150

Cinturao negro revista portugues dezembro 2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Dezembro 2013. 267 Ano XXII

Citation preview

Salvador Herraiz conheceu JokiUema pouco antes deste falecer,em seu dojo Shubukan, de Shuri.Hoje nos traz o retrato destecarismático personagem, emoutra das suas magníficasreportagens acerca das origens edas pessoalidades fundamentaisdo Karate de Okinawa. Um novoartigo que certamente vai ser do

agrado dos amantes da antropologia de uma Arte Marcial que conquistouo mundo.

CHOSHIN CHIBANA KARATENesta coluna, Randy Williams

nos fala acerca do conceito deCRCA Wing Chun de “Encarar-se” O termo “encarar-se” (YingSai) em Wing Chun significa areferência frontal de um lutadorcom respeito ao outro. Um outrotermo, Ying Chiu se refere à“posição da orientação” de umlutador respeito do outro.

WING CHUN

No dia 29 de Junho desteano de 2013, faleceu aqueleque foi uma indiscutívelestrela de raça negra doCinema de acção dos anos70. Lançado ao estrelato porsua aparição em OperaçãoDragão com seu mentorBruce Lee, a sua figura, quedesaparecera nos últimosanos, merece sem dúvidauma especial referênciacomo a que hoje nos

preparou preparado o nosso especialista Pedro Conde.Uma fantástica reportagem que oferecemos este mês,para prazer de coleccionistas, seguidores do CinemaMarcial e apaixonados dos “velhos bons tempos”.

CINEMA MARCIAL

Não é de estranhar quemuitos estudiosos procuremactualmente em artesvizinhas alguma coisaadicional para o quepensam ser deficiências.Podemos ver nitidamenteisto em inúmerospraticantes que se formamem quatro ou cinco artesmarciais diferentes. Já não

são aqueles tempos em que a fidelidade ao caminho simbolizavaa honra interior do praticante. Os tempos são outros e neste novotempo, tudo é possível! Se estabelece a linha da procura doespírito e da necessidade do desejo. Se procura saciar todos osdesejos e frustrações.

INTERNATIONAL BUGEI SOCIETY

O maior Ginásio de ArtesMarciais Mixtas e fitness dacosta Leste. A inauguração doNovo ginásio UFC Gym emNew Hyde Park, Nassau, NY, éum grande passo paraconseguir que as Artes MarciaisMixtas sejam aprovadas comodesporto legal em Nova Iorque.

UFC GYM

O Sensei Taiji Kase foi uno dos grandesMestres de Karate do Século XX. Conhecidoem todo o mundo como um lutadorextraordinário e como professor de primeironível, nunca deixou de aperfeiçoar edesenvolver a sua Arte para criar seu próprioestilo. Em 2004, pico antes de falecer, fundoua Academia International (Kase Ha ShotokanRyu Karate-Do) e deixou o encargo da suadirecção a seus estudantes mais chegados,entre os que encontra o Sensei PascalLecourt (da França), 6ºDan, que foi seuassistente mais destacado durante uns trintaanos.

KARATE NO KOKORO

O “S.D.S.Concept” é um conceitoholístico de defesa pessoal criadopara mulheres, com ajuda deespecialistas em defesa pessoal,oficiais da polícia, advogados epedagogos, de acordo com asnecessidades e habilidadesespecíficas das mulheres.

SDS-CONCEPT

O machado, usado com uma mãocomo o tomahawk americano, ou comduas mãos como o machado decombate - é uma das armas maisantigas. Os romanos, os vikingos, osceltas, os escoceses, os germanos emuitos outros usaram o machado decombate e seus temidos e devastadoresefeitos. Nesta primeira parte da luta commachado, nos concentraremos nosfundamentos, características especiais econceitos.

SDS-CONCEPT

O Pangamot, ArteMarcial das Fil ipinas émuito desconhecido mas émuito realista, agressivo eeficaz, na minha opinião.Realista, dura, rápida eefectiva, a luta de ruafilipina significa “combatetotal" e nele tudo estáautorizado.

PANGAMOT

Sérgio HernándezBeltrán nos darámerecida respostadesde um artigo,resgatando da recentememória um estilo decombate que podeser revulsivo a umamaneira diferente dever as autênticas artesdisciplinarias doJapão; o Toyama-RyuBatto Jutsu.

TOYAMA-RYU BATTO-JUTSU

O Grão MestrePresas pesquisoudiligentemente nasArtes Marciaisfilipinas durante maisde 30 anos, parad e s e n v o l v e rsistematicamente aaplicação do estiloArnis em um estilocompleto de

combate corpo a corpo denominado Mano-Mano

KOMBATAN WORLD COMMUNITY

Onde está o estilo de um praticantede WingTsun? Refiro-me, comosempre, a quando um praticante seenfrenta a um adversário que nãocolabora e tem uma experiência emArtes Marciais similar à nossa mas quenão é colaborador com os nossospróprios estudantes o colegas deaula... Penso que este é o ponto departida.

Sifu PaoloCangelosi, atravésda sua profissãotem podidopraticar váriosgéneros de defesapessoal, entrar emcontacto como r g a n i s m o s

especializados em segurança e portanto adquirirexperiência em tácticas de combate. Juntando a suaexperiência e a sua paixão, ele criou um programa deadestramento adequado para todos, mediante oconceito de auto-defesa pessoal, incluindo as armasde fogo.

GRAND MASTER PAOLO CANGELOSI

WINGTSUN

inconsciente colectivo o vinha anunciando.Filmes como Matrix impactaram fortemente noeixo central da consciência de muitos. Artistase visionários o vêm dizendo, hoje, a própriaciência abre as portas a novos cenários das

consciências, para reconsiderar a realidade e o real. Nesteeditorial quero partilhar convosco este ponto da mudançadas consciências e para isso temos que começar, como devede ser, pelo princípio.

O vocábulo “realidade” provem do Latim “realitas”, quetem sua origem na palavra “res”. Res tem muitossignificados: Coisa material, ser, facto, objecto, matéria,assunto, circunstância, experiência, poder, causa, e outros.

O adjectivo “realis” e o advérbio “realiter” foram usadosnormalmente na Idade Média. Tomás de Aquino considerou apalavra “res” como um “transcendental”. Os transcendentaiseram, na doutrina clássica, aquelas propriedades que podemser atribuídas a qualquer Ser. Finalmente, Duns Scotointroduziu o neologismo “realitas”, para referir-se àquilo noque os diversos tipos de seres concordam.

M mas curioso desta introdução etimológica é quesituando o termo no seu justo sentido original se descreve asi mesmo de uma maneira muito diferente a como opercebemos normalmente. A realidade não “é” coisamonolítica, unívoca, verdadeiramente não é outra coisa queum simples consenso. Em palavras de Carlos Castaneda: “Omundo é uma descrição”. Carl Jung também o disse mas deoutra maneira: “Tudo depende de como vemos as coisas enão de como são na realidade.” O real, paradoxalmente, paraalém do poder tremendo dessa palavra, não é senão umacordo, meus senhores!

Surpresa!!! Tudo aquilo em que acreditam sem duvidar,fruto dos seus sentidos e da sua aprendizagem, pode nãoexistir dessa maneira para além da própria sujeição particularda sua descrição das coisas; isso sim, concensuadarepetidamente pela mesma consideração dos que ocercaram no seu processo de aprendizagem, encaixada coma sua natureza particular, cruzada com o seu destino, suasnecessidades evolutivas, suas oportunidades detransformação, a energia que os rodeia e envolve em cadamomento e a que se vai atravessando no seu caminho, emvirtude dos outros com os que você se relacione ourelacionou e dos ambientes que transita até o momento decada aqui e agora.

Esta parece-lhes uma fórmula complicada? Pois saibam,ainda assim… é incompleta!

Quem disse que compreender é fácil?Em oposição, que singela e simples é a descrição plana da

realidade única, unívoca e rochosa do nosso paradigmaactual. Mas até este está roendo-se pelas beiras! E a teor dosúltimos experimentos quânticos… Até pelo centro!

O paradigma dominante no planeta, a Ciência e seumétodo, estão alcançando, seu próprio nível deincompetência; ou seja, a través de si mesma, estáquestionando as bases do seu próprio esquema descritivo darealidade.

Isto não é novidade; inclusivamente dentro do seu própriodiscurso e método, o Universo Newtoniano foi destruído porEinstein e o pobre do Einstein agora, está sendo fagocitado

por suas próprias contradições. Deus não joga aos dados…Mas também o faz? Tento explicar-me, (se isto é possível) eacreditem que lamento, porque este assunto requer decompreensões mais sólidas que as minhas e de um meiotalvez mais adequado para “entrar nestes labirintos”. Poroutras palavras, que como quase sempre, o foro no qual meexpresso não é aparentemente o mas adequado para esteassunto. Ou sim? Mas o que eu hei-de fazer se a vida mesituou neste (e não em outro) púlpito?

O experimento do entrelaçamento quântico do Dr. Blake T.Dotta, na Universidade Laurentian, do Canadá, parece provara existência de uma espécie de computador central, um“campo comum” onde se armazena informação provenienteda actividade das partículas elementares. O Dr. Gaona,colaborador deste experimento, afirma que este “lugarcomum” é um “espaço”, ao que não só concorrem aspartículas para “guardar” a sua informação, como também aconsciência. (Falamos do registo Akashico?)

O experimento propriamente dito consistiu em criar duassituações quanticamente idênticas mas separadas por váriosquilómetros. Nelas, duas substâncias iníquas uma com aoutra, mas que respondem com luz à presença de umterceiro elemento reactivo, foram activadas à vez, mas desdeum só lado do espaço. Quando se situava o reactivo em umlado, o outro emitiu luz ao mesmo tempo e sem a presençado mesmo.

As consequências deste experimento são extraordinárias eviriam abrir a porta para a comprovação de conhecimentosque os povos antigos já elaboraram no seu estudo doinvisível. Explicaria cientificamente também o queconhecemos vulgarmente como telepatia, e abre um campode estudo sobre conceitos como os “buracos de verme”, oua comunicação interdimensional. Inclusivamente sob o pesodessa rochosa imposição do que é ou não é real, todostemos ouvido ou vivido extraordinárias histórias de sincronianas nossas vidas ou nas de outros. Vamos telefonar paraalguém e esse alguém nos telefona… Uma mãe que sabeque alguma coisa não está bem com o seu filho, justamenteno momento que ele tem um acidente… Um gémeo que tema certeza que sei irmão acaba de falecer… Um filho vê aimagem de sua mãe que está a 10.000 quilómetros, passarpela porta do seu quarto, justamente no momento em queela morre…, etc. e etc.…

Como em outros momentos da história, se estãoprocessando várias descobertas entrelaçadas e praticamentesincrónicas. Parece como se a própria consciência do grupohumano se expandisse ao mesmo tempo e tocasse pontosespecíficos do compreender. Não faz muito pudemos ler narevista “Nature” a publicação da primeira teletransportaçãoquântica conseguida pela equipa do professor Nicolau Gisin,da Universidade de Geneva. Por incrível que pareça, pelaprimeira vez na história se conseguiu a teletransportação deum fotão a longa distância. Tudo isso, que era consideradocomo pura ciência ficção faz apenas uns poucos anos, estáacontecendo agora mesmo.

O curioso é que os estudiosos de conhecimentosherméticos, espirituais ou ocultistas têm vindo afirmandotudo isso desde faz séculos. Considerados hereges,demoníacos, bruxos, ignorantes, loucos e todo tipo de

“O único realista de verdade, é o visionário”Federico Fellini

“A realidade não é outra coisa que a capacidadeque para se enganarem têm os nossos sentidos”

Albert Einstein

O“Odeio a realidade, mas é no único lugar

onde se pode comer um bom bife”Woody Allen

qualificativos negativos, resulta que não só tinham razão como tambémexplicavam, ao seu modo mas de maneira inequívoca, o que a ciência sóagora começa a vislumbrar.

O visível é só uma categoria da realidade. A realidade é um acordo, masoutras realidades coexistem, se entrecruzam e comissionam com a nossade maneira continuada. No meu último livro “No limiar do invisível - Oxamanismo japonês da cultura Shizen”, situo o leitor em frente da porta deentrada ao conhecimento do invisível da cultura Shizen, uma cultura antigaque entrou profundamente no estudo destes mistérios de modoextraordinário.

A barreira entre o físico e o metafísico está gretando-se. A aventura daconsciência humana vive um novo despertar. Hoje, que a ciência abreessas portas, é o momento de reconsiderar e escutar com novos ouvidose ver com novos olhos, como povos como os Shizen, tiveram a coragemmoral, o atrevimento e a infinita valentia de navegar nesses procelososmares, para nos legar um mapa do invisível tão pormenorizado comoprático. O meu livro é um pequeno, ínfimo testemunho da imensasabedoria oculta que eles mantiveram e que eu continuo estudando.

Mandar um fotão pelo espaço tempo é só um pequeno passo; osantigos xamãs iam eles próprios a outros planos dimensionaisou traziam-nos aqui à sua vontade, saltavam entre mundos,como uma criança salta uma corda. Tocavam em forçasde alta tensão, sem que essas forças os tocassem aeles, falavam com os destinos, negociavam comforças imensas, ou levantavam a pessoas no limiteda vida e a morte. As façanhas e o poder dessessacerdotes Shizen foram legendárias.

Quebrados os limites conceptuais, até os maisburros poderão conceber e eventualmente tentar,o salto quântico do possível e o impossível. AAlice (a do “País das maravilhas”) atravessou oespelho, mas todos podemos faze-lo, porqueestá nas nossas atribuições e potenciaisconsegui-lo. Somos seres espirituais vivendouma existência material e não ao contrário.Alcançar o conhecimento e o poder de fazertais saltos, é uma outra questão, porqueneste assunto, como em tantos outros,ninguém dá nada. Os caminhos espirituaisautênticos geram sempre as necessáriastransformações na nossa estrutura e funçãoenergéticas, acondicionando assim asnossas borbulhas de energia e tensão para osalto entre os mundos. A velha realidade sedilui em um mar de múltiplas realidades; oUniverso plano se confunde em um Universo demúltiplas dimensões; o tempo como conceitolinear não se segura sob a relatividade Universal; omundo, a nossa realidade rochosa e unívoca sedesmorona. Que grande aventura amigos! É tempo deaprender a olhar e ver com novos olhos.

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

TOYAMA-RYU BATTO-JUTSU, A ESGRIMA DOEXÉRCITO IMPERIALJAPONÊS

A escuridão envolve em trevas oavance. Movimentos lentos esilenciosos até chegar a apenas unscem metros do inimigo. Só asrespirações entrecortadas agitam ospeitos daqueles que sabem que muitoprovavelmente seja o seu últimoamanhecer. Depois, esperar enquanto ahúmida brisa do mar, junto com o suorprovocado pela tensão e o esforço,encharca os corpos molhando a roupa.

A claridade deixa adivinhar asfiguras que estão em frente, seescutam as conversas e ruídos de umacampamento que acorda.

De repente, tudo está em movimento.Um barulho ensurdecedor e centenasde gargantas gritando de maneiradesgarrada. A morte se apodera docampo e a batalha começa.

Erguido, espada em mão, comgritos dá ordens e começa a correr. Émuito jovem.

Os corpos procuram o contacto.Alguns caem para nunca mais selevantarem. Outros tropeçam.Ofegantes, se arrastam. Com olhosdesorbitados, os pulmões a ponto deestalarem, sem deixar de correr demaneira desesperada, encurtamdistâncias sem parar de gritar. Osprimeiros chegam ao seu objectivo. Ojovem armado com um curvo sabre,com ambas mãos corta à direita e àesquerda numa amalgama demembros e armas. O sangue brota ea espada cumpre o seu papel sempiedade dos braços que a esgrimem.

Esta sequência pode parecer tiradade uma batalha das muitas quesacudiram o Japão feudal, mas noentanto, teve lugar em Saipam, a 7 deJulho de 1945, ou seja, pouco tempoantes de finalizar o conflito armado demeados do passado Século XX, e ojovem oficial não era outro que oCapitão do Exército Imperial Japonês,Sakae Oba.

Este é um dos inúmeros deexemplos onde uns homens de umtempo já passado, se enfrentaramcom anacrónicas espadas frente amodernas armas de fogo.

E que tipo de técnica empregavam?Onde aprenderam o uso dosmodernos sabres copiados das suasantigas e eficazes katanas?

A estas e outras dúvidasesperamos poder dar merecidaresposta neste artigo, resgatando da

recente memória um esti lo decombate que pode ser o incentivopara uma maneira diferente de ver asautênticas artes disciplinares doJapão; o Toyama-Ryu Batto Jutsu.

(1) A 11 de Fevereiro de 2011, o filme“O milagre do Pacífico ou a Batalha doPacífico (Battle of the Pacific), foiestreada nos cinemas mostrando aslutas dos japoneses em Saipam, assimcomo a implacável persecução dosfuzileiros navais americanos. Arealização era da Toho Pictures e adirecção de Hideyuki Hirayama, erauma produção do Japão, os EstadosUnidos e a Tailândia. O filme foiprotagonizado por Yutaka Takenouchino papel do capitão Sakaeba.

A Rikugun Toyama-Gakko,o lugar onde nasceu oestilo Toyama-Ryu

No sexto ano da era Meiji (1873),nos restos do que tinha sido apovoação da família Owari, teve seusinícios a Rikugun Toyama Gakko(Academia Militar Toyama) onde éhoje o bairro de Shinjuku em Tóquio,até que em 1937 foi transferida para40km para o Sudeste, perto dacidade de Zama, prefeitura deKanagawa.

Quando finalizou a II GuerraMundial, a Academia Toyama setransformou em “Camp Zama”,destacamento do exército dosEstados Unidos no Japão ocupado.

A escola teve diversasespecializações, para formar osquadros de oficiais que comandavamo exército. Estas eram; praticas detiro ao alvo, preparação física, defesapessoal e manejo da espada.

A finalidade desde a fundação daAcademia Militar Toyama em 1873, eraque o exército Imperial Japonêsalcançasse o mesmo nível que osexércitos ocidentais o mais rapidamentepossível. Para isso foram convidadosoficiais do exército francês, os quaisproporcionaram a necessária educaçãomilitar unificada para os oficiaisjaponeses que seriam a base de cadaregimento, e que estes disseminassemos conhecimentos adquiridos demaneira e modo que fosse alcançado oobjectivo de actualizar e unificar critériosem todo o exército.

Gunto Soho - A Esgrima Militar

A maior parte dos programas deeducação física e preparação para a

guerra dos oficiais de Infantaria doexército Imperial Japonês (IJA) foramcriados na secção de treino físico daAcademia Militar Toyama. De início, atécnica de luta corpo a corpo (Hakuei)ensinada na academia, estava baseadano estilo militar francês, com ocombatente de espada usando umsabre normalmente seguro com umasó mão. No entanto, com a guerra doJapão com a China (1894-1895) e aguerra do Japão com a Rússia (1904-1905), a fiabilidade da espadajaponesa, katana, foi de novo avaliadae o seu lado espiritual também foi tidoem consideração, assim como a suaantiga atracção psicológica para opovo japonês. Vitorioso nestas guerras,o exército Imperial Japonês teve umaevolução até chegar ao nível das outraspotências mundiais e durante esteperíodo, a maneira de portar o sabremudou de ser com uma mão para sercom duas mãos. Neste contexto,durante o período Taisho, a AcademiaMilitar Toyama começou a investigaruma esgrima japonesa mais tradicionale a desenvolver uma espada militartotalmente japonesa, para poder serintroduzida no exército, e para issoconvidaram Mestres tradicionais deluta com espada (katana).

Em matéria do uso da espada,juntaram os mestres de cada escola -esti los de Iai jutsu/Kenjutsu -formando um novo esti lo queposteriormente se denominariaToyama-Ryu.

A Academia Toyama tinha seisgrandes dojos para a prática doKendo e um para o Jukenjutsu (aprática do uso da baioneta.

Todos os dojo tinham 60m decomprimento e uma largura de 12m.

No ano 4 da era Taisho (1915)começaram a evoluir do uso desabres de uma mão, do tipoocidental, para espadas militaresdenominadas Gunto, utilizadas comas duas mãos.

Entre os anos 8 e 9 da era Taisho(1920 - 1921), começaram a pesquisapara melhorar a capacidade deataque nos combates corpo a corpo eo ensino da utilização da espadaGunto ou do Tankenjutsu (wakizashi ebaioneta).

De entre aqueles quedesenvolveram as técnicas de espadacurta, foram seleccionados osmelhores, para melhorar as técnicasde Ryote Gunto Jutsu (manejo a duasmãos do Gunto).

No ano 13 da era Taisho (1925),com a inauguração do dojo principaldo colégio militar Toyama, puseram

Artes do JapãoTexto: Sergio Hernández BeltránFotos: © www.budointernational.com

Reportagem

em prática a ensinança para proporcionar técnicas eestratégias a todos os soldados que portavamGuntopara, para a sua utilização na luta de guerrilhas.

Já no ano 14 da era Taisho (1926) se instaurou comonome do estilo o de Toyama ryu Iai Jutsu.

Em 1925 Morinaga Kiyoshi, que era primeiro tenente edirector do Kenjutsu Kenkyu Kai. - Comité de investigaçãoda técnica com espada da academia Toyama - foi oencarregado de ajudar a criar um sistema prático no usoda espada japonesa no campo de batalha moderno, coma finalidade de o incorporar como uma matéria de naacademia. A ideia era utilizar as técnicas mais eficientesdos estilos clássicos de Iaido, Iaijutsu e Kenjutsu.

Em nome do exército Japonês, entrou em contacto comos Mestres Zenya Kunii (Kashima Shin-Ryu) e NakayamaHakudo, este último célebre por ser um importante Mestredo estilo Muso Jikiden Eishin Ryu Iaido e ser o fundadordo Muso Shinden Ryu. Pediram a sua ajuda para compilarum sistema nas técnicas de espada, que se poderiamutilizar no campo de batalha.

O segundo passo na criação deste estilo militar, eraanalisar a informação dos versados em grandes batalhasda história recente do Japão. A conclusão a que chegarambaseando-se nos feridos e falecidos da batalha deSatsuma em 1877, era que o corte mais comum e eficienteera o denominado Kesa giri, um corte realizadodiagonalmente para baixo, causa principal de quase todasas lesões fatais.

A conclusão acerca de tudo isto foi que a base técnicado novo estilo era o “kesa giri”.

O resultado do trabalho da Kenjutsu Kenkyu Kai e osensei Nakayama, foi um novo estilo que nascia em 1925e que em princípio se denominou Gunto no Soho, queconstava de cinco Kata em tachi-waza, ou seja,sequências de movimentos para a guerra moderna a partirde uma posição erguida, avançando para a frente, para adireita, para a esquerda e atrás, pensadas de maneirasimilar às do moderno Iai-do, criado pelo próprio MestreNakayama, adicionando-lhe o tameshigiri (prova detécnica de corte). Com este fim se utilizavam makiwaras,que eram rolos de palha de arroz que se afundavam emágua para que estivessem sólidos e húmidos e com umaconsistência semelhante à de um corpo humano.

No entanto, estes kata só foram praticados naAcademia e não pelo resto do exército.

Em 1934, o exército Imperial Japonês mudouoficialmente a sua espada similar ao sabre ocidental, poroutro de estilo Japonês tradicional denominado EspadaMilitar (Gunto modelo 94) criando com isto o primeiroestilo Japonês com espada militar similar à katana, oGunto no Soho.

Em Sowa 15 (1940), o Gunto no Soho foi redefinido; omotivo desta reforma foi a pouca utilidade durante aguerra na Manchúria, entre o Japão e a China. O SenseiMorinaga serviu em várias ocasiões cumprindo o seudever como instrutor na Academia Militar de Toyama(Rikugun Toyama Gakko), com os graus de Tenente(Rikugun Chi), Capitão (Rikugun Taii), e Comandante(Rikugun Shsa). Posteriormente, a partir de 1939 até 1945,sendo Tenente Coronel (Rikugun Chusa) Morinaga Kiyoshifoi nomeado Director da Academia Toyama. Como tal, foio responsável de ampliar os estudos do Iai, partindo doscinco kata estabelecidos, até sete. Isto se conseguiusuprimindo a versão do ano 1925 da formanumero cinco, e adicionando uma novaforma cinco, junto a outras duas, a seis e asete. Os precursores da dita mudança em1940, foram Seiji Mochida e Goro Saimura;

comissionados como mestres de Kendo da academia,adoptaram oficialmente sete kata em tachi-waza. Estesforam incluídos em um capitulo suplementar do Kaiko-sha(uma organização social de oficiais do exército), intitulado“Manual de Novembro de 1940. Técnicas e Tameshigiricom Gunto (espada mil itar)”. Os manuais foramdistribuídos a todos os oficiais do exército, fazendo assimque o Gunto no Soho, desenvolvido na Academia MilitarToyama, fosse conhecido pelo exército Imperial Japonêsem seu conjunto.

Em Janeiro de 1942, Hisakazu Tanaka, da AcademiaMilitar Toyama criou um compêndio que foi publicado coma denominação “Manual de Treino Intensivo com Gunto -matar com um só golpe” (Tanki sokusei kyoiku guntokunren - ichigeki hissatsu).

O objectivo principal este ensino intensivo era ensinar amaneira de uti l izar os Gunto às pessoas semconhecimento do "Kenjutsu".

No combate real, se concentravam em três técnicas:1 - Ryote shomen giri (corte vertical de frente a duas

mãos).2 - Ryote shitotsu (estocada com duas mãos).3 - Hidari kesagiri (corte diagonal à esquerda).Em Março de 1944, o “Manual de Treino Intensivo com

Gunto - matar com um só golpe - foi revisto e de novoeditado como Gunto no Soho nº1 e o original Gunto noSoho como Gunto no Soho nº2°.A Academia MilitarToyama combinou ambos com algumas correcções e ospublicou como Gunto no Soho e Tameshigiri daAssociação Kokubo Budo.

Foram três as fases da evolução e desenvolvimentodo Gunto Jutsu:

1ª) Até o ano 4 da era Taisho (1916), definição edesenvolvimento das técnicas de Gunto Jutsu em geral.(Kenjutsu)

2ª) No ano 14 da era Taisho (1925), desenvolvimento do"Batto jutsu", desembainhar, embainhar e cortes com osGunto, além de cinco katas (formas) fáceis de aprender.

3ª) Vai até o encerramento da escola militar Toyama. Seconcentraram no "Tameshiguiri" (provas de corte), pontosa ter em consideração como a etiqueta e fixaram setekatas (formas), que foram a base do que hoje se conhececomo Toyama ryu Iaido.

Para evidenciar em pormenor da eficácia prática dastécnicas de espada da escola Toyama, basta fazerreferência a uma publicação americana chamada "The Japsoldier", publicada em 1943, na qual se explicava eaconselhava os oficiais do exército dos Estados Unidos,perante a possibilidade de um encontro com oficiaisinimigos no campo de batalha. Ali se dizia: “Os oficiaisjaponeses ainda portam velhas espadas. Poderão vê-losconduzir as suas tropas agitando as suas espadas, comonas velhas fitas. “Disparem sobre eles tão rapidamentequanto possível, porque essas espadas podem abrir umhomem do pescoço às ancas com apenas um limpo cortevertical". A este respeito, a menção acerca da perícia com

“TOYAMA-RYU Batto-Jutsu,

é a esgrima doexército imperial

japonês”

Em 1934, o Exército Imperial Japonêsmudou oficialmente a suaespada similar ao sabre

ocidental por outro de estilojaponês tradicional,

denominado como espadamilitar ou“Gunto”

a espada dos oficiais japoneses,provavelmente estava baseada emtestemunhas directas nos campos debatalha, transmitindo esta informaçãoaos responsáveis de criar novosmanuais do treino. Também podeprovir dos sucessos provocados pela"Nanpo Heidan Yamashita Kirikomitai"ou a Southern Yamashita Army GroupAssault Force (Grupo Yamashita deAssalto do exército do Sul) que estevedestinada na Manchúria durante apassada guerra. Este grupo de eliteentrou em combate armado apenascom espadas, contra a infantariaequipada com armas modernas, eapesar das a mínimas probabilidades,causou um severo dano físico epsicológico ao inimigo.

Um dos instrutores deste grupodizia que quando estavamaproximadamente a noventa pés daslinhas inimigas e quando o fogo dearmas ligeiras dirigido contra eles eramais impreciso, a vantagem pareceria

que de repentemudasse a seufavor. Quandoo inimigo via osh a b i l i d o s o sespadachins japoneses caindo sobreeles, férreos em seu objectivo dealcançar as suas posições, apesardas poucas probabil idades desucesso, se desmoralizavam, caindoem um caos e desordem, permitindoque o grupo de ataque fechasse adistância rapidamente, sem excessivadificuldade. No combate de perto, avantagem do espadachim treinado,pesava dramaticamente sobreaqueles que a eles se enfrentavam.

As características maisdestacáveis do estiloToyama Ryu foram eainda hoje são:

- Fácil aprendizagem, de maneiraque qualquer pessoa sem prévios

conhecimentos prévios o pudessedominar.

- Técnicas eficazes e reais, só sepraticavam e se praticam técnicasrealistas.

- Por ser um estilo para o combate"REAL" e para ser desenvolvido nocampo de batalha, só se praticamtécnicas desde posição em pé.

Mas talvez a característica quemais destaca é o denominado "Ichigeki hisatsu" (matar com um golpe).

As técnicas padeceram contínuasmudanças, posto que se forammodif icando pelas nos pontosfracos pelas exper iências emcombate real.

Também houve mudanças no nomedo estilo; "Toyama-Ryu Batto-Jutsu","Toyama ryu Iai-Do", "Batto-Do ".

Reportagem

História da Zen Nihon Toyamaryu IaidoRenmei

A Zen Nihon Toyamaryu Iaido Renmei está dedicada aactividades para promover extensamente as artes marciaise a cultura japonesa, em especial através da aprendizageme o treino no estilo Toyama-Ryu Iai-Do não só no Japãocomo também no exterior. Junto com as actividades, aorganização inclui intercâmbios internacionais comestudantes de artes marciais japonesas do ultramar, depaíses tais como os E.U.A., a China, Hong Kong, Taiwam,Espanha, Venezuela e Andorra.

