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Cinturao Negro Revista Portugues 297 Outubro parte 1 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 297 - Outubro - Parte 1. Ano XXIV

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unca gostei das Matemáticas. Suponho euque gostamos das coisas que dominamoscom mais facilidade, aquelas que nospotenciam em crianças, mas principalmentedaquelas em que nos sentimos mais àvontade. Dizem que tudo tem a ver com

termos um lado do cérebro mais activo que outro, masculinoversus feminino, lado esquerdo em frente do direito… Noentanto, com os anos, não tenho podido deixar de admirar aforça da sua habilidade, para definir a travação e osesquemas do Universo.

Os padrões universais são matemáticos, porque osesquemas fixos são necessários para a organização de todoordenamento. As matemáticas e seus cálculos, são alinguagem secreta que o homem descobriu, à vez queinventou, no seu esforço por desentranhar o mistério doOrdenamento Universal.

As matemáticas surgem no dito processo, em directajunção com a astronomia, que é a matemática das esferas. Ostempos astronómicos estabeleceram as pautas essenciais naantropologia do pensamento de todas as culturas, porque oshomens não somos, como o resto das espécies, alheios aonosso meio. Todo novo dia está antecedido por uma noite,toda Primavera por um Inverno. Os opostos se sucedem, secontrapõem e se correspondem em um ordenamento; a basede toda lógica parte desta constatação.

A astronomia, jovem filha da astrologia, surge a partir dasobservações do céu e toda predição existe na medida que defacto se constatam pautas repetitivas. O predizível permaneceunido ao inquestionável facto de que existe uma forma, umordenamento.

Matemáticas e astronomia são, assim, a base de todaciência moderna e o suporte do pensamento moderno dahumanidade. Os homens necessitamos pontos firmes nosquais nos apoiarmos, porque a experiência da vida é em simesma, instável e esta situação fá-la frequentementeesmagadora. Podemos predizer o ciclo circadiano, mas nãosabemos se no dia seguinte, simplesmente continuamos vivos.Ao longo da história humana, a astrologia e a numerologiatrataram de passar por este espaço em branco, com diferenteêxito, para trazer o universal ao âmbito do pessoal.

Durante anos tenho tido magníficas experiências,impressionantes constatações em ambos casos, mas emtodas elas, o factor interpretativo, o factor humano, tem sidocapital, o que, seja dito de passagem, não diminui o valorpropriamente dito deste conhecimento, mas sim o valor dosque têm sabido ou não, usá-lo. Entretanto, as pautasobjectivas se têm dado de tal maneira, que sugerir a suabanalidade seria ignorância.

A existência de pautas universais tem levado o homem à eternaluta entre os que optavam pela ideia da força do destino sobre olivre alvedrio, versus aqueles que antepunham este último, aqualquer outro factor. Ambos têm razão, porque as grandesverdades são sempre paradoxais, mas claro está que estaafirmação não resolve de facto o “modus operandi” das ditasforças e o não fazendo, só é mais uma porta aberta à reflexão.

Existem forças fixas, às quais o homem gosta de chamarde diferentes maneiras: destino, fado, fortuna, providência… eforças imutáveis. O livre alvedrio age como uma das linhas

divisórias na combinação deste processo, mas não é a única.A soma de decisões em cada encruzilhada da vida, é sempreexcludente. Se optarmos por uma direcção, estamosexcluindo 359 graus de outra qualquer opção e se o virmosde maneira esférica, em vez de linear…, multipliquem e vãover...! Cada porta nos leva a uma habitação e esta a um novocenário, que por sua vez tem uma ou mais portas e assimsubsequentemente. Desta maneira, vamos criando o destino,que ao mesmo tempo, está escrito, porque há factores fixos(se nascemos loiros, podemos pintar o cabelo, mascontinuamos sendo loiros). Há então, factores superioresiniludíveis, que são definitivos e definitórios, razões que porsua natureza impõem e definem limites e direcções. A estespoderíamos justamente chamá-los destino.

Existem entretanto, forças análogas ao destino, mas cujanatureza não é completamente inquebrantável. Já os antigosxamãs se enfrentaram a elas e as definiram em váriasculturas, como combinações de forças naturais esobrenaturais, de frequências bem definidas. Se bem namaioria dos casos geram acontecimentos previamenteestabelecidos, os antigos descobriram que, dada a suanatureza, era possível interagir com elas.

Falamos aqui de processos alquímicos e conscienciaissuperiores, que não estão ao alcance de qualquer um. Noentanto, os mais sábios entre eles, reconheceram por sua vez,uma força determinante agindo por detrás de tudo isso, umaforça “maior”, que agiria de acordo a eixos fixos e cujoquebramento também era possível, mas só de acordo avariáveis que escapavam ao controlo do ser humano e cujadimensão era inefável.

Os humanos temos ido “empurrando” os limites do possívelno nosso jogo por compreender e crescer como espécie ecomo indivíduos. Não se pode negar que uma simplesapendicites era causa quase certa de morte, faz apenas doisséculos. Hoje, a maioria das vezes tem solução com os meiosadequados. Espiritualmente não é diferente. O que para uns éum impossível, para aqueles que sabem é só umaintervenção.

Enfrentar o mistério do ser e da existência é a mais velhadas propostas do despertar da consciência. Os maisavezados e inquietos de entre os humanos, nunca puderamevitar ultrapassar os limiares do que era aceite e ir mais alémdo visível, do aparente, do consensual. O mistério estásubjacente por detrás de cada coisa, mostrando-se paraquem sabe olhar, porque sua tendência é caminhar para a luze ser desvelado; só a ignorância e a arrogância humanas nosimpedem ver e participar do deu poder. A consciênciasuperior sempre é factor indispensável para uma liberdademaior, o paradoxo é que quando chegados às fontes, oaspecto individual se desfaz e o que resta, é comumObservação: As Artes Marciais são fórmulas de aumento daenergia pessoal, mas se não sabemos o que fazer com essaenergia, nem como dar-lhe uma justa direcção, podem tornar-se foco de aborrecimentos e sérios problemas. Por isso, osmais antigos uniram a sua ensinança com factores de ordemmoral e espiritual, que evitassem suas consequênciasnegativas. Actualmente, retiradas estas salvaguardas, muitosficaram expostos como barcos à deriva, aos ventos da vida…Atenção!

“Até na morte de um passarinho,intervém uma providência irresistível”

William Shakespeare

“Que cada um siga a sua inclinação, pois as inclinaçõesacostumam ser marcas ou vias traçadas por um dedomuito alto e ninguém, por muito que saiba, sabe maisque o destino”Benito Pérez Galdos

N

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Krav Maga

Israelita Survival System (Sistema Israelita de Sobrevivência):A nova fronteira do Krav Maga

Nos encontramos em um momento em que o debate acerca dasegurança se tornou mais actual do que nunca foi e a sensação deinsegurança que provoca, nos faz sentir impotentes e sós para nosenfrentarmos aos perigos, pequenos e grandes, que nos espreitam portodo lado. Só nos resta confiar em nós mesmos, nas nossas faculdadese nas nossas forças para poder defender-nos e melhorar a nossacapacidade de resposta aos estímulos externos. O Krav Maga IsraelitaSurvival System (Sistema Israelita de Sobrevivência Krav Maga) trata dedar uma resposta específica ao nosso desejo de nos sentirmos seguros,com um programa evolutivo que é uma novidade e que nunca deixa de seaperfeiçoar e de aprender dos erros.

Três novos DVDs aparecerão em breve, gravados com este magnífico expoente dadefesa pessoal profissional, que é o italiano Marco Morabito. Em sua ecléctica

viagem no sector da defesa pessoal, o Mestre Morabito já nos ofereceu vivosexemplos de seu bem fazer, tocando o Sistema Russo primeiro e agora o KravMaga, que na sua pessoal compreensão, se torna uma arma eficaz econstantemente adaptada a novas realidades. Todos os interessados nadefesa pessoal encontrarão neste trabalho, um motivo de inspiração, reflexãoe matéria de séria aprendizagem.

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ma frase que o Mestre Morabito gosta derepetir é: "Seja qual seja a tua decisão, estásautorizado, mesmo aconselhado, diria eu, asubmete-la a uma revisão contínua e amodificá-la, se deixar de responder aos teusdesejos".

A frase da famosa Doutora e Prémio Nobel de Medicina,Rita Levi Montalcini, expressa claramente a ideia de progressosubjacente nas bases do Krav Maga Israelita Survival System.O Krav Maga ISS não é uma disciplina nem um conjunto deregras rígidas, mas sim um método, um processo em contínuae constante evolução. Isto faz com que seja adaptável aqualquer situação e circunstância, permeável aqualquer mudança e portanto, capaz deaprender dos próprios erros,aproveitando a experiência comouma oportunidade para melhorar.A história nos ensina que o

mundo está em constantemudança e portanto, o que éconsiderado válido nummomento dado, poderá o nãoser em outro.Basta pensar em como o 11

de Setembro de 2001 modificoua visão da segurança.Uma ameaça que nunca antes

realmente tinha sido

considerada, se transformou de um dia para outro, no perigoprincipal, marcando o final da suposta impenetrabilidade dasfronteiras da Superpotência mundial.Tendo assim mudado as normas que dirigiam a segurança

aérea, a segurança pública se tornou o principal valor, umdireito fundamental e prioritário, tomando como base atendência à compressão das garantias dos direitos individuaisnos Estados Unidos.O 11 de Setembro é só um exemplo das mudanças

transcendentais que surgiram na área da segurança e nosserve para compreender completamente como deve ser umbom sistema de defesa: actual, real e mutável. O Sistema deSobrevivência Israelita Krav Maga, possui todas estasqualidades e se apresenta como um baluarte da

modernidade, em matéria de combate corpo a corpo paraa povoação civil e em técnicas operativas para opessoal militar e de segurança.

E o que mais se podepedir? Seguimos adiantee com o Mestre MarcoMorabito, exploramoseste método passo porpasso e ele nos expõeos valores e a lógicaexistente na base destesistema.O elemento chave é o

aluno. Sem alunos não se

Krav Maga

U

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pode realmente experimentar e crescer, porque são eles que, através de suasperguntas, dúvidas e curiosidade, estimulam o instrutor para continuarprocurando novas soluções. Frequentemente, uma simples pergunta podefazer surgirem novas perspectivas e chegar a conclusões inesperadas.O aluno, com a sua bagagem pessoal de experiências, proporciona

uma contribuição transcendental para enriquecer, completar e actualizartécnicas já estudadas.O Mestre Morabito é presidente de I.K.M.O. - INTERNATIONAL KRAV

MAGA ORGANIZATION (Organização Internacional de Krav Maga) comsede em Génova, Itália. São numerosos os cursos e seminários quese organizam todos os anos, em todo o mundo: cursos deinstrutores de Krav Maga ISS, Kapap, Sistema de ArtesMarciais Russas e Sistema Morabito.A maioria destes cursos se realizam na Itália, na

sede nacional, e muitos outros se realizam nosdiferentes países que os solicitarem. Paraorganizar um curso ou um seminário com oMestre Morabito, podem enviar um correioelectrónico a [email protected],

especificando as datas e o tipo de curso emque estiverem interessados. O MestreMorabito vem sendo pioneiro na difusão do KravMaga na Itália; já em 2004 ensinava e difundiaeste método, com grande paixão e dedicação.

Naquele ano, quando ninguém sabia naItália o que era o Krav Maga, o mestreMorabito registou a marca I.K.M.O.INTERNATIONAL KRAV MAGAORGANIZATION (OrganizaçãoInternacional de Krav Maga). Ele foi oprimeiro a registar o nome de Krav Maga naItália, que em breve seria conhecido epraticado em muitas escolas. Este métodofoi inventado pelo Grão Mestre ImiLichtenfeld, um homem da vanguarda eda oposição, que concebeu a “ArteMarcial do Século XX". Em poucotempo, o Krav Maga adquiriu umagrande aprovação geral e foi objectode uma extraordinária divulgação,coisa talvez inesperada para Imi, quefaleceu em 1998, provavelmente semsaber do efeito “viral” que a suacriação teria no século seguinte.

Morabito, que desde a suainfância tem estado praticando

Krav Maga

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Krav Maga

“A data de 11 de Setembro ésó um exemplo das

transcendentais mudanças emmatéria de segurança e nos

serve para percebercompletamente como deve de

ser um bom sistema de defesa: actual, real,

mutável”

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artes marciais tradicionais e desportos de combate comexcelentes resultados, mas sem chegar a "se apaixonar" pornenhuma disciplina, encontrou no Krav Maga as respostasque andava procurando: um sistema rápido, dinâmico e deacordo com os novos tempos. Daí nasce este grande amor,que o levou a entrar e a comprometer-se plenamente noestudo do Krav Maga, tornando-se um de seus maiores porta-vozes a nível mundial.

Após anos de prática e experiência como professor, tanto noâmbito civil como no militar, Morabito compreende que o KravMaga tradicional se distingue do seu estilo pelas técnicas e ométodo de ensino e resolve fundar o Krav Maga Israelita

Survival System, juntando as experiências adquiridas na áreamilitar e nas empresas de segurança privada, no Combate emEspaços Fechados, no tiro táctico e em outrossistemas de luta que preferem atridimensionalidade da acção e umestudo profundo (que frequentementese passa por alto) da biomecânica

aplicada ao corpo, e das leis da física. Tudo isto se traduz numacombinação explosiva de força e do pensamento, característicasessenciais tanto no combate como na rua.O Krav Maga ISS permanece ligado a Israel como “modus

operandi”, porque no século passado, esta nação demonstrouuma excelente capacidade de inovação e planeamento e porisso, para Morabito é um modelo onde inspirar-se. A ponta delança é o aspecto l igado à Sobrevivência, ou seja, acapacidade de fazer frente a situações de emergência em umambiente hostil e de proteger-se a si mesmo e a outraspessoas, portanto, de aprender a enfrentar qualquer situação,em qualquer lugar, utilizando tanto os conhecimentos técnicoscomo os práticos. Por último, a introspecção psicológica, queé fundamental para nos entendermos melhor a nós mesmos eque nos ajuda a concentrar-nos melhor nas nossasaspirações e nos nossos objectivos.

