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Cinturao negro revista portugues maio 2014

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Maio 2014. 272 Ano XXIII

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O autêntico Miyagi. A verdadeira historia do homem, que éuma das grandes lendas das Artes Marciais!Em 1965, 20 anos após a Segunda GuerraMundial, um campeão mundial de ArtesMarciais do Japão, deixa seus irmãos noJapão foi para os Estados Unidos comapenas 300 dólares na algibeira e o quevestia. Vai procurar o sonho americano epara descobrir os obstáculos que desafiem asua honorabilidade. Com o apoio de um ex agente da CIA,

consegue fundar a primeira escola de Karate no Condado de Orange,na Califórnia, que abre o caminho para o que está por vir!

FUMIO DEMURAJean Frenette durante os anos 1980 e1990 foi o competidor que mais vezesvenceu a nível internacional nascompetições de Katas musicais. Era omelhor e seu timing entre as notas musicaise as técnicas, nunca foi igual ao dele porparte de ninguém. Nos encontramos comJean quando ele está em Los Ángeles,fazendo a coreografia de acção para seuúltimo filme "Jaya".

JEAN FRENETTE

"Sobreviver no solocontra armas brancas". Faz anos, quando o GrãoMestre Pellegrini e euestávamos criando oprograma CombatHapkido "Sobreviver nosolo", nos apercebemosde que é necessário trataresta questão, devido àgrande quantidade deataques que acabam nochão, com o agressorutilizando um arma branca

ou um objecto afiado.

COMBAT HAPKIDO

Jujutsu - Asformas e otempo. O homemvai aos poucossepa r ando - sedas origensorientais dasartes marciais edescobrindo queos segredos jánão existem.Hoje, se

analisarmos de maneira realista, os quepermanecemos unidos a alguma escolatradicional ou clássica e são só os maisapaixonados pelos caminhos antigos, muitospreferem novos sistemas, ou mesmo a liberdadede esvoaçar de cá para lá… e aprender comtodos.

INTERNATIONAL BUGEI SOCIETY

Com frequência lemos que oWing Chun utiliza movimentosde serpente e grou, mas adiscussão geralmente acabacom a menção do braço dedesvio Boang Sau Wing, pararepresentar o asa do grou e odedo Biu Jee Finger Jab queilustra a serpente. Em vez deparar aí, que é o quehabitualmente se faz, aqui falodas características da serpente eo grou que influem no CRCAWing Chun, começando com aserpente.

GAKU JUTSU-DO

Con frecuencia leemos que elWing Chun utiliza movimientos deserpiente y grulla , pero ladiscusión por lo general terminacon la mención del brazo dedesviación Boang Sau Wing, pararepresentar el ala de la grúa y eldedo Biu Jee Finger Jab queilustra la serpiente. En lugar dedetenerme ahí, que es lo quehabitualmente se hace, voy ahablar aquí de las características

de la serpiente y la grulla que influyen en el CRCAWing Chun, comenzando con la serpiente.

WING CHUN

Treinar um minuto decada vez. "Não fazem falta anospara aprender defesapessoal, é questão dedias". É esta una afirmaçãoque tenho usado parapromover o meu sistemade Protecção PessoalBaseado na Realidade.Desde faz muitos anos,muitos artistas marciaistradicionais têm gritado"Impossível! Wagner é umfraude". Durante mais de20 anos tenho estadotreinando agências policiaise unidades militares emtodo o mundo e continuoconvencido de que sepode fazer a aprendizagemda auto-defesa "real" emapenas uns dias.

MARTIAL ARTS REALITY BASED

“CINTURON NEGRO”es una publicación de:BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.Central internacional:Andrés Mellado, 4228015 MadridTél.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

CINTURON NEGRO EN EL MUNDOBudo International es un grupo editorial de ámbito internacional que agrupa a las mejores compañíasde todo el mundo relacionadas con las Artes Marciales. Unica empresa mundial en el entorno de lasartes tradicionales de combate que edita su revista en siete idiomas, sus publicaciones llegan a másde 55 naciones en cuatro continentes. Algunos de los paises en los que actualmente se puedenadquirir las revistas de Budo International Publishing Co. son: España, Portugal, Francia, Italia,Alemania, Reino Unido, Estados Unidos de América, Croacia, Luxemburgo, Bélgica, Holanda,Australia, Argentina, Brasil, Chile, Uruguay, Perú, Bolivia, Venezuela, México, Canadá,Marruecos, Senegal, Costa de Marfil, etc… Nuestros artículos también se publican en las edicionesde nuestras revistas “hermanas” de Grecia y la República Checa.

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“A génese do Judo”. Pelo 9ºDan de Judo de87 anos, Hal Sharp. Este artigo é parte da série que escreve emrelação com o Judo e as suas experiências noJapão na década de 1950. Este artigo trataprincipalmente do mais grande Mestre deJujitsu do Japão, Sanjiro Yokoyama, que foiseu instrutor chefe no primeiro e originalInstituto de Judo Kodokan.

JUDO

O Sistema de Combate Táctico (TCS) é aminha maneira de ver as artes marciais e ocombate corpo a corpo. Antes de mais, oTCS se desenvolve sobre a base deconceitos e princípios e contém ideaispara a auto-defesa com objectosquotidianos (SDS Concept), faca decombate (Conceito de Combate comfaca), luta com pau (Conceito luta compau), defesa contra armas de fogo(Conceito de armas de fogo), o uso de

machados (Conceito de luta com machados e Tomahawk) e deluta à mão nua.

SDS-CONCEPT

A Eskrima conhece o WingChun. A Eskrima Filipina e oWing Chun Kung Fu, umestilo chinês, compartilhammuitas similitudes, mastambém são diferentes emmuitas coisas. A maneira desituar-se em posição deguarda é muito diferente. NoWing Chun se carrega 80%do peso na perna atrasada,enquanto que na Eskrima opeso se carrega na pernaadiantada (numa posiçãonormal e básica de luta).

ESCRIMA & WING CHUN

Trazemos às nossas páginasum dos melhores Mestressurgidos da melhor geração deShaolin, Shifu Shi Miaozhi,aluno do muito respeitado equerido Mestre Shi de Yang,bom amigo e colaboradordesta revista. Miaozhi realizouum novo DVD acerca de umadas formas maiscaracterísticas do esti loShaolin Xiao Hong Quan.Gravado com o acostumadomimo com o que fazemostodos os nossos vídeos, estaráá venda nos próximos diaspara todos os interessados.

SHAOLIN XIAOHONG QUAN

Falemos do Sistema... Na coluna deste mês, Sifu SalvadorSanchez nos fala para situar o leitorperante a enorme dificuldade deconhecer a natureza dos sistemas deluta chineses, assim como os“porquês” deste sistema de luta.

WINGTSUN

Brazilian Jiu Jitsu: O caminho à Alemanhae a Europa. A experiência do Sifu AndreasHoffmann com esse “tubarão” chamadoRickson Gracie no seu oceano, levou-o ase treinar mais uma vez, um estudante,apesar de já ter alcançado a mestria emWeng Chun Kung Fu. Foi estudante deRickson e seu representante de 1994 a2000 e desde então tem transmitido essaarte a seus estudantes, como parte dosseus estudos “Tiger Team Brazilian JiuJitsu”.

WENG CHUN KUNG FU

Dragão. Os movimentos do dragãoservem para refinar o espírito. As suastécnicas se baseiam na filosofia doelemento terra. O dragão ensina areforçar e encaminhar o Chi. Tempoucas técnicas de combate. Odragão treina principalmente a forçainterior com as técnicas derespiração.

SHAOLIN HUNG GAR KUNG FU

Presidente: Estanislao Cortés. Consejero Delegado y Administrador Unico: Alfredo Tucci, e-mail: [email protected]

Administración: José Luis Martínez. Publicidad: Tel. (91) 549 98 37. Columnistas: Don Wilson, Yoshimitsu Yamada, Cass Magda, Antonio

Espinós, Jim Wagner, Coronel Sanchís, Marco De Cesaris, Lilla Distéfano, Maurizio Maltese, Bob Dubljanin, Marc Denny, Salvador Herráiz,

Shi de Yang, Sri Dinesh, Carlos Zerpa, Omar Martínez, Manu, Patrick Levet, Mike Anderson, Boulahfa Mimoum, Franco Vacirca, Bill Newman,

José Mª Pujadas, Paolo Cangelosi, Emilio Alpanseque, Sueyoshi Akeshi, Marcelo Pires, Angel García, Juan Díaz. Fotógrafo: Carlos Contreras.

Imprime: SERGRAPH. Amado Nervo, 11 - Local 4. Madrid. Distribuye: LOGISTA, S.A. Aragoneses, 18. Alcobendas (Madrid) Tfno.: 91 665 71 58).

Depósito Legal: M-7541-1989.

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ivemos imersos nas nossas bolhas semsabermos o que há dentro delas. Na maiorparte das vezes, nem sequer temosconsciência de onde começam e acabam epor isso temos pouca noção dos limites doque é pessoal e transpessoal ou do meio onde

interactuam. Somos bolhas dentro de outras bolhas, que àsvezes se perguntam porquê e como.

O conceito de bolha e do ovo energético é umainteressante imagem que se repete nas diferentes culturas.Das mais antigas às modernas, o conceito do feitio oval éum modelo primigénio e universal, que sintetiza a ideia deum modelo extremamente sólido, resistente eobsessivamente repetitivo. Os exemplos são abundantes enão é necessário aqui serem expostos, o leitor maisavezado encontrará estas imagens por todo lado.

Enquanto que a água adopta a forma de ovo invertidoempurrada pela gravidade e por sua insistente tendência air para baixo, o fogo é dominado por uma formaascendente. A bolha humana desde a sua fase inicialenvolvida no ventre materno até que adopta a posiçãoerguida, mantém a forma oval. Sábios e videntes de váriasculturas descreveram essa forma como um conglomeradode energias e tensões que decorrem em um degradado dematéria-energia em um todo contínuo.

Para eles não existe um simples ponto a partir do qualdeixamos de ser matéria e começamos a ser energia. Senos atermos à própria ciência, os ditos limites são tambémcomplexos, logo que deixamos para trás a percepçãosensorial. Por exemplo, o campo térmico humano seestende para além dos limites materiais em emanações queinclusivamente podemos fotografar nos nossos dias. E semfalarmos nas fotografias feitas com a câmara Kirlian,capazes de mostrar o ionizado do ar ou como se organiza aenergia eléctrica em feixes em volta do corpo.

Os povos antigos foram mais além em sua descriçãodeste fenómeno, por um lado carentes de um métodocientífico para demonstrar as suas teses, se atreveram aconsiderar por via da analogia e o estudo das forças, oselementos e suas relações, possibilidades mais avançadas,(e se vistas da óptica científica claramente atrevidas etransgressoras,) as que entretanto são perfeitamenteverosímeis vistas do prisma da física quântica.

Vistas com esta óptica mais aberta, não são poucos oscientistas que têm mostrado seu interesse e assombrorecapitulando estes conhecimentos. Eu, como não soucientífico e portanto este método não me possui, tenhoestado sempre muito mais interessado no que venhodenominando “a linguagem de factos”, antes que nosconsuetudinários consensos científicos. O que me interessadas elucubrações acerca do ovo energético humano dosantigos, são os resultados de interactuar em ele. O facto deme ter sido dada a ocasião de estudar seus conceitos, semprejuízos nem instrumentos ópticos as metodológicascientíficas, me tem permitido ser testemunho dasconsequências das suas posições, coisa provavelmenteimpossível se tivesse passado anos tratando de fazer que o

seu mundo encaixasse nos meus preconceitos. Se o amigoleitor está interessado em saber acerca o mundo espiritual,(não material, invisível), mais lhe vale aproximar-se de quemsabe disto, com a mentalidade também nua de ditoempenho.

Longe de mim negar o valor do método científico, mascomo todo método, o científico faz parcelas com arealidade e a reconvém aos olhos do observador. A ideia deuma verdade absoluta e única, é isso é só uma ideia, eexiste uma diferença clara entre perceber alguma coisa ecompreende-la. Percebemos quando uma luz acende eilumina o que observamos; compreendemos quando oobservado é observados desde todos os seus ângulos eperspectivas. Mas não quero ficar varado neste ponto, quecada quem faça como bem lhe aprouver, à hora de seposicionar com respeito a estas coisas; eu gosto decompartilhar, não de convencer. O meu maior respeito poraqueles decidem ver as coisas desde outra óptica, eucontinuo na minha.

Dizia eu que em razão do meu posicionamento frente aestes estudos, tive ocasião de compreender algumas coisascom respeito à organização das energias na bolha humana.

Primeiro e principal, testemunhar a sua existência, coisaque por outra parte para mim faz muito mais sentido, que aideia de que o que “somos” acaba na barreira do físico.Como pintor, cedo descobri que a fronteira das coisas nãoé senão uma recriação mental inclusivamente no mundodas imagens. Nada é absoluto, tudo é um degradado quetende a confundir-se mais ou menos com o tem em seuredor. Hoje sabemos que quando tocamos qualquer coisa anível subatómico, geramos um intercâmbio, (agora mesmoo meu teclado está impregnando-se de átomos do meucorpo e o meu corpo de átomos do teclado!).

Eis aqui algumas das coisas que tenho podido aprender ecorroborar:

Que as energias associadas em tensões, tendem aconsolidar-se e por isso se inclinam a manifestar-se nomundo da matéria com maior facilidade que as energiassem os ditos vínculos, que simplesmente flutuam nos maisvariados ambientes.

Que a nossa bolha de energia interactua continuamentecom o meio e com outras bolhas, em intercâmbiostransaccionais e interaccionais, transmitindo informação demaneira intencionada ou dirigida, (o primeiro caso) ouperfeitamente casuais e impensadas no segundo.

Que os conteúdos da bolha estão variandocontinuadamente e que a própria natureza dessas energiasage como um imã atraindo forças similares (os iguais seatraem no mesmo plano).

Que salvo intervenção propositada (seja de terceiros, domeio ou do destino) as energias dentro da bolha tendem asaturar-se da sua própria natureza, para oscilar, uma vezque convocaram os acontecimentos e forças para os queestavam actuantes, ou consumido aquilo que as alimentava.

Que as energias e a sua carga determinam a atracção danatureza das energias similares que se aproximaram e queestas serão, como tenho tido ocasião de constatar, de

“Nós vivemos baseados em ficções selectas. A nossa visão da realidadeestá condicionada pela nossa posição no espaço e no tempo -

não por nossas pessoalidades, como gostamos de pensar. Assim sendo,cada interpretação da realidade está baseada numa posição única.

Dois passos a Leste ou dois passos para Oeste e muda todo o quadro”Laurence Durrell

“El primer beso no se da con la boca, sino con la mirada” Tristan Bernard

V

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natureza não só energética, como também consciencial, amalgamando-se em ocasiões emgrupos de forças que adquirem uma entidade superior, que podem chegar a actuar noplano físico de maneira intensa.

Que quando a energia do meio é superior à da própria bolha, esta se super põe àmesma, enquanto que a energia da bolha é superior, supina sobre a do meio.

Que no mundo das energias os habituais limites espaço temporais sedistorciam, não sendo as distancias nem o tempo impedimentos para aconstatação de intercâmbios reais energéticos ou conscienciais.

Que as bolhas se inserem continuamente em Universos detensão e energias que finalmente agem convocandoacontecimentos relacionados com a natureza das mesmas.

Que é possível agir sobre estas forças modificando acarga das mesmas e que a dita intervenção podeinclusivamente agis sobre o destino das pessoas oucolectividades.

Que as cargas e a sua natureza, por mais que sejamcambiantes, possuem uma maneira de agir previsível eque responde a umas leis; na sua vertente mais rígida,agem através dos destinos, enquanto que na suavertente mais maleável, o fazem através do quecomemos, pensamos e fazemos.

Que a energia dos pensamentos e os desejos deoutros e próprios geram forças intensas que saem echegam das nossas bolhas, transformando tudoainda que sendo inconscientes disso.

Que os Universos de tensão de cada bolhapodem colapsar perante sobrecargas e que o ditocolapso acostuma vir acompanhado de inúmerosconjuntos de acontecimentos negativos.

Que cada bolha possui coordenadas naturalmentepredispostas a grupos específicos de energias eactividades e a uma maneira de comportamentoperfeitamente previsível. (Uma macieira dá maçãs…)

Que o motor dessa bolha é o espírito de cada indivíduo ouser e que a morte implica a ruptura desse vínculo.

A verdade é que poderia continuar enumerando muitas dascoisas que os antigos me têm ensinado acerca das bolhas e doovo energético, mas o espaço tempo deste editorial, esse sim éfinito e limitado.

Imagino que não poucos hão de ver estes editoriais comperplexidade, perguntando-se o que tem a ver tudo isto com asAAMM. Bem… tudo e nada; mas por outro lado, e dado quetêm sido as Artes Marciais o caminho de acesso à minhacompreensão do mundo espiritual, outros no mesmo caminhode busca, apreciarão a seu conteúdo. Por outro lado, comolevo anos fazendo este dislate de editoriais, os mais fiéisleitores não ficarão surpreendidos, mas dado que outros novoschegam, aqui fica a explicação e o aviso a navegantes.

Para mim, o mundo espiritual, o âmbito do invisível é umadimensão grandiosa, a verdadeira fronteira a transgredir e aúnica capaz de convocar o humano na sua verdadeiradimensão. Por vezes, as Artes Marciais se tornam, fruto elastambém dos povos antigos, uma inesperada porta deacesso a essa transcendência que todo humano sensívelanda procurando. Eu não sou o cão Cérbero do ditoportão, mas sim um assiduamente se debruça parao outro lado e isto e não outra coisa, é o que gostode compartilhar. Leiam-no pois os que quiserem,que ninguém é obrigado!

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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O treino técnico

O estudante de Gong Fu 功夫 temde saber que é imprescindívelconseguir uma boa base atléticapara poder alcançar um alto nível nasua prática, por isso tem de fazer

um repetido e contínuo esforço naprática destes exercícios.Conseguindo uma boa base, ser-lhe-á mais fácil ter acesso às diferentese por vezes complexas técnicas queconstituem o Shaolin Gong Fu 少林功夫.

Quando o estudante já conseguiuuma boa base física com o tipo detreino anteriormente descrito, o maisimportante é a prática do Ji BenGong 基本功 e técnicas básicas. Estaparte é a que vai configurar e definir asua qualidade como atleta marcial.

Hoje trazemos até as nossas páginas um dos melhores Mestres dos surgidos damelhor geração de Shaolin, Shifu Shi Miaozhi, aluno do muito respeitado e queridoMestre Shi de Yang, bom amigo e colaborador desta revista. Miaozhi realizou umnovo DVD acerca de uma das formas mais características do estilo Shaolin XiaoHong Quan. Gravado com o habitual mimo com o que fazemos todos os nossosvídeos, estará disponível nos próximos dias para todos os interessados.