O Toyama-Ryu Iai-Do se baseia no Gunto Soho, ummétodo de esgrima consolidado, melhorado, eoficialmente adaptado para a katana, pela AcademiaMilitar Toyama do exército Imperial Japonês. Após aSegunda Guerra Mundial foi denominado Toyama-Ryu eestabelecido como uma escola de esgrima japonesatradicional de Iai-Do, sendo até os nossos diascontinuamente modificado e considerado como uma arte.Todo o processo de estabelecimento, consolidação emelhora do Gunto no Soho, demorou aproximadamentevinte anos, a partir do período Taisho até finalizar aSegunda Guerra Mundial, sendo vários os mestres deespada de diversas escolas, que se implicaram em sua

evolução nas diferentes etapas, o Toyama-Ryu não seatribui a um só fundador. O tratado de paz com o Japão(Tratado de Paz de São Francisco) foi assinado em 1951 eentrou em vigência em 1952. Foi então quando o Japãorecuperou a sua independência e foi levantada a interdiçãoda prática das artes marciais. Morinaga Kiyoshi, que foidirector de esgrima com espada na Academia MilitarToyama, Yamaguchi Yuki, Nakamura Taizaburo e outros,começaram a denominar a esgrima baseada no Gunto noSoho como “Toyama-ryu” e iniciaram a sua extensão portodo o Japão.

A actual Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR)foi criada como “Toyama-Ryu Shinko-kai” e estabelecidapor Tokutomi Tasaburo e Nakamura Taizaburo, os quaisensinavam o Gunto Soho no exército. Conforme passou otempo a Toyama-Ryu Shinko-kai foi denomina como ZenNihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei e outra organização, aZen Nihon Batto-Do Renmei (ZNBR) foi estabelecida coma finalidade de incluir outras escolas da arte do Batto-Do,sendo estas duas federações de Iai-Do como duas rodasde um mesmo carro.

Em 2001, a Zen Nihon Batto-Do Renmei e a Zen NihonToyama-Ryu Iai-Do Renmei se separaram. Enquanto que aZen Nihon Batto-Do Renmei é uma organização que incluivárias escolas de Iai-Do, a Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do

Renmei é uma organizaçãoindependente, ainda que membro dafederação anterior e com actividadesindependentes.

A Associação Toyama-RyuEspanha (Zen Nihon Toyama-RyuIaido Renmei - SpainBranch)

Através da inquietude de SenseiSérgio Hernández Beltrán, conhecidopraticante e investigador de Karate eKobudo de Okinawa, assim comopraticante de Iaido desde 1983,começa a difusão do esti lo naEspanha em 2007.

A partir de um primeiro cursorealizado em Madrid, sob a direcçãotécnica de Robert Steele Sensei, vindodos Estados Motivado e convencidode que o estilo Toyama-Ryu Batto-Jutsu cumpria amplamente asnecessidades próprias, SérgioHernández resolveu dá-lo a conhecer

no seu meio, de maneira independente mas comocomplemento à prática do Seitei Iaido proveniente daZen Nippon Kendo Renmei.

Aproveitando as infra-estruturas e amizades deoutras organizações de Karate e Kobudo, começamuma série de treinos para a expansão do estilo. Comalguns artigos publicados na imprensa especializada,em Julho de 2008 surge a Associação Toyama-RyuEspanha, com número de Registo 14251 do “ConsellCatalá del Esport” e um ano depois, em Maio de2009, é convidado o Sensei Bob Elder, de Orlando,Florida (USA), este por sua vez Mestre do primeiroexpoente no nosso país, Robert Steele. Este passo éindispensável para estabelecer as relações com oMestre Mitsuo Hataya, que é o Presidente da Zen

Artes do Japão

Reportagem

“A maior parte dosprogramas de educação

física e preparação para aguerra dos oficiais deInfantaria do exército

Imperial Japonês (IJA) foramcriados na secção de treinofísico da Academia Militar

Toyama”

Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei. Aconfirmação e aceitação que seacontecerá no seguinte ano, com avinda à Espanha do Mestre Hataya,no mês de Maio de 2010.

Nos dois anos seguintes, aactividade se duplicousubstancialmente, sendo o ano 2011o da aceitação oficial comoorganização responsável na Espanhada Zen Nihon Toyama-Ryu IaidoRenmei (ZNTIR), a AssociaçãoToyama-Ryu Espanha (ATE) atravésdo Ryubukan Dojo, que dirige SérgioHernández Sensei, sendo estenomeado “Spain Branch-Director(Director da Filial na Espanha daZNTIR).

Nesse mesmo ano de novo seconvida Bob Elder Sensei no mês deFevereiro, desta vez para ir aoPrincipado de Andorra. Quandofinalizava o evento, Elder Senseiconcedia a Sérgio Hernández o graude Shodan do ramo americano deToyama-Ryu, sendo assim o primeirograduado do estilo na Espanha.

Uma equipa de três membros, quecontava com a presença de CristobalGea Sensei e secretário de ATE, sedeslocou até a costa Leste dosEstados Unidos, a fim de participarpor vez primeira no Orlando Taikai2011, obtendo um primeiroclassificado em Batto Kata na pessoade Sérgio Hernández Sensei, factoque situava a organização daEspanha dentro do contexto mundial.

Um mês depois, em Julho de 2011,Hataya Mitsuo Sensei PresidenteZNTIR e Masaharu Mukai Sensei,Vice-presidente ZNTIR, visitam denovo Espanha.

No mês de Fevereiro de 2012, apósuma intensa semana de treinopessoal no Honbu Dojo da ZNTIR, emMachida, Tóquio, o responsável até omomento da difusão do estilo naEspanha e no Principado de Andorra,Sérgio Hernández Sensei, medianteexigente exame, recebe a categoriade Shodan (1ºDan) dado pela ZenNihon Toyama-Ryu Iaido Renmei,passando a ser de novo, o primeiroespanhol Yudansha no estilo Toyama-Ryu no seio de ZNTIR.

Nesse mesmo ano de 2012 e porsegunda vez, se convidam os MestresMitsuo Hataya e Masaharu Mukai,tendo sido realizado um extraordinárioseminário no Principado de Andorra.

Dois são os últimos acontecimentosque proclamam a maioria de idade daAssociação Toyama-Ryu Espanha efazem dela uma referênciainternacional. Um destes

acontecimentos é a viagem àVenezuela do seu Presidente eDirector Técnico Sérgio HernándezSensei e seu Secretário Cristobal GeaSensei, convidados por PasqualinoSbraccia Sensei - que esta difundindoo estilo naquele país - para dirigiralguns seminários, incluindo com istosob a direcção da ZNTIR, a tutelagemdesse incipiente grupo da Venezuela.

E o segundo acontecimento tevelugar no mês de Outubro de 2012,quando se publica o livro “Toyama-Ryu Batto-Jutsu o estilo de espadado Exército Imperial Japonês”, cujoprólogo foi escrito pelo MestreHataya. O autor deste livro não podiaser outro que Sérgio Hernández.

Os objectivos da AssociaçãoToyama-Ryu Espanha são o estudo edifusão do Iaido/Iai-Jutsu(Battodo/Battojutsu) em geral e demaneira especial a difusão da linhadesenvolvida no seio da Zen NihonToyama ryu Iaido Renmei, que presideo Sensei Hataya Mitsuo e é baseada noestilo Toyama-Ryu, incidindo nosconceitos diferenciadores transmitidostradicionalmente desde as suas origense cuidando manter a sua pureza eautenticidade.

Para conseguir estes objectivos, aAssociação atende a formação epromoção de seus docentes emespecial, e de todos os seus afiliadosem geral, com a organização doseventos contemplados em seuCalendário Anual de Actividades,assim como qualquer outro evento oserviço complementar que seja embenefício de seus afiliados.

Todos os membros têm o direito eobrigação a estar afi l iados eregistados na Zen Nihon Toyama-RyuIaido Renmei, com os benefícios,vantagens e deveres que issoconstitui.

A Associação credencia com acertidão organizativa seus“Responsáveis de Dojo” e oreconhecimento dos Dojos que estesdirigem como Dojo-cho, através daZen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei.

Masaharu Mukai• 7º Dan Kyoshi - Zen Nihon

Toyama-Ryu Iaido Renmei• 7º Dan Kyoshi - Zen Nihon Batto

Do Renmei• 4º Dan - Zen Nihon Kodachi

Goshindo Renmei• 2º Dan - Kendo

Masaharu Mukai Sensei nasceu a 1de Janeiro de 1949, na Prefeitura de

Okayama (Oeste do Japão, um doslugares mais famosos da origem daespada japonesa.)

Após se graduar no colégio, foipolícia na Prefeitura de Kanagawa,especializando-se na Regulação doTrânsito, Problemas derivados doTrânsito e consultor dos Oficiais daPolícia. Após 36 anos nocumprimento do dever, se aposentouem 2009 como Superintendente daPolícia. Depois, trabalhou dois anoscomo Consultor, na cidade deSagamihara.

Está casado com Yoshiko e temdois f i lhos e quatro netos (doismeninos e duas meninas).

O Mestre Mukai praticou Kendodurante muitos anos na Escola daPolícia, chegando a 2ªDan. Um diaconheceu Yoshitoki (Mitsuo) HatayaSensei, actual Presidente da ZenNihon Toyama-Ryu Iaido Renmei,unindo-se ao seu dojo em Machidae ao seu grupo Seizankai em 1985.Para ele foi uma revelação, poisencontrou o que faz ia tempoprocurava e que era a prát icarealista com uma espada japonesa egraças a Hataya Sensei aencontrou.

A ZNTIR conhece a existência dointeresse por parte de muitas pessoasno mundo, pela a prática do corterealista com um Nihon-to (espadajaponesa), especialmente entre ospraticantes de Kendo e Iaido.Pessoalmente, Mukai Sensei estamuito interessado na difusão doToyama-Ryu e do seu espírito, entreaquelas pessoas que desejaremaprender uma utilização veraz daespada japonesa. Tanto é assim quefoi nomeado por Hataya Sensei comomáximo responsável na Europa para adifusão do estilo.

O seu objectivo principal éencontrar instrutores que liderem adifusão e a expansão do estilo emsuas regiões e países, de forma talque os possa instruir e apoiar paradarem a conhecer correctamente oToyama-Ryu e o Batto-Do a nívelmundial.

Com o apoio da AssociaçãoToyama-Ryu Espanha, confia empoder utilizar a sua estrutura e quema constitui, como base de difusão doToyama-Ryu na Europa.

O Mestre Mukai também praticouTakeda Ryu Yabusame desde 1995até 2000.

Actualmente é Vice-presidente eDirector Geral da Zen Nihon ToyamaRyu Iaido Renmei, assim como seuDirector Técnico.

Artes do Japão

Web da Zen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmeiwww.toyamaryuiaido.jpl

Blog da Associação Toyama-Ryu Espanhahttp://zntirate.wordpress.com/

Artes do Japão

PARTICIPANTES NO DVDTOYAMA-RYU BATTO-JUTSU

Masaharu MukaiVice-presidente e Director General da Zen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei

Sérgio Hernández Beltrán Presidente Associação Toyama-Ryu EspanhaSpain Branch Director Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei Responsável do RYUBUKAN DOJO C/ Barri, 7 LA PARROQUIA D'HORT, 25714 -(LERIDA)[email protected]

Cristóbal Gea Gea Secretario Associação Toyama-Ryu Espanha Responsável do YOSHIKAN DOJOC/ San Salvador 9, bajo. RIPOLLET, 08291.(BARCELONA)[email protected]

Victor Herrero Perez Relações InternacionaisAssociação Toyama-Ryu EspanhaResponsável do KEN-ZEN DOJOC/ Berenguer, 3 . SANTA MARGARIDA I ELS

MONJOS(BARCELONA)[email protected]

José Miranda Mateo Director Adjunto AssociaçãoToyama-Ryu Espanha TADAIMA DOJO Morada: Juli Garreta, 18 17600 FIGUERES (GERONA)[email protected]

esde tempos remotos, ohomem sempre temnecessitado armas parasobreviver. Para caçar oudefender-se dos inimigosconstruíram ferramentas

rudimentares, úteis para a curta ou alonga distância e outros com a funçãode ser lançados, para alcançar oobjectivo na distância.

Madeiras, pedras, ossos, tendões efibras vegetais foram alguns dosmateriais de construção para afiar suasarmas, até chegar à famosa pólvora.

Após milhares de anos de evoluçãodas armas primitivas e séculos derefinamento na evolução de lanças,flechas, arcos, alabardas, espadas,facas, etc. se chega a uma revoluçãotécnica e estratégica com a pólvora.

É precisamente por este invento queo antigo Guerreiro se junta com onosso soldado, mas o espírito doartista marcial não muda. Passado epresente se unem em um únicométodo de treino de mente e corpo.

As Artes marciais nos ensinam isto,estão divididas entre si em centenas deestilos, com diferentes técnicas, mas avida interior, os estímulos, sensações eemoções que se desenvolvem epassam pelo indivíduo, são similares.

O ponto a alcançar é o mesmo,conquistar um domínio da esferaemocional, ultrapassas os limites departida, desenvolver habilidades eaperfeiçoar a técnica, conseguir umaconcentração perfeita, que dará formaà nossa energia e refinará o nossoespírito.

Muitas destas armas não ficaramenterradas no passado, atravessamcontinentes e encontraram novosmotivos para a sua existência. Outrasinvenções mais recentes encontraramseu lugar numa nova dimensão davida; juntando o antigo com omoderno, el iminando fronteiras edeixando que corpo e mente seexpandam até dissolver as diferençasentre o ser humano e o seu meio, parachegar a saber o que é que mantémunido o universo.

Uma arte que em váriasocasiões entrou naminha vida

Com cinco anos, eu dizia quequando crescesse queria ser piloto decarros de fórmula um. Passava horasbrincando com as bandejas redondasde cartão, aquelas se usavam para osbolos, que para mim eram perfeitas…Podia imaginar um volante e umvelocímetro que frequentemente“marcava os “cem á hora”.

Na infância formamos grupos deamigos construindo armasrudimentares, como lançar paus,arremessar pedras ou outros projecteise arcos que empregávamos nosconfrontos com outros grupos dobairro… Frequentemente a brincadeirase tornava em coisa mais séria...

Com nove anos comecei a práticadas artes marciais, estabelecendo-seelas na minha vida para sempre.

Ao longo desta viagem conheciinclusivamente as armas de fogo, umapequena paixão que tenho praticadoem polígonos, chegando a conhecerqualquer arma de fogo.

A minha profissão me permitiupraticar vários géneros de defesapessoal, entrar em contacto comorganismos especializados emsegurança e portanto adquirirexperiência em tácticas de combate.Juntando a minha experiência com aminha paixão, criei um programa deadestramento adequado para todos,que mediante o conceito de autodefesapessoal, inclui as armas de fogo.

Praticando o combate com armabranca e à mão nua, pilotar um carrocom segurança e técnicas desportivas,os profissionais como são: as forçasde ordem, guarda-costas, detectives emembros da segurança, com esteprograma de formação adquirem umadestramento completo decapacitação e especialização. Mastambém os seguidores, o sectorprivado, poderá treinar e viver aexperiência destas práticas, mediantediversos cursos que incluem diferentes

Grandes Mestres

D

Grandes Mestres

níveis e portanto, penetrar no campo infinito da práticamarcial e desportiva.

F.A.D. Full Action Defense Um ginásio, um estádio, uma pista setornam os nossos centros de treino

Os nossos programas estão divididos em diferentes níveis,abertos a todos. O ciclo compreende três graus, no primeirograu estão previstas: a pistola, o arco, a dinâmica e posiçãodo corpo.

Para a pistola e o arco se fala em tiro fixo ou tiro dirigidoclássico - uma espécie de tiro que permite conhecer asarmas e todos os aspectos da segurança e a prevençãocontra os erros que podem chegar a ser muito perigosospara o praticante.

Seguidamente se passa às posições das técnicascorporais e de tiro para desenvolver os fundamentos destasduas armas. Equilíbrio, coordenação motriz, posiçãocorporal e concentração, são o mais importante desteprimeiro nível.

Posteriormente se passa a um segundo grau,desenvolvendo a dinâmica do corpo com técnicas de faca emsolitário e com parceiro, tratando-se também o aspecto dadefesa pela própria arma e não só a comparação entre elas.

A pistola ampliará o programa, passando por um tirodinâmico e instintivo. Inclusivamente para o arco sedesenvolve o aspecto dinâmico e as diferentes posições doarqueiro.

No caso do arco ainda se continua mantendo o tiro fixo,para desenvolver a interiorização da melhor posição técnica,um pouco como no Kyudo japonês.

Chegamos por graus a passar ao terceiro nível, onde estastrês armas e a defesa pessoal à mão nua serão completascom a especialização em estratégia, técnicas e em circuitosde treino operativo e tácticas para o combate real.

A grande novidade do terceiro grau é a inclusão doautomóvel de corrida, onde se efectuará a formação em umacondução segura e desportiva, para garantir a segurança eas técnicas de condução adequadas, para quem se enfrentaa um trabalho como condutores de escolta, guarda-costas,condutores de particulares, mas não só para profissionais,também para que as pessoas em geral, possam ter acesso aesta área tão importante na vida quotidiana daqueles queutilizam um simples automóvel. Tudo isto faz com que otreino psico-físico seja completo.

Não devemos esquecer que conduzir um automóvel comdeterminadas técnicas, significa dizer treino e portanto, pôrem marcha impulsos nervosos, estimular reflexos sensoriais,controlar as inquietudes, dominar a adrenalina e obter ummaior conhecimento de si mesmos.

Após estes três níveis, acessíveis a qualquer pessoa, sepassa para os programas específicos e individuais, comcircuitos adaptados às necessidades e às aptidões dapessoa em questão.

Uma mistura de técnicas de artes e de desportos quepode oferecer diversão, introspecção na formação, que têmcomo finalidade da nossa segurança e que nos podeentusiasmar e divertir, como acontecia nas nossasbrincadeiras da infância.

Criei a F. A. D. para procurar novos estímulos, pondo àdisposição de outros toda a minha experiência e pedindo acolaboração de amigos profissionais como: Nicola Tesini,Campeão e Director técnico da escola de Drift Fun Day e oInspector Chefe da Polícia e especialista em armas de fogocurtas, Giuseppe Amatruda, que me prestam seu apoio noscursos de nível superior, para melhor enfrentar os sectoresde especialização no autódromo e no ginásio.

Tudo quanto se util iza como equipamento, armas,automóveis e diversos lugares, é posto à disposição danossa escola e em proporção ao nível do estudante,levando-o a crescer gradual e serenamente, introduzindo-onuma dimensão do género “Rambo”.

Grand Master Paolo CangelosiPara mais informação acerca dos cursos, favor contactar

em FAD: www.sifupaolocangelosi.comemail: [email protected]: +39 010 8391575 Telemóvel (Internacional) +39 347 4645070

Joki Uema 10ºDan, até seu falecimento em 2011, com 91 anosde idade, foi o principal discípulo de Choshin Chibana, fundador doKobayashi Shorin Ryu.

Salvador Herraiz conheceu Joki Uema pouco tempo antes delefalecer, em seu dojo Shubukan de Shuri. Hoje nos fala deste amávelpersonagem, em outra das suas magníficas reportagens acerca dasorigens e personalidades determinantes do Karate de Okinawa.

Um novo artigo que sem dúvida fará as delícias dos amantes daantropologia de uma Arte Marcial que conquistou o mundo.

Texto fotos: Salvador Herráiz, 7º Dan de Karate,Shuri (Okinawa)

JOKI UEMAO Karate de Choshin Chibana no Shubukan

É um dia lindo em Naha, como na maioria das manhãs aqui, na ilha do Karate.Após sair do Bunbukan dojo de Masahiro Nakamoto, dou um passeio por ondeChoshin Chibana teve a sua casa e o seu jardim, onde praticou e ensinou o seuKarate. Vou a caminho da casa e dojo de Joki Uema, o Shubukan, que se encontratambém no coração de Shuri, na zona onde o monorail tem a sua última estação eonde, com um pouco de imaginação, se pode respirar e imaginar… o Karate dosantepassados.

Quando tenho em frente de mim Joki Uema, um arrepio percorre p meu corpo. Éo mais veterano discípulo (vivo nessa altura) do legendário Choshin Chibana. OMestre logo me convida a entrar em sua casa, uma casa pequena, como na maioriasão aqui, e cheia de móveis, adornos e ventiladores (muito de agradecer no grandecalor do Verão okinawense). Junto do salão há uma espécie de jardim,originalmente talvez exterior, mas agora coberto, cheio de verdes plantas.Proporciona ao quarto um frescor, que não sei se é real ou psicológico. Emqualquer caso muito agradável.

1. Joki Uema descendo as escadas do seu dojo, em 2010.2. Yasuhiro Uema, filho e sucessor de Joki, no dojo, em 2012.

3. Joki Uema junto de Seitoku Ishikawa.4. Um dos muitos prémios recebidos pelo Mestre.

5. Choshin Chibana.6. Joki Uema e Salvador Herraiz, em 2010.

Túmulo de Chibana Choshin emHantagawa, junto ao de Tawada Meigantu, seu parente e

também destacado artista marcial. Shinsuke, filho de Tawata Meigantu,estava casado con Kamado, irmã de Chibana. Por certo e por outra parte, a mulher de Shinjo, filho de Tawata Meigantu e a mulher de Itosu eram irmãs.

Joki Uema, 10ºDan Okinawan Shorin Ryu Karate do Association,nasceu a 3 de Junho de 1920, em Shuri. Aprendeu Karate commestres como seu pai Kama Uema (1855-1926), com Chotoku Kyan(1870-1945), Choshin Chibana (1885-1969), Shinpan Gusumuka(1890-1954), Taro Shimabukuro (1906-1980) e com o chinês WonFuen (1864-1954). Exceptuando o último deles mencionado, o restoeram alunos importantes de Anko Itosu (1831-1915) quem por suavez era aluno de Sokon Matsumura (1809-1899).

Esta linha técnica de Karate, então ainda denominada To De (ouinclusivamente Okinawa Te), se complementou com as ensinançasque de Kobudo teve Joki Uema de mestres como Choen Oshiro(1888-1939), Chuei Uezato (1899-1945) que lhe ensinou o manejo dobo, e seu próprio pai Kama Uema, todos eles discípulos também deItosu nesta arte e que através de Sokon Matsumura vinha, nestecaso, do primeiro mestre okinawense da história, Kanga Sakugawa(1762-1843).

Mas sem dúvida é Choshin Chibana o ancestral marcial principalde Joki Uema, o mestre cujo espírito e técnica se salvaguardam nestedojo.

Chibana Choshin (1885-1969) nasceu na vila de Torihori, em Shuri.Foi o segundo filho de Chohaku e Nabi e descendente do Rei ShoShitsu (1652-1701). Choshin Chibana foi um dos mais importantesalunos de Itosu. Como curiosidade devo referir-me a que existe acrença de que Chibana tinha especialmente treinado o dedo gordodo seu pé direito, que tinha transformado em uma arma devastadora.Parece ter sido certo!

1. O simpático e afectuoso Mestre Joki Uemadespedindo-se. 2. Salvador Herraiz e o Mestre YasuhiroUema, junto de Victoria Ambite e José L. Pastor, alunos

do autor. 3. Joki mostra uma posição característica do Shorin Ryu.

4. O Shubukan dojo, de Shuri.5. Joki Uema, venerado Mestre.

Em 1920 Chibana iria criar o chamadoKobayashi Shorin Ryu. Shorin Ryu fazreferência ao templo chinês de Shaolime em idioma okinawense vem asignificar “pequeno bosque”.

Em 1929 Chibana abriu o seu dojo emGibo (Shuri), especificamente no NakijinGoten de Teishi Yoshitsuga (NakijinGima), no que era o jardim do BarãoNakijin (foto da esquerda). Actualmenteo lugar está completamente destruído eperdido. Por uma vida inteira dedicada adesenvolver o Karate foi-lhe concedidaa Ordem de 4ªClasse do Imperador.

Ainda que em menor medida tambémfora alunos de Chibana MasahiroNakamoto, Katsumi Murakami e FumioNagaishi, mas os principais alunosforam Chozo Nakama (Shubokan),Yuchoku Higa (Kyudokan), KatsuyaMiyahira (criador do Shidokan) e que ofoi também de Anbun Tokuda e ChokiMotobu, Shoshin Nagamine fundadordo Matsubayashi e também discípulo deChoki Motobu, Ankichi Arakaki eChotoku Kyan), Shuguro Nakazato(Shorinkan) e o nosso protagonista dehoje, Joki Uema, do dojo Shubukan.

Senti-me lindamente com Joki senseiao meu lado. “¿Conheces o meu dojo?”- me pergunta rápido. Na verdade, eu jálá estive, mas digo que não (umamentira pequenina a me perdoarem) porver que o mestre o quer mostrar. Chega-se a ele por uma escada no exterior.Uema sensei já é muito idoso, 90 anos

de idade (de facto, iria falecer só algunsmeses depois) mas me trata com umcarinho e uma alegria que me chegamao coração. Que ele mesmo me leve aoseu tatame, será uma boa oportunidadepara aprofundar nos cantos do lugar e oque de recordações ele encerra com omelhor guia possível. Uema Joki, apesarda sua avançada idade, não seconforma fazendo uma saudação em péquando entra no tatame, ele se ajoelhacomo pode e se inclina por completonuma reverência profunda. Tenho vistoesse respeito profundo e cheio deconteúdo em outros mestres já comcertas l imitações físicas, SogenSakiyama, Seiko Itokazu,… mas não porisso deixo de admirar-me.

O dojo Shubukan foi oficialmenteaberto em 1974, momento em queYasuhiro Uema, na época 6ºDan, oregista devidamente na OkinawanShorin Ryu Kyokai. O dojo vinhafuncionando até então sem afiliaçãonenhuma, l ivre como o espírito doautêntico Karate do, longe de políticas,enquadramentos, pressões e etiquetas.Enquanto os meus olhos passam pelasfotografias e lembranças que Uemaguarda em seu dojo e quepacientemente me vai mostrando, omestre me observa encantado egostando de que eu reconheça aspessoas nas fotografias.

Situado em principio no bairro deHaebaru, em Onna, o Shubukan foianos mais tarde mudado até o seu lugaractual, no coração de Shuri, em Torihor.Logicamente, o dojo Shubukan deUema está presidido uma grandefotografia de Chibana Choshin. Nãopodia ser de outra maneira. Como osleitores sabem perfeitamente, o ShorinRyu utiliza um tipo de respiração normal(nogare) e uns movimentos ágeis enaturais. O aspecto desportivo doKarate não é em absoluto contemplado,posto que se entende este como umBudo enfocado a nós próprios e àevolução do espírito. Como parte dodito Budo, o Karate deve ter na suaprática esse mesmo objectivo único.

Kata, kihon dosa, makiwara e sagimakiwara (saco de areia) são as práticas

“Sem dúvidaChoshin Chibana oancestral marcialprincipal de JokiUema, o Mestrecujo espírito e

técnica sesalvaguardamneste dojo”

que se realizam no Karate doShubukan, ao que no passado seadicionou de maneira encoberta, unsvislumbres de Ju Kumite, àsescondidas do mestre.

Já neste lugar, quando Uemasensei resolve mudar o dojo noedifício que ocupa, desde o 2º andaraté o superior, a prática do Karate nãose detém durante as necessáriasobras, sendo praticado ao ar livre. EmOkinawa logicamente ninguém seassusta de ver o Karate na rua, masalguns curiosos se somam à suaprática, numas condições durasdevido ao calor do Verão, ao frio noInverno, o chão duro…, aspectosestes que segundo Uema senseiinfluem na prática do Karate e até nasua técnica.

A paciência de Joki sensei comeste espanholito perdidamenteapaixonado por Okinawa é enorme equando devo partir, ele meacompanha não só até à porta…, elevem comigo rua adiante, comoquerendo que eu fique. Sinto-mecomovido… e continuo com eledurante mais alguns minutos mais,que me sabem bem… Volto a entrarna sua casa e ele me mostra posiçõescaracterísticas do Shorin Ryu. O seukime é fantástico para a sua idade e oseu olhar concentrado, penetrante eaté demolidor, numa cara quaseangelical. Desculpem por estedesabafo sentimental!

Penso que Uema está desejoso deter companhia e de poder falar de umassunto como o Karate, que é toda asua vida. Por isso não me sintoculpável de lhe pedir explicações paraalguns elementos das fotografias edas recordações que enchem a suasala.

Quando me vou afastando sinto terconhecido muito de perto a um dosmais entranhável mestreslegendários… em natural extinção.Penso, e infelizmente acerto, que serátambém a última vez que o veja. JokiUema faleceu em Julho de 2011. Umdesgosto para mim, posto que apesarde o não conhecer profundamente,me tinha chegado ao mais profundoda minha alma karateka. Após a suamorte, voltei a visitar o dojo de JokiUema algum tempo depois. Desta vezé e filho Yasuhiro que me acompanhaao tatame e com quem recordamosseu pai. Oferece-lhe algumas dasfotografias que fiz a Joki sensei e queacompanham este artigo.

Yasuhiro Uema, nascido o 15 deAgosto de 1945, em plena finalizaçãoda II Guerra Mundial, que em Okinawafez tantos estragos, está aposentadodepois de mais de 40 anos de

1. Joki Uema em jovem, com um grupo de alunos.2. O idoso Mestre faz a saudação quando entra no

tatame do seu dojo.3. Taro Shimabukuro.4. Outro dos numerosos títulos e condecorações

recebidos pelo Mestre ao longo da sua vida.

trabalho, de maneira que agora o Karate jáocupa todos os seus pensamentos, o seutempo e os seus esforços. Yasuhiro sensei éo Kancho de Shorin Ryu Karatedo KyokaiShubukan Uema dojo. O futuro do dojoparece estar assegurado também com o filhode Yasuhiro, Takeshi Uema, nascido em 1975e na actualidade 6ºDan. Para mim foi umtempo francamente agradável, aquelepassado no Shubukan dojo da família Uema.Por isto quis pelo menos traçar um pequenoretrato deste importante karateka jádesaparecido, que foi, é e será… o MestreJoki Uema.