O Krav Maga Israelita SurvivalSystem também inclui umprograma de fortalecimento eacondicionamento físico paranão termos dificuldades àhora de nos enfrentarmos a

uma luta inesperada.

Krav Maga

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Sem dúvida, temos de estar tecnicamente preparados, mastambém é necessário estar fisicamente bem treinados. Atécnica é a base, mas sempre deve ir acompanhada doexercício físico.De facto, as aulas incluem exercícios aeróbios para

aumentar a força e neste aspecto, se prefere o treinofuncional, sem necessidade de acudir a complicadosaparelhos de musculação e utilizando só o próprio corpo,para potenciar a musculatura e ajudar-nos nas acções querealizamos no dia-a-dia.A actividade física se calcula em função do sexo, a idade e

qualquer incapacidade. Quer dizer: o programa de treino seadapta à pessoa em questão e à sua condição física.Inclusivamente nas aulas com muitos praticantes, se devetratar de calcular o treino de cada pessoa: não esqueçamosque no âmbito civil, este método é para toda a gente,incluindo mulheres, crianças, incapacitados e idosos. O nossoobjectivo não são as competições, mas sim ajudar nossosalunos a desenvolverem as habilidades necessárias paraeliminar o perigo.Nunca se tem a certeza de que vamos

vencer em um confronto narua e por isso, o queensinamos não é chegar aser o "campeão", mas sima nos treinarmos paranós mesmo e nãopara os outros.

Não nos interessa exibir taças e medalhas. A rua não é oquadrilátero! O Krav Maga não é um desporto!A rua é imprevisível e não há regras. Portanto, o objectivo

não é aprender a técnica à perfeição, mas sim perceber omecanismo. No Krav Maga ISS não existe isso de aprender apara defender-se de alguém. A técnica só é o ponto departida para chegar à essência do método, o que quer dizerque para cada ataque há infinitas técnicas, infinitaspossibilidades de defesa. Treinando com regularidade econtinuidade, podemos aprender a fazermos instintivos (quenão automáticos!) os processos de reacção. Por outra parte,não só temos de considerar a ameaça de um único agressor,também temos de contemplar a possibilidade de que aameaça seja múltipla.O ataque pode ser de um só indivíduo ou de vários e

devemos estar sempre alerta e preparados para enfrentar-nos aqualquer eventualidade que possa surgir. A luta na rua é uma

série de acontecimentosinesperados, que te têm de

r e s o l v e rprontamente, paraevitar ficarmosapanhados emsituações àsquais nãosabemos fazerfrente. Narealidade da

Israeli Survival System

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Krav Maga

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Krav Maga

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“O nosso método tentaaproximar-se o maispossível à realidade,

tomando como exemploscasos específicos, com afinalidade de avaliar os

aspectos tanto positivoscomo negativos e adquirir

conhecimentos dasexperiências de pessoas que

padeceram agressões econseguiram defender-se”

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rua, não existe o combate de "um contra um" e é necessárioprever a aparição de novas ameaças. Por isso, nunca devemosconcentrar-nos exclusivamente na ameaça principal e sim abrirbem os olhos e estudar cuidadosamente o meio e avaliar o quetemos em volta de nós, porque o perigo letal pode não aparecervisível, devido a uma análise apressada. Sempre temos que serconscientes do que temos em volta: A ameaça é só uma? Hámuitas? Porquê? Onde se desenvolve a acção? Posso tropeçarou cair? Há vias de escape? Há objectos em volta, que eupossa usar para me defender ou que possam ser utilizados peloagressor para me atacar?O nosso método tenta aproximar-se o mais possível à

realidade, usando como exemplo casos específicos, parapodermos avaliar os aspectos tanto positivos como negativose adquirir conhecimentos "sobre o terreno", de pessoas quesofreram agressões e conseguiram defender-se, e de outrosque, pelo contrário, não foram capazes de o fazer. Nãopretendemos ter uma verdade e um valor

absolutos: nenhumsistema é

"perfeito", mas a procura contínua e eterna de melhorar, é oque nos caracteriza.Tratamos de estabelecer os tipos mais comuns de ameaça,

em função da tipologia do indivíduo. O exemplo mais simplessão as mulheres que, sem dúvida, estão mais expostas acertos tipos de ameaças (assaltos, violência sexual, ameaçase perseguição) e portanto, temos que fazer uma análisecuidadosa destes perigos genéricos, a fim de potenciar nasalunas as habilidades necessárias para que se possadefender. Mas vamos mais longe: também te tem de avaliar sea mulher em questão está sujeita a riscos específicos, em

função do seu trabalho, da situação familiar, dosambientes que frequenta. Portanto, partindo de

um adestramento geral,chegaremos adeterminar osa s p e c t o sespecíficos doa s s u n t o

tratado.

Krav Maga

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Agora vamos explorar outrosector importante do Krav MagaISS, a fim de compreendermos avastidão da matéria que nosocupa: a formação das Forças deOrdem, do pessoal militar e dosserviços de segurança.Frequentemente com pouco

tempo, devido aos horários dotrabalho, que exigem umacobertura continua do serviço, aproblemática situação à qual seenfrentam os departamentos ousecções de natureza operativa, émuito diferente à de um civil eportanto, devem ter umadestramento específico econcentrado no uso dasferramentas que têm à suadisposição para realizar o seutrabalho (algemas, pistolas, rifles,metralhadoras, etc.) nas técnicasde prisão e algemado, na defesapessoal, no combate corpo acorpo, desarme de armas defogo, desarme de armas brancas,defesa de agarres eestrangulamentos, tanto em pécomo no chão, tratamento de umindivíduo alterado e debaixo dosefeitos de estupefacientes, uso datonfa telescópica, técnicas debloqueio, técnicas de quedaestando em movimento ouquietos, tiro táctico e técnicas dedefesa em diversos meios delocomoção. Além disto, tambémnecessitam poder fazer frente àssituações de estresse, que afrequentemente afectam acapacidade sensitiva, fazendoque as respostas seja, ineficazes,ou levam a empreender acçõessem uma intenção clara. Por isso,o estresse deve ser controlado,para evitar que a nossacapacidade para julgar sejaafectada: não devemos fugir a ela,pelo contrário, através dapreparação física e psicológica eo fortalecimento da coesão e aliderança, devemos aprender aenfrentá-lo e controlá-lo. Semdúvida, o estresse é um elementoimportante também para apovoação civil, mas para os quetrabalham na segurança, se tornade vital importância, posto que oestresse não controlado, podeocasionar condutas erróneas ou

perigosas, que interfiram com ocumprimento da missão.O estresse não é propriamente

negativo, como se entende nosentido vulgar do termo, pelocontrário, ele significa o conjuntode processos mentais efisiológicos, que permitem àpessoa fazer frente às novassituações. Portanto, nosentido científico, indica oprocesso de adaptaçãode uma pessoa àsmudanças ambientaisou psicológicas. Oprograma do MestreMorabito apresentadiferentes técnicas paracontrolar o estresse,dependendo do tipo demissão, da tecnologiautilizada e da modalidadede trabalho, individual ouem equipa. Os objectivossão:1. Manter o estresse dentro

dos limites aceitáveis, com afinalidade de conseguir orendimento óptimo.2. Conseguir voltar a levá-lo a

limites toleráveis em caso de queter alcançado um nível excessivoem um momento determinado.3. Aumentar progressivamente

a tolerância ao estresse, parapoder resistir e operar emcondições de estresse extremo,que por vezes são inevitáveis noscombates.A atenção se concentra sempre

na legislação e os regulamentosdos diferentes corpos militares,departamentos, unidades oucompanhias. Para proporcionarum adestramento completo aosmilitares e às forças de ordem, oMestre Morabito tem estudado etrabalhado com alguns dos maisgrandes expoentes da DeltaForce, das SAS e Spetsnaz,tornando-se em Instrutor ereferência da European SecurityAcademy (Academia Europeia deSegurança) com sede emWroclaw, e é proptietário daempresa Protection SecurityTraining.Também estudou Criminologia

e Victimologia, e trabalha com osmelhores profissionais do sector.

Israeli Survival System

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Portanto, o Krav Maga Israelita Survival System é ummétodo para todos: mulheres, crianças, incapacitados,idosos, ou aquelas pessoas que estão sujeitas a exigênciasespeciais, como são, precisamente, as Forças de Ordem. O Krav Maga ISS é um método em contínua evolução e

adequado para aqueles que queiram aprender a defender-secom rapidez e eficácia, porque, deixando de lado as veleidadesda forma, se concentra só no que é realmente útil "na rua".Apresentamos em primícia, o fruto do trabalho do Mestre

Morabito: o DVD de Krav Maga Israelita Survival System,nascido após o êxito do DVD e o livro sobre o Sistema Morabito.

Com esta colossal obra, vêm ilustradas as técnicas e ométodo de base deste sistema, de uma maneira clara etransparente. Ou seja, sem segredos, em um trabalhoextraordinário que leva ao miolo da defesa pessoal. Astécnicas se i lustram de maneira a serem facilmentecompreensíveis para todos. Uma oportunidadeverdadeiramente única de aproximar-se à defesa pessoal oupara melhorar os conhecimentos acerca desta matéria.O autor deste trabalho é um dos grandes expoentes da

defesa pessoal a nível mundial e conta em seu haver comuma grande experiência no âmbito militar e em empresas desegurança. Galardoado em varias ocasiões e por diversasnações, e por seus cursos e seminários mundo afora, setornou um porta-voz internacional de diferentes sistemas decombate corpo a corpo e defesa pessoal, pouco conhecidos,mas muito efectivos. Tem estudado desde o Japão aosE.U.A., passando pela Polónia, Espanha, Cabo Verde,Alemanha, Israel, França e Rússia.Uma contínua pesquisa nas zonas mais remotas do mundo,

como a Sibéria ou o Deserto do Texas, sem parar emmomento algum sua busca incansável, para adquirir novosconhecimentos e sem jamais deixar de fazer perguntas a sipróprio.

Para informação acerca de cursos e seminários:www.internationalkravmaga.cominfo@internationalkravmaga.comwww.pset.eu <http://www.pset.eu> [email protected]

Krav Maga

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Krav Maga

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 23REF.: • KYUSHO 23

O trabalho que contêm estes DVDs, mostra a diferençaentre Kyusho e Dim Mak, posto que se não baseiam

nos mesmos objectivos. É uma continuaçãodos precedentes trabalhos acerca de “As 6

mãos Ji” e “A Camisa de Ferro”. As 6Manos Ji prevalecem numa arte

denominada Pangai-Noon ouUechi Ryu, um dos muito poucos

estilos que contêm e seconcentram nestas posiçõesde mão, específicas parachegar ao tecido maisprofundo do corpo. EstesDVDs mostram o uso dasmãos, não como maças,antes sim como adagas,com o poder transicionalde torsão utilizado nas “6Mãos Ji”, para sercorrectamente aplicado aoKyusho... e esta é uma

faceta ausente nashabilidades da maioria dos

praticantes de Kyusho. 8 KO�s (incluyendo KO�s por

compressao e sanguíneos). Este conjunto de 2 DVDs se

concentra no aparentemente simplesKata Sanchin, a través de 8 etapas de

habilidades de luta. Um completo SistemaMarcial em um Kata, incluindo também métodos de“Camisa de Ferro”.

Vol.1: Introdução, Objectivos nos braços, na cabeça eno corpo.

Vol.2: Objectivos nas pernas, Grappling, Tuite, e defesafrente a faca.

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Pau Defensivo: por Jacques LEVINET

Aprender a defender -se constitui, nosnossos dias, uma das preocupaçõesessenciais de muitos cidadãos de todo omundo. Para tentar conseguir isto, osespecialistas da auto-defesa apresentam,com mais ou menos sucesso, um grandenúmero de métodos, por vezes similares, osversados em artes marciais propõem commais ou menos real ismo, as técnicasderivadas de suas práticas respectivas.Sem entrar em pormenores, devemosadmitir que os dois pilares que são oconhecimento e a transmissão da auto-defesa, não são do gosto de todos, massempre tem de haver para todos os gostos.

Fotos: Edith Levinet

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conciliação e o diálogo limitamcom algumas agressões que pordesgraça, actualmente abrande atoda a população, jovens evelhos, mulheres, crianças,desportistas ou não, sem

importar a altura da vít ima ou a dosagressores.Assim nasceu uma necessidade vital no

homem do Século XXI, a necessidade dedefender-se. É a partir desses elementos dereflexão e da minha tripla experiência comocapitão da Polícia, versado em artes marciaise formador das forças de Ordem, me veio aideia de desenvolver um método temível deauto-defesa para todos e com todo o respeitoàs nossas leis democráticas, que é “o paudefensivo”.Esta disciplina foi bem sucedida desde o

início. Para identificar este método, a marca BDJL

(Baton Defense Jacques Levinet) Pau DefesaJacques Levinet foi depositada no InstitutoNacional da Propriedade Industrial com o fimde proteger a metodologia e os materiais detreino. Dar à criação, um nome com aabreviação BDJL, foi uma maneira dedefender-se das imitações dos que usam eabusam em vez de se inspirarem. Assim, ointeressado poderá distinguir uma cópia, dooriginal.

