e futuros

instrutores kravmaga RED, viajarão a essa estrutura, nosmeses e nos anos futuros.Graças a este género de experiências, podemos estar de

acordo com o nosso lema:“Entre ser ou parecer, escolhemos… Aluno um dia, aluno

sempre…”

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www.junmuaythai.com

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Continuando em 3DCom esta finalidade, se realizam diversos exercícios para desenvolver a força, a flexibilidade, a

resistência, o equilíbrio e a velocidade e se combinam com a respiração para formar uma unidade fluida.Seus nomes, tais como por exemplo "O tigre faminto", são provenientes dos “Cinco Animais”, dos

“Cinco Elementos”, ou de outros conceitos da filosofia Shaolin Zen (Chan). O fluir constante enquanto se realizam os exercícios, leva a um distanciamento cada vez maior dos

pensamentos e preocupações da vida quotidiana e a uma melhor presença no Aqui e Agora. Isto não sóajuda à alegria da prática, como também desenvolve a habilidade do lutador para adaptar-se de umamaneira espontânea e flexível, às necessidades sempre cambiantes de qualquer situação de combate.Os exercícios longos concatenados, são particularmente efectivos.Outra característica desta antiga arte de Shaolin é a focalização holística e a tridimensionalidade dos

exercícios. Portanto, os estiramentos e exercícios de força, por regra geral se realizam de uma maneiratridimensional e em concatenamentos longos, em vez de esticar e fortalecer as diferentes partes do corpopor separado, como é hábito comum no "mundo ocidental". O exercício cíclico do "Tigre Faminto", comose pode apreciar neste artigo, mostra a conexão do concatenamentos de movimentos da parte dianteira eda traseira do corpo. A concatenação de movimentos inclui todo o corpo, da planta dos pés, através das

pernas, os glúteos e a parte baixa das costas e até o peito, a cabeça e os braços.A direcção do movimento dos exercícios, se baseia na compreensão das vias Qi do corpo,que fluem de baixo para cima, de cima para baixo, de dentro para fora, de fora para dentro, ouas vias que circulam em diagonal e as que o fazem ao longo da coluna vertebral, só por falarem umas poucas. Os interessantes estudos do Dr. Schleip, director do "Projecto deInvestigação Fascia" da Universidade de Ulm, nos permitem hoje compreender os métodos eos efeitos do treino chinês tradicional do Weng Chun, de um ponto de vista também científico.Segundo o livro "Faszien-Fitness" (ver Fascia: A Rede Tensional do corpo humano" de R.Schleip e Th W. Findley.), os quatro princípios "esticar, dobrar, estimular, sentir", representamos elementos básicos do treino fascial, que também se podem encontrar dentro do nossométodo Shaolin, onde o "estado de alerta" - quer dizer, a sensação agradável do corpodurante e depois dos exercícios - também forma parte integrante.

Poder explosivo sem esforçoUm dos objectivos do treino da potência é desenvolver o "Fajin", que é a arte de

usar as forças internas ou "interiores" do Kung Fu, para libertar a potênciaexplosiva de uma maneira fácil. Este poder do Fajin permite realizar maismovimentos com menos esforço e portanto, com uma potência e velocidade emum grau que não seria alcançável com só a utilização dos músculos. A base do

Weng Chun Kung Fu: Forte e flexível em 3D!Transformem os músculos, nervos e fascias

A transformação dos músculos e tendões (Chin. Yi Jin Jing) como"método de fitness" particular do Shaolin, forma parte integrante doWeng Chun Kung Fu. Este método holístico tem como objectivodesenvolver as diferentes habilidades do praticante de Weng Chun,para prevenir lesões durante o treino e dado o caso, para melhorar asua cura, assim como para a prevenção do esgotamento devido àintensidadedo treino prolongada durante anos.

Fotos: Andreas y Gabriela Hoffmann, Texto: Andreas Hoffmann, Christoph Fuß

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Fajin é ter acesso ao "efeito catapulta"(Dr. Schleip / Bayer) das fascias etendões do corpo, o que permite ummaior desenvolvimento desta forçaexplosiva específica.

Transformar-se em"Eterna Primavera"(Weng Chun)No momento em que o praticante se

apercebe desta transformação no seuprogresso e do que tem em sua voltana vida quotidiana, o seu caminho e osseus movimentos se tornarão maiselásticos e luminosos, a sua posiçãoserá facilmente erguida e poderá sentire viver o Weng Chun. Isto é a EternaPrimavera! Ou em palavras de umconhecido provérbio dos esti losinternos de Kung Fu: "Pratiquem echeguem a ser tão fortes como umlenhador, tão flexíveis como um bebé, etão tranquilos como um homem sábio”.

Tentem fazer dois dosnossos exercícios doWeng Chun."Forte e flexível 3D"

Grupo 1: O exercício de força doTigre faminto

Objectivo: Desenvolver osmovimentos de todo o corpo, aumentara força, o equilíbrio, a coordenação, avelocidade e a transição à terra.Cada exercício começa e termina

com a posição de a cavalo. Aprendamum exercício após outro e depoisgozem fluindo a través de todos osexercícios. Repetir de quatro a dezvezes cada exercício ou de quatro adez vezes o conjunto.

