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Cinturao Negro Revista Portugues 292 Julho parte 1 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 292 - Julho - Parte 1. Ano XXIV

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/LAT-3REF.: • DVD/LAT-3

Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer yentender todos los peligros asociados a ellas, y su temaprincipal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis

principal en el entrenamiento con un arma defilo es conocer y entender todos los

peligros asociados a este tipo dearmas. El grave peligro de estas

armas es real, y debe tratarsecomo tal. Esto significa saber

donde debes establecer tuprioridad de entrenamientopara ser una herramientade supervivencia, en casode que tal situación sepresente. Afrontémoslo,tú eres quien tiene quesobrevivir, y no tuentrenador que teayuda a entrenar tusmetas, pero no tuobjetivo. Lasprioridades deentrenamiento que uso

en Latosa Escrima sonlas siguientes: realidad,

técnica y ejercicios.Realidad: es la comprensión

de lo que podría sucederexactamente y los peligros al

usar o enfrentarse a un arma defilo. Técnicas: movimientos que tratan

de darte una generalización deposibilidades y probabilidades de lo que puede

suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan paradesarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadasen la aplicación técnica.

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ue vivemos em Universo multidimensional émais do que uma hipótese nas convençõesda ciência moderna. A física quânticachegou ao impensável: Pôr em equações amaior irrupção da consciência que ohomem nunca antes vivenciou na sua

história; é um salto de gigantes, termos alcançadoplasmar no nosso plano de realidade e com o métodocientífico, o inconcebível.

O humano habita e existe em si próprio, como umaentidade demarcada numa franja comum do “logos”. Uns,isso sim, são células do cérebro da humanidade,enquanto outros ocupam justamente lugar nos pés docorpo comum que nos define; mas todos unidos, em umconjunto maior, estamos arribando a novos portos deconsciência. Não quer dizer que até ao último doshumanos tenha chegado a notícia deste salto quântico daconsciência planetária. Não. Cada um, em seuplaneamento evolutivo, em seu momento, em seucaminho, vai passando por diferentes etapas, mas semdúvida que como um todo. Se a flecha acertar no alvo,toda ela e não só a ponta, chegou ao seu objectivo.

Desculpem os leitores o abuso da metáfora, mas não éfácil falar de algumas coisas sem parecer que pretendosentar cátedra e sem me apoiar em doutrina alguma quepudesse levar a equívoco. O que quero dizer é que dealguma maneira, todos os que participamos do comumque nos faz humanos, deveríamos festejar o êxito dequalquer congénere como coisa própria. Cada luz que seacende na consciência do grupo, ainda que seja umaamostra do seguinte passo por chegar, ilumina com forçatodo o nosso caminho, que é comum e plural, à vez queindividual e único.

A compaixão dos grandes mestres (nada importa suacultura) sempre se tem fundamentado na segurança, nacerteza absoluta, da unicidade derradeira de todos osseres e coisas. É essa compaixão que os levou a traçarcaminhos, a tratar de explicar as descobertas, acompartilhar as certezas, quase sempre mal entendidas,quase sempre traídas…

Dizem que uma mãe vale por mil pais, mas que umMestre vale por mil mães. Infelizmente, na realidade nemsempre é assim, pois são muitos os que ostentam essesagrado título, como quem usa um chapéu que pões eque tira à sua conveniência; é claro que aqui estoufalando dos verdadeiros Mestres; aqueles que ensinamcom seu exemplo e não só com palavras; aqueles queparticipam da compaixão de maneira efectiva, com assuas acções, com os seus pensamentos.

Habitar um Universo multidimensional não é privilégiode ninguém, é uma realidade comum, mas percebercomo os diferentes planos agem entre si, é privilégio depoucos. Muitas culturas antigas compartilharam em seumomento um despertar magnífico da sua consciência degrupo e chegaram a “portos” semelhantes. Muito alémdas formas peculiares de suas culturas, existiu umsubstrato comum, uma raiz poderosa que permitiucompreender, através de uma formulação profunda dasenergias que compartimentavam as diferentes dimensões,assim como todas elas inter-actuavam no nosso plano daexistência.

Muitas dessas culturas se perderam completamente nanoite dos tempos, mas outras estão renascendo na nossaera, como um movimento natural que acolha as almasmais sensíveis e inquietas, nos tempos do mais ferozmaterialismo, em que vivemos. Insatisfeitas com simplesdoutrinas, famintas de algo mais consistente que umassimples regras morais, ou a falaz promessa de um maisalém avantajado, muitas velhas almas parecem renascerem um contexto aparentemente contraditório, para falarde antigos conhecimentos, de antigas práticas sagradas,de uma maneira de encarar o Universo e o facto da vida,que casualmente se explica hoje por meios muitodiferentes e completamente alheios aos daqueles tempos.A ciência e a espiritualidade se encontram numa novadimensão transcendente, onde o xamã e o científicoconvivem fazendo quadrado o círculo, onde o médico, osacerdote, o psicólogo e o taumaturgo se encontramfalando uma mesma linguagem. Não é fácil, porque asrespostas no são simples; cada uma abre uma novainterrogação, mas longe de uma descrição do mundounívoca, fanática e intolerante, os sábios do futuro já aquiestão, preparando os tempos futuros.

A grande roda girou mais uma vez. Velho e novo seencontram…

A perseverança traz ventura… A mudança trazventura… Mas nada acontecerá sem o nosso esforçoconsciente; abandonado a si mesmo, o futuro não sórepete o passado como também a transgressão, aconsciência, a evolução.

Grandes dias se esperam para a consciência planetária,mas não chegarão sem estertores, porque para nasceralguma coisa nova, alguma coisa deve morrer…

Os mais sensíveis sentem em suas carnes estenascimento y se preparam para preparar…

Velho e novo se reencontram!Quem tiver olhos para ver…, verá… Quem tiver ouvidos para ouvir…, ouvirá…

“Em termos sufis, há dois conceitos muito interessantesda transcendência. Trata-se de contemplar o universo e

compreender que o aquilo se vê por aí, reflecte o quesomos. O outro, é olhar para dentro de nós mesmos e

reconhecer que o universo lá está presente”Mohsin Hamid

“A maioria dos homens e mulheres levam vidas tãopenosas no pior dos casos, e tão monótonas, pobres elimitadas no melhor, que o desejo de fugir, a ânsia detranscender de si mesmo, ainda que só seja por brevesmomentos, é e tem sido sempre, um dos principaisapetites da alma” Aldous Huxley

Q

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Escrima

Os grandes Mestres o nãosão apenas em virtude de

seus conhecimentos, também,claro está, de uma trajectória

e na minha humilde opinião, poruma personalidade por uma

maneira de ser. Rene Latosa é um Grande

Mestre justamente volta a sercapa da nossa revista, anos

depois daquele nosso primeiroencontro, porque reúne todas

a qualidades de um GrandeMestre.

O reencontro constituiupara nós um grande prazer,o que devo dizer, posto queassim foi. Curto mas muitosaboroso e suficiente para

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Artes Marciales Filipinas

compreender como tudo o que seapontava anos atrás, estava ali,

maduro, firme e gentil à vez.O motivo da sua viagem: Um novo

vídeo que vai aparecer em breve. Umamanhã de trabalho impecável, umagravação fluente e agradável, para

um vídeo que de certeza, fará as delí-cias de todos os amantes das Artes

Filipinas. O Latosa Escrima, um estilo que umMestre amigo do Wing Tsun, definiucom elogios como “ante espectacu-

lar”, onde a eficácia campa à vontade,marcando a diferença.

Contamos com a inestimável assis-tência de seu aluno Sifu Markus

Goettel, a quem agradecemos a suagentileza e ajuda.

O reencontro com o Grão MestreRene Latosa foi muito agradável;

rememoramos os muitos anos passa-dos e com grande gentileza, evitou

falar mal de conhecidos comuns. Osanos passam para todos e inevita-velmente, todos tendemos a acu-mular um conjunto de suficientesofensas, desenganos e más expe-riências, para encher uma Bíblia

inteira… Como se vive, se age e sefala de tudo isso ou não, define

uma maneira de ser. Sinto-me felize honrado de contar com a sua

contribuição mensal nestas pági-nas e de certeza, muitos leitores

também vão agradecer.Alfredo Tucci

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Artes Marciais Filipinas

“Com uma armabranca não há

tomas falsas, nempodemos ter o luxode repetir ou fazerde novo, até que

funcione”

“Na realidade dedefender-se de

uma arma afiada,não é só umatécnica ou um

exercício.Também temosde enfrentaremoções tais

como a intenção,o medo e alógica”

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ealidade: É a compreensão do que poderia sucederexactamente e os perigos usando ou defendendo-nos deum arma de gume. Com um arma branca, não podemoster o luxo de repetir y fazer de novo, até que funcione. Oataque poderia consistir em um só corte, múltiplos cortes

ou uma punhalada e não em um ordenamento predizível. Imaginem queum só golpe ou um simples corte poderiam causar feridas superficiais,lesões graves ou mesmo mortais, tanto se estivermos em modo deataque como em modo de defesa. Percebam e façam o que o treinadordizer para fazer, mas também têm de compreender que ele só podefalar do que poderia ser um “possível” cenário do que realmente poderiaacontecer. A menos que possam ler o futuro, ninguém sabe realmente!Muitas vezes, na realidade o treino é só um processo do pensamento enunca vai acontecer. A realidade de defender-se de uma arma afiada,não é só uma técnica ou um exercício. Também se têm de enfrentaremoções, tais como a intenção, o medo e a lógica. Mais uma vez, não

O principal no treino com um arma de gume, éconhecer e perceber todos os perigos associadoscom este tipo de armas. Todos os "o queaconteceria se" e os "sim, mas…", são importantespara o ensaio e predizer o que pode acontecer. Ograve perigo das armas com gume é real e deve sertratado como tal. Isto quer dizer que é preciso quever onde se deve estabelecer a prioridade no treino,para ser uma ferramenta de sobrevivência, no casode que nos suceder uma situação como esta.Sejamos realistas, somos nós que temos desobreviver, não o nosso Mestre; ele nos ajuda atreinar para conseguirmos os nossos objectivos enão o seu objectivo. As prioridades de treino doLatosa Escrima, são as seguintes: a realidade, atécnica e os exercícios.

Escrima

Básicos - Prioridades do treinocom armas brancas

R

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Artes Marciais Filipinas

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Artes Marciais Filipinas

“A maioria dosexercícios servem para

desenvolver emelhorar as

habilidades demovimento do corpo,

que se utilizam naaplicação técnica”

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se perdoam os erros, como: dar um passoerrado, calcular mal a distância,descoordenar o timing ou falhar o ataque.

Técnicas: Estes movimentos tentammostrar uma generalização das coisas quepodem suceder. As técnicas têm de serflexíveis, adaptáveis e terem alternativas,porque os ataques não são sempre osmesmos; poderia haver uma mudançanuma menor distância, o timing ou avelocidade, que pode levar a umadevastadora derrota. Não se pode pensarerroneamente, que as técnicas são tudo ouque são um remédio mágico perante umarma afiada! Tudo tem de ser o maisgeneral e flexível, para enfrentar-se aodesconhecido.

Exercícios : A maioria dos exercíciosservem para desenvolver e melhorar ashabil idades do movimento do corpo,uti l izado na aplicação técnica. Osexercícios proporcionam a ocasião dedesenvolver e praticar habilidades para fluire a coordenação entre a vista e a mão,além de muitos outros atributos. Tratem denão usar a palavra "exercício" tãoliteralmente. A palavra exercício, na minhaopinião, significa treinar e desenvolver ashabilidades individuais. Isto não é lutar, mas

Escrima

“O s exercícios nos proporcionama ocasião de desenvolver e

praticar as habilidades de fluir ea coordenação da vista e a mão,

assim como muitos outrosatributos”

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Artes Marciais Filipinas

“As técnicas têmde ser flexíveis,adaptáveis e ter

alternativas,porque os

ataques não sãosempre os

mesmos. “

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sim treinar as habilidades,para fazer o que tem de serfeito numa situação real.Não se percam pensandoque isto é a luta.Compreendemos que porvezes o exercício é difícil eesgotante, mas tem de sevoltar à realidade, na qual nãosabemos o que vai sucedernuma determinada situação. O destaque deste treino com armaafiada, está na colocação correctae em dar prioridade a comopreparar-se para enfrentar essasituação. A técnica não nosproporciona as habilidades para fazerfrente a uma arma branca, só nos dáuma ideia de como poderia funcionar.Não se confundam, posto que tanto osexercícios e técnicas como o sistema,não são mais que ferramentas paradesenvolvermos as nossas habilidades. Arealidade é termos um parceiro que porum lado nos ataque com segurança, comataques desde muito perto a longe, comdiferentes velocidades e diferente potência edesde as zonas que não se podem ver e que nãoestão na nossa visão da periferia. Obviamente, háoutros conceitos e outros métodos de treino maisavançados, mas primeiro, tem de se compreendero processo básico do pensamento e onde sesituam as técnicas e exercícios, dentro da lista deprioridades.

