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Maranduba, 25 de Agosto de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 40 Festival de Surf do Sapê supera expectativas Evento realizado na Praia do Sapê reúne atletas e muita gente bonita

Jornal Maranduba News #40

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #40

Maranduba, 25 de Agosto de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 40

Festival de Surf do Sapê supera expectativasEvento realizado na Praia do Sapê reúne atletas e muita gente bonita

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:

Período Eleitoral O evento acontece no próxi-mo dia 25. Esta é uma come-moração histórica celebrada desde 1850, quando a Ilha An-chieta [em Ubatuba, SP] era chamada de Ilha dos Porcos

O Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), em parceria com a Comissão Pró-resgate Histórico da Ilha Anchieta rea-lizam, no próximo sábado, 25, a celebração do Dia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos. O evento terá início às 7h30, com um encontro na Igre-ja Nossa Senhora das Dores, no bairro Itaguá, de onde um cortejo de veículos, levando a imagem de São Bom Jesus, seguirá rumo ao Saco da Ri-beira, para dar início à Pro-cissão Marítima, em direção à Ilha Anchieta, às 9h.

O evento é aberto ao público e gratuito. Apenas uma taxa de R$ 10,00 será cobrada, pelo transporte de escuna até o PEIA. Menores de 12 anos não pagam. Aos interessados em participar, recomenda-se que levem lanche, água, pro-tetor solar, repelente e uma blusa, já que na volta do bar-co ao continente, às 16h, a temperatura pode estar mais baixa.

Após a chegada à Ilha An-chieta, por volta das 10h, será realizada uma Missa Campal, ao lado da Capela do Senhor Bom Jesus da Ilha Anchie-

Dia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcosta, com cânticos de louvor e bênção. O evento prossegue até às 16h, com tempo livre para a visitação, banhos de mar, passeios e brincadeiras dentro do Parque Estadual da Ilha Anchieta. Para demais informações, entrar em conta-to por meio do telefone (12) 3832-1397 ou pelo correio eletrônico [email protected].

Esta é uma comemoração histórica que era feita na me-tade do século XIX, em 1850, quando a Ilha Anchieta era chamada de Ilha dos Porcos. Naquela época, a ilha era um povoado da comarca de Ubatuba bastante habitada, que contava com casas, planta-ções, pequenos negócios, uma escola, uma capela e um cemi-tério. Já naquela época, no dia 6 de agosto, a Festa do Padro-eiro Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos era feita na mesma capelinha que existe hoje.

Parque Estadual da Ilha Anchieta

Com 828 hectares de exten-são, oito praias, natureza exu-berante e uma grande biodi-versidade, a Ilha Anchieta é a segunda maior ilha do Estado e um dos principais atrativos turísticos de Ubatuba. Além da famosa rebelião do presí-dio, o local também foi cenário de acontecimentos que fazem parte da história do Brasil.

Atualmente, a ilha é pro-tegida e administrada pela Fundação Florestal, por meio do Parque Estadual da Ilha Anchieta, que proporciona aos visitantes, um passeio cheio de encantos, mesclan-do o mar, a Mata Atlântica, a cultura e a história. Praias belíssimas, trilhas ecológicas em meio à Mata Atlântica, passeios pelas ruínas do anti-go presídio e um dos melho-res pontos para mergulho do Brasil são alguns dos atrativos oferecidos pelo Parque Esta-dual da Ilha Anchieta (PEIA). O PEIA faz parte da rede de Unidades de Conservação ad-ministrada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, por meio da Fun-dação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo, mais conheci-da como Fundação Florestal. Para saber mais, acesse www.fflorestal.sp.gov.br.

ServiçoO Píer Saco da Ribeira fica

na Avenida Plínio França, 85, Praia do Saco da Ribeira, no km 63 da BR - 101. A escuna disponível para o transporte dos participantes é a Mikonos, às 9h para ir e às 16h para vol-tar. Aos interessados em ir de forma independente, há outras escunas e embarcações, com horários e preços diversos.

Fonte: ubaweb.com

Associação Mar ViradoCalendário de Reuniões 2012

Agosto Dias: 14 e 28Setembro Dias: 11 e 25Outubro Dias: 09 e 23

Novembro Dias: 06 e 20Dezembro Dia: 04

Participe!

Associação da Enseada do Mar Virado

Mais uma eleição paira so-bre o céu de Ubatuba. Já vi-mos esse filme em várias edi-ções e versões.

Por mais que me esforçasse para escrever este editorial, os temas que me vinham a ca-beça não seriam possivel ser escritos sem que corressemos o risco de processos ou reta-liaçãoes.

Diante disso optamos por não manifestar a opinião des-te editor até que finalize o pro-cesso eleitoral em Ubatuba.

Seguirei o ditado popular que diz “Em boca fechada não entra mosquito”.

Até a apuração.Emilio Campi

Editor

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25 Agosto 2012 Jornal MARANDUBA News Página 3

EZEQUIEL DOS SANTOSComo parte do Programa

Onda Limpa para o Litoral Norte paulista, o governo do estado, através da Secretaria de Saneamento e Energia e da Sabesp (Companhia de Sane-amento Básico do Estado de São Paulo), inicia os trabalhos para as melhorias e comple-mentação do sistema de abas-tecimento de água e esgoto.Segundo nota da Sabesp para contribuir à saúde da popula-ção, proteção e preservação do meio ambiente, para a me-lhoria na balneabilidade das praias e a preservação da vo-cação turística da região.

Nesta primeira etapa serão investidos na região mais de 16 milhões de reais para a melhoria, complementação e ampliação do sistema de abas-tecimento de água tratada.

A obra está ao lado do Sitio

Governo do Estado inicia obras de melhoriasdo Sistema de Abastecimento de água da Região

Boca Larga na Avenida Fujio Iwai no bairro do Sertão da Quina e já tem seu espaço limpo e organizado. A nova obra está de frente a outro programa estadual já execu-tado, que é Programa “Melhor Caminho” que recuperou a mobilidade de acesso da es-trada rural Sertão da Quina--Maranduba.

Segundo o governo do es-tado, o valor envolvido nas ações de infraestrutura do sistema de esgoto anuncia-das é de R$ 78,7 milhões, que contempla obras dos sistemas de esgotos de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba e ampliação do siste-ma de abastecimento de água na região sul de Ubatuba. Diz ainda que os índices de cole-ta de esgotos terão a seguin-te evolução em Ubatuba, de 28% para 68% de cobertura.

Câmara aprova cotas para negros, quilombolas e indígenas em concurso públicoApós o recesso parlamentar,

a Câmara de Ubatuba aprovou Projeto de Lei projeto de Lei nº. 63/12, reservando 20 por cento das vagas nos concursos públicos de Ubatuba para ne-gros, índios e quilombolas para provimento de cargos efetivos e funcionários públicos dos Po-deres Executivo e Legislativo e das entidades da adminis-tração indireta do Município de Ubatuba. A proposta é de autoria de Frediani, solicitado por lideranças dos movimentos de representação das minorias no município, estado e união. Ubatuba possui duas aldeias indígenas, cinco quilombos e vários núcleos de comunidade negra urbana, tem em sua for-mação histórica remanescen-

tes destas comunidades e da miscigenação desta população.

Com uma longa justificati-va, o vereador Frediani lembra que recentemente o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimi-dade, que é constitucional a adoção de políticas de cotas raciais em instituições de en-sino, declarando constitucional o sistema de cotas raciais na Universidade de Brasília-UNB.