A: O bafo do tigre 1. Com ambos braços sobre a

cabeça, respirar.2. Puxar para baixo com as Garras de

Tigre - Puxar, respirar e fazer a posiçãodo cavalo:

B: Força da rotação, garra de tigre3D G:

1. Cavalo posição (Foto: Força darotação.

2. Garra do Tigre com a mão direita.3. Posição do cavalo.4. Garra do tigre mão esquerda.5. Posição do cavalo.C: 3D Equilíbrio do Grou: 1. Posição a cavalo.2. Equilíbrio, golpe de joelho.3. Equilíbrio ao derribar.4. Equilíbrio escudo de Joelho.5. Equilíbrio Sumo.6. Posição a cavalo.7. Equilíbrio Golpe de joelho (Foto

Equilíbrio6.jpg), 8. Equilíbrio ao derribar.9. Equilíbrio escudo de joelho.10. Equilíbrio Sumo.11. Posição a cavalo.D: Flexão de Garra de Tigre 1. Posição a cavalo. 2. Transição ao solo.

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3. Garra de tigre braço direito.4. Garra de tigre braço esquerdo.5. Posição Flexão.6. Flexão.7. Flexão.8. Situar-se de novo na posição do cavalo.9. Posição a cavalo.E: 3D Potência de pontapé 1. Posição a cavalo.2. Pontapé com a direita.3. Posição a cavalo.4. Pontapé com a esquerda.5. Posição a cavalo.F: 3D pontapé baixo1. Posição a cavalo.2. Girando à esquerda, transição para o

solo.3. Pontapé baixo de direita.4. Posição a cavalo.

5. Girando para a esquerda, transição para o solo.6. Pontapé baixo de esquerda.7. Posição a cavalo.Grupo 2: exercício de estiramento do Tigre FamintoMeta: "concatenamento longo", estiramento e movilização da parte da frente e da

traseira do corpo, da coluna vertebral, ter a percepção da tridimensionalidade docorpo: Parte inferior, média e superior; sentindo, na posição do Dragão Montando, oaumento de potência, coordenação, equilíbrio e resistência do corpo.

A: Ciclo 1 em pé 1. Foto Estiramento.2. Foto Estiramento.3. Foto Estiramento.4. Estiramento.

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5. Estiramento.6. Estiramento.7. Estiramento.B: Ciclo 2 transição no solo 1. Estiramento do tigre.2. Estiramento do tigre.3. Estiramento do tigre.4. Estiramento do tigre.5. Estiramento do tigre.6. Estiramento do tigre.C: Repetir o ciclo 1 em péD: Ciclo 2 Transição – deixar a perna

diante 1. Estiramento do tigre.2. Estiramento do tigre.3. Estiramento do tigre.4. Estiramento do tigre .5. Estiramento do tigre.6. Estiramento do tigre.E: Repetir o ciclo 1, em pé Andreas Hoffmann aprendeu os

movimentos marciais internos e curativos, faz40 anos em Hong Kong e na China, nas suasviagens de estudo, que o levaram aostemplos de Shaolin do Norte e do Sul.Estudou com o legendário Grão Mestre doWeng Chun, Wai Yan e com a lenda do estilodo Dragão, Lam Wun Quon e o Grão Mestredo Hung Gar, Chiu Chi Ling e muitos outrosmestres chineses. Também aprendeu asArtes Marciais Internas Taoistas da família Fu;Ginástica Natural com seu fundador ÁlvaroRomano e com Rickson Gracie, nos EstadosUnidos, assim como "expressão corporal"com Jean Bouffort. O Mestre Hoffmannreside e ensina em Bamberg, Alemanha eviaja por todo o Mundo para ensinar.

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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POLICE TRAINING ROS. REAL OPERATIONAL SYSTEMCapitão Jacques Levinet

O ROS se baseia em quatro elementos instalados pelo capitão Jacques Levinet:• O Tonfa de intervenção da Polícia • O palo telescópico da Polícia • O Self Pro Krav Polícia (SPK)• Os Gestos e Técnicas de Intervenção Policial (GTPI)

A originalidade do método é devida à utilização complementar das técnicas de defesa pessoal a mãos nuasdo SPK, adaptadas aos GTPI, com o uso de pistola, algemas, apalpação de segurança, trabalho em equipae outros meios coercitivos.Para isso lhes ensinam técnicas de condução, coação, derribamento, levar ao chão, neutralização,

levantar, saída de veículo, apalpação de segurança, algemar em diferentes posições, associadascom saída de um meio hostil, de dia e de noite, em um meio aberto e em um fechado, com oequipamento, com evacuação ou protecção.O “REAL OPERATIONAL SYSTEM” aposta pela eficiência e evita tudo quanto é inútil,

respeitando a auto-defesa e a legislação acerca das armas de fogo dos países onde seaplica a formação ROSAs titulações de POLICE ROS são umas qualificações profissionais controladas e

expedidas exclusivamente pelo capitão Jacques Levinet, fundador da Disciplina.ROS é uma marca comercial registada pela Academia Jacques Levinet no INPI

(Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Se ensina só à polícia e a algunsprofissionais da segurança.

O ROS é um método de intervenção formidável, criado pelo Capitão JacquesLevinet, Cinturão Negro 10ºDan Police ROS, para as unidades gerais e as especiaisda Polícia e alguns profissionais da segurança. Unidades especiais de intervenção,tais como ERIS na França, algumas unidades do exército e outros grupos deintervenção, como os Spetsnaz russos ou o GAD argentino, já receberam umaformação em Police Training ROS, com o especialista francês. Uns projectos deformação ROS para a Polícia de Qatar e as forças de segurança no Vietname, estãosendo preparadas.

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“Passar de grauconsta de uma provatécnica e uma prova de

intervenção emsituação”

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UM MÉTODO COMPLETO E EVOLUTIVO• O Tonfa ROS se desfaz de

técnicas impossíveis e longe darealidade, como o agarre da mãoarmada de um agressor. O bloqueioe a resposta devem ser simultâneos.Para aderir-se à realidad, os treinosse realizam frequentemente no chãoduro, sem material de espuma. Asencenações são programadasdurante o treino.• O Bastão ROS desenvolve

novos agarres com o pau dobrado edesdobrado e uma utilização do paucurto como um yawara, graças auma ponta cónica no calcanhar.Estas técnicas operacionaisoferecem meios de pressão,respostas visando determinadosalvos ou chaves para um trabalhoem um espaço mais reduzido, comonuma protecção pessoal.