As origens do BDJLTanto na maneira de emprego, como na

finalidade das técnicas e da configuração domaterial de treino, este método não tem nadaa ver com os já existentes nos desportos decombate (como no Boxe Francês/Savate) ounas artes marciais como o Kali. É provenientedo método ROS (Real Operacional Sistema )que fiz para benefício das forças de ordem. Astécnicas do BDJL, são parecidas às do BO(Baton Operationel) Pau Operacional. Afinalidade civil era, preservando a eficáciaoperativa, evitar-lhe qualquer finalidade econotação profissional l igadas ao pautelescópico. O simples pau se transformou emBDJL, um acessório assombroso de eficácia,simples em todo tipo de agressão física,respeitando as regras jurídicas democráticas. Para que o método se poder adaptar

facilmente a toda a gente, independentementeda idade, da força física e de ter vivido ou nãonos desportos de combate, necessariamentetinha de se fazer com que a sua aprendizagem

Pau Defensivo

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Pau Defensivo

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seja feita sem se terempredisposições particulares. Talvez esta seja a força desta nova

“receita”, que na maneira de empregose apoia nos cincos pontos chave dométodo para todo o público, SPK(Self Pro Krav). A ideia de base é quenenhum método de defesa é viávelsem o instinto de sobrevivência, osreflexos condicionados, uma técnicaoperativa, a legítima defesa e aevolução, que se tornaram caminhosobrigatórios na eficácia doBDJL. Assim sendo, a apostafoi então por uma eficiênciasimilar e uns métodosprofissionais para disciplinasdesportivas aptas para todosos públicos. O primeiro passo foi pensar

numa configuração e ummaterial diferente, para quenosso pau não serconsiderado como uma arma.O segundo passo foi pôr emmarcha um programa deaprendizagem, com cursos deavaliações e de ensino.

A originalidade doBDJL Tem a sua originalidade na

configuração dos materiais esua utilização na auto-defesa.O simples pau se transformaem BDJL e devido à sualigeireza e flexibilidade dacana para bloquear eabsorver todo tipo de golpes,também para replicar eespancar com a velocidadeda luz. O diâmetro do corpodo pau foi estudado parafacilitar as manipulações e osagarres. Mas a configuraçãonão é suficiente por si só,para transformar o BDJL emum meio de defesa temível.Ainda se havia de encontrarum modo de utilização contraa agressão, à vez violento elegal.

Um método de ensino foi posto emmarcha, com uma progressão técnicaligada com encenações de situações.A segurança foi privilegiada comprotecções adaptadas, escudosmóveis, luvas BDJL, especialmenteestudadas para evitar o excessivoaquecimento das mãos durante asmanipulações. Para poder identificar os praticantes

do BDJL foram criados unsequipamentos. Se estabeleceram

umas avaliações técnicas de base esuperiores para cada disciplina, com aobtenção de graus técnicos ediplomas de ensino na academiaJacques Levinet. Para estar maisperto da realidade da rua, no treinoforam consideradas todas asmaneiras de agressão, com e semarmas, frente a um ou mais indivíduos.O questionamento das nossastécnicas é permanente, para seguir deperto a actualidade da agressão.

Pau Defensivo

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Uma pedagogia adaptada e umcódigo de deontologia unido a todo omais, acabaram fazendo do BDJL umdos métodos revolucionários doSéculo XXI, que está ao alcance detodos os interessados.

O treino do BDJLÉ ritmado por quatro parâmetros

indissociáveis que são a segurança, orealismo, o prazer e tomar a palavra.

A segurança está constantementeprivilegiada para ser treinada sem seconter nem ter medo do perigo. Porisso, os membros (zonas de réplicasprivi legiadas, estão sempreprotegidas para evitar toda apreensãodurante as simuladas agressões. Arealidade das ameaças ou dosataques, é indispensável paraconstatar a reacção dos praticantesfrente a uma situação perigosa. Asposições especificas de protecção, a

ausência do apanhar um braçoarmado, as defesas antecipadas ouinesperadas, os apoios reforçadossão muitos pontos técnicos que coma força multiplicada das réplicas,permitem constatar a eficácia demaneira realista dos nosso métodosdurante os treinos. Treino onde algunsse realizam no exterior, numascondições realistas. O aspecto lúdicodos exercícios em oposição, propostodurante as aulas, adiciona uma

Auto-Defesa

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dinâmica do prazer, fazendo então possível, treinar seriamentedivertindo-se. Replicar sobre um escudo com o barulhoensurdecedor do impacto do BDJL, ou tocar uma protecção móvelde uma mão armada, são alguns exemplos desse trabalho de jogodesportivo. A utilização de uma linguagem apropriada durante asaulas, para aparentar a reacção do aluno em caso de agressão, éum elemento primordial sobre o qual insistimos. Familiarizar opraticante com o seu papel de vítima, o habitua à futura realidade daagressão.

Os princípios do BDJL Se resumem em volta das palavras deontologia e legítima defesa.

Uma ética se destaca nos nossos cursos, sabendo que estáabsolutamente proibido utilizar o termo “golpe” que é substituídopor “réplica”. Não é questão de linguagem, antes sim de um estadode espírito, onde os fundamentos se encontram na lei. Quando umapessoa agredida fala da sua acção de defesa em termos de réplica,é que teve de sofrer um ataque, coisa que não é obrigatória no casode utilizar a palavra agressiva de golpe. Mas o término réplica nãobasta por si só para falar da deontologia do BDJL. Umas zonastraumáticas estão proibidas, toleradas ou privilegiadas, conforme ocaso. As defesas estão concentradas sobre os membros superioresou inferiores, com proibição de tocar na cabeça ou na colunavertebral. Por outra parte, a prática do BDJL, que não é uma armapor natureza, descarta toda finalidade profissional, ao contrario dopau telescópico, catalogado como arma por natureza proibida deportar ou transportar, salvo para as forças de Ordem Público. Desteprincípio de separação de géneros, vem também o da legítimadefesa, um fundamento sobre o qual insistimos, para saber o que sepode e o que se não deve fazem com o BDJL.

Curso e representação do BDJLA academia Jacques Levinet é exigente para atestar a formação

de instrutor BDJL que deve mostrar um nível elevado na tecnicidadee na pedagogia. O seu fundador vigia, porque assina todos asatestados de formação, os quis nunca são adquiridos mas semprerenovados a cada ano, após reciclagem obrigatória. A implantação do BDJL está no bom caminho com o número de

20 representantes da academia na França e em alguns países noestrangeiro. Cursos regulares de formação, são programados no seio da

academia ou por petição em toda a França e no estrangeiro. Aprática do BDJL representa um excelente compromisso entredesporto de combate, arte marcial e auto-defesa.

www.batondefenselevinet.comTel.: 00.33.467.075.044

Pau Defensivo

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Auténtico Kyusho Chamada essencial para

Treinadores, Instrutores e Médicos de Ringue

As Artes Marciais Mistas, as Artes Marciais e o Boxe (e todos osdesportos de contacto ou desportos profissionais, onde frequentemente seproduz o contacto), não podem ignorar por mais tempo que o Kyusho sucedeno ringue, no tatame, no Dojo e na rua, o tempo todo e já não podemospassar por alto a necessidade de usarmos métodos Kyusho de PrimeirosSocorros.

Auténtico Kyusho

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omo instrutores, treinadores e juízes de ringue, necessitamos uma educaçãode maior e mais protecção para aqueles que depositam a sua confiança ebem-estar nas nossas mãos. Treinamos muito para aprender as regras doconfronto e para reconhecer quando um lutador não pode continuar, masainda não treinamos para ajudar à vítima, nem que seja no primeiro nível deresposta e sendo responsáveis de seu bem-estar.

Quanto mais tempo estiver uma pessoa deitada e nocaute, mais perigosa será a suasituação.

Vamos aos Torneios de Artes Marciais, assistimos a combates de MMA, ou vemos natelevisão, principalmente pelos KO’s! Assistimos ou vemos o Boxe, também vemos clipesda rua em YouTube, onde alguém fica KO. Desafortunadamente em combates de Amadorese Profissionais, vemos uma ajuda mínima por parte dos treinadores, médicos e instrutores.Nas escolas sabemos o que se tem de fazer para ajudar a restaurar e minimizar os efeitosda disfunção física ou da inconsciência. Isto não quer dizer que a atenção médica querecebam não seja valiosa, mas há muito mais que pode ser feito e este é um assunto vital.

Os 5 passos vitais:Reconhecimento: Primeiro de tudo, a pessoa tem de estar capacitada para ver,

perceber e reconhecer quando os objectivos vitais foram alcançados com golpes, para sermais capaz de avaliar o problema, quando este se produz. Isto não é só ver a estrutura docorpo que recebeu o golpe, mas também como reage o corpo a esse golpe:

O corpo estava espasmódico ou sofria acções esporádicas de rigidez ou colapso,indicando que o sistema nervoso tinha sido alcançado? Ou que o corpo foi ficando pálidoou debilitando-se, indicando que o sistema sanguíneo e os órgão também foramafectados?

Compreensão: O árbitro do Ringue ou o treinador, assim como os médicos, devem deestar familiarizados com os diversos efeitos nos nervos, no sangue, ou a funcionalidadedos órgãos, para ajudar tanto no processo da avaliação como nas medidas de reanimação.Sabe o treinador o que foi afectado e em que grau, ¿Existe a possibilidade de que tenhahavido um dano físico? Frequentemente, isto se pode observar nas reacções da vítima.

Avaliação: A avaliação deve incluir: a reacção do corpo conforme vai caindo, o impactono chão, a respiração, o pulso, os olhos e a resposta ao tacto. A falta de acção.

Antes de deslocar à vítima: Está respirando? Está consciente? Como está o pulso? Podever, pode ouvir? Em que estado está o corpo, está esticado ou encolhido? Está na posiçãofetal? Tem cãibras? Estas avaliações determinarão a reanimação correcta e as medidas derecuperação que devem ser empregadas.

Reanimação (Específica para a situação): Métodos específicos de reanimação para despertar e reiniciar a respiração, que

controlam o espasmo muscular, devem ser mais conhecidos e bem praticados, para queas afecções e outros problemas possam ser mitigados. A inconsciência e a falta derespiração são os dois transtornos mais frequentes. Como mínimo, os treinadores e osmédicos têm a responsabilidade de serem capazes de voltar a iniciar estes processos...,antes de que o medo e outros sintomas e efeitos secundários se manifestem.

Recuperação: Temos de continuar e restaurar a funcionalidade normal do corpo, paraevitar possíveis problemas ou incapacidades após a reanimação. Continuar com aintervenção e os cuidados médicos. Depois da reanimação da vítima, após um ataquepode haver muitos efeitos secundários, como dores, vómitos, incapacidade física,

Auténtico Kyusho

C

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debilidade contínua, dor de cabeça, dificuldade para respirar e muitas outras afecções. Mediante a compreensão dasacções e métodos para voltar a equilibrar adequadamente o estado das vítimas, o treinador deve ajudar essa pessoa avoltar a um estado normal o mais rapidamente possível. Esta deve ser a prioridade principal!

Por que motivo é isto necessário?Estive em um torneio onde deixaram a vítima de um KO sentar-se fora, no banco, depois de só ver seus olhos e

ouvidos. Isto é insuficiente e constitui um perigo para os participantes. Eles merecem mais respeito, maior nível deatenção e cuidadores com melhor educação, para reduzir ao mínimo possível o sofrimento da vítima.

Mas nem tem de ser por um KO! Todos temos visto gente recebendo golpes duros, assim como muitas situações deduro treino pesado, onde um golpe causa uma mudança rápida na pressão arterial das vítimas.

E o que acontece quando realmente não é um KO e simplesmente a vítima fica paralisada pela dor e a disfunção física?Em combates profissionais como os de Boxe, K-1 e MMA, há muitas avaliações e métodos médicos que se utilizam

antes, durante e depois dos mesmos, que funcionam muito bem para proteger os lutadores... mas, poderia haver maisque funcionassem no caso de disfunção ou KO? E se há mais coisas para aprender e aumentar a ajuda e o auxílio àsvítimas, acaso não é esta a principal responsabilidade do treinador, do árbitro e do médico?

Nos combates de amadores e especialmente nos típicos de Karate, TKD, ou Kickboxing, há uma enorme brecha naatenção aos participantes e aqui é onde está o verdadeiro perigo e a necessidade de conhecer estes métodos.

Exemplos:Seguidamente, apresentamos dois dos muitos vídeos onde podemos ver que se necessita qualquer coisa melhor,

posto que se faltarem Primeiros Socorros... não sabem o que fazer e isto pode evitar-se.Neste primeiro vídeo vemos um KO clássico, em um Torneio de Karate, o espaço de tempo desde a avaliação à

assistência, é demasiadamente longo.

Auténtico Kyusho

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Auténtico Kyusho

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Fazer clicar neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=SAin_JZYiT4&feature=youtu.be

Podemos ver os nervos da mandíbula sendo alcançados pelo pontapé e aacção de contracção do corpo, que se cai ao chão, o que indica o deteriorodo nervo. Depois de avaliar os danos do pescoço, os métodos dereanimação do praticante de Kyusho deveriam acordar esta pessoa ecomeçar o processo de cura, posto que o não fazer, permite que se surjammaiores afecções.

Neste segundo vídeo, no qual não sabiam o que fazer e a vítima não podiarespirar, escutem os gritos de assombro! Mais uma vez, o tempo que vaidesde a avaliação à assistência é excessivamente longo.

Fazer clique neste vídeohttps://www.youtube.com/watch?v=YbxaoXaPzcc

Este homem não podia respirar devido ao golpe em um lado do seupescoço no C-3 e C-4, onde começa o nervo freático, que serve paracontrolar o diafragma e permitir a contracção e extensão do músculo normal,para permitir que os pulmões respirem adequadamente. Trata-se de umareanimação simples, que teria evitado a este competidor muita dor, medo eperda de oxigenação em todo o corpo.

As pessoas merecem uma maior e melhor segu-rança

Devemos exigir treinadores mais responsáveis e árbitros mais instruídosnos processos de reanimação e primeiros socorros do Kyusho...

Não acham?...