Para introduzir este trabalho, nada melhor que os conselhos e explicações doMestre Shi Miaozhi. Não percam a ocasião! ¡É Kung Fu do bom!

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Shaolin

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Muitos estudantes, nos seusinícios se sentem incapazes deexecutar movimentos precisos eperfeitos desenvolvendo toda aforça que seja precisa, apesar deterem uma boa formação física.Também alguns praticantes maisavançados, apesar de seus esforçosnão conseguem alcançar osobjectivos que se tinham marcadocom respeito à rapidez na execuçãode certos movimentos e à força

projectada para o exterior, que tãocaracterístico fazem o Shaolin GongFu 少林功夫.

Podemos dizer que toda a práticatécnica no treino do Gong Fu 功夫reside nas ancas. A sua importânciaé vital para conseguir unsmovimentos ágeis e fortes. Sequeremos conseguir uns bonsmovimentos fluidos e em ordem,combinados com movimentos

rápidos e fortes, é preciso prestarespecial atenção aos movimentosdos quadris, posto que destamaneira se poderá desenvolver todaa força necessária e que a mesmaseja perfeita na sua projecção para oexterior.A este rápido e forte movimento

executado com os quadris, tem deser seguido pelo ombro, o braço efinalmente a mão. Do mesmo modo,a parte inferior do corpo tem de agir

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de similar maneira, o movimento dosquadris tem de ser seguido pelomovimento do joelho e do pé, assimse desenvolverá toda a força e estair-se-á potenciando ao longo dopercurso da perna.Conseguir este tipo de

movimentos exige um profundotreino com toda a atenção nosquadris, até conseguir que se sejade maneira natural e possamospassar a nossa atenção para outros

aspectos. Mais uma vez, a seriedadee a persistência no treino édeterminante para aumentar aqualidade dos movimentos.

O seguinte passo é prestaratenção aos movimentos de ataquee defesa que se realizam. Aconcentração na execução domovimento correctamente e aqualidade do mesmo, reparando nosignif icado e no motivo dessaexecução, é crucial para desenvolvercorrectamente a compreensão doShaolin Xiao Hong Quan 少林小洪拳.Tem de se pensar claramentemaneira de usar o movimento dedefesa e de ataque, a maneira deatacar os pontos importantes ecomo frustrar um ataque. Seatacamos, o nosso oponente deviade ter a sensação de que somos asua sombra, da qual não podeescapar. Se somos atacados, onosso oponente devia ter asensação de que somos como um

longínquo e pouco nítido espelhoimpossível de alcançar.

Existem oito pontos a considerarquando se quer desenvolver emelhorar a técnica de Xiao HongQuan 小洪拳:A mão, o olho, o corpo, os

passos, o Qi 气, a força, oataque e da habilidade dacombinação e inter-relação destasp a r t e s ,

depende o aperfeiçoamento datécnica e desenvolver e progredir noestudo do Tao Lu 套路. A mão cujavelocidade seja invisível para ooponente, seguida dos olhos semdistracções, os quadris fortes eflexíveis como um chicote, opasso firme e veloz, o Qi 气perfeito em sua plenitude, a forçamáxima, o ataque potente e a partesuperior e inferior do corpo inter-relacionadas perfeitamente. Avançando na técnica, o

estudante observará que estes oitopontos realmente são um só, postoque se um falhar, o resto se debilitae o conceito de Gong Fu 功夫 seperde.

Para alcançar esteaperfeiçoamento na técnica éindispensável treinar os movimentosbásicos. Praticando os passosbásicos do Shaolin Xiao Hong Quan少林小洪拳 tem de se prestar

Shaolin

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especial atenção à forma da mão e asua técnica, a forma do passo e asua técnica, os pontapés e a suatécnica, o equil íbrio, etc. No

treino destes passos tem de se serestrito para que os passos sejamperfeitos. O estudante terá depraticar repetitivamente, atéconseguir que a posição sejacorrecta.

Quando se tiveremconseguido umas boasqualidades físicas, consoantese explicou no capituloprecedente, se tenhacompreendido como serelacionam entre si asdiferentes partes do corpona prática do Gong Fu 功夫e o estudante tenha

conseguido um bom nível em seusmovimentos básicos, o que segue é

treinar passo por passo Shaolin XiaoHong Quan 少林小洪拳.

Para conseguiraperfeiçoar esteTao Lu 套路 , opraticante tem

de praticar de maneira que aqualidade aumente

constantemente, até conseguir umexcelente nível na evoluçãocompleta da forma.

O primeiro passo é aprender arotina passo a passo, de maneirarepetitiva, para conseguir memorizá-la perfeitamente, sem existiremdúvidas. Os passos e movimentostêm de ser perfeitos para adquiriruns bons hábitos na sua execução eassim poder passar à seguinte parte.O segundo passo do treino da

técnica de Xiao Hong Quan 小洪拳consiste em agrupar os movimentosem pequenas séries e praticar asmesmas repetidamente e de maneiraindividual e ir unindo estes gruposem séries mais longas até completara forma. O treino tem de serrepetit ivo como nas ocasiõesprecedentes. Este é o momento emque te tem de começar a realizar oTao Lu 套 路 a um bom ritmo,prestando atenção a que no caso domovendo ser lento, tem de serealizar lentamente e se é rápido teráde ser executado rapidamente. Opraticante também terá de treinar

Xiao Hong Quan 小 洪 拳desenvolvendo a força necessária eaplicando a flexibilidade necessáriaa cada movimento.O terceiro e último passo consiste

em um treino de qualidade. Oestudante deve treinar procurando amais alta exigência, sem se verdiminuída a técnica, a qualidade dospassos, a força, nem nenhuma dascaracterísticas que constituem oShaolin Xiao Hong Quan 少林小洪拳.A forma realizar-se-á repetidamente,descansando duas ou três vezes eserá depurando qualquer falho quepudesse restar.

O treino mental

Este tipo de treino é fundamentalpara conseguir com êxito osobjectivos de exigência marcadospara o estudante. O treino do GongFu 功夫 é um trabalho de uma altaexigência física, mas também senecessita adquirir certos estadosmentais, como a paciência. Isto éimprescindível quando uma parte dotreino consta de desenvolver a formade maneira repetit iva. Algunsestudantes, quando chegam à parteda prática em que se tem de repetirconstantemente os passos básicosou as séries do Tao Lu 套 路 ,abandonam por falta de paciência.Mas os que levam a sério os seusestudos de Gong Fu 功 夫 ,perseveram. Os treinadores e

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professores, ou aqueles estudantesque praticam a sós, devemencontrar os estímulos necessáriospara que o atleta marcial continueavançando e evoluindo na prática ena compreensão do Gong Fu 功夫. Os estados de irritabilidade, falta

de vontade, lentidão mental, etc.podem provocar que os treinos nãotenham os resultados esperados.Uma boa personalidade epredisposição, proporcionam umbom equilíbrio entra a parte física e aparte mental do estudante. Isto podemarcar uma clara diferença entredois estudantes de Gong Fu 功夫,cujo treino físico tenha sido similar. Da mesma maneira que dia a dia

se treina o físico e os seusresultados se vão vendo pouco apouco, quando o estudante épersistente, também se pode treinara mente dia a dia, para que tenhauma predisposição positiva e activaperante as dificuldades que possaencontrar no treino.Exercícios de relaxação mental ou

destinados a ser objectivos, com os

pontos débeis e osfortes, e conseguir ver deuma maneira clara, por ondedevem de prosseguir os passos notreino, são necessários paraalcançar as mais altas metas deexigência que para si tenha marcadoo atleta marcial.

Chaves do treino de Shaolin XiaoHong Quan 少林小洪拳

Este capitulo é dedicado àquelaspartes às quais o estudante tem deprestar especial atenção no treinodo Tao Lu 套路. Neste rever dosdiferentes passos e movimentos, opraticante de Gong Fu 功夫 vaiaprender a desenvolver a técnica e acorrigir erros na sua execução.Há uns conselhos básicos a

seguir. Por exemplo: o treino tem deser feito com posições baixas edesenvolvendo a força e umaspautas de treino similares e graduaistêm de ser seguidas, as quaisproporcionem o aumento damelhora na evolução das diferentes

partes implicadas na aprendizagemdo Shaolin Xiao Hong Quan 少林小洪拳.

Mabu 马 步 , esta posição éfundamental no Shaolin Kung Fu 少林功夫. Uma recomendação para tera separação correcta dos pés, é aseguinte: Começamos com os dois pés

juntos e apontando em frente,giramos o pé esquerdo e levamos aponta até ao meio do pé direito, demaneira que fique perpendicular.Giramos o pé sobre o calcanhar atévoltar a ficar perpendicular, voltamosa girar o pé sobre os dedos e porúltimo giramos sobre o calcanhar,até que ficar apontando para afrente, em paralelo ao pé direito e

Shaolin

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“O treino do Gong Fu éum trabalho de umaalta exigência física,

mas também énecessário conseguir

certos estados mentais,como a paciência”

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começamos a descer, tendo cuidado que os joelhos senão dobrem para dentro. A posição tem de ser realizadabaixa, com as costas direitas e os quadris alinhadoscom as costas; as coxas têm de procurar a horizontal,da mesma maneira que a água a a procura lá donde seencontrar.

Gongbu 弓步. A correcta maneira de executar estaposição é que a perna da frente forme um ângulo de 45ºcom o joelho e este nunca ultrapasse o pé. A pernatraseira estará completamente esticada, com o péapontando para a frente em 45º. Ombros e costasalinhados e virados para a frente, na direcção da pernaadiantada.

Pubu 仆步. Nesta posição tem de se prestar especialatenção a que as ancas fiquem o mais baixas possível ea costas direitas - não inclinadas nem curvas - e olhandoem frente. Ambos pés têm de estar totalmente apoiadosno chão.

Dingbu 丁步. À semelhança que nos exercíciosanteriores, as costas têm de estar direitas, alinhadascom os quadris. Um dos pés te de estar totalmenteapoiado no chão e o outro sobre a ponta dos dedos enão sobre os dedos flexionados. Tem de realizar-se omais baixa possível.

Liao Ye Zhang 撩叶掌. Para uma correcta execuçãodesta técnica de palma, tem de se prestar especialatenção à colocação da mão. Tem de estar totalmenterecta e enérgica, os dedos juntos e o dedo polegar deveflexionar-se pelo nó, com a primeira falange apoiadacontra a palma. Quando se lança um golpe com estatécnica, tem de se realizar um ligeiro retrocesso, demaneira que o cotovelo fique ligeiramente flexionado.Assim se consegue que músculos e tendões fiquemmais descontraídos, evitando possíveis lesões peranteum ataque. Mediante esta ligeira flexão também seconsegue que o seguinte movimento seja mas rápido.

Qi 气. Existem várias maneiras de trabalhar paradesenvolver esta técnica e que permita puxar de toda aforça na sua totalidade. Quando se estiver treinandoSaholin Xiao Hong Quan 少林小洪拳, será precisocombinar passos baixos e lentos com outros muitorápidos, controlando a respiração em todo momento.Quando se lança um golpe, se larga o ar, recolhendo amão, se aspira o ar. A exalação tem de realizar-semediante um golpe forte e curto de ar. Este Tao Lu 套路pode ser praticado gritando nos golpes ou sem gritar.Em caso de resolver usar este método do grito, omesmo tem de sair do abdóme - não da garganta - e osom tem de ser como um estalo seco e curto.

Os Mestres não magoam ninguém, são Mestres de seus corpos

Buda

Conclusão

Existem muitas técnicas e Tao Lu 套路, dentro doShaolin Kung Fu 少林功夫, mas sem dúvida alguma,Shaolin Xiao Hong Quan 少林小洪拳 é uma rotina que

todas as pessoas interessadas em aprender esta artemarcial deviam conhecer em profundidade. Paraestudante que conseguir aprender esta técnica de umamaneira exacta e profunda, isto será uma grande ajudapara avançar na aprendizagem de outros Tao Lu 套路,devido a que contém a essência, o propriamente ditoâmago do Shaolin Kung Fu 少林功夫.

Levar a um livro todo o conteúdo e significado desteTao Lu 套路 é tarefa árdua e difícil, mas aqui estão aschaves para desenvolver e aperfeiçoar do Shaolin XiaoHong Quan 少林小洪拳. Sem dúvida alguma, o estudante sério, interessado em

aprender esta forma, terá de trabalhar arduamente edurante logo tempo, até conseguir uma excelentequalidade em seus movimentos. Mas como se disseanteriormente, o Gong Fu 功夫 consiste em um trabalhoconstante e decidido na superação das dificuldades.

O verdadeiro Gong Fu 功夫 começa a partir de agorano campo de treino, aplicando os exercícios descritos,aperfeiçoando a técnica, controlando o pensamento,usando o Qi 气 e claro está, gozando e sentindo gostopor praticar esta Arte Marcial.

O Shaolin Gong Fu 少林功夫 é muito mais quedesporto, ou que um método de luta tradicional, visto tersido criado e formado através dos séculos, juntandoprofundos conhecimentos do que é físico e do que émental. Parece que para praticar Gong Fu 功夫 não serianecessário conhecer a cultura chinesa, nem seuscostumes ou a sua filosofia, etc. mas sem dúvidaalguma, o estudante que penetrar nestas áreascomeçará a conhecer o autêntico Gong Fu desde umanova dimensão completamente diferente e poderá juntare harmonizar em seu estilo de vida todas as partes quenele estão presentes.

Shaolin

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Jujutsu - As formas e o tempo

Tenho tido a oportunidade de conhecer muitos tipos e linhas de Jujutsu que jamais haviaouvido falar. Sempre raciocino que a oportunidade de aprender é ainda mais sublime do que o atode observar. A Europa está recheada de sistemas de auto-defesa que recebem os mais variadosnomes, e que, à cada dia mais, demonstram que: “cada cabeça um chapéu e uma sentença.” Issopode ser maravilhoso em nível de uma observação experimental. O homem está aos poucos sedesligando das origens orientais das artes marciais e descobrindo que os segredos já nãoexistem mais. Hoje, se analisarmos por uma visão realista, os que permanecem ligados à algumaescola tradicional ou clássica são somente os mais apaixonados pelos caminhos antigos, hajavista que, em sua maioria, muitos preferem novos sistemas, ou mesmo aliberdade de voar aqui, ali, acolá... E aprender com todos. Se voltarmos no tempo, o mundo actual das artes marciais não é

diferente do oriente de 300 anos atrás. O Japão conseguiu a façanha depossuir mais de 400 estilos diferentes de Kenjutsu... Imaginem a Chinacom seus incontáveis estilos de Kung Fu... Quem afirmaria os que sãoverdadeiros ou falsos? Da mesma forma, nos dias actuais, quem podeafirmar os que são mais eficientes? Podemos dizer os que são maisorganizados, e por conseguinte, oferecem uma maior segurança deaprendizado aos seus seguidores. Todavia, isto não é sinonimo depossuir uma técnica melhor ou pior, nem tão pouco infalível! Éclaro que é absurdo e ilusório, sem significado, os diversoscaminhos que tomam as inúmeras discussões acerca de quemsabe mais, quem é o bom... Afirmar que há verdade marcial ouque não há, quando a vida actual, vazia e superficial, não temqualquer significado -- o que é verdade, vivendo nós comovivemos. Assim, não vamos nós agora inventar-lhe um sentidoúnico e específico como verdadeiro e real. Cada caminhodeve responder às necessidades daqueles que buscam estecaminho. Krishnamurti diz: “Tem de se estabelecer uma conduta

correcta, para que a mente esteja em completa ordem. Umamente torturada, frustrada, moldada pelo que a rodeia, que seconforma à moral social estabelecida é, em si própria,confusa; e uma mente confusa não pode descobrir o que é aVerdade.” Se seguirmos as directrizes de Lao Tse, em tudo

encontraremos verdade e mentira. Temos de compreendermuito claramente esta ideia de caminho... De que através deum método, de um sistema, ou do ajustamento a certo padrão

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ou tradição, a mente é capaz de descobriressa Realidade. Aprender é infinitamentemais importante do que observar!Já tarde da noite, estávamos na varanda

de minha casa eu, Juliana, e alguns outrosamigos. Um dentre eles, professor deantropologia em uma das Universidadesda Catalunha, perguntava: Como assimTorite? Aprisionar?

Talvez, o melhor fosse respondercom uma maior profundidade:

Aprisionar... De prisão - v. tr.,meter em prisão; fazer prisioneiro;apresar; capturar; submeter;sujeitar. Em verdade, ninguémaprisiona ninguém. Sujeitamo-nos a situações que a vida nosoferece e, a partir daí,posicionamo-nos de acordocom os interesses

momentâneos. Nada é maisespecial do que observar as

reacções do aprisionado. Talvez, oTorite esteja relacionadounicamente ao momento em quese fundem as acções TORI-UKE.Não é necessário estabelecer-sea base adequada para averdadeira compreensão. Sem opensar correcto não é ilusória anossa compreensão, hajavista que o momentoapresenta a imagem do Ukeaprisionado? Contudo,não mais do que seucorpo: é este o ponto!