“O destaque deste treino comarma afiada reside na colocaçãocorrecta e dar prioridade a comopreparar-se para enfrentar essa

situação.”

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“Tudo o que setreinar tem de ser omais geral e flexívelpossível, para fazer

frente aodesconhecido.”

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Escrima

“A técnica não nosproporciona as

habilidades para fazerfrente a uma armabranca, só nos dáuma ideia de comopoderia funcionar.”

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5,formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD,DivX, o similares), y la impresión de las carátulassigue las más estrictas exigencias de calidad(tipo de papel e impresión). Asimismo ningunode nuestros productos es comercializado através de portales de subastas online. Si esteDVD no cumple estos requisitos, y/o la carátulay la serigrafía no coinciden con la que aquímostramos, se trata de una copia pirata.

REF.: • FUSHIH-2REF.: • FUSHIH-2

Este nuevo trabajo sobre Fu-Shih Kenpo delSoke Raul Gutierrez está centrado en las formastradicionales del estilo, sus aplicaciones y ladefensa personal. Estudiaremos especialmente laForma “El Tigre se defiende”, con suscorrespondientes aplicaciones técnicas, la forma

“Dientes de Tigre”, y trabajo libre conarmas. A continuación el Maestro

explica detalladamente unaextensa serie de técnicas

avanzadas de defensapersonal, indicando el

porqué se realizand e t e r m i n a d o smovimientos, lasadvertencias a tener enconsideración, losposibles ángulos, ylas variantes que sepueden aplicar encada grupo tecnico.El DVD se completacon una serie detécnicas de combatepara competición y eltrabajo deacondicionamiento

fisico, donde elMaestro Gutierrez

explica cómo prepararnuestras armas, brazos y

piernas, para la defensapersonal y el combate. Sin

duda una forma de trabajocuya riqueza se basa en el

intercambio y coordinación conotros estilos, y el aprender a respetar

nuestras diferentes fuentes de trabajo.

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Professional Self Defense

Após sua experiência internacional já significativa, com várias unidades das forças de ordeme federações, nos Estados Unidos, Canada, Austrália, Japão, Israel, Hungria, Áustria,Espanha, Itália, Argentina, o conhecido internacionalmente, capitão Jacques Levinet nos falada formação Police Training ROS (Real Operational System), método do qual ele é Fundador e10º Dan faixa preta, para as forças especiaisrussas (Spetsnaz) os OMOH e o Grupo deAntinarcóticos.

Queríamos conhecer suas impressõesapós este deslocamento excepcional

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C.N.; Como deu a conhecer os seusmétodos aos famosos Spetsnaz?

Jacques Levinet: Fui convidado pelasmais altas autoridades da República Russade Yakutia (Sibéria), por petição do professorrusso Tselestin TSYKHTSINSKI,mundialmente conhecido no meio das artesmarciais e técnicas de combate. Ele já mecontactara em um recente seminário que fizem Londres (Inglaterra). Ele viaja o mundointeiro, em busca de novos talentos. Sentiu-se seduzido pelo ROS e queria dá-lo aconhecer às unidades especiais da suaRepública.

C.N.; Quais são estas unidades e comoreagiram ao SPK e ao ROS?

J.L.: Trata-se de umas unidades centraisde intervenção dos OMOH e doDepartamento de narcóticos. A rudeza e a

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robustez destas forças não é uma lenda, assimcomo o clima continental extremo de Yakutia,com -60° no Inverno e +40° no Verão. Esperavampor mim uns decididos mocetões, com ummínimo de dúvidas e numas condições de treinorudimentares. Resumindo, para trabalhar numasituação realista, o que agradeço. Eu no dispunhade margem de erro ou de incerteza, motivo peloqual, as respostas foram apoiadas e adaptadas aomeio.

C.N.; Poderia dizer-nos mais alguma coisadessas unidades russas?

J.L.: São muito discretas e de difícil acesso, amenos que alguém venha recomendado a um altonível. Os treinos, sob o atento controlo dos oficiaise chefes de grupo, se realizam em lugares nãorevelados. Os OMOH, acostumados a situaçõesde crise, como na Chechénia, são grandeslutadores que não sentem medo por quase nada eestão familiarizados com as intervenções de altorisco. O Departamento de Narcóticos é tambémeficaz na luta contra o tráfego de narcóticos eseus agentes realizam intervenções a grandeescala, para desmantelar as redes organizadas.Coletes anti-balas e roupa de camuflagem são oseu “pão de cada dia”. O ROS os cativou pelorealismo do seu método, que considera osdiferentes níveis de treino, desde as mãos nuasaté a utilização da arma de fogo, passando pelotonfa, o pau operativo, assim como por algemar,

Informação acerca de cursose formações

POLICE TRAINING ROS www.policetrainingros.come www.academielevinet.comTel. +33467075044

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mas tudo de acordo àcomplementaridade e a inter-acçãopermanente do ROS e ao perigo dascircunstâncias.

C.N.; Aplicou um programaespecífico ROS?

J.L.: Efectivamente. O ROS tem apeculiaridade de adaptar-se àsdiferentes leis dos países, no querespeita ao treino de campo. Alegítima defesa e o equipamento não

são os mesmos em todos os lugares.Por exemplo, o trabalho de desarmefrente à pistola russa, cujasespecificidades são particulares. Oprograma de práticas foi organizadoem cenários que eu escolhia,conforme evoluía o perigo e asreacções do ou dos agressores. OROS não é uma autodefesa de umcontra um, nem uns gestos técnicosde intervenção académicos… É apossibilidade, para os corpos da

polícia, de estar sempre um grau pordiante disponível, frente a umasituação que degenera. Além disto, osRussos não são passivos e foinecessário ir até o final das técnicasde intervenção, com percussão, paraprovar sua eficácia. Mas estãoconquistados… Mostraram isso semproblemas, respeitam oconhecimento e pedem mais

C.N.; Que experiência tirou parasi, deste deslocamento?

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J.L.: A satisfação de ver conseguidaa prova do ROS a escala realista,posto que estas unidades não fazemnada a meias e não economizamesforços. O questionamentoconstante é uma necessidade, sequeremos progredir com todahumildade. O confronto no estrangeiroevita a auto-satisfação e nacional“olhar para o umbigo”. O entusiasmodas forças russas esteve à altura dasrecompensas que recebi (a medalha

dos 200 anos da criação da milícia naRússia e do Ministério dos Desportosde Yakutia) assim como os escudosdos Spetsnaz. Por outra parte, tive oprivilégio de ter sido convidado pelaAcademia da Polícia dos oficiais e terpodido fazer um amplo intercâmbiocom instrutores e responsáveis, o queenriqueceu a minha experiência. Porúltimo, está previsto um projecto decontinuação da formação dosSpetsnaz.

Perante as próximas viagens doCapitão Jacques Levinet à Academiada Polícia de Nova York, daAlemanha, Itália, Áustria, Bulgária,Inglaterra e Dinamarca, já só resta aonosso poliglota especialista francêspoliglota, aprender Russo!

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Entrevista

Hoje temos o prazer deentrevistar para todos vós,uma das f iguras maisimportantes do Jiu Jitsu edas Artes Marciais em todoo mundo, o Grão-MestreFrancisco Mansur. O Mestre Mansur é um

grande versado na Arteconhecida como Brazilian JiuJitsu, que como os nossosleitores bem sabem, foi aresponsável pela últ imagrande volta das Artesmarciais nos temposmodernos.

Entrevista: Alfredo TucciFotos: © www.budointernational.com

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Grandes Mestres

Dos cinco ou seis 9º Dan deBrazi l ian Jiu Jitsu que sãoreconhecidos em todo o mundo,apenas dois estão em activo.Francisco Mansur é um deles. Nosso convidado de capa este

mês, é sem dúvida uma pessoaespecial, um indivíduo fora de série,um grande professor e Mestre, masalém disso, ele é uma vivatestemunha do porquê desta Arteter conseguido triunfar nas últimasdécadas. De Mansur dizem as más línguas

ser ele o único a quem escuta seuMestre Hél io Gracie, todo um

carácter como sabemos; sem dúvidaisto deve-se a ser ele o único que seatreve a contradizê-lo e apesar deHél io se deixar levar pelosdemónios, ele respeita Mansurporque sabe que sempre lhe fala averdade. Uma carinhosa relaçãocheia de espaventos, mas quandoMansur o cita durante a entrevista,em seus olhos aparecem,repentinamente, os restos de umarara doçura e carinho, de unssentimentos que vão além daamizade.Mansur, (que por certo também o

vão encontrar escrito como Mansor,

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Entrevista

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Grandes Mestres

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que é seu nome ofic ial, sendo este oresultado do erro de um funcionário queescreveu a sua ficha de nascença);Francisco, Xico Mansur, dizíamos,sobreviveu a 35 anos de Polícia noRio de Janeiro, um notávelrecorde, mas não se livrou delevar como recordação 11 tirosno seu corpo. Um corpo queapesar de tudo está emadmirável forma f ísica, setivermos em consideração quejá não é criança… A sua famade insubornável pode custar-lhea vida várias vezes, mas eleagradece isso ao Jiu Jitsu queforjou o seu carácter. Homem acima de tudo recto,

ao mesmo tempo que umguerreiro tranquilo; pessoareligiosa, pulcra e ordenada emsuas comidas, vive hoje em NovaIorque, mas não

Entrevista

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pára de viajar pelo mundo ensinando a sua sistematização da “Arte suave”, que elechama “Kioto Jiu Jitsu”. Mestre de Mestres, de campeões, mas também pacienteprofessor de pessoas com problemas e limitações físicas, psíquicas ou emocionais,este homem sentiu compaixão e agiu em consequência. Ele teve em seus braçostoda a geração de Gracies que tem revolucionado o mundo das AM nas últimasdécadas. É o “eterno tio”, centrado e conciliador, para além das disputas, dosacontecimentos ou mudanças, uma figura essencial para compreender a evolução

do Jiu Jitsu no Brasil e actualmente nos EUA. Um exemplo de Mestria dentro e fora do tatame, um

homem que conseguiu tudo neste mundo do Jiu Jitsu eque continua disposto a partilhar hoje com todos

vós os seus profundos conhecimentos, numametodologia que lhe tem dado famainternacional. Firme mas carinhosapersonagem, apaixonado pela suamulher com a qual partilha uma vida

intensa e rica, pela que passa adeixar uma estela de respeitoe admiração, mas acima detudo, da profundahumanidade daquele queum dia se comprometeucom a via recta doguerreiro e mantevefirme o seu propósito.Um autêntico luxopara estas páginas,que nos honramosem apresentar.

Grandes Mestres

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Entrevista

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Grão Mestre9º DanEntrevistamos a Lenda viva do Jiu-Jitsu!

Entrevista com o Grão-Mestre Francisco Mansur, 9º Dan de Brazilian JiuJitsu

Cinturão Negro: Mestre Mansur, gostaríamos que nos contasse acercados começos do Jiu-Jitsu, factos vividos tão directamente pelo senhor,do que sem dúvida foi a época épica do Jiu Jitsu brasileiro.