No que tange a concurso público, o Rio de Janeiro tam-bém, recentemente, sancionou Lei que reserva 20% de vagas nessas seleções municipais, medida que foi comemorada por toda a sociedade.

Pela classificação geral o projeto deixa claro que “a no-

meação dos candidatos apro-vados será de acordo com a ordem de classificação geral no concurso, mas, a cada fração de cinco candidatos, a quinta vaga fica destinada a candida-to negro ou índio aprovado, de acordo com a sua ordem de classificação”.

Pela proposta “a autode-claração de raça é facultativa, ficando o candidato submeti-do às regras gerais estabele-cidas no edital do concurso, caso não opte pela reserva de vagas”.

Não havendo candidatos ne-gros, quilombolas ou indígenas aprovados, as vagas incluídas na reserva prevista serão re-vertidas para o cômputo geral de vagas oferecidas no concur-

so, podendo ser preenchidas pelos demais candidatos apro-vados, obedecida a ordem de classificação.

A proposta de Frediani deve vigorar por dez anos, preven-do-se uma avaliação de resul-tados após esse período. O autor lembra-se da importân-cia da manifestação positiva da Suprema Corte Brasileira sobre o tema a este reparo moral histórico.

Na justificativa o autor de-clara que Ubatuba tem de se colocar na vanguarda dos pro-cessos que façam alcançar a dignidade da pessoa humana. Historicamente, Ubatuba é um dos poucos territórios nacio-nais que mantém seus povos tradicionais, aos quais são for-

madores do processo civiliza-tório nacional e que por conta disto carrega em seu DNA o es-tigma da descriminação, do ra-cismo e da desigualdade social.

Na solicitação a aprovação do projeto, Frediani diz que mais do que palavras e uma ação política, trata-se de um reconhecimento que reverte uma situação de desigualdade e reparo moral. “Trata-se de devolver os sentimentos perdi-dos de esperança e dignidade desta população, na realidade trata-se de um projeto que faz parte de uma agenda positiva e que vem somar a um conjunto de ações na luta para ameni-zar as desigualdades sociais no país, no estado e no municí-pio”, conclui Frediani.

A vencedora da licitação é a empresa Augusto Velloso. Já a obra que não passará pelas

mãos da atual administração municipal está prevista para terminar em janeiro de 2015

com intenção de gerar empre-go e renda direta e indireta-mente na região.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

No próximo dia 22 de se-tembro às 15 horas na Co-munidade da Praia Grande do Bonete acontecerá à tarde de autógrafos de lançamento do livro “Saíras do Bonete”.

A comunidade produziu cer-ca de mil exemplares da histó-ria de vida e aptidões de um grupo de mulheres que se inti-tularam Saíras do Bonete, daí o nome do livro. O preço de cada livro ainda está em dis-cussão, mas tudo indica que o valor será acessível a todos.

Embora seja segredo o JMN descobriu que uma das pos-sibilidades seja que a capa do livro tenha a foto de uma colcha de retalhos produzida pelas mãos habilidosas das mulheres do grupo, mas do que um trabalho artesanal de cunho histórico, tradicional e sustentável a colcha mostra a união das peças a um bem comum. É que a colcha de re-talhos (primeira atividade do grupo) refaz os pedaços das histórias de cada integrante do Saíras, nela cada uma con-ta um pedaço de sua história e a guarda em cada pequeno quadrado de tecido.

A colcha ficou conhecida como “colcha dos retalhos re-ais”. Com objetivos claros e transparentes conquistaram a aprovação do trabalho através ProaC-Programa de Ação Cul-tural do Governo do Estado de São Paulo.

Comunidades aguardam com ansiedade o lançamento do livro “Saíras do Bonete”A ave escolhida faz refe-

rencia a um grupo que em conjunto voam as mesmas nuvens, buscam os mesmos céus, trabalham as mesmas ações e traçam os mesmos objetivos.

Foi a partir desse primeiro trabalho que as Saíras come-çaram a redescobrir e desen-volver suas habilidades que estavam adormecidas, o res-gate de suas verdadeiras his-tórias fez com que todas cons-truíssem belas peças.

Com várias peças em mãos, surgiu a ideia de organizar uma feira para expor os tra-balhos, que ocorreu no dia 30 e 31 de dezembro de 2011. Como a feira foi muito pres-tigiada, com encomendas de varias peças, foram organi-zadas outras exposições, que ocorreu nos dias 18 e 19 de fevereiro deste ano.

O projeto começou com as mulheres da Vila do Bonete e as voluntárias Vera Ferretti e Ana Carmem Nogueira, coor-denadoras do grupo e já re-ceberam o reconhecimento da Câmara Municipal de Ubatuba através de Moção de Congra-tulações. O evento do próximo dia 22 acontecerá no centro da vila, no tablado comuni-tário em frente à Capela e é aguardado por toda a região e conhecidos dos vários locais que frequentam e conhecem este pedaço do paraíso.

As mulheres lembram que o primeiro encontro aconte-ceu em 26/03/2011, no ta-blado, de inicio as mulheres eram tímidas e ansiosas, pois não sabiam no ia dar, tudo era novidade, mas aos poucos as Saíras foram se soltando com as dinâmicas e rodas de con-versas proporcionadas pelas coordenadoras.

Muitas mulheres foram por

curiosidade, todas ficaram surpresas com a novidade, pois não acreditavam que po-deriam levantar voo tão alto.

O grupo começou com 14 mulheres. Hoje conta com dez integrantes já que algumas ti-veram de deixar o grupo por motivos pessoais. As que fica-ram lembram que elas um dia foram Saíra e merecem serem lembradas e respeitadas. São

elas: Adriana, Malvina, Marga-rida e Lucilene.

O evento promete supe-rar as expectativas, para isto a grupo Saíras organiza um chá para receber as pesso-as. Jornais, revistas, rádios, internautas e até TVs regio-nais foram convidadas para o evento.

Vale a pena participar deste grande e histórico evento.

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25 Agosto 2012 Jornal MARANDUBA News Página 5

Vem aí a 94ª Edição da Festa de Nossa Senhora das GraçasEZEQUIEL DOS SANTOSApós festa de Santa Filome-

na e São Maximiliano Kolbe, Setembro inicia com a 94a Edição da Festa de Nossa Se-nhora das Graças.

A comunidade da Região Sul se prepara para mais uma edi-ção da tradicional festa social de Nossa Senhora das Graças, que acontecerá no morro do Emaús no bairro do Sertão da Quina. Antes, porém participa-ram, no mês de agosto, das festividades de Santa Filome-na no Araribá e São Maximilia-no Kolbe na Lagoinha.

Tais festividades antecede-ram a festa do Emaús e fazem parte do calendário regional de festividades sociais e reli-giosas. As capelas que passam por melhorias e reformas vêm atraindo um número maior de colaboradores e fiéis, que buscam na tradicionalidade da formação cristã desta porção geográfica do país a manuten-ção das atividades religiosas e

da fé primeira. A região sul de Ubatuba pos-

sui sentimentos autênticos dos resgates festivos através de suas festividades de origem religiosa, cultural e social. A 94ª a edição acontecerá nos próximos dias 06,07 e 08 de setembro e conta com vários prêmios, sendo o principal um veiculo 0 Km, também a visita da Imagem Milagrosa de Nos-sa Senhora do Mel (Santa do Mel), barracas típicas, comes e bebes.

Moradores preparam arte-sanato regional para mostra e venda nesta edição. Fiéis con-feccionam em fibra de bana-neiras e taboas, material idên-tico aos utilizados no período da Aparição em 1915, quando deu inicio ao atendimento da comunidade aos visitantes que por estas terras visitavam.