Grandes Mestres

a história do Templo Shaolim se registaram 708 formas,das quais só algumas chegaram até os nossos dias.Inclusivamente, alguns estilos que se julgavam perdidos serecuperaram. Estes são alguns dos estilos que marcaram ahistória do Templo Shaolim e que actualmente continuamsendo praticados como Taizu Chang Quan, Da Hong Quan,

Xiao Hong Quan, Da tong bei Quan, Liu He Quan, Luohan Quan, Pao Quan (Punho de Canhão) eMizong Quan entre tantos outros.

Hoje vamos tratar do Estilo Mizong Quan. O Mizong Quan é um dos estilos de Shaolim mais antigos e mais efectivos e foi dado a

conhecer no mundo inteiro pelo famoso Mestre Huo Yuan Jia, que foi um dos fundadores daAssociação Chin Woo e para muitos cidadãos chineses um herói nacional que lutou a favor dopovo chinês. Huo Yuan Jia possuía um grande domínio do estilo Mizong Quan e por isso muitagente pensa que o estilo de Mizong Quan é próprio da família de Huo Yuan Jia. Inclusivamenteseus discípulos se referiam ao estilo de Mizong Quan como o Kung fu da Família Huo.

O estilo de Mizong Quan se estendeu por toda a China, mas o seu lar sempre foi o TemploShaolim, por isso podemos dizer que o Mizong Quan provém do nosso Templo. A família de HuoYuan Jia desenvolveu o estilo e o fez famoso geração após geração. Diz-se que o avô de HuoYuan Jia visitou o Templo Shaolim e estudou durante anos o estilo, o qual transmitiu ao pai deHuo, mas não foi conhecido como tal até que o famoso Huo Yuan Jia o desenvolveu e melhorou,

tornando-se um de seus maiores expoentes. Segundo rezam os registos históricos do Templo Shaolim, o estilo de Mizong Quan foi criado por

um monge e ensinado durante longo tempo no próprio Templo Shaolim. Mizong significa “Não sedeve perder a tua própria estratégia e posição” ou “Boxe do rasto perdido”, por dar ênfase ao enganoe à distracção do oponente.

Alguns dos mais famosos especialistas no estilo de Mizong Quan durante a dinastia Song (960-1279) foram Zhou Dong, Lin Chong e Lu Jun Yi.

Durante o período da Dinastia Qing nos anos do Imperador Qian Long (1735 - 1796), o estilo deMizong Quan se difundiu até chegar à província de Hebei. Naquele momento, um homem de nome

Sun Tong, proveniente da província de Shandong, que tinha treinado arduamente durante muitosanos no Templo Shaolim, conseguira alcançar um alto nível de perfeição no estilo de Mizong

Quan. Conforme conta a história, Sun Tong tinha cometido um delito, pelo que fugiu da cidade,dirigindo-se para o Nordeste. No caminho passou pela fronteira do distrito Qing e do distrito de Jing

Hai, e ensinou o Mizong Quan nas aldeias de Da Tun e Xiao Nan He. Por isso, em ambas zonas sedesenvolveram dois grupos de Mizong Quan, que mantiveram a tradição ao longo de gerações.

Uma das características essenciais do Mizong Quan são os movimentos rápidos e mudanças dedirecção, para confundir o oponente, levá-lo a acreditar que se atacará pela direita e bater pelaesquerda. Por isso podemos dizer que é um estilo que utiliza os passos falsos para contra-atacar ooponente e assim ter vantagem no combate. Durante a prática se exige que se seja fluido, natural eharmonioso, combinando força e flexibilidade.

Quando já dominadas as técnicas de Mizong Quan, poderão utilizar-se em qualquer caso e aplicar omovimento ou técnica como cada um desejar. Isto quer dizer que as mudanças na técnica poderão ser

ilimitadas nas diferentes situações do combate.

Artes Chinesas

Texto: Shi De YangTradução da língua Chinesa: : Yan Lin & Bruno Tombolato

N

“Mizong quer dizer 'nunca perder a própriaestratégia e posição'

ou 'Boxe do rasto perdido', por dar destaque a enganar

e a distrair o oponente”

rnesto Amador Presasnasceu em Hinigaran,Filipinas, a 20 de Maio de1945.

Começou o seu treinoem Artes Marciais filipinas

com 8 anos de idade, sob a tutela deseu pai José Presas.

O Grão Mestre Ernesto Presas foi umatleta de talento em muitas disciplinas.

Era um atleta universitário quepraticava atletismo, futebol ebasquetball. O seu treino nas ArtesMarciais é ecléctico. Tinha o grau deLakan Sampu (10 º Dan) em Arnis,Lakan Sampu (10 º Dan) em Mano-Mano e décimo Dan em armamentoFilipino. Foi reconhecido como umexperimentado em Judo, Jujitsu, BoJitsu, Kendo, Tonfa, Sai, Chaku,Balisong e Karate.

Em jovem, o seu sonho era voltar aintroduzir essa Arte que era uma partetão importante da história e da culturadas Filipinas. No entanto, percebeu queos sistemas clássicos despertavam uminteresse muito limitado nas pessoasdo mundo moderno. Analizando omarco conceitual dos sistemasclássicos, revolucionou as artesmarciais nativas em um completosistema de combate efectivo, o quedespertou um maior interesse nosestudantes de artes marciais dasociedade contemporânea.

Um ponto de inflexão para o GrãoMestre Presas aconteceria em 1970,quando começou a ensinar as artesmarciais filipinas na Universidade das

Filipinas, a Universidade de Santo Tomée o Liceu das Filipinas.

Nesse mesmo ano, foi convidadopara ir ao Japão para mostrar a arte deArnis na "Expo 70" e lhe pediram quecomparasse o Arnis com os estilos deespada conhecidos no Japão. Comisto, rapidamente ele obteve o respeitodos mestres japoneses, os quaisdenominaram Kendo Filipino à sua arte.Quando regressou a Manila, fundou oseu primeiro dojo. Depois, nessemesmo ano, o Grão Mestre Presasfundou a Associação de Arnis Modernodas Fil ipinas Internacional e aAssociação Internacional ARJUKEN(Arnis-Jujutsu-Kendo) Karate paradivulgar a arte nativa das Filipinas.

O seu âmbito de ensino se estendeue começou a dar aulas na Universidadede Santo Tomas, Universidade Centraldas Filipinas, a Academia Militar doLeste, Academia da Polícia Nacionaldas Filipinas e a Escola Oficial da ForçaAérea das Filipinas.

O Grão Mestre Presas desejavaintroduzir as artes marciais filipinas nomundo exterior. Em 1975, fundou aFederação Internacional de ArtesMarciais das Filipinas. A partir dessemomento, o seu estilo Arnis Presas e assuas técnicas foram amplamenteadoptadas na Alemanha, Dinamarca,Suécia, Noruega, Suiça, Canadá,Estados Unidos, México, Porto Rico,Nova Zelanda, Arabia Saudita, África doSul e Austrália.

Tem publicado numerosos trabalhos.Seus l ivros, “A Arte do Arnis”,

publicado em 1981 e “Arnis: Estilo,Presas e Balisong”, em 1985, mostramas técnicas básicas do pau simples eduplo, espada e adaga e a facabalisong; também é co-autor com GMJuerg Ziegler do livro “Pontapés eEstiramentos para Crianças.

O Grão Mestre de Presas pesquisoudiligentemente as Artes Marciais Filipinasdurante mais de trinta anos, paradesnvolver um sistema para a aplicaçãodo estilo Arnis em um

E

estilo completo docombate corpo a corpodenominado Mano-Mano. Na edição deJunho de 1991 da revista In sideKung-Fu, aparecia no artículo emmanchete: "Ernesto Presas: O Pai doMano-Mano". No mesmo ano (1991)ele convidado a assistir a “uma Gala"junto com todos os artistas marciaisrespeitados de todo o mundo. Mano-Mano, introduzindo técnicas de mãoúnicas, foi um gran êxito.

O Grão Mestre de Presas viajou portodo o mundo dirigindo seminários paradivulgar esta arte filipina. Por sua vez,numerosos estudantes de artesmarciais e instrutores de todo o mundoo homenageiam assistiendo às suasaulas avançadas nas Filipinas. A 6 deSetembro de 1996, ele recebia anomeação e prémio de "Grão Mestre",em Jacksonville, Florida.

Em 8 de JUlho de 1996, começouuma grande e fructífera relação entre oGGM Ernesto A. Presas e o GM JuergZiegler, da Suiça (www.kuungfu.ch).Esta relação chegou a tornaria oresentante na Suiça do GGM Ernesto A.Presas. Por sua vez, também o GMJuerg se tornou pioneiro do Kombatan /Arnis moderno para muitos países emtodo o mundo e difundiu a arte de GGMErnesto A. Presas.

Em 2001, GM Juerg foi promovido aMestre Instrutor pelo seu mentor,Mestre, compadre e amigo de verdade,GGM Ernesto A. Presas, que lhe deutodos os direitos para promover edifundir ainda mais o Arnis Kombatan /Moderno sem restrição alguma.

O Grão Mestre Juerg Ziegler é oresponsável do lançamento doKombatan na Suiça, Finlândia, Letónia(Países do Leste da Europa), Portugal.Além de na Camboja, Singapure,Malasia, etc. Toda a sua família praticaKombatan.

No dia 21 de Janeiro de 2008, o GrãoMestre Juerg Ziegler recebeu do GrãoMestre Ernesto A. Presas, o grau de9ºDan em Kombatan. É o presidente da“Comunidade Mundial de Kombatan” -nomeado e autorizado pelo GrãoMestre Ernesto A. Presas.

Infelizmente o GGM Ernesto A.Presas vinha a falecer a 16 deNOvembro de 2010, deixando um

grande legado que os seus estudantesde todo o mundo devem continuar,especialmente os membros da“Comunidade Mundial de Kombatan”(www.kombatan.eu)

O Kombatan combina váriosestilos Filipinos fusionados numamesma Arte:

• Palis• Hirada Batangueno• Sungkiti Tutsada• Abaniko Largo / Corto• Doblada / Doblete• Banda e Banda• Sinawali• Espada E Adaga• Adaga sa Adaga• Dulo Dulo• Duas Puntas• Tres Puntas• Sibat / Bangkaw• Mano-Mano• Sipaan• Dumog

Artes Filipinas

AS ARTES MARCIAIS E O CAMINHO INTERIOR

ão é de se admirar que muitos estudiososbuscam hoje em artes vizinhas o acréscimo parao que acreditam ser deficientes. Podemos verclaramente isso em inúmeros praticantes que seformam em quatro ou cinco artes marciaisdiferentes. Já não perduram mais os tempos em

que a fidelidade ao caminho simbolizava a honra interna dopraticante. Os tempos são outros e neste novo tempo, pode-setudo! Estabelece-se a l inha da busca do espírito e danecessidade do desejo. Busca-se saciar todos os anseios efrustrações.

Através de uma profundidade de observação, podemos dizerque é um tempo de resgate interno, resgate dos valores dacomunhão, haja vista o intenso movimento que a globalizaçãoestá provocando em todo o mundo. Na Europa isto é bempalpável. Já não se formam mais mestres de apenas uma arte.Neste aspecto, os mestres de Bujutsu do Japão antigo estavam àfrente de nossos tempos e de nossas descobertas marciais.Exaltavam uma consciência das próprias deficiências eestabeleciam como meta a abertura da mente em busca daperfeição das técnicas de combate. O próprio conceito do “BugeiSanJuropan” estabelece esta linha de crescimento militar, pré-estabelecido em forma de Seteigata. Várias formas, váriasvertentes, várias escolas... Cada um fazia à sua maneira e setornava pleno também à sua maneira. Qual era o mais correcto? Eo mais verdadeiro? É o mesmo que falarmos isso dos sistemasmilitares actuais. Talvez a diferença esteja na busca pelasabedoria - forma de utilizar bem o que se possui.

Para o Zen, neste ponto, a sabedoria não é o nosso conhecimentocomum; é o conhecimento inato, nossa conexão inata e intuitivacomo o princípio fundamental de continuar, que é chamadoTsuzukeru em Japonês. É o acto de “praticar profundamente”;poderíamos traduzir como "seguindo", seguindo profundamente naperfeição da sabedoria. Assim, "praticar" é um boa palavra para"seguir". Seguir significa, nos tempos actuais, continuar. Continuar abusca, o estudo, experimentar, abrir... Tornar-se uno!

“Aonde quer que vá, vá de todo o coração!”Sabedoria oriental

Todavia, também é um novo tempo de descobrir. O escondidosobe à superfície para se fazer notar. Quantas escolas antigas nãoestão aí renascendo, reorganizando, restabelecendo no cenáriodas práticas marciais? É este o caminho!

Numa análise rápida e resumida, foram nosso orgulho e nossoegoísmo que produziram as guerras, os massacres das Cruzadas,as fogueiras da Inquisição e os horrores da Escravatura. Assim,ao longo desses séculos, avançamos muito mais no progressomaterial, exterior, do que a jornada ética, íntima, do Espírito. Éperfeitamente natural que os títulos e as designações funcionemna vida pública e privada, estabelecendo l inhas derespeitabilidade às situações de indivíduos ou grupo, no ambienteem que se manifestem. Há pessoas, porém, que fazem doconceito objecto permanente de idolatria, solenizando de talmodo as próprias condições que não percebem a queda de si

"Aspirar à felicidade enos guardar de sermosdesgraçados é possível

se fazemos com quenossa vontade e aquiloque desejamos estejamalém daquilo que nos

chega pelo mundosensível,

mutante e instável etambém, se não nosentristecemos com

aquilo que nos escapado mundo sensível"

(Poesia Sufi)

N

mesmas na escravidão e formalismo calamitoso. Esperamosque este novo intercâmbio com as artes antigas desperte ohomem marcial moderno para o cultivo da cortesia. Masfujamos da superficialidade e do cálculo em matéria devivência comum.

Nas artes antigas, esse observar do interior ocorria nãosempre de maneira agradável para o aluno, rompendo o

convencionalismo ocidental. Shiken é umapalavra japonesa que significa teste.

É o momento em que oprofessor ou mestre impõe

determinados sacrifícios à vidado aluno como subsídio de

observação. Esta forma pode variardesde a perda de um importante

cargo até uma situaçãoconstrangedora. Existiam mestres que

iam mais além, reprovavam o aluno emuma determinada prova, obrigando este a

abandonar seu caminho, para então observarsua honra e carácter. Muitas são as histórias

que permeiam este tipo de observação.Alguns atribuem à este tipo de momento o

que fundamenta a entrega da totalconfiança de um mestre. Outros ainda,

dizem que era o teste obrigatóriopara a graduação de Okuden.

Todavia, também existemcontradições à parte, as

quais designam ointeresse de cada

verdade. O

que se tem como raciocínio palpável é que todas estas formastiveram origem no período Sengoku, marcado por traições econflitos. Período em que era comum a infiltração de pessoasde outros clãs em uma determinada escola, com a intenção dedesmoralização e desestruturação de suas forças.

Muitos mitos foram criados acerca desta forma deobservação, muitas mentiras fortaleceram as artes maismodernas, atribuindo a este tipo de teste demonstrações deinsanidade por parte de mestres, loucura, condutadesnecessária, ofensiva e etc... Podemos perceber quediversas fases marcaram as intensas revoluções nos períodosmarciais clássicos.

No passado existiam diferentes tipos de Shiken. Os doismais conhecidos são:

Uke Ireru - Teste em que o mestre aceita o aluno comoaprendiz

Nori Koeru - Teste em que o aluno supera uma crise, umabalo emocional

Ainda é comum nos dias de hoje, mestres utilizarem estetipo de fundamento para a observação de pretensiosos alunosque se aproximam, demonstrando boa intenção. Existemdiferentes classificações para pessoas boas e ruins: Shinjitsu(pessoa que tem a verdade interior, mas que não possui o

espírito de busca) e Honmono (pessoagenuinamente verdadeira e pronta para a

busca de seus sonhos e objectivos); Itsuwari(pessoa que é falsa, enganosa) e Damasu

Hito (pessoa que chega com a intençãode mentira).

De uma forma ou de outra,certo ou errado, as

informações de cunhohistórico e

a n t r o p o l ó g i c o ,

Artes Tradicionais

remetem-nos à compreensão de que, como alunos, paradescobrir o verdadeiro, cada um tem de olhar objectivamente,criticamente, e também intimamente. Olhar com aquele interessepessoal que se tem ao atravessar uma crise em nossa vida,quando todo o nosso ser está sendo desafiado. O problemacentral é a completa e absoluta libertação do homem, primeiropsicológica ou interiormente e em seguida, exteriormente. Não hárealmente separação entre o "interior" e o "exterior"...

“Não te fies de mim, se te faltar valentia” (Inscrição gravada em um antigo punhal)

Existem dois pontos muito importantes na relação mestre-aluno, haja vista que o primeiro - o mestre - é o responsável pelacondução da personalidade do aluno enquanto direccionado aocaminho marcial. Isso porque, em relação à vida e suasactividades, a liberdade de actuação deve ser buscada demaneira livre e verdadeira pelo segundo, que através de suasexperiências, construirá o que acreditar ser de melhor para suaexistência.

No passado, principalmente, muito se confundiu quanto àrelação Senpai-kohai, pela influência do Bushido - “O vassalo nãoé nada sem o seu senhor” trouxe a indescritível sensação defragilidade por parte do aluno que, em geral, se via na imagem domestre perfeito e inabalável: ora, se somos portadores de umalenda pessoal que busca uma evolução, ninguém é perfeito, nemtão pouco inabalável. Fortalecer, significa de acordo com odicionário, tornar forte ou robusto; avigorar; corroborar; fig., darcoragem a; alentar; v. refl., robustecer-se. Em outras palavras, omestre deve fornecer ao aluno as condições para que estebusque desenvolver seu senso crítico, suas verdades adjacentes,qualidades que lhe atribuem a condição de pensar por si mesmo,livre de influências... Livre de ilusões externas.

Tornamo-nos frágeis quando acreditamos que somosincapazes, infelizes, quando atribuímos somente a algo ou alguéma razão de nossa felicidade. Se o homem é explorado em suaspróprias verdades, ou em nome de sua consciência, através deuma insegurança interna, chega o dia em que ele deita abaixoeste sistema: uma vez afastado de si mesmo, torna-sedependente. Este é, pois, um dos problemas; enquanto o alunofor objecto de vaidade de mestres e escolas, não há esperançasde evolução interna.

Força e fragilidade são duas bandejas que retêm matérias-primas diferentes, mas que nos conduzem ao mesmo legadosublime - o aprendizado. A humanidade precipitada, entretanto,identifica na primeira o manjar maravilhoso da vitória e nasegunda experimenta o alimento insalubre da derrota. Erros têmmuito a nos ensinar. Eles nos propiciam ocasiões marcantes parao crescimento interior. Quando estabelecemos algumas de nossasnecessidades, estabelecemos também nossos referenciais. Sóexiste um lado se existir o outro. Não existe mestre se não existiraluno. Nenhuma escola tradicional sobrevive apenas pela vontadedo mestre. Não existe necessidade se não existir um referencial.Entretanto, nenhum mestre é apenas mestre por vontade própria.O mestre, tal como o aluno, constrói-se através do processo derelação que se estabelece. No momento em que traduzimos oincognoscível no que conhecemos, não é mais o incognoscível o

“Não é de se admirar que muitosestudiosos busquem hoje em

artes vizinhas o acréscimo parao que acreditam ser deficientes.Podemos ver claramente isso em

inúmeros praticantes que seformam em quatro ou cinco

artes marciais diferentes.Já não perduram mais os

tempos em que afidelidade ao caminhosimbolizava a honra

interna dopraticante. Os tempos

são outros eneste novo

tempo, pode-se tudo!”

que traduzimos - entretanto, é sempre esse o alvo de nossas aspirações. A todo momento queremos saber,porque teremos então continuidade.

Quando olhamos para frente, aspiramos um momento ainda melhor do que o que estamos vivendo. Omomento presente é diferente de toda a extensão do futuro. Ele é apenas uma fragmentação destaaspiração. Quando desejo apenas um momento, não desejo o todo. Significa que à partir deste momento,outros momentos virão. Passo a passo, vez por vez... Se este momento for melhor, é possível que osoutros também se tornem melhores. Muitos dos conflitos que afligem o ser humano moderno decorremdos padrões de comportamento que ele próprio adopta em seus momentos diários. É comum que secopiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem asconsequências que esses modos comportamentais podem acarretar. Também é natural que asmesmas consequências destes modelos sejam estabelecidas para quem os adopte. Toda acçãoactual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivosprofundos do ser.

Marcialmente falando, a cada dia mais esquecemos os antigos ensinamentos da convivênciamestre-aluno. Tudo se tornou um produto! Já não me preocupo em olhar para a frente pelo

prisma interior. Tudo está relacionado com este produto que queroadquirir. Amanhã quero outro produto, e outro, e outro... Em geral, é

o produto da moda que se constitui como o certo e o melhor. Os grandes mestres das escolas tradicionais sabem que ohábito vicioso arraigado remanesce, impondo de um para

outro momento suas características, assim impelindo ohomem para manter a sua continuidade. Da mesma

forma, os salutares esforços no bem e na virtuderessumam dos refôlhos da alma e conduzemvitoriosos aos exercícios internos de edificação,evolução. "Aquele que deseja as coisas que sãopassageiras, pode ser considerado um homeminfeliz, ao passo que aquele cuja vontade secumpre, é um homem feliz." As teorias de

conscientização acerca do equilíbrio, dorespeito, da racionalidade, da não

necessidade de interacção com onegativo, do uso de maneira coerente da

razão, proporcionam o percebimentode que tudo de bom e de ruim que

surge em nosso caminho, se inicia emnossas atitudes. A actuação de uma

acção nossa representa o arremesso deuma força da nossa personalidade interior,

espiritual, sobre o mundo exterior. Essaforça segue uma trajectória própria e

sofre as leis do mundo dinâmico. Nossaresponsabilidade também é uma forçalançada sobre seu tornar-se, ao longodo caminho da evolução. Esseparalelo com o mundo dinâmico nosindica o que sucede no mundoimponderável de nossapersonalidade.

Assim, buscar momentos,instantes que sejam construtivos é oprimeiro passo para se livrar dasdúvidas e pesadelos que invademas artes marciais. O importante, àsvezes, não é mudar o caminho;mas a maneira de caminhar.

Artes Tradicionais

os

ras.

em

Basta um Basta um CliCCliC

para estar no melhor para estar no melhor

que em Artes Marciais que em Artes Marciais

existe noexiste no teu idioMA…teu idioMA…

esde que o primeiro homem das cavernas pegou emum ramo de árvore para usá-lo como garrote e poucodepois afiou uma pedra para usá-la como faca ou pontade lança, os humanos têm usado armas para caçar oupara lutar contra outros. Ao longo dos séculos, asclasses guerreiras das diferentes culturas

desenvolveram treinos específicos e intensivos com armas e sistemas,em variados graus de complexidade científica. Na nossa sociedademoderna, o treino avançado e profissional com armas está reservado

a militares e aos corpos de segurança. Não entanto, devidoa que as suas raízes históricas radicam nas classesguerreiras, muitas escolas modernas de Artes Marciaisincluem treino com armas nos seus estudos. Apesar de

seus diferentes origens étnicos, o treino marcial comarmas pode ser dividido em três categorias:

ARMAS TRADICIONAISAqui se podem encontrar as armas tipo

"Kobudo" dos Samurais; as armas exóticas dosNinja; os instrumentos de "lavoura e pesca"transformados em armas pelos habitantes deOkinawa e o pau "tribal' e sistemas de faca dasArtes filipinas e indonésias.

ARMAS MODERNAS Este grupo inclui armas de fogo, facas técnicasmodernas, bastões retrácteis, luzes tácticas e

sprays químicos.

ARMAS IMPROVISADASPosto que virtualmente se pode usarqualquer coisa como arma numa

emergência (uma garrafa, uma pedra,um aparelho de rádio portátil, etc.),

aqui estou eu referindo-me aestes objectos que realmenteestão sendo incluídos emprogramas de treino de técnicasespecíficas e em alguns casos,

inclusivamente com algumdiploma de especialista. Estastécnicas incluem: bengala, umcinto (ou uma corda) chapéu-de-chuva (comprido ou curto)e certos tipos de"chaveiros".

Agora que já vimos o maisbásico acerca do treino comarmas, é chegado omomento de nosdedicarmos à controversaquestão do “desarme”. Estedebate tem divididoinstrutores de ArtesMarciais e especialistas emcombate de todos osestilos e sempre ficou semresolver. Por um lado estão

aqueles que pensam queas técnicas de desarme

realistas, seguras ee f e c t i v a s ,

podem edevem ser

“O dilema do desarme”

D

ensinadas por instrutores competentes. Por outrolado estão aqueles outros que convencidos deque lutar com as mãos nuas contra qualquer tipode arma, é estúpido, inútil, inclusivamente suicidae não se deve nem sequer contemplar essapossibilidade. Ambas partes podem apresentarargumentos “lógicos” e poderosos para defendera sua posição, mas afinal não pode haverresposta, só preferências individuais, baseadas emexperiências pessoais. Portanto, onde está oCombat Hapkido com respeito a este assunto?Como fundador, me situo sem nenhum género dedúvidas, do lado dos que pensam no desarme.

Segundo a nossa filosofia, um sistema modernode defesa pessoal deve de incluir técnicas dedesarme efectivas e realistas, que não se baseiemna tradição ou na teoria, mas sim na pesquisa e naeficácia provada em situações da vida real. Com aminha bagagem, uma experiência de mais de 40anos nas Artes Marciais, que inclui 20 anos detrabalho intenso com a Polícia e corpos de segurançae unidades militares de todo o mundo, me consideroqualificado para incluir o nosso sistema CombatHapkido como um sistema que tem um forteconstituinte de técnicas de desarme e neste artigo,partilharei com os leitores uma série de regras básicasque tenho ido desenvolvendo ao longo dos anos. Em tomde brincadeira, nos referimos a elas como "os dezmandamentos do desarme".

1. O desarme é sempre perigoso e existe uma grandeprobabilidade de ficar magoado. Se houver outra estratégia(escape, negociação, arma improvisada, etc.) mais factívelde segurança e maior probabilidade de êxito, empreguem-na.

2. Se não se estiver adequadamente treinado por uminstrutor competente e qualificado nesta matéria específica,nem tentem.

3. Se realmente não se tiver confiança nas própriashabilidades ou não se está à vontade com o que devemos defazer, não tentem… Usem as técnicas só se confiarem na própriahabilidade e têm valentia para "explodir" com fereza e determinação.

4. Entrem só na distância adequada. Não se pode tirar uma armaquando não se pode alcançá-la com as mãos.

5. Praticar as técnicas com frequência e com intensidade. Fazercentenas de repetições. Aspiras a ter a velocidade de um raio. A potêncianão é uma opção.

6. Treinar as armas só da maneira mais realista. Os facas e pistolas deimitação baratos, ligeiros, de plástico, madeira ou borracha, não têm a aparência, sensação ou peso dosautênticos. Isto não é uma brincadeira, então não usem brinquedos!

7. Não treinem as técnicas de desarme usando os quimonos que usam nas Artes Marciais e descalços. Vestir como seveste na rua e calçar sapatos é essencial para um treino realista.

8. Lembrem-se da diferença entre controlar armas brancas afiadas e sem fio, e controlar armas de fogo, e poderãocontrolar ambos tipos de armas.

9. Pratiquem técnicas de desarme tanto em cenários luminosos como escuros ou pouco luminosos. Poderão aprecias asdiferenças.

10. Para fazer desarmes efectivos, o melhor é conhecer o tipo de arma ao que nos enfrentamos e o seu funcionamento,para compreendermos as suas aplicações tácticas e as suas limitações. É muito recomendável recebermos pelo menos umtreino básico acerca do manejo de paus, facas e armas de fogo.

Concluindo: as técnicas de desarme não são para toda a gente. É uma escolha intelectualmente muito mais complicada ecom muita maior carga emocional que a defesa contra um ataque com mãos nuas. Potencialmente é muito mais letal.

Finalmente, façam-no sem ter em consideração a minha opinião pessoal. Ao fim e ao cabo trata-se só de uma opçãopessoal.

O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Em busca de um estilo reconhecível...Wing Tsun

Levo alguns anos estudando o fundo e a forma dosistema. Durante algum tempo me atrevia a olhar paraoutros esti los de Artes Marciais chinesas e outrasdisciplinas de combate de diferentes origens. Devoreconhecer que durante esta última época tenho sido umavoz muito crítica com o meu próprio sistema: o WingTsun.

No meu livro “Alto Nível” não pretendia em momentoalgum falar das excelências do sistema e enche-lo defrases grandiloquentes acerca das bondades do nossosistema. Mas não o mão posso fazer por uma simplesrazão, sinto muito respeito pelas Artes Marciais.Reconheço que por diversos motivos não gostava nada, ouquase nada, da direcção que o nosso sistema estavalevando nos últimos anos.

Devo reconhecer também, que esta dinâmica meproporcionou não poucas críticas à minha pessoa e aomeu projecto TAOWS Academy. Algumas dessas críticasvinham de professores tão ilustres que me sinto honradapelo facto de personalidades tão importantes percamalguns minutos em lançar ataques contra alguém tãopequeno e insignificante como quem isto escreve.

Além de nesse pequeno trabalho, nos meus últimos 12artigos para a revista de Budo International, voltei a incidirna minha crítica para aqueles aspectos que eu acreditoserem são claramente melhoráveis. Mas, chegado estemomento, acredito também que seja importante fazer umamudança de direcção significativa. Se bem marcamos comclaridade quais são o nossos problemas, é chegado omomento de começar a dar ideias, propor Soluções!

Estarão de acordo comigo em que criticar é fácil, masfaze-lo de maneira construtiva para melhorar aquilo que secritica, não é assim tão fácil, mas é o que eu farei.