Compreender érelativamente fácil,conforme o seucondicionamento,assim compreendecada um.Compreendemosem conformidadecom as nossascrenças e ideais...O aluno jovemachará bonita arealização velozdos movimentos edos Kata. Seolharmos emd i f e r e n t e sescolas, veremosque a tradição ea crença, pois,determinam an o s s acompreensão;já os maisvelhos não seprendem a nada.Quando realizam

suas sequências

simplesmente as fazem; permitem que omomento dite a maneira certa. A vida atingeentão essas suas finalidades pelo métododa reacção. Certa vez ouvi: deixe que ele semovimente, logo se cansará. Um senhorbem forte tentava se soltar dos laços e nósfeitos em uma das sequências de Hojojutsuaplicadas no Torite. O que ele queria dizerestava claro: quando ficamos nocontingente, onde fervi lha a luta,desencadear o assalto significa excitar umareacção equivalente em virtude da leiuniversal do equilíbrio. Como se vê, aqui se fala em termos de

psicologia utilitária, pois que sabemos bemque o homem não compreende e não semove senão em função de uma dadavantagem. E a vantagem neste caso é, paracada um, um estado de fel icidadedependente apenas de si mesmo e não dascondições ambientais e da vontade alheia.O jovem que se sente feliz em aprendersupostas técnicas de antigos Samurais; ovelho que compreende o momento e oaprisionamento... Exclama-se bem aposição do Uke que, em analogia com omundo moderno, materialista, demonstra odesespero de estar preso, limitado... Pelaóptica do Tori, projecta-se pelas viassensórias, a que chamam objectivas,completamente ao exterior e só aí procura asolução dos seus problemas (enfim,amarrou o prisioneiro). Nós seguimos uma via oposta. Ao invés

de agir sobre os efeitos, penetramos nascausas, na substância espiritual das coisase dos problemas, havendo antes bemcompreendido como tudo funciona. Trata-sede compreender, para depois agir demaneira inteiramente diversa da habitual. Asfontes do conhecimento e do poder, dariqueza e da saúde não estão, como amaioria crê, no mundo material, exterior anós, mas no mundo espiritual. É o domíniodo momento - de forma que não sejamosaprisionados pelas circunstâncias.Em visão do Jujutsu, do Torite, do

Hojojutsu; tudo o que se realiza naquele nãoé mais do que uma consequência daquiloque primeiro se realizou neste. Tudo derivade um centro do universo, que tudo rege...Depois de desatadas as cordas e reflectidasas verdadeiras vias projectadas pelo Tori epelo Uke, verificamos que nós somos livrese podemos, se quisermos, alcançar aconsciência. Mas tudo provém do interior enada poderá andar bem no exterior, seantes não tiver marcado bem no nossointerior. Só nos mudando para melhor é quepoderemos transformar positivamente todaa nossa vida. Em verdade, em cadamomento, cada técnica, cadacompreensão, nada mais é do quedemonstrações de formas espirituais e de

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consciência que já não necessitamos.O Tori, a técnica, a corda... Formas...Não mais que isso!“Nenhum problema está concluído,

antes que o concluamos bem.” (EllaWilcox - Settle the Question Right). Por outro lado, dentro de uma

racional análise acerca do caminho dabusca como objecto, conquista, chegaum momento em que a imagem doídolo se rompe e novos factorespassam a implicar e sustentar essamesma busca, contudo, como via deacesso à algum ponto específico. Issosignif ica que, para os maispesquisadores, nada mais interessa doque as verdadeiras experimentaçõesacerca das realidades e ilusões tãopresentes nas escolas tradicionais. Um grande professor (resguardo seu

nome) que se formou PHD em umaUniversidade da Inglaterra, disse-me:“A história é a fonte de todas asmentiras!” Desde sua últ ima pesquisa no

Japão, após ter sido humilhado comoaluno no meio do século XX -enquanto ainda era um garotosonhador -, decidiu que nada mais lheimportava acerca da preservação. Issosignifica romper com valores antigos etradicionais; ampliar o horizonteatravés da física e história de maneirapragmática e racional. Segundo suas pesquisas em centros

considerados imparciais, Laicos, comolaboratórios académicos, arquivos doestado, e outros, há tempos as artesmarciais tradicionais se tornaramobjectos de museu e admiração. Uma

nova mentalidade moderna edesportiva ataca o Japão! Esta é umabusca que está acontecendo nasinstituições emergentes. No passado, seria impossível um

Gaijin ministrar aulas de artes marciaisno Japão. Hoje, não somenteestrangeiros, mas, artes estrangeirasganham espaço na terra do solnascente. O velho Budo choca-se comos novos sonhos e estilos de vida.Uma enxurrada de tentações cépticase agressivas está invadindo as escolasadulterando o que se imagina comocultura marcial. O japonês agora é convidado a

provar seus mitos e lendas, antigas einflexíveis, e explorar os novos modosdo mundo e do empirismo.Naturalmente, um crescente consensode procuradores de "mente aberta"afirma que a verdade do Budo, vistocomo arte real e não desportiva, é"divisiva demais" para se encaixar nanova visão de artes que tentam unificarmétodos e estilos influenciados peloefeito globalização e novasdescobertas. Muitas vezes vi um determinado

mestre contar histórias dizendo que“faz e acontece” e todos ficaremboquiabertos e admirados. Certamenteque hoje, alguém lhe colocaria à prova;haja vista que é a moda do momento.Que não significa que seja um atoeducado e ético! Digo, pois, aeducação e ética jamais podemtransitar por esta via; cada um comsuas necessidades e vaidades, não?Em verdade, nada é diferente dos

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remotos tempos de Musashi, Yagyu, eoutros. Não se pode negar que durante

séculos houve uma influênciamanipulativa através das informaçõesacerca dos métodos de combateJaponês. Nesta era contemporânea, asestratégias transformacionaisadoptadas nas artes do novoparadigma como MMA, K1,sistemas voltados à práticas emringues, desafios, eventosmilionários que promovem,como nos antigos Coliseus, asuperação do homem contraoutro homem, estabelecemum novo universo marciale se tornam os principaisagentes de mudançano mundo do Budo.Talvez isto

reformule aignorância eprepotência

de tantos mestres, que durante oséculo XX faziam o uso esperto daspalavras e as complexidades dossistemas, que ilusórios, tendem a cegarnossos olhos para as estranhasalianças e as estratégiasmanipuladoras. No entanto: cada umcada um!

“Quem não considera o que temcomo a maior riqueza, será sempredesditoso, ainda que seja dono do

mundo.” (Epicuro-Fragmento, 474).

Em paralelo, parece que o serhumano está com tanto medo de serenganado, que já nem se preocupamais com a racional linha de seuspensamentos. Em muitos casos, criam-se mecanismos de defesa quepreferem acreditar no que está escritona capa de um livro do que ler o querealmente existe em seu conteúdo.Assim somos nós com marcas de

carros, roupas, universidades,escolas... Profundamente, as verdadese mentiras iniciam em nosso interior.Podemos afirmar e estar seguros deque nossos olhos encontrarão o queprocuram. A Europa possui tantosestilos de Jujutsu, Jiu Jitsu, Jujitsu,quanto possuía o Japão antigo.Certamente que para os homens debem isto não importa; nada tem maisimportância que o caminho pessoal decada um. Temos o péssimo hábito deestabelecer o que pode e o que nãopode. Melhor seria desejarmos que talpessoa prosperasse em seu caminho;pois, em nada mudará a minha vidapessoal, sentimental, se fulano oubeltrano, está fazendo um “falso ouverdadeiro” Jujutsu. Nunca entendereiesta premissa de que o mundo deveser salvo dos impostores. Em nossahistória pessoal encontraremos muitosimpostores; haja vista que muitos delesfazem parte do convívio íntimo familiar;Ah! Mas aí é diferente, não? Cada um

com suas verdade e mentiras,

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com seus sonhos, felicidades, tristezas... Em lugar de tentar remediar o mal, osdetentores do poder e da cultura, tinham o dever de assumir a iniciativa decorrigi-lo internamente em seus pensamentos e sentimentos. “Antes dequerer mudar o mundo dê três voltas em sua própria casa.” O sistema desta caridade de salvação dos impostores, dos falsos, e

beneficência paternalista de fato é muito conveniente para oprofissional consagrado; haja vista que este, inseguro, não écapaz de possuir concorrentes. Muitos de meus mestres quando viam algo que não

concordavam, diziam: “é parecido!” A boa reputaçãoé interior, para si mesmo; os bons não têm medoquando ficam a sós com seus pensamentos.Percebem que o evidente não precisa sersalientado! É simples, sendo o universosempre todo presente em suas várias fasesevolutivas e dimensões que os seresatravessam no infinito, o limite do perceptívelsomente existe nos meios individuais depercepção e não nos fenómenos. Assim, porexemplo, o ouvido humano não abarca senão umadeterminada amplitude na frequência de vibrações dossons, além da qual não há percepção. O perceptível, pois,não tem fronteiras em si mesmo, mas apenas narelatividade de nossa posição evolutiva; se esta seeleva, automaticamente também se dilata operceptível.Em profundidade, a necessidade sempre foi a

mãe do progresso. Vejamos:Diferentemente do que se pensa nos países

tropicais, o frio é algo realmente significativopara a guerra. De início, devemos lembrar queo ser humano é um animal homeotérmico, ouseja, existe uma estreita faixa detemperaturas --- que fica ao redor dos36,1oC --- dentro da qual nosso corpoconsegue funcionar adequadamente,regulando as funções de nossascélulas; fora desta faixa, problemasgraves podem ocorrer e até mesmoocasionar a morte. Imaginemos o

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que seria um combate realizado emuma temperatura de 30 graus negativo. Para evitar que nossa temperatura

corporal saia fora dessa estreita faixa,nosso organismo criou mecanismos dedefesa. Quando o ambiente está frio, ecomeçamos a perder calor para ele,são accionados, de início, oshorripiladores, pequeninos músculosque ficam na raiz de cada pelo quetemos espalhados pelo corpo. Esseaccionamento causa de imediato oconhecido arrepio, uma onda detrepidação muscular pelo corpo todo.A tremedeira, que logo depois seestende a outros músculos, é nossaprimeira protecção, pois tremer é umprocesso mecânico para gerar calor. Os mestres de Bugei da antiguidade

- período Sengoku - diziam que seus

homens deviam estar preparados paraqualquer ataque em qualquermomento. Isso signif ica que, umataque durante a madrugada, a menos10, 15..., exige algo a mais, não? Kanetsu é uma palavra em japonês

que significa aquecimento; neste caso,interior. Utilizada inicialmente pelosmestres de Jujutsu, haja vista que, oKenjutsu oferece outra visão acercadeste episódio, tal prática compreendeem elevar o Ki existente no haraatravés de práticas respiratóriasespecíficas (Danbo), sons gravesemitidos de dentro para fora estudadosno Haragei (Kinmekki no Oto). Buscamcom isso elevar o Ki na camada dapele de maneira que os pelos eriçadoscolaborem na retenção de umacamada de ar junto à pele e, como o aré um bom isolante térmico, eis nossoprimeiro agasalho natural. Quanto maispelo, mais ar é aprisionado e tantomelhor será esse agasalho natural. Daío fato de que é correcta a afirmação deque esta técnica é oriunda dos povos emestres que viveram em Hokkaido. Aorigem mais caucasiana dos Ainusretrata bem esta visão e possibilidade.Nas aves, tal agasalho é constituídopelas penas. Um aluno, certa vez, perguntou-me:

“mas por que contraímos todos os

músculos fechando o corpo e oencolhendo durante a respiração?”Vejamos: Outra protecção natural do corpo é o

embolar; fechamos as mãos, cruzamosos braços, encolhemos as pernas ecurvamos o corpo - tudo isso paradiminuir a superfície externa exposta -quando menor a superfície exposta,menor será a área pela qual o calorpode escapar para o ambiente. Seobservar bem, no frio, o gato dormetodo enrolado, os bois se juntam aomáximo; a natureza em sua infinitasabedoria nos ensina que o segredo édiminuir a superfície exposta! Quandoisto não for suficiente, teremos queapelar para os agasalhos - elesengrossam as camadas de ar ao redorde nossa pele proporcionando maiorisolamento térmico. De maneira profunda, os mestres

buscam a compreensão que tudo queexiste, existe também dentro de nósmesmos. Assim sendo, se formarmosuma resolução determinada deganharmos a compreensão completa,todo mundo também terá estaresolução ao mesmo tempo. Então,não existe qualquer diferença entrenossa mente e o tempo; estão ligadospela resolução de atingir acompreensão mais elevada. É aí que otermo Kanestu, em muitos casos, foiassociado ao estado e acaloramentoda mente em busca de umacompreensão; que nada tem a vercom o termo “cabeça quente” dosocidentais.Max Gehringer diz algo curioso:Uma questão de reposicionamentoNa vida profissional, fala-se muito na

necessidade de mudança, na quebrade paradigmas, em reconstrução eem reengenharia. Isso pode serbom, mas também pode ser uma

armadilha. Foi o queaconteceu com duaspulgas.

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Duas pulgas estavam conversando e umadisse para a outra: - Sabe qual é o nosso problema? Nós não

voamos, só sabemos saltar. Daí, nossapossibilidade de sobrevivência quando somospercebidas é zero. É por isso que existem muitomais moscas do que pulgas no mundo: moscasvoam. - E elas tomaram a decisão de aprender a voar.

Contrataram uma mosca como consultora,entraram num programa intensivo e saíramvoando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou

para a outra: - Voar não é suficiente, porque ficamos

grudadas ao corpo do cachorro. Portanto, onosso tempo de reacção é menor do que avelocidade da coçada dele. Temos que aprendera fazer como as abelhas, que sugam e levantamvoo rapidamente. E elas contrataram o serviço de consultoria de

uma abelha, que lhes ensinou a técnica dochega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu. Aprimeira pulga explicou: - Nossa bolsa para armazenar sangue é muito

pequena, por isso temos que ficar sugando pormuito tempo. Escapar, a gente até escapa, masnão estamos nos alimentando adequadamente.Temos que aprender com os pernilongos como éque eles conseguem alimentar-se com maisrapidez. E um pernilongo lhes prestou consultoria sobre

como incrementar o tamanho do abdómen. E asduas pulgas foram felizes... por pouco tempo.Como tinham ficado muito maiores, suaaproximação era facilmente percebida pelocachorro; elas começaram a ser espantadasantes mesmo de conseguir pousar. Foi aí que

encontraram uma saltitante pulguinha dos velhostempos: - Ué, o que aconteceu com vocês? Vocês

estão enormes! Fizeram plástica? - Pois é, nós agora somos pulgas adaptadas

aos grandes desafios do século XXI. Voamos, aoinvés de saltar, picamos rapidamente e podemosarmazenar muito mais alimento. - E por que é que vocês estão com essa cara

de subnutridas? - Isso é temporário. Já estamos fazendo

consultoria com um morcego, que vai nosensinar a técnica do radar. E você? - Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sacudida. Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem

alimentada. Mas as duas pulgonas não quiseramdar a pata a torcer: - Mas você não está preocupada com o

futuro? Não pensou em uma consultoria? - E quem disse que eu não tenho uma?

Contratei uma lesma como consultora. - Hâ? O que lesmas têm a ver com pulgas? - Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês.

Mas, ao invés de dizer para a lesma o que euqueria, deixei que ela avaliasse bem a situação esugerisse a melhor solução. Ela ficou ali trêsdias, quietinha, só observando o cachorro,tomando notas e pensando. Então a lesma medeu o diagnóstico da consultoria: "Você não precisa fazer nada radical para ser

mais eficiente. Muitas vezes, uma grandemudança é apenas uma simples questão dereposicionamento".- E isso quer dizer o quê? - O que a lesma me sugeriu fazer: "Sente no cocuruto do cachorro. É o único

lugar que ele não consegue alcançar com apata".

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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A Eskrima conhece o Wing Chun

Durante as minhas vagens tenho ensejo de conhecer mui-tas pessoas de diferentes culturas. Isto é muito belo nomeu trabalho, o facto de poder contactar com gente quesenta a mesma paixão que eu tenho, as Artes Marciais.Recentemente, um Mestre de Wing Chun grego de naciona-lidade, Chris Vafiades, me convidou para dar aulas deEskrima e luta com faca. Ele é um Mestre de Wing Chunque também sente grande interesse na Eskrima. Estes cur-sos têm habitualmente uma duração de cinco dias e os trei-nos são de cinco horas por dia. A maioria dos participantessão Mestres de Wing Chun ou pelo menos são praticantesque contam com vários anos de experiência. O próprio Chris é um conhecido Mestre de Wing Chun naGrécia. Ainda não é conhecido a nível internacional, mas émuito possível que isto mude rapidamente. O Wing Chun deChris é muito eficaz e de grande qualidade e seus conheci-mentos teóricos do Wing Chun são muito impressionantes.Tenho a certeza e que no futuro vamos a ouvir muitas coi-sas acerca deste Mestre, porque a qualidade sempre pre-valece.

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Wing ChunComecei a praticar Wing Chun com

16 anos de idade. A minha formaçãoem Wing Chun se iniciou sob a tutelade Henk Roelofsen, um dos primeirosestudantes de Wang Kiu nos PaísesBaixos. Mais tarde, fui estudanteparticular do Grão Mestre Wang Kiu.Wang Kiu foi durante muitos anos umdiscípulo do próprio YIP MAN.

Eu passara 15 anos treinando WingChun e realmente pensava pertencer aogrupo superior de estudantes de WingChun, mas quando conheci o meuprimeiro Mestre de Eskrima, Bil lNewman, comecei a mudar para aEskrima. Se ajustava melhor à minhamaneira de pensar e à minha atitude.Aos poucos comecei com a Eskrima efui abandonando o Wing Chun, até quefinalmente fiquei completamenteconcentrado na Eskrima. Mesmo assim,sou um grande admirador do WingChun e de Philipp Bayer, a quem tenhoem alta estima.

Eskrima e Wing ChunA Eskrima Filipina e o Wing Chun

Kung Fu, um Estilo Chinês, têm muitassimilitudes, mas também são diferentesem muitas cosas. Em primeiro lugar,começarei com as diferenças.

A maneira de situar-se em posição deguarda, é muito diferente. No WingChun se descarga 80% do peso naperna atrasada. Enquanto que naEskrima o peso se descarga na pernaadiantada (numa posição normal ebásica de luta).

No Wing Chun se mantém a partesuperior do corpo estática e na Eskrimaa parte superior do corpo está emmovimento. A maneira de treinar comarmas na Eskrima, explica estadiferença. Na Eskrima começamos atreinar com armas e só depoiscontinuamos com o combate semarmas, quando já se dominam osprincípios da Eskrima. No Wing Chun éao contrário.

Similitudes entre aEskrima e o Wing Chun

O Wing Chun é uma das melhorespráticas de Artes Marciais que tenhasido desenvolvida. Isto também seaplica à Eskrima. A Eskrima sedesenvolve no campo de batalha e éprovada em um combate realista àcusta de muitas vidas e uma grandequantidade de sangue. Portanto, é

lamentável que a Eskrima nem sempreseja tomada em sério por algumaspessoas. São pessoas que praticam aArte só como um segundo ou até comoterceiro estilo, além da sua principalArte Marcial - como um segundo pratoem um restaurante.

No Wing Chun, o princípio da energiapara a frente é muito importante.Quando não há contacto com oadversário e a mão está livre, tem de seatacar. Na Eskrima, este princípiotambém é primordial. A Energia para afrente é um princípio chave, é comomandar a energia interior para a frente.A intenção com a qual se pode atacarsempre está orientada para o oponente.Esta energia interna dispara o ataque.Mesmo quando não se ataca, semantém a iniciativa. O oponente nãodeve ter nenhuma ocasião para atacar.O ataque é a melhor defesa - comohabitualmente se diz - e quando se fizero ataque, a defesa é feita ao mesmotempo que o ataque.

A Energia para a frente é muitodirecta e exige muita concentração.Também, quando bem entendida e bempraticada, se torna uma segundanatureza. Para mim, isto é uma maneiranormal de pensar. O meu pai me dizia(quando anda eu era muito novo):“Sempre atacar primeiro”.

Isto é assim devido a que só duascosas podem suceder: que o oponentefaça uma aproximação ou que lhebatamos nas costas. Sempre gostei dosegundo resultado, é muito maisdivertido.