São aguardadas mais de 10 mil pessoas/dia nesta edição, segundo os organizadores. No inicio das aparições, no pe-

ríodo de visitas, a comunida-de deixava de trabalhar para atender aos fiéis, é que antes, porém já haviam trabalhado noite e dia para proverem os visitantes de pouso e comida.

Embora as meninas que vi-ram a Bela Imagem fossem taxadas de “loucas” por mui-tos, a comunidade manteve--se firme nas tradições e hoje este encontro social já é visto com outros olhos agradando, até mesmo pela indústria do turismo religioso, fiéis e cola-boradores.

Grande parte dos morado-res são descendentes diretos de um dos mais belos aconte-cimentos deste país e sabem da importância passada às gerações e da fidelidade aos apelos de Nossa Senhora das Graças que apareceu por aqui a Iria Rosa de Oliveira, Bene-dita Januária, Joana Felix dos Santos e Maria Aparecida, que das quatro era a única que não teve a visão na primeira vez.

Escola começa a desenvolver projeto para a construção de mais um satéliteO Projeto Ubatubasat 2012

começou a ser desenvolvi-do na Escola Municipal Tan-credo de Almeida Neves, em Ubatuba. Na última semana, o professor e coordenador do projeto, Candido de Moura, explicou a todos os presentes no laboratório de ciências da escola o funcionamento do projeto. Durante a apresen-tação também foi exibido um vídeo institucional sobre as atividades no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais), parceiro do programa. Nessa segunda etapa 134 alu-nos na faixa de 10 a 12 anos, da 6ª série do 1º grau, se ins-creveram para participar e de-verão receber treinamento por dois anos para a construção

do satélite Tancredo 2.O início do UbatubasatO projeto desenvolvido pelo

professor Cândido teve início em 2009, quando o professor leu uma reportagem numa revista científica anunciando que a Interorbital, uma em-presa americana, vendia kits educativos de satélites, os Tu-beSats. A partir daí, logo no início do ano letivo de 2010, o professor Cândido anunciou a ideia aos alunos, que logo concordaram em construir o satélite. Com a doação de uma empresa de Ubatuba foi possível efetuar a compra do kit do satélite, que custou U$ 8 mil. Em abril deste ano nove alunos e quatro professores da escola Tancredo Neves

Ubatuba, que trabalhavam na construção de um satélite arti-ficial, visitaram as instalações da empresa americana “Inte-rorbital Systems”, em Mojave e o “Laboratório de Propulsão a Jato (JPL)” da NASA, em Pa-sadena, ambos nos Estados Unidos.

O satéliteO Tancredo 1, nome dado

ao primeiro satélite, pesa 750 gramas, tem 8,9 cm de diâmetro e 12,7 de altura. É composto de quatro placas de circuito impresso, uma delas com antena de recepção e transmissão, outra com con-trole de energia elétrica, outra com computador de bordo e a outra com transmissor/re-ceptor. Após a conclusão dos

trabalhos, o satélite será en-viado para a Interorbital Sys-tem, na Califórnia, que fará o lançamento a uma órbita de 300 quilômetros de altitude. O satélite deverá permanecer no espaço por no máximo 90 dias. De acordo com Cândido

de Moura, a Interorbital Sys-tems adotou a ideia de ter um grupo jovem, sobretudo vindo de uma escola pública do Bra-sil, uma vez que a maioria dos interessados nos chamados TubeSats são alunos de pós--graduação em engenharia.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

A importância do horário eleitoral

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

Dirceu Cardoso GonçalvesComeçou nesta terça-feira

(21/08), o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão. Usada em campanha há 60 anos nos EUA e 50 no Brasil, a televisão é a grande vedete do período e consome o maior volume dos recursos. Em ra-zão do tempo que cada partido dispõe, com base no seu nú-mero de deputados federais, formam-se as alianças mais esdrúxulas entre agremiações e lideranças sem qualquer afinidade política ou ideológi-ca. Exemplo disso é o ruidoso pacto Lula-Paulo Maluf em São Paulo, até agora não assimila-do entre os correligionários de ambos. A soma dos horários partidários no rádio e na TV tem constituído verdadeiras colchas de retalhos Brasil afo-ra. Em algumas localidades, são conhecidas como “arcas”, tamanha a diversidade de bi-chos nelas embarcados.Neste ano, a internet come-

ça a ser utilizada em escala maior, tanto em redes sociais quanto em fusão com os ve-ículos de comunicação da mídia tradicional. Da mesma forma que passou a oferecer serviços até então inexisten-tes ou executados pelo jornal, rádio e TV, a rede se revela importante ambiente para a campanha e ainda carece de regulamentação. Com certe-za, dentro de dois anos, nas eleições gerais, as regras se-rão mais claras para esse novo nicho de comunicação.Em 1962, quando foi utili-

zada pela primeira vez, na eleição de São Paulo, a TV brasileira ainda era limitada

em tecnologia, penetração e horário de programação. Mas, aos poucos, foi ampliando sua participação a ponto de, em 1976, depois de um grande sucesso eleitoral do oposi-cionista MDB nas eleições de 74, o governo militar editar a Lei Falcão, que limitava o ho-rário gratuito à apresentação dos “santinhos”, com nome e número dos candidatos. Em 1989, na primeira eleição pre-sidencial direta em quase 40 anos, o vencedor, Fernando Collor de Melo encontrou na TV uma grande aliada.Hoje temos o horário gratui-

to com regras impostas pela justiça eleitoral mas, mesmo assim, é o principal instru-mento nas grandes e médias cidades brasileiras. As campa-nhas estão profissionalizadas e transformam os candidatos em produto de marketing. No começo dos anos 50, quando a TV americana começou a ser usada em campanha eleitoral, alertava-se de que “escolher um candidato não é a mesma coisa que comprar uma caixa de sabão”. Ressalvados épo-

ca e contexto, o alerta ainda é válido para nós, brasileiros. A escolha daqueles a quem vamos destinar nossos votos não pode e nem deve ser sub-missa ao apelo publicitário; eles devem ter propostas que coincidam com nossos interes-ses e, além disso, serem éti-cos, honestos e trabalhadores.Se, depois de optar por um

candidato, o eleitor tomar o cuidado de pesquisar seu nome na internet, terá como saber quem é ele e, princi-palmente, se cometeu algum crime ou irregularidade e até mesmo se foi absolvido por falta de provas, conseguindo escapar do crivo da “lei da fi-cha suja”. Com esse simples zelo, cada um de nós estará ajudando a construir um Brasil melhor.

Nota do Editor: Dirceu Car-doso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da AS-POMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo). Fonte: ubaweb.com

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25 Agosto 2012 Jornal MARANDUBA News Página 7

No último dia 8, no morro do Emaús, uma celebração diferente chamou a atenção de fiéis, moradores, turistas e visitantes. Com um repertório de musicas sertanejas, letras litúrgicas e toque tradicional das coisas da roça e da for-mação original deste povo, o padre Darci, natural de Goiás, “tocou” a celebração empol-gando a multidão que lá esta-va. As belas músicas ficaram por conta do grupo de musi-cas da Paróquia do Itaguá.