© Evan Pantazi 2015At: www.kyusho.com

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O Dai Duk LanMercado de alimentação e lugar do património cultural do Kung Fu

Lugar de reunião dos grandes mestres de Kung Fu em Hong Kong, o Dai Duk Lan éum histórico mercado de alimentação de Hong Kong, fundado em 1913 e queactualmente continua em funcionamento. É um edifício em pedra, com letreirosemblemático, de antes da Segunda Guerra Mundial, rodeado de arranha-céus. Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos Mestres de Kung Fu temiam que a

China assumisse o controlo de Hong Kong e fossem perseguidos, coisa que estavasucedendo nesse momento, na China continental. Portanto, muitas escolaspassaram à clandestinidade e continuaram existindo como organizações encobertas,como o “Dai Duk Lan”. Sob pretexto do bulício de um mercado de alimentos, o DaiDuk Lan se gradualmente se tornou um dos mais famosos lugares de reunião paratodos os estilos de Kung Fu. Isto se aplica particularmente à família do Weng Chun,visto que o proprietário do Dai Duk Lan era um entusiasta e Grão Mestre de WengChun Kung Fu ("Punho da Eterna Primavera"), que compreende o conhecimento docombate de Shaolin do Sul, a cura e a filosofia.

Texto: Andreas Hoffmann, Christoph FussAssociação Internacional Weng Chun Kung Fu- Associação protectora do Dai Duk Lan Grão Mestre Andreas Hoffmann

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Grão Mestre Wai Yan convidou todos osoutros Grandes Mestres de Weng Chun, acooperarem com ele, com a intenção depreservar o Weng Chun para o futuro eestudar a fundo esta antiga Arte. Nesteesforço, teve o apoio do Grão Mestre TangYick, o Grão Mestre Tam Kong, o Grão

Mestre Chiu Mín Woon e em especial, o seu amigo o GrãoMestre Chu Chung Man, de Macau. O Grão Mestre WaiYan, pesquisou e treinou com o Grão Mestre Chu ChungMan firam convidados Mestres de outros estilos, que osajudaram e incentivaram na sua investigação econhecimento. Entre eles estava o Grão Mestre Ip Man,também em um intercâmbio de experiências com a famíliado Weng Chun e que recebeu o apoio na sua formação,assim como na construção dos bonecos de madeira. Diz-se que o anteriormente dito Grão Mestre de Weng ChunChu Chung Man foi um amigo chegado do Grão Mestre IpMan, desde que se conheceram em Fatshan e quemutuamente se influíram muito. Também, quando ChiuChuk Kai, Grão Mestre de Tai Chi Mantis Religiosa, criou asua própria forma do boneco de madeira, também foidevido ao apoio de seus amigos do Dai Duk Lan.

O

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Ter estes espíritos abertos e realizar este animadointercâmbio, era extraordinário naquela época,especialmente considerando as circunstâncias em HongKong, circunstâncias essas que actualmente, ainda sãoinerentes à cultura do Kung Fu em Hong Kong. Quando se pergunta aos principais Mestres de

qualquer estilo de Kung Fu, em Hong Kong, se pode verque ainda sabem acerca do Dai Duk Lan e da suaimportância para toda a comunidade do Kung Fu.

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A Luta do Grão MestreWai Yan contra o extre-mismo do Kung FuO espírito propulsor do Dai Duk Lan

era o Grão Mestre Wai Yan. Mas muitaspessoas não percebem realmente assuas ideias revolucionárias para acomunidade do Kung Fu. Ele denunciouo extremismo que tem prevalecido nacomunidade do Kung Fu até agora. Porexemplo, é muito comum entre asfamílias do Kung Fu, afirmar que o seucaminho é o correcto e que todos osoutros estão errados. Pretendempossuir um conhecimento secreto detécnicas muito antigas, as quais,logicamente não exibem publicamente -por exemplo nos torneios - afirmandoque seria demasiadamente perigoso eletal serem conhecidas pelo público.Tem havido muitas brigas entremembros de diferentes estilos de KungFu e até dentro de um esti lodeterminado, defendendo a suapretensão de ser o melhor. Tambémmuitos mestres falam mal do Kung Fude outros Mestres…

Dentro da cultura do Kung Fu, o GrãoMestre Wai Yan queria pôr fim a estamaneira antiquada e obstinada depensar. Tinha a intenção de juntar todosos Grandes Mestres de Kung Fu, paraincentivas o intercâmbio activo deexperiências, para elevar o Kung Fu emseu conjunto, a uma nova dimensão.Dentro do Weng Chun Kung Fu,assentou as bases para a criação deum programa de estudos que destinadoa ser aplicado a todas as famílias doWeng Chun. O Grão Mestre Wai Yanconvidava todos a combater com ele ecom o Grão Mestre Chu Chung Man,para poderem ver, aprender e chegadoo caso ajudar a desenvolver mais a ArteMarcial do Kung Fu. Outro sinal do extremismo do Kung

Fu eram as brigas e discussões acercada linhagem. Muitos antigos mestres deKung Fu, afirmavam “ser o melhor” e

que a sua posição estava mais alta naárvore genealógica do Kung Fu. Estaluta pela árvore genealógica se fez tãohabitual e assumiu tais proporções, quealguns mestres se situaram emposições mais vantajosas na árvore,fabricando genealogias absolutamentefantasiosas. A Mensagem do Grandmaster Wai

Yan era simples e claro: Só aquelesMestres que treinassem duro econtinuassem evoluindo, seríamreconhecidos pelo Dai Duk Lan e porele próprio. A posição dentro de umaárvore da família, não ajuda nada noKung Fu. Não há nenhuma outramaneira de alcançar a habilidade que através de um duro treino - que é osignificado literal do termo "Kung Fu".Assim é como as coisas estiveram no

Dai Duk Lan, durante mais de vinteanos. O Grão Mestre Wai Yan teve dese enfrentar a muitas hostilidades porparte dos mestres de Kung Fuantiquados e de mentalidade estreita.Tendo isto em consideração, o que oGrão Mestre Wai Yan conseguiu, pareceainda mais incrível. Baseando-se nasua profunda experiência, desenvolveuo Weng Chun Kung Fu a um nível muitoalto, e o Dai Duk Lan ajudou muitosestilos de Kung Fu e representantes, aevoluírem e melhorar eles mesmos e oque não é menos importante, a teremuma mentalidade mais aberta.O último e mais incrível exemplo datal acção da mentalidade aberta doGrão Mestre Wai Yan, foi ensinar aum estrangeiro, desobedecendouma das regras restritivas - nãoensinar a estrangeiros!

O Grão Mestre Wai Yan aceitouAndreas Hoffmann, daAlemanha, como seu últimoestudante e o treinoupessoalmente no Dai Duk Lan,durante época compreendidaentre 1986 e 1991. Depois, oDai Duk Lan fechou comoescola de Kung Fu em 1991 eo Grão Mestre Wai Yancontinuou ensinando a

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Andreas Hoffmann em privado, emsua casa.

Protector do Dai Duk LanHoje, Andreas Hoffmann está

protegendo o Dai Duk Lan e a missãodo Grão Mestre Wai Yan. Depois da morte do Grão Mestre Wai

Yan, algumas pessoas continuamfalando mal da sua missão, assim comodo Dai Duk Lan, o que mostra ainda

estarem “presos” no seu extremismo noKung Fu. Mas quando o fazem, têm de se

enfrentar a Andreas Hoffmann e aos seusestudantes, que agora já são Mestres

espalhados por todo o mundo, que estãoensinando por todo lado e que

continuam melhorando o DaiDuk Lan, mantendo a mente

aberta na cultura doKung Fu.

Weng Chun

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Weng Chun

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Ed Parker’s Kenpo

Sem dúvida, nos nossos dias, Larry Tatum é uma das personalidadesmais destacadas do Kenpo. A sua organização funciona cada diamelhor e em mais países, pois ele tem sabido capitalizar um carismaque está fora de qualquer dúvida, junto com uma proximidade eatenção aos estudantes mais interessados em aprender que em fazerpolítica. A sua visão das Artes Marciais é ampla e moderna ao mesmo tempoque profunda. Não se limita aos aspectos técnicos, nos quais é umreconhecido especialista, interessam-lhe cada vez mais, os aspectosvinculados com o crescimento pessoal dos seus alunos e de si próprio.Este é um aspecto que não passa despercebido à redacção destarevista que sempre se tem postulado a favor da ideia das AM comouma via que transcende pontos de vista mais limitados.Conversámos longamente com ele, sobre assuntos que consideramosde interesse para qualquer leitor, seja ou não praticante de Kenpo,mas não deixámos passar a ocasião de entrar em profundidade emalgumas questões técnicas que pertencem à herança peculiar e únicado Kenpo Karate e que constituem uma substanciosa contribuição denovidades para os estudantes de qualquer estilo, na medida que dizemrespeito a alguns dos elementos que podemos considerar universaisem todas as nossas práticas. Larry Tatum, um grande Mestre que temmuito a dizer, de novo nas nossas páginas. Estamos certos que serádo agrado dos nossos leitores, tal como foi para nós.

Alfredo Tucci

“Eu sou praticante de Kenpo, o que não quer dizer que não goste deoutras Artes e incentivo todos para quequando encontrarem na vida um caminho

de que gostem, o sigam.”

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Entrevista

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LARRY TATUM ENTREVISTA

Do Mundo e as suas coisas…Cinturão Negro: Nos últimos tempos, a sua organização de

Kenpo tem crescido muito. Que ideias tem, quais osprojectos e sensações acerca do futuro do Kenpo?Larry Tatum: Penso que a organização vai continuar a crescer

durante os próximos anos, visto que praticamente cada mês,oferecemos novos cursos e novas matérias de estudo em 12países diferentes. Actualmente, a nível profissional dedico muitotempo a cada escola que se une à nossa organização, paraconhecer bem os alunos, ministrar seminários e para quecomecem a treinar sob as diferentes estruturas de quedispomos. Nunca faço projectos a longo prazo, simplesmentedeixo as minhas coisas nas mãos de Deus, Ele vai marcando apauta a seguir. Nas Artes Marciais ou em qualquer coisa que sefaça na vida, é preciso dedicarmos um tempo para escutarDeus, Ele leva-nos onde queremos ir. Se o Kenpo continua na mesma linha que até agora, é lógico

que as pessoas continuem a sua progressão. É fácil aprender eadaptar-se desenvolvendo o corpo e as habilidades individuais.Quando comecei com o Kenpo era uma vocação, depois

passou a ser uma dedicação… Agora estou nesse ponto.Quando viajo ao longo de todo o mundo para ministrar os meusseminários, conheço muita gente, descubro outras caras destaArte, visto que cada país tem a sua personalidade e a suaprópria maneira de ver as coisas… Isto é o que me permitecontinuar a gozar esta Arte! Resulta muito emocionante etambém me motiva para continuar ensinando. Quando aspessoas me perguntam se estou cansado de ensinar, semprerespondo "fisicamente sim, mas emocionalmente continuoimplicado e estou muito motivado". Acontece que me encanta

Ed Parker’s Kenpo

“Se não puderes comparar, como escolher o que mais teinteressa? Falamos às crianças de fazer escolhas,logo desde o começo das suas vidas, mas depois,

durante a sua educação, só lhes é dito o que têm queaprender e são obrigadas a memorizar”

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Entrevista

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ver as pessoas aprender, assistir à sua evolução e ver como adquirem confiançanesta Arte. É um desafio que não tem fim.

C.N.: Estamos a assistir ao nascimento de uma corrente nas Artes Marciais,de novos estilos baseados na Defesa Pessoal, na vida real, no que se chamacombate de rua. Qual a relação existente entre o Kenpo e o resto das ArtesMarciais? Qual a sua opinião acerca desta corrente onde há tendência amisturar diferentes Artes?L.T.: No Kenpo, nós também estamos envolvidos nestes rumos de mudança. O

tempo descobre-nos coisas novas. Algumas Artes têm melhorado muito, tornando-se algo muito valioso; enquanto que com outras aconteceu o contrário. Há pessoasque escolhem esti los que não visam necessariamente a "rua", porquesimplesmente buscam reforçar a autoconfiança do aluno. Outros adoptam as ArtesMarciais como uma maneira de educar as suas crianças, à semelhança daescritura, a leitura, a aritmética…, porque as Artes Marciais formam parte da culturauniversal. De facto, alguns artistas marciais começaram a sua formação com 3anos de idade. Qualquer idade é boa para tomar contacto com nós próprios, comos nossos sentimentos ou as nossas sensações.Por outro lado, qualquer pessoa tem o instinto da autodefesa. Quando está num

processo de crescimento constatando que se pode defender por si mesmo, a suaconfiança aumenta. O Kenpo ajuda-os nessa nova direcção, por ser um sistema

eminentemente prático.Eu sou praticante de Kenpo, o que não quer dizer que não goste deoutras Artes e incentivo todos para que quando encontrarem na vidaum caminho de que gostem, o sigam. De facto, recebo praticantes deestilos muito diferentes, alguns resolvem mudar porque gostam do

Ed Parker’s Kenpo

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que faço, mas outros não o fazem porque não precisam disso erecebo-os da mesma maneira. Quando alguém está a desenvolveros seus valores, é preciso deixá-los em liberdade. Não sou essetipo de mestre que diz às pessoas que têm de fazer o que eufaço. A qualquer pessoa que entra na minha organização,sempre digo que é muito importante respeitar e apreciar outrosestilos. O respeito é essencial nas AM.

C.N.: Então, pensa que a parte educativa é maisimportante que qualquer outra nas Artes Marciais?L.T.: Sim, assim é. Não é difícil ensinar qualquer pessoa a lutar,

pode ser feito em poucas semanas. Agora bem, para continuarnas Artes requer-se outras motivações que apontam mais aelementos emocionais e é realmente nisso que consiste o nossotrabalho. Ensinar uma criança pequena a coordenar o seu corpo éfácil; a uma pessoa de quarenta ou cinquenta anos é preciso ensinaroutras coisas. Numa ocasião, uma senhora de 62 anos escreveu-me um e-mail depois de ver os meus vídeos. Ela dizia queera uma pena não os ter visto antes, porque teriaaprendido as técnicas muito melhor com 40 anosmenos. Respondi que aquilo de quarentaanos atrás forma parte do passado, o queimporta realmente, é o que possa fazeragora.

C.N.: Ela treina? L.T.: Treina sim, e além disso, quer

fundar uma escola.