O Lado CegoO lado cego é um aspecto importante

do Wing Chun, especialmente no estilode William Chung. Evadir o ataque,dando um passo fora da l inha deataque e contra-atacar através da linhaaberta. Este importante princípio noWing Chun vem da ideia de que à forçanão se pode responder com a força.Devemos de lembrar que o Wing Chunfoi desenvolvido por uma mulher - deacordo com a lenda.

Na Eskrima, este princípio sedenomina "ponto cego" e se práticacom espada e adaga ou com pau efaca. Também no Pangamot e na lutacom faca, eu utilizo muito este conceito.Posso dizer que este é um dos motivosque fazem o meu sistema de luta comfaca, diferente de outros sistemas.Utilizo o conceito de 'ponto cego' parautilizar uma faca mais eficazmente.

Para o oponente, um ataque comfaca baseado nestes princípios, é difícilde interceptar. Realmente trata-se dealgo bastante simples, porque o quenão se pode ver, não se podeinterceptar nem mostrar.

'Lado cego' e 'ponto cego' são osprincípios chave para ataques eficazese duros, com ou sem armas, nisso nãohá diferença.

Criado na ruaA Eskrima e o Wing Chun são ideais

para a auto-defesa. Com técnicascurtas, rápidas e simples, são ArtesMarciais eficazes, criadas para a rua epara o combate corpo a corpo. Na ruanão há regras nem árbitros. Só existeuma regra: vencer o oponente ouperder; não há outras opções.

Armas no Wing ChunNo Wing Chun se utilizam armas

como os Baht Cham Dao, tambémconhecidos como facas borboleta,ou o Lok D im Boon Kwan (paucomprido). Estas armas são as maistradicionais e contam com uma longahistória. Não são as armas que seutilizam comummente na rua ou sepossam encont rar na rua . Noentanto, o treino com armas tambémé uma parte importante do WingChun e os estudantes gostamimenso de treinar com elas. Quandono Wing Chun se começa a treinarcom armas, já se é um estudanteavançado.

A combinação de ambos estilos

A Eskrima e o Wing Chun são como“irmãos”, pois se adaptamperfeitamente entre si. Certamente estaé uma das razões de que muitosestudantes de Wing Chun tambémpratiquem Eskrima (e ao contrário). Équase um ajuste natural. Ambos estilossão conceitos provados e adequadospara a auto-defesa eficaz. Para mim, aauto-defesa significa atacar e atacarprimeiro.

Eu faço uma interpretação ampla dapalavra "defesa". No Wing Chun existeo chamado golpe da corrente: Ficarnuma linha recta, tratando de fazer quea linha entre nós e o oponente seja omais pequena possível. Na Eskrima,realmente faz-se isso mesmo, comarmas ou sem elas. É o que eu chamo

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um "estado animicamente vencedor", bater, bater econtinuar batendo.

O Wing Chun e a Eskrima têm muito em comum, mastambém muitas diferenças. Isto é muito interessante; oque não é bom para a Eskrima é bom para o Wing Chune o que não é correcto no Wing Chun o não é na Eskrima,por isso combinam muito bem juntos, são como o ying eo yang.

O Wing Chun e a Eskrima nos filmesCada vez mais se podem ver estas Artes Marciais no

cinema. Eskrima e Wing Chun garantem acção realista eespectacular. As fitas de IP Man são fantásticas. O bomdisto é que estas Artes Marciais dinâmicas vão ser maisfamosas e conhecidas pelo público.

O Wing Chun e a Eskrima formam um acasalamentoperfeito, ambos têm uma historia antiga; um estilo vemda China e o outro das Fil ipinas. Ambos foramdesenvolvidos para derrotar o oponente o maisrapidamente possível, ambos são fáceis de aprender,sempre e quando se tiver um bom professorespecializado, que treine de uma maneira em qualrealmente se possam aplicar os princípios.

Infelizmente há maus professores demais. Para ser umbom professor de Eskrima, é preciso ter certasqualidades. É claro que a habilidade é importante, mas acapacidade de ensinar e fazer com que os estudantesmelhorem física, espiritual e mentalmente, é maisimportante para chegar a ser um bom professor. Querodizer com isto, que ter habilidade não é suficiente.

Nos nossos dias, com frequência podemos verestudantes fazendo bem as competições, mas devemoslembrar que aqui não pretendemos ser campeão domundo nas competições, pretendemos ser um bomEskrimista ou praticante de Wing Chun.

Se quiserem saber mais acerca do Wing Chun, possorecomendar-lhes:

Chris Vafiades www.vafiadiswingchun.com e não se arrependerão... Para saber sobre Eskrima, luta com faca e Pangamot,

sempre podem contactar comigo e não duvidem econtinuem batendo com os paus!

Dou-lhes as Boas-Vindas ao meu mundo, o mundo daEskrima.

Para conhecer os meus próximos seminários, cursosde instrutor, acampadas e tudo o mais, podem visitar:

web www.scseskrima.com e www.knifefightsystem.com.

“A Eskrima e o Wing Chunsão como irmãos, posto quese adaptam perfeitamenteentre si. Esta é uma das

razões de muitosestudantes de Wing Chuntambém praticarem Eskrima

e ao contrário”

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Aprender o uso das cotoveladas com as formas tradicionais do Muay Boran

É conhecido por todos que o Muay Thai é uma das artes marciais que tem o estudo maisprofundo das técnicas de cotovelo, levando seus seguidores a se tornarem especialistas no usodesta potente arma natural.Os cotovelos de um Nak Muay são "afiados" como facas ou punções, para ocasionar lesões

graves no corpo do oponente e cada atleta se pode valer de seus cotovelos eficazmente para quesejam finos no ataque ou fazer deles escudos defensivos, independentemente da sua estruturafísica. Os cotovelos se utilizam em todos os aspectos da acção de ataque e defesa para bater, mas

também para bloquear, interceptar, desviar, esmagar… Neste sentido, o cotovelo não só inclui aprotuberância óssea que normalmente se conhece como a "ponta do cotovelo", mas também umaparte do antebraço.De entre os muitos sistemas de treino utilizados pelos Mestres Thai para treinar os seguidores no

uso das técnicas do cotovelo, o mais conhecido consta de bater repetidamente nos elementosespeciais, primeiro nos sacos pesados, batendo com Pao e luvas. Mas o treino ao impacto só constituiuma parte da preparação necessária para chegar a ser um especialista na arte do emprego doscotovelos, o resto do treino a ser executado, se complementa com uma sessão de exercícios:

A) Realizando os ataques com um parceiro na prática da luta corpo a corpo.B) A realização de só sequências de técnicas de cotovelos. Realmente, esta última modalidade praticamente desapareceu dos métodos utilizados

hoje pelos Kru Muay e só algumas escolas tradicionais, como as do Mestre SaneTubtimtong, continuam adestrando regularmente seus seguidores no uso dos cotovelosno combate, através da prática constante das formas Ram Muay. De maneira similar, osprogramas técnicos da IMBA (Academia Internacional de Muay Boran) sempre têm dadogrande importância ao estudo e a prática destas formas e recentemente, muitosseminários têm sido dedicados a aprofundar nesta matéria.Agora analisamos em detalhe os diferentes métodos de treino que utilizam a Forma

dos Cotovelos, recordando que a aprendizagem das sequências devem seguir umarígida progressão, partindo das séries elementares antes de poder começar práticasmais complicadas de ataques múltiplos.Os exercícios básicos foram pensados para ensinar o estudante a automatizar o

uso dos cotovelos seguindo oito trajectórias principais de ataque; estes exercíciosintroduzem a importância de utilizar um movimento de rotação das ancas, emvolta do eixo central do corpo, para permitir que os braços recolham a energiatomada do terreno através de uma rotação forte e rápida de torção das ancas.Tudo isto se pode conseguir apenas com uma perfeita coordenação entre osmovimentos das pernas e o resto do corpo.Como acontece com todos os exercícios, a execução destas sequências

deve ser primeiro lenta e para estudar os detalhes de cada batimento,seguidas de velocidade e fluidez e por último explosiva e intencionada.Nesta última fase, visualizar o oponente e de seus movimentos é essencialpara a correcta execução da sequência.Outros dos evidentes benefícios de ordem técnico (uma boa

aprendizagem das acções de defesa e ataque) os exercícios para oscotovelos aumentam também a flexibilidade dos músculos dos ombros, dazona alta das costas e da zona média do dorso. Uma cotovelada não sepode basear na articulação do pulso e do cotovelo em para produzir energia,como acontece por exemplo em um punho, que utiliza uma cadeia cinéticamuito mais longa.Um movimento solto das costas se torna um elemento crucial para realizar

com êxito uma cotovelada; manter correctamente as costas durante aexecução do golpe é um elemento essencial a considerar quando se realizamestes ataques e a justa "concentração" se obtém com uma básica prática constantee correcta da Forma do cotovelo.Com o progresso do seu nível técnico, os estudantes se iniciam na prática de superiores Forma de cotovelo que

utilizam em combinação outras armas naturais, junto com as cotoveladas.A dificuldade de superar esta fase consiste em adquirir uma facilidade no movimento das formas, para poder

imprimir uma de aceleração a ambas as armas utilizadas simultaneamente (por exemplo, o cotovelo e o joelho)sem "carregar" excessivamente as acções, fazendo os ataques imprevisíveis e portanto, praticamenteimpossíveis de bloquear.

Grandes Mestres

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A energia necessária estará impressa em uma contracção explosiva dosmúsculos das pernas e o tronco, projectando com determinação econtundência a arma Nak Muay contra o oponente.

O estudo da Forma básicas e das formas avançadas de cotovelo foi econtinua a ser um complemento indispensável para obter uma boatécnica e dotes físicos extraordinários. Só mediante a combinação daprática dos exercícios com o treino do impacto e o estudo das diferentesacções com um parceiro nas sessões de grappling, se poderá alcançarum nível de excelência no uso marcial de uma das armas naturais maiseficazes à disposição dos praticantes das Artes de Combate.

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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No último artigo destaquei a importância de no sistema de Combat Hapkido“Sobrevivência no chão”, não gostarmos de permanecer lutando no chão. Nósinsistimos na ideia e destacamos o conceito de que “O CHÃO NÃO É NOSSOAMIGO”, apesar de que em muitos sistemas de grappling incidam no contrário.

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Não faças grappling…,sobrevive!Em um confronto estando em pé,

temos muita mais mobilidade e muitasmais opções: podemos utilizar barreiras,saltos, bloqueios, paradas einclusivamente executar se necessário,mas o chão é um mundo completamentediferente…, temos de nos enfrentar comalguém que está tratando de magoar-nosenquanto estivermos numa posição muitovulnerável, desconfortável, restringida. Provavelmente o leitor já tenha perdido

a opção de evitar a situação falando ousimplesmente fugindo do lugar. Agora

temos um atacante violento que nosapanhou no chão, e nos tem debaixo doseu corpo e isto pode ser um pesadelopara qualquer pessoa! Agora imaginequanto pior deve de ser para umapessoa mais pequena (como uma mulherpequena) presa contra o chão, debaixouma pessoa de tamanho muito maior. Aisto juntaremos o facto de que se podetratar de mais de um atacante ecomeçarmos a ver que a pessoaagredida tem muitas possibilidades deacabar no hospital ou na morgue!Agora quero considerar outro aspecto

da luta no chão que quase nunca é

tratado na maioria das artes de agarre"com base desportiva": "A sobrevivênciano chão contra armas brancas". Faz alguns anos, quando o Grão

Mestre Pellegrini e eu estávamos criandoo programa Combat Hapkido"Sobrevivência no chão", percebemosque é preciso tratar desta questão,devido à grande quantidade de ataquesque acabam no chão, com o agressoruti l izando uma arma branca ou umobjecto afiado. De facto, as estadísticasmostram que um grande número dasmulheres que se enfrentam a um cenáriode violação, se enfrentam a um atacante

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armado com uma arma branca (ou com uma ponta afiada similar) utilizados para obrigá-lasa ficar em silêncio, ficar no chão e submeterem-se. Outro exemplo interessante tive ocasião de aprender, eu o incorporei no

desenvolvimento do mi material didáctico.Quando estive na Força Aérea, destacado em Puerto Rico, tive ocasião de trabalhar a

tempo parcial ensinando Tácticas Defensivas para o pessoal militar e agentes desegurança. De facto, tive a oportunidade de treinar a mais de 1.200 oficiais de váriasinstituições correccionais de menores em toda a ilha, durante os meus 4 anos de estadia.Naquelas instituições que visitei e nas quais ensinei, havia geralmente de 12 a 15 presosmenores de idade em cada "barracão" e em todos se utilizava uma casa de banho comum.

Uma das principais preocupações da qual osoficiais me informaram, era a situação na que osinternos inundavam chão das casas de banho comágua com sabão e provocavam um confl ito.Quando a Equipa de Reacção Especial entrassenas casas de banho, os oficiais escorregassemindo parar ao chão e um ou mais presos, armadoscom "elementos afiados", os atacassem!Logicamente, esta é uma situação na qual ninguémqueria estar, mas enfrentar estas perigosassituações faz parte do seu dever. Como Instrutor de Tácticas Defensivas, aprender

desse cenário nada habitual, foi uma fortemotivação para pesquisar e encontrar técnicasmelhores, mais realistas e estruturar um programa

Auto-defesa

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“Em um confronto,estando em pé se temmuita mais mobilidade emuitas mais opções”

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de Sobrevivência no chão, delineado especificamente parafazer frente aos ataques armados. De então até agora tambémadicionamos este importante aspecto para a nossa PolíciaInternacional, no Instituto de Tácticas Defensivas (IPDTI), nocurso "Sobrevivência no chão para Oficiais".Quando o Grão Mestre Pellegrini e eu fomos contratados em

Maio de 2007, para dar um curso de"combate militar" na Central da InteligênciaNaval dos E.U.A., em Alexandria, Virgínia,os estudantes constituíam uminteressante grupo de

pessoal ded i f e r e n t e sramos (Navy

Seals, CIA, etc.)que estavam sendomandados ao

Afeganistão e ao Iraque,como interrogadores dos

presos suspeitos de terrorismo.Nos explicaram que o motivo de ser

necessária esta formação especial, sedevia ao facto de os interrogadores estaremdesarmados, quando permaneciam numa

sala com os presos e já tinha havido incidentes quando oprisioneiro conseguira atacar o interrogador. Alguns tinham sidoferidos antes da equipa de segurança ter podido entrar esubmeter os prisioneiros. Um dos cenários que assinalamos foique, felizmente, os atacantes não foram suficientemente hábeispara agarrar uma esferográfica deixada longe del interrogador eapunhalá-lo com ela! Só com os poucos cenários diferentes que apresento aqui,

podem ver que dedicar tempo ao treino da Sobrevivência nochão contra Armas brancas, deve ser uma parte da estratégiaglobal, quando se quer treinar a sério a defesa! Como parte daminha "realidade" nas aulas de sobrevivência no chão baseadana realidade, introduzimos um "treino" na cena com armasafiadas, para que os participantes que estão praticando estastécnicas não se surpreenderem caso suceder coisa semelhantena vida real e possam preparar-se para a possibilidade fazer-lhefrente e sobreviver a um ataque de arma branca no chão.As armas brancas não vão desaparecer a curto prazo! De

facto, têm sido utilizadas desde que o homem as utilizou nabatalha e na caça e continuam sendo utilizadas cada vez maispor delinquentes, posto que são fáceis de adquirir, fáceis defazer e estão disponíveis em quase todo lado (pena, garfo, facapara carne, chave de parafusos, etc. ) e não se requer nenhumalicença especial para comprá-las. Portanto, faz sentidoaprender a defender-se contra elas em todas as facetas dadefesa pessoal, quer dizer, na luta em pé e no chão.Da mesma maneira que todos os nossos treinos de Combat

Hapkido, todas as técnicas deste programa foramseleccionadas por serem as mais eficazes, fáceis de aprendere reter. Continuamos recebendo comentários positivos de civis, das

forças de ordem e do pessoal militar que as têm estudado.Esperamos que este artigo os inspire a pesquisar, aprender eassistir aos nossos seminários, que realizamos mundo afora. Visitem a nossa página web para mais informação:www.dsihq.com.

Auto-defesa

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“O ponto vital em Taekwon-Do se define como qualquer área sensívelou frágil no corpo, vulnerável a um ataque. É essencial que o estudantede Taekwon-Do tenha um conhecimento dos diferentes pontos, para quepossa empregar a ferramenta de ataque ou de bloqueio adequada. Oataque indiscriminado é condenável, por ser ineficiente e um

esbanjamento de energia”. - General Choi Hong Hi, ENCYCLOPEDIA OF TAEKWON-

DO, Volume II, pag.ª 88. Actualmente, o Taekwon-Do é uma das artesmarciais mais estendidas e profissionais do

mundo, (fundada em 11 de Abril de 1955, peloGeneral Choi Hong Hi), continua prosperando,

inclusivamente após o falecimento de seufundador, em Junho de 2002.

Com o tempo, os factores desportivosforam prioritários e grandede parte dosmétodos originais de auto-protecçãoforam ignorados ou descartados. Nosdocumentos escritos originais do GeneralChoi, grande parte da atenção, aestrutura e mesmo o uso dos pontosvitais "Kupso" (ou Kyusho), assim como odesenvolvimento de armas para ter acesso

a eles, foi apontado mas nunca foitotalmente ensinado. Kyusho International

desenvolveu um programa para iluminar,educar, integrar e desenvolver esta

inacreditável Arte Marcial, voltando aosconceitos de seu fundador. Este novo programa

conta com o pleno apoio do filho do fundador, ChoiJung Hwa. O objectivo desta série é para pesquizar os

padrões (Tul), que se realizam de acordo com os preceitos dofundador na "Enciclopedia do Taekwon-Do" (os 15 volumes escritos

pelo General Choi Hong Hi, incluindo os "Pontos Vitais"). Através destaestrutura, o Kyusho se integrará inicialmente e de novo no Taekwon-Do.

Kyusho International se sente orgulhoso por estar presente nesta tareade colaboração monumental e histórica.

Ref.: • KYUSHO20 Ref.: • KYUSHO20

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trata-se de uma cópia pirata.

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Texto: Peter Weckauf, Irmi Hanzal, (M.A.), &ThomasSchimmerl

Fotos: Mike Lehner

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O Sistema de Combate Táctico (TCS) é a minha maneira de ver as artes marciais eo combate corpo a corpo. Antes de tudo, o TCS se desenvolve em base a conceitos eprincípios e contém ideias para a auto-defesa com objectos quotidianos (SDSConcept), faca de combate (Conceito de Combate com Faca), luta com pau (Conceitoluta com pau), defesa contra armas de fogo (Conceito de armas de fogo), o uso demachados (Conceito de luta com Machados e Tomahawk) e de luta á mão nua. Nestaedição vou tratar da auto-defesa contra as ameaças com armas.