Francisco Mansur: O começo do Jiu-Jitsu no Brasil tem um nome, sechama Hélio Gracie. Foi ele quem começou tudo, sem menosprezar,logicamente, Carlos Gracie, que começou a dar aulas de Jiu Jitsu quandoainda era uma criança. O desenvolvimento do Jiu Jitsu ficou em mãos de

Hélio Gracie, porque Carlos Gracie dava aulas do antigo Jiu Jitsu japonêsque tinha aprendido do Mestre Maeda (Mitsuyo Maeda, aliás Conde

Koma), Mestre que foi para o Brasil representando o Budo doJapão. Mas Hélio Gracie, como ele mesmo tem dito,

colocou um “macaquinho” no Jiu Jitsu, porquecomo era uma criança muito doente, não podia

fazer o mesmo esforço físico que faziamseus irmãos e então ele criou o que hoje

conhecemos como o Brazilian JiuJitsu.

Grandes Mestres

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Os começos foram até fáceis, porque a diferença entre o Jiu Jitsu de Hélio Gracie e o resto dos Jiu Jitsu existentesnessa época, era muito grande. Tudo se baseava nos grandes conhecimentos técnicos que o Hélio tinha; os outros eramhomens fortes que praticavam o desporto, mas que não tinham os conhecimentos que ele tinha e, para ser justos,também tinha o resto dos irmãos Gracie, mas naqueles anos, tudo rodou em torno da família e de maneira especial emtorno a Hélio, que teve de se enfrentar a todos os campeões que puderam surgir a cada momento.

A história é bem conhecida, Hélio Gracie lutando contra Kató, depois contra outrojaponês que surgiu desafiando a família Gracie em sua academia e mais tarde, contraKimura, que constituiu a cimeira para Hélio, não só por se tratar de um campeão domundo, como também devido à grande diferença de peso e de envergadura. Depois,todos os que surgiram, que tinham chegado a campeões do mundo. Teria que destacarum lutador que se chamava Taigo e quem chamaram “Taigo olutador sorridente”. Esse homem devia substituir Kimú e vingar aderrota de Kató, caso Kimú perdesse frente a Hélio. A épica históriadaqueles combates é bem conhecida.

Assim começou a caminhar o Jiu Jitsu. Todos nós vimos dele. Écomo uma grande árvore da qual todos nós somos os ramos. Eu mesinto honrado por isso, e sinto muito orgulho em que meu Jiu Jitsutenha essa origem.

Entretanto, o tempo tem passado e assim como em seus começosa aviação estava constituída apenas por aviões pequenos com

Grandes Mestres

“O Jiu Jitsu, antes que luta, é um sistema delutas; é uma ciência empírica, uma ciência que

evolui a cada momento como as outras ciências, e como aprópria física se tem desenvolvido muito”

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pouca autonomia de voo e hoje em diatemos aviões que em uma hora dão avolta ao globo, o Jiu Jitsu, comoCiência que é, não pára de evoluir.

O Jiu Jitsu, antes que luta, é umsistema de lutas; é uma ciênciaempírica, uma ciência que evolui acada momento como as outrasciências, e como a própria física setem desenvolvido muito. Poderíamosafirmar que chegou um momento emque o Brazilian Jiu Jitsu se tornouem algo assim como “uma realidadeirrefutável”. Esta revolução fez destepaís a capital do Jiu-Jitsu no mundo.

De maneira que hoje podemosdizer que o Jiu Jitsu se apoia em unsgrandes pilares do passado, no Hélioe no seu irmão, os decanos do JiuJitsu brasileiro. Os Mestres dopassado do Jiu Jitsu brasileiro, todoseles foram de grande valia. Mas nãosó os Gracie, na época havia muitosoutros lutadores de grande talento e setodos nós não tivéssemos tido aquelareferência para lutar, não teria existido oJiu Jitsu que hoje existe. Naqueles tempostodos eles eram os adversários, osoponentes com quem lutar e mesmo queem alguns casos fossemtecnicamente inferiores, foramindispensáveis elementosque estimularam as

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nossas habilidades. Esta tensão criativa se desenvolveu de tal maneira quehoje o Jiu Jitsu é um autêntico património nacional no Brasil e podemosafirmar que nem mais nem menos que em 90% das grandes cidadesbrasileiras se pratica o Jiu Jitsu.

C.N.: Senhor Mansur, o senhor foi polícia no Rio de Janeiro? F.M.: Fui sim senhor, durante 35 anos.

C.N.: Sobreviver todo esse tempo a se ocupar de assuntos de alto risco é,para aqueles que conhecem o lugar, uma garantia de dotes guerreiros. Noentanto, esta relação entre agentes de ordem e artistas marciais é um factonão demasiadamente conhecido no mundo das Artes Marciais e gostaríamosque nos falasse da sua experiência e dospontos de encontro existentes entre as práticasdos antigos guerreiros e esses “novosguerreiros” que são os polícias.

F.M.: Bom comentário. É coisa simples de sedizer. Eu fui polícia durante 35 anos e luteicontra o crime e estive, como é lógico, da parteda Lei e cumprindo-a o mais possível à letra,mas na verdade, nestes corpos encontramospessoas que são autênticos guerreiros como osenhor disse, algo comum entre as gentes doJiu Jitsu mas também entre os policiais. Defacto, a maioria dos policias do Rio de Janeirode hoje em dia praticam o Jiu Jitsu, mas nosmeus tempos, poucos polícias praticavam o JiuJitsu e aqueles que o faziam, constituíam umacasta, algo assim como uma raça à parte.

Curiosamente, muitos dos que praticavam oJiu Jitsu, depois se faziam policias. Agoramesmo estou lembrando de um monte de bonspolicias, exemplos do facto que já comentei, deeles serem primeiro estudantes de Jiu Jitsu edepois entrar para o corpo, e todos eles foramexcelentes polícias. Certamente, é o caso doHélio Bispo, que foi um grande chefe da Polícia;Barrais, hoje falecido… um grande polícia… E não quero dar mais nomespara não ser injusto. Mas houve muitos que depois de serem instrutores deJiu Jitsu, profissionais de Jiu Jitsu e até lutadores de Vale-Tudo e professoresavançados de Jiu Jitsu e donos de academias, se fizeram polícias, como foio meu caso, pois eu já era instrutor de Jiu Jitsu quando me fiz policia.

Repare, direi algo: É claro que Deus protege os valentes..., os aventureirostêm uma protecção especial de Deus, talvez por isso sobrevivam onde outrosdesaparecem… o facto de estar com vida, eu devo em grande parte à minhaprática do Jiu Jitsu. Desde já pela auto-confiança que me conferiu comopessoa, uma força interior que me permitiu sair de experiências terríveis e irem frente, experiências que tive na minha época como oficial em acções decombate; sobrevivi a vários tiroteios, me feriram um monte de vezes,tentaram me assassinar por fazer frente aos malfeitores…, por isso o meucorpo está marcado com 11 orifícios de bala. O Jiu Jitsu foi essencial paranestes casos conseguir me controlar e dirigir minha mente para a minhadefesa.

Grandes Mestres

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C.N.: Quanto a esta preparação mental, queé coisa a que não se dá muito valor nestestempos em que a técnica parece que é tudo,ou pretende ser tudo, parece-lhe que hoje emdia estamos a querer treinar mais a partetécnica, esquecendo um tanto os valores queas AM, como o Jiu Jitsu, têm por detrás?

F.M.: Alfredo, mesmo que nós esqueçamos osvalores das Artes Marciais, é impossível que umbom praticante de Artes Marciais, um bom lutador,um homem que se entrega a isto, e para isso faz umgrande esforço, no que investe a cada dia sangue,suor e lágrimas, não esteja de facto a viver todos osvalores que as Artes têm atrás e se aproveitandodeles. Assim, mesmo que a pessoa seja, por assimdizer, somente um homem da luta, não pode evitaros efeitos que a sua prática lhe proporciona para oseu subconsciente. O subconsciente é algoinvoluntário, é coisa que funciona sem mandarmossobre ele. Na prática da luta aprendemos a manter a

nossa calma e a manter a calma de outrosindivíduos em momentos críticos. Isto acontece nãodevido a uma determinada filosofia, mas porqueficamos imbuídos disso.

C.N.: O senhor é um homem religioso, comocasam o Jiu Jitsu e a religião?

F.M.: Eu costumo repetir algumas frases quepodem trazer um pouco de luz a estas questõesque estamos a falar. Costumo dizer que Deus émuito caprichoso. Um dia Ele parou a pensar:“Que barbaridade, o mundo está a crescer todosos dias, daqui a pouco não haverá mais velas,nem lamparinas, tudo vai ficar às escuras, entãochamou o Edison e disse: Edison, inventa a luzpara o mundo…” e Edison inventou a luzeléctrica… Fez o mesmo com Grahan Bell:“Escuta Grahan, vem aqui, vou para longe e queropermanecer em contacto…” e Bell inventou otelefone. “Escuta Pasteur, vai surgir uma peste

Grandes Maestros

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que vai destruir a humanidade!” E Pasteurinventou a vacina… Depois, um dia Elereparou em um homem, que não sabemosexactamente quem foi… e criou o JiuJitsu… Uma vez que o Jiu Jitsu foi criado,o antigo Jiu Jitsu se desenvolveu por todoo mundo, Deus se dirigiu a um homemdoente, o Hélio e lhe disse: “Ouve, vemcomigo, estás muito doente, disserampara você que vai morrer, mas eu nãoquero que você morra… Vou fazer de ti ocriador de um Novo estilo de Jiu Jitsu… Ecriou o Brazilian Jiu Jitsu.

Tudo isto são coisas divinas, são coisasque Deus põe no pensamento do homem.O homem não tem o poder de criar todasestas coisas maravilhosas. Criar uma lutacomo o Jiu Jitsu, que é uma coisa quenão tem fim… Tem princípio mas não temfim…, é uma progressão matemática, istosó se explica por uma intervenção divina.De maneira que não só o Jiu Jitsu mas asArtes Marciais em seu conjunto, estãodevidamente imbuídas de auto-confiança,a qual se transmite ao homem. Auto-confiança para que o homem possa serum guerreiro, para que siga um caminhorecto; o caminho do guerreiro, umcaminho de honra. Esse caminho sechama Bushido, este é o “Caminho doGuerreiro”. É o que penso no que serefere ao Jiu Jitsu e ao efeito que estepode ter sobre o ser humano.

C.N.: Um dos aspectos mais notáveisdo seu trabalho é a criação de umametodologia no ensino do Jiu Jitsu.Como nascem as bases da sua pessoalmaneira de ver a Arte suave?

F.M.: Faz 40 anos, eu pensei que o JiuJitsu não devia ser só um direito doshomens adultos, que as crianças tambémpodiam praticar Jiu Jitsu, porque o efeitodo movimento do Jiu Jitsu proporciona umgrande conhecimento, motiva odesenvolvimento e afecta positivamente ascrianças, principalmente no que se refere àcoordenação. Então comecei a criar umnovo sistema, um novo método de ensinare aprender o Jiu Jitsu, o Kioto Jiu Jitsu. Ocerto é que não foi necessário inventarnada, eu apenas simplifiquei as coisas einventei uma maneira fácil de aplicar o Jiu

Jitsu. Os meus alunos eram, em muitoscasos, pessoas com deficiências, alunoscom um braço só, surdos, mudos, etc.

Eu queria que tivessem acesso a um JiuJitsu especial aquelas crianças comdificuldades extraordinárias na suacoordenação, ou que se sentissemespeciais por ter estado em um colégio“especial”, ou por enfrentar maioreslimitações, coisa que nessa época aindanão se definia bem se eram problemas decoordenação superficial da motricidadeou coordenação profunda damotricidade… Quis ir além das definiçõesa acções práticas e efectivas, por issocriei o Jiu Jitsu System, com a intençãode que essas outras pessoas pudessemsuportar as dificuldades da vida. Pessoasque realmente se encontram no fundo deum poço e que a gente pode, através doJiu Jitsu, levar até a superfície…

Isto foi algo muito gratificante. É coisaque me faz sentir orgulho porque temajudado muita gente, gente que chegou àacademia cheia de problemas médicos epsicológicos e que hoje é gente que temuma vida normal, que vive uma vidanormal; alguns deles inclusive se tornaramgrandes profissionais em profissõesliberais. Tudo está baseado na educação,tanto na educação psicológica como naeducação da inteligência e na educaçãomotriz, assim como na educaçãodisciplinar. E tudo isto é afinal algo que é aprópria Arte que ensina. Não sou eu oautor dessa obra!, essa obra vem damesmíssima Arte marcial, que faz a gentemostrar à criança como se mover numacoordenação relativamente perfeita.