O padre “cowboy” como foi chamado é da Diocese de Uru-açu em Goiás e atualmente trabalha com padre Xavier na Paróquia Nossa Senhora das Dores no Itaguá. Participaram desta celebração Padre Car-los, Xavier e Manoel, além de toda equipe costumeira estava lá também o seminarista Die-go que estava de chapéu de palha para integra-se a esta boa novidade. Mais em estilo do centro oeste brasileiro, o padre Darci dirigiu-se aos fiéis em tom de rodeio, algo bem diferente do que a comuni-dade deste lado do país está acostumada a ver e ouvir.

A missa foi aprovada por todos e agradou pela origina-lidade e novidade. Ao final Pa-dre Carlos pergunta aos fieis se aprovaram o estilo do Pa-dre Darci, com palmas todos respondem positivamente, o mesmo confessa que não tem dom pra este tipo de celebra-ção, arrancando risos dos par-ticipantes e dos fiéis.

Ao final foi realizado o sorteio costumeiro do carnê e após a benção final o grupo executa uma música caipira original. Muitos voltaram para casa aguardando uma nova data para mais uma missa sertaneja.

Missa sertanejaentusiasma fiéis, moradores eturistas

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

Festival de Surf do Sapê supera expectativas Fotos: Evandro Maia

PROMATANo último final de semana

dos dias 04 e 05 de agosto, aconteceu o Festival de Surf do Sapê, 1ª etapa do Circuito Bo-raposurf 2012. Além dos me-lhores surfistas amadores de Ubatuba e de outras cidades do estado de São Paulo, cerca de 400 pessoas torciam e vi-bravam na praia a cada novo High Score – nota mais alta no evento.

Com ondas de até meio me-tro, os atletas, das mais varia-das idades, levaram ao delírio quem lá prestigiou o evento. Neste evento os primeiros colocados de cada catego-ria ganharam uma prancha de surfe, troféu, camisetas e somaram 1000 pontos para o ranking que define, após três etapas, os campeões do Cir-cuito Boraposurf 2012. Tam-bém houve a premiação de passagens aéreas para o Peru, além de um bônus de U$200, nas categorias Junior e Open e uma prancha de surfe na ca-tegoria Mirim.

No primeiro dia o show ficou por conta de Emerson Santos – 9,5 e Tales Araújo – 9,5 am-bos na categoria Open, Carlos André – 8,7 na categoria Ju-nior, Daniel Araujo – 8,7 na categoria Mirim. No segundo dia, sagraram-se campeões da etapa os atletas: Categoria Mirim - Luiz Gustavo Santos de Oliveira, 15 anos, do Pe-requê-Açu; Categoria Junior - Amisael Oliveira, 18 anos, da Estufa II; Categoria Open – Fabio Tavares, 33 anos, da Praia Grande.

A mãe de um dos participan-tes comentou durante o even-to – “Como é bom ver esses jo-vens num ambiente tão bom”. O evento que teve cunho so-cial, esportivo e ambiental, su-

perou as expectativas e atingiu plenamente seus objetivos, pois, promoveu a permanência dos jovens e crianças envol-vidos, direta ou indiretamen-te, num ambiente saudável e positivo, promoveu o esporte, promoveu o turismo, promo-veu o comércio, promoveu a

conscientização ambiental, gerou trabalho e renda e, de-finitivamente, estabeleceu im-portante data no calendário de eventos da região sul do mu-nicípio.

O comercio local entendeu a necessidade e a importância do evento, foram servidos aos

participantes saladas de frutas, água mineral e lanches, todos gentilmente cedidos pela Aloha Pizza Bar e pelo Bar e Adega D’Menor, que também pro-moveram o trabalho artístico do surfista Jefferson Guedes. A tenda para aquecimento e alongamento ficou por conta

da Academia Cia do Corpo, o almoço dos organizadores fi-cou por conta da Pizzaria e Restaurante Petit Poa, as pran-chas de surfe pela SuperKort Boardshop.

O evento foi realizado pela Boraposurf com apoio do Jornal Maranduba News, da TVLitoral, da AUS – Associação Ubatuba de Surf e da Federação Paulista de Surf, colaboração da Pro-mata – Associação de Mora-dores para a Recuperação e Preservação da Mata Atlântica, da AMMA – Associação de Mo-radores de Maranduba e Ami-gos e patrocínio dos principais comerciantes da comunidade da região sul de Ubatuba.

Outro evento muito aguar-dado é o tradicional Eu Amo Ubatuba Surf Challenge, que vai para sua quarta edição e tem pontuação validade para a segunda etapa do Circuito Boraposurf 2012. O Eu Amo Ubatuba acontecerá nos dias 29 e 30 de Setembro, na Praia de Maranduba. Somente ins-crições antecipadas e as vagas são limitadas.

Vale lembrar que desde 2.008, a Boraposurf vem re-alizando eventos, com patro-cínio, apoio e colaboração de todos os setores da sociedade e, em 2.012, atinge o auge de suas realizações com o Cir-cuito Boraposurf 2012 que é formado por três etapas, com as categorias Open, Junior e Mirim e distribuirá para seus vencedores duas passagens para o Peru, dois bônus de U$200, 10 pranchas de surfe, 48 troféus, camisetas, acessó-rios e brindes.

Maiores informações você encontra na página facebook.com/circuitoboraposurf2012 ou através do e-mail [email protected]. Confira!

Evento realizado na Praia do Sapê reúne atletas e muita gente bonita na região

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25 Agosto 2012 Jornal MARANDUBA News Página 9

Como começou o surfe na região - Parte I

O primeiro contato com uma prancha de surfe acontece sem a menor intimidade com o esporte, na realidade, numa análise geral, a cena em si chega a ser cômica senão ridícula. A primeira remada é cheia de tombos, de um lado para o outro, sem nenhum estilo,

com o bicão da prancha empina-do, levando espumada na cara, engolindo água salgada, levando vários caldos (tombos), mais em-baixo do que encima da prancha, remando, remando e remando, num esforço sem fim, sem sair do lugar, sem ver a cara do outside

– faixa após a linha da arrebenta-ção – provavelmente, não pegan-do nenhuma onda ou no máximo uma espuminha, deitado, e mes-mo assim não desistindo nunca. Para ficar de pé leva tempo.Nossa primeira atuação acon-

teceu no último mês do ano de

1.983. Promovido pelo Guto, filho da D. Verônica que, na época, trabalhava e morava em um co-nhecido hotel a beira mar, cujo gerente era o chileno de nome Tito, proprietário de uma legíti-ma prancha Jean Daniel 5’7, ar-tisticamente pintada com listras roxas, amarelas, verdes, azuis e brancas, quatro canaletas, duas quilhas brancas, swallow tail – rabeta com formato em W, uma beleza. O gerente dei-xava nas mãos responsáveis de Guto, que emprestava aquela maravilha da obra humana aos amigos adolescentes. Era então do amigo do gerente do hotel as primeiras dicas de surfe, pode-se dizer que nascia neste momento uma promissora história d surfe local, marcante o suficiente para ser eterno. Meses depois, con-seguem as próprias pranchas usadas. Para os moradores da região tratavam-se dos meninos que “corriam” onda. Para os ado-lescentes, a famosa e lendária Equipe Zulu. O primeiro evento aconteceu no outono de 1.986, feriado Páscoa e o prêmio foi uma simples, mas, disputadíssi-ma Surfer Magazine, revista es-pecializada em surfe, da Califór-nia, Estados Unidos. O vencedor sabia que seu prê-

mio ficaria em seu poder somen-te por algumas semanas, pois teria de compartilhar o “tesouro” com os demais. Neste evento o ganhador da tão desejada “revis-ta gringa” foi Dédínho, favorito ao título com a ausência de seu irmão Gerson do Prado Costa, o Kiko que, na ocasião, participava de um campeonato no Itamam-buca. Vários foram os protagonistas