Uma das cosas que mais me surpreende dospraticantes de WingTsun (e das Artes Marciais

tradicionais em geral) é a ausência de um estilo

WingTsun

reconhecível. Ou seja, surpreende-me como podemosdedicar centenas e até milhares de horas à prática dasformas, técnica, táctica e filosofia de um estilo de ArtesMarciais, mas em chegando ao objectivo deles, o combate,prescindimos completamente disso, para fazer coisas quenada têm a ver com o nosso estilo “mãe”.

É muito comum entre os praticantes de WingTsun, praticarcom os colegas de escola todos e cada um dos pilares donosso sistema e gozar com isso. É comum constatar comohá praticantes com uma excelente habilidade na realizaçãode secções, drills e exercícios que se realizam na prática doWingTsun. Mas é da mesma maneira habitual constatar quequando algum dos incansáveis praticantes deste sistema,em um sparring ou exercício de combate livre se enfrenta aum adversário que “não colabora”, são absolutamenteincapazes de aplicar quase que nenhuma das técnicas desteextraordinário sistema de luta.

Numa das minhas últimas reuniões com instrutores deWingTsun de diversos ramos, propus um exercício a váriosdeles. Garanti que os não magoaria, que não lhes bateriabem utilizaria nenhum golpe ou técnica que os pusesse emperigo. Podiam ficar absolutamente “tranquilos”. Apenasme limitaria a empurrar como se alguém na rua o fizesse deuma maneira continua e com intensidade, mas sem utilizarnenhuma técnica que os pudesse magoar. Pelo contrário,eles poderiam utilizar o que quisessem…

Aconteceu o que eu esperava. Alguns dos professores,altos graus de WT com uma ampla experiênciaeducativa, foram incapazes de realizar bem

nem uma só técnica sob a pressão constante e intensa dealguém que apenas os empurrava. Não me dirão que não écurioso! Imaginem por um instante que o agressor deixassede se limitar a empurrar e lançasse ataques perigosos…Entretanto, são capazes de realizar complicadascombinações de técnicas, secções, deslocamentos, etc.,quando se encontram em seu habitat natural: a sala detreino. Resumindo: POSSUEN uma GRANDE HABILIDADE,mas não sabem como ou quando emprega-la.

O meu lufar de trabalho como director técnico dodepartamento de WingTsun da Federação Espanhola deLuta e Disciplinas Associadas, permite-me conhecermuitos professores nos diferentes ramos deste estilo, mastambém grande número de professores de diferentes ArtesMarciais. É uma experiência enriquecedora que não só metem proporcionado excelentes amigos como também apossibilidade de conhecer a fundo os problemas do nossosistema e de caminho, a problemática que envolve outrossistemas similares ao nosso. Imagino que algum dosleitores, praticantes de Artes Marciais “clássicas”, queestão lendo este artigo, sabem perfeitamente a que merefiro com todoeste raciocínio! E

WingTsun

“Alguns de nós, que faz muitos anosresolvemos entregar-nos ao estudo de uma

ARTE ancestral, temos a necessidade detentar fazer a nossa arte

melhor do que nos foiensinada”

apesar de reconhecer que tenho o ensejo de conhecerexcelentes professores e profissionais que são capazes defazer combate a um excelente nível, acreditem, que não éo mais habitual! Infelizmente, normal é a outra coisa…praticantes com ampla experiência em seus sistemas, quequando têm que fazer um combate real com alguém forade do seu ecossistema, têm que recorrer a “outras coisas”.

Em alguns dos meus artigos faço referência a umahipotética competição entre artistas marciais, aos que sevestíssemos da mesma maneira, seria impossívelreconhecer qual é o seu estilo original, porque todosrealizariam uma espécie de “full contact” que fariaimpossível reconhecermos as tácticas e técnicas dos seusestilos. Não me dirão que não acaba por ser “triste” dedicarmeia vida - no melhor dos casos - para acabar fazendo umaespécie de Boxe com pontapés que nos permita sairmosairosos, quando na maioria dos casos praticamos estilos deluta com técnicas aparentemente “letais”.

Esse é o nosso ponto de partida. Chegados a este pontovamos tentar contribuir com o nosso ponto de vista paratentar inverter esta situação. O pior que nos podeacontecer é percebermos que alguma coisa não a estamosfazendo bem e termos que voltar a ter outras ideias.

Ensaio - Erro… não seria por acasomais apaixonante que o que hoje sucede?

Alguns de nós, praticantes de Artes Marciais duranteanos e eu próprio, que faz muitos anos resolvemosentregarmo-nos ao estudo de uma ARTE ancestral, temosa necessidade de tentar fazer a nossa arte melhor que nosfoi ensinada. Se o não conseguirmos, não há-de ser por

não termos tentado. Como digo, é nossa obrigaçãomoral com a arte que tanto nos tem dado.

A questão principal seria o motivo de emchegando a uma situação de estresse, umpraticante com várias décadas de prática às costas,não confia na sua excelente habilidade econhecimentos sobre uma arte de guerra. Talvezpara isso devíamos dar uma olhada nos sistemas que

SIM têm um estilo absolutamente reconhecível.Darei como exemplo dois estilos

“desportivos”, cuja estética é em amboscasos muito característica e pelos que

também sinto uma especial debilidade:o Boxe e o Brazilian Jiu Jitsu.

Em ambos casos, um praticantecom alguns MESES de prática

terá um estilo muito claro e reconhecível mesmo porpessoas com não excessivo conhecimento acerca dasArtes Marciais. Os praticantes e seguidores destes doisdesportos de contacto são capazes de fazer sparring oucombate livre contra qualquer adversário de qualquer estiloe continuar fazendo-o com o estilo em que se formaram.Não estou falando de perder ou vencer. Vencendo ouperdendo, um praticante de Boxe vau continuar utilizando(ou vai tentar) as suas fintas, deslocamentos, combinações,etc. Um estilo absolutamente claro. Se alguém o está a verde fora, poderá afirmar sem duvidar: Pratica Boxe!

Também é assim se vemos um praticante de BJJ.Vencendo ou perdendo, contra qualquer adversário, tentarálevar ao chão o oponente e tentará abrir a sua guarda,passá-la e finalizá-lo com algumas das excelentes técnicasde estrangulamento ou luxação que possuem.

Em ambos casos, um praticante em alguns meses teráum estilo reconhecível e ainda mais, as diferenças com umpraticante avançado do próprio estilo serão marcadas pelaexperiência, o conhecimento mais profundo das técnicas ea sua aplicação. Mas não vai haver substanciais diferençasna “estética”.

A pergunta é: Onde está o estilo de um praticante deWingTsun? Refiro-me, como sempre, a quando umpraticante se enfrenta a um adversário que não colabora etem uma experiência em Artes Marciais similar à dele, masque não é com o estudantes ou parceiros da aula… Pensoser este o ponto de partida.

A CONFIANÇA é o principal conceito Para um praticante de um estilo de luta agir sob os

parâmetros técnicos e tácticos desse esti lo, éabsolutamente necessário que o indivíduo confie nosconhecimentos interiorizados mediante a prática. Quandodigo confiar me refiro a que o possuidor dessa habilidadetécnica tenha constatado pessoalmente, ser capaz de fazercoisas com ela e que FUNCIONAM!!! Para isso,obviamente, tem de submeter as técnicas e ideias dosistema a um ambiente hostil que se aproxime a umcenário o mais real possível. Como isto é delicado paralevar à prática, aqui teremos de serextremamente metódicos, realizar umtreino pausado e progressivo,mas jamais nos determos.

Afirmo um pouco abrincar, um pouco asério, que o venenotodo de

repente mata, mas em pequenas quantidades pode servir comoremédio e melhora do sistema imunitário. A isso me refiro…

O primeiro passo seria então, realizar itinerários que submetam todase cada uma das técnicas a um progressivo filtro, no qual o praticantepossa constatar a diferentes níveis de intensidade a sua técnica e ideiaspara afiançá-las e CONFIAR nelas. Faze-las tão bem e tantas vezes queas não façamos de outra maneira.

O segundo ponto, muito importante devia de ser completar o sistematotalmente e estudá-lo globalmente. Na minha opinião, é um erro imensorealizar a formação por “matérias” independentes. Quero com isto dizer:

Acostumamos a falar entre praticantes destes ou daquelesexercícios que são de Biu Tze Tao, aqueles do Boneco deMadeira, etc.… O WingTsun se organizou para poder serestudado e compreendido seguindo o itinerário que marcamestas formas, mas não significa que se tenham de manterseparadas. É só uma questão de método. Ver o sistemacomo na sua globalidade, como ferramentas para serutilizadas nas diferentes situações e cenários de umcombate, far-nos-á compreender melhor comosão e como foram concebidas estas técnicas.Este será o segundo, mas não menosimportante elemento, para outra vezCONFIARMOS nas nossas técnicas etácticas.

O terceiro dos pontos que proponhoé um pouco mais delicado.

Vermo-nos no espelho que outrossistemas de combate tem sidouti l izado para conseguir esteterceiro ponto, mas sempre semesquecer QUEM SOMOS e deONDE VIMOS. Difícil? Sim, semdúvida, mas gostamos dosdesafios!

Os passos deveriam ser osseguintes:

1.- Avaliar as nossas fortalezas edebilidades.

2.- Decidir quais são o nossosobjectivos.

WingTsun

“Imaginem por uminstante que o agressordeixasse de se limitar a

empurrar e lançasseataques perigosos...”

3.- Delinear projectos de treino para conseguir essesobjectivos.

4.- Avaliar periodicamente os avances e serconstantemente auto-críticos do nosso trabalho.

5.- Ir introduzindo de maneira muito progressiva,exercícios de combate com adversários “não WT”.

Este último ponto é muito importante. Quando lanço apergunta “quem somos e de onde vimos”, acreditorealmente que um grande número de praticantes esqueceuo QUE É o WingTsun. Possivelmente levados por diferentesinteresses (económicos, egos, sectarismo, antipatiaspessoais, etc.) esqueceram por completo que o WingTsun

é um ESTILO DE BOXE CHINÊS (ou luta chinesa,conforme prefiram). E isto, gostemos ou não, deve

seguir sendo assim. Se desnaturalizarmoscompletamente aquilo com o que o WingTsun se

fez conhecido, desaparecerá por dissoluçãonas águas de um panorama das Artes Marciais

com uma tendência a perderidentidades mais que preocupante.

O WingTsun (e o resto dasArtes Marciais) foram

delineadas para lutar.

Para que o débil pudesse lutar com o forte. Para a defesado país, da família e nós próprios. Este ponto (talvez numaversão um tanto poética) não deve ser olvidado. Bruce Leeafirmava (muito acertadamente como em quase tudo o quedizia) que a lutar se aprendia lutando! Esta pequenaobviedade me parece ter sido esquecida. Não teremosmais confiança fazendo demagogia, falando do que outroseram capazes de fazer ou simplesmente dando opiniõesacerca do trabalho de outros. Adquiriremos confiançamediante a única ferramenta que isso nos assegura: aprática constante, séria e estruturada.

E até aqui a coluna deste mês. Na próxima falaremos deoutro aspecto que é muito curioso: a separação da filosofiae as pérolas do conhecimento da cultura chinesa doWingTsun. Dois ramos muito diferenciados: o dos maistradicionalistas e o dos que propõem uma evolução quedeixe de lado tudo aquilo que não é “eficaz”.

Acham bem? Pois então no mês que vem falaremosdisso. Muito agradecido pela

vossa atenção e apoio.

REF.: • TOYAMA1REF.: • TOYAMA1

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

EM BREVE!

A 29 de Junho deste ano 2013, faleceu quem foi a indiscutível estrela deraça preta do Cinema de acção dos anos 70. Lançado ao estrelato por suaaparição em Operação Dragão com seu descobridor Bruce Lee, a sua figura,que nos últimos anos não de deixou ver, merece sem dúvida um especialcomo este que hoje nos preparou o nosso especialista Pedro Conde. Umtrabalho cheio de detalhes, anedotas e curiosidades da vida de uma estrelaunida à figura de Bruce Lee e que abateu barreiras para a comunidade afro-americana. Foram tempos em que o próprio Bruce, um Oriental e Kelly, umnegro, não podiam ser o centro de atenção do cinema de Hollywood e que noentanto abriram novos mercados, dando lugar a inúmera quantidade defantásticas sequelas, séries e filmes, muitas de série B, mas com umimpacto de bilheteira que hoje assombraria. Uma fantástica reportagem queeste mês oferecemos, para deleite de coleccionistas, “frikies” do CinemaMarcial, e apaixonados dos “velhos bons tempos”.

Alfredo Tucci

JIM KELLY, O SAMURAI PRETO

Jim Kelly (James Milton Kelly) nasceu a5 de Maio de 1946 na cidade de París deKentucky, estando a sua origem emMillesburg, que naquela época era umapovoação tão pequena e humilde quecarecia de hospitais. Após algum tempo,seus progenitores se instalaram em SanDiego, Califórnia, onde seu pai eragerente de uma loja de fardas militares.Nesta cidade começou a sua carreiradesportiva na escola secundária,praticando basquete, futebol americano eatletismo. Quando fazia o último ano doLiceu foi escolhido “Melhor atleta de SanDiego”. Por sua grande capacidade parao desporto, obteve uma bolsa de estudosem futebol americano, na Universidadede Louisville, mas iria abandoná-la noprimeiro ano. Acerca disto Kelly explica:“Os meus pais se divorciaram e tive aopção de ficar em San Diego com o meupai ou voltar com a minha mãe paraKentucky. Eu não queria ficar com o meupai, não nos dávamos nada bem; tivemosum problema, porque o meu pai nãoqueria que fosse desportista mas simadvogado ou médico. Kentucky é umacidade mais ao Sul e nessa época haviamuito racismo, mas nesse momento eunão pensei nisso, simplesmente penseique iria ser mais feliz com a minha mãe”.Devido aos problemas raciais existentesno Sul, Kelly começou a interessar-sepelas Artes Marciais: “Comecei no mundodo Karate através de livros, posto quenessa época não havia uma figura nítida àquem seguir”. Com o tempo, se mudoupara Lexington, onde começou a praticarKarate, estilo Shorin-Ryu Karate, sob aorientação de Parker Sheldon. Temposdepois treinou com Gordon Doversola,instrutor de Okinawa Te - de quemguardava gratas recordações - e tambémpraticou um pouco de Kempo Karate comSteve Sander.

Em 1971, Kelly demonstrou ser umexcelente lutador, venceu em quatrocampeonatos de prestígio, entre eles oInternational de Long Beach, patrocinadopor Ed Parker. Percebendo que tinha umgrande potencial nas Artes Marciais, Kellyresolveu abrir um ginásio de Karate.Enquanto ensinava e competia na zonade Los Angeles, conheceu HugRobertson, realizador de cinema quepreparava um filme intitulado “Melinda”(1972) com algumas cenas de ArtesMarciais. O cineasta pediu a Kelly quecolaborasse como assessor técnico ecoreógrafo. Eventualmente iria dar-lhe umpequeno papel na fita, tornando-se assima primeira estrela afro-americana docinema de Artes Marciais. Acerca da suaparticipação neste filme, Kelly disse:“Aquilo de Melinda foi quase poracidente. Eu não estava preparado para

ser actor, estava resolvido a tirar máximoproveito como instrutor, principalmenteapós ter ganho os Internacionais de LongBeach”.

Sem dúvida a sua aparição emOperação Dragão foi crucial na suacarreira e na sua vida Mas, como surgiuaquela oportunidade? Sem dúvida foi odestino: Knute Tarkington se retirou doprojecto de "Enter the Dragon" dois diasantes de começarem as rodagens e oprodutor Fred Weintraub contactou comele. Acerca daquilo Kelly diz:

“Depois de Melinda, toda a gente medizia que me achavam fantástico, que nãoparariam de chegar ofertas, etc... Averdade é que ninguém me ligou em seismeses, pelo que eu continuava ensinandoKarate na minha academia.

Um dia, o meu agente me ligou e disse:“Jim, estão começando a fazer um filmeem Hong Kong e há um problema comum dos actores. Tens de ir à WarnerBrothers. Penso que não te darão opapel, mas vão fazer outros filmes e serábom que eles te conheçam. Lá fui eu eencontrei Fred Weintraub e Paul Heller.Me disseram que lhes mostrasse umpouco o meu Karate e lá estava eusaltando e pontapeando como ummaluco. Quando finalizei me perguntaram:Conheces o Bruce Lee? Eu respondi quenão, posto que nunca me tinha sidoapresentado mas que sim ouvira falardele pelo filme “Green Hornet”. EntãoFred Weintraub me disse: Quando podespartir para Hong Kong? O papel é teu…”

De entrada, o projecto era muitoatraente. Jim Kelly interpretava oWilliams, um personagem que junto comBruce Lee e John Saxon, participavamem um torneio na ilha de Han. Aquilosimplesmente era para ocultar umsindicato da heroína e da prostituição…

Mas apesar das aparências, Kelly nãoestava nada satisfeito, como declarariapouco depois da estreia do filme: “Memataram nos primeiros 60 minutos da fitae não estou muito contente com isso!”John Saxon (que era um faixa castanhoem Karate e Tai Chi Chuan),supostamente devia ser assassinado, deacordo com a história original, mas aquilofoi modificado, junto com alguns dosmeus diálogos, por isso, ele permaneceuvivo e adquiriu mais protagonismo nafita”. Todas aquelas mudanças no libreto,foram motivados por várias razões, entreelas os problemas raciais: em 1973 nãoexistia uma produção de Hollywoodprotagonizada por um afro-americano eum oriental.

Além disto, John Saxon, pensando quetinha sido contratado como o actor quedaria qualidade e prestigio ao filme (poisera o único com uma bagagemcinematográfica), tomou para si muitaslicenças. À margem daquilo, houve muitasoutras mudanças:

Cinema Marcial

“Quando me deram o papel paraOperação Dragão viajei a Hong Kong.Supunha eu que lá estaria de 4 para 5semanas e afinal fiquei 3 meses. Aprodutora do filme não tinha pressa,não tinha nada a ver com “Melinda”.Eu gostava muito de Hong Kong, masdepois de mais de um mês jácomeçava a sentir-me saudoso”.

Apesar de todos os contratempos,Kelly se sentiu muito bemtrabalhando com Bruce Lee:“Quando trabalhei com ele meensinou algumas técnicas; treinamossobre diferentes matérias e técnicasde combate. Maldição! - disse a mimmesmo - Bruce Lee é um tipo muitoduro! As suas técnicas eram muitodinâmicas e muito potentes para otamanho que ele tinha. Erainacreditável! Muitas vezesdesenvolvia uma potência que fariaempalidecer um peso pesado.Durante o pouco tempo que estiveem Hong Kong nos mantivemosmuito unidos. Fizemos uma autênticaamizade. Inclusivamente no trabalho,Lee respeitava as minhas ideias.Numa cena de luta que fazíamosjuntos, Lee me disse: "Jim, queresque façamos a cena como tu tinhaspensado? Sei que tu foste ocoreógrafo de uma fita e sei tambémque tens experiência na arte dacoreografia, de contas com a minhatotal confiança para a fazermos comotu quiseres. Mas isso sim!, siprecisares da minha ajuda sabes queestou à tua inteira disposição". Demaneira que eu próprio coreografeias minhas cenas de luta, mas devo

reconhecer que em muitos planos eem algumas técnicas, Lee meaconselhou e realmente ficou muitomais vistoso diante da câmara.Muitas vezes, nas rodagens Lee mechamava e dizia: -Jim, o que pensasdisto? - eu observava e dizia: Pensoque se deve mudar isto por aquilo!Então conversávamos; víamos ospontos positivos e negativos;analisávamos a mecânica dos golpese sempre resolvíamos qual era amelhor. Lee nunca se aproximou demim para me dizer de maneiraimperativa: - Jim, faz isto assim oufaz aquilo. Tens de o fazer porque eusou Bruce Lee, o director técnico dafita! - Bruce não era assim, sempreme deu liberdade absoluta para eupoder modificar completamentealgumas coisas nas lutas quedevia ter ao longo da fita. Averdade é que aquilo fez com queeu me sentisse mais à vontade

diante da câmara”.Com “Enter the dragon” Kelly viu

realizados muitos sonhos, entre elesconhecer, falar e finalmente treinarcom Bruce Lee: “Lembro-me de umgrande elogio que me dedicou BruceLee, quando finalmente coincidi comele. Contei que tinha estadoprocurando a sua escola para treinarcom ele, mas quando a encontreiestava fechada, então ele me disse:“Jim é uma pena, se eu te tivessetreinado, nenhum campeão daquelaépoca te poderia ter tocado!”

Kelly sentia que estavam fazendouma boa fita, mas nunca imaginouque aquela longa-metragem setornaria o clássico por excelência do

Cinema Marcial

Cinema das Artes Marciais. Acercadisto ele diz: “Naqueles momentosnem imaginamos, nós sóintentávamos conseguir fazer um grande filme, masnão podíamos saber que teria tanta repercussão”.

O filme arrasou no Ocidente. Apesar do papel deKelly ser tão curto, o personagem Williams tocouprofundamente no público, adquirindo o estatuto deestrela. Por isso foi contratado pela Warner paraparticipar em três filmes. Tal e como reconhecia oactor em algumas entrevistas, graças à coreografiade Bruce Lee conseguiu que as suas técnicasmelhorassem muito nas cenas e de alguma maneira,foi o actor que mais se destacou, depois de BruceLee. O certo é que após a morte do "PequenoDragão", a Warner apostou por ele como seusucessor nos Estados Unidos, oferecendo-lheprotagonizar “Cinturão Negro” (“Black Belt Jones”),

onde de novo seria dirigido por Robert Clouse. Mas o binómio Kelly & Clouse, nãofuncionou como se esperava, faltava a estrela, faltava Bruce Lee! A fita não foi umgrande sucesso nos Estados Unidos, mas obteve um tremendo êxito entre os afro-americanos e no resto do mundo. Claro está que não foi nada comparável à“Operação Dragão”, mas era preciso reconhecer que superava em qualidade asproduções orientais que naqueles dias se projectavam nos ecrãs de todo o mundo.Kelly não deu importância àquele fracasso e em algumas das suas declarações disse:“Eu não estava interessado em fazer um filme com mensagem, eu só queria entreter opúblico”, também manifestou a sua zanga com o estúdio: “Participei e colaborei nacoreografia e não apareci nos créditos… Não sucederá outra vez! A partir de agoraestará no meu contrato que apareça o meu nome nos títulos de créditos”. Na fitaapareceu como único coreógrafo Pat Johnson (“Karate Kid”, “As tortugas Ninjas”,etc.). Kelly também se queixou de que os especialistas que participaram na mesmanão estavam qualificados para aquele trabalho. “Parti a cabeça a um garoto e quebreia mandíbula de outro, porque não estavam preparados para lutar comigo. o queaparece no ecrã não é realista, porque o faço em frente da câmara. Se as pessoasutilizassem o que se vê nos ecrãs para lutar na rua, acabariam mortos”.

Depois daquela produção, Kelly obteve um pequeno papel em “Alfinetes de oiro”(“Golden Needles”), de novo dirigida por Robert Clouse. Filmada em Hong Kong, aaparição do actor quase nem supera os cinco minutos, onde quase nem podemostrar as suas habilidades. O filme foi protagonizado por Joe Don Baker e apesarde exisirem algumas cenas de Artes Marciais, o filme era o típico de acção dos anos70. Este e a anterior longa-metragem foram produzidos por Fred Weintraub, quetentava repetir as grandes bilheteiras de “Operação Dragão”. Nunca conseguiu isto,

Cinema Marcial

mas conseguiu êxitos consideráveiscomo a série “Karate Kid”. Comrespeito ao seu trabalho em “GoldenNeedles”, decepcionado, Kellydeclarava: “Eu interpreto umproprietário de uma loja deantiguidades que tem só uma luta poruma estátua de Acupunctura quemuita gente persegue em todo omundo”.

Depois daquele recebimento tãopouco importante por parte dopúblico, não houve uma terceirafilmação com a Warner e assinou umcontrato com Jim Brown e FredWilliamson, para fazer um típico filmedo género “Blaxploitation”, intitulado“Os demolidores” (“Three the hardway”). Apesar da ingenuidade esimplicidade da história (um homembranco maluco, planeja aniquilartodos os pretos, introduzindo umabactéria no abastecimento de águade três das principais cidades norte-americanas). As sequências de acçãoeram aceitáveis e as das ArtesMarciais, obviamente protagonizadase coreografadas por Jim Kelly,também o eram, obtendo um bomacolhimento por parte do público,especialmente pelo afro-americano.Aprendi muitíssimo com eles e querodizer o que aprendi… O que seiperfeitamente é que eu não quero serJim Brown ou Fred Williamson, eu sóquero ser Jim Kelly e chegar a ser oprimeiro actor negro dos ecrãs”.

O seu seguinte trabalho foi “Pelaatalho mais duro” (“Take a Hard Ride”ou “The Long Hard Ride"), umwestern filmado na Espanha, nasCanárias. Quando esteve nesse paísfoi entrevistado em várias ocasiões eacerca da sua filmografia explicou:“Apenas levo dois anos trabalhandono cinema; até agora fiz cinco filmes,o mais famoso deles foi "OperaçãoDragão", junto de Bruce Lee”.

Quando lhe perguntaram quegénero de papeis interpretavarespondeu: “De acção. Todas asminhas fitas são de acção. Pensoque através delas se pode influir naspessoas em um sentido positivo”.

Em todas as entrevistas sempresurgia a mesma pergunta: Podedizer-nos alguma coisa sobre BruceLee? “Claro, que sim! Sem dúvida!Chegamos a ser grandes amigos,muito unidos por esta comumpaixão: as Artes Marciais. Bruce Leeera uma pessoa sumamenteprodutiva, quer dizer, sempre estavaa fazer alguma coisa positiva, masacima de tudo, para mim ele foi omaior de todos os artistas marciaisque tenha podido existir”.

Acerca das causas da morte deBruce Lee, declarava: “Pois eu acho

que não está nada esclarecido. Épossível que se suicidasse porquecomo amigo seu posso dize-lo: eletinha muitos problemas. Tambémpode ser que o matasse a máfiachinesa, por desvelar os segredos doestilo de luta do Kung fu. O que écerto é que Bruce Lee não morreu,como dizem alguns, durante arodagem de uma cena”.

Kelly tinha as ideias muito claras doque fazer com a sua existência e oseu tempo. Acerca desta questãocomentava: “Para mim, o maisimportante é viver o momento, sempreocupar-se do poder branco oupreto, mas só do poder verde(dinheiro). Isto é o que toda a gentefaz hoje em dia. Também não pensono passado porque é coisa morta,nem no amanhã porque talvez lá nãopossa chegar.

O actor, nas declarações querealizou durante a sua estadia naEspanha, fazia referência ao podernegro o branco porque na suajuventude simpatizou com algunsgrupos extremistas dos “PanterasNegras”. Esteve muito interessadoprincipalmente nos movimentos deliberação negra, de facto esteve naFederação de Karate Negro (BKF),fundada por Steve Sanders, quedefendia e apoiava estes ideais. Ologótipo da escola se pode apreciarno fundo do dojo de Jim Kelly, aoprincípio de “Enter the Dragon”.

Quando alcançou fama, sendoconsciente do que representava paraos afro-americanos, teve contactocom muitos dos seus simpatizantes,entre eles Cassius Clay, pelo qualsentia um grande respeito pelo quesimbolizava para a sua raça.“Representa tudo para a povoaçãonegra. É um símbolo, um herói, umlíder. Infunde um grande respeito,mas é uma pessoa que só suscitaextremos: há gente que o ama egente que o odeia. Não existe umtérmino médio”.

Os repórteres espanhóis ficaramsurpreendidos pelas suasdeclarações e pelas habil idadesmarciais daquele lutador de doismetros de altura e 81kg de peso, cujaaparência - todos coincidiram - tinhatudo o necessário para se tornar umídolo de massas.

Em “Take a Hard Ride" trabalhoude novo com Jim Brown e FredWilliamson, protagonistas da mesma,junto a Lee Van Clief. Nesta fita, Kellyteve um papel secundário,interpretava um mestiço, versado emluta. O seu papel era curto, masintenso.

Na sua seguinte fita, de novotrabalhou com Jim Brown e Fred

Will iamson. Aquela produção seintitulou “Aposta perigosa” ouconforme os países, “Combate final”(“One Down, Two to Go”), um híbridoque não chegou alcançar a categoriade Blaxploitation. De novo, o peso dafita recaía nos seus colegas,relegando-o a ele a um segundoplano…

Depois se implicou de novo numfilme com Fred Weintraub, um dosprodutores de "Operação Dragão".Este se intitulou "Hot potato". Foifilmado na Tailândia, realizada porOscar Williams e distribuída pelaWarner Bross. Uma mistura decomédia e filme de acção, que aninguém gostou, nem sequer aosseus protagonistas - como declarouKelly: “Todos cometemos erros, ahistória era interessante, mas a fita…”

“O Samurai negro” (“BlackSamurai”) não teve melhor sorte quesuas antecessoras. A sua carreira nocinema não acabava de “levantar voo”nos Estados Unidos e por issoresolveu aceitar uma proposta pararealizar um filme em Hong Kong, quese intitulou "Hong Kong Connection”(“The tattoo connection”) Neletrabalhou com Tao Tao Liang, famosoactor do Sudeste Asiático, quedestacava por sua destreza com aspernas. Este filme foi realizado pelosobre valorado Lee Tso Nam. Neletambém participou Bolo Yeung. A fita,para ser uma produção da colónia, erabastante interessante, mas no entantopassou “quase” desapercebida naÁsia e no Ocidente. Indiscutivelmenteo actor ia de fita em fita em clararegressão… Kelly aceitou trabalharnuma fita partilhando o papel estelarcom George Lazenby, que substituiuSean Connery quando ele deixou defazer a série de James Bond. O filmese intitulou "Dimensão mortal" ("Deathdimension"), uma produção de classe“B”, que correu a mesma sorte quesuas antecessoras. Decepcionado,resolveu só aceitar aqueles papeis querealmente fossem interessantes…Enquanto isso sucedesse, dedicariaseu tempo e atenção ao ténis ecumpriu a sua palavra… Kellycomeçou a praticar este desporto em1975 e se tornou um profissional,alcançando o segundo lugar noranking da Califórnia, na categoria deduplos masculino e conseguiu estarentre os 10 primeiros do Estado, nacategoria masculina individual. Depoisabriu um clube de ténis na zona deSan Diego, onde além de o dirigir,dava aulas. Entre os seus alunos seencontravam algumas celebridades dacidade. A partir daí, continuavapraticando Artes Marciais, mas seinclinou mais pela “raquete”, estando

Cinema Marcial

durante anos praticamente desaparecidodas artes de combate, só aparecendoesporadicamente em revistas ou emalgum evento desportivo. Acerca desteassunto, Kelly declarava: "É incrível quemuitas pessoas ainda se lembrem de mim“Enter the dragon”, passaram anos e nãome esqueceram”.