“Em qualquer caso,devemos avaliar orisco de perdermosa vida em vez deperder dinheiro eoutras coisas”

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Auto-defesa

TACTICAL COMBATSYSTEMS (TCS)

Ameaça com faca ou pistola

Devido ao perigo que constituem asarmas, a legítima defesa contra as armasé um assunto muito sensível. Umagressor que usa uma arma paraameaçar alguém, sem dúvida querintimidar a vítima em vez de a matar.Mas sem dúvida é muito importante terem consideração a problemáticasituação e não praticar algumas técnicasao acaso. Uma conduta inapropriada,prematura ou exagerada pode não só

pôr em perigo a nossa própria saúde esegurança, como também as depessoas inocentes. Em qualquer caso,devemos avaliar o risco de perder a vidapara evitar a perda de algum dinheiro oude outras coisas. Se resolvermosdefender-nos, temos de realizar um"análise da situação", paraesclarecermos o que se necessita parauma acção defensiva bem sucedida.

Análise da situaçãoNo marco dos TCS (Sistemas de

Combate Táctico), a análise da situaçãose define como o reconhecimento eavaliação de uma situaçãopotencialmente má em um prazo

determinado e a sua solução. Acompreensão da ameaça (de onde vem?de quem? como? ) é um primeiro passocrucial. Só então se pode avaliar asituação e se podem iniciar as medidasadequadas.

Seguidamente, faremos uma pequenalista de parâmetros para avaliar asituação e compreender a complexidadedo problema. Também se entende nãohaver quase nenhuma maneira dedefender-se sem treino e prática.

1. Análise do atacante - Se é confiadoou tímido, agressivo ou não, se está soba influência do álcool ou deestupefacientes, se é mentalmenteincapaz de perceber o que estáacontecendo.

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2. Análise da arma - A que tipo dearma nos enfrentamos (faca, arma defogo) .

3. Posição da arma - Perceber ondeestá a arma, para onde a dirige, aposição da folha, está a arma emmovimento ou não.

4. Os detalhes da arma - Para asarmas de fogo: se bloquear o gatilho, oatacante toca no gatilho ou protege a suaarma? Para as armas brancas: é umaarma de um gume só ou de dois gumes?

5. Número de atacantes - Quantosatacantes estão involucrados (estãoarmados ou desarmados)?

6. Perigo para outras pessoas - Outraspessoas em perigo devido à ameaça ouà defesa (desvio de balas)?

7. Distância - com o agressor

8. Situação - Se as vias de evacuaçãoestão disponíveis, as l imitaçõesespaciais e outras circunstâncias...

9. Posição - Se estamos sentados, seestamos no chão ou em movimento…Se existem restrições espaciais para adefesa óptima.

10. Técnica - Qual a técnicaapropriada para a minha defesa?

11. Ferramentas - Há potenciaisferramentas (objectos como armas, objectosde uso quotidiano) disponíveis e úteis?

As 9 colunas da defesacontra armas

A Distância correcta Por reg ra ge ra l , a d i s tânc ia

correcta é o alcance da mão até a

arma. Uma maior distância faz que aauto-defesa eficaz seja praticamenteimpossível, especialmente no casode have r a rmas de fogoinvolucradas.

Posição da mãoAcesso rápido à mão que empunha a

arma ou até a própria arma é a basepara a defesa. O ideal seria situar aspróprias mãos o mais perto possível dapistola (Mãos ao alto!)

Elemento surpresaEscolher o momento adequado para

aproximar-se do oponente éfundamental para uma defesa bemsucedida. Se possível, esperar até oagressor estar distraído.

“Um agressor que usa uma arma paraameaçar a alguém, que quer intimidar a

sua vítima em dez de a matar”

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Desviar a armaQuando se chegar até a mão que

empunha a arma, ou à própria arma,apontar com a pistola para fora doprópr io corpo (a rmas de fogo ) .Assegurar-se também de que não hápessoas que se encont rem emperigo.

O controlo da pistola ou da mão que empunhaa arma

Quando já tivermos controlada a armaou a mão que o atacante usa paraempunhá-la, não se tem de mudar oagarre ou realizar outras manobras,posto que isto poderia fazer-nos perdero controlo.

Bater ou não baterPode haver situações em que seja

melhor atacar o agressor imediatamente,caso que isto melhore a nossa própriasituação. Mas há ataques que poderão serimpossíveis devido à nossa posição emrelação com o agressor, quando ficamosnuma situação pior do que a anterior.

DesarmeO Desarme apropriado é a única

maneira de alcançarmos o controlo. NoTCS utilizamos uma série de conceitosde desarme (virar-se de costas, agarrar,despojar, t irar para fora, desarmecorporal, atacar o braço), em função dasituação em questão.

Controlar a armaApós desarmar o atacante, tem de se

continuar controlando adequadamente aarma e à distância do agressor, para elenão poder utilizar a arma, ou podermosnós usar a arma contra o agressor.

Controlo da situaçãoO controlo da situação se define como

assegurarmo-nos de que o agressor jánão representa uma ameaça directa. Istose pode conseguir mediante o controlodo agressor, usando a arma, ou batendono agressor.

Métodos de treino TCSNo TCS usamos muitos métodos

diferentes de treino. Estes métodos,assim como os conceitos e princípios,constituem o TCS. Basicamente,

uti l izamos os métodos holísticos eparciais técnicos, assim como osprocedimentos indutivos e dedutivos.

Isto quer dizer que praticamossequências inteiras de movimentos,assim como partes isoladas dassequências (por exemplo, desarmar),além de determinadas técnicas que sepodem aplicar a vários conceitos.

Outro bloco importante de métodos detreino do TCS é o treino de atributos. Sãopraticados atributos individuais, como areacção, a velocidade, a sincronização, aagilidade..., assim como mais atributoscombinados com formas específicas dosistema ou de outros sistemas, a fim demelhorar a aplicação. Um exemplo poderiaser: um rápido acesso às armas ou otiming correcto para desarmar, quandopraticamos para defender-nos contra umaameaça com um arma de fogo.

Sistema táctico de combate

TCS - A letra T é de tácticaTodos os sistemas TCS contêm treino

táctico integral, além da formação

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técnica. Se ensinam tácticas para saberquando, onde e como utilizar as técnicasdefensivas, como comportar-nos quando nosenfrentamos a mais de um rival, diferentesmaneiras de manipular uma arma e usá-lapara atacar, usar e incluir o meio ambiente, otrabalho em equipa e muito mais.

TCS - o C é de combateDevido a que a auto-protecção e a defesa

pessoal são os elementos mais importantes,

Auto-defesa

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se utilizam técnicas e métodos de ArtesMarciais e desportos de combate paramelhorar as técnicas.

TCS - o S é de sistemasDevido a que o TCS contem vários

sistemas, cada um de os quais se podeensinar individualmente ou emcombinação com outros sistemas deTCS. Ensinamos a auto-defesa com

objectos de uso quotidiano, a luta comfaca e a defesa contra ataques de faca,machado e tomahawk, armas de fogo,luta com pau, com tonfa e luta com mãonua.

Para mais informação sobre cursos eseminários visitem:

www.knifefighting-concept.com

“O controlo da situação se define comoverificarmos que o agressor já não representa uma ameaça directa. Isto pode conseguir-se

mediante o controlo do agressor, usando a arma,ou batendo no agressor”

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A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismoque pretende manter viva esta tradição e as formas originais,mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito deuma maneira realista e eficaz.

Este DVD foi criado pela insistência de praticantesda Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu

Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), paradar a conhecer a todos os interessados

um estilo de combate com una espadareal, criado no passado Século XX,

mas com raízes nas antigastécnicas guerreiras do Japãofeudal. Nele encontrarão aestrutura básica da metodologiaque se aplica no estilo, desdeos exercícios codificados deaquecimento e preparação,passando pelos exercícios decorte, as guardas, os kata daescola, o trabalho comparceiro e a iniciação, até apedra angular em que sebaseia o Toyama-Ryu, o

Tameshigiri ou exercícios decorte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento

da existência de um estilo como é oToyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um

incentivo para conhecer uma formatradicional, que por sua vez é muito

diferente das actuais disciplinas decombate, o que poderá ser atraente para

aqueles que desejam ir más longe nas suas práticasmarciais.

Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, esteDVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem ecomo consulta.

REF.: • TOYAMA1REF.: • TOYAMA1

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Brazilian Jiu Jitsu: O caminho àAlemanha e à Europa

“Sou um tubarão. O chão é o meu Oceano e muitagente nem sequer sabe nadar”

Rickson Gracie

A minha experiência com esse tubarão chamadoRickson Gracie em seu oceano, me levou mais uma vez atornar-me um estudante, apesar de eu já ter alcançado amestria em Weng Chun Kung Fu. Fui estudante deRickson e seu representador de 1994 a 2000 e desdeentão tenho transmitido essa arte aos meus estudantes,como parte do meu planeamento de estudos “Tiger TeamBrazilian Jiu Jitsu”.As lições particulares na sua legendária garagem no

bonito bairro de Pacific Palisades, de Los Angeles,constavam para começar, de uma série específica deexercícios de aquecimento, consistente em BJJ, Yoga etécnicas de respiração, seguidas por exercícios deRickson, em pé com parceiro.

Rickson desenvolveu um programa de treino sofisticado,de baixo para cima, combinando os exercícios de defesapessoal em pé de seu pai Hélio Gracie, com exercícios deequilíbrio, que inclui as defesas contra derribamentos,golpes, estrangulamentos e técnicas de agarre, mediante autilização de forças de alavanca. Dessa maneira épossível defender-se com êxito contra oponentesmais fortes e mais rápidos. Rickson ensina técnicasem pé para o controlo à distância, para fechar oespaço e posteriormente, para submeterrapidamente o oponente em luta no chão. Oobjectivo principal é controlar o oponentedesde uma posição superior dominante, comoa posição que hoje se conhece como"montada", onde nos sentamos sobre ooponente, mantendo-o debaixo e obrigando-oa render-se por meio de batimentos, bloqueiosàs articulações e técnicas de estrangulamento,ou melhor ainda, obrigando-o com um ganchoa se deitar no chão de boca para baixo, onde éainda mais fácil seu controlo, mediante o infameestrangulamento "Mata Leão".

Texto: Andreas Hoffmann, Christoph Fuß, Fotos: Gabriela Hoffmann

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Cada sessão de treino com Rickson Gracie acabavacom o combate no chão, rolando com ele. Realmenteé muito inspirador ver como seria fácil utilizar osconceitos básicos do BJJ, obrigando o oponente arender-se. Além de por Rickson, também fui instruído por

seu irmão Royler Gracie e seu estudante havaianofaixa preta Rómolo Barros. Nessa época, Ricksontambém se estava preparando para ocampeonato Freefight no Japão e constituiu paramim uma honra, ter ajudado em sua preparação.Como eu também queria oferecer aos meus

estudantes e amigos na Alemanha e no resto daEuropa, a oportunidade de poder aprenderBrazilian Jiu Jitsu, resolvi dar lições e também trazerRickson Gracie à Alemanha. O momento havia desurgir em 1995, quando em colaboração com GuyMiallot (França), organizamos tudo para a visita deRickson e sua mulher (naquele momento Kim Gracie) àFrança e Alemanha. Na França, uns 300 participantes assistiram ao seminário,

durante o qual Rickson também participou em desafios de luta nochão. Durante esta visita, em muito pouco tempo Rickson venceu perto de

80 pessoas, que tiveram ocasião de combater um assalto com ele, entreeles havia Mestres e Campeões de Judo, Sambo, Luta, etc. Depois,Rickson ministrou um seminário intensivo, especificamente para nós, osMestres. Posteriormente, Rickson Gracie e Kim viajaram comigo àAlemanha, onde esperavam por ele 40 pessoas para assistirem a outroseminário. Quase todas essas pessoas eram meus alunos.

“A minha experiênciacom esse tubarãochamado RicksonGracie em seu

oceano, me levoumais uma vez a ser

um estudante, apesarde eu já ter alcançadoa mestria em Weng

Chun Kung Fu”

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Naqueles tempos ainda nãotínhamos o mesmo nível de apoio dosmeios na Alemanha como já tínhamosna França e a maioria das pessoasnunca tinham ouvido falar de BJJ.Devido ao cl ima fr io, Rickson seresfriou e teve febre, mas insistiu emrealizar o seminário, que foi realmente

fantástico. Ninguém percebeu queestava com febre, toda a gente ficouencantada com ele e o Gracie Jiu Jitsufoi introduzido na Alemanha por seuprimeiro faixa preta.Pessoalmente dei muitas lições e

treinei com os alunos e também,durante esses primeiros anos aceitei

muitos desafios para a família Gracie naAlemanha. Nesses tempos, por regrageral era muito fácil controlar a maioriados oponentes sobre o terreno. Com oWeng Chun Kung Fu, eu já estava muitofamiliarizado com fechar o espaço e jáentão podia levar meus oponentes aochão, onde geralmente não eram rivais,

“Rickson Gracie me deu a alcunha

de "pesadelo alemão"

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posto que quase ninguém tinha a menor ideia dosistema de luta no chão da família Gracie -Ninguém sabia acerca da montada, backmount ecrossbody e outras posições e suas estratégias,ninguém sabia das técnicas para se pôr em pé ecertamente nem da posição de guarda. RicksonGracie me deu a alcunha de "pesadelo alemão",que descreve a impressão que provavelmente

causei em muitos oponentes que de inícioconsideravam o Gracie Jiu Jitsu inútil no combate,antes de se aperceberem, de uma maneira umtanto rude, que era ao contrário. Hoje, esteconhecimento básico achou o seu caminho emquase qualquer estilo, apesar da maioria daspessoas não serem conscientes de que isto sedeve à família Gracie.

Gracie Jiu Jitsu

“Sou um tubarão.O chão é o meuOceano e muitagente nem sequersabe nadar”

Rickson Gracie

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Fu Shih Kenpo

Todos os aspectos e camposdo conhecimento se têmtransmitido ao longo do tempoatravés da sua essência,tendo sido zelosamenteguardados, aval iados eevoluídos, desde o ponto devista pessoal de seustransmissores. As Artes Marciais e

especificamente o Kenponão podiam fugir a estalógica, a qual tem permitidoaté os nossos dias, quepossamos ter acesso aoconhecimento das raízes oudas fontes originais da suaconstituição como ArteMarcial e sistema e portanto,de defesa pessoal.

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Grandes Mestres

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Fu Shih Kenpo

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As Formas ouKatas do Fu-ShihKenpo

A primeira coisa quetransmitimos a um estudanteé uma maneira de “mover-se”específica do esti lo, umamaneira de orientar-se noespaço, acompanhada de umasdeterminadas maneiras oumétodos de respiração e umaatitude marcada em suas origens porseu próprio fundador ou criador. Trata-se então, de transmitir certascaracterísticas o movimento de transporteda nossa massa corporal, directamenteligadas aos movimentos gestuais de defesae/ou ataque com as nossas pernas, braços, etc.

Estas formas primigénias de transmissão em suaunidade mais simples, é o que conhecemos comotécnica básica de uma determinada Arte, Estilo ouSistema, sendo tratada na maioria das ocasiões demaneira individualizada, até a sua compreensão e prática,orientando a sua prática para outras formas individualizadasmas unidas integralmente com as que encerram ou mantêm umadeterminada lógica ou coerência com respeito aos padrões demovimento que definam o arte marcial em questão.

A união destes elementos primários, tendo em consideração asua origem, configuram ou albergam uma série de elementossob o selo e a evolução pessoal do seu autor, além da zonageográfica de procedência e as influências da mesma (orografia,clima, etc.), características sociais e culturais do meio onde sedesenvolve, etc., que nos conduzem a estabelecer naapreciação do combate, diferenças que são fruto da evolução eanálise pessoal dos diferentes transmissores, plasmando unsconceitos básicos de movimento, que todos juntos dão origemàs ditas formas ou katas.

“As formas, em geral, sãoumas sofisticadas sínteses devalores e aspectos marciais,revestidas com certo ar de

danças guerreiras”

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As formas, em geral, são umassofisticadas sínteses de valores easpectos marciais, que se revestemcom um certo ar de dançasguerreiras. De este ponto de vista, oseu valor de transmissão é crucialpara a sobrevivência da Arte ou doSistema, o que não quer dizer quesejam aceites apenas por seremrepetidamente realizadas, sem nelasentrar em profundidade, sem analisare compreender os aspectos maisimprescindíveis da sua composição,com a intenção de adquirir“conhecimentos”, fase última datransformação da nossa tarefa antesde açambarcar informação.

Em certa medida, há tendência ageneralizar a sua prática e maneira deestudar desde um argumento deeficácia: Para que serve? Para queperder o tempo em sua prática?

Por outro lado, o estudioso deformas , por regra geral, temtendência a focalizar a suaprática no conhecimento deformas cada vez maisremotas na sua origem etransmissão, formasancestrais quepostulam os tãop e r s e g u i d o s“segredos” marciaisque todos desejamconhecer, situaçãoquando menoscuriosa, pois emalgumas ocasiõespode chegar a posicionar-nos comovaledores de séculos de tradição enos tornam defensores dos ditosconhecimentos, o que após numaanálise histórica realizada com certorigor, o que primeiro observamos é apouca ou a inexistência dedocumentação gráfica outestemunhal acerca damatéria, motivo pelo qualtodas estas afirmaçõesque em algumasocasiões nos fazem

“herdeiros da tradição”, deveriam serrealizadas com profundo respeito ehumildade.

De outro ponto de vista, a práticados katas ou formas também éfocalizada do âmbito competitivo,apesar de que talvez a práticaexclusiva com esta finalidade, mostrepouca relação com os objectivos paraos que foram criadas, especialmentedo ponto de vista educativo e derealização pessoal, o queentendemos como auto-evoluçãobaseada na auto-disciplina e noesforço.

O kata é o núcleo do nossocrescimento como artistas marciais, é

o suporte básico que nosidentifica com o nossa

Arte ou Sistema,proporcionando aonosso estilo pessoala fonte da definiçãode Arte, pois em

todo momento éuma interpretação

individual ep e s s o a l

d euns

conhecimentos, apoiada comaspectos corporais muito definitóriosdas nossas características físicas eemocionais.

Da mesma maneira, a interpretaçãodos mesmos se torna um exercício debusca e compreensão pessoal daArte ou Sistema, da óptica da saúde(movimento e respiração, alinhamentoda estrutura corporal, etc.) e dadefesa pessoal (posicionamento eângulos corporais, sincronização detécnicas, análise das mesmas,desenvolvimento de conceitos, etc.).