da época, ainda muito meninos, Marcos Alexandre do Prado (Mar-quinhos do Prado), um dos pou-cos locais que iniciara na década de 70, os irmãos Geraldo e Josué

do Prado Santos, seus primos Gil-berto e Jean do Prado, os paulis-tanos, mas, caiçaras de coração Sinuê, Evandro e David Maia, os irmãos Beto e Renato Felix – Gor-do, Wagner – Dag, e a segunda leva de praticantes, os irmãos Gerson do Prado Costa – Kiko e Adriano de Oliveira Costa – Dédí-nho, os primos Carlos Cesar Geis-ger – Carlinhos e Alexandre Car-mo – Xan, os irmãos Robson – Ró – e Emerson Enes Virgilio – Mis-são, Luís Gustavo – Guto, Carlos Eduardo Carelli – Duda, Eduardo Clarassoti, Bida, Edson, Abel, Heidi Junior, os irmãos Serginho Barbosa – Cynar e Reynaldo, os irmãos Paulo Sérgio e Toto e os turistas Leon e Espaguete, de Mogi das Cruzes, Sergio Ricardo Azambuja – Cacá e Flávio – Me-nudão, de Campinas, Tonicão e os irmãos Jorge – Xuxa e Filipe Streit – Filipou, os irmãos Rober-to – Tuco e Sergio – Na Rolha, Gerson – Boyzão, de São Paulo. Foi desta inconscientemente e despretensiosa e pioneira inicia-tiva, estabeleceu-se o marco do surfe de competição na região sul de Ubatuba. No mesmo ano nas férias de

Julho, realizaram o Festival de Inverno, com apoio de tradicio-nais comerciantes locais como a popular Mercearia Pimenta, de propriedade de Henrique Enes Virgilio e do saudoso Djalma Car-mo, da Farmácia do Darci, pai de Wagner Martinez, da Banca da Dona Ruth, do Bar do Mané, do Mercadinho do Sapê, de pro-priedade do Tim, da Padaria do Chico Mota, do Açougue do Má-rio, do Quiosque Eskizitinho, do Quiosque do Luís Carlos, da Sor-veteria Némesis e do Auto Posto Frediani, muitos dos quais, jun-tamente com novos empreende-dores, até hoje, incentivam o es-porte, a cultura e o turismo com a mesma disposição.

Foto: Evandro Maia

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

Wagner JoséNascido no Sertão da

Maranduba entre as bana-neiras, o canto das aves, as Folias de Reis e o Divino, nasceu em 15 de abril de 1939 mais filho de Dona Ma-ria Gaspar e de Oliveira (In Memorian) e Fidencio Manoel dos Santos. Junto a seus ir-mãos aprontou muito quan-do criança, os filhos eram: Braz filho, Zacarias, Fidencio, Sebastião, José, Pedro, duas Marias e Manoel.

De infância humilde, sim-ples e pobre, Manoel se en-veredou a experimentar algo diferente, algo que lhe desse dinheiro e sossego. “Ligeiro” com as ideias tratou de des-cobrir uma forma de atender os primeiros turistas que por aqui visitavam. Foi assim que ele se tornou o primei-ro ambulante da Praia da Maranduba a trabalhar com barraca.

Paulo pintor ou Paulo gor-do foi um dos primeiros só-cios de Perereco, a sociedade não durou muito tempo, mas Manoel continuou a lida. Bo-emio como era, sabia cativar os turistas, já que, segundo Manoel, eles traziam muito dinheiro a região, assim tam-bém gerava emprego e ren-da na localidade.

Muitos não entendiam o porquê ele atendia primeiro os turistas: “é eles os turis-tas que trazem dinheiro para nós”. Por um longo período Manoel esteve bem de vida, dizia ele que o homem pre-cisava de um bom paladar e uma boa mulher a ser apre-ciada, queria comer e beber do bom e do melhor sem se importar com o quanto iria pagar.

Sua forma de atender o turista logo se espalhou e

Gente da Nossa História: Manoel Fidêncio de Oliveira: o “perereco repeteco”

seu ponto de comercio virou parada obrigatória por quem lá passasse. Era ali que o turista recebia as primeiras informações sobre a região, era na realidade um ponto de atendimento ao turista. Che-gou a exibir vários carros, al-guns eram desconhecidos do publico local, tinha ele Toyo-ta, Jipes, Gurgel, Parati, mas seu primeiro veículo foi um fuscão azul.

Perereco nunca deixou de ser alegre, diziam que se che-

gasse uma pessoa nova no pedaço ou uma mulher bo-nita ele pagava uma bebida. Junto com a fama de bom e sucessivo empresário, não é que Perereco também ainda acabou ganhando na loteria, não se sabe o valor, mas há quem diga que ele procurou algumas pessoas para ajuda--lo a abrir conta no banco em Ubatuba (como costuma dizer os moradores de longe do centro), acumulando ain-da mais sua riqueza.

Perereco Repetéco era co-nhecido em toda a região, onde quer que passasse, chegasse ou fosse lembra-do o apelido era o primeiro que vinha a cabeça das pes-soas. Uma passagem trinte foi a do o corrido com uma de suas amadas, que por ci-úmes e amor, na época em que dormia anestesiado pela bebida, ela jogou álcool em seu corpo e ateou fogo, qua-se o matando em sua própria barraca. A queimadura foi o motivo da perca de um dos rins, a cicatriz que ficara em suas costas às vezes era exi-bida para confirmar oque ele estava falando.

Manoel era dono de alguns bordões conhecidos: Ô DOR DE BARRIGA... ÁH PERE-RÉCO safado...ÓH MINHA SANTA...A perereca da vizi-nha esta presa na gaiola... Tinha também uma cachorra chamada Perereca Safada que, por onde passava, des-filava com ele com um lenço amarrado no pescoço, quan-do a cachorra aparecia já se ouvia alguém falando lá vem o Perereco.

A bebida o acompanhava por todos os lados, assim acompanhada ele também algumas folhas da mata como erva baliera, goiabeira, jabuticabeira, limão, araçá, carqueja e outras especia-rias que eram socadas num copo ou amassadas na mão para incrementar a bebida, criando um sabor que para ele era especial... Para ele.

Perereco foi homem de posse em vários bairros da re-gião, entre eles, Maranduba, Sertão da Quina e Araribá. Fazer um rolo era com ele mesmo, era só provocar, dizem que em um de seus rolos até uma Parati desali-

nhada era parte de sua frota. Perereco também teve moto. Há quem afirme que seu bar na Maranduba era motivo de inveja e orgulho para outros ares da época. O dinheiro, di-zem, que era guardado em-baixo do colchão.

Devido a idade e também a falta de alimentação corre-ta, Perereco fora morar no centro da cidade com uma de suas irmãs para poder se tratar, e depois seguiu para Santa Catarina morar com sua filha.

Irreverente sem trava na língua dono de uma boa memória, não se esquecia de nada, lembranças boas e ruins. Infelizmente Perereco partiu desta vida, falecen-do em 20 de dezembro de 2011.

Dizem por aí que muitos passam pela vida sem serem notados e este não é o seu caso, esteja você onde esti-ver Mané Pereréco, lembro--te sempre em minhas ora-ções e que Deus o abençoe, Amém...