A partir de abrir o clube de ténis,praticamente Jim Kelly se retirou dasétima arte, fez uma colaboração em“Mister no Legs” (1979). Participou comoartista convidado em um capítulo de“Auto-estrada ao céu” (1985) e por se tercomprometido, voltou a estar frente àscâmara em “Afro Ninja” (2009), onde oseu papel era muito pequeno, masimportante na história. Em todas as

entrevistas dizia a mesma coisa: “Se me ofereceremum bom papel, um projecto sólido, voltarei aocinema...”

Um projecto assim nunca chegou…Possivelmente, se Jim Kelly tivesse tido uma boarealização e também um coreógrafo com experiênciae talento, teria sido um actor do cinema das ArtesMarciais da altura de Chuck Norris ou StevenSeagal, mas seu único e grande êxito se deve à suaparticipação no filme “Operação Dragão” e a BruceLee. Ciente disto, ele reconheceu e falou disso aolongo de toda a sua vida.

Curiosamente, a primeira vez que Kelly viu BruceLee em acção não foi em “The Green Hornet”….

“Ouvi falar de Bruce pela primeira vez, quando eleestava fazendo a série "The Green Hornet”. Todosfalavam da série e eu, em alguma ocasião quis ver oprograma, mas a verdade é que nunca tive ocasiãode o fazer, devido ao horário em que se emitia natelevisão. Antes de conhecer Lee eu já tinha lidoalguns artigos acerca dele, em diferentes números

da revista "Black Belt Magazine". Além disto,também muita gente falava dele e da sua qualidadeextraordinária. Eu pensava: "Se este tipo é tão bomcomo dizem estas pessoas todas e falando todastão bem dele, realmente deve ser magnífico". Tiveocasião de o ver um dia numa fita intitulada"Marlowe, detective muito privado", assisti àprojecção por acaso, eu desconhecia que nela Leetivesse um pequeno papel. Fiquei impressionadopelo que vi. Lee me pareceu ser muito frio - a minhaideia de Bruce vinha de muito atrás, muito antes deo conhecer pessoalmente”.

Naquela época, a comunidade marcial era muitopequena e era fácil coincidirmos em algumcampeonato ou evento - o caso de Kelly não foi umaexcepção... “Lee me conheceu antes a mim que eu aele, numa competição de Karate na qual euparticipava. Tinha sido anunciado que ele estariaentre os espectadores e efectivamente assim foi,mas não tive ocasião de falar com ele. A primeira vezque falamos foi no set de Operação Dragão”.

Kelly escutara muitas histórias acerca dele, alémdo que vira no cinema, tinha uma imagem de BruceLee que distava muito da realidade…

“Quando tive a ocasião de o conhecer, realmenteconstatei que Bruce não era como eu o tinhaimaginado e reconheci nele um certo carisma,alguma coisa em seu redor, mas que não acertei asaber o que era… Durante a f i lmagem tiveoportunidade de o tratar e conhecer. Nessemomento era Bruce Lee "a super estrela", masapesar de toda aquela fama que o acompanhava,percebi que era uma pessoa muito natural, umhomem autêntico e honrado, um homem leal, de boafé, e pensei que realmente era magnífico. No mesmodia em que nos conhecemos, fomos almoçar juntose conversamos sobre diferentes assuntos. Eudesenvolvia uma teoria da qual ele podia falar otempo todo, o dia inteiro e toda a noite. Era sobre as

Artes Marciais e tratava de poderabstrair diferentes técnicas de umase outras artes marciais, a fim de quecada um pudéssemos fazer o nossopróprio estilo de luta. Realmente,este era um assunto que oapaixonava. Também falava acerca simesmo, mas sobre este aspecto averdade é que bem pouco tinha adizer, sempre que o escutava falar eunão podia evitar pensar que no seucomportamento se parecia

muitíssimo com Mohamed Alí(Cassius Clay). A grandes rasgos osdois eram a mesma coisa. Assimsendo, posso dizer que gozei muitoescutando falar Bruce Lee. Era dessegénero de pessoas que tinha de estarsempre fazendo alguma coisa: porexemplo, quando estava falando,mesmo se fosse de si próprio, tinhade estar gesticulando, explicando ascoisas com gestos de mãos, decabeça, etc. Eu gostava imenso de

estar com ele, era uma pessoarealmente interessante, além de queas suas conversas eram bastanteprofundas”.

Em diversas ocasiões, Kelly faloudas simil itudes de carácter deMohamed Alí e o “Pequeno Dragão”:“Para mim, Bruce Lee era comoMohamed Alí; possuía esse mesmocarisma que atraía as massas”.

Kelly f icou surpreendido dacapacidade de Bruce Lee para

Reportagem

analisar tudo e extrair o essencial ecuriosamente, isto foi devido aMohamed Alí... “Numa ocasião eu liaum artigo de Mohamed Alí e eleimediatamente o tirou de minhasmãos, o leu e tornou a ler,esmiuçando-o até tal ponto queseparou o grão da palha… Lee eraassim com tudo, dentro das ArtesMarciais, nas leituras, no treino.Sempre ia directo ao assunto, aocentro e miolo de todas as coisas”.

Em mais de uma ocasião, Kelly oscomparou perante os jornalistas:“Lee tinha um ego tão grande como ode Muhamed Ali. A maioria daspessoas não conseguiram chegar aele mas eu pude apreciar o que por simesmo fizera, o que tinha feito pelasua família e a sua gente. Essas fitaschinas de Kung Fu fizeram maispelos Chineses do que teria podidofazer um Henry Kissinger”.

Kelly, assim como Bruce Lee,

padeceu muitos avassalamentos edesprezos por assuntos raciais;ambos queriam quebrardeterminadas “barreiras” para ajudarseu povo e abrir caminho aos da suaraça. Acerca disto, Kelly disse:“Lembro-me de que para realizar asérie Kung Fu, apresentaram o libretoa Bruce, posto que a serie foi escritapara ele e a ele encantou, masquando o levaram às produtoras, nãoqueriam que fosse protagonizada porum Chinês, queriam que o projectofosse feito por um homem branco.Finalmente, procuraram DavidCarradine. Foi nesse momento queBruce Lee foi para Hong Kong”.

Conhecendo isto e mais algunspormenores, Kelly disse a Bruce Lee:“Quero que saibas que te respeitomuito pelo que tens feito, pela tuapersonalidade, o teu conhecimentoda vida e o que fazes pela tua gentee o teu povo. Este tipo de imagemque tens dado à tu gente, oferecendoalguém a quem poder admirar, aquem ver no alto e de quem podersentir orgulho, é verdadeiramenteadmirável!

Eu dizia a quilo muito sério e comcerto ar solene. Ele sabia a granderesponsabilidade que tinha e medizia: “Jim, espero que tu algum diapossas fazer o mesmo pela tua gentee por teu próprio bem!” Tanto Brucecomo eu tínhamos padecido emprópria carne o grande desprezoracial que existia nos EstadosUnidos, contra pessoas que nãofossem caucasianas. Ele sabia que oque tinha feito pela sua raça eramuito grande e que atrás delesempre havia montes de gente quequeriam ver o que fazia, para depoiscriticar ou elogiar as suas façanhas.Lee estava sob uma grande tensão esabia isso. Era muita pressão parauns ombros tão pequenos! Pensoque foi mais difícil para ele penetrarno mundo do cinema do que foi paramim. Temos de reconhecer que Leemanteve uma terrível luta paraconseguir o respeito para ele e para asua pessoa, e primeiro de tudo, paraa sua dignidade como oriental. EraChinês e antes de mais, tenho dedizer que não conheço nenhumaestrela chinesa nos Estados Unidosanterior a Lee; Lee foi a primeira e atéagora o Número Um.

Lee foi o primeiro oriental queacabou com a barreira existente emHollywood contra os actoreschineses e isto é uma coisa que osseus compatriotas devem agradecer-lhe. Na minha raça houve gente queabriu os caminhas antes que eu,actores negros como Sidney Poitier,Jim Browm, Fred Will iamson e

Cinema Marcial

Reportagem

outros… Eles foram os primeiros em percorrer o caminhoe abrir portas. Mas Bruce não teve ninguém que o fizesse.Os compatriotas de Lee devem agradecer-lhe não só orespeito que em todo o mundo conseguiu para eles,também facilitou o caminho a outros actores do seumesmo grupo racial”.

Ambos não só estavam de acordo na luta contra osproblemas raciais, também partilhavam das mesmasideias e conceitos marciais: “Lee e eu éramos parecidosem alguns sentidos. Sabíamos ambos o que queríamosfazer e o fazíamos. Ambos tínhamos ideias diferentesacerca do Karate e do caminho atomar, pois as minhas técnicassão muito diferentes do sistematradicional: me refiro ao tipo debloqueio, soco, movimentos comos pés, etc. Pensava em todasestas coisas quando obtive oCinto Preto e depois comecei aanalisar tudo isto. Disse a mimpróprio: Vou estudar o Boxe deMohamed Ali, vou tentar copiar os seus movimentos depés. Também vou estudar todos os diferentes tipos quepossam existir de Artes Marciais, para os combinar dentrode um mesmo sistema de luta. Se fizer isto serei feliz,porque ninguém o fez anteriormente e vou ser uminovador. Mas descobri que Lee fazia o mesmo e quetinha começado antes de que eu pensasse nisto tudo.Quando tínhamos ocasião de falar de Artes Marciais edos diferentes sistemas de luta, muitas vezes nosmetíamos em longas discussões durante horas e horas. Ocaminho de Lee, que ele pensava que era o maiscorrecto, era o mesmo que eu pensava seguir. Era comoquando precisas de fazer uma coisa e ninguém te podeperceber. Todo o nosso ser tem de encontrar os passosnecessários para chegar a s meta e então conseguesfazer; não importa se és preto, branco, oriental ou da raçaque for. Isso é o que Lee pensava e eu também sou damesma opinião.

Lee faleceu muito jovem, mas com apenas trinta anos,ele conseguiu o que muitas pessoas não conseguiram aolongo de toda a vida. Lee sabia o que queria e comoconseguir o que queria… Lutou e chegou à sua meta. Porisso, mesmo que nos deixasse muito cedo, acredito queem algum lugar ele se sente orgulhoso, pois não passoupor este mundo como um simples vegetal ou como umser medíocre, deixou marcas profundas em muitaspessoas e enquanto existirem as Artes Marciais, BruceLee viverá no coração de todos”.

Obviamente, por tudo isto e mais algumas razões, entreeles nasceu uma grande amizade e durante as rodagensda fita, em numerosas ocasiões foi convidado por BruceLee para ir à sua casa, para que treinarem juntos no seuginásio. Acerca desses treinos com Lee ele diz: Bruce meensinou algumas técnicas, por estar habituado a trabalharcom as de Karate e não com as de Kung fu. Mas nãohouve problema de adaptação. Lembro-me que uma vezele me disse; 'Jim, ataca com tua mão adiantada'. Eu o fizduas vezes. Ele me disse: "Hei, realmente tens uma mãorápida e eficaz. Agora eu te ataco com a minha". Euestava preparado quando ele atacou e consegui para-lo.Lee se surpreendeu muito e com o sentido do humor tãotípico dele, me disse que ninguém até então o tinha feito.A verdade é que senti orgulho, pois dei crédito às suaspalavras. Daí em adiante as relações se foram estreitandocada vez mais e ao mesmo tempo que consegui umprofessor, também ganhei um bom amigo. Durante afilmagem de "Operação Dragão" em Hong Kong, tive aoportunidade de tratar muito com ele e de o ver trabalhar

e treinar fora das horas de rodagem. Assim fui adquirindoum grande respeito por ele, especialmente como artistamarcial. Jamais me impôs nada seu numa cena de luta.Sabia qual era p meu nível de Karate, mas apesar detudo, me deixava trabalhar com liberdade, sempre quenão me afastasse da contingência. Foi, sem dúvida, umgrande companheiro de trabalho. Devo-lhe muito. Foi umgrande mestre de apenas trinta anos".

Bruce Lee não só tinha admiradores, também teve etem detractores. Kelly ficava muito nervoso com esteassunto… “Na actualidade é muito fácil para mimencontrar trabalho, devido ao que Lee fez por todos osartistas marciais. Quem nunca o conhecerapessoalmente, tinham-lhe um grande respeito; foi umgrande l íder para muitos outros grupos étnicosmarginados, especialmente para a gente de raça negra.Eles viam três e quatro vezes as suas fitas e para eles erao seu ídolo. Em certa ocasião, um professor que possuíaum ginásio de Karate veio até o meu e me disse: -"Hey,Jim, que tal é Bruce Lee?"-. Eu respondi: -Tu estásmetido no Karate. Supostamente tens conhecimentos deArtes Marciais, por isso poderás ver se é mesmo bom! -Ele me disse: - Muita gente diz que não é bom, que só ébom nos ecrãs… Eu respondi: - Muita gente é invejosa etem ciúmes dos êxitos dos outros. Tem de ter-se umamente muito forte, como a sua, para poder ignorar essetipo de gente. Só dizem isso para derribar o grande mitoem que se está transformando Bruce Lee. Há muitosartistas marciais que o invejam pela simples razão de quequando os seus alunos vão ao seu ginásio devido a BruceLee, quando lá estão o admiram mais a ele que ao seupróprio professor. Isto pode acabar por ser muitoincomodativo; por isso, a arma dos professores consisteem desprestigiá-lo, pensando que a admiração que osseus alunos sentem por ele, se volverá em contra deles…Mas penso que estavam muito enganados, pois Leerealmente era muito especial, com qualidades que sópossuem os grandes mitos e contra isso, não se podelutar. Eu penso que todos os ginásios existentes e todosos instrutores de Artes Marciais que tentam desprestigiarBruce Lee, devem reconhecer que graças aos seusfilmes, actualmente eles estão comendo por Bruce Lee,pois de certeza é por ele que têm trabalho e cada vez quese projecta um filme seu, os estudantes dão saltos dealegria e muitos espectadores, à saída dos cinemas vãoprocurar um ginásio. Mas isso nunca o agradecerão nemreconhecerão…”

Bruce Lee nunca participou em nenhum torneio, por

isso, muitos mestres e especialistas oacusavam de ser um “herói de papel” ouum “campeão do celulóide”; obviamente,esta questão tem sido apresentada a Kellyem diversas ocasiões: “Há muitas coisasque aqueles que o conheceram não gostade falar, por exemplo, a habilidade que eletinha. É uma maneira de proteger os seusalunos, a sua reputação, as suasassociações e os seus egos. Preferemcalar-se... mesmo sabendo… Como actorele tinha tudo: alma, habil idade,magnetismo… Tinha esti lo. Não háninguém na actualidade que se possa comele comparar, nem de longe... Não querodizer que não sejam bons, mas Lee erainacreditável. Mas quando alguém mepergunta quem é para mim o melhorlutador de campeonatos da história... Eugostaria de dizer que era Bruce Lee, masnão posso..., porque ele nunca participouem um campeonato. Lee fazia combate,mas a competição é diferente. Há genteque em um tatame de competição nãofunciona da mesma maneira. Há pessoasque são melhores nos torneios que nostreinos, pela simples razão de que «háalguma coisa que ganhar». Mas tenho acerteza que Lee teria sido muito bom noscampeonatos, mesmo muito bom… epodia apostar a minha vida. De facto,duvido muito que alguém teria podidovence-lo”.

Acerca disto ele destacava: “Na minhaopinião, não houve nem há absolutamenteninguém tão incrível…”

“Realista, duro, rápido eefectivo! Assim é como eudescreveria o Pangamot”

“O Pangamot é a luta derua filipina.

Significa “combate total" enele tudo está autorizado.A Vitória é a única meta!”

PANGAMOT - Criado para a ruaPangamot, a Arte Marcial das Fil ipinas é muito

desconhecida mas na minha opinião é muito realista,agressiva e eficaz.

Realista, duro, rápido e efectivo, assim é como eudescreveria o Pangamot. Pangamot, luta filipina de rua

signif ica “combate total" e nela tudo épermitido. A Vitória é a única meta. É o estilo

filipino sem armas, também chamado'Panatukan', 'Panajakman' ou 'Mano

Mano'. O motivo dos diferentes nomesé que há muitas ilhas diferentes, nas

que se utilizam diferentes dialectos.

Tradução de Pau eFaca

Há muitos professoresque combinam o Boxe

com técnicas de coto-velo, cabeçadas e

algumas técnicasde luta no chão e

o denominamPanantukan

ou Sikaran.

Certamenteque não é esta

a maneira de ensi-nar Artes Marciais fili-

pinas. O combate semarmas deve ser uma translação

do combate Filipino com Armas eFaca. Pode ser chamado Panantukan,

Mano Mano ou Pangamot quando se apli-cam os princípios das Artes Marciais filipinas.

Os movimentos Pangamot são quase os mes-mos que com o pau ou a faca, realizados comas adaptações necessárias.

BOXE SUJONo Pangamot usamos o Boxe Sujo, que

não é comparável com o Boxe tradicional.

No Boxe Sujo se empregam métodos diferentes, giramos opunho no momento de fazer contacto com o oponente.Usamos o 'anti-boxe', posto que interceptamos os socoscom o cotovelo, para magoar o punho do adversário.Podemos usar 10 armas de maneira efectiva, desde asmãos aos ombros.

Uma parte importante do Pangamot se descrevemediante a palavra “anti”. Como o anti-boxe, anti-agarres,anti-grappling. Realmente tentamos quebrar o ritmo dosoponentes com todas estas anti-técnicas. Quando se lutacom um pugilista e se segue o seu ritmo, é muito provávelperder. Façamos que seja fácil, não tratemos de fazer Boxe,tentemos usar os cotovelos, a cabeça, os ombros…Usamos agarres e luxações.

DISTÂNCIASAs distâncias que usamos no Pangamot são as mesmas

que usamos no pau e a faca. A Longa distância: Esta é a distância em que é impossível

interceptar golpes com os cotovelos. A Segunda, a Média distância é aquela em que usamos

agarres, pontapés baixos e técnicas de ruptura.A distância Curta é na que podemos usar todo o corpo

como arma, joelhos, cabeça, cotovelos, ombros e dedos.Nela se podem usar agarres, projecções, socos e técnicasde clinch, chamadas Sirada. Pode usar-se tudo!

COMO LUTARNo Pangamot é importante que os movimentos sejam

fluidos. O princípio de fluir é o mesmo que na faca e o pau.Muitas vezes, nas Artes Marciais Filipinas (Filipino MartialArts) quando o oponente lança um punho da direita, secontra-ataca batendo no bíceps do adversário com opróprio punho. Si não se contra-ataca de maneira rápida eimediata, o contrário nos alcançará com seu punhoesquerdo. Contra-atacando rapidamente com o braçodireito, usando o princípio de zona, se bate na cara doadversário e imediatamente depois se continua com umacotovelada, à qual segue um soco com a esquerda. A istochamamos Manipulação do Corpo, o que quer dizer queséries de blocagens, contra-ataques e golpes se seguirão àdefesa inicial.

DUMOGO Dumog, também conhecido como o Dumog

Tradicional, tem técnicas simples para derribar o oponentee acabar o mais rapidamente possível. O motivo é simples:

a maioria dos Filipinos portam facas. Nas Filipinas as facas são armas primárias,fazem parte da sua cultura de luta. O combate no chão nas Filipinas é muitoarriscado, posto que há diferentes pequenas armas no chão que se podem utilizar,como areia, pedras, ou pequenos pedaços de metal, etc. Nos nossos dias, oDumog é substituído por técnicas de outras Artes Marciais.

UMA ESFEROGRÁFICA COMO ARMA Eu próprio tive ocasião de presenciar uma luta entre dois jovens. A briga

começou com socos e pontapés. Um dos contendentes era claramente umpraticante de Judo ou Jujutsu. Este agarrou o oponente e o derribou com umatécnica perfeita. Então os dois caíram ao chão, o homem que caiu de costas,puxou por uma esferográfica e o espetou no olho do oponente. Não queroentrar em pormenores, mas a luta acabou. Conclusão: Tudo se pode usarcomo arma!

MODERNIZADOCriei o Pangamot de uma maneira diferente, usando

princípios tradicionais e técnicas modernizadas que seadaptam aos tempos actuais. Os meus princípios para oPangamot estão baseados na Espada e na Adaga Tapi Tapi,Figura oito e seguintes . Hoje é uma Arte Marcial muito realistae fácil de aprender. Se querem aprender Pangamot ou chegara se instrutores desta maneira de defesa pessoal, contactemcomigo e serão bem vindos ao meu mundo, o mundo daEskrima.

omo se pode medir aidade de uma escola deArtes Marciais? Poderácomparar-se com ocrescimento de umapessoa? Se assim

fosse, poderíamos dizer que aescola do Grão Mestre Sifu PaoloCangelosi alcançou a maioria deidade em 1998, quando festejou oseu 20º aniversário com um grandeevento em que mais de 100 atletasparticiparam durante quase trêshoras, em duas importantesinstalações desportivas: em Roma,no Stadio Flaminio e em Génova, noPalacus. Mas aqueles dias já sãotempo passado e de novo seapresenta em ginásios a portasabertas, esta grande escola italiana!

Para o 25º aniversário ospraticantes realizaram umespectáculo na Universidade deRoma, enquanto que para o 30ºaniversário, um outro espectáculoteatral no Teatro della Corte,segundo teatro de Génova. Comuma decoração de cinema e músicaao vivo, os membros desta grandefamília marcial festejou o aniversáriocom um HALL OF FAME, comconvidados VIP de três continentes:estrelas do cinema, campeões dedesportos de combate, mestres defama mundial, pessoalidades deeditoras marciais (incluindo o nossodirector Alfredo Tucci).

Este ano se festejou o 35ºaniversário mais intimamente. Foiconvocado um grupo relativamentepequeno (pouco mais de 150pessoas), alunos e instrutores deentre os mais avançados echegados, posto que osorganizadores quiseram concentrar-se em alguns acontecimentossignificativos que marcaramprofundamente a evolução daorganização de uma Escola de nívelnacional na Itália, “Cintura Nera”,que esteve presente no luxuosoShangri-la Corsetti de Roma,testemunhando o evento.

Como é habitual nas escolastradicionais de Kung Fu, não podiamfaltar à exibição os melhores alunose Mestres da Dança do Leão Chinêse a execução das formas dosdiferentes esti los estudados naescola. Um pequeno espectáculo aporta fechada, onde o Grand Masterno final, presenteou seus alunoscom uma pérola rara de altíssimonível técnico, a mais avançadaforma do estilo Hung Gar, até Tidesde Kune.

Antes da exibição, o Grand Masteramavelmente pediu ao público quenão filmassem a forma, explicandoque pertence a um nível secreto doconhecimento do estilo:

"Em mais de trinta anos, até hoje,tenho realizado esta forma sóperante dois olhos: os olhos do meuMestre Chan Hon Chun". Estaextraordinária exibição foi de grandeemoção para todos os participantes,estudantes e suas famíl ias, eprovocou uma ovação com o públicoem pé, que parecia não ter fim…

A noite de Gala continuou com umrico aperitivo no terraço, seguido deum jantar. Deu início uma sessão defotos retrospectivas da vida do Sifu eda Escola, o que foi motivo deemoção para todos os assistentes.

No decorrer da sumptuosa ceiaforam entregues os prémios dereconhecimento a alguns alunos einstrutores, por méritos alcançadosnos últimos anos: a antiguidade naprática, os resultados dascompetições, a participação emeventos e muito mais. tambémhouve várias intervenções do GrãoMestre, que resumiu com números eestadísticas a actividade mantida daescola em todos estes anos.

Entregues os diversos prémios,houve uma mudança de rumonaquela festa em família da escolaCangelosi: em dado momento, o Sifuque estava no pódio e pronunciandocom a sua potente voz a fórmulacarismática "Pai Shi - Sam Kou Tou",de repente se transformouradicalmente o ambiente e da alegrenoite se passou para um momentode atenção e silêncio.

Por primeira vez em 35 anos sereconheceu o grau de Si Bak a doisdos instrutores de alto nível daescola: Fábio Tozzi e NicolaPastorino. A cerimónia foi levada aefeito com o antigo rito ondebebendo o chá servido por doisalunos, o Mestre se compromete aselar um acordo inseparável derespeito e confiança, denominandopor primeira vez a pessoa em graucapaz de o apoiar e substituir emcada necessidade. Não faltaramlágrimas de emoção ao ver finalizadauma trajectória de quase trinta anosde fidelidade a uma disciplina e a umMestre.

Resumindo, foi uma festamaravilhosa que une ainda mais como espírito de família, consagrando ovalor, o compromisso nocrescimento e a difusão das ArtesMarciais.

C

DADOS ESTADISTICOS• Sifu Paolo Cangelosi pratica Artes Marciais faz 44 anos.• Ensina desde faz 37 anos.• Além do Kung Fu, também estudou: Judo, Ju Jitzu, Karate, KenJitzu, Iai Do, Boxe e Muay Thai.• Viajou 30 anos pelo Oriente para estudar, pesquisar e praticar aArte Marcial.• Realizou cerca 51 combates, entre outros: combates tradicionaise de Kung Fu (kung fu contact, free style combat, karate, kickboxing e muay thai) com um saldo de 47 vitórias, 2 derrotas e 2empates.• Tem ensinado o seu estilo e se tem exibido em 4 continentes.• Formou 51 Instrutores.• A nossa escola foi frequentada por cerca de 30.000 pessoas. • Realizou 25 vídeos, escreveu 4 livros e mais de 50 artigos pararevistas especializadas.• Percorreu o mundo todo para receber prémios e• Nominações de muita importância, incluído o prémio PlatinumLife, em 2011, na cidade de Valência.• Levou a termo mais de 300 cursos práticos.• Passou de grau cerca de 6.000 estudantes.• Durante os seus cursos se tocaram 33 matérias diferentes de 15 estilos de Kung Fu e 18 artes diferentes.• Se realizaram mais de 50 demonstrações públicas.• Se abriram cursos em 45 lugares diferentes.• Se realizaram na escola 5 torneios, incluindo 4 públicos.• Há estudantes que começaram com 4 anos de idade e agorachegam a superar os 80.• Temos aulas com estudantes que vêm praticando mais de 30 anos.

Prémios

• Mais de 20 anos Andrea Pesce - Vincenzo Soprano - Valter Marini - MassimilianoPerez - Matia Giachino - Mario Meloni - Monica Pino• A escola do ano Roma Via do Carroccio de Fábio Tozzi • A primeira actuaçãoTai Chi Chuan de Mario Meloni e Massimilano Perez• Estudante especial e instrutor especialEnzo Fasciolo - Angela Podeschi)• Ao melhor exame de ESAMI THAI BOXINGSEGUNDO LUGAR Cesare Ghietti - Francesco Barranco)PRIMEIRO LUGAR Andrea Cristofanini - Matteo Di Luca)• Prémio ao treinador Gianpaolo Michelotti - Aissandro Vestri - Cesare Ghietti• PREMIO AGONISTIPietro Mosca - Andrea Cristofanini - Shan Cangelosi• OVER 25 YEAR “SILVER LIFE” Andrea Musenich - Maurizio Pellini - Barbara Macciocu - FabioTozzI - Shan Cangelosi - Flaviano Muzio - Nicola Pastorino - LauraFrancesconi - Lorenzo Redoano• OVER 30' YEARS “GOLDEN LIFE”Angela Podeschi• Premio ao estudante mais jovem Mei Cangelosi• PREMIO para o trabalho de colaboração mais excelente • Minou Risso• Entregou os diplomas Andrea Cristofanini• Entrega de AFICHES genealógicos da Escola Luca Cammarano - Massimiliano Menei - Massimiliano Perez -Mario Meloni - Fabrizio Scelfo - Fabio Tozzi - Nicola Pastorino -Angela Podeschi - Monica Pino• CERIMÓNIA “BAI SHI” entrega GRADO SI BAK VIII°Nicola Pastorino e Fabio Tozzi

s crimes violentoscontra mulherescontam-se entre asacções maisdepreciáveis. Como asmulheres habitualmente

não têm muita força física,consideramos que é importantedesenvolver um instrumento quepossa permitir às mulheres defender-se contra um agressor. O S.D.S.Concept é um conceito holístico dedefesa pessoal, criado para mulheres,com a ajuda de especialistas emdefesa pessoal, oficiais da polícia,advogados e pedagogistas, de acordoàs necessidades e habilidadesespecíficas das mulheres.

As estadísticas mostram que em90% dos casos de agressão a jovensou mulheres, os atacantes pararam aagressão quando encontraram uma grande resistência, tanto

seja física ou verbal. Portanto, os ataques foramcomparativamente inofensivos. Estes

números nos incentivaram aensinar a jovens e

mulheres ast é c n i c a sadequadas

para a defesapessoal.

O uso de objectos quotidianos é crucial para a defesapessoal feminina. Ao contrário dos homens, que têmtendência a usar seus punhos de maneira natural, asmulheres evitam o contacto com o agressor. Isto faz com quesituar um objecto entre o atacante e a mulher, seja umaalternativa atraente. Também é mais fácil ser ferida umapessoa que usa um objecto para defender-se que umapessoa que se defende com as mãos nuas.

As pessoas fisicamentedébeis sempre usam armas ououtros objectos para os ajudara sentir-se mais fortes eseguros e portanto, a ter umaoportunidade realista paralutar contra alguém mais forte.