No que respeita ao sistema Fu ShihKenpo, o núcleo de ensino atravésdas formas consequentementeprogressivo, iniciando o aluno ouestudante nas habilidades precisas enecessárias, adaptadas ao processoda aprendizagem específica que elepossa necessitar. Trata-se de umasérie de formas, se possível as decarácter mais tradicional do sistema,que provenientes numa aceitaçãomuito básica do Kenpo Americano,foram adaptadas e enriquecidas peloMestre Gutiérrez. Assim, na sua fasemais inicial, o aluno conhece a“Forma de Posições”, formaorientativa no espaço, para iradequando uma correcta transmissãodo peso corporal nos deslocamentos.

Seguidamente, é introduzido na“Forma de Bloqueios” ou o “Tigre

se Defende”, onde entram emjogo grande parte das manobrasgestuais de defesa, bloqueios edesvios, principalmente do pontode vista da defesa activa, querdizer, quando se produzmovimento em busca da acçãode neutralizar e a defesa setorna ataque e inversamente,tudo isso conjugado com as

primeiras manobras para iraplicando os conceitos de economia

de movimento e continuidade, além dealguns exercícios respiratórios.

Este capítulo continuará na minhacoluna do próximo mês…

Fu Shih Kenpo

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O Autêntico Miyagi

A verdadeira história do homem que é umadas grandes lendas das Artes Marciais!

Em 1965, 20 anos após da Segunda Guerra Mundial, um campeãomundial de Artes Marciais do Japão chega aos Estados Unidos comapenas 300 dólares na algibeira e o que leva vestido, deixando seusirmãos para ir em busca do sonho americano, só para descobrir osobstáculos que desafiam a sua honorabilidade. Com o apoio de um ex agente da CIA, consegue fundar a primeira

escola de Karate no Condado de Orange, na Califórnia, que abrecaminho para o que há-de vir!Uma demonstração no Torneio Internacional de Ed Parker, em 1965,

proporciona-lhe grande notoriedade. A comunidade das Artes Marciaiscomeçou a ter em consideração asua precisão impecável e as suashabil idades usando armas,especialmente o Nunchaku e o Sai.Pouco depois, é procurado porfamosos como Bruce Lee e ChuckNorris. Pouco depois assinava contrato

com "Black Belt Magazine", a maiorpublicação de Artes Marciais domomento nos EE.UU. e tambémrecebe dois dos Prémios maisdesejados no "Salão da Fama deBlack Belt" (“Black Belt Hall of FameAwards”).Muitas pessoas vinham de todos

os Estados Unidos para ver suasdemonstrações quotidianas na “VilaJaponesa”, em Buena Park, CA, ondesurpreendia os espectadores com assuas habilidades com o nunchaku e àmão nua.Steven Seagal, que morava no

Condado de Orange nessesmomentos e era apadrinhado pelo Sr.Demura, começou a sua carreirafazendo demonstrações com ele.A notícia das suas habilidades se

estendeu rapidamente na indústria doentretimento!Há um documentário fascinante,

que cronologicamente segue cadaum de seus passos desde o Japãoaos Estados Unidos, onde seentrevistam as pessoas cujas vidasele tocou e mudou para sempre.Desde a sua primeira audição emHollywood, que o levou a trabalhar nofilme “A Ilha do Dr. Moreau”, em1977, até a década de 1980, quandoesteve envolvido nas emblemáticasfitas de Karate Kid, nas quais foi o

Entrevista

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duplo de risco de Pat Morita nopapel do Sr. Miyagi. Depois, dobrouem acção como o Sr. Morita, nasérie da televisão “O'Hara” eapareceu numa série de filmes edocumentários, incluindo “Ninja”,interpretada por Scott Adkins erealizada por Isaac Florentine, quelevava muito tempo nas ArtesMarciais e é um meu amigo pessoal.A pesar de todo o seu sucesso

em Hollywood, nunca deixou deestar em contacto com seu dojo e acomunidade das Artes Marciais.Continua sendo um embaixador do

Karate que em todo o mundo temcrescido em mais de 32 países.

Fumio Demura, Kevin Derek(Realizador) e Óscar Alvarez(Produtor) realizam esta entrevistapara Cinturão Negro (BodoInternacional).

Cinturão Negro: De quem foi aideia para fazer este filmedocumentário fascinante e comosurgiu?

Kevin: Em 2009 eu estava naFlorida trabalhando em um projecto

quando por primeira vez depois devinte anos me encontrei com SenteiDemura. Surpreendentemente ele selembrava do meu nome.Em 1988 eu era um dos seus

cintos pretos. O'Sensei é umapessoa que sempre tenhoadmirado, faz-me lembrar muito omeu pai. Sempre alardeava de oconhecer e falava muito dele comos meus amigos. Era muito famoso!Na Florida, fomos almoçar juntos,em um restaurante cubano.Recordando os velhos tempos, derepente surgiu a pergunta que eu

Entrevista

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queria fazer-lhe desde que me graduei na escola decinema: - Sensei, estou querendo fazer um documentário

da sua vida há já muito tempo". Demura olhou para mim e disse: "É melhor faze-lo

depressa, porque não sei quanto tempo vou viver". Perante isto, falei com o mi produtor Óscar

Alvarez e comecei a pôr tudo em jogo…

C.N.: Qual foi a contribuição principal de SenseiDemura? Tinha alguma ideia para a fita?

KEVIN: A história foi de Óscar e minha. SenseiDemura tinha confiança e respeitava a nossadirecção. Obviamente, sem a sua ajuda e apoio nãoteria sido possível. Sensei nos pôs em contacto comas pessoas que queria incluir no documentário.

C.N.: Quem são as pessoas envolvidas e o quetinham a dizer acerca do Sensei?

KEVIN: Uma das primeiras pessoas intervenientesno projecto foi Pat E. Johnson. Tinham sido bonsamigos desde a década dos 70. É possível que

estejam lembrados da cena em "OperaçãoDragão", onde luta com John Saxon no campode golfe. É um coreógrafo de luta muitorespeitado na indústria do cinema, por filmescomo a franquia "Karate Kid", "MortalCombat" e muitos mais. Pat conhecia a fundoa vida do Sr. Demura, porque trabalharammuito juntos. Uma das frases minha favorita dePat é: "Ninguém trata de dizer a SenseiDemura que é grande, porque quando se estáem frente da grandeza, não se podeimpressionar com qualquer coisa que se tenhafeito". Mr. Johnson explica como SenseiDemura conseguiu o papel para dobrar o Sr.Miyagi e a estreita amizade dele e Demura. Aospoucos foi correndo a voz acerca do quepretendíamos fazer e começamos a conseguirque mais e mais pessoas se unissem aoprojecto, como Steven Seagal, DolphLundgren, Micheal J. White, Tamlyn Tomita,Sejam Kanan, Yuji Okumoto, Isaac Florentine,Billy Blanks, Gerald Okamura, Don Warrener,William Christopher Ford, realizador com umOscar, John G. Avildsen e muitos mais!Voamos à Arizona para que Sensei Demura

visitasse o seu amigo, Steven Seagal. Sabiamque o senhor Seagal fala Japonês com fluidez?Também ajudava Demura a fazer as suasdemonstrações na Vila japonesa Deer ParkVillage, a princípios dos anos 70. O nosso filmecomeça com uma declaração contundente deSeagal dizendo:

Grandes Mestres

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"Há tanta gente nas Artes Marciais e naindústria do cinema há gente que nuncaestudou Artes Marciais e tudo quanto fazem éuma porcaria e falam de todas as pessoas comas que estudaram e todas as coisas quefizeram, mas realmente não fizeram nada! Noentanto, andam nos ecrãs e no dojo dizendoessas mentiras todas. Demura Sensei éautêntico. "Uma pergunta que teria sido interessante

fazer ao senhor Seagal seria: "A quem se refereexactamente? "

OSCAR: Sinceramente, acredito que DolphLundgren resume perfeitamente isso nestaspalavras: "É um verdadeiro artista Marcial eessa é a conclusão e já não restam muitoshomens assim". O senhor Lundgren tem razão, Sensei

Demura é um pioneiro do Karate e sempreserá lembrado como o homem que trouxe oKarate aos Estados Unidos e depoiscontinuou a sua difusão mundo afora. Osenhor Lundgren é um verdadeiro Karateka eum ser humano maravi lhoso. Quando ovisitamos na sua propriedade na praia de LosÁngeles, nos recebeu muito bem e noscontou a sua experiência pessoal e comoSensei Demura teve um grande impacto nasua vida quando era jovem. Os Estudantesde Sensei Demura tinham participado no seufilme “Little Tokyo”.

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C.N.: Contem-nos algunsfactos interessantes acerca deSensei, que poucos conheçam.

KEVIN: Gosta imenso de pizza!:Antes de começar este projecto tiveque fazer uma pesquisa sobre ele,quanto mais lia e falava com gentemais eu percebia o grande serhumano que é e como é respeitadono mundo todo! Um dos factosmais interessantes, sucedeu em1965, oito anos antes de"Operação Dragão". Demura estavafazendo uma demonstração comnunchakus na Universidade de LosÁngeles durante o torneio do Sr.Nishiyama, então Bruce Lee seaproximou dele e disse-lhe quequeria aprender a trabalhar comnunchaku! E o Sensei ensinou-lhe oque sabia. Posteriormente Demuraassinou contrato com publicaçõesO'Hara onde apareceu numa sériede capas de revistas e publicou porprimeira vez um livro acerca dosnunchaku, publicado em 1971.Outro facto interessante é que

Chuck Norris também treinou comSensei Demura. Chuck Norris,sempre teve grande jogo depernas, mas as suas técnicas demão foi Sensei Demura que lheensinou, durante uma das festas deaniversário do sensei. Chuck Norrisatribui o seu êxito a Fumio Demura. Sensei Demura também é o

único artista Marcial que tinha umespectáculo profissional em LasVegas. Por certo, foi na mesmaaltura e no mesmo local onde Elvisestava trabalhando!

C.N.: Quem está envolvido narealização da fita, quando estreia,será teatral ou documental e oque fará nela?

KEVIN: Os principais méritos sãodo meu produtor Oscar Alvarez edo nosso produtor executivo PatNevraumont. O documental estaráeditado neste Verão, a partir daítemos a intenção de promover afita nos festivais de todo o mundo.Pouco depois, se lançará o DVD.

OSCAR: Desde o início, a grandeideia era captar a verdadeirahistória de uma lenda do Karate,graças a longas e incontáveis horasde edição desta fita inspirada em

um homem humilde que procuravao sonho americano e compartilhar asua paixão pelo Karate no mundotodo. O mérito não é meu, devo deagradecer ao meu realizador KevinDerek por sua devoção peloprojecto, tendo captado a verdadee o legado de Sensei FumioDemura, de uma maneira quesempre chegará aos nossoscorações. Penso que um dosestudantes de Sensei Demura foiquem melhor o disse: "Se algumacoisa sucede a Sensei, nuncapoderá haver outro DemuraSensei". Obrigado Kevin por mostrar o

verdadeiro espírito do Karate, quetem dado vida a esta bela f itadocumentário, que chegará amilhões de Karatekas de todo omundo. Foi uma honra e umaexperiência de humildade.

C.N.: Sensei Demura, podefazer-nos um breve resumo dasua carreira nas Artes Marciais ecomo chegou aos E.U.A.?

DEMURA: Comecei a praticarArtes Marciais com 8 anos, após daSegunda Guerra Mundial. Nãotínhamos nada para brincar epraticávamos o combate corpo acorpo e a luta com espada. Emcriança pratiquei muita luta comespada e os garotos criávamos asnossas próprias espadasimprovisadas para praticar. Depoisconheci um homem que sabiaKarate e estudei com ele. Umpouco depois o Mestre RyushoSakagami abriu um dojo e eu fuibater-lhe à porta… Queriaparticipar, mas o Mestre Sakagamidisse: "As crianças mão estãoautorizadas". Então comecei aaprender Kendo, mas continuei aver os treinos de Karate e depois,um pouco mais tarde, perguntei sepodia começar a treinar Karate efinalmente ele disse que sim.Durante os treinos, conheci muita

gente como Teruo Hayasi, ShogoKoniba, Kinjo Hiroshi; depois TairaShinken chegou ao dojo do MestreSakagami e lá f icou por algumtempo. Praticávamos Kobudo a cada dia

e a cada noite. Um dia TairaShinken se mudou para a casa do

Entrevista

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Sr. Inubes e continuou treinando lá. Em1964, durante os Jogos Olímpicos deTóquio, não nos autorizaram a treinarArtes Marciais, mas podíamos fazerdemonstrações. Passei a ser ajudantedo meu Sensei durante asdemonstrações e foi então quandoconheci Donn F. Draeger. Era muitofamoso no Japão, mesmo sendoestado-unidense.Draeger me apresentou a Dan Ivan e

ele veio treinar no dojo do senhorSakagmi. Por vezes, íamos a casa deDonn F. Draeger no Japão e lá ele nosensinava a usar as armas. Tinha umacasa enorme! Um dia ele me perguntou:"¿Queres vir aos Estados Unidos paraensinar Karate"? Eu logo respondi quesim. Nesse momento da minha vida euera muito pobre, meu pai falecerarecentemente e eu precisava de dinheiropara ajudar minha família. O Sr. Dan Ivanofereceu pagar-me 200 dólares por mêspor ensinar nos E.U.A. e esse era umbom dinheiro para mim, naquelesmomentos difíceis. Aceitei a oferta e vimpara os Estados Unidos em 1965. Quando chegamos aos Estados

Unidos começamos a dar as nossasaulas numa pequena garagem mas embreve tivemos mais e mais estudantes,pelo que abrimos o nosso primeiro dojo.Tudo corria bem e encontramos a VilaJaponesa Deer, em Buena Park epensamos que poderíamos lá fazerdemonstrações de Karate. Nosofereceram faze-lo gratuitamente, comoum ensaio para ver os resultados. Sófazíamos espectáculos nos fins desemana e começou a haver queixas daspessoas que não podiam ver osespectáculos, porque sempre estavamde lotação esgotada. Nesse momento,os japoneses de Vila Japonesa Deer noscontrataram e pagaram para fazer maisespectáculos no Verão e foi um grandeêxito. Depois começamos a modificar anossa demonstração com cenas de luta,nas quais parecia realmente que nosbatíamos e com reacções como numasequência das fitas. O nossoespectáculo de Karate passou a ser oprograma mais popular na Vila JaponesaDeer. Tínhamos mais sucesso que oespectáculo do urso, o espectáculo dosgolfinhos e o espectáculo dos veados.Éramos basicamente os número um ededicaram mais dinheiro ao nossoespectáculo. Tudo ia muito bem…,então recebi uma carta do Japão onde

perguntavam: "Por que motivo fazesesta estúpida demonstração"? Recebia muitas pressões do Japão,

para deixar de fazer a demonstração. Antes de fazer a minha últ ima

demonstração de Karate, telefonei àminha mãe no Japão e disse-lhe: - "Mãe, este é o meu último

espectáculo, de maneira que é melhor amãe o ver porque vou a deixar de ofazer" Minha mãe me perguntou, - "¿E qual o motivo de o deixares de

fazer?". - Eu respondi: "Porque estou

recebendo muita pressão do Japão". Mi mãe me replicou:"Se estás a fazer alguma coisa má

fazendo essa Demonstração de Karate,então é melhor deixá-la agora, mas senão estás a fazer nada de mau, entãonão deixes”.Eu respondi: "Não estou a fazer nada

de mau" e ela respondeu: "Está bem,então faz". Assim sendo, continueifazendo as minhas demonstrações deKarate nos Estados Unidos e depois, em1974, no Campeonato Mundial, emLong Beach, Califórnia, onde o Sr.Oshima era o patrocinador. Ele meperguntou se eu podia fazer umademonstração de Karate e eu estive deacordo.Fizemos a nossa demonstração de

Karate com música e o meu parceiro,Dan Ivan me disse que usasse o seuespecial gi de prateado. Eu estava umpouco nervoso por usar um giprateado, mas ele me disse: "Tens dete provar a ti próprio", e eu, assim fiz…Finalizada a demonstração recebi umaovação por parte do público. O Sr.Sakagami veio falar comigo depois dademonstração, que ele me tinha vistofazer por primeira vez. Deu-me osparabéns e esse foi o final dos meusproblemas com o Japão. A partir daícontinuei fazendo demonstrações portodo o mundo. Hoje todos, no mundotodo faz o mesmo género dedemonstrações de Karate.

C.N.: Quais os campeonatos quevences-te no Japão e de que ano?

DEMURA: Os Torneios de Karatecomeçaram em 1958 e só em Goju-Ryu,sem batimentos. Depois, a JKAcomeçou a fazer o Campeonato paratodo o Japão e era nisso no que euqueria competir e comecei a treinar para

Entrevista

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isso. Em 1961, participei em um torneio no Japão, ondepodiam competir todos os estios diferentes. Lutei nas semi-finais com Kotaka e cheguei à final, onde obtive o primeirolugar no Campeonato de todo o Japão.

C.N.: Quantos países visitas anualmente em todo omundo e em quantos países tens ensinado?

DEMURA: Neste momento temos cerca de 32 paísesno marco da nossa organização. Infelizmente não possovisitar todos eles, mas acostumo percorrer cerca de100.000 quilómetros por ano. Acostumo ir à Argentina,ao Chile, à Inglaterra, Alemanha e Suíça. Trato de o fazerequilibradamente entre todos os países. Não é fácil.Tenho ensinado por todo o mundo, em países comoCanadá, México, Honduras, Guatemala, Panamá, CostaRica, Venezuela, Brasil, Argentina e Chile. Na Austrália ena Nova Zelanda. Na Europa venho ens inando naFrança, Noruega, Dinamarca e Espanha: Também estivena Arábia Saudita e este ano vou a Katow, que fica pertodo Irão.

C.N.: Qual foi a tua participação em Karate Kid e comoentras-te na fita?

DEMURA: A produção me telefonou. Me conheceramgraças a Chuck Norris. Fui à audição para Karate Kid. Odirector de casting me entregou o libreto e disse: "Está bem, leia para o papel de Miyagi". Li cada página em que estava Miyagi. Miyagi tinha muitas

linhas... Disse ao realizador do casting que o papel era muitocomprido e eu ainda não era esse tipo de actor, que não opodia fazer: "Adeus", foi a resposta e eu fui embora. Posteriormente, recebi um telefonema do coordenador de

especialistas Pat Johnson, que me disse: "Sensei, preciso desi". Eu disse: "Não posso fazer essa parte que longa demais." Ele respondeu: "Contratamos Pat Morita para o Sr. Miyagi,

mas ele não sabe Karate, de maneira que precisamos de tipara dobrar na acção". Voltei à produção e estive com osprodutores e eles me contrataram para esse trabalho.