• O SELF PRO KRAV POLICEPara um oficial de Polícia, o

objectivo procurado é saberdefender-se com seu equipamentopessoal, com o cinto e todas asarmas no cinto. O objectivo éfinalizar a intervenção, com ou semuma arma, graças a umas chavesoperacionais, para dominar e levaruma pessoa. Todos os gestos daPolícia se aprendem através do ROS

(algemar, evacuação, protecção,planeamento da acção e daintervenção). O propósito do SPKPolice é o profissionalismo. Todos osataques são tidos em consideração,do nunchaku ao bate, passando pelafaca ou a espada, em todos osmeios, abertos ou fechados, decarro ou em frente de uma multidãoou um grupo hostil.

FORMAÇÃO EAFILIAÇÃO DO POLÍCIA ROS• Curso técnico - Com a aquisição

de graus desde cinto amarelo a cintonegro e depois a Dan ROS (do 1º ao10º Dan). Os cintos não se usamporque os alunos treinam deuniforme com o cinto completo.• Passar de graus consiste numa

prova técnica e uma prova deintervenção em situação.• Os Dan ROS (10 ao todo) se

entregam com a maior seriedade,respeitando o tempo entre os graus,por uma comissão internacional degraus. Todos os exames se fazemperante um jurado de profissionais.Os graus estão representados porbarras no ombro.• Cursos de Instrutor – Através da

formação inicial e contínua deinstrutor, instrutor chefe e versadoROS, a Academia entrega estascertidões de formação profissionalpara seu registo como organização deformação, no Ministério do Trabalho,na França. As provas do exame deinstrutor constam de provas técnicas,escritas e pedagógicas. A AcademiaJacques Levinet tem muito emconsideração a capacidade doscandidatos e se nega a dar certidõesde conveniência, para não afectar asua credibilidade. Se exigemoralidade para os instrutores deROS, que cumpram um compromissode honra e um código de deontologia.Por todas estas razões, os graus ROSsão muito procurados.

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• Formação inicial e contínua deunidades da Polícia.• Polícias municipais, penitenciários,

forças de segurança podem receberuma formação inicial ROS, para adquiriruma Certidão de Aptidão Técnica ouCAT, que lhes permite portar e utilizar atonfa ou o bastão extensível, comlicença de seus superiores.• Uma formação contínua pode ser

programada para manter a formaçãoinicial e aperfeiçoar as forças desegurança em situação de intervenção.• Cursos de afiliação - Os instrutores

e treinadores de diferentes estilos eunidades, podem tornar-se membrosda Federação Internacional AJL eatravés desta, do ROS, da InternationalPolice Confederation (IPC) para oreconhecimento do seu sistema epossivelmente do seu grau. Um sistemade homologação foi criado parareconhecer os graus e as qualificaçõesde instrutor, apresentando adocumentação justif icativaproporcionada. Umas representaçõesse estabelecem como DTN (DirectorTécnico Nacional), DTR (DirectorTécnico Regional) e DTD (DirectorTécnico Departamental) em toda aFrança e no estrangeiro.

INTERNATIONAL POLICECONFEDERATION (IPC)

Esta organização, que é um ramal daAcademia Jacques Levinet (AJL),constitui um contacto entre diferentespolícias e unidades, para o intercâmbiode práticas policiais técnicas eoperacionais, da cooperação, e daexperiência entre os membros dasforças de segurança, os especialistas eas organizações do mundo inteiro. Umintercâmbio de membros se realizaentre a AJL e a IPC.

UMA ACADEMIA INTERNACIONAL DE TREINO DA POLÍCIAO “Police Training ROS” pretende

uma forte profissionalização das forçasde ordem e a uma selecção dosformadores no âmbito da intervenção,com um reconhecimento internacional.Através da Academia Jacques Levinet eda International Police Confederation, oROS está representado em unscinquenta lugares no mundo.O ROS é uma nova maneira para que

os polícias, gendarmes, de alfândegas,prisões e agências de segurança,possam cumprir melhor a sua missão,de maneira operativa, comprofissionalismo, deontologia e moral.

ACADEMIA DE “POLICETRAINING ROS (AJL)”“INTERNATIONAL POLICECONFEDERATION (IPC)”Telefone: +33 (0) 467 075 044E-mail AJL:[email protected] Web:www.policetrainingros.comE-mail IPC:contact@international-pol ice-

confederation.comSitio Web:w w w . i n t e r n a t i o n a l - p o l i c e -

confederation.com

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“A originalidade dométodo se deve à

utilização complementarde técnicas

de defesa pessoal amãos nuas do SPK,adaptadas aos GTPI,com o uso da pistola,

as algemas, apalpação de segurança,trabalho em equipa e

outros meioscoercitivos”

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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National Technical Dire Instructor Body

Mail - benguyen707@Website - http://www.