Aspectos técnicos do KenpoC.N.: Agora, se estiver de

acordo, vamos falar de algunstermos técnicos do Kenpo. Oque é um movimento "ChaveMestra"?L.T.: Em Kenpo existem vários

movimentos deste tipo. Ummovimento “Chave Mestra” éum movimento básicouniversal, que pode utilizar-seem qualquer técnica. Porexemplo, uma fractura.Podes fracturar umbraço simplesmentepressionando ocotovelo ou batendonele, o importante é oconceito, ainda que existamdiferentes métodos para o

Entrevista

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Ed Parker’s Kenpo

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conseguir. Quando um aluno aprende ummovimento “Chave Mestra” e o utiliza com umoponente enchendo o vazio, então assimila-o,fazendo-o seu batendo, interceptando, etc.,tornando-se um movimento universal.

C.N.: Fale-nos de ângulos, alinhamento,combate, desvio…L.T.: O Kenpo tem a sua própria terminologia

com a qual nos comunicamos ágil eespecificamente. O que tentamos é passarpara os nossos alunos a necessidade de

Entrevista

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Ed Parker’s Kenpo

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sermos precisos. Se te fazem uma pergunta e és precisona tua resposta, quer dizer que quando lutares comalguém, as técnicas irão suceder-se na tua cabeça damesma maneira. Se falas com outro de um "ângulo decancelação", um "riding check", uma "graftingtechnique" ou um "collapsing deflection" estás adescrever agilmente aquilo a que te referes. Porexemplo: se eu bato em alguém e seguidamente lheespeto o cotovelo, estou a aplicar um "collapsingdeflection". O termo "ângulo de cancelação" refere-se àaplicação de um golpe que anula qualquer possibilidadede reacção por parte do nosso oponente, impedindo-ode voltar a lutar e devolver os golpes. A nossaterminologia é muito ampla.

C.N.: Há alguns conceitos que aparecem comoessenciais no Kenpo: o alinhamento corporal, o bodymomentum… Poderia explicar aos nossos leitores,alguma coisa a esse respeito?L.T.: O alinhamento corporal faz referência ao

alinhamento com nós mesmos e com o oponente. NoKenpo existem métodos para aumentar a potência: omovimento de torção, a união de gravidade e oalinhamento corporal. Se estes três conceitos nãoestiverem em harmonia, será impossível aumentar aspróprias capacidades. O alinhamento corporal permitirábater no meu objectivo com eficácia; o meu corpo estarácorrectamente alinhado e o efeito de alavanca serámaior, pelo que o ângulo de ataque me irá permitirdesenvolver a maior potência possível.Do mesmo modo, se quando bater afundar o meu

corpo para conseguir a união com a força da gravidade,alcançarei a máxima potência, e se ao mesmo tempogirar o meu corpo, estou a conseguir o meu objectivo.Quando se controlam estes três métodos, consegue-sea máxima capacidade. O resto dos elementos, como sãoa velocidade, a luta com armas, o efeito de alavanca oua torção, são uma simples consequência destes trêsprimeiros. De facto, se não os dominarmos, o restonunca funcionará bem.

C.N.: Poderia explicar-nos a diferença entre oestado sólido, o líquido e o gasoso no Kenpo?L.T.: O estado sólido faz referência a um estilo duro,

rígido, onde todos os movimentos são rígidos e firmes,quer dizer, trabalha-se acima de tudo com linhas rectas.

Ed Parker’s Kenpo

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Entrevista

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O estado líquido faz referência à utilização de movimentoscirculares e fluídos, combinando-os com movimentos em linha recta, peloque é o melhor método de luta. Costuma utilizar-se numa luta contravários adversários, perante um ataque massivo. No entanto, existe umestado mais elevado e sofisticado de luta, o estado gasoso, no qual aomover-me posso bater em várias direcções e ao mesmo tempo fazer coma perna um varrimento a outro oponente. Este estado toca maisobjectivos, alcança mais zonas do oponente, utilizando abundantearmamento inclusivamente no um contra um. Apesar de ser o métodomais sofisticado, não é exactamente o mais prático.Em Kenpo dizemos que quando uma linha recta acaba começa um

círculo. Isto quer dizer que quando dou um golpe recto, quando façocontacto posso redondear o ângulo e empregar o cotovelo para bater.Uma linha recta faz-se um círculo; assim aceleramos a nossa acção. Oobjectivo mais importante no Kenpo é fazer um prolongamento decírculos, o que se consegue redondeando um ângulo, em vez de bater eretrair o braço para trás, simplesmente redondeamos o ângulo paracontinuar o fluir de movimento. Espero que isto possa dar uma ideia doque estou a falar.

C.N.: Observa alguma relação entre os cinco elementos da tradiçãochinesa: água, madeira, fogo, terra, metal, e estes três elementos daenergia?L.T.: Sim, dentro do teu corpo, estes elementos são o que tu és.

C.N.: Mas, pensa que se pode aplicar esta terminologia ao Kenpo? L.T.: Absolutamente, sim, pode-se fazer perfeitamente.

C.N. Como estamos a ver, o Kenpo possui uma ampla terminologiaprópria. Qual é a razão de ser desta peculiaridade?L.T.: O Kenpo é como a vida em si, visto ser um equilíbrio entre círculos

e linhas rectas, ainda que possas ir a cada extremo, a maior parte da tuavida decorre no centro; de facto, só estás na vida para a adaptar a tipróprio.Quando começas a aprender Kenpo começas num nível primário,

mecanicamente, como uma criança, depois vais aprendendo até alcançaro nível no qual ages espontaneamente. É o mesmo caminho da natureza eda própria vida. O programa de aprendizagem do Kenpo está delineado de maneira que

a cada técnica, se dê um nome genérico que faz referência a um ataqueespecífico. Todos os fundamentos das Artes Marciais estão classificadosno Kenpo. A cada fundamento dá-se-lhe prioridade conforme o seu nívelde dif iculdade. Começa-se com um movimento determinado eestabelece-se um tempo para o aprender. Por exemplo uma cotovelada éum movimento básico que age como uma letra, de maneira que se juntomais outro, formaria uma sílaba. Se incorporo mais outro, formo umapalavra... Quando começas a aprender sílabas de movimento e a

Ed Parker’s Kenpo

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Entrevista

"Não sou esse tipo de mestre quediz às pessoas que têm de fazer o

que eu faço"

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desenvolver de modo fluído estas palavras, começas a construirfrases de movimento… Quando construíres bem as frases de

movimento e começares a lutar com outros companheiros, já estás a realizarum discurso e quando conseguires lutar contra vários adversários estás a fazer umatese.Esto processo segue uma metodologia baseada na lógica, como o processo deaprendizagem de uma criança. Em Kenpo dão-se muitos cintos que estãopensados para oferecer metas a curto prazo e não garantem nada. O cinto não

quer dizer vencer a outro aluno de categoria inferior, é uma demonstração de ondeestiveste, onde estás e onde queres chegar.

C.N.: Fale-nos do que no Kenpo se conhece como "foco"…L.T.: Existem dois tipos de foco: foco no ponto branco e foco no ponto preto. O

primeiro significa que a imagem do teu objectivo é um ponto branco, sobre o qual seenfoca todo o poder, cada parte do teu corpo se centra nesse objectivo, enquantoque em volta desse ponto branco se cria um espaço preto que representa ainconsciência. O enfoque de ponto preto utiliza-se especialmente para mais de um objectivo e

trata-se de visualizar o objectivo como um ponto preto, enquanto que tudo à suavolta é branco, o que supõe que no meu deslocamento na direcção desse objectivo,posso ver tudo o que acontece em minha volta, como por exemplo outros atacantes.

Sobre a aprendizagem e os estudantes…

C.N.: Nos dias de hoje temos muita informação; os jovens têm opções emmuitos estilos novos. Que lhe parece esta situação?L.T.: Se não puderes comparar, como escolher o que mais te interessa? Falamos às

crianças de fazer escolhas, logo desde o começo das suas vidas, mas depois,durante a sua educação, só lhes é dito o que têm que aprender e são obrigadas amemorizar. No Kenpo todos somos entes individuais, o que quer dizer que oindivíduo pode fazer comparações, escolhas. Eu já não acredito em tratar de dominaras Artes Marciais; aprendi a comparar, a fazer escolhas. Comparar faz-me a vidamais fácil… A mudança leva-te à perfeição, a perfeição supõe evoluir e para isso épreciso escolher e tomar decisões. Quando nasce, uma nova Arte Marcial precisaevoluir fazendo comparações, porque caso contrário, só és uma estátua que vêpassar as coisas em volta de si, sem se implicar.

C.N.: Muita gente que aprende Kenpo no estrangeiro, fá-lo através de vídeos.Conforme a sua experiência, acredita que a gente que está a utilizar os vídeosestá a crescer na sua aprendizagem do Kenpo?L.T.: Gravei uns 60 vídeos e DVD’s, além dos dois que gravamos com Budo

International… São muitos, tenho uma ampla videoteca… Os alunos compram ovídeo e fazem o curso em casa, depois mandam-me o seu próprio vídeo para queeu analise os seus progressos, em função dos quais subo-os ou não de nível. Éengraçado que quando comecei com estes cursos "caseiros", não estava muitocerto de que fossem resultar bem e têm-me demonstrado que estava enganado,porque muitas vezes, quem faz este tipo de cursos é melhor que quem assiste àsescolas e vou-te dizer o motivo… É que treinam mais e com mais vontade! Tem

Ed Parker’s Kenpo

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Entrevista

“ Muita gente diz que umaluno deve ser como umachávena de chá e adaptara sua mente ao que lheestão a ensinar…

Mas a verdade é que nãoé uma chávena de chámas sim um ser humano!Com capacidade de retero que aprendeu antes de

me conhecer… Eu não quero que esqueçaaquilo que aprendeuanteriormente, o que pretendo é

estabelecer um nexo como que já sabe”

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vezes que me surpreendo com o quão bons que podemchegar a ser.

C.N.: Diga-nos, segundo a sua opinião, o que distingueum bom aluno…L.T.: Muita gente diz que um aluno deve ser como uma

chávena de chá e adaptar a sua mente ao que lhe estão aensinar… Mas a verdade é que não é uma chávena de chámas sim um ser humano! Com capacidade de reter o queaprendeu antes de me conhecer… Eu não quero queesqueça aquilo que aprendeu anteriormente, o que pretendoé estabelecer um nexo com o que já sabe. O que faz umbom aluno é a sua boa vontade para assistir aos semináriosou as escolas e escutar; depois, se o que lhe ensinas temsentido e lógica, ele o praticará. No mundo há muitíssimosartistas marciais, mas nem todos são bons alunos; parahaver um bom aluno é preciso haver um bom Mestre e vice-versa. Não pode haver um sem o outro.

C.N.: O que diz a uma pessoa que queira treinarconsigo? L.T.: Que ligue para mim, sou fácil de encontrar (risos).

C.N.: Sabemos que é muito acessível, por issoqueremos que nos diga como contactar consigo. L.T.: É muito fácil, é só entrar na minha página web e

mandar-me um e-mail; estarei encantado de ensinar a quemtiver vontade de aprender, sinceramente.

C.N.: Foi um prazer tornar a encontrá-los, a si e à suamulher e desde já, participar dos seus conhecimentosnesta conversa e no vídeo. Essa Kata superior querealizou, é uma maravilha! Acredito que os amantes doKenpo vão ficar de boca aberta…L.T.: O prazer foi nosso, tenho a certeza que nos veremos

em breve…

C.N.: Mr. Tatum… Esta é a sua casa! Obrigado.

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/LAT-3REF.: • DVD/LAT-3

Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer yentender todos los peligros asociados a ellas, y su temaprincipal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis

principal en el entrenamiento con un arma defilo es conocer y entender todos los

peligros asociados a este tipo dearmas. El grave peligro de estas

armas es real, y debe tratarsecomo tal. Esto significa saber

donde debes establecer tuprioridad de entrenamientopara ser una herramientade supervivencia, en casode que tal situación sepresente. Afrontémoslo,tú eres quien tiene quesobrevivir, y no tuentrenador que teayuda a entrenar tusmetas, pero no tuobjetivo. Lasprioridades deentrenamiento que uso

en Latosa Escrima sonlas siguientes: realidad,

técnica y ejercicios.Realidad: es la comprensión

de lo que podría sucederexactamente y los peligros al

usar o enfrentarse a un arma defilo. Técnicas: movimientos que tratan

de darte una generalización deposibilidades y probabilidades de lo que puede

suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan paradesarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadasen la aplicación técnica.

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Sifu Chris Collins, Wing Tsun Kuen em estado puro!

Durante a visitaque real izamos aHong Kong no passadomês de Maio de 2015,tive ocasião de visitar eentrevistar um grande númerode mestres de Wing Chun Kuen.A experiência foi realmenteagradável, tendo ocasião deescutar da sua própria voz, asopiniões e as ideias acercadesta ARTE, de alguns dos maisimportantes Mestres de WingChun da actualidade. Por muito que possamos discutir entre

praticantes, a sua linhagem, na minha opinião, agrande riqueza deste estilo, reside no facto deser uma ARTE COM MIL CARAS. P que a muitos atormenta, vendo que há

pessoas que praticam estilos e têm ideiasdiferentes, penso que realmente é uma dasgrandes fortalezas do Wing Chun Kuen. Sifu Crish Collins é um dos mais conhecidos

e famosos mestres de WingTsun Kuen, assimsendo, era uma visita obrigatória, à qual nãopodíamos faltar.Quando planejamos esta expedição a

Hong Kong, hei-de reconhecer que muitagente me falou muito bem de SifuCrish. Como ele também é um mestreda l inhagem da qual venho, mepareceu duplamente interessanteescutar as opiniões de alguémcomo ele, que viveu em primeirapessoa as ensinanças do GrãoMestre Leung Ting.