Resumindo: Sensei Fumio Demura é realmente um artistaMarcial de extraordinária qualidade e um dos poucos Senseijaponeses que foi capaz de “fechar a brecha” entre a culturajaponesa e a cultura ocidental quase à perfeição. Este filme "O autêntico Miyagi" testemunha o que as Artes

Marciais podem fazer pelos praticantes de todas as idades,se fizerem realidade as três lições que Sensei Demura temensinado nos últimos anos aos seus alunos e com as quaistem vivido a sua vida:

1 Sempre se faz o melhor possível! 2 Sempre se deve trabalhar o mais arduamente possível! 3 Não se render nunca!

Grandes Mestres

“Quando chegamos aosEstados Unidos

começamos a dar aulasnuma pequena

garagem e logo tivemosmais e mais estudantes que

se inscreveram, foi por isso que abrimos o

nosso primeiro dojo”

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KAPAP: Krav Panim o Panim,a Arte do "Gaku Jutsu-Do"

KAPAP (Krav Panim o Panim - combatecorpo a corpo) é uma Arte Marcial de Israel,considerada acima de tudo como uma ArteMarcial moderna e baseada na realidade,apesar de que eu prefira o nome de “ArtesMarciais Práticas” - PMA. Estes dois significados de KAPAP

como uma Arte Marcial moderna ebaseada na realidade, têm sido motivode alguma confusão no ambiente eportanto vou tentar esclarecer isto.Falar nos primeiros dias do KAPAP

nos leva de volta aos "velhos tempos"de Israel, entre os anos 1930 e 1940,quando era um nome genérico para ocombate corpo a corpo. O nome erautilizado mesmo antes de Israel tersido declarado e estabelecido comoestado independente em 1948. Atéfinais de 1960 é utilizado como umnome genérico por diferentes forças desegurança de Israel. O sistema se baseia no Judo e no Jiu

Jitsu, o que nos leva à compreensãojaponesa da Arte Marcial com Mestrescomo: como Yehuda Markus, GersonKopler, Michel Horowitz e muitos outrostreinadores e professores deste primeiroperíodo. É interessante constatarmos que em Israel, a

maioria das pessoas de uma maior idade estãomais famil iarizadas com o termo Kapap,enquanto que as gerações jovens estão maisfamiliarizadas com a denominação Krav Maga. O Krav Maga foi um dos muitos sistemas que

nasceram depois dos velhos tempos. Quando regressei a Israel, vindo do longínquo

Oriente, onde estive estudando Artes Marciais asiáticasdurante oito anos, o Tenente Coronel do Exército HarushAvi me propôs que eu criasse uma forma de Krav Maga pararecrutas jovens, como parte da preparação para o serviçomilitar. Ao mesmo tempo, YAMAM, a unidade superior anti-terrorista de Israel me tinha recrutado como membro daunidade e treinador para o combate corpo a corpo com acategoria de Sargento Maior (o mais alto). A minha tarefaconstava de rever, escrever, voltar à velha estrutura doprograma e incorporar novos métodos de treino. Para estamissão me associei com o Tenente Coronel Chaim Peer, quetinha grande experiência em forças de segurança militares e deoutros géneros. O sistema que juntos desenvolvemos foi depoisreconhecido como baseada na realidade pela maioria daspessoas, devido à ideia de que "é melhor ser um estudante darealidade que ser um mestre da ilusão". A maioria dos movimentos e a formação tinham a ver e

estavam provados em situações baseadas na realidade, mas ao

Artes Marciais

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mesmo tempo, não respondiam àverdadeira ideia e ao significadode Kapap. Esse não era o Kapapque tínhamos no pensamento.

O Kapap é um sistema queconstituído de três aspectos:tradicional, desportivo e decombate. Nenhum sistemapode funcionar sem estastrês dimensões. É como umaárvore genealógica: a árvoresem raízes cai facilmente eos ramos caídos se secam,murcham e morremrapidamente. Durante os últ imos 15

anos, o Kapap tem estadono âmbito civi l e temostentado controlar a suaqualidade negando seuconhecimento a 75% dosestudantes que queriamrealizar a sua aprendizagem.Mas mesmo contando comeste “filtro”, muitas vezestemos a sensação deestarmos recebendo pessoaserradas. Nos velhos tempos, os

estudantes pediam ser admitidosna escola. Ao que hoje nosenfrentamos é a anúnciosribombantes, estudantes tentandoentrar nas escolas e Mestresdispostos a vender diplomas por

correio electrónico, sem nem sequerver os estudantes… Isto não é maneira

de construir um sistema! Em Kapap temos o esti lo da velha

escola: os estudantes precisam de fazercoisas para ser admitidos na organização. Eles

devem considerar-nos como Mestres que os vãoensinar, como se fazia nos “velhos tempos”.Nos últimos tempos tenho começado a considerar

o KAPAP mais como o ensino Zen. Poderia ser devidoao tempo que estive no Japão praticando o Kendo, que

é uma esgrima Zen muito nobre. Na nossa época moderna,a espada tem sido substituída pela introdução das armas de

fogo modernas, mas os valores da moral e da ética que devemser transmitidos aos estudantes através das Artes Marciais, são osmesmos. A pistola é o tiro com arco moderno! Durante uma briga com facas, é importante manter a distância

correcta e alcançar os pontos vitais do oponente para vencer e aomesmo tempo mantê-lo fora da nossa zona de segurança. Pararesolver os problemas da distância, o ser humano inventou lanças,arcos e flechas. A pistola pode ser vista como uma pequena lança -que é uma bala cheia de pólvora - e o acendido ou explosão damesma é como a potência da corda. E de novo, se no Zen a forma

Kapap

Texto: Avi Nardia, Tim BoehlertFotos: Ken Akiyama

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Artes Marciais

era atirar com arco, não há motivoalgum para que a pistola não devatambém assim ser considerada. Quando comecei a ensinar a

vigilância e a consciência, percebique a maioria das pessoas falava emdesarme de arma de fogo, masnenhuma delas jamais usara umaarma na vida real. Acendeu-se umaluz vermelha dentro de mim, quandoos denominados "Mestres" nãopodiam nem tirar o carregador dapistola, ou evitar um malfuncionamento ou que seencarquilhasse. Fiquei cheio de medopor ver o que esses "Mestres"realmente ensinavam.Só mediante a fusão dos três

aspectos seguintes, se podeconseguir uma verdadeiracompreensão e conhecimento dapistola: O uso de armas, a retenção de

armas e o desarme de armas são ostrês aspectos importantes com osque se alcança esse nível. A falta deapenas um destes aspectos, conduzao fracasso. Todas estas considerações me

inclinaram ainda mais para a pesquisa

da forma asiática da luta. Nos velhostempos, um verdadeiro Mestre nãoera reconhecido como tal por sipróprio mas sim por outrem. Hoje aspessoas se autoproclamam GrãoMestre… e é por isso que queroinsistir na importância de "Gaku","Jutsu" e "Do" - a maneira tradicionaldo ensino e a aprendizagem das ArtesMarciais."Gaku" significa a aprendizagem

académica que ocupa os nossospensamentos. "Jutsu" é a prática e oestudo das técnicas actuais, a fim dederrotar um oponente. O “Do” é o“Caminho”, o espírito que todostratamos de alcançar nas nossasvidas, para obtermos o verdadeiroconhecimento de nós próprios e domundo. Esta é a ideia principal do Kapap:

"Sempre estudantes, por vezesMestres". Por isso, um Mestre deArtes Marciais também é conhecidocomo "Shinan-Jaku" que quer dizer“que aponta para o Sul”, como umabússola, porque na tradição japonesa,assinalar o Norte sempre foiconsiderado de má sorte. O Mestreera considerado como uma bússola

que indica à direcção correcta aosseus estudantes. Esses três aspectosdo aprendizagem das Artes Marciaistêm a ver com mente, corpo eespírito.A bússola do Kapap está destinada

para apontar primeiro para aintegridade, nas actualmente, namaioria dos estudantes e em alguns“Grandes Mestres” sente-se a faltadesta qualidade. Alguém um dia medisse que as Artes Marciais israelitasnão têm integridade e eu tenteiexplicar o assunto desta maneira:A maior parte do Grandes Mestres

de hoje são autoproclamados, nãotêm nenhum verdadeiro Mestre nemseguem nenhum método e isso é umabússola que não tem outra orientaçãoque não seja obter benefícios. Podemos ver que algumas pessoas

nas Artes Marciais israelitas sãoestudantes que foram expulsos deoutras escolas e organizações, porrazões que podemos ver a cada dia.Eu expulsei algumas maçãs podresdo cesto do Kapap e pouco tempodepois eram “grandes mestres” deKapap, ou criaram seu próprio “novoreal Kapap", baseado em mentiras.

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Kapap

“Podemos ver quealgumas pessoas nas

Artes MarciaisIsraelitas sãoestudantes que

expulsos de outrasescolas e

organizações, por razões que se

repetem a cada dia”

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Depois trataram de vendermentiras acerca de seu Mestrestentando me desacreditar.Nos meus primeiros anos de

treino, quando o professorexpulsava alguém do dojo, era amaior das vergonhas que sepodia enfrentar. Hoje bastaatravessar a rua ou abrir Googlepara encontrar uma novaorganização que manda pelocorreio um diploma de grãomestre! Actualmente, manter a

integridade da Arte Marcial é umaautêntica luta. Hoje, a maioria dos“grandes mestres” só fizeram umcurso de talvez uma semana emIsrael e depois se diplomaram a sipróprios! Quantas pessoasrealmente viveram e estudaramem Israel e durante anos, asArtes Marciais israelitas? Quando estava no Japão, a

minha Mestre perguntou a umdos meus estudantes: "Então,quantos anos estudaste emIsrael?".O meu velho professor está

cego, quase que não pode andardevido à velhice, mas me parecea mim que ele me deu a melhorl ição para que realmentepossamos chamar ESTUDANTESaos nossos estudantes. A agulha da bússola sempre

está orientada, mas os nossosestudantes estarão prontos asegui-la? Ou se lhes nãoconcedermos uma faixa coloridaou os subirmos de categoriae entretanto pedimos-lhes

treinarem mais e maisarduamente, poderemos ver quedali a dois dias são "directores"de uma nova organização e nosacusarão de sermosfraudulentos? Como pode

alguém chamar fraudulento aoseu professor se ele nos ensinaexactamente o que lheensinaram? Fui vít ima de acusações

desonestas de estudantes queexpulsei do meu dojo e doKapap, porque eram umavergonha para si próprios.Expulsei da nossaformação um indivíduo deNível 1 que era francês eno dia a seguir passoude Instrutor de Nível 1para o Nível 5, apesarde só termos quatroníveis!Expulsei um outro

que era do exércitoisraelita e elecomeçou a pôrmentiras na Internet,mas esqueceu dizerque também oexpulsaram do exércitoisraelita por estar AWOL(ausente sem licença! Eas histórias continuam econtinuam! Neste mundo é difíci l

encontrar integridade etodos os dias vejo maisenvergonhados expulsos demuitas organizaçõesisraelitas, inventando novasorganizações Krav Maga. No mercado se procuram

diplomas de papel sem valor enão realmente estudar. Trata-sede ego e de intimidação, não deArtes Marciais. Alguém me perguntou acerca

de um indivíduo que tinha umdiploma assinado por Kapap ouKrav Maga e eu respondi queas retretes estão cheias depapeis assinados por algunstraseiros - que o importante

Artes Marciais

“O mercado procura diplomas empapel sem valor algum e não a

realidade do estudo. Trata-se de ego e intimidação,

não de Artes Marciais”

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Kapap

“O importante não éo papel mas quemassinou o papel...”

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Artes Marciais

que não é o papel mas sim quem assinou o papel e afacilidade com que o assinou e por quanto dinheiro… Em Kapap, com o Tenente Coronel Chaim Peer ao

mando, o preço é caro: sangue, suor e lágrimas. Se onão poderes pagar, podes continuar sendo o director dealgum sistema "real"!!!O Jutsu é o mais básico e se introduz por primeira vez

na técnica, por métodos físicos que são os métodos dasraízes mais básicas de uma Arte, mas não é o objectivomais importante. A Formação continua com o Gaku, queé um estudo histórico, e a técnica. Depois seguem-se asimplicações filosóficas e espirituais.Um principiante não terá ideia nenhuma acerca dos

movimentos físicos, pelo que terá de aprender umagrande quantidade de técnicas no início, para integrar osmovimentos em seu próprio corpo. Se o objectivo émeramente desportivo, ganhar competições, ou para asaúde física ou a defesa pessoal, pode parar aqui e issoé correcto para o que ele procura. Na medida que o estudante melhore a sua técnica,

tem de se aperceber de que há algum tipo de sustentotécnico. Tem que estudar e ter a sua própria iniciativapara ler livros e saber o motivo das técnicas serem feitasde determinada maneira. Para algumas pessoas istopoderia parecer uma perda de tempo, mas saber umpouco de história do Kendo iluminará um competidor deKendo. O conhecimento teórico e histórico se soma àscapacidades físicas dos estudantes. O Gaku e o Jutsutrabalham de mão dada.Finalmente, cada aluno avançado chegará a um ponto

em que pergunte a si próprio algumas coisas maisprofundas acerca do significado da sua formação e comoesta actividade se ajusta à sua vida e o encaminha comoser humano. Aqui vemos a influência da Arte no espírito.Este é o "Do", a parte mais importante do processo deaprendizagem. Vemos que devido à Arte as nossas vidasmudam numa direcção positiva e nos ampliam ohorizonte. Sem preocupação pelo Do, a formação doBudo seria simplesmente reconhecida como um sistemacujo único objectivo é bater ou matar outra pessoa.Não é necessário separar os três quando se treina. O

Jutsu é absorvido pelo Gaku e ambos estão envolvidospelo Do. Se bem de início a obtenção da mestria técnicaé mais importante, quando se vai progredindo, o Gaku eJutsu também começam a ocupar um lugar central, masatenção, o Jutsu nunca deve ser descuidado. Finalmentese chega a um equilíbrio entre os três, quando os ciclosde retro-alimentação avançam ou retrocedem entre astrês categorias, aumentando o conhecimento dos três.Mas lembrem-se sempre, sem integridade não se pode

encontrar o caminho do Kapap e no fim do dia, quandocada um de nós se enfrente consigo mesmo, poderemosmentir a todos, mas não a nós próprios! Quando me vejo emum espelho, me agrada o que vejo e sei que vou trabalharmais e mais arduamente e ser um melhor estudante."Perde os estribos e perderás um amigo; mente e

perder-te-ás a ti mesmo"Hopi

Foto: Mauro Frota & An'Ichi Miyagi Sensei,Higaonna Dojo

A fotografia foi tomada numa aula privadacom o Sensei An'ichi Miyagi, quando eu viviano Higaonna Dojo, dormindo no chão (umpouco como no filme “Karate Kid”).

Um dia, o Sensei Morio Higaonna me disseque Sensei An'ichi Miyagi viria dar uma aulaprivada. Pediu-me que limpasse o dojo parareceber o seu Mestre e assim fiz.

Treinamos Sanchin e Tensho kata, katabásico junto com Gekisai e falamos de montesde coisas de filosofia das Artes Marciais e dosvalores morais. Sensei Morio Higaonna deu-memuitos exemplos de seu próprio Mestre, ofundador de Goju-Ryu Karate, Chojun Miyagi.Depois quis que eu lhe prometesse que iriaescrever uma carta e de novo visitá-lo-ia emOkinawa. E eu assim fiz.

No dojo, ele sempre estava de cinto branco edurante a cerimónia de abertura, em vez deestar em frente de mim, me pediu para eu estara seu lado. Nunca poderei esquecer esse dia -era o meu presente de aniversário, eu fazia 21anos nesse mesmo dia.

Querido Sensei Avi Nardia, espero em brevepoder vê-lo de novo para eu continuaraprendendo Kapap de si, especialmenteporque aprecia as minhas origens e dáimportância aos valores morais.

Mauro Frota

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Kapap

“Sem integridadenão se podeencontrar o

caminho do Kapape no fim do dia,

se cada um de nósparar em frente do

seu espelho,podemos mentir atodos mas não anós mesmos!”

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Jean Frenette durante os anos 1980 e 1990 foi o competidor mais vezes vencedora nível internacional nas competições de Katas musicais. Era o melhor e seu timingcom as notas musicais e as técnicas nunca ninguém as fez melhor que ele. Marcamos encontro com Jean quando está em Los Angeles, fazendo a coreografia

de acção para o seu último filme "Jaya".

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Cinturão Negro: Jean, onde equando te inicias-te nas ArtesMarciais?Jean Frenette: Comecei com 6 anos

de idade com o Judo, depois, com 10anos comecei a fazer Sankukai Karatecom Maxime Mazaltarim; treinei comele e com o fundador do SankukaiYoshinao Nanbu até os inícios dadécada dos anos 80.

C.N.: Qual o motivo de teres mudadodo Shito Ryu para o Goju Ryu?J.F.: Estive com o Sensei Chuck

Merriman no fim dos anos 70 e tivemuitas conversas com ele acerca dasorigens do Karate e em especial,acerca do Goju-Ryu. Foi em 1988 quepassei para o Goju-Ryu Karate-do comMerriman Sensei.

C.N.: Como foram teus começosem Hollywood?J.F.: Comecei a trabalhar na televisão

em 1978, onde fazia demonstrações ecoreografia de lutas. Depois, em 1982comecei a trabalhar no cinema. Fizvídeos musicais e filmes para televisão,como "Acerca de Flynnt" e "Academiade Polícia".

C.N.: Quais são os principaisprojectos em que tens trabalhado e

fazendo o quê?J.F.: São muitos, mas em poucas

palavras, o melhor projecto em quetrabalhei um tempo incrível foi "300",onde participei como intérprete de

dobragens e nos “Imortais” onde eracoordenador de luta, por falar em doisdos trabalhos.

C.N.: Quais os projectos em queactualmente estás trabalhando emHollywood?J.F.: Finalizamos faz pouco um

projecto denominado JAYA,protagonizada por David Bell, o fundadorinternacional do fenómeno do Parkour.

C.N.: Continuas a estarinvolucrado nas Artes Marciais, noensino e nos seminários?J.F.: Claro que sim! Ainda tenho o

meu dojo na minha cidade natal.Estamos agora festejando o nosso 38ºaniversário. Também tenho dojos emmuitos pontos do Canadá, naCalifórnia e em seis países da Europa.

C.N.: Com que frequência treinas eo que fazes no teu treino?J.F.: Trato de treinar todos os dias

durante pelo menos uma hora; façoestiramentos, conceitos básicos deKarate e katas e certamente,preparação física.