National Technical Director TUNISIA Instructor Black belt 4thDan Taekwondo National Trainer

Mail: [email protected]

Tel. - +216.252.536.30

Regional Technical Director ALGERALGERIE - Instructor 1th Degree Self

Defense - Instructor Tonfa Mail: [email protected]

Tel. +213.662.208.857

National Technical Director ALGERIAInstructor Black belt 4th Dan Jiu Jutsu

CN. 3th Dan Taï JutsuMail - [email protected] Tel. - +212.774.509.241

National Technical Director PORTUGAL - Instructor Black belt

4th Dan Kempo - 1er Dan Self Pro KravMail - [email protected]

Website -http://www.kiryukenpo.com

National Technical Director BELGIUMBlack belt 5th Dan AikijutsuMail - [email protected]

Tel. - +32.494.773.812

National Technical Director QATAR -Instructor Black belt 5th Dan Karate

CN. 4th Dan AikidoMail - [email protected]

Website - http://www.karimdizaj.com

Nat Instruc 1er Da

M Web

National Technical Director MAURITIUS ISLAND

Instructor National Trainer MMMail - [email protected]

Tel. - +230.578.142.27

Regional Technical Director SETUBAL(PORTUGAL) -

Instructor Black belt 1er Dan Kravmaga -Mail - [email protected]

Tel. +351.967.272.706

National Technical Director SRI LANKA

Instructor Black belt 7th Dan Toreikan US- CN. 4th Dan Kick BoxingMail - [email protected]

Website - http://www.karimdizaj.com

National Technical Director SWIZERLAND Assistant Self Pro Krav

Mail - [email protected] Website:

http://clubspkdouvaine.e-monsite.com

Page 91: Cinturao Negro Revista Portugues 284 Março parte 2 2015

National Technical Director ARGENTINA- Instructor Black belt 5th Dan Karate 1er Dan Self Pro Krav and Police ROS

Mail - [email protected]: http://www.defperpolicial.com.ar

ector VIETNAM - yguard

@yahoo.com.vn cibpf-asie.com

Regional Technical Director LOSANGELES (USA) - Instructor CN. 1thDan Kravmaga and Self Pro Krav

Mail: [email protected] Web:

http://www.academielevinet.com

National Technical Director LUXEMBOURG -Instructor Black belt 1er Dan Self Pro Krav -

CN. 1er Dan Cane DefenseMail - [email protected]

Website - http://www.selfdefense.lu

Regional Technical DirectorADRAR ALGERIE Assistant Self Pro Krav

Mail [email protected]

Tel. +213 7 81 31 15 95

ional Technical Director SPAIN -ctor Black belt 4th Dan Kempo -

an Self Pro Krav and Police ROSMail - [email protected] - http://www.davidbuisan.es

National Technical Director AUSTRIA and BULGARIA

Instructor Black belt 1er Dan SelfPro Krav - CN. 1er Dan Police ROS

Mail - [email protected]: http://bsa-security.com

Regional Technical Director TIZIOUZOU ALGERIE

Instructor Black belt 2th Dan JuJutsu - CN. 2th Dan Hapkijutsu -

Mail : [email protected] Tel. +213.790.499.645

Regional Technical Director CATALUÑA(SPAIN) - Instructor Black belt 6th Dan Karate

CN. 4th Dan Full ContactMail - [email protected]

Tel. +34.938.662.173

Regional Technical Director ANTI-LLES - Assistant Self Pro Krav -

Mail - [email protected] Tel. 06.90.56.90.24

National Director PAKISTAN -Assistant Self Pro Krav

Mail - [email protected]:

http://www.musammam.com/represen-tative.php

National Technical Director RUSSIA -Instructor Black belt 1er Dan Self Pro Krav

Mail - [email protected]. - +792.486.156.79

National Technical Director CHILEand PATAGONIA - Instructor Black belt

2th Dan Kravmaga & Muay ThaiMail - [email protected]

Tel. - +54 0299 155069075

r

MA om

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Savate

A Arte de Combatefrancês por excelência,

o Savate, apresentado porum dos seus paladinos

internacionais maisrespeitados.

Um dos vídeos que tratadeste estilo,

foi apresentado por Fred Rado. Héis aqui um

bom recordatório dahistória e das

características dosistema.

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Tão longe… quanto as tuaspernas te levem!Embora seja certo que no Savate se usam

punhos e pernas, para a maioria dos praticantesde outros estilos, é o uso das segundas o quesempre leva às maiores adesões e admiração.Tanto como desporto de combate, como pela suavertente deautodefesa, o Savate proporciona aos

seus praticantes uma grande habilidade no usodas extremidades inferiores e, como

consequência, um enorme sentido de equilíbrio. A habilidade de reagir na longa distância eprovocar o adversário, fazem deste

sistema um jogo contínuo de enganose antecipação. Fintar com as pernas

é uma autêntica arte quandoobservada num bom lutador de Savate;

evitar, parar e, naturalmente, bater com durezaem vários pontos, para seguidamente receber umalonga série de golpes de punho que caem sobre tilogo que se fecha a distância.

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Savate

“A execução das técnicas de Savate estáprecisamente referenciada,

o que permite reconhecer o estilo à primeira vista”

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Um estilo de cavalheiros… sem dúvida,mas que não desprezaram os malandrosnas suas lutas de rua, incorporando noseu arsenal técnicas cada vez maiseficazes e letais.

O Savate, por excelência a Arte decombate tradicional francesa, realmentecomeçou a ser conhecido fora da Françahá apenas umas décadas. Um estiloelegante onde as pernas adquirem umaimportância essencial, tanto em ataquecomo em defesa, o Savate continua aser um estilo com personalidade própria,mas que ainda não encontrou o lugarque merece no mundo Marcial.