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em dúvida, ele não é estereotipo de professorde Wing Tsun que muitos esperam. Pessoa dementalidade aberta, dedicado a procurar aeficiência nas Artes Marciais, praticante deKali/Escrima, Brazilian Jiu Jitsu, Boxe, etc…,um autêntico ARTISTA MARCIAL. Contactei

com ele e logo encontrei facilidades para realizar esta visitae a entrevista. Dito isto, devo reconhecer que a minha opinião sobre ele

é ainda muito melhor do que já era antes de o conhecer empessoa. É evidente que há mestres com os quais temosuma maior ou uma menor afinidade e reconheço que com

A Coluna do WingTsun

S

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Sifu Crish ter muitas coisas em comum comrespeito à prática, mas na sua entrevista mesurpreendeu. Foi uma grata surpresa!Me parece que falar do nível técnico ou da

capacidade de Sifu Crish pode não serdemasiadamente interessante: basta ver oseu trabalho para nos apercebermos de seunível EXTRAORDINÁRIO no estilo! Mas alémdestas considerações, gosto dos mestres eem geral das pessoas que olham para osolhos, pessoas que desde a humildade queproporciona o facto de não terem nada quedemonstrar, podem falar com naturalidade,de qualquer matéria relativa às ArtesMarciais, sem necessitar falar mal de alguémou tentar dar-se valor a si mesmo. Sifu Crish é um homem HONESTO. Um

mestre de Artes Marciais que apesar da suajuventude, já é e será uma grande referênciano Wing Tsun Kuen, a nível Mundial. Nãotenho a mais mínima dúvida!É um cavalheiro de grande educação, a

quem me encantou visitar e conhecer empessoa. É uma dessas pessoas que irradiaum carisma e uma energia muito positiva.Um claro expoente de que com uma menteaberta, com amor pelo que se faz e umtrabalho à consciência, o WingTsun ocupará

o lugar que merece. Devo agradecer a SifuColl ins, por nos receber com grandeamabilidade e nos pôr tão à vontade. TODOO MEU RESPEITO! Sifu Crish Collins, semdúvida, uma pessoa especial.

Cinturão Negro: Quando começou apraticar Wing Tsun?Sifu Chris Collins: Oficialmente foi em

1996. Mas desde que tenho memória demim, sempre tenho estado praticando artesmarciais. Coisas diferentes: Boxe, Grappling,etc… Tinha um livro que tratava das ArtesMarciais, de todo tipo de Artes Marciais.Nele se fazia referência ao Wing Chun. Eunão sabia muito bem o que era, mas “mepareceu bem”. Me interessou a sua filosofia,os conceitos de luta fundamentados na físicaou na geometria, e coisas assim. Mas foi sóuma ideia que ficou na minha cabeça e maisnada. Todos os fins de semana acostumava a ir

treinar no National Park, na Califórnia, ondeeu morava nessa época. Habitualmente, viaao longe a um senhor já de certa idade,praticando. Sempre fazia o mesmo tipo depunhos e técnicas e um dia, me aproximeidele e perguntei:

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-“…Desculpe senhor. Como se chama issoque faz? Ele me disse que praticava Kung FuChinês, um estilo chamado Wing Chun Kuen.Então me lembrei de o ter visto naquele livro:Wing Chun! O senhor me convidou aexperimentar…Experimentei bater-lhe com meus punhos,

mas aquele senhor idoso e de pequenotamanho, com seus punhos em linha recta,com a sua estrutura e com uma fluidezinacreditável, neutralizava os meus ataques eme superava. Então pensei: TENHO queaprender a fazer isto! Deixei de lado muitascoisas e com decisão. me lancei a faze-lo.Depois viajei a Hong Kong e visitei todas as

escolas de Wing Chun que havia na cidade.Tenho de reconhecer ter ficado um pouco

deprimido pelo que lá encontrei. Procurei eprocurei em muitos lugares, porque o que eutinha no pensamento era diferente. Talvezpensava em Bruce Lee ou naquele idososenhor que conhecera no parque, naCalifórnia, mas não encontrava nada de quegostasse. Atenção! Não digo que fosse bomou mau, simplesmente o que ali via NÃO ERAPARA MIM.Bastante decepcionado e justamente antes

de deixar Hong Kong para voltar para a casa,caminhando por Nathan Road vi o cartazluminoso do Ginásio de Leung Ting. Nãosabia quem era Leung Ting, mas algumacoisa me levou a subir e bater à porta. Meatendeu um homem pequeno, que hoje é umdos meus melhores amigos. Me perguntou o

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que queria… e eu disse que queria aprender Wing Tsun. Meconvidou a entrar e a sentar-me para assistir à aula e foi aprimeira vez que pude ver um movimento e uma maneira de fazerque a mim me atraía. Os movimentos flexíveis, fluidos, etc.…Também me surpreendeu a maneira de treinar. Não tentavamfaze-lo rápido ou forte, procuravam outro tipo de movimentomuito mais fluido e simples e quando tentavam tocar no G. MLeung Ting, ele respondia com um suave movimento e umapalmada na cabeça. Disse a mim mesmo… Isto sim é o que euquero fazer. A partir de então, comecei a aprender com ele, nasua academia central, em Nathan Road.

C.N.: A segunda pergunta era “Por que motivo o WingTsun”, mas já respondeu perfeitamente na primeira delas(risos).S.C.C.: Por tudo isso que digo e também porque se adaptava

perfeitamente a mim e ao meu trabalho. Era militar e via outrosestilos de combate com tendências mais “desportivas”, que nãome serviam. Habitualmente vestia farda, uma grande mochila àscostas, capacete, armas de fogo, uma espingarda, etc…, equando via todos esses estilos, sentia que eram pouco úteis paramim. No entanto, o Wing Tsun era perfeito devido à sua própriaestrutura. Essa fluidez nos braços e a própria posição eramperfeitas.Por tudo isto me resolvi pelo WingTsun. Tudo isso definiu a

minha escolha…

C.N.: Observamos que pratica outros sistemas comoKali/Escrima, Grappling, BJJ ou mesmo o Boxe. Pensa que émelhor praticar diferentes disciplinas, ou só o WingTsun?Qual seria seu conselho?S.C.C.: Bem… É uma questão realmente complicada. A

questão é que um instrutor tem de focar a prática numa direcçãoe isso nem sempre é fácil. Há estudantes que aprendem do queescutam, outros que fazem-no do que vêem, outros quesimplesmente podem aprender praticando-o directamente.Diferentes tipos de pessoas que compreendem e aprendem demaneiras diferentes. Mas se fizermos tudo junto, corremos orisco de acabar fazendo um tipo de “Jeet Kune Do” epessoalmente, não é isso o que seu quero fazer. Quer dizer,quando treino Grappling, eu sou capaz de pôr nisso toda a minaatenção e energia. O mesmo acontece quando pratico Boxing ouWingTsun… Sou capaz de separar completamente os estilos econcentrar-me no que faço. Mas nem sempre é fácil para todos

A Coluna do WingTsun

“Quando se chega auma certa idade,

não se podecontinuar praticandoa um determinadonível. No entanto, o

WingTsun nospermite continuar econtinuar, sendo

assim a margem damelhora realmentemuito grande”

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“A questão é que uminstrutor tem de focar a

prática numa direcção e issonem sempre é fácil. Há estudantes que

aprendem do que escutam,outros que o fazem

do que vêem”

“O Wing Tsun estábaseado em unsprincípios físicos,geométricos, etc… Com a prática, uma

pessoa inteligente serácapaz de levar essasideias para o combate”

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os estudantes. Por isso, euprefiro fazer tudocompletamente por separado.

C.N.: Perfeito. Mas afinalexistem disciplinas maischegadas no que respeitaaos seus princípios oestratégias. Por exemplo: oWingTsun e o Brazilian JiuJitsu podem chegar a tercertas similitudes nas suassus estratégias ou técnicas,mas por outro lado, o Kali ouo Boxe, não lhe parecemcompletamente diferentes?S.C.C.: Não! Pessoalmente,

para mim tudo é a mesmacoisa. O motivo é simples.Quando pratico cada umadelas, tento ver para além doestilo. Quero dizer, observo omovimento, os conceitos quehá neles do ponto de vista dafísica ou da geometria. Estesprincípios são os que realmentenunca mudam e isto é o que amim me mostra que quasetudo o que tem a ver com ocombate é muito próximo.Resumindo: um professorutiliza o programa de um estilopara fazer compreender aosestudantes estes princípios,dos quais falo, paraulteriormente aplicá-los à luta.Por isto, para mim tudo estárealmente muito relacionado.

C.N.: Na sua opinião, qual éa força do Wing Tsun comosistema?S.C.C.: O Wing Tsun é um

sistema que permite praticar aqualquer pessoa. Gostaria deexplicar isto… O Wing Tsun está baseado em

princípios físicos, geométricos,etc… Com a prática, umapessoa inteligente será capaz delevar essas ideias para ocombate. Independentementedo tamanho, idade ou formafísica, sendo capaz de

compreender esses princípios etorná-los habilidades para ocombate, seja a quem for, oWing Tsun pode dar umaoportunidade de podercombater, de poder defender-se. Não quero com isto dizer que

outros sistemas a não possamdar, mas é diferente. Porexemplo, o Brazilian Jiu Jitsu éum grande sistema de luta,mas si não se é capaz deagarrar, atirar-se para o chão elutar (o que é muito duroquando se está lutando emBJJ) muitas pessoas nãoaguentarão esse tempo deestudo e treino. Pelo contrário,a própria maneira de treinarWingTsun, permite a quasequalquer pessoa, treinardurante um bom período detempo e o próprio sistema dáas oportunidades. Outros sistemas também têm

um período de prática maiscurto. Quando se chega a umacerta idade, não se podecontinuar praticando a umdeterminado nível. No entanto,o WingTsun nos permitecontinuar e continuar, sendoassim a margem da melhorarealmente muito grande.

C.N.: E as debilidades?Porque muitos praticantesfalam de como é bom é oWingTsun, mas poucosgostam de falar dasdebilidades. Qual é aprincipal debilidade, ou asdebilidades do WingTsun?S.C.C.: A principal debilidade

do Wing Tsun é o Wing Tsunpropriamente dito! Aconteceque muitos professores epraticantes com um nível bom,podem faze-lo com grandedestreza nas suas própriasescolas, mas nunca fora delas.Realmente, muitos jamaisexperimentaram nada disso forado seu grupo de estudantes ou

escolas. Sentem-se bemfazendo os seus “drills” ouexercícios com os seusestudantes, mas realmentenunca experimentaram faze-lofora do seu ambiente e quandoalguém tem o “atrevimento” defazer qualquer coisa “diferente”,logo se começam a dizer coisasdo género “NÃO… isso não éWing Tsun!…” e outras coisassemelhantes…Realmente, não perceberam

que o problema é seu! Querodizer que quando ensino aqualquer dos meus alunos,peço a ele que se eu cometerum erro praticando, me bata.Se um dos meus estudantespode bater em mim, não éproblema seu, realmente oproblema é meu…O que acontece que muitos

dos praticantes, é que passammuito tempo a pensar se istoou aquilo é “autêntico WingTsun”, “Wing Chun tradicional”ou “Wing Chun Efectivo” e ummonte destas coisas e coisa equalificações. No fundo, todostêm o mesmo problema,porque empregam muito temponestas coisas e assim nãoconseguem o que é importante:melhorar como praticantes!Na minha opinião, o principal

problema reside em que muitosdos que ensinam Wing Tsun,nunca lutaram. Não há nada demau nisso, mas talvez deviamdenominar isto como“Movimentos corporais deArtes Marciais”. Seria muitomais exacto. Se falamos deArtes Marciais…, quando umestudante vem até a nossaescola para praticar ArtesMarciais, o que ele quer éaprender a lutar e isso é o quenos devemos ensinar.

C.N.: Actualmente, oWingTsun está evoluindo ouinvoluindo?

A Coluna do WingTsun

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S.C.C.: Há de tudo um pouco. Há professores eescolas que estão evoluindo e outras que não. Masafinal, para evoluir sempre se tem de voltar à basedo sistema. Mas por outro lado, agora é muitohabitual haver muitos grupos de praticantes ouescolas que se concentram na criação deprogramas ou “drills”, os quais fazem de maneiraseparada e sem ligação. Quero dizer, praticam umprograma de trabalho e quando realizado, émarcado como “superado” e passam a outro.Afinal, isto é pouco coerente. Realmente, sequeremos conseguir uma evolução lógica, ointeligente é fazer tudo pelo caminho mais curto.Escolher um ponto de partida, vermos para ondevamos e ir direitos até o fim. Em quatro ou cincoanos, uma pessoa deveria aprender todo o sistema.Não há muito mais…Lamento do coração ver como alguns dos meus

estudantes na Europa, após mais de 15 anos deprática, ainda não conseguiram completar osistema e começam a falar-me de um programa oude outro… Não, por favor não! Estas são pessoascom a mesma paixão que eu sinto e isto meentristece muito!Por outro lado, há pessoas que com o seu

trabalho, está fazendo evoluir o sistema. Um dosmeus objectivos é ser honesto com os praticantesque assistem aos meus cursos e aulas. Queroensinar-lhes o melhor que sei, da maneira mais

rápida e juntos comparticipar desta paixão.Há quem está evoluindo, mas em geral e por

outro lado, tudo é bastante “fechado” em seusplaneamentos, estando mais centrados em outrosaspectos que na própria prática do estilo.

C.N.: Como se explicariam as enormesdiferenças entre as escolas de Wing Tsun. Nasescolas de WingTsun em Hong Kong hádiferencias, mas entre a Europa e Hong Kong,as diferencias são muito grandes! Eu até diriaque a cada dia são mais! O que poderia dizer-nos a este respeito? S.C.C.: Realmente, este assunto tem muito a ver

com o anterior, mas diria que a maneira deconceber as coisas é diferente. O Europeunecessita ter tudo muito em ordem na sua cabeça,numa espécie de “caixas”. Assim sendo, treinando,um professor indica ao aluno realizar esse exercíciosem se sair dele. Depois, outro ou outrosprogramas e sempre todo muito relacionado com opagamento de uma quota ou de alguma coisa emrelação com o negócio. Na China, tudo é muitodiferente. Tudo é muito mais sensorial. Tudo flui enessa fluidez, tudo é diferente. Talvez isto expliquemuitas destas coisas… As diferenças radicam, acima de tudo, na

mentalidade das pessoas. Simplesmente sentem epensam de maneira diferente.