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25 Agosto 2012 Jornal MARANDUBA News Página 11

Terminada 1ª etapa de réplica fiel de patrimônio religiosoEZEQUIEL DOS SANTOS

O artista Gilmar Ribeiro Mu-nhoz, 50 anos, na última se-mana de julho terminou a 1ª etapa da reprodução fiel da imagem de Nossa Senhora das Graças da Paróquia da re-gião sul de Ubatuba.

Munhoz conta que esta será uma única reprodução em fi-bra de vidro para maior resis-tência e salvaguarda da origi-nal. As etapas seguintes será a realização da forma (molde) para o enchimento da fibra de vidro, em seguida à texturiza-ção idêntica e pintura como acabamento.

A réplica terá em media 10 quilos, metade do peso da ori-ginal. Todo o trabalho levou 30 dias corridos, no inicio era

apenas um suporte de madei-ra de 1 metro de altura com o sustento, depois o preen-chimento com 50 kg de argila Tabatinga maciça e por último a escultura e modelagem. Fo-ram utilizadas quatro ferra-mentas para o acabamento e detalhe, que realmente im-pressiona pela semelhança.

A original foi feita entalha-da em Peroba Rosa por Mari-no Del Fruero em 1925, cus-tou três mil contos de Réis e chegou de barco a praia da Maranduba numa caixa tam-bém de Peroba.

A imagem recebeu uma re-pintura em 2004, segundo Gilmar, trata-se de um rosto clássico de arte sacra, uma composição dentro do barro-

co português, Os olhos são de origem italiana, onde o artista tira a face da imagem e esca-va por trás o local dos olhos, colocando-os, em seguida fa-zendo o acabamento. Os anjos também com características barroca formam um conjun-to em estilo clássico barroco, muito apreciado e estudado por especialistas. A réplica levará a assinatura de Gilmar, assim como levou a replica de Cunhambebe no Forte de São João da Bertioga.

Gilmar informa que será fei-to varias replicas em tamanho menor para atender a deman-da, diz ainda que gostou da região e estuda a possibilida-de de montar um ateliê nesta localidade.

Aconteceu nos dias 10, 11 e 12 de agosto o “Treinamento Básico em Técnicas Verticais” organizado pelas Guias de Turismo Jéssica dos Santos, Caru Lemos e Marianna Pa-van em parceria com Marcelo e Thiago da Nativus Aventura, empresa de São Bento Sapu-caí que ministrou o curso.

O curso teve como princi-pal objetivo capacitar os guias locais de Ubatuba e aumen-tar o leque das atividades de ecoturismo e turismo de aven-tura na cidade, entre os par-ticipantes estavam, Jéssica, Caru, Marianna, Israel, César Giraud e Robertinho Peres.

O treinamento teve o foco na descida de rapel em cacho-eiras, que também é chamado de cascading ou cachoeirismo. Os participantes tiveram uma aula teórica, onde tiveram o contato com os equipamen-tos necessários e durante dois dias colocaram tudo em prá-tica na Cachoeira do Véu da

Treinamento de técnicas verticais

Noiva, localizada na Lagoinha, ótima para a prática de ini-ciantes no esporte.

O Cascading é uma atividade extremamente segura, onde o participante tem a oportunidade de desfrutar as cachoeiras de um modo único, descendo e se

refrescando por suas quedas.Mais uma opção para turistas

e moradores que gostam de se aventurar. A equipe está se preparando para operar na pró-xima temporada de verão! Para maiores informações acesse: www.nativusaventura.com.br

Primeira Eucaristia na Comunidade São Maximiliano Kolbe

Dezesseis adolescentes re-ceberam a 1° Eucaristia na Solenidade de São João Ba-tista na Lagoinha. Dentre os dezesseis, seis também re-ceberam o Sacramento do Batismo. Com muita alegria estes adolescentes, sendo preparados pela catequista

Adolescentes recebem a primeira eucaristia na Lagoinha

Teresinha, se aproximaram do Banquete do Cordeiro, apontado por São João Batis-ta e se alimentaram do Pão Vivo descido do Céu. Esta ce-lebração também foi dedicada à oração pelas famílias, que acontece todo último domin-go do mês.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 25 Agosto 2012

Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 10

Fonte: PEQUENO DICIO-NÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra re-gistrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fun-dação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .

DESGRAMADO - ( adj.) - des-graçado; miserável; danado, valente. “ fiozinho desgrama-do de forte é esti um dai, esse tar de nailo “DESINFETá - ( v. t. ) - retirar--se; ser posto para fora.DESINLEIá - ( v.t.) - desenle-ar.DESINTEIRá- ( v.t.) - tirar uma parte ou uma quantia de alguma coisa reservada paraum determinado fim.DESISTí - (v.i.) - defecar ; evacuar ; obrar.DESMALHá - (v.t. ) - desmaiar; tirar o peixe das malhas da rede. “ ela bateu a cabeça, des-malhô e não recumperô mais “DESMARISCá - (v.i.) - tirar o marisco da concha com a for-ça das mãos, ou com o auxíliode algum objeto ou ainda co-locando-o para cozinhar leve-mente.DESMELHORá - (v.t.d.) - pio-rar ; parar o melhoramento.DESMERECIDO - ( adj. ) - ma-gro; fraco ;anemico.DESMOLí- ( v.t. ) - demolir.DESNATURADO - ( s.m. ) - in-divíduo desumano; cruel.DESNORTEADO - ( adj. ) - de-sorientado; tonto.DESPACHADO- ( adj. ) - ativo; desembaraçado ; expedito.DESPEJá - ( v.t.d. ) - esvaziar; entornar o conteúdo de.DESPéJE - ( v.t. ) - entorne ;

esvazie.DESPENSA - ( s.f.) - móvel onde se guardam os alimen-tos.DESPESCá - ( v.i ) - recolher o peixe “inleiado” na rede ou presos no cerco.DESPIROCADO - ( adj. ) - pira-do; enlouquecido; desvairado.DESPOIS - (adv. )- depois.DESPROPóSITO - (s.m. ) - quantidade; descomedimen-to; dito ou ato sem propósito ;grandeza ou excesso de algu-ma coisa.DESTEMPERá- (v.t.d.)- des-temperar, misturar ou diluir o liquido ou alimento para dimi-nuir a temperatura ou o sabor. Alterar o sabor de, tornando-o menos pronunciado. Enfraque-cer uma tinta, diluindo-a em água. Aguar, alterar uma bebi-da. Desafinar (instrumento).” Destempere esse café com água que tá muito quente.”DESTAPô - (v.t. ) - destam-pou ; tirou a tampa. “Ja que destapô, despeje um poco na minha caneca “DESTRONCá - (v.t.) - desarti-cular; desconjuntar; deslocar; fazer sair ( um membro ) da junta ou articulação.DESVARá - ( v. t. ) - ato con-trário ao varar a canoa; reco-locar a canoa na água.DESVIO- ( s.m.) - estar no desvio; estar desempregado.DEVASSADO - (adj. ) - aberto ou franqueado à vista de to-dos.DICIPRINA - ( s.f. ) - discipli-na, caráter; vergonha. “ Esse pessoar não tem diciprina mesmo. Bastô virá as costa um istantinho de nada, queles pega sua canoa pra nadá cum ela , vive bulindo nas coisa dos otros “DICUMENTO - ( s.m. ) - do-cumento pessoal.“ eu truce meus dicumento tudo “DIDARZINHO - (s.m.) - de de-