Objectos quotidianosvs. Armas de defesa pessoal

Os objectos quotidianosuti l izados para a defesapessoal não são armas. Nãose compram nas lojas dearmas, não parecemperigosos e não se identificamfacilmente como armas, nãosão mais que um objectonormal. Isto dá-nos um

grande número de vantagens. Os problemas que provocamas l imitações pessoais por um lado e por outro,provavelmente o respeito imposto por um arma propriamentedita, podem ser os motivos que levem as mulheres a nãocomprar armas. Além do mais, no caso de se comprar umaarma e usá-la, ou tratar de usá-la, poder-se-iam provocarreacções violentas, o que não acontece se não houvernenhuma arma implicada. As pistolas de ar comprimido, ospray de pimenta e os “tasers” são armas que provocamuma reacção ainda mais agressiva no atacante, fazendo quea situação seja ainda mais perigosa.

"O farol" é frequentemente um elemento táctico da defesapessoal feminina. Isto quer dizer que primeiro ocultamos anossa vontade de defesa quando usamos objectos discretos,para usá-los de maneira efectiva só quando as coisas ficamfeias. Não só se podem usar chaves, chaveiros (Kubotan) outelemóveis para defender-nos; malas, batons, colheres,esferográficas, chapéus de chuva, livros, revistas, e muitas

OFotos: Mike Lehner

Texos: Peter Weckauf & Irmi Hanzal

“Não só se podem usarchaves, chaveiros

(Kubotan) ou batompara defender-se:colheres, garfos,chapéus-de-chuva,

livros, revistas e muitasoutras coisas,

podem ser usadas e sãoefectivas”

outras coisas se podem usar de umamaneira efectiva.

Espírito de luta - técnica- tácticas

As mulheres têm de considerar doisimportantes factores em um contextode defesa pessoal. Primeiro eprincipalmente, a vontade é o factormais importante em qualquer situaçãode defesa. Vender-se o melhor possível,lutando incondicionalmente sem serender, até finalizar a ameaça,

são os pilares de qualquer espírito deluta, que é a condição que primeiro se háde ter para qualquer género de acção.

Em segundo lugar, é importanteconsiderar o QUE usar e COMO se temde usar, quer dizer, compreender e usaras técnicas e as tácticas. Compreender,perceber, praticar e

interiorizar os princípios da defesapessoal feminina, é mais importanteque praticar sequências de técnicas.

Se temos um projecto de emergênciaa seguir em caso de situação de defesapessoal, não estaremos indefesos.Teremos então que desenvolver umprograma automatizado quepoderemos uti l izar em qualquersituação de perigo.

Só se devem de empregar astécnicas mais directas e simples para adefesa pessoal feminina. Um bom

agarre do objecto, o punho de martelo,procurar os pontos fracos do oponente,a prática em várias distâncias einclusivamente a luta no solo, devemser partes fundamentais de umprograma de treino bem sucedido.

Além disto, as tácticas devem incluirtreino do engano, aparentar avulnerabil idade até o momento deexecutar as técnicas de defesa, assimcomo as bases da linguagem corporal ea atitude de confiança, o uso da vozassim como tácticas verbais para umuso imediato e inflexível.

O que fazer quando nãose tem nada à mão

Faria muito sentido ter sempre à mãoum objecto apropriado, por exemplo

uma chave ou um telemóvel, mastambém é necessário treinar nossamente para ver os objectos queestiverem perto e possam ser usadoscomo armas e para perceber comousá-los para nos defendermos. Umamão cheia de pedras ou um objectotirado de uma papeleira podem fazer-nos ganhar uns preciosos segundos.Mas afinal, qualquer sistema de defesapessoal deveria estar pensado demaneira a permitir uma defesa pessoalefectiva com as mãos nuas, quer dizer,sem usar objectos.

O S.D.S. Concept é um conceito dedefesa que cumpre todos estescritérios. Grandes especialistas emdefesa ensinam S.D.S. Concept ahomens e mulheres de todo omundo. Ele pode ser incluídonos sistemas existentes e agorasoma outra característica aossistemas defensivos com mãosnuas.

Cada vez mais instrutoresapreciam o S.D.S. Concept eparticipam em cursos naEuropa. Para mais informaçãoacerca de como chegar a ser umInstrutor do S.D.S. Concept, entrarna página www.sds-concept.com

Os próximos cursos de instrutorrealizar-se-ão em 2014. Para maisinformação visitar www.sds-concept.com

“Só se devemempregar astécnicas mais

directas esimples para adefesa pessoal

feminina”

Reportagem

O machado, usado com uma mão como otomahawk americano, ou com duas mãos como omachado de combate - é uma das armas maisantigas. Os romanos, os vikingos, os celtas, osescoceses, os germanos e muitos outros usaramo machado de combate e seus temidos edevastadores efeitos. Inclusivamente nos nossosdias o machado é uti l izado por numerosasunidades especiais militares. No entanto, aregistos ou inclusivamente lugares de formação eensino para esta arma muito especial, é muitoexigente.

Nesta primeira parte da luta com machado, nosconcentraremos nos fundamentos, característicasespeciais e conceitos.

Texto: Peter Weckauf & Irmi HanzalFotos: Mike Lehner

Autodefesa

“Oprogressotécnico na

construção dearmas

erradicoumuitas artes

marciais antigas,em especial o

machado e a lutacom machado. Mas o progresso

permitiu desenvolver umanova arte marcial que ligauma arma antiga com osmétodos e estruturas da

formação moderna”

O CONCEITO DE LUTACOM MACHADO ETOMAHAWK

O progresso técnico na construçãode armas erradicou muitas artesmarciais antigas, em especial omachado e a luta com machado. Mas oprogresso permitiu desenvolver umanova arte marcial que liga uma armaantiga com os métodos e estruturas daformação moderna. A adaptação àscircunstâncias dos nossos dias éfundamental para nós.Aprender a lutar a cavalo,portando grandesmachados não é muitoprópria do século XXI,portanto faz-senecessário trazerideias novas e modernas.Não se enganem,sempre temosconsiderado as

ensinanças e resultados de outras artesmarciais, assim como os princípios,características, manuseio especial ecertamente, as debil idades domachado. E isto é o que faz que onosso sistema seja tão interessante,posto que se pode conseguir um altonível de habilidade com esta arma.

O machado pode ser usado emsituações extremas, por exemplo paradefender-se contra um agressorarmado. Saber enfrentar-se a ataquesnão letais, como estrangulamentos outécnicas de controlo, é tão importante

para o usuário como saber defender-se do próprio machado. O ATFC

(conceito de luta com machadoe tomahawk) não é realmente

um sistema de defesapessoal, trata-se de um

conceito de ArtesMarciais baseado em

princípios. Isto nospermite ensinar

conceitos mais avançados, como operfeito uso do arma.

Porque o machado émelhor que outras armasde curta distância?

Alcance mais amplo - Comparadocom uma faca, o machado tem ummaior alcance quando se modificao agarre, também é muito útilpara distâncias curtas.

Mais opções - Omachado oferece muitasmais opções que amaioria das armas decurta distância.Poder executarm a c h a d a d a s ,cortes, bloqueios,p u n h a l a d a s ,m a n i p u l a ç õ e s ,agarres, técnicasde controlo, é umaclara vantagem.

I m p a c t odevastador -

golpes muito potentes podem terefeitos devastadores nas extremidades,na cabeça e outras partes do corpo, enão requerem de técnicas sofisticadas.

O braço do machado é um objectivodifícil - devido ao seu feitio, é bastantedifícil de atacar o machado y desarmaré ainda mais difícil.

Psicologia - um machado tem umaspecto muito ameaçador eproporciona ao seu usuário umavantagem psicológica.

Ferramenta - assim como uma faca,um machado é também umaferramenta muito útil.

Para que aprender lutacom machado?

Uma das pedras angulares da minhafilosofia é que não fazemos exercícioscom uma arma em especial, masformamos corpos. A arma é umaferramenta que nos ajuda a aprender

os movimentos, a compreender melhoras distâncias, a melhorar a nossamecânica corporal. Qualquer arma temas suas próprias características erecursos. Por isso, o machado é outrafaceta das artes marciais,especialmente através das suasenormes vantagens sobre outras armas.

Não esqueçamos que a luta commachado é uma arte marcial de novo

descoberta e somos dos primeirosa ensiná-la. É especial!

Partes do machadoCabo - pode ser usado para

interceptar, bater ou apunhalar.Contra fio - pode ser usado para

bater, cortar empurrar, manipular e darmachadadas.

Fio - pode ser usado para cortar,manipular e dar machadadas.

Olho - pode ser usado paraapunhalar.

AgarresNós diferenciamos entre• Agarres com uma mão ou com

duas• Agarre longo• Agarre curto• Agarre médio• Agarre com ambas mãos (para

bloquear/golpe central)• Agarre com ambas mãos (zona

mais baixa)

Técnicas do machadoCortes, golpes de puxão, golpes de

martelo (retraindo o machado), golpe depuxão de martelo, punhaladas, golpes demartelo com o contra-fio, cortes curtos,empurrão e manipulação com o cabo domachado, uso da folha como gancho.

Claro está que o tamanho e o pesosó permitem certas técnicas.

Princípios da ATFCOs princípios são ideias básicas e

regras fixas que se classificam por cimade todos os outros procedimentos deconceitos e estratégias. São ascondições e fundamentos, quando sequer entender e aplicar um sistemadeterminado. Portanto, os princípiospodem ser vistos como a "colunavertebral de um sistema". Osprincípios ajudam a perceber eaplicar um determinado sistema

O Conceito de luta com machado eTomahawk não conhece regras. Este éum princípio básico que permite todogénero de ataques e movimentos dedefesa e não restringe a opção doestudante, como pode ser o caso dosdesportos ou da auto-defesa(idoneidade).

Luta agressiva - O ATFC não incluimovimentos de defesa passiva outécnicas moderadas.

O uso de armas corporais (mãos,cotovelos, pernas, joelhos, cabeça)junto com o machado, nos tornamoponentes difíceis.

Atacar o agressor atéeliminar o perigo

Mover-se com fluidez - cadamovimento inicia o seguinte.

O treino de habilidades, como avelocidade, a potencia, ou a explosão, éuma parte importante do nosso conceitode formação. As técnicas por si sós nãoganham uma luta, as habilidades sãotambém importantes, especialmente emcombinação com as técnicas. Portanto,ensinamos programas para melhorar ashabilidades.

Alguns conceitos da lutacom machado

Um conceito é um planeamento decomo comportar-se numa situação deemergência. Os conceitos não devemser confundidos com os princípios,sempre deve existir a opção de alternaros conceitos. Algumas estratégiaspodem ser mais úteis que em outras emcertas situações. Portanto, um conceitosó pode ser uma versão que possa sersubstituída se mudar a situação.

• Perturbar ou destruir o ataque -destruir o braço ou a perna atacante,faz com que os seguintes ataquessejam impossíveis.

• Controlo das mãos - é um programa de defesa contra um atacante armado. Como sempre, quandoassumimos que o agressor está armado, é crucial controlar a mão que ataca.

• Modificar os ângulos - usar todos os ângulos e níveis.• Atacar o objectivo mais próximo - a arma mais comprida (machado) contra o objectivo mais próximo.• Manipulação do corpo - empurrar ou puxar um atacante para desequilibrá-lo. Situá-lo numa posição que

permita atacar depois.• Intercepção - interceptar o ataque antes de que aconteça, enquanto aconteça, ou inclusivamente depois

de que aconteça. • Ataques acima/abaixo - modificar o nível dos vossos ataques.• Criar espaços - abrir a defesa ou a guarda do oponente, usando manipulações, agarres ou tentativas

de agarre.• Contra-atacar imediatamente - qualquer movimento defensivo (desvio, parada, bloqueio) deve

ser usado para iniciar um contra-ataque.• Perceber as distâncias - ler correctamente as distâncias com o oponente, calcular o

alcance, o timing, a preparação e o fechar da distância.• Simultaneidade na defesa -Bloqueio/parada e ataque ao mesmo tempo.

Defesa contra os ataques com machadoHá dois conceitos contra os ataques com um machado: "Bater e correr" e

"a defesa e controlo".

"Bater e correr" é um conceito simples. Parar oatacante com um contra-ataque e fugir. "A defesa econtrolo" pelo contrário, se baseia em um movimentodefensivo, como bloquear, esquivar ou desviar oataque. O seguinte passo é uma tentativa de controlara mão armada e atacar massivamente o agressor.Seguidamente, tratar de controlar a arma e destruir obraço que porta a arma.

Conteúdos do treinoUm treino contém os princípios, conceitos e

atributos de ATFC, assim como as técnicas. Porexemplo: transporte, a manipulação domachado, a posição/distância, asaplicações, o controlo da mão, da defesae contra, a defesa contra armas brancas,defesa contra armas ligeiras, defesacontra armas de mão e rif les, osconceitos e aplicações de desarme,agarres, ataques, luta na longa distância,programa de luta contra o controlo(exercícios de energia atacando, afluidez), exercícios de combate,exercícios para o aumento dahabilidade, formação, únicomachado / machado deguerra, duplo machado /machado, machado /machado e uma faca

Resumindo A minha intenção principal como instrutor

ATFC é ser um bom mestre para os meusalunos e ensinar-lhes coisas significativas eúteis. De maneira alguma o ATFC está emoposição a outros sistemas, antes sim osenriquece e complementa. Para muitosartistas marciais, ATFC é uma maneira demelhorar as suas habilidades e capacidadese para se situar entre os primeiros e

melhores neste campo.

Para mais informação visitarw w w . t o m a h a w k -

combat.com

Autodefesa

“O Conceito de luta com machado eTomahawk não conhece regras.Este é um princípio básico que

permite todo género de ataques emovimentos de defesa e não

restringe a opção do estudante,como pode ser o caso dos

desportos ou da auto-defesa(idoneidade)”

Autodefesa

“Há dois conceitos contraos ataques com um machado:

‘Bater e correr’ e ‘a defesa e controlo’”

REF.

: DVD

/JKD

TIM

TÍTULO: JEET KUNE DO

REF.

: DVD

/JKD

TIM

2

TÍTULO: JEET KUNE DOELEMENTS OF

ATTACK

REF.

: DVD

/JKD

TIM

4

TÍTULO: JEET KUNE DOBRUCE LEE’S

YMCA BOXING

REF.

: DVD

/JKD

TIM

3TÍTULO: JEET KUNE

DO UNLIMITED

REF.: DVD/BURTON TÍTULO: JEET KUNE

DO UNLIMITED

REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: BRUCE LEE: EL HOMBRE Y SU

LEGADO

REF.: DVD/TV2

TÍTULO:HOMENAJE

A BRUCE LEEAUTOR: TED WONG

& CASS MAGDA

REF.

: DVD

/BL

AUTOR: TIM TACKETT

AUTOR: SALVATORE OLIVAAUTOR: B. RICHARDSON

TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS:

TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG

TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”

REF.: DVD/SALVA • DVD/SALVA2• DVD/SALVA3 • DVD/SALVA4• DVD/SALVA5 • DVD/SALVA6 • DVD/SALVA6• DVD/SALVA7

TÍTULO: J.K.D. STREETSAFE:

TÍTULO: KNIFE FIGHTING:

TÍTULO: PROFESSIONALFIGHTING SYSTEM:

ÇTÍTULO: PROFESSIONALFIGHTING SYSTEMKINO

MUTAI:

TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

SIU LIM TAOinglés/Español/Italiano

REF.: DVD/RANDY1TÍTULO: WING

CHUN KUNG FU:CHUM KIU

inglés/Español/Italiano

REF.: DVD/RANDY2

TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

BIU JEE

inglés/Español/Italiano

REF.: DVD/RANDY3

TÍTULO: JKDTRAPPLING

TO GRAPPLING

REF.: DVD/ALM2TÍTULO: FILIPINOMARTIAL ARTS

REF.: DVD/ALM3TÍTULO: STREET-

FIGHTING!JEET KUNE DO

REF.: DVD/ALM4

TÍTULO: JKD

AUTOR: RANDY WILLIAMS

REF.

: MUK

RAND

Y1RE

F.: M

UKRA

NDY3

REF.

: MUK

RAND

Y4

REF.

: MUK

RAND

Y5

REF.

: MUK

RAND

Y6RE

F.: M

UKRA

NDY2

TÍTULO: THE WOODEN DUMMY INGLES/ITALIANO

INGLES

TÍTULO: CONCEPTS &PRINCIPLES

DVD/RANDY4

AUTOR: JOAQUIN ALMERIA

TÍTULO: ESPADA Y DAGATÍTULO: PENTJAK SILAT

TÍTULO: BUKA JALAN SILAT

REF.

: DVD

/SIL

AT3

REF.

: DVD

/SIL

AT

REF.

: DVD

/SIL

AT4

TÍTULO: YAWARA KUBOTAN

AUTOR:MASTER PEREZ

CARRILLO

REF.: DVD/YAW2TÍTULO: 5 EXPERTS- EXTREME STREET

ATTACKS AUTORES: VICTOR

GUTIERREZ,SERGEANT JIM

WAGNER MAJOR AVINARDIA, J.L. ISIDRO& SALVATORE OLIVA

REF.: DVD/DP1

OUTROS ESTILOS

AUTOR: BOB DUBLJANIN

TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVALAUTOR: ANDREA ULITANO

REF.

: DVD

/EFS

1

“Posição da Meia Lua” - ChakrásanaComo em muitos aspectos todos somos simétricos, existem

chacras traseiros, além dos dianteiros que são os maisconhecidos. Isto permite a conexão com o Universo, posto queestes se comunicam com ele mediante as vibrações, além demediante as influências da luz. As variadas posições do Yoga seexecutam não só para relaxar e abrir o corpo, como tambémpara abrir e influir na mente e no corpo, para que aceite e secomunique com estas energias, assim como com a luz.Provavelmente, o mais extraordinário de tudo seja apossibilidade de que o nosso corpo contenha células capazes deapanhar eficazmente a informação e a energia da radiaçãoultravioleta. Explicaremos isto mais detalhadamente.

A energia do Sol penetra na pele devido à transformaçãoquímica em vitamina D3, que é transportada ao fígado e aos rinspara a transformar em vitamina D. Os níveis baixos de vitamina Dpodem levar a ter baixo o cálcio dos ossos, aumentando assim orisco de fracturas.

Mesmo que a vitamina D não fizesse mais nada que protegeros ossos, continuaria a ser essencial e as provas indicam quefaz muito mais! Muitos dos tecidos dos músculos contêmvitamina D, possibilitando a eficaz absorção do cálcio. Masexistem receptores similares em muitos outros órgãos, como apróstata, o coração, os vasos sanguíneos, os músculos e asglândulas endócrinas, e o seu trabalho progressivo provoca quesucedam coisas boas quando a vitamina D chega a estesreceptores.

A ciência está cada vez mais de acordo com que não sóestamos feitos de átomos e moléculas, como também estamosfeitos de luz. Todos nos apercebemos de que a luz não só afectao nosso corpo como também é absorvida para estimular certosritmos biológicos. Além disso, a ciência nos ensina que os bio-fotões são emitidos pelo corpo humano e são libertados devido àcapacidade mental. A existência desta luz endógena foidescoberta em 1920, pelo embriologista russo AlexanderGurwitsch e ficou definitivamente demonstrada quando finalizavaa década dos 60, graças ao uso dos métodos mais modernos. Aluz pode também modular os processos fundamentais decomunicação e o ADN de célula para célula.

Os bio-fotões são uti l izados pelas células de muitosorganismos vivos para comunicar-se, o que facil ita atransferência de informação e a energia que é mais rápida que adifusão química. A comunicação de célula para célula, medianteos bio-fotões, tem sido demonstrada em plantas, bactérias,animais, granulocitos neutrófilos (o tipo mais abundante decélulas de glóbulos brancos nos mamíferos e que forma umaparte essencial do sistema imunitário), assim como nas célulasdos rins. Os pesquisadores demonstraram que a estimulaçãomediante diferente luz espectral (infravermelha, vermelha,amarela, azul, verde e branca) em um extremo dos sensoresespinhais ou nas raízes dos nervos motores, provoca umaumento significativo da actividade fotónica do outro extremo.Isto sugere que a estimulação mediante a luz pode gerar bio-fotões que a conduzem através das fibras neuronais,provavelmente como sinais de comunicação neuronais.Inclusivamente a nível molecular do nosso genoma, o ADN (aonda de bio-fotões) se emite da cromatina do núcleo da célula.Os estudos indicam que a hélice da molécula do AND exibe aforma armazenar a luz de maneira eficaz. Isto se pode definirtambém como uma fonte de emissões de bio-fotões. Estes bio-fotões são emitidos de maneira que afectam à aura do corpo.

Os bio-fotões se caracterizam por um grau extremamente altoem seu ordenamento, que se pode descrever como um tipo delaser biológico que é capaz de criar interferências e parece ser oresponsável por muitas afecções que a luz incoerente ordinárianão poderia conseguir. Esta alta coerência proporciona à ondade fotões a capacidade de criar a ordem de transmitirinformação, enquanto que a caótica luz incoerente simplesmentetransmite energia. Estes bio-fotões têm o poder de ordenar eregular, e ao fazer isto, elevar o organismo a uma maior vibração.Isto se manifesta mediante uma sensação de vitalidade e bemestar.

Os praticantes de Yoga sabem também que o respeito ànutrição adequada do corpo proporciona um maiordesenvolvimento da funcionalidade, do espírito e doconhecimento, posto que uma determinada dieta é um factorcrítico na evolução ascendente dos praticantes a uma esferasuperior de realização energética.

Texto: Evan PantaziYoga Instrutor: Carolina Lino - Ponta Delgada, AçoresFoto de Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores

A luz do Sol é vital, sem ela não há vida. Todosnos apercebemos do feito revitalizante da luz doSol no nosso corpo e espírito, quando após olongo inverno gozamos dos primeiros raios deSol. Mas podemos absorver a energia do Solatravés dos alimentos, assim como através docorpo.

As últimas pesquisas mostram que além dacomposição química da comida, a energia da luz(bio-fotões) é um factor importante na qualidadedos alimentos. Quanta mais luz seja capaz dearmazenar a nossa comida, mais nutrientes nosproporcionará. Por exemplo, as hortaliças e asfrutas que cresceram naturalmente sob a luz doSol, são ricas em energia da luz. A capacidade dearmazenar bio-fotões pode desta maneira ser umamedida da qualidade da comida. Esta energia dosol armazenada encontra o seu caminho até ascélulas através dos alimentos, em forma depequenas partículas de luz. Estas partículas de luz(bio-fotões), que são as unidades mais pequenasde luz, contêm importante bio-informação, que porsua vez controla os complexos processos vitais donosso corpo.

“Posição da Meia Lua”Chakrásana

Com os pés juntos, para inibir a energia quesobe pela parte interior das pernas, o praticantetoca primeiro as pontas dos dedos indicadores eos dedos polegares, formando um triângulo,imitando o feitio de muitos chacras frontais.Primeiro se forma isto com as mãos em frente dochacra raiz com o padrão de triângulo; então, opraticante estica os braços para cima, sobre a suacabeça, com as palmas estendidas.

Quando o prat icante incl ina para trás aspalmas, as partes internas dos braços, a partefrontal do corpo e a zona baixa das pernas, tudose est ica ao mesmo tempo, permit indo aoprat icante sent i r as v ibrações energét icasfortalecidas. Isto permite a energia do Sol ou daatmosfera, entrar através dos chacras frontais,além de pelos nadis mais pequenos no corpoesticado. A parte baixa das pernas esticadastransfere esta energia ao chão com segurança,enquanto que a luz flui para o corpo quando estáorientado para a luz do Sol.

Quando o corpo se inclina para trás não permiteque as energias subam, posto que a parte internadas pernas está selada, as costas e os ombros secomprimem, preservando o fluir livre neurológicoou a transferência energética. Esta posiçãotambém oculta estas zonas particulares da suaprópria luz, focalizando a absorção da luz apenasnestas portas frontais, em vez de numa entradaequilibrada pelos chacras e nadis frontais etraseiros.

Quando a luz é absorvida através dos portões enadis frontais, se concentra a luz espectral queentra (infravermelha, vermelha, amarela, azul,verde e branca) nos nervos sensoriais,aumentando-se a dispersão na actividade bio-fotónica por toda a estrutura. A luz dirigida atravésdas f ibras neuronais, como comunicaçãoneuronal, manda uma série de mensagensordenadas e reguladas, que leva o organismo aum nível maior de frequência vibratória baixa, anível do ADN. Esta focalização frontal limpa aenergia do corpo que se dirige para o chão,mediante a luz solar pura e directa, eliminando oestresse e os restos da energia parada. A luzenergética apropriada penetra na parte interna docorpo através dos alimentos que comemos, tendoassim um círculo completo de nutrição energéticapara a nossa alma.

Sorria durante toda a posição (e com todas asposições, acções e posições), masespecialmente quando se esticar para trás.Isto estica os músculos faciais, além depermitir uma maior absorção de energia daluz. Isto proporciona uma sensação dejuventude (além da aparência) e a felicidadede uma criançadespreocupada.

Respiração eintenção

Comece situando-secom os pés juntos einspire profundamentepelo nariz, permitindo aenergia fluir em direcçãoao chão. O equil íbrioproporcionado pelaactividade das partes direitae esquerda do cérebro, criauma fonte de energia quedesce até os nervos motores eos tornozelos e a parte exteriordo pé. Durante a inalação, sesente o ar ou a energia que fluipara baixo, para o períneo epara a parte traseira daspernas e a parte externado pé, criando umaconexão entre corpoe mente, onde seestabelece. Então,o praticante formao espaço triangularcom as mãos, largao ar devagar,sentindo a energiaque subo pelaespinha desde ochacra raiz emdirecção às mãos eombros. A espinhadorsal estáligeiramente curvadapara permitir um fluirlivre.

Mais uma vez,levantando os braços porcima da cabeça e para trás,se inspira profundamente,sentindo as vibrações nas palmas,a parte interna dos braços e a partefrontal do corpo, descendo para ochão, l impando o corpocompletamente. Tem de se deitar forao ar devagar, nesta realizaçãocompleta da posição, para estabilizaro peso do corpo para uma ulteriorprocura de estímulo eléctrico desdeo cérebro aos músculos quemantêm esta posição.

Quando se inspira, de novosentimos que a luz do sol absorveo calor das vibrações mais finaspara o nosso núcleo e transcendepara o chão. Permitimos que a luzse manifeste completamente paranós, enquanto o nosso corpo,mente e espírito se rejuvenescem ese nutrem completamente.

No próximo número: “De pé,dobrado para diante”Pádahastásana

COMO ESTÁ PLANEJADOO “FU-SHIH KENPO”

(2ª Parte)Nas técnicas de contacto, por vezes,

interceptando tem de se adiantar aperna (esq. ou dta.) para obstaculizar aperna adiantada do contrário. Destamaneira se bloqueia a sua linha deataque. Seguidamente, bater forte eenergicamente no membro atacante(braço ou perna) do adversário, a fim deo anular devido à dor ou aoadormecimento momentâneo peloimpacto. Em outras ocasiões batemosdirectamente no joelho, anca o membroatacante, (braço/perna). Quando a linhadefensiva foi quebrada e o braçoatacante (ou perna) foi tambémincapacitado, se pode chegar ao corpoe bater nele sem perigo tanto e dondese queira. Consoante a técnica e graude perigosidade do oponente, porvezes nem sequer defendemos oataque propriamente dito; antes simentramos em contra, batendo em umângulo contrário ao do ataque.

Tem de se fazer com precaução,porque caso contrário se anula obraço avançado do adversário, tendoentão de se anular o seu ataquepreferentemente com um pontapébaixo à tíbia ou ao joelho, prevenindoassim que o oponente continue nalinha de retirada e ataque desde outroângulo.

Esquiva, verificação e batimento aocorpo, rosto ou de anulação de umcontra-ataque.

Existem três tipos básicos debatimentos neste sistema:

de CHICOTE, de PENETRAÇÃO ede PROFUNDIDADE

Batimento de ChicoteEste é um golpe típico, praticado

em quase todos os estilos de ArtesMarciais. O golpe pode sercomparado a dar uma chicotada comuma toalha, ou como a língua de umaserpente, um movimento rápido defora para dentro, percutor frontal derevés, ou no corpo a corpo (ura zuki,ura ken, kin geri, etc.). Não háintenção de penetração ou forçaneste golpe. O seu objectivo é arapidez, (ser espontâneo e instintivo)e se usa principalmente contra pontossuperficiais dos ossos, o nariz, osolhos, os lábios, clavícula, genitais,viri lhas, menisco, axilas, bíceps,trapézios, plexo solar, costelasflutuantes, pescoço, e determinadospontos vitais. Se utiliza principalmentepara desviar a visão do oponente eassim evitar um contra-ataque, oucomo técnica de antecipação. O grau

de descarga irá variar conforme acapacidade do praticante em termosde velocidade e ponto de foco.

Golpe de PenetraçãoEste golpe é um só movimento

explosivo para fora, no qual se praticauma penetração estimada em 7,5cm.A realização deste movimento érelativamente fácil, necessitando umgrau de precisão.

Os pontos principais são: as fontes,a mandíbula, ambos lados do pescoço,o coração, o esterno, o pâncreas, etc.Qualquer ponto do corpo que possorequerer um certo grau deprofundidade na penetração do golpe.Portanto, há uma maior descarga(Tigre) no momento do impacto.

Golpe de ProfundidadeEste golpe é habitual em todo

género de artes marciais duras. Ogolpe necessita uns 15cm depenetração. É um golpe para alcançarpontos mais profundos no corpo, ouquando temos o oponente contra aparede ou qualquer outra estrutura.

O golpe de profundidade,normalmente finaliza uma combinação.Sendo este golpe o mais poderoso,não deveria ser utilizado até terreduzido ou ferido consideravelmenteo oponente. Quando usadodemasiadamente cedo, ou seja, comotécnica inicial numa combinação, istodeixa o oponente fora da possibilidadede continuar e então faz-se necessáriocomeçar o ataque de novo.

Resposta directa a um ataque emcurso.

Reacção reflexa na acçãodefensiva/atacante.