“O Wing Tsun é um sistema que permite praticara qualquer pessoa”

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“Muitos dos praticantes passam muito tempo a pensar seisto ou aquilo é ‘autêntico Wing Tsun’,

‘Wing Chun tradicional’ ou ‘Wing Chun Efectivo’ e ummonte destas coisas e qualificações”

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WingTsun

C.N.: Algum conselho para os seguidoresna Europa?S.C.C.: Realmente eu não gosto nada de dar

conselhos acerca de como se deveria de fazerno Wing Tsun. É a minha filosofia de vida… Sealguém me pedir mostrar o meu ponto de vista,eu mostro encantado, mas não gosto de dizer aalguém com tem de fazer isto ou aquilo… Noentanto, gostaria de insistir na importância decompreender a base e os princípios do sistema.Quando assim se faz, ainda que por vezespossa parecer uma perda de tempo, o não é! Apartir desta compreensão das bases, a melhoriae o progresso do praticante nunca vão parar.

C.N.: Queremos agradecer-lhetodas as respostas. A maneiratão natural em que nos atendeue acima de tudo, pelo facto denos ter recebido na sua escola,com todos os alunos… Foirealmente um grande prazer euma honra, conhece-lo empessoa.S.C.C.: Eu é que agradeço

“Cinturão Negro - BudoInternational”.

Se quiserem conhecer Sifu CrishCollins, podem visitá-lo na suaescola em Hong Kong. Tambémrealiza seminários em diferentespartes do mundo. Podem fazer umseguimento das suas actividadesno seu web site

www.collinsaction.comSifu Salvador Sánchez

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Êxito por estrutura

“Qualquer tempo passado foimelhor”. Todos já escutamosisto, alguma vez. Como muitasoutras frases famosas, temalguma verdade mas tambémnão é exacta, pois tudo nestavida tem duas caras.

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nossa Arte e a formamaneira como se estápraticando nas minhasescolas, tinha muitosnomes e denominaçõesdiferentes nos séculos

passados. O conteúdo desta arte é omesmo, o que hoje é muito diferenteé o tempo… Sim, é certo que se dizque um dia só tem 24 horas, mas adiferença estriba no que se fazia

dantes e do que agora se faz com otempo. “Treinar o dia todo” é coisa que hoje

nos parece gigantesco e sem dúvidatambém para aqueles que têm umtrabalho de escritório e em princípio,assim é. Mas os estudantes queparticiparam na acampada do Outono,em Hong Kong, ou que normalmenteparticipam em outros eventos, sabemque realmente vão tirar proveito. Esta

era a maneira em que antigamente sepraticava a nossa arte. Também foi amaneira em que aprendeu o meuMestre e talvez, também eu hoje estouaprendendo assim. Mas o que se nãose aprendia em um dia inteiro detreino, era a estrutura. Sem Gameboynem a Internet, durante o dia sedispunha de muitas horas para treinare para receber lições instrutivas. Nãoera um problema de aprender mais,

A

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porque afinal se recebia um sistemacompleto. Se me derem licença,insisto nisto... Dantes se faziammuitas horas de treino durante o dia ea cada dia. Hoje, depende da nossaagenda: Treinos de uma hora e meiaou duas, até quatro vezes porsemana. Quais são as diferenças?Começamos com a nossa formaçãoprofissional, da mesma maneira etambém investimos pouco tempo,

confiando no professor que nos vaiensinar tudo quanto necessitarmos.Isto, dantes funcionava muito bem. Sedispunha de muito tempo. Hoje, já nãofunciona!…E o que fiz eu para também ser

bem sucedido ensinando aosestudantes a nossa arte tradicional?Estrutura, estrutura e estrutura! No Oeste vivemos de uma maneira

que não nos podemos abster da

estrutura. É verdade que uma partedo estresse é artificial, mas não sepode negar que a vida, como aconhecemos hoje, não foi imaginadasem um superior ordenamentodestacado. Aqui é quando as nossasagendas, onde tomamos notaexactamente de quando e o quevamos fazer, entram em jogo. Isto nosleva até possíveis quatro dias daparte da tarde, como média, nos

Hung Gar Kung Fu

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quais se poderia treinar. Reparem queestou a dizer “se poderia” e que,naturalmente, estamos a falar de umahora e meia de cada vez. O que signif ica isto para nós, os

professores? Significa que temos defacilitar uma grande sapiência da maneiramais eficaz, para aproveitarmos o tempoque temos, de uma maneira óptima. Sim, é certo que cada aluno, com seu próprio

carácter, tem as suas próprias fraquezas e dúvidas, asquais ele traz às lições, mas a nossa arte e a estrutura quevem de antes, levam o aluno a poder aproveitar ao máximo umtempo mínimo. Além de aprender, o aluno é ensinado a aprender atreinar, independentemente do que possa fazer um adulto. Disse que eu aprendi à maneira “antiga”. Alguns professores da

minha geração, diriam ter aprendido de uma maneira “melhor” ou“mais dura”. Muitas vezes escutamos: Dantes tudo era melhor! Mas realmente, é

isto verdade? Para alguém que como eu cresceu no Oeste, as artesantigas de Shaolin (e especialmente no ensino de um mestre tãotradicional) talvez foram confusas e caóticas. Apesar de que eu estava com o ensino do meu professor

durante o dia inteiro, só podia estar como máximo, cinco ou seissemanas seguidas com ele, porque também a mim me custavadinheiro. Nessa época, o Mestre morava em Hong Kong e eu naSuíça, como agora… Naturalmente que o tempo intermédio daquelas viagens a Hong

Kong, serviam muito bem para recapitular e treinar o queaprendera e pesquisar nas tradicionais confusões. Mas jáentão, apesar das incontáveis horas de treino duro cadadia, tinha que comprimir, estruturar e resumir o quetinha aprendido, para realmente compreendere assimilar.

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Hoje, sou o sucessor do estilo e do meumestre. A minha receita do êxito é que eusempre me encarregava de todos, de tudo equalquer coisa e que eu implantei uma forma deestrutura na nossa arte. Não importava tratar-sedo ensino dos meus estudantes ou da minhaprópria formação. A minha equipa e eu,apontamos e definimos todo o ensino da nossaarte. Também definimos grandes objectivos e osobjectivos intermédios para o estudante. Alémdisto, temos estruturado inúmeros processos,sem alterar em nada a arte de Shaolin. Pelocontrário, conseguimos que o estudante possaaprender mais rápida e eficazmente a nossaarte. Isto não só evidencia o grupo doscolaboradores, dos quais, alguns já vivem doensino a tempo completo. Também se faz evidente nos meus

alunos, não só porque recebemdistinções nacionais e internacionais,como também pelos êxitos obtidos nostorneios. Finalmente, voltamos ao princípio:

Se afastou o nosso dia-a-dia dosnossos afazeres quotidianos da luta atodo o transe? Isto é seguro. É aformação divagante nas artes tradicionais,ainda úti l , apesar de hoje ser maisestruturada e eficaz que dantes?Certamente, sim! Dado o facto de que os ataques físicos

ainda existem e que as vantagens para asaúde estão integradas no treino, resultandonuma vida melhor, o que se aprende durante aformação, no fim da qual também se constróiuma estrutura - coisa que tanto os leitores comoeu, aprendemos hoje e é uma “pedra angular”na base da nossa vida. Com a ajuda destapedra, combinada com a antiga sabedoriade Shaolin, podemos melhorar aqualidade da nossa vida diária etambém podemos conseguir osnossos objectivos maisrapidamente, dia-a-dia,lição a lição, na KUNGFU SCHULE MARTINSEWER.

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Todos os DVD's produzidosporBudoInternational são realizadosemsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD,DivX, osimilares) e aimpressão dascapas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipodepapel e impressão).Também,nenhum dosnossosprodutos écomercializado atravésdewebs de leilõesonline. Se este DVDnão cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidemcom a que aquimostramos,trata-sede uma cópia pirata.

REF.: • LEVIREF.: • LEVI8

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O VALOR DOS NOSSOS TROPEÇOS

Cinturão Negro: O que espera de um Instrutor?Justo Dieguez: Um Instrutor em Keysi, deve acreditar em

si mesmo, o que forma parte de seu crescimento pessoal. Sinão vê os seus valores, como há-de ver os valores nos seusestudantes? Eu me muito afortunado por ter a meu ladouma grande equipa profissional no ensino e humana na suatransmissão. Ao contrário de um Psicólogo, que analisa aspessoas que não sabem para onde vão e correm sem sabero motivo, eu prefiro estudar as pessoas que são felizes,entusiastas, que transmitem e desprendem vida e queestando a seu lado, nos motivam. Sentir a sua paixão e verque são conscientes. Me sinto agradecido e cheio de orgul-ho por estas pessoas! São o tipo de pessoas com quemquero compartilhar o Keysi, sem meias verdades, cheios deenergia positiva. É muito Importante nos rodearmos deinfluência positiva, de gente positiva, porque se não, acaba-mos como a gente com quem passamos o tempo e sósendo positivos, podemos perguntar, sem medo, qual é osentido da vida, porque razão morremos…, porque o medonão está em morrer… Seria aterrador não termos o menorquem somos...Dizia António Machado: “A minha verdade? Não!. A tua

verdade? Não! Apenas a Verdade e vamos juntos procurá-la. A tua, que fique bem guardada!".

"A experiência não é o que nossucede, a experiencia

é o que fazemos com aquilo que nos sucede"

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C.N.: Isto nos leva a perguntas…J.D.: Certo. Quando comecei a me fazer perguntas como onde

estava e para onde ia, encontrei muitas respostas e pensei quepoderia encontrá-las todas. Três décadas depois, sei que as res-postas temos de procurá-las dentro de nós, o único problema éque essas respostas geram mais perguntas… Assim sendo, pro-curei um meio de comunicação, a Mecânica Corporal e esta,interpretada com os Núcleos. Estes núcleos ou técnicas são ummeio de comunicação - não resta dúvida alguma - e depois estáa maneira em que cada pessoa interpreta essa comunicação.

C.N.: O KEYSI é uma linguagem interpretada com aMecânica Corporal?

J.D.: A Mecânica corporal faz com que exista uma comunica-ção que ultrapassa o aspecto racional da mente e a sua maneirade o fazer é através da execução técnica, não só Física, tambémMental e Emocional. O ser humano tem uma capacidade incrívelde expressão, quando somos capazes de perceber que estes trêsprincípios são UM. Se procurarmos uma resposta de como pode-mos perceber isto, a minha resposta poderia ser a música, ondevemos que não é um processo de pensamento racional, postoque a resposta interpretativa é emocional e é imediata.

C.N.: A Mecânica Corporal nos dá respostas não verbais?J.D.: Um aspecto fascinante da mecânica corporal - estou con-

vencido disso - é que há um inter-relacionamento de para dentro.Quando compreendemos que estes três princípios são um, sesente que há uma conjunção, chegando a tornar-se uma massa,e a energia desse momento, se reflecte na expressão, sentindonesse momento que somos testemunhas da mudança que estáacontecendo dentro de nós.

C.N.: Qual é a base da Mecânica Corporal?J.D.: Todos os seus movimentos se baseiam nos princípios da

Geometria. Estes princípios são fundamentais e reflectem o

Dizia António Machado: “A minha verdade? Não! A tua

verdade?; Não!. Apenas averdade e vamos juntos

procurá-la. A tua, verdade,guarda-a bem guardada!

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aspecto tridimensional, não só na distância e naaltura, também se há uma inter-acção com o espa-ço e o tempo, a acção/reacção, o ritmo, o eixo cen-tral ou centro de gravidade, a massa, e um longoetc. e se observarmos com tempo e atenção o seudesenvolvimento, poderemos ver círculos, triângu-los, quadrados, dentro de uma forma sem forma,mas se aprofundarmos, poderemos ver que esteshieroglíficos formam diferentes desenhos em formade estrelas, que se vão sobrepondo umas sobre asoutras e se somos mais observadores, veremos quedentro de cada uma delas há um sem fim na expres-são física, mental e emocional. Ter a capacidade dever isto, é muito importante, porque a Geometriapropriamente dita, é visual e o que está codificadodentro dessa Geometria, é “Energia”. A Energia tetransforma e se manifesta em cada movimento.

C.N.: A Mecânica Corporal é um comunicador?J.D.: Quando começas a reconhecer por primeira

vez, a tua mecânica corporal, começa a surgir essacomunicação com a nossa mente, se sente umaalteração emocional na expressão. Tem uma atrac-ção irresistível o facto de comunicar com o corpo oque se não pode expressar com palavras e isto éporque começa a afectar o subconsciente da menteirracional, se começa a sentir o fluir do eu interior.Estamos “arranhando” ao de leve, a superfície desteincrível e vasto mapa que é o nosso corpo. É umreconhecimento progressivo de fora para o maisprofundo do nosso íntimo ser, uma leitura progressi-va que nos leva a inverter o processo, para comuni-car de dentro para fora.

C.N.: Quais são as chaves no Keysi?J.D.: Humildade e Perseverança. Como dizia

António Machado: "Caminhante, não há caminho,faz-se caminho a andar… Pega na minha mão e vamos sair do sonho de vez

em quando. Gozemos fora e dentro dele: fora, comouma brincadeira; dentro, procurando a verdade edescobrindo as nossas almas... Com a diferença de que isto, não é poesia!

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Somos uma equipa, a equipa KMRED!O nosso lema:

“Entre ser ou parecer, escolhemos, aluno um dia, aluno sempre”

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Juntamos conceitos de trabalho paraevoluir a um interesse do conteúdo eacima de tudo pelo interesse dos quevão utilizar nossas Bases y Princípios

para se defenderem.