C.N.: Actualmente, o senhor tem asua academia em Nova Iorque. Qual foio motivo para mudar de vida, parainiciar uma nova vida levando o JiuJitsu, o seu Jiu Jitsu, até à Costa Lesteamericana?

F.M.: Essa é uma longa história! Masvou dizer o mais rapidamente que me sejapossível.

Dediquei a minha vida ao Jiu Jitsu e aomeu trabalho como polícia. Como políciaem uma grande cidade que se enfrentadiariamente à delinquência e ao crime,

Grandes Mestres

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Entrevista

“Quis ir além das definições a acções práticas e efectivas,por isso criei o Jiu Jitsu System,

com a intenção de que essas outras pessoas pudessemsuportar as dificuldades da vida”

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chegou um momento em que eucorria um grande risco, coisa que sepode assumir, mas este risco se fezextensível à minha família devido àscondições do país.

Quando se aproximava o momentode me aposentar, compreendia cadavez com maior claridade que iria ficarem uma muito frágil situaçãodefensiva, tanto em meu casopessoal, como acima de tudo deminha família. Isto era devido, semdúvida, à minha atitude frente aocrime organizado que é muitopoderoso no Rio de Janeiro. Nogrémio eu era conhecido como“policia duro” (Mansur refere-se ainsubornável); eu meti na prisãomuitos colegas que sucumbiram àtentação e muitos, muitosnarcotraficantes e criminosos.

Mas meu caso não era um casoúnico, mas o de todos aquelespoliciais que tinham sido duros narepressão do crime e do delito. Quaseme vi obrigado a tirar a minha famíliado Brasil de um dia para outro e ir-meinstalar nos Estados Unidos daAmérica, um lugar onde eu contavacom muitos amigos, incluindo o meubom amigo, o Coronel Sanchís, comquem partilhamos aulas na Academiada Polícia de Nova Iorque, um homemque aprecio e admiro muitíssimo eque me consta que é bem conhecidodos leitores desta revista.

Me instalei pois lá e montei a minhaprimeira escola, seguindo as mesmasdirectrizes que anteriormente tinhaseguido: o educacional, o correctivo etudo o mais. Em Nova Iorque faziatodos estes tipos de trabalhos comdeficientes, com crianças comproblemas de coordenação motora,com gente necessitada de auto-afirmação, ou simplesmente com genteque se tinha desviado para um caminhoerrado. Eu chamo um caminho erradoao caminho das drogas, a um caminhode vício, em geral. Com o Jiu Jitsu e umbom trabalho de disciplina e boas

vibrações, se pode conseguir queessas pessoas encontrem um caminhocorrecto. E esta é a minha realidade.

C.N.: Uma pergunta que é quaseobrigatória e que gostaria de lhefazer. Quais são, a seu ver, osmelhores lutadores que agoraestão no panorama universal?

F.M.: Essa aí é uma perguntaperigosa! (risos). Pode perigar o meupescoço!… Mas tudo bem.

Actualmente admiro omodo de lutar de RogerGracie. Também, claroestá, o Jacaré, que tem ummomento tremendo no JiuJitsu e é um guerreiro,como tem mostrado esteano vencendo no mundial.E Margarida, que regressoue está a evoluir bem; eupensava que eleregressaria em baixo, masnão!, regressou bem.

Mas não posso deixar defalar nos que para mimcontinuam a ser os nomesdo Jiu Jitsu porantonomásia; talvez porquena época em quedesenvolveram o Jiu Jitsu,eles estavam em grandedisparidade com o que eraa regra geral. Entre estestemos com certeza deassinalar grandesguerreiros, como é o casodo Royler. Royler, para mim,de toda a família é quemmais sangue guerreiro tem.É o que mais tem lutado, oque mais tem competido,um homem que não precisamostrar nada para ninguém,mas que tem competido.

É claro que está oRickson, de quem nem épreciso falar. Mas tambémgente de quem gosto muito,como Carlos Gurgel,

“O General”… porque Gurgel échamado General… Sabiam? É umindivíduo de grandes valores.

Sem querer desprezar os outros,estes são para mim os quemarcaram uma época.Principalmente Rickson marcou umaépoca, Royler marcou uma época,agora Jacaré está marcando umaépoca, e Roger, e tambémMargarida, e muitos outros maisl igeiros ou mais pesados, que

Grandes Mestres

“Dediquei a minhavida ao Jiu Jitsu e aomeu trabalho comopolícia. Como polícia

em uma grandecidade que se

enfrenta diariamenteà delinquência e aocrime, chegou um

momento em que eucorria um granderisco, coisa que se

pode assumir, mas este risco se fezextensível à minhafamília devido àscondições do país”

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marcaram ou estão a marcar umaépoca no Jiu Jitsu.

Isto é o que penso dos nomes doactual Jiu Jitsu. Mas houve grandescampeões e eu não quero ser injusto,se falo nestes é porque o Jacaré foicampeão do absoluto no mundial eRoyler foi o sub-campeão doabsoluto, em meio de uma grandepolémica devido ao braço quebradoou não quebrado… Para mim, os doistêm um grande valor, são grandes

lutadores. Inclusive o Rickson é dosmelhores que posso citar, semesquecer os velhos…

C.N.: E dos velhos? F.M.: Já falei no Rickson, Fábio

Gurgel “O General”. E no meu Mestreque foi o mais perfeito na época emque não se sabia nada de nada, denada…

Tudo isso é o que eu dou valordo passado e também dopresente.

C.N.: Mestre Mansur foi umautêntico privilégio poder fazer estaentrevista e finalmente gravar consigoum primeiro vídeo de instrução, o qualesperamos venha a ser o primeiro deuma série. Obrigado.

F.M.: Obrigado a vocês; gostei imensode trabalhar com uma equipa tãoprofissional, mas acima de tudo, fazê-loneste ambiente especial que vocês aquicriam, no qual sempre se está encantadode dar o melhor nós mesmos.

Entrevista

“Com o Jiu Jitsu e um bomtrabalho de disciplina eboas vibrações, se podeconseguir que essas

pessoas encontrem umcaminho correcto”

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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O Mestre Dennis Vega, já conhecido dos nossos mais assíduosleitores, devido a um DVD realizado alguns anos atrás, temcontinuado numa intensa trajectória, orientado por duas linhas muitofortes: o “Farang do Combat” e o “Farangdo Mu Sul”.

Com o primeiro, (com o qual arranca esta sua nova coluna),alcançou destacados êxitos, treinando lutadores dos circuitos deFree Fight. Com o segundo, segue uma linha de trabalho maisvinculada às origens Coreanos do seu estilo, sem nuncaperder de vista a sua paixão pela eficácia no combate.

A cada mês, os leitores encontrarão nele inspiração,conhecimento e interessantes propostas, que de certezairão enriquecer seus respectivos trabalhos.

Alfredo Tucci

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No meio de ataques surpresa, movimentos dinâmicos e combinações efectivas; descobrimos oFarang Combat.

Quando falamos do Farang Combat, nos vem ao pensamento três perguntas essenciais:O que é Farang Combat? Qual é a sua história? Onde surgiu?

O Farang Combat é uma modalidade do Modern Farang Mu Sul, estilo marcial defensivo,fundado pelo Grão Mestre Michael De Alba; onde suas técnicas defensivas e ofensivas surgemda própria luta, do caos defensivo.

O Farang Combat, constituído associação e com o aval da prestigiosa federação anteriormentedita, compreende duas divisões principais na sua organização:

FCD (Farang Combat Defensive) e FCL (Farang Combat League).

Farang Combat, na sua modalidade técnica, defensiva e desportiva (Farang Combat League),utiliza por princípio métodos de Boxe. Também se vale de ataques lineares, Luta Greco-Romana,Luta Chinesa, Farang Jok Sul (técnica de pontapés) e suas particulares técnicas maisimportantes, o Catch Boxing e o Stamp Hit.

Master Dennis Vega, com mais de três décadas de prática marcial e desportiva, é queminstaura o conceito denominado “Catch Boxing”. Dentro do Farang Combat, a modalidade doCatch Boxing joga um papel de importância. Utilizando movimentos de 45 graus em suascombinações boxistas, consegue estabelecer de maneira eficaz e rápida, agarres e

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Artes de Combate

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Artes de Combate

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Artes de Combate

manipulações. Estas últimas são utilizadas eficazmente, paralançar e controlar o adversário. Indagando na técnica do Catch

Boxing, podemos observar de maneira muito clara, a suaeficácia dentro do caos da luta. Sem parar e utilizando

movimentos circulares e l ineares, usa o corpo e asextremidades para levar ao chão e controlar oconfrontante.

Os praticantes do Farang Combat desenvolvem atécnica do Catch Boxing utilizando e aplicando amesma em combinações rápidas de golpes e não emtécnicas de um só movimento. Assim, podemosobservar a sua eficácia dentro da desorganização deum combate realista.

Nos ataques, o Farang Combat empregadiferentes golpes, tais como: cotoveladas ao tórax,punhos às coxas, cabeçadas e impactos de mãoaberta. Uti l iza quatro padrões de jabs e 8combinações básicas essenciais, muito efectivas

para estabelecer um ataque e uma defesa eficazes. O Catch Boxing utiliza quatro inflexões de controlo,

chamados “Triangle Cut” e “Four Wrap”. Triangle Cutrepresenta a defesa resistindo ataques de lado, da

esquerda e direita; enquanto que Four Wrap é a ofensivautilizada em movimentos de 45 graus.

Quando recebe um ataque de flanco da esquerda ou da direita, o praticantede Farang Combat utiliza como defesa principal o denominado “Triangle Block”.

O Triangle Block, como muito bem indica seu nome, é um bloco em formatotriangular, o qual protege a parte de trás e lateral da cabeça; apresentando o cotovelo

para a frente, em forma de flecha. Depois de estabelecer o Triangle Block, os praticantes doFarang Combat passam a utilizar o Triangle Cut como medida de controlo, efectuando inflexões,

deslocamentos ou atiradas ao chão. Na modalidade defensiva do Four Wrap, os combatentes do Farang utilizam as técnicas defensivas denominadas

“shoulder move” e “squat move”. Empregando os ditos conceitos defensivos, o praticante, dentro da confusão docombate, eleva seu braço formando um “ L”, agarrando assim o braço do opressor e aplicando a técnica desejada.

O Farang Combat começou a dar seus primeiros passos na Ilha de Puerto Rico, em 2004, pela mão de MasterDennis Vega, que tem desenvolvido a evolução do Farang Mu Sul e tem seguido o Fundador, Mestre e Professor,

Grand Master Michael De Alba. Durante quinze anos, o mestre D.Vega tem treinado juízes, guardas, polícias, guarda-costas, oficiais da penitenciaria

e bouncers, por falar em alguns. Também tem sido treinador de lutadores profissionais e amadores, nas modalidades doMix Martial Arts, Muay Thai e Kick Boxing, tendo alcançado prémios internacionais e do Governo local.

“O Farang Combat na suamodalidade técnica, defensiva e

desportiva (Farang CombatLeague), utiliza por principio,métodos de Boxe. Se vale

também de ataques lineares,Luta Greco-Romana, Luta

Chinesa, Farang Jok Sul (técnicade pontapés) e suas particulares

técnicas mais importantes, oCatch Boxing e o Stamp Hit”

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Os sistemas de ensino utilizados actualmente naformação de membros das forças de segurança edas forças armadas em todo o mundo, apostam,em primeiro lugar, em colocar quem faz os cursosem contacto com cenários e situações onde oestresse, os exercícios e os objectivos em vista,estejam estreitamente ligados com a realidade. A metodologia aplicada ao ensino deve

conter conceitos claros, práticos eeficazes que, no momento de seremtransmitidos, não sejamrecebidos por quem faz ocurso como um conjunto derecursos técnicos, mas quesejam assimilados como umasegunda natureza. Por último,a optimização do tempo emfunção do planeamento dosprogramas de estudo nasdiferentes áreas em que deve serformado um profissional dasegurança ou das forçasmilitares.