Este mês, pela mão deste versadoprofessor francês, um apaixonado pelo

Savate e o Free Fight, trazemos para osnossos leitores um trabalho que osaproximará dos conceitos, história esegredos desta fórmula espectacular deautodefesa.

uando falamos em Savate, as primeirasimagens que nos vêm à cabeça diferemmuito, consoante as pessoas e ospaíses a que nos dirigimos. Para alguns,onome faz lembrar “Les Brigades duTigre” (As Brigas do Tigre), uma série de

televisão dos anos 70, emitida nas cadeias francesas,onde podíamos veruns polícias de começos do séculoXX, com uns bigodes que nem corrente de bicicleta…,que treinavam com mallots e casaca, para adquirir astécnicas do novo desporto na moda. Para outros,trata-se de um desporto de combate tremendamente

Artes Tradicionais

Q

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eficaz e espectacular, sábia misturade fluidez, elegância eeficácia.O Savate é um desporto

polifacetado, tanto a nível da imagemque projecta como da essência que oconstitui. Fora do Hexágono, oSavate é mais conhecido como Boxefrancês, o “French Footfighting” paraos que falam Inglês. O nome Savatevem do calão, onde designa um velhosapato. A particularidade de seuspraticantes era e continua a ser o usodo sapato como temível arma debatimento. Trata-se do único sistemade combate a utilizar as percussõesde mãos e pés, cujas origens sãoeuropeias, visto que a maioria dosrestantes estilos vem da Ásia ou dosEstados Unidos.Mas voltemos aos começos do

Savate, para conhecermos um poucoda sua história. As suas origens vêmdo século XVIII. No sul da França, osmarujos uti l izavam-no como ummétodo de combate baseado empontapés. Como treinavam nosbarcos durante o seu tempo livre,apoiavam as mãos no chão paraestabil izar o seu equil íbrio,aproveitavando para lançar unsataques de pernas. Este sistemachamava-se “le chausson” (asapatilha), referindo-se aos sapatosque antigamente usavam osmarinheiros quando navegavam.

No norte da França, outro sistemade combate sugiu: o Savate. Tratava-se de uma mistura de técnicas quepermitiam os golpes de pernas emãos. As técnicas de pontapés eramutilizadas sem ter a possibilidade deapoiar as mãos no chão. Os golpescom as mãos eram palmadas que sefaziam de mãos abertas (semutilização de luva) e chamavam-s.Naquele tempo, os confrontos

multidisciplinares eram muitofrequentes. Eram desafios onde cadaum dos combatentes representava oseu estilo de combate, o melhor e omais eficaz para ele. É surpreendenteconstatar que naquela época ocombate l ivre vivia dias fel izes.Apesar dos Pride o osUltimate Fighting pareceremhoje coisa nova, não osã oabsolutamente. Trata-se só daexplosão mediática destesúltimos anos, que tem levadoestas competições aoconhecimento do grandepúblico… Mas isto é outroassunto!Depois de, num destes

confrontos multidisciplinares,o defensor do Savate ter tidouns problemas frente a umboxador inglês, descobriu aseu próprio custo a temíveleficácia da uti l ização dos

Savate

“O nomeSavate vem

do calão, onde designa

um velhosapato. ”

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“No norte daFrança, outro

sistema decombate sugiu:

o Savate. Tratava-se de uma

mistura detécnicas quepermitiam os

golpes de pernas e mãos”

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socos num combate, e decidiu estudar aquele sistema chamadoBoxe inglês. Uma vez já assimiladas as técnicas, resolveu adicionaros golpes com o punho fechado às técnicas utilizadas em Savate;deu aos principiantesu ma lubas de Boxe e criou o Boxe francês. Já naquela época, Paris tinha grandes problemas de delinquência

e de insegurança. Este método rapidamente se tornou muito popular,tanto como método de defesa pessoal como para manter uma boacondição física. Surgiram então numerosas salas de Savate.Paralelamente ao Boxe francês, que é um sistema de combate com

as mãos nuas, nas academias estudavam-se dois outros métodosutilizando como armas a bengala e o pau. A bengala é umsistema de combate de defesa pessoal, baseado nautilização de uma bengala de passeio. Naquelaépoca, tratava-se de um artigo de moda, sinalde distinção social e muito utilizado. A suamanipulação fazia-se com uma só mão, aocontrário do pau, mais comprido e maisgrosso, que era manipuladocom duas mãos.Joseph Charlemont é

conhecido como o pai espiritualdo Savate, visto ter sido oprimeiro a escrever e codificaras técnicas utilizadas, em1877. O Savate fez-se cada

vez mais popular etambém conhecido nosmeios da aristocracia,que nele encontravaum meio elegante eeficaz de lutar contrabandidos e malfeitores.A popularidade doSavate não deixou de crescer até aos inícios do século XX, alturaem que se calculava existir mais de 100.000 praticantes. Noscomeços da primeira guerra mundial, a disciplina da maioria deseusmembros foi prioritária e o Savate caiu no esquecimento. Seria preciso

Savate

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esperar pelos começos dos anos 60,para querenascesse de suas cinzas. Actualmente, 27nações estão representadas na FederaçãoInternacional de Savate (FIS) e o número depraticantes aumenta sem cessar, fora dasfronteiras do hexágono.O Savate de competição pode ser praticado

de duas maneiras muito diferentes, segundo adiferente especialidade dos praticantes(denominados tiradores), mas muitofrequentemente se complementam: o assalto eo combate. Em assalto, a força dos golpes está excluída e

a potência de todos os toques deve ser

controlada. O sistema de pontuação dos juízes-árbitros considera a execução e a escolha dastécnicas utilizadas, assim como o número detoques efectivos.Em combate, a busca da eficácia faz-se

através da utilização de golpes com plenapotência. Neste tipo de competição, os árbitrosconsideram critérios tais como a eficácia dostoques, o seu número e a estratégia utilizadapor cada um dos combatentes.A execução das técnicas de Savate está

precisamente referenciada, o que permitereconhecer o estilo à primeira vista. O trajeintegral que usam os tiradores, uma espécie de