AVANCE PROGRESSIVO -RESPOSTAPROGRESSIVA

O avance é usado de maneiraconstrutiva para os seguintespropósitos:

• Para adicionar impulso a umataque de braço ou perna.

• Para obstaculizar uma l inhaatacante.

• Para quebrar interior eexteriormente numa série atacante oudefensiva.

• Para cortar ou esquivar ummovimento agressivo.

• Para repor, para voltar a pôr emlinha uma combinação atacante ouum contra-ataque defensivo.

• Para deixar sem visão o oponentenuma reacção concatenada demovimentos atacantes ou defensivos,que surgem em diversos ângulos eaplicados a diferentes zonas do

corpo, pelo que é quase impossívelparar a avalanche de golpes.

LINHA DE RETIRADA Para que uma retirada seja bem

sucedida, faz-se necessário bater naperna adiantada do contrário ou naspartes baixas do corpo. O uso dedesgarro ou compressão de nervos,tendões ou pontos de pressão, sãotécnicas frequentes no Fu-Shih Kenpo,devido a que causam tanta dor que amesma não permite toda futuraagressão do inimigo. Logicamente, asmãos e especialmente os dedosdevem ser treinados à consciência,para marcar, penetrar e agarrar.

No Fu-Shih Kenpo, a garra é umaarma de curta e longa trajectória. O graude dor e a ferida, quando se é apertadopela garra, é severo e por vezes as suasconsequências são fatais. Esta técnica éa preferida de muitos praticantes deArtes Marciais, porque é tão rápidacomo um soco e numa situação deataque ou defesa, proporciona maisdomínio sobre o adversário.

BASE PARA UMA DEFESA CONSTRUTIVA

1) Parar ou bloquear a l inhaofensiva, preferivelmente no círculoexterior (não se necessita tantavelocidade e é mais seguro).

2) Isolar ou destruir a perna ou obraço atacante, ao mesmo tempo quese provoca uma obstrução ou separalisa uma possível agressão.

3) Contra-atacar ao corpo ou àcabeça, consoante a posição do corpo ea possibilidade de chegar ao objectivo.

• Para no corpo a corpo(aproximação) tornar nula apenetração e/ou a profundidade deum possível segundo golpe dooponente.

• Para anular a continuidade doadversário, estabelecendo uma reacçãodefensiva e atacante simultaneamente.

• Para antecipar-se às ulteriorestécnicas atacantes do sujeito.

• Para desencadear ou activar anossa própria energia interna, utilizandoolhar penetrante e uma disposiçãomental decidida e concentrada.

Por regra geral, no Fu-Shih Kenpo eprincipalmente quando o nossoinimigo mostra ser perigoso, nãoexiste retrocesso. sempre avance. Oretrocesso permite ao inimigodominar e controlar as nossasreacções, proporcionando-lhe tempopara construir as suas manobras.

“SE ESTIVERES BEM TREINADO EO TEU ESPÍRITU É FORTE, AVANÇASEMPRE. É PROGRESSIVO”

“Neste sistemaexistem três

tipos básicos debatimentos: de CHICOTE,

de PENETRAÇÃOe de

PROFUNDIDADE”

“Eu sou um grou branco”Certa vez um estudante me perguntou por que motivo a

maneira em que eu praticava o Boxe do Grou Branco eracompletamente diferente à maneira como a ele lhe tinhamensinado.

A minha resposta foi simples e directa: “Tu estás fazendoGrou Branco, eu não”. Ele ficou perplexo, eu podia ver que eleestava tratando de interpretar o que eu tinha dito.

Acabou por dizer que não percebia…, e de novo perguntou oque queria eu dizer? Então respondi que devia observar os outrosestudantes e instrutores de o nosso estilo Grou e aprender deles,depois poderia voltar a mim e perceber o que eu tinha dito.

Quando voltou ele me disse que parecia que a muitos outroscustava um grande esforço realizar os movimentos e que eu ostinha dominado sem fazer grandes esforços, quando mostravaaos estudantes as formas e outros movimentos.

Perguntei: “E porque é assim?”. Me disse que não sabia. Acabei com a as suas dúvidas e respondi à sua pergunta:

“Podes ver que não estou praticando Boxe do Grou Branco.Não me estou esforçando na Arte. Não estou fazendo umaexibição procurando a admiração de outros para alimentar omeu ego. Simplesmente “eu sou um Grou Branco lutando!”

Expliquei que se alguém continuava 'praticando' Boxe doGrou Branco só conseguiria alcançar os níveis básicos da Arte.Não conseguiria compreender os aspectos da luta ou da energiada Arte, a expressão da “esencial energy” e o espírito da Arte doBoxe do Grou Branco.

A acção forçada não é uma “acção natural”. O que é maisnatural que um Grou Branco na natureza, quando faz ummovimento em posição estática?

“O nosso Grou Branco, que surge da tradição do Zhenlan doMestre Lin Yuan Dun de Fuzhou, China, está baseado epraticamente concentrado em um método marcial que se afastada capacidade física suprema ou da grande elasticidade, vistoestar delineado para que as pessoas se defendam em situaçõesda realidade do mundo. O boxe do Grou Branco tem evoluídocom o tempo tal e como devem fazer as boas Artes Marciais.Mas os estilos e escolas relacionados com ele se têm mantidofiéis à tradição de “usar o grou como forma de Boxe, imitando asua aparência externa e fazendo sua a essência interna,juntando a forma com o espírito” - diz o Shifu Goninan.

O Zhenlan Gongfu do Grou Branco partilha similitudestécnicas com a forma original, mas também incorpora métodose teorias originais. O ênfase primordial reside no treinofundamental, que por sua vez se baseia nas habilidades, teorias,princípios e conceitos transmitidos por Fang Qiniang, Fundadordo Grou Branco.

A simplicidade que agora oculta a profundidade do sistemade Zhenlan, contrasta muito com o resto das Artes Marciais queactualmente se ensinam, nas que se encontram os chamados“Artistas Marciais profissionais”, que vivem do ensino, portantoé compreensível que tenha havido modificações de tipocomercial no ensino desses estilos. Esta comprometida situaçãosurge quando a cultura tradicional está em colisão com aeconomia de Mercado que provoca a aparição dos ArtistasMarciais profissionais e as escolas profissionais de ArtesMarciais”. Nós só podemos lamentar esta triste situação!

Os movimentos do ZhenlanGongfu são belos, graciosos,suaves e naturais. São elegantes àvista e fluem continuamente de umpara outro. Os movimentos podemser grandes ou pequenos, altos oubaixos, rápidos ou lentos. Depende danatureza dos indivíduos. O corpo estádireito e os movimentos são directos,circulares, ligeiros, rápidos, suaves evivos. O praticante de ZhenlanGongfu deveria mover-se como umrio fluindo suavemente ou como umanuvem que se desloca com ligeireza.

Goninan explicava aosestudantes que o “Zhenlan Gongfudo Grou Branco é mais circular queoutros estilos, e nisso se baseiagrande parte da sua graça e energia.Os círculos geram energia. Tratando debater com esses círculos, os braçossentem que estão aferrados a umciclone de energia. Trata-se detécnicas de mão constantes e semretorno. Ao mesmo tempo, o Zhenlantem uma economia de movimentos que o faz único, limpo,discreto e letal - perfeito para se desfazer dos atacantes”.

Eu disse ao estudante que para incorporar a acção natural“devia esforçar-se em perceber o Qiujin, a sensibilidade física eo conhecimento sensorial da mente como uma forma circular doQi, que é natural, penetrante e rápido e pode manifestar-se emqualquer momento. O Qiujin se distingue acima de tudo por nãonecessitar retrair o corpo ou as extremidades. É uma forçacompletamente penetrante e se transmite mediante osmovimentos dos braços e das pernas. Comunica osmovimentos de cada um com seu interior, adquirindo assim ahabilidade de agir mediante “sensações” intuitivas.

Por meio do processo da aprendizagem (que consiste emreconhecer e perceber, não em acumular e imitar) se deviacomeçar a perceber como "o mental e o físico" interferem um nooutro, e a desenvolver a habilidade de os combinar. O treino é feitomediante o processo de compreender os movimentos musculares,

a estrutura corporal (esqueleto,ligamentos e tendões, o Qi

incorporado (a energia) e o próprioprocesso mental. Relaxar é

fundamental para a Arte. Relaxarimplica o processo de agilidade,

suavidade, elasticidade e fa jing (liberaçãode poder). Logo que o praticante deZhenlan toca nas mãos do oponente, podesentir o peso do mesmo e o seu centro degravidade, assim como da técnica ou dogolpe que o oponente vai usar.

Por último, o praticante de Zhenlan écapaz de pressentir a intenção dooponente sem contacto, mediante oconhecimento. Pode redirigir a força dooponente e usá-la contra ele ouincorporar o Fa Jin (golpes que liberamenergia) dependendo do nível da ameaça.

Muitas vezes tenho visto que algunsdos que praticam o Grou Branco e asArtes Marciais se moviam comvelocidade e potência, mas tambémoutros se moviam como caixas, carentesde entrar em contacto com o essencial datécnica. Muitos estavam fazendo'demonstrações' do seu próprio ego,procurando a admiração dos assistentes.Seus movimentos eram extravagantes echamavam a tenção, duros e externos,faltos de acção natural e de fluidez,carentes da verdadeira essência, energiae espírito.

Inclusivamente quando os seusmovimentos se tornam suaves, terão quedescer seus níveis de estado natural.Quando chegam ao estado de ser, osseus movimentos se tornam muitonaturais e podem mandar a sua energia àvontade.

É necessário perceber que todosestamos destinados a isso, assim como

aconteceu com aqueles que nosprecederam. O psicólogo suíço Carl Jungredescobriu isto e o denominou“subconsciente colectivo”.

A realidade sempre é física, seencontra entre nós e o mundo, em partedentro e em parte fora, em parte pessoal,

em parte impessoal, emparte material, em parteimaterial. Por isso, nummundo onde supostamenteprevalece a razão, mais dametade do mundo acreditano espírito e no espiritual.

Dentro das ArtesMarciais tudo é energia.Procurem que a energia e avossa visão do mundo vaimudando como o farão asArtes Marciais. Isto não éfilosofia, é física.

Por vezes, durante oestudo das Artes Marciaistemos "Flashes". O que eudenomino simplesmente"faíscas bri lhantes", deentendimento, da técnica,das aplicações nãoconsideradas ouconhecidas.

Estes são os momentosem que sentimos algorealmente especial acercadas artes. Vêm de maneira

rápida e têm o propósito de nos ensinaralguma coisa especial. É quase como seuma porta do templo se abrisse duranteuns segundos, o que nos permite ver ousentir algo maravilhoso... Uma novamaneira de pensar, mover-se, compreender!

Quando o vosso subconsciente e onosso consciente se unem, acontecemestes “flashes” e sentiremos algumacoisa sob uma luz completamente nova.

A conexão entre corpo e mente era aúnica “tecnologia” com a que o antigoMestre tinha que trabalhar. Não é deestranhar que soubessem tantas coisasdas que agora estamos redescobrindo asua verdade. Os Mestres antigosrealmente percebiam o “pensamento”passando da intenção à acção! O antigocaminho das Artes Marciais eraorgulhosamente mais profundo e levavaconsigo mais conhecimento que aqueleque seguimos hoje em dia.

Aristóteles disse: “Educar a mente semeducar o coração, não é educar emabsoluto”.

Um verdadeiro mestre se ensina a sipróprio em primeiro lugar. Não se importade se alguém segue suas ensinanças eideias. Preocupar-se por isso seria terego. O verdadeiro mestre faz o que tem afazer, não o que se lhe diz que faça oupara que o vejam fazer. Se ninguém oescuta, não se desespera. Está certo desi mesmo.

Estou em um ponto na minha vida queme parece ter aprendido a ser"simplesmente humano", sem esforçodesnecessário nem ego. Não sintonecessidade de categorias, títulos ou deoutro tipo de reconhecimentos. Me sintofeliz simplesmente "sendo". Isto não seencontra no êxito ou no fracasso, nem noesforço em todo momento da vida, postoque está no coração e no espírito do querealmente é importante. Não é o quesucede na vida, mas como reagimosperante isso que importa. Temos quedeixar de nos esforçarmos tanto esimplesmente "ser". Esta é, então, aessência, a energia e o espírito do Boxedo Grou Branco.

O Zhenlan Gongfu do Grou Branco émais suave, mais fluido, mais grácil ecom movimentos como de baile. Encarnauma subtil naturalidade que conduz a ser“natural e complexo, subtil e complexo.

O resultado final é “tornar-se um GrouBranco”.

Foto: “Mestre Lin Yuan Dun em acção” Foto: “Estátua do Fundador do Grou Branco, Fan Qiniang”Foto: “Shifu Ron Goninan e seu estudante número um, Wayne

Jacobson”.

ACERCA DO AUTOR:É possível contactar com Ron Goninan

por e-mail em: [email protected] página web é:www.whitecranegongfu.info Está sempre disponível para

representantes e aqueles que procuram oCaminho.

“Como estás aver, não estou

praticando o Boxe do GrouBranco. Não meestou esforçando

na Arte. Não estou fazendo

uma exibiçãoprocurando aadmiração deoutrem para

alimentar o meuego.

Simplesmente,“Eu sou um GrouBranco lutando!”

As técnicas da serpente no Shaolin Hung Gar Kung Fu

Serpente As técnicas da serpente aumentam a vitalidade e a força interior. As suas técnicas têm a

ver com afilosofia do elemento água. A serpente está sempre em movimento. Utiliza a força do Chi

para seus ataques rápidos e específicos com os dedos, nas partes débeis do corpo dooponente, por exemplo, nas partes moles.

As técnicas do estilo da serpente têm muita precisão e são menos selvagens. É muitoimportante imitar os movimentos suaves e flexíveis da serpente. A serpente se movimentalenta e tranquilamente, mas seus ataques são directos e rápidos, quando os dedosindicados acertam e simbolizam a sua cabeça ou os seus dentes venenosos.

Karate

Sensei Taiji Kase foi um dosgrandes Mestres de Karate doSéculo XX. Conhecido no mundointeiro como um lutadorextraordinário e como professorde primeiro nível, nunca deixoude aperfeiçoar e desenvolver asua Arte para criar seu próprioestilo. Pouco antes defalecer, em 2004 criou aA c a d e m i aInternational (KaseHa Shotokan RyuKarate-Do) e situouna sua direcção eorientação seusestudantes maischegados, incluídoSensei PascalLecourt (naFrança), 6ºDan,que foi seuassistente maisdestacado durantetrinta anos. O legadocompleto de Sensei Kasepermanece ainda vivocom a testemunha quesegue.

Entrevista deSensei Pascal

Lecourt, herdeirodo Mestre Kase.

Texto: François LehnFotos: François Lehn & SenseiChristian Leromancer, 5º Dan

Entrevista

Sensei Taiji Kase: A ver-dadeira essência docaminho do Karate

Sensei Pascal Lecourt, herdeiro doMestre Kase

Com motivo do lançamento do DVD"Fundamentos da Escola Kase-Ha",oferecemos ao nossos leitores estaentrevista com Sensei Pascal Lecourt,6ºDan, que ensina em Rouen (França) etambém é instrutor internacional. Foiestudante e assistente do Mestre Kasedurante 30 anos. Seguidamente, elenos proporciona um testemunho únicoacerca da essência da prática e dasensinanças do Mestre Kase, mas acimade tudo acerca do homem que era: umdos lutadores de Karate mais importan-tes do Século XX, um devoto apaixona-do pela pesquisa e pelo estudo, paradesenvolver e aperfeiçoar a sua Arte,um homem de grande humildade, sem-pre dedicado aos outros.

Cinturão Negro: Sensei Kase estáconsiderado uno dos mais grandesMestres do Karate do Século XX eum destacado lutador. De onde vema sua reputação?

Sensei Pascal Lecourt: Antes de serum Grande Mestre foi um líder e pionei-ro do Karate em França. Sensei Kase foiacima de tudo um grande lutador. Nãosó foi fonte das primeiras regras dascompetições de Karate no Japão daJKA (Associação Japonesa de Karate)após a morte do Mestre Funakoshi,também foi ele quem respondeu aosdesafios lançados contra o Karatepelos competidores de outros despor-tos de combate. Naquele momento,isso era um acontecimento muitocomum e como o Karate estava come-çando a dar-se a conhecer, era impor-tante demonstrar seu valor. Foi enviadopor todo o mundo para promover oKarate e a JKA, junto com um grupo deespecialistas em que se encontravamos Senseis Enoeda, Shirai e Kanazawa.Teve que lutar em combates reais, semjuízes nem regras, contra pugilistas elutadores e todo tipo, etc. Para ele, nãoera tanto uma questão de lutar por pra-zer ou para avaliar a sua técnica, era

pela honra do Japão e do Karate. NoDVD, a Sra. Kase fala nessas lutas ediz-nos que não perdeu nem um sócombate. Este aspecto da sua vidacontribuiu à sua reputação de lutadorexcepcional, o que sem dúvida eracerto. Muitas são as histórias acercadas lutas reais em que participou.Quando ouvimos dizer que o Karate tra-dicional e em especial o de Sensei Kasenão é realista, não posso nem acreditarque se possa dizer uma coisa assim...

"Durante as sessões de treino, porvezes houve mortos"

Kase Sensei se formou numa épocaem que o Japão estava em guerra; avida e a morte pendiam de um fio. OKarate se ensinava de maneira rigorosae realista. Kase Sensei nos disse quedurante os treinos, por vezes houvemortes, posto que o karateka estavacompletamente dedicado à sua práticae porque o Karate estava dirigido à rea-lidade. O Ministério do qual dependia,optou por olhar para outro lado. Eranecessário formar, a fim de lutar contraa invasão estado-unidense. O espíritomilitar da época e o facto de o Japãoestar em guerra, contribuíram a dar umespírito forte e implacável à formação.Com 16 anos, Sensei Kase se alistou naMarinha, na divisão dos Kamikaze. Nodia em que recebeu a ordem de levan-tar voo foi o dia da firma do armistício.

Tinha recebido treino militar e teria par-ticipado na guerra. Sinto-me feliz deque a História o tenha salvo.

"Uma técnica devematar"

Partindo desse período e dessegénero de formação, se tem mantidoalgo essencial que marcou o seu Karatedurante toda a sua vida. Não só se tra-tava de um instinto de vida e de comba-te, como também de um forte apego à"Ippon Shobu", com a qual estavamuito a favor. quer dizer, a vitória pormeio de uma só técnica, bater e nocau-tear um oponente em um só movimen-to, perfeito e decisivo por sua velocida-de, potência e precisão. “Uma técnicadeve matar"- acostumava a dizer. OMestre Kase não tinha rival nessa suamaneira de praticar. Era conhecido ereconhecido por seu sem igual Kime.Sabia como enfocar um máximo deenergia em cada uma das suas técni-cas. Além disso, a sua educação e asua família também ajudaram a formara sua personalidade como homem ecomo um lutador. Ele me disse umavez, que seu pai era muito exigente e oproibira de se queixar. Sendo muitocriança, quando voltava da escola umdia se caiu e se magoou nos joelhos.Chorou o tempo todo no caminho para

casa. Em frente da sua casa secou aslágrimas, se aproximou do pai sem cho-rar, foi para o seu quarto e tornou a cho-rar. Estas histórias da sua vida e do seucontexto histórico são só alguns doselementos que nos levam a compreen-der o que em determinados momentosda sua vida o ajudou a se desenvolverna sua prática. Mas se alcançou a con-dição de Grande Mestre foi por tersuperado os parâmetros mais duros esempre tratou de melhorar seuKarate. Ao longo da sua vida se des-tacou por se aproximar à própriaessência do Karate.

C.N.: Quais são ascaracterísticas quefizeram único o seuestilo?

S.P.L.: SenseiKase foi umgénio da Arte. Asua visão daprática eraúnica. Porexemplo, é oúnico em quese juntaram osprincípios daescola dasduas espadas

"Ninten Ryu", de Miyamoto Musashi,(que pertence à historia feudal doJapão) com o Karate moderno doMestre Funakoshi. Esta pesquisa olevou a desenvolver muitas técnicas demão aberta, como se os braços e asmãos abertas fossem espadas por si

mesmas. Esta descoberta nãosó é também aplicável em

ambas guardas e adap-tada a diferentes altu-ras, dependendo da cir-cunstância, como tam-bém nos bloqueios e

bloqueios duplos, noscontra-ataques, as para-

das, no movimento ou nasincronização. Esta

característica dedesenho é única

no seu estu-d o .

Também desenvolveu várias combina-ções dedicadas à aprofundar esta des-coberta, ambas com as mãos abertasou com os punhos fechados.

As diferentes técnicas: O-Wasa, Chu-Ko-e Wasa e Ko-Wasa (longa, media oucurta distância) também são caracterís-ticas da sua prática.

Outra característica do seu estudo éo conhecimento subtil e o domínio darespiração. A sua energia se baseia nasua profundamente respiração. A respi-ração era para ele o factor crucial paraaumentar seu poder; o fluir de energiaque dela provém era essencial. Os qua-tro princípios da respiração, com suasramificações, que desenvolveu e que sedescrevem no DVD, são a chave. Poroutra parte, o Mestre Kase era capaz dealcançar uma relaxação profunda docorpo, o que lhe deu uma facilidade demovimento sem precedentes e favore-ceu uma expressão pura da energia. Eleensinou a ir de 0 (relaxado) até chegar a

100 (tensão) numa frac-ção de segundo e acontinuação, voltar a0 com a mesma rapi-dez.

Também há um aspectode toda a energia e a vibração, que é

específica para o seu estudo. Insistiu naligação com a Terra: "ten shin jin", acos-tumava a dizer: céu terra homem. A uni-ficação do homem com o céu e a terra,podem desenvolver uma forte energiaatravés da técnica. Com os pés no chãoe a cabeça no céu, pode capturar aenergia do céu, com os pés ancorados,

a fim de capturar a energia e as ema-nações da terra. "O homem écomo uma ponte entre as duas, ohomem é a expressão das duasenergias. Quanto mais se con-centra a exalação em umponto, melhor funciona atécnica" - acostuma dizer.

Sensei Kase tambémensinou que quando se dis-

persa o espírito, a energia seperde no universo. Tambéminsistiu muito na visualização,o que foi um ponto crucial.Mas muitas outras coisas se

Entrevista

poderiam dizer das fantásticas descobertas que fez nas suaspesquisas.

C.N.: Tu que o conheceste como homem…, como erana sua vida quotidiana?

S.P.L.: O Mestre Kase acostuma dizer que "O Karate é vidae a vida é Karate". A Arte ou a vida têm os mesmos mecanis-mos. Levou esta frase tão longe como lhe foi possível... Eraum homem humilde, decidido, com um profundo desejo desaber, de estudo e aperfeiçoamento da sua arte, aberto aosoutros e cheio de bondade para os seus alunos. Amava osseres humanos. Não existia nenhuma rudeza nem brutalida-de na sua prática, deu valor ao nível artístico, em seu sentidoprofundo. Quer dizer: a energia agressiva é vulgar. A energiado Mestre é positiva, criativa e permite-lhe enquanto que anegativa destrói a outra pessoa. No kumite, por exemplo,quando o ego tem prioridade, é uma agressividade que seenfrenta à agressividade. Sensei Kase nos dizia: "É melhorquebrar o braço do oponente com técnicas de mão aberta(Shuto), em vez de destruir a integridade física da pessoa".Assim protegemos a pessoa e nos protegemos. Foi de algu-ma maneira irónico como Mestre de Karate, mas tambémdeixou a marca do seu trabalho interno e do seu progressona compreensão da essência do Karate.

O Mestre Kase viveu para o estudo, foi um dos mestres maisavançados da sua geração nesta procura. Como muitos artis-tas, trata-se de indivíduos que se alimentam dos seus estudos.Não estava interessado em quais podiam ser os efeitos ou emobter algum reconhecimento internacional. Não sabia quantodinheiro ganhava, quantas pessoas assistiam aos seus treinos,ou que género de glória poderia alcançar. Não tinha nenhuminteresse no interesse, apesar de ser um mestre reconhecidointernacionalmente e altamente procurado. Seu irmão disseno dia do seu funeral em Père Lachaise, que não sabia tinhachegado a ser tão conhecido em todo o mundo.

O Mestre Kase não estava procurando nenhum "altoencargo". Quando estava no Japão com ele, em 1987, aJKA procurava um verdadeiro líder. Perguntei-lhe seestava interessado. Ele respondeu que se tivesse de seencarregar dessa organização mais uma vez, nuncamais poderia vestir o quimono… Teria de vestir de“fato, gravata levar consigo uma caneta…” Oque ele queria sempre era praticar e apro-fundar nos seus estudos. Na Françatambém não procurou obter um bomlugar. Frequentemente dizia:"Primeiro é a liberdade".

"As suas ensinançaseram para todos"

Ao Mestre não se preocupavacom a glória nem o reconhecimento.Não lhe agradavam as entrevistasnem gostava de estar em evidência.

Quando lhe disseram que

era um Grande Mestre, ele apenas sorriu e continuou a andar.Um dia eu lhe disse: "Sensei, mais tarde ou mais cedo tem demorrer e não há nada acerca de si, não há livros acerca de si,do seu estudo ou da sua compreensão da prática, não há umDVD, não há nada". A sua resposta foi:

7

Karate

"No dia que escrever um, já nada terei a dizer. Se o escre-vesse hoje pode muito bem ser que me contradiga daqui adez anos".

A única coisa que realmente para ele era importante na suaprática era a pesquisa da essência do Karate, o estudo, ainvestigação e o ensino. O seu ensino era para todos, semelitismos. No entanto, para se ter acesso a ela era precisosuperar-se a si próprio.

"Amor, perdão, amabilidade, honra"A conclusão final para a sua inco-

mum personalidade era que ele nãogostava de conflitos. Lembro-mebem que durante uma sessãode treino treinamos muitoarduamente e um grupo deindivíduos de repente se sen-tou no meio do ginásio. Euestava furioso de os ver ali,daquela maneira; querialançar-me sobre eles,mas o meuMestre medeteve,

negando com a cabeça. Outra vez, na Finlândia, em 1996,fazia bom tempo, estávamos no exterior depois de um cursode treino e ele me disse: "Sinto-me bem porque não temosnenhum conflito, isto é como se fossem umas férias".

Também era um bom pai. Era apaixonado por máquinas defotografia (tinha várias em casa), pela Astronomia e pelaLiteratura Francesa, Russa, e Japonesa clássica. Sempreandava à procura do equilíbrio em todos os aspectos da suavida.

Uma última coisa me vem à memoria. Em seu funeral, naFrança, um monge Zen que conhecia bem Sensei Kase, leuuma oração fúnebre. A tradição é recordar as maiores quali-dades do falecido. O monge falou do seu amor, perdão, ama-bilidade e honra. Eu guardo estas virtudes no meu coração efaço tudo o possível por utilizá-las nas minhas ensinanças ena apresentação do Karate desenvolvido pelo Mestre Kase.

Datas e factos importantes navida do Mestre Case

Sensei Taiji Kase nasceu a 9 de Fevereiro de 1929,em Tóquio.

Em Fevereiro de 1944, contando 15 anos, dá entra-da no Honbu Dojo Shotokan, onde treina comYoshitaka Funakoshi

Em Março de 1945 se inscreve na Escola da Marinha,na secção de Pilotos Kamikaze. Ali permanece até fina-

lizar a Guerra.Em 1949, com 20 anos, Sensei Kase é o mais

jovem em alcançar a categoria de Sandan.Faz-se professor e ensina Kumite, treinandoinstrutores como Enoeda, Shirai, Kanazawae Ochi.

Em 1965, o presidente da JKA e oMinistro de Assuntos Estrangeiros doJapão o encarregam de realizar a difusãodo Karate-Do por todo o mundo.

Chega a Paris em Agosto de 1967,onde se estabelece com sua família. Ali

iria morar durante o resto da sua vida.A partir de 1976 ministrou seminá-

rios por todo o mundo.Em Maio de 1999, Sensei Kase

teve o primeiro ataque ao coração.Após seis meses de descanso for-

çoso, volta a dar lições e ao seutreino.

Em 2004, funda aAcademia International(Academia Kase Ha

Shotokan Ryu Karate-Do)

Entrevista

Sensei Kase vem a falecer a 24 de Novembro de 2004. É enterradono cemitério Père Lachaise, de Paris. Chegaram para apresentar oseu respeito seus familiares, amigos e estudantes de todo o mundo.

Sensei Pascal Lecourt: um DVD e as etapaspara transmitir a herança

Depois de trinta seis anos de prática, incluindo trinta como estu-dante e assistente de Sensei Taiji Kase e de que o mesmo o designas-se Director da "Academia Kase Ha Shotokan Ryu Karate Do", naFrança, Sensei Pascal Lecourt, 6ºDan, reúne e explica pela primeiravez em um DVD, os fundamentos da Escola Kase-Ha.

Sensei Lecourt explica as técnicas e a expressão da energia, quese tornaram o selo distintivo da Escola Kase-Ha. A ciência do comba-te, sem precedentes, e a subtileza do estudo das pesquisas realiza-das por Sensei Kase, as quais desenvolveu até falecer, justifica queuma das poucas pessoas que melhor o conheceram e o seguiramdurante muitos anos, empregue um tempo para explicar a essênciado Karate de Sensei Taiji Kase, a todos os apaixonados do Karate eas Artes Marciais em geral. Em especial, há neste DVD uma entrevis-ta em vivo com Sensei Pascal Lecourt, onde ele fala da sua proximi-dade ao professor e toda a transmissão interna, espiritual e filosóficalevada a efeito durante os trinta anos de estreito relacionamento.Também encontramos uma entrevista com a Sra. Kase Chieko, espo-sa de Sensei Taiji Kase, onde nos diz o que foi a vida do Mestre desdea etapa do Japão após a guerra, até o seu último suspiro.