Especialistas Mundiais

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Introdução de Guillermo Walter Tabares. Sargento-Instrutor da Polícia FederalArgentina. Instrutor de campo e instrutor de armas e tiro, no “Instituto de FormaciónPolicial Comisario General Alberto Villar", da Polícia Federal Argentina. Membro dasUnidades de Protecção de dignatários Estrangeiros. Acessor de combate sem armasde Unidades Tácticas e Unidades Contra Distúrbios. Instrutor de Luta Livre da escolaBudokan.

Amigos leitores, tenho o prazer de voltar a entrar emcontacto com todos vós, para lhes falar do meu novo vídeochamado: SOG MILITARY FOR CIVILIANS. "Military" porque nosistema S.O.G. pensamos que o paralelismo entre umcombatente civil e um militar está hoje cada vez maisjustificado, além da psicologia do treino - adaptadacorrectamente à vida civil - contém muitos bons fundamentos.Mas examinemos isto com mais detalhe.

Porquê treinar como um militar?Primeiro devemos estar bem compenetrados no meio ambiente e

pensar que vivemos todos numa "selva urbana". A época dosnossos avós mudou muito e viver hoje no Rio de Janeiro, Paris ouLondres é praticamente o mesmo, salvo algumas diferenças. Ealém disso, aos problemas de insegurança que pudemos descobrirem Novembro de 2005, num país tão "civilizado" como a França,devemos juntar os do terrorismo (Londres, Madrid, Nova Iorque,Iraque, Indonésia, etc.).

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Autodefesa

“O caminho maiscurto entre um

ponto A e um ponto B é…uma linha recta".

Por outras palavras:em assuntos desobrevivência

urbana, o caminhomais curto é com

frequência o melhor”

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O facto de um cidadão comum não estarpreparado para enfrentar tal perigo éabsolutamente normal e a sociedadeactual, cada vez mais débil e permissiva,não soluciona nada… De facto, o quefaríamos se não tivéssemos as nossaspequenas férias anuais na praia ou namontanha, os nossos carros climatizados,a nossa roupa de moda e todas ascomodidades que possam existir!!!Se passarmos isto a nível de um

combate para sobreviver, seria ilusório etremendamente perigoso acreditar queuma pessoa pouco ou mal preparada(tanto mental como física e tecnicamente)possa sobreviver a qualquer tipo de ataquepor parte de um predador "x". No entanto,é o que faz a maioria das escolaschamadas de "defesa pessoal" no mundo,e é a isso que no meu sistema chamamosmortos ambulantes.Perguntemos a nós próprios: Qual é o

objectivo de um mil itar? Combater evencer, e digo bem, "vencer", porque porvezes tenho escutado uma frase que metem feito sorrir e que vinha da boca de umprofissional que dizia: "O importante não étanto ganhar, trata-se antes de nãoperder". Não sei o que esta pessoa quisdizer, mas graças à minha experiênciamundial em assuntos de segurança,acredito poder dizer que neste campo, asmeias tintas não existem. Uma das seisregras do S.O.G. é: "Sentir-se sempresuperior ao inimigo, qualquer que seja asua altura". Com isto quero dizer que oaspecto psicológico no combate éprimordial e isto, os militares sabem-noperfeitamente.

“Sentirsesempre superior

ao inimigo,qualquer queseja a suaaltura”

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Especialistas Mundiais

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Autodefesa

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Como treinar para sobreviver a uma agressão?

Primeiro, e certamente terão percebido,caros leitores, trata-se de se prepararmentalmente, algo a que no nosso sistemachamamos "clique mental". Fazer com queum cidadão comum médio possa, empouco tempo (porque o factor tempo éprimordial), passar a ser um "guerreirourbano" é um desafio, uma aposta quequalquer profissional da defesa pessoaldeveria meditar. E o treino assíduo não ésuficiente, especialmente se for mal feito!Aí, a experiência é primordial, não se podetransmitir o que não se viveu… Parecelógico! E, no entanto, é um erro habitual.Mas voltemos à parte técnica. Sinto

grande respeito pelo exército britânico queapesar de dispor de um treino mais curto,embora mais intenso que a maioria dosexércitos, e de um armamento que talveznão seja do melhor, é o melhor exército domundo. Porquê?Ainda que pudéssemos encontrar aí uma

explicação racial e histórica, penso que ofactor psicológico é fundamental. Dizem-lhes, preparam-nos e são persuadidos deque são os melhores. O segredo radica,então, em preparar-se adequadamente. Aparte "mental" é primordial, quando sequer ganhar um combate de arruaceiros.Ter a certeza de que se vai vencer, nãoduvidar, sempre voltar a levantar-se eavançar, a vitória do "mental" sobre a"matéria", serão trunfos essenciais, se sequiser aplicar aquilo a que no SOGchamamos de conceito do "L", o que querdizer: um em pé (nós) e um no chão (oinimigo).

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Especialistas Mundiais

“Seria ilusório etremendamente perigosoacreditar que uma pessoapouco ou mal preparada

(tanto mental como física etecnicamente)

possa sobreviver a qualquertipo de ataque por parte

de um predador "x"

“o treino assíduo não ésuficiente, especialmente

se for mal feito! ”

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Tento treinar os meus alunos utilizando termoscomo guerra urbana, inimigo e não adversário,artilharia para o trabalho das pernas, etc. Oaluno, sem quase dar por isso, começa a pensarde maneira diferente e a ver as coisas de outramaneira. Depois vêm os seminários chamados"reforço psicológico" (ver fotografias) onde osprotagonistas tentam superar certas barreiraspsicológicas, como poderiam ser o medo àágua, às alturas, a claustrofobia, o medo de onão conseguir, a falta de confiança em simesmo, etc. Neste tipo de seminário, a partefísica é bastante importante, porque pensamosque sem uma condição física adequada, não hácombatente e que através do trabalho físico -grande vantagem - se faz o trabalho mental. Umexemplo: um aluno que faz 15 flexões de braçosnum tempo normal e que tenta fazer 18 duranteum seminário, está a fazer um esforço paratentar superar-se, o que será uma vantageminegável num autêntico combate. A palavra-chave é "superar-se", ir em frente ou, como sedizia no meu antigo regimento: "em frente, adireito". As SAS britânicas (forças especiais)dizem: "Quem se atrever, vencerá". Dá quepensar!!!Encontrarão neste novo vídeo uma série de

exercícios sob estresse, que reforçam também aparte psicológica e são essenciais para arealização de um trabalho sério.

O que acontece com a parte simplesmente técnica?

Hoje, infelizmente, sendo o termo na moda"military close-combat", assistimos à apariçãode novos sistemas de combate que na maioriase referem a close-combat. Convém tambémreferir que a grande maioria dos supostamenteespecialistas, não faz a mínima ideia do que éum treino militar e a grande maioria nem sequerfez a tropa.Correndo o risco de me repetir, é muito

perigoso mentir a um aluno, porque nesta área,a mentira pode, com boa sorte, levá-lo para ohospital e com má sorte para o cemitério!!!

Quais são os fundamentos de um bom sistemade close-combat?

1. Tem que ser fácil de demonstrar2. Tem que ser fácil de compreender3. Tem que ser fácil de reproduzir

Autodefesa

“O segredo radica, então, em preparar-se

adequadamente. A parte"mental" é primordial, quandose quer ganhar um combate

de arruaceiros”

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Autodefesa

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4. Tem que ser fácil de restituir sobestresse.

Todo o resto é mentira e se assim nãofor, gostaria que alguém odemonstrasse.Partindo deste princípio, poderão ver

no meu último vídeo um programacompleto de umas vinte técnicas quepermitem, qualquer que seja a alturados dois protagonistas, isto é, dodefensor e do inimigo, defender-sefrente a qualquer tipo de ataque real:em pé, no chão, com armas e semarmas. O desafio era encontrar umconceito, uma base técnica que nosservisse tanto em ataque como emdefesa, no chão, contra armas, comarmas. Não é tão fácil de criar porque,com frequência, ser fácil é mais difícil.Mas aí, a experiência no terreno éfundamental, porque não se improvisaum especialista em defesa pessoal e astécnicas não se aprendem num livro.Mais uma vez, podemos inspirar-nos

no trabalho dos militares. O combatereal é obra dos militares e se queremosganhar um combate real, temos quetreinar como os militares. Poderãodizer-me que os militares têm "licençapara matar" e que um civil de tipomédio, não a tem. Mas, o que fariampara salvar a vossa vida ou a de umente querido, sabendo que não têm 36soluções? Como dizia Maquiavel: O fimjustifica os meios.Voltemos à prática. Dissemos que um

sistema prático de close-combat tinhaque ser fácil de demonstrar. De facto, a

“O combate real éobra dos militarese se queremosganhar um

combate real,temos que

treinar como osmilitares”

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Autodefesa

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prática é feita com movimentos básicos, o número detécnicas tem de ser voluntariamente l imitado eseleccionado. Isto permite também compreender eassimilar melhor essas mesmas técnicas. Além disso, emsituação de estresse - porque o estresse é uma palavra-chave no combate -, o indivíduo terá de ser capaz deencontrar facilmente as respostas decisivas adeterminados problemas.Na prática, isto resulta num programa de umas vinte

técnicas, com uma técnica de base mais uma só variantee não 50.000. Lembrem-se de que a quantidade detécnicas conhecidas não nos faz melhores ousuperiores… Bem pelo contrário!!!Dêem prioridade a uma básica que abranja tudo o que

poderia acontecer-nos numa situação real de umcombate na rua: um ataque, uma defesa, contra-ataquese agarres, chão, defesa contra armas cortantes e armasde punho. Repitam-na sem parar e quando já tiveremdominado os movimentos, passem para o trabalho sobestresse (ver vídeo). Aproximem-se o mais possível darealidade, mas sem se tomarem por James Bond.Pensem também que o combate de arruaceiros evoluiu eque o "one to one" (um contra um) dos nossos pais jáquase não existe. Pratiquem tudo isto e talvez tenhamuma possibilidade de se salvarem!!!

Conclusão

Gostaria de finalizar o artigo levando os leitores ameditarem sobre um conceito básico, com um pouco degeometria: "O caminho mais curto entre um ponto A e umponto B é… uma linha recta". Por outras palavras: emassuntos de sobrevivência urbana, o caminho mais curtoé com frequência o melhor.

Código de honra do legionário: Artigo 5

Um soldado de elite treinará vigorosamente, manterá assuas armas como seu haver mais precioso, manterá oseu corpo ao máximo da sua condição física.

Especialistas Mundiais

“A palavra-chave é "superar-se",

ir em frente ou, como se diziano meu antigo regimento:"em frente, a direito”

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Entrevista com Sifu Patrick Leung, em Hong Kong

Na nossa viagem a Hong Kong tínhamos previstas muitas visitas eentrevistas mas a primeira era obrigatória: Sifu Patrik Leung. Quandocomeçamos a mandar os convites e petições às escolas, Sifu Patrick logose mostrou pessoa agradável, próxima e amiga. Nos ajudou muito naorganização desta viagem e devo reconhecer ter sido um autênticoprazer conhecê-lo e poder assistir às suas aulas. É para mim uma honrafazer esta entrevista na sede da VVTA (Ving Tsun Athletic Association)

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ifu Patrick Leung tem um curriculum deArtes Marciais realmente invejável.Mais de 35 anos praticando Wing Chune discípulo directo do Grão Mestre YipChun (o mais velho dos fi lhos dofalecido Yip Man). Ele nos recebe com

um imenso sorriso na entrada da AVTA, a AthleticVing Tsun Asociation, associação fundada peloGrão Mestre Yip Man). Devo reconhecer ter-mesentido comovido quando entrei na sala daassociação! Penso não haver ninguém em todo omundo Wing Chun, que não sentisse certaexcitação entrando nesta sala, por onde passaramos mais ilustres mestres de Wing Chun. Um lugarde referência para os seguidores e praticantes doWing Chun de todo o mundo, que visitarem HongKong. Aos que esperem uma imensa sala detreino…, que vão esquecendo... A sede da AVTA éuma pequena sala onde só cabe o Wing Chun. Oemblema da Associação, debaixo da fotografia doGrão Mestre Yip Man, só está acompanhada poruma bonita estátua do Grão Mestre e um bonecode madeira…. E o resto? Só um espaço ondepraticar. Nada de luxos. Nada de ostentação.Simplesmente ambiente e espaço para o WingChun e seus praticantes.