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macaco, é de uma só peça quecobre as pernas e o torso.Geralmente em lycra, o feitio e osmateriais uti l izados na suaconfecção podem variar.Em Savate, as técnicas de punho

são as mesmas que as utilizadasem Boxe inglês, e os batimentossão dados no torso ena cabeça.Para as técnicas de pés, os toquesdevem ser exclusivamente feitoscom o sapato, seja com a parte decima, a ponta, ou com a sola,conforme as técnicas utilizadas. Osalvos utilizados encontram-se atrês níveis: baixo, a nível daspernas; médio, a nível do torso; ealto, a nível da cara. A utilização do sapato para os

ataques de perna permite, caso setenha uma boa posição de guarda,ter uma só distância para atacar comos punhos e os pés. Isto permiteganhar tempo sobre osdeslocamentos e torna a práticamuito mais rápida. Além disso, autilização do sapato permite ter umaarma muito mais fina e precisa quese se utilizar só o pé nú ou a tíbia.A arte do Savate consiste também

num jogo de equilíbrio, de finta e dedeslocamento para encontrar o errona guarda do adversário. Oarmamento obrigatório da maioriados pontapés, permite efectuarvárias técnicas com a mesma perna,sem a pousar no chão. Isto dá aoSavate a sua rapidez de execuçãotão característica. Embora sejaverdade que o facto de armar osgolpes dá uma impressão de fluideze ligeireza, numerosos detractores doSavate mudaram de opinião apósterem experimentado uma ponta dechicote ao plexo solar ou o calcanharde um “chassé d'arrêt”.Para acelerar o desenvolvimento

do Savate a um nívelinternacional ,o termo “Boxefrancês” tem sido relegado paraum segundo plano, para evitar

uma conotação considerada poralguns como demasiadamentechauvinista. Dentro da Federaçãodo Savate, várias disciplinas irmãsse desenvolveram. Além dabengala e do pau queanter iormente assinalámos,existem duas outras disciplinas: oSavate forma e o Savate defesa.O Savate forma é uma disciplinaque permite efectuar técnicas deSavate sincronizadas ao ritmo deumamúsica, sem confrontonemcontacto. O Savate defesavaibuscar o espírito original doSavate de defesa pessoal. Alémdas técnicas do Savatetradicional , ut i l iza numerosastécnicas proibidas em Savate,para seu uso em defesa pessoal.Armas brancas tais como o pautelescópico e/ou a tonfa,pertencem também aestadisciplina e o seu manejo étambém ensinado.

Ao longo da sua história, desde asua criação até aos nossos dias, oSavate tem sabido evoluir,preservando o selo das suasorigens e a sua identidade distinta.Permite que um público variado, dequalquer sexo e idade, possaencontrar dentro de uma mesmaprática umas virtudes muitodiferentes. Há quem venha para oSavate pelas suas qualidades paramanter um bom físico, por ser umbom exercício cardiovascular,associado a um fortalecimentomuscular e um trabalhodeflexibilidade. Outros estarão maisinteressados no seu aspecto decompetição em duelo com oassalto e/ou o combate. E porúltimo, aqueles que vêm para oSavate pelo seu aspecto de defesapessoal, continuamenteactualizado, entre outros, com arecente chegada da bengalatelescópica e da tonfa.

Savate

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As Artes Marciais Europeia

Que arma se não a espadarepresenta melhor a cavalaria militareuropeia da Idade Média?

A Espada medieval é uminstrumento pesado, realizado paracombater a maioria das vezes comarmadura. As suas dimensões e pesoobrigam os praticantes a realizaremuma síntese de movimentos queconstituem um perfeito exercíciopara resumir o essencial, de maneiraprática. Os movimentos e adornosque outras armas permitem, estãoproibidos nesta, no entanto, o poderdo seu golpe é incomparável e letal.

Na sua impagável recuperação dasnossas tradições guerreiras, o grupo

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A Espada“O caminho da espada é

um Caminho nobre eleal, percorrido nos

quatro pontos cardinaisdesde os tempos do

fogo e ferro, pelos homens de armas,

os guerreiros guiadospelo espírito da

Cavalaria e a honra quedesde sempre os

caracteriza”

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O Poder da Espada "E quando lhe derem a espada, terão que a

desembainhar e entregar-lha na mão direita,fazendo com que jure estas três coisas. Em

primeiro lugar, que se for necessário não vacilaráem morrer pela sua Lei. Em segundo pelo seu

Senhor natural. Em terceiro lugar, pela sua terra".

Afonso X "O Sábio" -

italiano "Nova Scrimia" não quis deixarpassar a ocasião de realizar um completoestudo prático desta arma. Como sempre,as suas fontes são especialmente ricas:Textos clássicos italianos (e de outrospaíses europeus) alimentaram o seuconhecimento, mas como eles mesmosafirmam, entretanto, nada seriam semuma prática intensa e apaixonada.

Este trabalho teve, como é habitualneste grupo, o seu reflexo num vídeo deinstrução que, sem dúvida, é um tesoirodocumental e também uma obra Marcialnotável, plena de metodologia e aplicaçõespráticas sumamente interessantes.

Com um generoso surrão cheio demateriais, viajaram da Itália até aosnossos estúdios, para partilhar com osnossos amáveis leitores os seus estudos epráticas.

Uma experiência da qual todos naredacção desfrutamos sempre, devido àpersonalidade, inteligência e bom humordeste grupo de nobres cavaleiros italianos.E digo nobres, que o são, não pelo seu altoberço, mas pelo seu trabalho; é que a suaé uma dessas tarefas que dão nobreza,pois, o que pode fazer-nos mais nobresque recuperar o melhor dos nossosantepassados e actualizar o valor dassuas tradições?