dal; um pequena quantidade de alguma coisa.DIGA NEM - ( loc.v.) - expres-são de aprovação; concordân-cia. “ Tá gostoso ? Diga nem ! “DIJERO - ( adj. ) - ligeiro, ágil ; esperto, rápido.DO QUE - ( s.m. ) - mesmo que porquê. “ do que não vão simbora , lote de jaguaraíva? “DOENÇA RUIM - ( s.f. ) - tu-berculose.DOMINGUEIRA - ( s.f.) - fan-dango ou baile de sitio, no do-mingo a tarde.DOR NO APá - ( s.f. ) - dor na espádua.DOR QUE RESPONDE- (s.f.) – uma dor que começa em lado do corpo e “responde” ou aparece em outra parte.Dor que anda pelo corpo. ” Hoje amanheci com uma dor que dói aqui na escadeira e res-ponde aqui no peito.”DORDóLHO - ( s.m. ) - mesmo que dor-d’olhos ; doença dos olhos .DORêRA - ( s.f.) - dor pelo corpo todo.DOS- ( num.) - número dois.“ o sinhor me veja dos quilo dessa farinha “DURê(I)RO - ( s.m. ) - prisão de ventre.EGISTIR -( v.i.) - existir.“ mas aqui quaji num egiste mas pexe“ELEGIDO - (adj.) - eleito ; es-colhido.EM RODA - ( loc.adv.) - em volta; ao redor; em torno de.“ Agora só farta limpá o mato em roda da casa “EMBARCá(R ) - (v.i) – morrer,falecer.EMBARCADO - ( s.m. )- em-pregado de/em uma embar-cação.EMBERCEDADO – (ajd.) – uma derivação de obcecado.Diz-se do embriagado, forade si, que perdeu a razão, alienado, doido.

” Juão quando bebe uma zi-nha fica embercedado”EMBICADO - ( adj. ) - diz-se da embarcação cuja proa esta mais mergulhada que a popa.EMBICAR - ( v.t. ) - dirigir-se ; encaminhar-se ; aproar; ru-mar para;EMBIGO - ( s.m. ) - umbigo.EMBIRA - ( s.f.) - qualquer casca ou cipó usado para amarrar; é também a tatura-na.EMBIRRá - ( v.t. ) - teimar com ira ; insistir muito ; antipatizar.EMBOLE - ( v..t. ) - empacote; embrulhe . “ O sinhor qué que embole pá presente ? “EMBUCHADO - ( adj. ) - com a boca cheia de comida; com o estômago cheio.EMPACHADO - ( adj. ) - com o estômago muito cheio; que comeu demais.EMPACOTá - (v.i.) - engalfi-nhar; brigar;“ s’impacotaro os dois lá “EMPALAMADO - ( adj. ) - páli-do; opilado; com amarelão.EMPANTURRADO - ( adj. )- farto; empanzinado; cheio de comida.EMPANZINADO - ( adj. ) - em-panturrado; que comeu em excesso.EMPAPUÇANDO - ( v. t. ) - desbelando; regalando.“ Tá se empapuçando naquele pé de goiabêra . “EMPAVESADO - ( adj. ) - vai-doso ; soberbo; pessoa muito enfeitada.EMPERRADA - ( adj. ) - a ga-linha que não quer chocar os ovos.EMPOLADO - ( adj. ) - sober-bo; metido.EMPROADO - ( adj. ) - vaido-so; orgulhoso ; pretensioso.ENCABEÇO- ( s.m. ) - começo da rede ; cabeça da rede.ENCACHAPADO - ( adj. ) - acachapado; doentio; que se adoece facilmente.

ENCAFIFADO - ( adj. ) - vexa-do ; encabulado; desconfiado.ENCALACRADO - ( adj.) - en-dividado.ENCAPOTá -( v.i.) - capotar ; virar de ponta cabeça.ENCAPOTADO - ( adj. ) - ves-tido com capote; com muita roupa de frio.ENCARANGADO - ( adj. ) - en-trevado; raquítico; encolhido de frio.ENCARDIDO - ( s.m. ) - de cor amarelada; mal lavado.ENCARNADO - ( adj.) - verme-lho-sangue; vermelho cor de carne. “ O tié-sangue é encar-nado anssim “ENCARQUILHADO - ( adj.) - enrugado; ressequido.ENCASCá A REDE - ( loc.v. ) - banhar a rede de pesca na casca do jacatirão.ENCASTOá - ( v.t. ) - enrolar com cordas; engastar o anzol na linha de pesca.ENCHARCANDO - ( v.t. ) - be-bendo/ tomando muito.“ tá se encharcando de café, depois não dorme “ENCHUMBEIRá -( v.t. ) - co-locar os chumbos na rede de pesca.ENCONTRá A CANOA - ( loc.v. ) - remar para trás, para parar ou mudar a direção da canoa para a direita.ENCORDOá - ( v.i./t. ) - zan-gar; amuar; aviar com as cor-das alguma coisa.ENCORUJADO - ( adj.) - juru-ru; tristonho; acabrunhado.“ Deisde que acordô tá li inco-rujado naquele canto “ENCOSCORADO -( adj. ) - en-carquilhado; encrespado.ENFAMIAÇãO - ( s.m. ) - de-sespero causado pela fome.“ I sso daí já é infamiação, não é fome “ENFAMIADO - ( adj. ) - arado; esfomeado; faminto.“ o infamiado cumeu tudo so-zinho “

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Cadê a Casa de Farinha? Cristina de Oliveira

Meus sete anos foram mar-cados por muitas lembranças bonitas, daquelas que não se compram, se trocam ou se vendem. Foi meu ano escolar, o ano de aventuras. Sim! Mui-tas aventuras para uma meni-na curiosa. Morava com meus irmãos e pais em um sítio, uma casinha de pau-a-pique, ladeadas de laranjas, amei-xas, goiabas, enfim um pomar extenso e bem cuidado.

Em meio às roças, havia um alto onde tínhamos uma visão privilegiada da “préia” lá ao longe, era o nosso pedacinho do céu, era só nosso. Todos os dias era só ficar sentadinha na varanda da sala e esperar...

Era um lindo concerto de pássaros e demais sons da natureza. Pássaros de todos os tamanhos e cores por en-tre as “prantação”. Ouvíamos as mais belas melodias, eram tantas que parecia que toda a floresta parava para ouvi-los.

De manhãzinha outro espe-táculo era a visão do nascer do sol, nos dando bom dia. E as cores do céu – a mais bela obra de Deus. Era de uma paz incrível, uma alegria genuína, uma simplicidade indescritível e uma riqueza sem palavras.

Valorizávamos a cada dia o sol, a chuva, a terra e tudo que eles juntos ou separados provinham. Tudo era neces-sário, esta interação parecia que nunca ia acabar. A mis-sa e a visita dos parentes aos domingos, a caneca de “argate” para servir café aos visitantes, a galinha caipi-ra para mistura do almoço, o peixe seco para assar na brasa para o café da tarde, moer cana para adoçar a vida e colher os frutos de nosso próprio suor. Tudo era com

muito carinho, era tudo mui-to laborioso, mas era fruto do esforço de uma família unida: avós, pais, irmãos. Era um momento especial de risos, “causos”, oração, de apren-diz com professor, de união fraterna.

Eu era só uma criança, livre, alegre, saudável. Eu corria, nadava, pulava e fugia das varas de “timbopévas ou ti-mopévas” muitas vezes, mas era feliz. Podia sentir os rios limpinhos, o cheiro da roça e da mata, o perfume das flores, os sons da natureza, saborear as verdadeiras frutas. Sim era um grande espetáculo! Chuva com relâmpago, ventos que uivavam, folhas voando em círculos, galhos quebrando em meio a floresta. O som do ribeirão transbordando com

força, um barulho incrível e a gente, crianças, doidinhos para cair dentro, pescar os lambaris graúdos, era a me-lhor hora para isto.