Patrick nos recebe junto com Mónica, suaencantadora mulher, que faz as vezes de assistentee parceira de prática. Ambos formam um casalencantador. Desprendem generosidade e bomhumor. É o primeiro passo em Hong Kong e aexperiência não pode ser melhor. Agradeço orecebimento e insisto no meu agradecimento por lá

estar e ter a ocasião de conhecer de primeira mãoas opiniões, ideias e motivações de um dosgrandes professores da Atletic Ving TsunAssociation.De sifu Patrick Leung, me surpreendem DUAS

coisas principalmente: A primeira, as suas aulas estão cheias de alunos.

É um facto que se repete, porque nas três ocasiõesem que visitei a sua aula na Athletic Ving TsunAssociation e na Universidade Chinesa de HongKong, estavam sempre cheias de estudantespraticando. A sua maneira de ser e o seu carismapessoal, fazem-no muito querido e respeitado porseus alunosA segunda, o imenso espectro de estudantes.

Podemos encontrar veteranos praticantes misturadoscom crianças. Um grande número de mulheres.Quase um 40% dos assistentes às aulas sãomulheres. Isto é realmente agradável e surpreendentefrente ao que se acostuma a ver na Europa

Salvador Sánchez: Querido Mestre,OBRIGADO por receber-nos. Sinto-me honradopor estar aqui. Sifu Patrick Leung: Sejam bem vindos. Também

é um prazer para mim, recebe-los.

S.S.: Quando começou a praticar Ving Tsun?S.P.L.: Foi em 1969. Primeiro estudei Wing Chun

em Hong Kong, com Sifu Lok Yiu (aluno de YipMan), mas foi em 1972 que comecei a estudardirectamente com o Grão Mestre Yip Chun, que é ofilho primogénito do falecido Grão Mestre Yip Man.Venho ensinando Wing Chun desde 1986 e durante

S

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mais de 46 anos, continuei aprendendo eensinando Wing Chun, em Hong Kong.

S.S.: Está profissionalmente dedicado aoensino do Wing Chun?S.P.L.: Sim. Eu me dedico completamente ao

Wing Chun. Ensinar Wing Chun é a minha profissãoe também meu “hobby”… e isto me ocupa muito domeu tempo

S.S.: As suas aulas cheias de alunos…, dizemmuito bem de si!S.P.L.: Sim. As minhas aulas são as que mais

alunos têm e isso é para mim uma alegria. Tenhovários grupos em vários lugares de Hong Kong e oambiente dos meus estudantes é muito bom. Écomo uma família

S.S.: Gostaria de lhe perguntar acerca dasdiferenças entre as escolas de Wing Chun.Parece haver algumas entre as escolas de HongKong, mas especialmente entre o WingChun deHong Kong e o WC da Europa ou dos EstadosUnidos. Como se explica estas diferenças?Quais os motivo para existirem tais diferenças?S.P.L.: Realmente, eu não percebo bem o motivo.

O Wing Chun é um estilo com uma origem muitoclara. Suas formas definem o estilo. Também algunselementos, como a compreensão da ideiaataque/defesa…, mas parece claro, que se alguémdeseja aprender bem o Wing Chun, devia vir a HongKong

S.S.: Como definiria o treino que se realiza nasua escola?

S.P.L.: Isto é simples. Sou discípulo directo do G.M. Yip Chun e o meu sistema de treino é muitoparecido ao seu. Para mim, Siu Nin Tao é muitoimportante. Sou muito meticuloso no estudo daprimeira forma. Seguidamente ensinamos epraticamos o resto das formas, mas Siu Nin Tao émuito importante e prestamos muita atenção a ela.A minha Associação se denomina Soft Wing ChunAssociation (Hong Kong). Seu nome indica bem aminha maneira de praticar. O Wing Chun é umestilo desenvolvido por uma mulher. Essa suavidadedeve ver-se na prática e no treino. Por isto euinsisto muito em estar muito relaxado quando sepraticar Chi Sao.

S.S.: Há muitas escolas que visam a suaprática na saúde, outras na defesa pessoal, etc..Quais os aspectos em que se concentra a suaprática na Soft Wing Chun Association e SifuPatrick Leung?S.P.L.: Em todos os aspectos. Realmente sem

saúde não é possível fazer defesa pessoal nemqualquer outra coisa, Por isso sempre insistoem que o Wing Chun é um excelente sistemapara toda a vida. Wing Chun é bom para asaúde. Se a saúda é boa, TUDO se podepraticar, trabalhar, etc… Por isto é importanteser equilibrado na prática do Wing Chun e asaúde é muito importante. Muitas escolas deWing Chun já não t raba lham cu l t ivando aEnergia Interna (Chi). Nós sim. Fazemo-lo etambém o fazemos nas ap l icaçõesdefesa/ataque na defesa pessoal . Tambémfazemos competições, porque eu acredito seremboas para provar os praticantes.

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S.S.: De verdade? Têm competições de WingChun?S.P.L.: Sim! De facto, faz uns meses estivemos

numa muito importante. Actualmente preparamosoutras. Se fazem com umas regras de Wing Chunaceites pelas escolas e vamos experimentando.Algumas delas já são bastante importantes.Habitualmente usamos capacete e luvas, que nospermitam agarrar e mostramos as habilidadesmediante este “free sparring” em chi sao.

S.S.: Na Europa não é muito comum este tipode eventos. De competições…S.P.L.: Aqui também se fazem e cada vez há mas

praticantes que querem experimentar. Tenho muitosestudantes e cada um procura coisas diferentes.Uns, a defesa pessoal, outros a saúde, outros ainda,a competição e até alguns outros que simplesmentequerem praticar para se relacionarem, socialmente epassar um tempo com amigos. praticando estaexcelente arte.

S.S.: Vejo que a sua mulher também pratica…S.P.L.: Sim! A Mónica é minha mulher, mas

também minha estudante e assistente. Ela é muitoimportante para mim, em todos os aspectos. Émuito aplicada na sua prática e realmente é muitobom que ela me acompanhe em todas as minhasaulas. Foi diplomada como Mestra de Wing Chunpor seu excelente trabalho. É muito constante e asua técnica é realmente boa.

S.S.: Observo também que realizam trabalhosrelativos à “Força Interna”. Também é a maneira

de treinar da sua escola ou é comum entre osmestres aqui em Hong Kong?S.P.L.: A “força interna” existe no Wing Chun. mas

a percentagem de pessoas que podem gerá-la érealmente baixa. Talvez tenha a ver com umelemento fundamental para poder conseguir isto: arelaxação. “SOFT” no nome da minha associação épara recordarmos que temos de estar soltos,relaxados… Sem dúvida é fundamental se queremoscomeçar a trabalhar este tipo de força.Nos meus mais de 30 anos no ensino, só uns

trinta estudantes conseguiram algum nível de “forçainterna”, o que representa uma percentagem muitobaixa. O treino da força interna no Wing Chun deHong Kong, não é realmente muito comum. Acreditoque a dificuldade para progredir nestes aspectos, éo principal motivo.

S.S.: Tem escolas afiliadas fora de Hong Kong,em outros países?S.P.L.: Tenho algumas pessoas que estudam

comigo, vindas de outros países. A cada dia maispessoas vêm de outros países até a China paraaprenderem Wing Chun. Sempre é para mim umaalegria recebe-las e ajudá-las a aprender WingChun.

S.S.: Não tenho mais perguntas sifu Patrick.Estou-lhe muito grato por toda a atenção que metem dado estes dias. Nunca poderei agradecer-lhesuficientemente a sua hospitalidade e amabilidade.Ter-nos aberto as portas da Athletic Ving TsunAssociation e ter-nos acompanhado na nossa visitaao Túmulo do Grão Mestre Yip Man

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Constitui grandehonra para mim eespero voltar a visitá-lo em outra ocasião.Obrigado também

à sua mulher Mónicae a todo o seu grupode professores ealunos. São genteextraordinária! Do coração,OBRIGADO!

PS:Se alguma pessoa está

interessada em contactar com SifuPatrick Leung y a sua associaçãoSOFT Wing Chun Hong Kong, podefaze-lo directamente na sua páginaweb www.softwingchun.com ou emsua página de Facebook: Soft WingChun Academy - Hong Kong

O Sifu de Wing Chun, Patrick Leung Ting KwokExperiência Prática:Prática contínua durante 17 anos. Desde 1969 sob a

tutela de Lok Yiu, estudante de Yip Man. A partir de1972 estudou com Ip Chun, filho primogénito de YipMan e com Lau Hon Lam, estudante de Yip Man.Experiência no ensino:Ensino continuado desde 1986, incluindo a Ving Tsun

Athletic Association VTAA (fundada por Yip Man em1968), a Uniao Mundial de Wing Chun (fundada por IpChun em 2009) a Soft Wing Chun Academy (HK), alemde universidades, clubes, etc.Títulos:Instrutor e examinador nacional, do Sistema chinês

Duan de Wushu.Diploma Nacional, sétimo Duan do Sistema Duan

chinês de Wushu, representante mundial de Ip Chunpara ensinar Wing Chun.Instrutor Qualificado Superior 1994, do primeiro curso

de um dia completo VTAA.Juiz principal dos campeonatos do mundo de Wing

Chun y de Hong Kong.Juiz Oficial dos campeonatos de Hong Kong y da

China de Artes marciais y da Dança do Leão y doDragao Asso. (HKMALDDA)

Reconhecimento Global:Vice-presidente da União Mundial de Wing Chun y da

União de Wing Chun de Hong Kong.Co-editor do livro de texto y Avaliação do Sistema

Nacional de Wushu Duan, Presidente e Instrutor Principal da Soft Wing Chun

Academy (HKÅ)Vice-presidente y Secretário do Conselho de

Desenvolvimento do Ving TsunEleito membro do Comité Executivo da HKMALDDAConsultor designado da União de Wing Chun de

Hong Kong.Expoente do Wing Chun, na Global Wushu

Encyclopedia (Editorial DK)Diploma à dedicação al Wushu, dado pelo Primeiro

Ministro da Malásia.Diploma à dedicação ao Wushu, dado pelo Governo

Selangor.Locutor de um programa que trata do Wing Chun, na

Rádio Hong Kong, DAB 35, Leitor convidado em conferências acerca do Wing

Chun na Universidade de Hong Kong

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Grandes Mestres

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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As pedras angulares doHung Gar Kung Fuoriginal, ou melhor dito,da minha escola, é asaúde, o espír ito e ocombate. Basicamente,cada uma destas pedrasangulares depende daoutras duas e assimsendo, tem cada umadelas a mesmaimportância na formaçãodo aluno. Com isso, poderíamos

dizer que nos nossos dias,no nosso hemisfério, ondenão nos vemos envolvidosdiariamente em combatefísico, as duas primeiraspedras angulares, gozam demaior prioridade. Para umamelhor compreensão desteartigo, temos de imaginar comoera a vida séculos atrás.

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uando o Hung Gar Kung Fu se estendiaprincipalmente na Ásia, quando o camponêsque voltava do mercado e vendera a própriacolheita nessa manhã, levava na algibeira olucro com o qual iria manter a família naspróximas semanas. Um assalto de gatunos

podia destruir tudo e pôr em perigo a existência docamponês e da sua família… E isto sem contar com osperigos próprios do assalto! Isto poderá levar-nos atermos uma ideia de como era importante naquelestempos, a capacidade de defender-se e que era atéimprescindível para sobreviver. Como já se disse em outros artigos, praticando as

técnicas e princípios de Hung Gar, se aprendeprincipalmente a aumentar e utilizar eficientemente estas

capacidades. Mas como digo, nostempos actuais da sociedademoderna e armas de tiro, estacapacidade humana nossa, rara vez

se utiliza.