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Para nós, o KRAV MAGA RED não é um negócio,é uma paixão, uma maneira de viver.

Não somos uma nova federação, ou outraentidade qualquer, que procura fazer surf na

onda “KRAV MAGA y na auto-defesa, só pensando nos lucros que poderia dar.

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O nossa passo é AUTÊNTICO e ocompartilhamos com todos aqueles que

realmente têm aberto o espírito. Os nossos valores:

“Respeito - Humildade - Coragem –Questionar“.

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O grupo KRAV MAGA RED, que está em plenodesenvolvimento, continuará ao longo dos anos a seconstruir, questionando constantemente através de

intercâmbios construtivos com todas as pessoas que agemno sentido dos praticantes, longe das guerras do “ego” e

das organizações que rejeitam a abertura.

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A nossa força reside na aprendizagem permanente dasdisciplinas de combate antigas e modernas, Lethwei,Boxe Birmano, Boxe Inglês, Muay Thai, Boxe Francês,Kick Boxing ou K1, são umas disciplinas de base quepraticam e ensinam todos os Instrutores e futurosInstrutores do grupo KMRED (Kravmaga RechercheEvolution et Developpement) Kravmaga Procura,

Evolução e Desenvolvimento.

Page 162: Cinturao Negro Revista Portugues 297 Outubro parte 1 2015

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Page 163: Cinturao Negro Revista Portugues 297 Outubro parte 1 2015

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Maestro Antonio Guerrero TorresC.N. 5º Dan Fu-Shih KenpoRepresentante “Asociación Fu-Shih Kenpo”,AFK para AndalucíaTeléfono: 678 449 585 Email: [email protected]

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Frode Strom, Sifu en 3 estilos diversos de Kung-FuRepresentante Oficial Fu-Shih Kenpo en Drammen, Noruega.Frode Strøm Fu-Shih Kenpo Drammen Tollbugata 98 3041 Drammen (+47) [email protected]

Instructor Krzysztof AdamczykInstructor Nacional para Polonia y Noruega.Grinnisvegen 611 ,7236 Hovin i Gauldal ,Noruega [email protected] 92520150

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Luta e temores

(DECLARAÇÃO DA MISSÃO DA ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE HWA RANG DO®)

HWA RANG DO®:Um legado de Lealdade, Procura Incansável da Verdade, Reforçar a Vida,Serviço à Humanidade.

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a Nim Tae Joon Lee, 8ºDan de Hwa RangDo® (Presidente da Associação Mundialde Hwa Rang Do® e meu Grão Mestre),diz: "No Hwa Rang Do não se trata de

lutar, se fores capaz de lidar com osteus medos, não necessitas lutar. Quando lutas, onão fazes realmente contra outra pessoa, mas simcontra os teus medos. O inimigo está dentro de timesmo, não está fora. Por isso, nós aprendemosa controlar o nosso inimigo interno, antes departicipar em lutas reais".Quando realmente compreendemos estas

palavras, podemos permanecer tranquilos, empaz e dar amor a todos. Quando enfrentamosos nossos medos e debil idades, somosconscientes de quem e do que somos, pelo quenão necessitamos mentir-nos a nós mesmos. Porisso não temos medo de amar e abraçar o mundo.O conceito é fácil de entender e simples, mas

muito difícil de seguir. Fazer desta ideia o princípiocondutor da nossa vida, é o melhor que podemos fazer,mas também é a mudança más difícil que podemospedir-nos a nós próprios.

Acerca do autor: Instrutor Chefe do Hwa RangDo®, Tenente Coronel da Polícia Militar Italiana(Carabinieri) e Engenheiro, Marco Mattiucci, é oChefe das sucursais da Associação Mundialde Hwa Rang Do® na União Europeia, eum dos principais seguidores do GrãoMestre Taejoon Lee.

S

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"No Hwa Rang Do não se trata delutar, se fores capaz de lidar comos teus medos, não necessitaslutar. Quando lutas, o não fazesrealmente contra outra pessoa,mas sim contra os teus medos.

O inimigo está dentro de timesmo, não está fora.

Por isso, nós aprendemos acontrolar o nosso inimigo interno,

antes de participar em lutas reais"

Page 177: Cinturao Negro Revista Portugues 297 Outubro parte 1 2015

Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 22REF.: • KYUSHO 22

O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhadopara controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal,médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Esteprograma está especialmente destinado, ainda que nãoexclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança,Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências

Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal.Este módulo básico se constitui de um

conjunto de 12 objectivos principaisintegrados en 4 módulos de controlo

da escalada de força. Há numerosasestruturas débeis no corpo

humano que podem serutilizadas por um Agente para

simplesmente obter ocontrolo de um indivíduo,mais eficientes que o usoconvencional da forçacomo nos indica oprotocolo. Mais alem daetapa de ordem verbal,numa situação deescalada do conflito, sãoestes pontos (Vitais) doKyusho onde o agentepode fazer uso dos

sistemas internos decontrolo físico, como os

nervos, a estrutura dostendões e os reflexos nervosos

naturais do corpo. No requer degrande força ou de um complexo

controlo da motricidade ou da vista... tudo isso sujeito ao fracasso em

estados de elevada adrenalina. Estainformação está dedicada aos valentes e

resistentes membros das Agências de todo omundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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Texte : Shifu Bruno TombolatoShi Xing Jing, Shi Xing Jing, 32 Geração do Templo Shaolin de Songshan.Fotografia: Victor Casado

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Cerimónia do Bai shi - Discipulado em Shaolin

Como todos os anos, no fim do mês de Julho, começava maisuma vez o meu treino na China, em Shaolin. Mas esse ano nohavia de ser como outros, seria o mais importante na minhacarreira no mundo das artes marciais chinesas e maisprecisamente nas Artes de Shaolin.Tal como já disse em outros artigos e entrevistas, conheci o

meu Mestre Shi De Yang em 2010, quando passeava pelorecinto do Templo Shaolin, acompanhado por outro Mestre,com o propósito de fotografar o Mosteiro. A partir daquelemomento, eu soube que o destino me levara até lá, nessepreciso dia e hora em que as nossas vidas se cruzaram, o queactualmente está mais que confirmado. Tinha e devia de serassim!Cinco anos depois, teria a honra de me tornar seu discípulo,

receber o nome de Shi Xing Jing 释行净 e passar oficialmente aformar parte da 32ª geração e da linhagem mais tradicional doTemplo Shaolin.

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digo isto porque, sem dúvida alguma, o Kungfu Shaol in passou por uma enormetransformação nos últimos 30 anos e temsido levado para a espectacularidade, maisque para as suas verdadeiras raízes. Umfamoso provérbio diz: “Punhos como flores,

pontapés como bordados”, e é claro que o bonito vendemais que o rude e forte. O Mestre Shi De Yang pertence à linhagem de Nanyuan

ou Porta Sul do Mosteiro Shaolin. Devemos dizer aqui, queantigamente, o Templo Shaolin estava divido em quatrofamílias, todas elas com diferentes funções dentro dotemplo. A Porta Sul (da qual hoje só resta um muro e umapagoda) sempre se caracterizou por desenvolver o Gongfu, a Medicina e o Budismo, os muito bem denominadostrês tesoiros de Shaolin. Daqui vem a sua importância ecomo é importante pertencer a esta linhagem.Para compreender a genealogia e a tradição dos grupos

familiares patriarcais do Templo Shaolin, vou fazer mençãoda sua história e surgimento.

A herança de ShaolinA herança do Kung Fu Shaolin é restritamente passada

através da transmissão Mestre - Discípulo. Esta relaçãoamostra fundamentalmente, o s istema de famí l iaspatriarcais tradicionais do templo de Shaolin. O sistema patriarcal de Shaolin se estabeleceu no

Século XIII, quando o Mestre Fuyu, líder da seita Caodong,dirigia o Templo. Foi o Mestre Fuyu quem estabeleceu econstituiu o sistema de grupos familiares patriarcais. Aadopção deste sistema teve um impacto de grandealcance no Templo Shaolin. O Mestre Fuyu estabeleceu o sistema de nomenclatura,

que já conta com 70 gerações. A lista é como segue: Fu, Hui, Zhi, Zi, Jue, Liao, Ben, Yuan, Ke, Wu, Zhou, Hong,

Pu, Guang, Zong, Dao, Qing, Tong Xuan, Zu, Qing, Jing, ZhenRu, Hai, Zhan, Ji, Chun, Zhen, Do, De, Xing, Yong, Yan, Heng,Miao, Ti, Chang Jian, Gu, Xin, Lang, Zhao, Tú, Shen, Xing, Ming,Jian, Chong, Zuo, Zhong, Zheng-Shan Xi, Chan, Jin, Que, Yuan,Ji, Du, Xue, Ting, Wei, Dao, Shi, Yin, Ru, Gui, Xuan, e Lu.

E

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O sistema de nomes, que é um "verso de 70-palavras" emChinês, tem feito do Templo Shaolin uma grande família. Naactualidade, os monges do Templo Shaolin ainda continuam osistema do Mestre Fuyu, do Século XIII, para dar os nomes. Em quase 800 anos, já houve mais de 30 gerações. Os

representantes das gerações actuais têm os nomes de "Su","De", "Xing", "Yong", "Yan" e "Heng".

A cerimónia de Baishi Na tradição das artes marciais chinesas, a cerimónia de

Baishi (que quer dizer honrar, venerar o Mestre) é de grandeimportância, posto que representa o compromisso mútuo entreMestre e discípulo. Para chegar a ser aceite como discípulo,tem de se percorrer um longo caminho e demonstrar umcompromisso com a arte que se praticar e com o Mestre. Antigamente, quando o discípulo era aceite como tal, devia

ir viver com o Mestre e ajudá-lo em seus afazeres do dia-a-dia,desta maneira surgia uma relação pai – fi lho / Mestre -discípulo. Por seu lado, o Mestre o educava, vest ia ealimentava. Hoje, esta tradição só se pode ver em algunspoucos lugares da China.A cerimónia de Baishi faz parte da tradição do Templo Shaolin

e das artes marciais chinesas, onde mediante a mesma seestabelece um vínculo entre Mestre e discípulo que é para todaa vida. O discípulo se compromete ética e moralmente acontinuar o legado de seu Mestre, cumprindo os princípiosfundamentais do Wu (moral nas artes marciais). Assim também,o aluno deverá realizar (no caso de Shaolin) os 3 refúgiosbudistas que são, refúgio em Buda, a Shanga e o Dharma e os 5preceitos ou votos, que são: não mentir, não roubar, não matar,não consumir substâncias que alterem a consciência e nãocometer adultério. Todo este processo é necessário para poderser sújiādìzǐ俗家弟子 ou discípulo secular do Templo Shaolin. O dia 14 de Agosto de 2015, foi o primeiro dia do mês do

calendário lunar chinês, portanto, um dia auspicioso para acerimónia de Baishi. Os dias preliminares, junto com seu sobrinho Shi Xing Pei,

um dos discípulos mais chegados e chefe de treinadores daescola do Grão Mestre Shi De Yang, estivemos organizandotudo para a cerimónia. A primeira coisa que fizemos foicomprar frutas, seis quilos de seis tipos diferentes de frutas.Depois, compramos seis quilos de vários tipos de pão,t ip icamente chineses. O número 6 é um dos númerosimportantes na tradição chinesa, posto que representa afluidez, o não tropeçar. Finalizada a compra das frutas, encarregamos as flores com

uma lenda em Chinês que fazia referência a que a relaçãoMestre/Discípulo durasse toda a vida. Nesta lenda o meunome estava escrito em Chinês. Havia muita expectativa por esse dia, não só pela minha

parte, obviamente, como também por parte dos discípulos ealunos do Mestre Shi De Yang e pelos meus também. Pelocontrário, eu permanecia tranquilo e expectante; um dos meussonhos seria feito realidade em questão de horas…Quando começou a cerimónia, me situei no centro, de cara

para o altar, e o Grão Mestre Shi De Yang se sentou em umdos lados. Todos os alunos e discípulos estavam formados emduas fileiras laterais, com as mãos juntas diante do peito; istoforma parte da tradição Shaolin. O meu Mestre me perguntouquantos anos fazia que nos conhecíamos, ao que eu respondi

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que fazia cinco anos que nos tínhamos conhecido, em2010, no pátio principal do Templo Shaolin. O Mestre ShiDe Yang então disse: Passou muito tempo e estou muitocontente e satisfeito de nos termos juntado hoje, aqui! E foi assim que começou a cerimónia.Poderíamos dizer que a cerimónia se dividiu em duas

partes, na primeira, como discípulo de Shaolin e nasegunda, como discípulo de Buda. Na primeira parte mecomprometi a seguir o código de conduta de Shaolin,baseado no Wude, a moral nas artes marciais, e nasegunda parte aceitei o meu novo caminho como discípulode Buda. Para isto faz-se necessário termos assumido os3 refúgios ou a tripla jóia e os 5 preceitos básicos: semestes, não se poder ia considerar a lguém comooficialmente budista. Cada vez que o Mestre Shi De Yangfazia menção de um dos preceitos, eu devia responder se

aceitaiva, com o novo nome que se me tinha sido dado.Isto simboliza ter renunciado ao meu antigo nome e nascercomo discípulo de Buda e de Shaolin.O nome se divide em 3 partes:Shi: faz referência á linhagem de Buda, todos os monges

em Shaolin possuem este nome.Xing: faz referência à geração, neste caso a 32ª; o Grão

Mestre Shi De Yang é da 31ª geração. Jing: é o nome que nos dá o nosso Mestre, após anos

de nos conhecer. Jing quer dizer puro/limpo.Uma nova etapa tinha começado. Mais compromissos e

obrigações minhas, para com o meu Mestre e Shaolin, mastambém comigo mesmo. Hoje tenho a responsabilidade deser discípulo, a responsabilidade de representar umageração e a responsabilidade de transmitir fielmente olegado do meu Mestre, por todo lado onde eu for!

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.