Aqueles que já conhecem os seusanteriores trabalhos poderão desfrutar,de novo, desta novidade. Para aqueles queainda o não tenham feito… recomendo queo saboreiem.

Alfredo Tucci

Artes Tradicionais

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Artes Tradicionais

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LAS SIETE PARTIDAS Espada de duas mãos

Se a katana é o símbolo do Samurai, oguerreiro oriental por excelência, a espadamedieval denominada "mandoble" é osímbolo do Cavaleiro, o guerreiro ocidentalpor definição. Como a katana, a espada de"duas mãos" é ao mesmo tempo arma einstrumento, meio e Caminho. É impossívelprescindir destes valores, porque a vida daespada está unida de maneira indissolúvelà ética e a sua utilização prática só éadmitida como expressão de justiça enobreza de intenções. Mas, o que é a espada “de duas mãos”? A espada medieval que leva este nome

(os Mestres de Scrimia também adenominam espada per doi mane), é aarma branca que durante dois séculos, de1300 até finais do século XV, foi em quasetoda a Europa o símbolo mais aristocrata eautêntico do cavaleiro. À diferença daespada de "uma mão", utilizada pelasmilícias de cidadãos, a espada de duasmãos ou mandoble, uti l izada pelosaristocratas e os cavaleiros, tinha uma pegamuito grande, um guardamão mais largo euma folha um pouco mais comprida,geralmente com secção romboidal. Essa emuitas outras específicas característicastécnicas e de construção, faziam damandoble a arma ideal que os cavaleirosusavam contra os soldados de infantaria.Quando apeado do seu cavalo, o homemde armas ainda podia contar com a mesmaespada, empunhando-a com duas mãos,devido à maior longitude da pega (daqui onome mandoble). Utilizava-se para lutartanto na escaramuça no campo de batalha,como na sbara, o lugar fechado onde serealizavam os duelos. A esta espada, os Mestres de Scrimia

deram o adjectivo "Real", atribuindo-lhe osvalores mais altos de nobreza de intenções,justiça terrena e humana temperança.Nesta espada, os Mestres da Idade Médiaconcentraram todo o seu saver (saber)marcial, as mais ocultas práticas do zogar(jogar). As duas Artes fundamentais "Abracar" e

"daga a daga" que o nobre homem de

“A espada medieval queleva este nome

(os Mestres de Scrimiatambém a denominamespada per doi mane), é a arma branca quedurante dois séculos,

de 1300 até finais do século XV,

foi em quase toda aEuropa o símbolo maisaristocrata e autêntico

do cavaleiro”

As Artes Marciais Europeia

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armas e o Cavaleiro t inham que estudar econhecer, fusionavam-se na terceira Arte tornando-se uma, a da espada de duas mãos. O Caminhomarcial t raçado pelos Mestres de Scr imia,identificava nesta espada o elemento da catarse, ocentro da arte, anel de conjunção entre as maisduras e desapiedadas leis do combate mortal e assublimes aspirações espirituais que animavam ohomem de armas. Este Caminho antigo e nobre, éum percurso de compreensão guerreira, que aindahoje em dia guarda o valor vital da sua nobreintenção. Esta espada ainda é mestra deconhecimento, guardiã dos segredos da arte, cofrede saber marcial . Os séculos passados nãoprejudicaram o seu poder, não debilitaram as suasforças. O que era, é; o que é, fica.

Espada real

Da espada mandoble conhece-se muitas coisas.Sendo o centro do interesse de muitos grupos deComemoração Histórica distribuídos por todo omundo, a espada medieval é estudada com paixão eempenho, tanto para simular espectaculares duelos,como para um estudo histórico-cultural. Hoje em dia,o fenómeno tem proporções cada vez maisimportantes; muitos construtores e alguns artesãoshábeis fabricam espadas medievais de vários feitiose tipos. Em alguns casos podemos ver maravilhosascópias, fiéis reproduções de exemplares originaisguardados nos Museus. As réplicas mais ou menoscomerciais utilizam-se além de nos grupos antesditos, também em muitos filmes épicos, históricos,fantásticos e de acção.De facto, esta nobre espada exerce um indiscutível

poder de sugestão; graças a ela se realizam cenascom coreografias de duelos de grande intensidadedinâmica e notável efeito cinematográfico. Noentanto, tudo isso não deve fazer-nos esquecer quea arte da espada é, desde as suas origens, umadisciplina marcial, uma arte de combate. Nela vive ese perpetua o símbolo da cavalaria e a honra, umCaminho marcial que também hoje em dia se podepraticar, porque ainda agora, as Artes Marciais têmum papel preciso e decisivo na história e na evoluçãodo homem. Apesar de esta incerta sociedade rejeitar o símbolo

da espada, ainda necessita dos guerreiros e do seuespírito, precisa dos valores e dessa ética que éfonte de virtudes, consciência e inspiração de todosos homens que vivem hoje e dos que viveram emcada época. Por isso, sem duvida alguma, resolvemos que era

chegado o momento de fazer o que se devia defazer. Durante demasiado tempo, a técnica daespada esteve oculta, escondida do saberparti lhado. Durante demasiado tempo estevedepositado o véu do esquecimento sobre a antigaArte de Scrimia. Apesar disso, a Arte, com a suaforça arcana, continuou viva, à espera do seu tempo.Agora esse tempo chegou.

Artes Tradicionais

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As Artes Marciais Europeia

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O Vídeo

"A experiência é conhecimento dos detalhes, enquanto que a arte é conhecimento do universal".

Aristóteles 384-322 a.C. A METAFÍSICA

Porque motivo um vídeo sobre esta espada?