Deixando de lado a saúde e a formação do carácter, oque resta da capacidade de combate? Precisamente, parao meu mestre, lenda do Kung Fu e chefe principal doestilo, o Dr. Chiu Chi Ling, é muito importante que seusalunos e por sua vez os alunos destes, "saibam realmentecombater e defender-se". Devo de esclarecer aqui, que omeu Sifu (Mestre) cresceu em um tempo em que em HongKong havia regularmente duelos e combates. Também eu,faz de 10 a 20 anos, tive essas experiências, aqui emZurich, com gente do mundo das artes marciais. Afortunadamente, nos nossos dias, já não é assim. Mas,

o que podemos fazer para conservar as qualidadescombativas? Exercitar uns com os outros nas aulas,certamente oferece um bom método…, mas queremos irtrabalhar no dia seguinte e não desejamos nenhumaestadia no hospital! Por isso só nos aproximamostimidamente das situaçõese rapidez reais. Omeu Sifu sonha,desde faz

Q

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Kung Fu

“A nova categoria, de nome Hung Gar

Push Hands, será disputada numasuperfície pequena esem equipamento de

protecção”

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Hung Gar

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tempo, com uma arte de disciplina em Hung Gar, onde sepermita aos participantes mostrar as verdadeiras habilidades,vencendo, mas sem causar graves lesões!Como seu sucessor, tenho como tarefa, criar uma tal disciplina

e escolher como plataforma para isso, o torneio da minha escola,o “Shaolin Masters Turnier”. Os meus instrutores e eutrabalhamos passo a passo, nesta nova categoria, que com cadaShaolin Masters se põe mais e mais em marcha, para um dia sepoder instaurar como uma categoria de combate perfeitamenteválida. Como digo, a categoria está em elaboração e as regras jáestão escritas a branco e preto. Basicamente, posso dizer que anova categoria, de nome “Hung Gar Push Hands”, serádisputada numa superfície pequena e sem equipamento deprotecção. Os confrontantes se preparam para cada assalto,levantam as mãos e esperam o sinal do árbitro; é parecido com oLei Tai (contacto total com equipamento de protecção). Quandose manda começar, os combatentes têm só poucos segundos detempo, para a través do contacto e a técnica, mostrarhabilidades limpas. Naturalmente, é isto o que ambos combatentes querem ao

mesmo tempo, o que quer dizer que ambos, em pouco tempotêm de empregar suas habilidades (como por exemplo Chi Sao,Toi Sao, etc.). Segundos após o contacto, o árbitro interrompe.Dependento do que aconteceu, se avalia qual dos doisconfrontantes alcançou a vitória. Se poderia pensar que isto acontece de uma maneira

relativamente caótica e muito dificilmente se poderá apreciarquem foi superior, especialmente porque os combatentes, apesar do uso da força total, não vão mais além. Masprecisamente aí reside o arte desta categoria. Se recebe só umponto quando se vir claramente que a técnica cumpriu a suafunção. Para o dizer mais claramente: Quando não se foi tocado,controlou o confrontante e terminou a sua técnica de umamaneira limpa. Experiências nas nossas fi leiras, assim como uma

demonstração da categoria no último Shaolin Masters, têmdemonstrado que esta pode ser uma categoria que vai funcionarbem. Alunos avantajados, com experiência no Lei Tai, se têmmostrado interessados e esperam ansiosos a finalização doconjunto de regras do Hung Gar Push Hands. Para mim, é claro omotivo: O Shaolin Hung Gar Kung Fu original, que eu aprendi domeu Sifu (Mestre) foi e está pensado para o combate real, semequipamento de protecção. Sem os “poderia ou seria”… De alguma maneira se quer conhecer o que é natural e o Lei Tai

oferece uma boa plataforma. Penso que com o Hung Gar PushHands iniciamos uma nova categoria, que nos permite chegarmais perto da realidade, sem estar expostos a grandes perigosde lesões. Os meus alunos e eu estamos muito entusiasmados.

“Devo dizer aqui, que o meu

Sifu (Mestre), cresceu numa época

em que, em Hong Kongse disputavam

regularmente duelos ecombates. Até eu,

faz entre 10 e 20 anos,

tive essas experiências,aqui em Zurich,

com gente do mundodas artes marciais”

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(MISSÃO) DECLARAÇÃO DA MISSÃO

DA ASSOCIAÇÃO MUNDIALDO HWA RANG DO®)

HWA RANG DO®: Umlegado de Lealdade, deProcura incansável daverdade, de Fortalecimentode vidas, de Serviço àhumanidade.

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“O ensino doHwa Rang Do

é uma dasmaneiras mais

importantepara estudar opróprio Hwa

Rang Do”

“Quando seestuda Hwa RangDo, se percebe

rapidamente quetornar-se

Instrutor eMestre, depois

ser cinturãonegro (primeiro

dan de Hwa RangDo e segundo dande Tae Soo Do), é

praticamenteobrigatório”

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uando se estuda Hwa Rang Do, rapidamente sepercebe que tornar-se instrutor e Mestre, depois serfaixa preta (primeiro dan de Hwa Rang Do e segundodan de Tae Soo Do), é praticamente obrigatório. Isto éassim, devido a uma razão estrutural: sem ensinar HwaRang Do, realmente não se pode continuar ocrescimento pessoal no estudo marcial. O ensino do

Hwa Rang Do é uma das maneiras mais importantes de estudar opróprio Hwa Rang Do. Talvez isto seja difícil de perceber para osprincipiantes, mas temos de pensar na incrível quantidade detécnicas incluídas nos planos de estudos do Hwa Rang Do. Se só seestuda, sem alunos nem seguidores, sem ensinar ninguém, é quaseimpossível rever e aprender em profundidade todas estas técnicas eespecialidades.

A memória humana é fraca sem um propósito, e a prática do HwaRang Do requer de uma mente e uma memória flexíveis, potentes ereactivas. O ensino é um muito bom propósito.

Acerca do Autor: Instrutor chefe de Hwa Rang Do®, o TenenteCoronel da Polícia militar italiana (Carabinieri) e EngenheiroMarco Mattiucci, é o chefe do ramal italiano da AssociaçãoMundial de Hwa Rang Do® e um dos principais discípulos doGrão Mestre Taejoon Lee.

Q

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“A memóriahumana é fraca

sem um propósitoe a prática doHwa Rang Dorequer de umamente e uma

memória flexíveis,potentes e

reactivas. Oensino é um muito

bom propósito”

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 22REF.: • KYUSHO 22

O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhadopara controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal,médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Esteprograma está especialmente destinado, ainda que nãoexclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança,Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências

Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal.Este módulo básico se constitui de um

conjunto de 12 objectivos principaisintegrados en 4 módulos de controlo

da escalada de força. Há numerosasestruturas débeis no corpo

humano que podem serutilizadas por um Agente para

simplesmente obter ocontrolo de um indivíduo,mais eficientes que o usoconvencional da forçacomo nos indica oprotocolo. Mais alem daetapa de ordem verbal,numa situação deescalada do conflito, sãoestes pontos (Vitais) doKyusho onde o agentepode fazer uso dos

sistemas internos decontrolo físico, como os

nervos, a estrutura dostendões e os reflexos nervosos

naturais do corpo. No requer degrande força ou de um complexo

controlo da motricidade ou da vista... tudo isso sujeito ao fracasso em

estados de elevada adrenalina. Estainformação está dedicada aos valentes e

resistentes membros das Agências de todo omundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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O medo é um sinal básico de alarma, que é bom quando nos ajuda adesenvolver todos os nossos recursos para superar um desafio. Noentanto, um excesso de medo pode chegar a paralisar-nos. Aceitar asua presença, reconhece-lo e enfrentá-lo, é a maneira de o tornarnosso aliado.

Vencer o Medo

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C.N.: O que nos sucedequando sentimos medo? J.D.K.: O medo se manifesta

de muitas maneiras, de uma dorno peito, à perda da visão, dornas mãos, aceleração darespiração e ritmo cardíaco, asensação de enjoo e a crença deperder os sentidos a qualquermomento; um estado de perda docontrolo, paralisando-nos física eemocionalmente. O medo é umadas quatro emoções básicas quenos acompanham durante anossa vida. Ele, junto com a raiva,a tristeza e a alegria, contribuemtodas e cada um, à adaptação aomeio em que vivemos

C.N.: Qual é a função domedo? J.D.K.: A função do medo é

proteger-nos frente aos perigosque estão em volta de nós. Esteestado emocional aparece paranos dar uma informação sobre osfactos que estão acontecendocom as pessoas e o meio em queestamos. Por isso nos contraímosfisicamente e se chegarmos a umextremo máximo, nos bloqueia eparalisa. Extremo este quetambém tem uma função deadaptação.

C.N.: Como reconhecer se omedo é real ou imaginação? J.D.K.: Devemos ter em

consideração que existe ummedo primário e um medo que sederiva da fantasia epreponderância excessiva do

raciocínio. O primeiro éprovocado por um estímuloexterno que ameaça a vida; ooutro está provocado pelosnossos pensamentos. O primeiroé um medo que nos protege, osegundo é um medo que nosparalisa e nos impede agir. Este éo medo que temos dereconhecer. Temos identificá-lo econtrastá-lo com a realidade. Aspalavras de Séneca nos lembramque: “Não deixamos de enfrentaras adversidades por seremdifíceis, elas são difíceis porquenão as enfrentamos”.

C.N.: Como podemoscontrolar o medo? J.D.K.: Se eu pedir a um

estudante para se expressar comum combate imaginário (sombra),que deixe o tecnicismo de lado eque goze de sua máximaexpressão, ele o faz de umamaneira espontânea e natural.Deixo o estudante trabalhardurante uns minutos eseguidamente, pergunto a ele sepoderia explicar-me como põeem contacto a sua parte físicacom a emotiva… Aí é ondecomeça a pensar e é nessemomento que começa atropeçar… Está pensando e éincapaz de dar um passo… Omesmo acontece com a vida,quando queremos controlá-la,começamos a pensar se isto quefazemos é correcto e a duvidar dese podemos faze-lo melhor.Estamos pensando e ao mesmo

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tempo, os nossospensamentos obstruem anossa fluidez e ficamos emcolapso, Pensamos quenossa mente é omnipotente,capaz de prever tudo o queacontece e o que nosacontece; acreditamos quepodemos controlar tudo,convencidos de que somosresponsáveis por tudoquanto nos acontece,gostamos de pensar quepodemos conseguirqualquer coisa quequisermos, mas há muitassituações que escapam aonosso controlo.

Na situação do meuestudante, ele é capaz defluir até começar aresponsabilizar-se das suasacções e começa a exigir-setelas sob controlo. É entãoquando o assalta o medo ao

fracasso e a não poderchegar à sua capacidade deexpressão.

C.N.: Que influência temo medo em um exame. J.D.K.: A nossa filosofia

está baseada na superaçãopessoal e na procura dosvalores pessoais. Atransmissão em Keysi vaimais além de simplesmentea técnica. Há um aspectotécnico a desenvolver e umseguinte passo, o mais duro,onde se tem de deixar delado a técnica, para dar lugarà inspiração e à expressãopessoal. Assim sendo, umestudante de Keysi não seapresenta a uma prova paraser examinado por alguém,ele entra na sala paramostrar e expressar suashabil idades e suas não

“Não deixamos de enfrentar as adversidades

por serem difíceis; são difíceis porque

as não enfrentamos”

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habilidades, com a responsabilidade assumida de quequem será o seu juiz e julgara suas acções, será elemesmo e que os erros não são erros, mas umaplataforma de superação pessoal, pois não podemosresponsabilizar-nos de tudo, nem podemos exigir-nosdominar cada movimento… Se aceitamos essaresponsabilidade, depois nos assaltará o medo aofracasso, a não podermos chegar às exigênciaspessoais que nos impusemos a nós próprios…

C.N.: Como podemos superar o medo? J.D.K.: A nossa cultura nos dirige ao medo. Está

baseada numa maneira de controlo das pessoas, umaeducação que nos meteu um medo muito profundo,até condicionar a nossa maneira de agir e sentir.Vivemos em um mundo que nos inculcadesconfiarmos dos outros, que nos ensina a temer. Omedo tem sua própria mecânica como emoçãoprimária. Quando uma pessoa tem medo, começa atremer e respira de boca aberta e não profundamente.Abre muito os olhos, fica rígida e pode chegar aparalisar-se. Isso acontece porque queremos controlaresse estado emotivo. No entanto, temos maneira devencer o medo. Neste caso é permitir sua liberação através da expressão corporal, mental e emocional. EmKeysi nos expressamos sem as barreiras técnicas,como fazem o resto das emoções primárias.