A noite podia ouvir a onça pintada “cilando” no quintal, dava medo, mas de fato eu sentia alguma coisa, era nor-mal dormir com elas por per-to. A onça e tudo mais fazia parte de meu mundo, agora “malemá” vejo-os na televisão ou ouço no rádio, no com-putador. Hoje preciso de um aparelho entre eu e o verda-deiro sentido da vida para me sentir alguém. O verde da flo-resta tem tantos outros tons que não são mais da floresta, as aves em festa são tão di-ferentes, apenas para avisar que estamos aqui óh!

Bem por aqui, nos prote-

jam! Os rios, nem os sons se ouvem mais. Hoje se ouço um barulho no quintal tenho medo... mas de gente. Se chove, tenho medo da en-chente, mas não do que Deus manda, mas sim do que o homem fez. Do relâmpago te-nho medo, de pegar alguém, algo ou até mesmo qualquer coisa. Hoje só tenho medo, cadê meus outros sentidos? Não fui eu que cresci, é que mudaram meu presente, an-tes andávamos os caminhos rezando para encontrar al-guém e não uma assombra-ção e hoje posso dizer que é ao contrario.

Não foi à casa de farinha que mudou o lugar, foi o lu-gar e as pessoas que muda-ram a casa de farinha...para sempre!

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Julinho Mendes Como é bonita a nossa Igre-

ja Matriz! Suas portas, jane-las, suas torres, seu sino, seus ornamentos, suas cores... De forma geral as igrejas católi-cas, sejam de arquitetura gó-tica, colonial, pós colonial e as modernas são de belezas, que eu digo, próprias de moradias de anjos e santos. Até as cape-las das comunidades católicas dos bairros são também de be-leza e singeleza que iluminam o nosso olhar.

Eu digo, com orgulho, que fui aluno da madre Maria da Gló-ria, no bom tempo que existia a escola de arte no prédio da ALA, onde aprendíamos a pin-tar em tela, fazer escultura na areia, entalhes em madeiras,

A Igreja Matriz de Ubatuba...teatro de bonecos de fanto-ches, música. Hoje, em plena campanha eleitoral, mais uma vez, não se vê nos panfletos dos candidatos um projeto de construção ou de transforma-ção de um espaço em escola de arte, de tudo quanto é arte; a criançada está aí à mercê de coisas inúteis da Internet e celulares, não aprendem a pe-gar num pincel, num formão, numa agulha de tricô, crochê etc.

Me orgulho também em di-zer que fui discípulo do mestre primitivista João Teixeira Leite, com ele, além de aprender a confeccionar, usando madei-ra, saco de trigo e látex, as minhas próprias telas, apren-di também a noção, a idéia,

a forma, a técnica da arte da pintura primitiva, pintura essa, que hoje com nome mais re-quintado, chama-se pintura naïf. A pintura primitiva de João Teixeira Leite preserva a memória de nossas constru-ções antigas (coloniais), nosso folclore e festividades culturais que tínhamos em Ubatuba. Também não temos em Ubatuba o incentivo, principal-mente às crianças das redes de educação, ao ensino dessa arte. Torno a repetir: a crian-çada vive em “ateliês” de lan houses, deixando de brincar, de aprender e de viver na me-lhor fase de suas vidas. Quero ver se o próximo prefeito tem coragem, envolvendo as secre-tarias de Educação, de Turis-

mo e de Cultura, de criar um projeto que transforme essa criançada em artistas, focan-do a cultura de nossa região. Mas devemos lembrar que, dos politiqueiros que estão aí, ten-tando reeleição e manutenção do bem-bom; já vimos que não sai nada de efetivo para por a criançada no rumo da arte e da cultura local. Então, é bom pensarmos em quem votar.

Eu entendo que cidade his-tórica, que tem personagens históricos, que tem folclore, que tem natureza exuberan-te... tem que ser representada por tudo quanto é arte e tornar motivo de desenvolvimento ar-tístico cultural e, consequente-mente, turístico econômico.

Fonte: ubaweb.com

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Coluna da

Adelina Campi

A Vida e o Amor

Cantinho da Poesia

Lagoinha, o meu paraíso!

Meu paraíso na terra tem um nome: LagoinhaNão por acaso, pois foi na vida planejadoDe muitos sonhos foi a feliz escolha minha

Para aqui terminar da vida o imperdoável traçado

Aqui vi meus filhos com amigos crescerem Aqui passei os melhores momentos da vida

Desta vida e do jardim aqui vi flores nasceremSem a hipocrisia pela grande cidade exigida

Aprendi a ver da montanha a mata verdejanteQuando na cidade o asfalto dominava meu olhar

A ouvir dos pássaros o suave canto a cada instanteE sentir do mar as ondas, em seu eterno marulhar

Aprendi a ver de garças e quero-queros a paisagemE nos céus o lindo voo de gaivotas e fragatas

Como que transmitindo para este mortal a mensagemDe que não somaram na vida valorizações insensatas

Aprendi que a vida vale pelos bons momentos vividosE aqui encontrei minha eterna busca: A felicidadeQuero reparti-la com os amigos e entes queridos

Pois no ocaso da vida fica-me uma palavra: Saudade!

Manoel Del Valle Neto

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continu-ar nossa jornada com nosso coração machucado.

Às vezes nos falta esperan-ça, mas alguém aparece para nos confortar.

Às vezes o amor nos ma-chuca profundamente, e va-mos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.

Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar, é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.

Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a soli-dão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz cho-rar, nos faz sofrer, nos faz que-rer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo sim-ples como a beleza de um por do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nos-so rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pes-soas que pareciam ser since-ras e receberam sua confian-ça, te traíram sem qualquer piedade.

Percebe que não há como distinguir os bons e os maus, pois poucos nascem assim, a vida é que os torna melhores ou piores, pelas tristezas e fe-

licidades que passaram e ex-periências vivenciadas.

É como se a vida fosse for-mada por corações e cruzes, onde os corações represen-tam nossos momentos felizes,

o carinho e amor que rece-bemos, e as cruzes são nossas dores, decepções, sofrimen-tos, momentos ruins pelos quais passamos.

Então você poderá entender que alguns de nós vivenciaram

pouquíssimas cruzes e muitos corações o que fará com que essas pessoas tenham muito mais amor a transmitir, outras passaram pelo contrário e são predominantemente frias, in-sensíveis, buscam coisas ma-teriais, acreditam que os fins justificam os meios, com essas é preciso ter cuidado, alguns podem mudar e melhorar, ou-tros podem mudar você e tra-zê-lo para a realidade deles.

Assim ao conhecer alguém preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu.

Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu cora-ção para alguém que dê valor

aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, esteja aberto a al-gumas alterações, mas jamais abra mão de tudo,

pois se essa pessoa te dei-xar, então nada irá lhe restar.

Aproveite ao máximo seus momentos de felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse senti-mento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algu-mas escolhas, mas muitas ve-zes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.

Não procure querer conhe-cer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofri-mento, esperar é dar uma chance à vida para que ela co-loque a pessoa certa em seu caminho.

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.

A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem, como acontece com muitas pessoas que cruzam nosso ca-minho.

Você descobre que as pessoas quepareciam ser sinceras e receberam sua confiança,te traíram semqualquer piedade.

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