Para mais informação e para saber mais acerca dos cursos de trei-no que se ministram em Paris e no resto da França, ou para pedir esteDVD, contactar com Sensei Pascal Lecourt na Internet:

http://www.lecourtpascal.fr/Para qualquer informação, podem falar com ele nesta conta de

Facebook page: Pascal Lecourt Kase-Ha

Karate

“Em seu funeral, naFrança, um monge Zen

que conhecia bem SenseiKase, leu uma oraçãofúnebre. A tradição érecordar as maiores

qualidades do falecido. O monge falou

do seu amor,perdão,

amabilidade ehonra”

Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

MMA

A inauguração do novo ginásio UFC Gym em NewHyde Park Nassau, NY, é um grande passo paraconseguir que as Artes Marciais Mistas sejamaprovadas como desporto legal em Nova Iorque.

O maior Ginásio de Artes Marciais Mistas e fitness da Costa Leste

Texto e Fotos: GM Maurice El Malem

Vista de frente do Ginásio UFC.Campeão do UFC, Joe James Maurice Elmalem

Campeão do UFC, Forrest Griffin.Demonstração.

UFC campeão Frankie Edgar.

Novo ginásio UFC o maior da Costa LesteO Ginásio UFC de Artes Marciais Mistas e Fitness é o de maior tamanho da

Costa Leste, com 35.000 metros quadrados no andar térreo e seu próprioestacionamento para carros. Este impressionante ginásio, que conta com grandenúmero de máquinas de exercícios, especialmente desenhadas para a nova erado desporto e trabalho corporal, está ao alcance de todo aquele que possa equeira usá-lo para melhorar seu corpo, alma e mente. Há máquinas de correr,bicicletas estáticas, sacos de Boxe, peso livre, bancos de abdominais, emáquinas de ginástica para trabalhar todas as partes do corpo. As instalaçõessão um elemento essencial, contam inclusivamente com um clube de treino de JuJitsu para aprender Artes Marciais brasileiras, que são uma parte importante dotreino para o UFC, para poder lutar no Octógono.

Quando entrei e experimentei o ringue, senti que era seguro para a prática. Ochão é acolchoado, para absorver o que são elementos importantes doscombates da UFC, como quedas, varrimentos, derribamentos, chaves ecotoveladas.

Esta tecnologia do chão acolchoado é excelente para evitar lesiones que é algoque preocupa a todo o que participa em desportos de contacto. Na zona dossacos de Boxe, há mais de 30 sacos que estão situados a diferentes alturas, parapermitir aos praticantes alcançar seu máximo nível quando batem neles. As salasde aulas também têm o chão acolchoado.

O novo ginásio UFC tem uma zona grande de recepção, café, lojas dedesportos que vendem géneros vários, camisetas e equipamento de ArtesMarciais Mistas.

A quota de inscrição no ginásio é 50 dólares por mês para o treino básico e100 dólares para os programas especiais. Há treinadores pessoais para cadasecção e especialistas nas diversas Artes Marciais Mistas praticadas no ginásio.As instalações estão abertas 24 horas por dia, sete dias por semana e seencontra perto da Auto-Estrada de Long Island.

O dia da inauguração foi muito especial, devido à presença das estrelas doUFC, que vieram prestar seu apoio e a mim me proporcionou o ensejo dereencontrar alguns amigos. Tive ocasião de entrevistar Chuck Liddell, Campeãodo Mundo do UFC, um nativo da Califórnia, de alcunha “o homem de gelo”, porter deixado nocaute a alguns dos melhores lutadores do UFC, como Tito Ortiz noUFC 47, Jeremy Horn no UFC 54 e Randy Couture no UFC 43, na revanche.Durante aquele breve encontro, fiz-lhe algumas perguntas para a nossa revista.

Cinturão Negro: A que idade começaste a treinar Artes Marciais Mistas?Chuck Liddell: Com 12 anos - Eu praticava Luta Livre muito activamente, mas

resolvi mudar para as Artes Marciais Mistas e treinar sete dias por semana.CN: Qual foi o combate mais emocionante e memorável da tua carreira

nas Artes Marciais Mistas, como Campeão do UFC?CL: Penso especialmente no combate com Randy Couture no UFC 52. Tive de

recuperar o Cinto de Campeão dos pesos semi-pesados do UFC e demonstrarao mundo que sou o autêntico campeão, por ser o primeiro e único homem quedeixou ko o Randy Couture. Eu não podia ter outra derrota como a que padecicom Randy no UFC43.

CN: Depois de te teres retirado do UFC, em que empregas o teu tempo?CL: Gozo estando com a minha família. Treino lutadores e faço a promoção a

organização UFC, por todo o mundo. Também participo de seminários e visitoginásios do UFC.

CN: Qual o teu conselho para os novos lutadores do UFC? CL: Que tenham disciplina, muita prática e todos os dias. Sejam bons com os

amigos e a família e sejam um bom exemplo, sem drogas. C.N.: Agradecemos o teu tempo a nós dedicado e te desejamos que te tudo

corra pelo melhor.

Muitas outras estrelas do UFC assistiram ao evento:

Jon Jones, Campeão UFC, que esteve muito atarefado dando autógrafos esendo fotografado com quase todos os presentes, sorrindo e semprecomportando-se como um cavalheiro. Jon é um grande campeão do UFC.Venceu Rashad Evans no UFC 145; “Mauricio Shogun Ria por KO no UFC 128;Stephan Bonnal no UFC 94; André Gusmão no UFC 87. Ainda está muito activocomo Campeão das Artes Marciais Mistas no UFC.

Forrest Griffin ex-campeão do peso semi-pesado do UFC, com um record de19-7-0, de Columbus, Ohio. Foi oficial da Polícia e agora está dedicadocompletamente ao UFC.

Frankie Edgar ex-campeão dos pesos ligeiros do UFC, um homem encantadorque trata todos com respeito e é um grande profissional.

B.J. Penn, o favorito, ex-campeão do UFC, praticante de Muay Thai e Jiu Jitsu,ambicioso e muito carismático. É uma estrela emergente nas MMA.

Encarar-seDe Novo, olá a todos! Neste meu segundo artigo para Budo International, gostaria de

falar acerca do conceito de CRCA Wing Chun de “Encarar-se.” O termo “encarar-se” (Ying Sai) em Wing Chun significa a

referência frontal de um lutador com respeito ao outro. Porsua vez, o termo Ying Chiu se refere à “Posição deOrientação” de um lutador com respeito ao outro. A“Vantagem de encarar-se” sucede quando um lutador estásituado de frente e o contrário está de costas para ele.

Esta vantajosa posição não supõe uma vitória em simesma, só uma posição vantajosa para atacar ou defender.Pode encontrar uma similitude simples desta posição deencarar-se, na maneira em que os barcos de guerracombatiam nos grandes mares. Posto que tinham as armassituadas em ambos lados apontando a 90º da proa e popa,para abrir fogo sobre o adversário, tinham que situar-se aolado do adversário antes de disparar. A desvantagemconsistia em que apesar de que podiam focalizar a suapotência de fogo sobre o adversário, o adversário estava emposição para contra-atacar e disparar com a mesma eficácia.Esta posição equitativa provocava que ambas partesparecessem grandes danos. Afinal, m deles era afundado.

Após muitas experiências deste tipo no combate naval,algum estratega astuto achou a solução, uma estratégiaconhecida como “cruzar a T”. Este termo faz referência àposição em que um barco se situa de lado, enfrentando apopa do outro barco. Isto permite ao barco disparar contra oinimigo sem que o mesmo possa responder ao fogo. As suasarmas estariam apontando para o mar, enquanto que as dooutro barco apontariam para o objectivo. Esta é a ideia davantagem na orientação em que as vossas “armas” apontampara o inimigo e as suas “apontam para o mar”.

Vantagem de orientação Quando o lutador de Wing Chun é capaz de conseguir a

vantagem de orientação e situar-se de frente perante um rivalque está de lado ou de costas, diz-se que se aproxima pelo“lado morto.”

Por qualquer parte fora da “zona viva” - situar-se em 90°,com seu vértice de linha central e simetricamente referenciadode 45° a cada lado, o que se considera estar na Zona Morta.Esta Zona é a mais difícil de defender e quando o oponente aencara, também há uma relação angular que faz muito difícilcontra-atacar. Portanto, a Zona Morta do oponente é a zonamais segura para lançar um ataque. O diagrama abaixomostra uma perspectiva elevada da Zona Viva e a ZonaMorta. desde três posições diferentes de luta.

Diz-se que se tem “vantagem de orientação” quando umaparte da nossa Zona Viva (mesmo que seja pequena) coincidecom uma parte da nossa Zona Morta e nenhuma parte da suaZona Viva coincide com a nossa Zona Morta.

Numa típica analogia do Wing Chun, a Zona Viva de 90° sepode comparar com os canhões de luz usados pelos guardasdas prisões para localizar prisioneiros em fuga que corremcampo através. Em combate, o lutador de Wing Chuninterpreta dois papeis; é o prisioneiro em fuga, posto que usa

o seu jogo de pés para evitar ser detectado pelo “canhão deluz” do oponente. Também é o guarda da prisão e tentamanter sempre o “oponente” iluminado com sua própria ZonaViva. Portanto, há uma constante luta pela posição entre doiscontendentes de Wing Chun de alto nível, no Chee Sau (mãospegajosas), tanto no sparring como nos exercícios de prática.Penso que com isto, a importância de encarar-se no CRCAWing Chun está fica claramente demonstrada.

Podemos ver isto em muitas técnicas de combate, incluídasas mostradas aqui. O lutador de CRCA Wing Chun sempredeve ter em mente encarar-se, antes de realizar qualquermovimento de pés que modifique a relação. Sempre que sejapossível, dará o passo na direcção que lhe proporcione avantagem da orientação, por pequena que seja essa vantagem.

O motivo desta estratégia é que a mais ligeira vantagem deorientação conseguida pelo primeiro passo do lutador deWing Chun, pode ser aumentada pelo próprio oponente, atéinvoluntariamente. Por isso, partindo de uma posição deguarda numa relação aberta, inclusivamente se formos darum passo pequeno para fora da perna adiantada do nossooponente para conseguir uma pequena vantagem, o oponentepoderia aumentar essa vantagem dando um passo paradentro - talvez sem nem sequer saber que nos está dando avantagem da orientação quando se movimenta para a únicadirecção que não está bloqueada pelo nosso pé. O oponenteestá seguindo o caminho livre que o leva à desvantagem daorientação, sempre e quando tenhamos dado o passocorrecto para “o dominar”. Pode acontecer que o oponentenem sequer seja consciente de que essa vantagem existe. Porexemplo, quando se executa uma técnica desde uma relaçãoaberta, (nós com a esquerda adiantada e ele com a direita),sempre daremos um passo com a nossa esquerda adiantadapara fora da sua direita adiantada.

Mesmo que a inerente vantagem de orientação queestamos construindo possa não ser aparente, secontinuarmos movendo-nos ou ele continua movendo e pépara a frente, o oponente acabará por ficar de costas paranós - com a sua Zona Morta exposta. Desde uma relaçãofechada de esquerda (ambos lutadores com a esquerdaadiantada), seria melhor dar um passo para o interior da suaperna adiantada quando executemos um Tão Da para pararseu jab com a esquerda. Dar um passo para fora “ficaria decostas para nós”. Este conceito funciona com a teoria daLinha Central, da qual escreveremos em um próximo artigo deBudo International.

A meta é conseguir pelo menos uma das duas vantagens -não ambas - a cada vez que executemos a técnica usando ojogo de pés. Dar um passo pensando em encarar-secorrectamente, também funciona muito bem dentro de umaestrutura aplicada à defesa pessoal.

No exemplo dado do Tão Da, teríamos dado um passo parafora, também teríamos debilitado o Tão Sau e o golpe,movendo o corpo para longe da direcção em que queríamosque se fortalecessem, provocando a torpeza e desequilíbrio docontrário. Em vez disso, dar um passo para dentro, para pelomenos criar uma vantagem de orientação igual, realmentesomaria potência e estrutura angular a ambos movimentos. Defacto, quanto mais para fora seja o nosso passo, mais ele seterá “cruzado” e desequilibrado pelo Tão Sau e mais dirigido

Wing Chun

A “Zona Viva” e “A Zona Morta.” nas três figuras (imagem número 1), a “Zona Viva” - desde a qual podemos atacare defender-nos com efectividade, se mostra no sector aberto do círculo. Todas as outras áreas em volta do círculocompreendem “A Zona Morta”. Reparem que o efeito que diferencia a orientação está no ângulo em que se situa aLinha Central com respeito à “Zona Viva”.

irá o nosso golpe para a linha central (decima para o ponto).

A teoria da orientação também situa olimite do espectro de maneira que sepode pivotar em relação ao oponente -não deveríamos pivotar para além doponto em que o limite exterior da nossaZona Viva coincide com a linha centralou caso contrário, concederemos aooponente a vantagem da orientação. Porisso veremos que pelo próprio interessedo lutador, deve manter a sua próprialinha central situada consoante areferência da Zona Morta do adversário.

Esta colocação não só lhe permite terpelo menos uma oportunidade igual deatacar, como também manter a suaZona Morta situada a 45° da partefrontal do oponente. Por isso, a partesuperior do corpo está sempre situadacom uma referência de 90°, conforme aposição de pivotar Choh Ma,independentemente da posição dos pés.Por outras palavras, se toda a parteinferior do corpo da cintura para baixoestivesse coberta por uma densa névoa,o oponente não teria maneira de saberse estamos numa posição girada,

reforçada, de frente, ou de costas… Sósabe que estamos de frente para ele,com a nossa Zona Viva em 90°.

Por tudo isto, a estratégia deorientação se pode adaptar a um ArtistaMarcial de qualquer estilo.

O conceito de encarar-se, em relaçãocom o da Linha Central, tem sidoanalisado ao detalhe no Volume II daminha série de livros, onde descrevo ojogo de pés Loy Seen Wai e Ngoy SeenWai no trabalho sobre Ma Boh. Nestemesmo número podem encontrar maisinformação acerca destes livros.

Wing Chun

Sequência 1Foto 1A - Lutadores preparados numa relação aberta.Foto 1B - Quando Thomas trata de bater com seu jab de direita, Mário Lopes usa um Ngoy Seen Wai, dando um passo

orientado para fora, e pivota para fora com seu próprio pé da frente, enquanto ataca com seu Chop Kuen para baixo, às agoravulneráveis costelas de Thomas'. Reparem em que este golpe deve contactar enquanto Thomas lança o seu golpe, antes deque o pé da frente de Mário toque no chão, para maximizar o Jyeh Lick (“Força emprestada”) batendo no oponente enquantoele está tratando de nos bater.

Foto 1C - Thomas trata de continuar, lançando o seu golpe com a mão esquerda atrasada. O batimento resulta curto devidoà melhor orientação de Mário; agora Mário pode mais uma vez usar a força emprestada com um pequeno Loy Seen Wai (passoencarando para dentro e pivotar) para seguidamente melhorar a sua vantagem de orientação, enquanto lança um Cheh Kuen(Punho de retracção/Punho de extensão) com a esquerda e à mandíbula.

Foto 1D - Desde a sua agora nitidamente superior vantagem de Orientação quase atrás do oponente, Mário continua ocastigo com um punho diagonal Loy Doy Gock Kuen.

Duas sequências que mostram a maneira de obter instantaneamentea vantagem da Orientação, a partir de duas relações, de partidadiferentes, usando os mesmos movimentos.

Sequência 2Foto 2A - Lutadores preparados. Desta vez numa relação fechada.Foto 2B - Quando Thomas trata de bater com a mão esquerda adiantada, Mário usa um Ngoy Seen Wai com um passo

orientado para fora e pivotando para fora com sua perna direita atrasada, enquanto lança um Chop Kuen com a esquerda epara baixo, às costelas de Thomas. Mais uma vez, este golpe deve contactar enquanto Thomas trata de bater e antes de que opé adiantado de Mário toque no chão, para maximizar o Jyeh Lick (“Força emprestada”) batendo no oponente enquanto estátratando de nos bater.

Foto 2C - Thomas trata de continuar, lançando seu golpe com a mão direita atrasada, a qual fica curta devido à melhororientação de Mário. Agora Mário pode mais uma vez usar a força emprestada, com um pequeno Loy Seen Wai (passoencarando para dentro e pivotando) para logo melhorar sua vantagem de orientação, enquanto lança um Cheh Kuen (Punho deretracção/Punho de Extensão) com a esquerda à mandíbula.

Foto 2D - Desde a sua agora claramente superior vantagem de Orientação, quase atrás do oponente, Mário finaliza o ataquecom um punho diagonal da esquerda e pivotando, Choh Ma Loy Doy Gock Kuen, exactamente como faz na sequência anterior.

Encarar-seDe Novo, olá a todos! Neste meu segundo artigo para Budo International, gostaria de

falar acerca do conceito de CRCA Wing Chun de “Encarar-se.” O termo “encarar-se” (Ying Sai) em Wing Chun significa a

referência frontal de um lutador com respeito ao outro. Porsua vez, o termo Ying Chiu se refere à “Posição deOrientação” de um lutador com respeito ao outro. A“Vantagem de encarar-se” sucede quando um lutador estásituado de frente e o contrário está de costas para ele.

Esta vantajosa posição não supõe uma vitória em simesma, só uma posição vantajosa para atacar ou defender.Pode encontrar uma similitude simples desta posição deencarar-se, na maneira em que os barcos de guerracombatiam nos grandes mares. Posto que tinham as armassituadas em ambos lados apontando a 90º da proa e popa,para abrir fogo sobre o adversário, tinham que situar-se aolado do adversário antes de disparar. A desvantagemconsistia em que apesar de que podiam focalizar a suapotência de fogo sobre o adversário, o adversário estava emposição para contra-atacar e disparar com a mesma eficácia.Esta posição equitativa provocava que ambas partesparecessem grandes danos. Afinal, m deles era afundado.

Após muitas experiências deste tipo no combate naval,algum estratega astuto achou a solução, uma estratégiaconhecida como “cruzar a T”. Este termo faz referência àposição em que um barco se situa de lado, enfrentando apopa do outro barco. Isto permite ao barco disparar contra oinimigo sem que o mesmo possa responder ao fogo. As suasarmas estariam apontando para o mar, enquanto que as dooutro barco apontariam para o objectivo. Esta é a ideia davantagem na orientação em que as vossas “armas” apontampara o inimigo e as suas “apontam para o mar”.

Vantagem de orientação Quando o lutador de Wing Chun é capaz de conseguir a

vantagem de orientação e situar-se de frente perante um rivalque está de lado ou de costas, diz-se que se aproxima pelo“lado morto.”

Por qualquer parte fora da “zona viva” - situar-se em 90°,com seu vértice de linha central e simetricamente referenciadode 45° a cada lado, o que se considera estar na Zona Morta.Esta Zona é a mais difícil de defender e quando o oponente aencara, também há uma relação angular que faz muito difícilcontra-atacar. Portanto, a Zona Morta do oponente é a zonamais segura para lançar um ataque. O diagrama abaixomostra uma perspectiva elevada da Zona Viva e a ZonaMorta. desde três posições diferentes de luta.

Diz-se que se tem “vantagem de orientação” quando umaparte da nossa Zona Viva (mesmo que seja pequena) coincidecom uma parte da nossa Zona Morta e nenhuma parte da suaZona Viva coincide com a nossa Zona Morta.

Numa típica analogia do Wing Chun, a Zona Viva de 90° sepode comparar com os canhões de luz usados pelos guardasdas prisões para localizar prisioneiros em fuga que corremcampo através. Em combate, o lutador de Wing Chuninterpreta dois papeis; é o prisioneiro em fuga, posto que usa

o seu jogo de pés para evitar ser detectado pelo “canhão deluz” do oponente. Também é o guarda da prisão e tentamanter sempre o “oponente” iluminado com sua própria ZonaViva. Portanto, há uma constante luta pela posição entre doiscontendentes de Wing Chun de alto nível, no Chee Sau (mãospegajosas), tanto no sparring como nos exercícios de prática.Penso que com isto, a importância de encarar-se no CRCAWing Chun está fica claramente demonstrada.

Podemos ver isto em muitas técnicas de combate, incluídasas mostradas aqui. O lutador de CRCA Wing Chun sempredeve ter em mente encarar-se, antes de realizar qualquermovimento de pés que modifique a relação. Sempre que sejapossível, dará o passo na direcção que lhe proporcione avantagem da orientação, por pequena que seja essa vantagem.

O motivo desta estratégia é que a mais ligeira vantagem deorientação conseguida pelo primeiro passo do lutador deWing Chun, pode ser aumentada pelo próprio oponente, atéinvoluntariamente. Por isso, partindo de uma posição deguarda numa relação aberta, inclusivamente se formos darum passo pequeno para fora da perna adiantada do nossooponente para conseguir uma pequena vantagem, o oponentepoderia aumentar essa vantagem dando um passo paradentro - talvez sem nem sequer saber que nos está dando avantagem da orientação quando se movimenta para a únicadirecção que não está bloqueada pelo nosso pé. O oponenteestá seguindo o caminho livre que o leva à desvantagem daorientação, sempre e quando tenhamos dado o passocorrecto para “o dominar”. Pode acontecer que o oponentenem sequer seja consciente de que essa vantagem existe. Porexemplo, quando se executa uma técnica desde uma relaçãoaberta, (nós com a esquerda adiantada e ele com a direita),sempre daremos um passo com a nossa esquerda adiantadapara fora da sua direita adiantada.

Mesmo que a inerente vantagem de orientação queestamos construindo possa não ser aparente, secontinuarmos movendo-nos ou ele continua movendo e pépara a frente, o oponente acabará por ficar de costas paranós - com a sua Zona Morta exposta. Desde uma relaçãofechada de esquerda (ambos lutadores com a esquerdaadiantada), seria melhor dar um passo para o interior da suaperna adiantada quando executemos um Tão Da para pararseu jab com a esquerda. Dar um passo para fora “ficaria decostas para nós”. Este conceito funciona com a teoria daLinha Central, da qual escreveremos em um próximo artigo deBudo International.

A meta é conseguir pelo menos uma das duas vantagens -não ambas - a cada vez que executemos a técnica usando ojogo de pés. Dar um passo pensando em encarar-secorrectamente, também funciona muito bem dentro de umaestrutura aplicada à defesa pessoal.

No exemplo dado do Tão Da, teríamos dado um passo parafora, também teríamos debilitado o Tão Sau e o golpe,movendo o corpo para longe da direcção em que queríamosque se fortalecessem, provocando a torpeza e desequilíbrio docontrário. Em vez disso, dar um passo para dentro, para pelomenos criar uma vantagem de orientação igual, realmentesomaria potência e estrutura angular a ambos movimentos. Defacto, quanto mais para fora seja o nosso passo, mais ele seterá “cruzado” e desequilibrado pelo Tão Sau e mais dirigido

Wing Chun

A “Zona Viva” e “A Zona Morta.” nas três figuras (imagem número 1), a “Zona Viva” - desde a qual podemos atacare defender-nos com efectividade, se mostra no sector aberto do círculo. Todas as outras áreas em volta do círculocompreendem “A Zona Morta”. Reparem que o efeito que diferencia a orientação está no ângulo em que se situa aLinha Central com respeito à “Zona Viva”.

irá o nosso golpe para a linha central (decima para o ponto).

A teoria da orientação também situa olimite do espectro de maneira que sepode pivotar em relação ao oponente -não deveríamos pivotar para além doponto em que o limite exterior da nossaZona Viva coincide com a linha centralou caso contrário, concederemos aooponente a vantagem da orientação. Porisso veremos que pelo próprio interessedo lutador, deve manter a sua próprialinha central situada consoante areferência da Zona Morta do adversário.

Esta colocação não só lhe permite terpelo menos uma oportunidade igual deatacar, como também manter a suaZona Morta situada a 45° da partefrontal do oponente. Por isso, a partesuperior do corpo está sempre situadacom uma referência de 90°, conforme aposição de pivotar Choh Ma,independentemente da posição dos pés.Por outras palavras, se toda a parteinferior do corpo da cintura para baixoestivesse coberta por uma densa névoa,o oponente não teria maneira de saberse estamos numa posição girada,

reforçada, de frente, ou de costas… Sósabe que estamos de frente para ele,com a nossa Zona Viva em 90°.

Por tudo isto, a estratégia deorientação se pode adaptar a um ArtistaMarcial de qualquer estilo.

O conceito de encarar-se, em relaçãocom o da Linha Central, tem sidoanalisado ao detalhe no Volume II daminha série de livros, onde descrevo ojogo de pés Loy Seen Wai e Ngoy SeenWai no trabalho sobre Ma Boh. Nestemesmo número podem encontrar maisinformação acerca destes livros.

Wing Chun

Sequência 1Foto 1A - Lutadores preparados numa relação aberta.Foto 1B - Quando Thomas trata de bater com seu jab de direita, Mário Lopes usa um Ngoy Seen Wai, dando um passo

orientado para fora, e pivota para fora com seu próprio pé da frente, enquanto ataca com seu Chop Kuen para baixo, às agoravulneráveis costelas de Thomas'. Reparem em que este golpe deve contactar enquanto Thomas lança o seu golpe, antes deque o pé da frente de Mário toque no chão, para maximizar o Jyeh Lick (“Força emprestada”) batendo no oponente enquantoele está tratando de nos bater.

Foto 1C - Thomas trata de continuar, lançando o seu golpe com a mão esquerda atrasada. O batimento resulta curto devidoà melhor orientação de Mário; agora Mário pode mais uma vez usar a força emprestada com um pequeno Loy Seen Wai (passoencarando para dentro e pivotar) para seguidamente melhorar a sua vantagem de orientação, enquanto lança um Cheh Kuen(Punho de retracção/Punho de extensão) com a esquerda e à mandíbula.

Foto 1D - Desde a sua agora nitidamente superior vantagem de Orientação quase atrás do oponente, Mário continua ocastigo com um punho diagonal Loy Doy Gock Kuen.

Duas sequências que mostram a maneira de obter instantaneamentea vantagem da Orientação, a partir de duas relações, de partidadiferentes, usando os mesmos movimentos.

Sequência 2Foto 2A - Lutadores preparados. Desta vez numa relação fechada.Foto 2B - Quando Thomas trata de bater com a mão esquerda adiantada, Mário usa um Ngoy Seen Wai com um passo

orientado para fora e pivotando para fora com sua perna direita atrasada, enquanto lança um Chop Kuen com a esquerda epara baixo, às costelas de Thomas. Mais uma vez, este golpe deve contactar enquanto Thomas trata de bater e antes de que opé adiantado de Mário toque no chão, para maximizar o Jyeh Lick (“Força emprestada”) batendo no oponente enquanto estátratando de nos bater.

Foto 2C - Thomas trata de continuar, lançando seu golpe com a mão direita atrasada, a qual fica curta devido à melhororientação de Mário. Agora Mário pode mais uma vez usar a força emprestada, com um pequeno Loy Seen Wai (passoencarando para dentro e pivotando) para logo melhorar sua vantagem de orientação, enquanto lança um Cheh Kuen (Punho deretracção/Punho de Extensão) com a esquerda à mandíbula.

Foto 2D - Desde a sua agora claramente superior vantagem de Orientação, quase atrás do oponente, Mário finaliza o ataquecom um punho diagonal da esquerda e pivotando, Choh Ma Loy Doy Gock Kuen, exactamente como faz na sequência anterior.

cíciosde

WING CHUN GUNG FU:

The Explosive Art of Close Range Combat

Uma extensa coleção de livros sobre Wing Chun em seis volumes do Sifu Randy Williams, a série contém a história do Wing Chun, a teoria e a descrição de todas as formas de Wing Chun em detalhe, Volume 6 foca a instrução do sistema e fornece informações adicionais sobre Wing Chun, as Teorias de Combate de A a Z! Esta grande obra, escrita originalmente em 1988 e recentemente revista e atualizada é uma obrigação para a biblioteca de qualquer estudioso dedicado da arte. Pode requisitar toda a série de seis livros, ou um volume individual, e os novos DVDs também podem ser solicitados individualmente ou em conjuntos diretamente connosco através do nosso site:

www.shop.crca.de

Um Volume € 49,90 SingleWeapon DVD € 39,90 Biu Jitsu DVD € 25,90 Set DVD´s (todos os 5) € 149,90 Os custos e portes de envio não estão incluídos, para mais informações contacte-nos:

Copyright © 1989 CRCA Enterprises Publisher CRCA-Lopez / Mario Lopez, Atroper Str. 56, 47226 Duisburg, Germany E-Mail: [email protected]

Cinco tipos de novos DVDs de Wing Chun

1 DVD: Básicos de “Bot” Jom Doh

A forma completa "Bot" Jom Doh, 108 Movimentos, informações históricas sobre as espadas do Wing Chun, constituição detalhada da espada, defesas e técnicas impressionantes, trabalho de pés da forma "Bot" Jom Doh, Detalhes da orientação do trabalho de pés da forma, exercícios One-man da"Bot" Jom Doh .

2 DVD set: “Bot” Jom Doh, Aplicações, Exercícios, Conceitos & Princípios.

Aplicações dos movimentos da forma “Bot” Jom Doh form, Espada vs. Espada, Espada vs. Bastão, Exercícios, Conceitos e Princípios, Exercícios das Espadas especialmente desenhados para o boneco de madeira, Defesas e Ataques detalhados das Espadas, técnicas de espada comparadas com as partes de mãos vazias, princípios de corte.

1 DVD: CRCA Wing Chun “Biu Jitsu” Luta de Chão.

Conteúdos: Conceitos da Engenharia Reversa,”Estrangulamento”; Atrás, Frente, Em pé, “Guilhotina,” Cabeça-e-Braço, Estrangulamento de ombro da montada lateral, e muitas outras técnicas e exercícios de Luta de Chão.

2 DVD set: “Look Deem Boon” Gwun Volume 1 ( 55 min. )

Conteúdos: Detalhes do Bastão, Exercícos do Bastão, Trabalho de pés com o Bastão, Forma vista de cima , “Look Deem Boon” Gwun Form, 6 ½ Ataques do Bastão, Aplicações: Bastão vs. Bastão.

“Look Deem Boon” Gwun Volume 2 (60 min.)

Exercícios no Heavybag, Exercícios no Boneco de Madeira, Exercícos em par, Forma vista de cima, Bastão vs. Espadas