“A transmissão em Keysivai mais além de

simplesmente a técnica.Há um aspecto técnico a

desenvolver e umseguinte passo,

o mais duro, onde se temde deixar de lado a

técnica, para dar lugar àinspiração e à expressão

pessoal”

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

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KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

“É importante, penso eu, prestar atenção ao que seensina em defesa pessoal, porque aqueles a quemtransmitimos o nosso conhecimento, podemchegar a utilizar o aprenderam numa situaçãoreal, e a realidade não deixa lugar a

fantasias”

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KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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O grupo Krav Maga RED está emauge e continuará construindo-

se, questionandoconstantemente a travésde intercâmbiosconstrutivos com todasas pessoas quetrabalham para ospraticantes, longe dasguerras de "egos" eorganizações quenegam a abertura…”

Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

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KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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Não temos a vocação deprocurar ou abrir novos clubes.No entanto, às vezes aconteceque certas estruturas oupessoas querem unir-se à nossaescola. Neste caso, são bemrecebidos e damos-lhes asboas-vindas de braços abertos,mas com a condição de queseja realmente a paixão o queos conduz e que os valores quedefendemos sejamcompartilhados por ele.

Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

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O Boxe Inglês, o Muay Thai, o Boxe Francês,o Kick Boxing ou o K1, são disciplinas debase que praticam e ensinam todos osinstrutores e futuros instrutores do grupo“KMRED” Krav Maga Investigação Evolução eDesenvolvimento. Todas as pessoas quedesejarem tornar-se professores do sistemaKMRED, devem de praticar ou ter praticadoregularmente um desporto de combate. Isto,do nosso ponto de vista é uma parteessencial da formação de um bom professorde Defesa Pessoal.”

KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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A nossa maior fortaleza é continuar"procurando" o que poderia ser "melhor",sem duvidarmos em nos cercarmos depessoas de diferentes estilos e disciplinas.Muitas pessoas além de nós, têm a nossamesma ideia da "pesquisa" e da "abertura"e é importante poder trocar ideias etrabalharmos juntos para desenvolver"ferramentas" que permitam aos nossosestudantes protegerem a sua integridadefísica e a dos seus seres queridos e amigos.

Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

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O conceito do Krav MagaInvestigação Evolução eDesenvolvimento, começoua ser codificado por seusfundadores de 2003 a 2005,para finalmente, de apósextensas provas, nasceroficialmente em 2013, emsua forma actual. Trata-sede um conceito de "defesapessoal", destinado a civise profissionais dasegurança, baseadoprincipalmente nas últimasnovidades do Krav Maga edos desportos de combate,apoiado também nasúltimas avaliações dos"usuários" e profissionaisda Intervenção.

KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

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O Krav Maga InvestigaçãoEvolução e Desenvolvimentoconta com um centro de treinonacional, situado no Sudesteda França, que é um dospontos de partida denumerosos projectosnacionais e internacionais, osquais esperamos quepermitirão a muitas pessoas,seguirem um treino navanguarda da evolução, emtermos do conceito da defesapessoal.

KRAV MAGA R.E.D,BASES E PRINCÍPIOS

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Quando surge uma situação de agressão, quanto maissimples são os gestos aprendidos, mais temos umaagressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos aessa agressão.

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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Anos atrás, numa das minhas viagens à China, ao Templo Shaolin, paraestudar Kung fu e entrar a fundo na sua cultura, com o ao Grão MestreShi De Yang, numa de tantas interessantes conversas que mantivemos aolongo dos últimos 6 anos, o Mestre me falou acerca de uma série deetapas que o praticante de Shaolin deve passar, para alcançar o estadomáximo de compreensão da natureza humana e do seu próprio ser.Etapas baseadas não só na experiência dos grandes Mestres, quedurante gerações mantiveram e transmitiram as ensinanças, comotambém como uma evolução própria do ser humano, em harmonia com anatureza e consigo mesmo.

Segundo o Mestre Shi De Yang, um praticante de Shaolin devia passarpor estas etapas, através do seu treino nas artes marciais, obtendodesta prática, uma série de experiências (positivas e negativas) que oconduziriam pelo caminho da vida, a um crescimento pessoal e espiritual.

Shaolin

“Segundo o Mestre Shi De Yang, um praticante de Shaolin devia passar pelas

etapas, através do seu treino nas artesmarciais, obtendo desta prática, uma série de

experiências (positivas e negativas) que oconduziriam pelo caminho da vida,

a um crescimento pessoal - espiritual”

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Shaolin

estudo das artes marciaisem geral, visa ocrescimento pessoal eestá atado a uma sériede éticas próprias,

relativas à moral e ao correcto uso dashabilidades marciais. No que a Shaolindiz respeito, por um lado está a éticado artista marcial, denominada Wu De,e pelo outro está presente em toda asua cultura, uma clara influência doBudismo Zen (Chan, na China); eainda que nem todos os que praticamShaolin têm que ser afins ao Budismo,deveriam ao menos conhecer osaspectos básicos relativos à história, àlenda popular, etc. Nos anos seguintes e até à data,sempre dava voltas na minha cabeça,a ideia das 9 etapas na aprendizagemdas artes marciais e a cultura deShaolin. Claro! Até então só fazia ideiade 3 etapas nas artes marciais, artigoque escrevi alguns meses atrás.Mas…, 9 etapas? Devia de passarpor nove etapas? E sim, assim era… Onde me encontrava? Em quedirecção devia ir? Todos estes e maisinterrogantes, periodicamente surgiamno meu interior e faziam que algumacoisa mexesse dentro mim. Era umasensação de não saber onde estava,o que fazia, para onde ia…Realmente é muito interessante comoo Destino ou o Karma chega a qualquermomento e assim foi como uns doisanos atrás, encontrei um livro escritopelo actual Abade do Templo Shaolin,Shi Yong Xin, onde falava das noveetapas do praticante de Shaolin Kungfu, das quais resolvi falar neste artigo.Podemos descrever estas noveetapas como o Caminho ou o Tao deShaolin, onde o praticante vai sendoposto à prova, nas mãos do destino e

enfrentando novos desafios, ao longoda sua carreira marcial.Planejar novas metas o caminhos,sempre é uma motivação e ainda quenem todos sentimos a mesma sede,os artistas marciais nos alimentamosde uma coisa especial, de essa buscaque nos aproxime cada vez mais aonosso mundo interior… Mas, para nosmantermos firmes no caminho, fazfalta ultrapassar certos obstáculosque nos vão pôr à prova, repetidasvezes. A preguiça, o ego, a falta deforça de vontade, o medo aofracasso, são só algumas das pedrascom as quais teremos que tropeçar.No entanto, elas estão aí não só paratropeçarmos, mas também para fazer-nos crescer, para ensinar-nos a cair elevantar-nos.Enquanto escrevia este artigo, nãodeixava de me vir à cabeça, uma frasede Confúcio, que diz: “Há trêsmaneiras de adquirir sabedoria:primeiro, pela reflexão, que é a maisnobre; segundo, pela imitação, queé a mais simples; e terceira, pelaexperiência, que é a mais amarga”.Basicamente, sempre pensei queesta frase era perfeitamente adaptávelao caminho das artes marciais, aoTao, o qual todos devíamosexperimentar e compreender. As nove etapas são o Tao deShaolin, o Caminho do Guerreiro, quetem como finalidade chegar àessência do Zen (Chan) e da nossaprópria natureza.

Primeira etapa - A influência do karmaNa primeira etapa, o iniciado émovido pelas leis do karma, paraaproximar-se pela primeira vez à

O

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“Há três maneiras de adquirirsabedoria: primeiro,

pela reflexão, que é a mais nobre;segundo, pela imitação,

que é a mais simples; e terceira, pela experiência,

que é a mais amarga”

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escola - templo, e resolver embeber-secom a cultura do Mosteiro e o Kung fu. Como podemos ver, de entrada, jácontamos com um factor relacionadocom o Budismo, como é o karma, ouculturalmente falando, poderíamoschamá-lo Yuanfen, que para osChineses é um termo muito maisprofundo que destino e onde entramem jogo o karma e outros factores.

Segunda etapa - se estabelece um vínculoNa segunda etapa, o praticante deKung fu começa a sentir anecessidade de estabelecer umvínculo com o Kung fu Shaolin, oTemplo e a sua cultura. Sente-se commais energia, entusiasmo e querdedicar mais tempo à prática.

Terceira etapa - planeamento das metasNa terceira etapa, motivado pelanecessidade de estabelecer umvínculo mais profundo, o praticantecomeça a planejar suas metas e a vercomo pode vincular o seu futuro como Kung fu Shaolin. Nesse momento, oKung fu começa a ocupar um lugarimportante em sua vida.

Quarta etapa -Assegurar-se de que asditas metas serão alcançadasNa quarta etapa, o praticantepercebe que sente autêntico fascínio

pelo treino do Kung fu Shaolin. Não sógosta do Kung fu, como também senteuma certa obsessão por a ele sededicar profissionalmente.

Quinta etapa - Práticadiligente das ensinançasNa qu in ta e t apa , começa oárduo caminho de dedicar-se aotreino do Kung fu Shaol in comouma ca r re i r a p ro f i s s i ona l . Opraticante deve preparar-se para ogrande desaf io pessoal que va ienfrentar. Os conceitos de Wude(moral ) se fazem cada vez maisprofundos.

Sexta etapa - Adaptação e conhecimento do sistemaNa sexta etapa é quando começa aadaptar-se às adversidades do treino.Deve começar a compreender asdimensões tão espectaculares doKung fu e levar a efeito um exaustivoestudo do sistema de Shaolin.

Sétima etapa - Integrar oKung fu e o ZenNa sétima etapa, após termergulhado completamente nopassado do Mosteiro e do Kung fuShaolin, no treino e no ambiente dacultura Budista, o praticante é capazde ter uma compreensão dasdimensões do Kung fu Shaolin emadurá-la em seu íntimo, através da fébudista.

Shaolin

“O Kung fu setoma como um

caminho ao auto-

conhecimentoe à evolução doespírito e daqui,a importância dasua prática em

harmonia com o Zen”

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“Nem todos temos amesma sede!

Os artistas marciaisnos alimentamos dealgo muito especial,dessa busca que nos

aproxime cada vezmais ao nosso

mundo interior, mas para nos

mantermos firmes nocaminho, faz falta

superar certosobstáculos que nos

irão pôr à prova,repetidas vezes”

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Oitava etapa - O kung fu como meio de apro-ximação ao ZenNa oitava etapa, o praticantecomeça ser consciente de umamudança na sua atitude frente aotreino que está recebendo. Até asétima etapa, a motivação peloKung fu Shaolin residiasimplesmente no controlo edomínio da arte marcial, mas comoresultado na evolução pessoal dafé Budista, no fim da sétimaetapa, a motivação paracontinuar com o treino deixa de ser odomínio da arte marcial. De esta etapa emdiante, o praticante se dedica ao treino com opropósito de usá-lo como meio para desenvolver oseu programa de crescimento pessoal. Só então é capaz de perceber aprofunda sabedoria budista, tal como se manifesta através do Kung fuShaolin.

Nona etapa - Chegar à essência do Zen (Chan)Na nona etapa, o entendimento da verdade acerca da naturezahumana e as percepções do universo, faz-se mais profundo, namedida que o treino alcança um nível superior. Só então, o praticante écapaz de sentir, perceber e experimentar a essência do Zen (Chan). Podemos ver como o Kung fu Shaolin é uma manifestaçãodo Budismo tradicional Chinês e a sua importânciadentro no clero do Mosteiro Shaolin. O Kung fu seconsidera um caminho ao auto-conhecimento eà evolução do espírito e daqui, a importânciada sua prática, em harmonia com o Zen.

Shaolin

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REF.: • LEVIREF.: • LEVI8