Embora actualmente se façam muitas actividades com a espada medieval, muitopouco tem sido mostrado sobre a sua técnica aplicada. De facto, a ciência da Scrimianão diz respeito ao conhecimento isolado de alguns movimentos e técnicas. Essegénero de conhecimento não nos pode levar a sítio algum, a menos que o queprocuremos não seja um bonito traje medieval, uns golpes executados com forçacontra a espada do oponente, para fazer ruído, brilhantes pedaços de armadura eumas quantas faíscas. O conhecimento do que estamos a falar é diferente. Éconhecimento e consciência de agir a nível marcial, é todo o conjunto deinformações precisas, guardadas e transmitidas de geração para geração. O queapresentamos neste vídeo são os códigos (os Mestres denominam-nos ciênciaantiga, o saver - o saber) que permitem experimentar e aprender os"fundamentos" da arte, como eram e ainda são. De facto, a Scrimia deespada ensinada e codificada pelos Mestres de armas italianos,baseia-se numa série de conhecimentos, conceitos eprincípios antigos. Nada é casual, a acção, o desfeitear eo seu contra-desfeitear estão governados por leis esoluções estratégico-tácticas determinadas. A Scrimianão se inventa nem se improvisa; a arte da espada éciência de combate, lei de Esgrima. Por isso,quando decidimos gravar o vídeo, o nossoobjectivo já estava decidido: proporcionar a quemo visse – e soubesse ver – as chaves para abrir aporta desta arte. Quisemos que todos pudessemdispor do necessário conhecimento, para que omundo todo possa avaliar a arte da espada eexperimentar os seus fundamentos. Há um lugar melhor que a BUDO para realizar

este vídeo? Aqui é o lugar onde se juntam os guerreiros de

cada latitude, de cada continente, para discutire partilhar sinceramente o conhecimento dasArtes. Não podíamos encontrar melhor lugar.Não podíamos encontrar um público maisadequado para nos julgar.E o que irão ver neste vídeo? A descrição da estrutura com três níveis

da Scrimia de espada, os termos maisantigos explicados e demonstrados, osistema de guardas e posições, osgolpes de canto e ponta, o modelo dedefesa com a arma; aulas sobre autilização dos passos de ataque edefesa e dos três movimentos derotação sobre o círculo (rotare), comuma breve moresca de espadassobre o círculo. Uma aula visa as três cenas (os

lugares do saver). As três cenas sãoum dos aspectos mais intrigantes eocultos da Scrimia. As aplicaçõesestratégico-tácticas (saver cum suamalitia) das cenas, são a pedraangular do poder do scarmitor(quem pratica Scrimia).

Artes Tradicionais

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As Artes Marciais Europeia

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Artes Tradicionais

Depois são apresentadas em detalhe as seiscontraposições do jogo largo (zogo largo),desenvolvidas com base nas quatro eventualidadestemporais. Dezenas de acções técnicas de espadasão mostradas em câmara lenta, para que o estudanteanalise e compreenda cada detalhe técnico. Alémdisto, cada contraposição é explicada através de umatabela técnica, que mostra quatro secções e assequências utilizadas. Para quem realmente quiser, narealidade há muito para descobrir e experimentar. Novídeo também mostramos umas breves sequências deprovas de corte. Temos a certeza de que o conteúdodeste vídeo poderá ser muito útil para os que praticamas Artes Marciais, para desenvolver novos recursos ehabil idades. Sem dúvida alguma, estas sãopossibilidades específicas. Agora é a tua vez.

O Caminho da Espada

"E quando tiver jurado, dever-se-á dar-lhe o colar,para recordar estas três coisas, dizendo que Deus o

conduzirá à sua própria tarefa e lhe permitirá cumprir oque acaba de prometer. E depois tem que se lhe dar

um beijo, em sinal da paz e da irmandade que se deverespeitar entre cavaleiros".

Afonso X O Sábio - LAS SIETE PARTIDAS

O caminho da espada é um Caminho nobre e leal,percorrido nos quatro pontos cardinais desde ostempos do fogo e ferro, pelos homens de armas, osguerreiros guiados pelo espírito da Cavalaria e a honraque desde sempre os caracteriza.

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Este mês, o Grão MestreTaejoon Lee e seu

representante na Europa,Marco Mattiucci,

compartilham com todos nós,duas séries técnicas de Hwa

Rang Do, mostrando aversatilidade deste estilo comprofundas raizes na tradiçãoCoreana, à vez que soluções

de combate muitointeressantes.

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Hwa Rang Do® Yong TooGi (Continuous Sparring)MISSÃO: DECLARAÇÃODA MISSÃO DAASSOCIAÇÃO MUNDIALDO HWA RANG DO®

Um legado de lealdade, de Procuraincansável da Verdade, deFortalecimento de vidas, de Serviço àhumanidade.

O Hwa Rang Do® Yong Too Gi é uma

das aplicações desportivas do HwaRang Do®. É só para estudantesmarciais com experiência (com pelomenos 3 anos de prática, com o CintoPreto ou de alguma cor.

Não se permite o contacto total e énecessário usar protecções especiais desparring. Se podem usar pontapés,socos, palmadas, golpes de mão aberta,derribamentos e agarres comuns. Ocombate é sem parada, por pontos e épossível lutar no solo. Não se permitebater no solo, só as técnicas de agarre.

Também se permitem as submissões.Mais detalhes em s próximos artigos. As sequências das fotografias

mostram algumas aplicações práticas.

Acerca do Autor: Instrutor Chefe de Hwa Rang Do®, o

Tenente Coronel da Polícia Militar Italiana(Carabinieri) e Engenheiro, MarcoMattiucci é o chefe do ramal italiano daAssociação Mundial de Hwa Rang Do®e um dos principais discípulos do GrãoMestre Taejoon Lee.