C.N.: Temos entendido que estás aorganizar um importante seminárioem Montreal a realizar ainda neste

“O melhorprojecto em quetrabalhei um

tempo incrível foi"300", onde

participava comointérprete de

dobragem e nos“Imortais”, onde era

coordenador deluta, por falar em

dois dostrabalhos”

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mês. Quem vai assistir e quem seráespecialmente bem-vindo.J.F.: Ah, sim! Estamos organizando

um Gasshuku Internacional deOkinawa Goju-Ryu Karate-do comKinjo Tsuneo e Gima Tetsu Sensei,ambos da Jundokan de Okinawa;todos são bem vindos se estivereminteressados no Goju-Ryu.

C.N.: Também temos entendidoque estás a trabalhar em um novolivro acerca do Okinawa GojuJundokan. Fala-nos um poucoacerca disto e qual é a tua posiçãoactual no Judokan?J.F.: Sim, com certeza! Em 1999 pedi

licença a Miyazato Sensei para fazer umlivro acerca do autêntico Okinawa Goju-ryu sob a sua supervisão e não só disseque sim como também realizou para asfotografias todos os kihon, kata e bunkaicomo ele os ensina e como recebeu olegado de seu Mestre Miyagi Chojun.Também o entrevistei para falar dahistória e dos dirigentes de formação.No livro se fala principalmente doSensei principal do Jundokan durante otempo da presença de Miyazato Sensei.

Este livro será de visita obrigada paraqualquer praticante de Goju-Ryu nomundo todo.

C.N.: Por quê motivo pensas quetenha acontecido que o Jundokanem Okinawa, tem produzido osKarate-ka mais dinâmicos deOkinawa nos últimos 30 anos; nomescomo Teruo Chinen, Morio Higaonna,Chuck Merriman, Masaji Taira e claroestá, tu próprio?J.F.: Penso que é porque mantém a

sua autenticidade por ser Okinawa olugar de nascimento do Karate e teremsalvaguardado os professoresJundokan os caminhos originais.

C.N.: Por que nunca fizeste umafita sobre Okinawa Goju ou existealguma coisa planejada para ofuturo? De assim ser, o que seria?J.F.: Realizei um documental sobre

Okinawa Goju-Ryu para o NationalGeographic em 2006. Também tenhofalado com Isaac Florentine parapreparar um filme acerca do Karate,para desenvolver uma história originalacerca das autênticas origens. Dar-vos-ei notícias acerca disto, mas poragora, só isto posso dizer.

C.N.: Qual é a tua forma favorita equal o motivo de teres trocado apista de competição pelo OkinawaGoju Ryu tradicional?

J.F.: Realmente eu sempre tenhoestado fazendo Karate tradicional; Sócompeti para me provar a mimpróprio e me expressar através daminha arte.

Penso que tive êxito na competiçãopor ter sólidos antecedentestradicionais.

C.N.: Recentemente fizeste umtrabalho para um filme com FrankShamrock, o legendário lutador deMMA. É realmente tão interessantecomo se diz?J.F.: É sim. Faz pouco trabalhamos

juntos em JAYA… Acho que ele é umatleta incrível e um grande ser humano,que domina o seu ofício devido a treinoincessante e à dedicação.

C.N.: O que pensas fazer nomundo das Artes Marciais nospróximos dez anos, no que respeitaao Jundokan?J.F.: Continuar treinando Karate

faz parte da minha vida, ensinareitudo quanto possa consoante omeu calendário de rodagem e querocriar uma organização internacionalpara o Jundokan. Nos próx imosmeses, anunciarei acerca da suacriação.

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Os movimentos do dragão servem para refinar o espírito. As suas técnicas sebaseiam na filosofia do elemento terra. O dragão ensina a reforçar e a canalizar oChi. Tem poucas técnicas de combate. O dragão treina principalmente a forçainterna com as técnicas de respiração.

Dragão Desenho aquarela e lápis Vivi Escriva Palacios.

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Kung Fu

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Se hoje contemplamos os cinco animais principais do HungGar Kung Fu original, ou seja, o tigre, o grou, a serpente, oleopardo e o dragão, fazem-se compreensíveis inclusivamentepara os laicos. Por exemplo o tigre: forte, directo e feroz. o grou:suave, rápida e com movimentos de asas. Um dos animais é atépara os versados em Hung Gar Kung Fu um enigma, certamenteo dragão. O dragão é o único dos cinco animais principais, quenão existe em carne e osso. E apesar disso forma uma partemuito importante desta antiga arte. Ao dragão se lhe atribui oelemento terra no ensino dos 5 elementos e como ser mitológicotem fama de ser muito inteligente e ter muita força espiritual. Emgeral, o dragão se relaciona frequentemente com posições demãos e tácticas especiais. Muita gente sabe também queimplica um trabalho intensivo com o Chi. A força interna docorpo Chi, ou também "Qi" - é tão real como qualquer outraforma de energia e definitivamente segue o nosso espírito. Parao principiante, o trabalho com o Chi é considerado difícil, postoque o êxito não se decide com a força mas acima de tudo com aforça de vontade e a força espiritual. Cada técnica trabalha como Chi, também com cada um dos cinco animais principais doHung Gar Kung Fu. O dragão está pensado em primeiro lugarpara aprender a manipular e reforçar o próprio Chi. Isto épraticado no Hung Gar principalmente com milenárias técnicasde respiração. Se observarmos em geral o estilo do dragão(esti lo Lung Ying), vemos frequentemente nas formasdemonstradas, técnicas de combate tempestuosas, rápidas erepetitivas, que imitam os movimentos das garras do dragão. OHung Gar Kung Fu capta a essência do dragão e abrangepoucas técnicas de combate. O treino bem realizado, como jáfoi dito, é com exercícios lentos Qi Gung ("trabalho de Chi") ereforçando a parte espir itual. Pode acontecer que umprincipiante de Hung Gar nestes exercícios tenha a impressãode que estes processos meditativos não tenham relação com overdadeiro combate. No entanto, quem assim pensar, estáerrado! Uma lenda do Kung Fu e Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling,o representante mais elevado de estilos que há no Hung GarKung Fu, recentemente assim o disse em um vídeo: "Muitagente pensa que o dragão, como animal que não existerealmente, tem no Kung Fu "apenas" a implicação em exercíciosde respiração e técnicas do Chi. É uma pena, posto que o certoé que no Hung Gar Kung Fu, não houve nunca algo que NÃOfosse pensado para o combate e isto naturalmente também écerto no que respeita ao dragão". Por outras palavras: Nodragão não se trata nem por assomo só da respiração e/ou

Kung Fu

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Kung Fu

exercícios saudáveis. Como o Grão Mestre Chiu ChiLing indica, no Hung Gar Kung Fu tudo foi pensadopara o combate real à vida ou morte. Naquelestempos, os homens da antiga China não podiamfazer outra cosa. Se um gatuno tivesse podidoroubar de uma só vez o produto de um mês, para ocamponês em questão, seria a ruína total. Nada paracomer, nenhuma semente para semear, etc. A auto-defesa e o combate para sobreviver eram assim deuma enorme importância. Nas artes marciaistradicionais nunca existiu espaço para asdecorações. Este pensamento nos ajuda não só paracompreendermos melhor o dragão no Hung GarKung Fu, como também rapidamente mostra aointeressado se uma arte marcial se trata de uma arterealmente tradicional. Ou já pensou o leitor se umsalto acrobático no combate homem contra homemé realmente necessário?Se procurarmos as técnicas do dragão propriamente

ditas, encontramos no Hung Gar Kung Fu osexercícios de respiração mas em comparação, poucastécnicas de combate. Por vezes, observando formas,pensamos reconhecer formas do dragão quando comas mãos, com as garras ou os colmilhos se trata deimitar este mítico animal. Até para os conhecedoresestas formas são muito fascinantes, posto que radicale eficientemente primeiro fazem lembrar outrosanimais de Hung Gar, mas afinal deixam aparecer oseu próprio princípio. No caso de se querer saber ouver mais, então rapidamente de novo damos comprocessos que os alunos vêem desde fora "só" comoexercícios de respiração lentos e concentrados, comos quais, em parte, se toma consciência de gritosespeciais. Se podemos ver as técnicas e copiá-las, porque motivo é então é tão difícil de compreender comose aplica realmente o dragão em combate? Porque asua função é também refinar e sensibilizar o espírito dopraticante, o que ao princípio para o aluno podesignificar uma grande readaptação dos treinos havidoshasta agora. No ensino do Hung Gar, o aluno passapor isto relativamente cedo. Não obstante, infelizmentemuito poucos chegam ao ponto onde se compreenderealmente o dragão. E porquê? O Grão Mestre ChiuChi Ling diz:

"O problema que temos nos nossos dias é que ospraticantes só raramente chegam a um nível queseja tão avançado para alcançarem osconhecimentos necessários para, por exemplo,compreender os ditos cujos sistemas de animais,como este do dragão. Não há segredos ouconhecimentos ocultos. Procurando só na superfíciee dando-se por satisfeito ou no caso de se seguirum mestre medíocre, nunca se chegará acompreender". Claro está que até um animalabstracto como o dragão no Hung Gar Kung Fu,sempre t inha no fundo do seu pensamento ocombate para sobreviver. Alguns sabem até que oelemento terra no ensino do Hung Gar estáfortemente relacionado com o dragão. Acompreensão verdadeira se nos apresenta aberta sóquando se alcançou um certo nível. Em todas asartes conhecidas não é de outra maneira! Um alunoé capaz de compreender algumas coisas realmentequando praticou e aprendeu a matéria durante umlongo espaço de tempo. O único factor que temos àmão como alunos é o de escolher o nosso mestre.Este, consciente ou inconscientemente, vai tomar adecisão de onde podemos aprender. E tivermos ummestre que ele próprio continua aprendendo, asnossas possibilidades pessoais de avançar sãoinfinitas. Como em todos os sistemas eespecialidades, conforme se vai alcançando oconhecimento em profundidade numa matéria, sereduz cada vez mais o número dos alunosexperientes. É como uma pirâmide. Muitosconhecem os princípios fundamentais, só poucossabem e conhecem o sentido profundo dodeterminadas coisas numa especial idadedeterminada. E assim tem sido sempre no Hung GarKung Fu. O aluno com força de vontade, trabalhadore sempre disposto a apreender, mais cedo ou maistarde inevitavelmente encontra o seu caminho entreos melhores e chegará a compreender coisas comoo estilo do Dragão e o seu ensino no Hung Gar. Istoé imprescindível para que a verdadeira arte deShaolin e o autêntico Hung Gar Kung Fu sobrevivam. Pertence o leitor àqueles que irão transmitir estes

conhecimentos?

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Texto: Franco Vacirca, Sandra Nagel Fotos: Alica Fröhlich

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O caminho à faixa preta com os Vacirca Brothers. Parte IªA pergunta mais frequente nas artes marciais e portanto

também no Gracie Brazilian Jiu-Jitsu, provavelmente seja:Quanto tempo se demora até conseguir a faixa preta? E como

não podia ser de outra maneira, cada escola, cada estilo de luta ecada mestre, respondem a esta pergunta de maneira muitodiferente, posto que depende de qual seja a sua meta, ou o quedeve significar a faixa preta.A maioria das pessoas tem a esperança de obter a resposta de

que é possível consegui-la em aproximadamente de um a doisanos. Também está o caso de que o público tem, através dos filmesde artes marciais, uma imagem muito falsa das verdadeiras artesmarciais. Em alguns círculos de artes marciais, é certo que hoje, osmuito jovens, incluídas crianças e adolescentes, usam faixacastanha ou até preta, o que não me surpreende. Sim, isto é assim,e também em geral, existe uma imagem incorrecta de quem usa afaixa preta - independentemente do estilo de luta e da escola. Em muitas artes marciais nos nossos dias também se oferecem

programas de faixa preta através da Internet, mas nestes casos sepõe em primeiro lugar o dinheiro e não o esforço. No comérciodas Artes Marciais, actualmente isto é muito mais fácil, porque sepode conseguir o diploma de faixa preta com apenas um cliqueno computador… Voltei recentemente de visitar uma AssociaçãoDesportiva de Jiu-Jitsu e sem o ter pedido, me concedem umdiploma, para que os meus alunos possam participar em torneios.Mais uma vez, as medalhas e os cintos vão de mão dada epoucos se preocupam dos verdadeiros valores do nosso trabalhoe de se comprometerem a longo prazo. Ser faixa preta já não dizmuito, porque há estilos de luta em que a faixa preta se dá aoprincípio e não no final do treino nas artes marciais. O Dan ou Master não diz muito mais, porque em certas artes

marciais, não há só 10 graus de mestria, mas sim 15 ou mais.Além do mais, nem sempre sabemos se realmente alguém queusa a faixa preta é também e ao mesmo tempo um mestre ouinstrutor. Quando comecei nas artes marciais, nos finais dos anos70, a quem usava a faixa preta eram inclusivamente chamados

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"mestre ", coisa que já não sucedehoje, porque muitos estilos e escolasde luta são muito menos exigentes naobtenção da faixa preta, com o intuitode conceder a muita mais gente apossibil idade de alcançar esseobjectivo.Gostaria de insistir que em

principio, a avaliação do cinto talcomo está agora, na minha opinião emesmo que muitos pontos queestabeleceu o meu mestre - que eraPedro Hemetério - os Gracie, osMachado, etc., os abordam demaneira similar.

O caminho a faixa azul;mais que uma baseNa Triangle Academy de Zurich, se

chega à primeira etapa, a faixa azulem Jiu Jitsu dos Vacirca Brothers, seconsegue com um ano ou um ano emeio de formação com regularidade.Na nossa Academia usamos umafolha de verificação da formação como treinador ou o instrutor, após cadatreino, com a participação dos alunosmatriculados. Também esta rota temvindo melhorando nem últimos anos.Os primeiros seis meses de um

estudante na Triangle Academy,provavelmente são os mais intensos,porque o nosso estilo de Jiu-Jitsuexige muito ao corpo e requer práticadesde a primeira l ição, para "semedir" com os parceiros de treino. A"medida" faz-se sob um aspectoamigável de "ensaio e erro" e nãodeve ser considerado negativo emcaso algum. Nunca ninguém foi paracasa de olho preto... O Jiu -Jitsu tal ecomo o praticamos, nos obriga a nosenfrentarmos não só a nível teórico,como também nos mostra que aaplicação e a teoria estãointimamente unidas entre si. Assim,aprendemos a adaptar a técnica doJiu-Jitsu a nós e não temos de nosadaptarmos nós às técnicas. O quepodemos aprender do Grão MestreHélio Gracie é que ele desenvolveuum Jiu -Jitsu que realmente umagrande maioria da povoação podeaprender para se defender e assimdeve permanecer na TriangleAcademy, sem coisas inúteis nemmuitas palavras, como é o caso deoutras escolas de Jiu-Jitsu brasileiro.Nos primeiros meses tem de se

pensar bem acerca dasprobabilidades de sobreviver a umasituação e em querer dominar umasituação. Um novato do Jiu-jitsu nãopode evitar esta experiência, nãoimporta que possa ser forte e atlético,porque este é o caminho e não háatalhos para mitigar esta fase.Durante os primeiros meses, se cadavez é mais capaz de ver e acrescentar

as possibilidades de sentir o inimigo econtrolá-lo gradual e naturalmente,também poderá pôr em prática aprópria defesa eficiente. Nesta fasetambém se aprende a usar melhor aenergia e não a deixar fugirfacilmente, para que já nos primeirosdois minutos de combate, secompensem toda a força e aresistência que se consomem.Com o tempo, também se pode

aprender a se relaxar no "jogo". Aospoucos, se traça um plano de jogo.Através do comportamento tácticoadequado, se trabalha lentamente ocaminho para alcançar a metaadequada. Quem conseguir obter umbom sentido da técnica e a táctica,dará um passo além, forçando seusoponentes a cometerem erros, peloque inclusivamente se poderá obteruma vantagem. O movimento próprio é cada vez

melhor - é o que eu chamo "ocírculo", porque ao princípio nosmovemos como se tivéssemosesquinas (quadrado). Tambémaumenta a flexibilidade, posto que setêm praticado as técnicas em váriasocasiões.Com a finalidade de conseguir

exactamente isto, trabalhamos comoinstrutores da Triangle Academy emum horário f ixo, no chamadoplaneamento de estudos básico, oqual desenvolvi na nossa Academiaem 1995. É uma série deexactamente 36 técnicas, que seensinam em 23 lições consecutivas.Estas técnicas básicas são muitomais que os cimentos do nossoGracie Jiu-Jitsu, posto que ainda sepraticam; não importa qual o nível defaixa estivermos trabalhandoactualmente, as 36 técnicas básicassempre aí estão para no ajudar apercebermos o que é realmente uma"arte avançada”. À diferença de muitas escolas de

BJJ e GJJ, eu não trabalho demaneira linear, nem colecciono astécnicas e truques para reter osmembros a meu lado. Como o meuMestre Pedro Hemetério, ponho a"eficiência" e a "essência" emprimeiro lugar. Me aferro ao conceitode ensino do Mestre Pedro, porqueele próprio era um modernizador doJiu-j itsu, mas sem profanar osprincípios básicos do Hélio Gracie Jiu-Jitsu. Eu trabalho hoje como osmeus colegas de Jiu Jitsu, comoRigan Machado, quem por sua vezconta com Rickson Gracie, um dosgrandes técnicos do nosso tempo.Entretanto, sigo o meu caminho,porque para mim, é importante fazerassim.Aqueles que chegam à Triangle

Academy, com outra experiência nas

artes marciais, é frequenteperguntarem quando vão ver asprimeiras técnicas de batimento, poisconhecem o Vacirca Brothers Jiu-Jitsu. A maioria das pessoas aindaacredita que pode derrotar umoponente com um só golpe, porquemuitos estilos de luta afirmam isto,ainda mais no nosso século. Semprehá excepções e não quero dizer queum bom pontapé ou uma boajoelhada no estômago não possamser definitivos. Outros vêm até nóspensando se terem inscrito numaescola MMA (Artes Marciais Mistas),mas logo aprendem que o Jiu-Jitsunão tem nada a ver com abrutal idade das MMA e assimdesaparecem rapidamente do nossocaminho, coisa que realmente eu nãolamento.Se alguém de cinto branco faz o

primeiro randori (combate entreparceiros), quase não pode fazercorrectamente um derribamento eacaba gera lmente no chão. Amaioria pensa nessa experiênciaquando vai para casa após o treino,se sentem como se tivessem sidoatropelados por um tanque. Muitosficam frustrados porque as coisasno treino nem sempre são tão fáceiscomo se deseja. Talvez sesurpreendam quando digo quedevem ver o t re ino como umapequena e doce pancadaria. Não sepreocupem por ganhar ou perder.Considerem que é uma experiênciamuito divertida e alegre. Após otreino, mantenham a cabeça alta edigam outra vez que foi divertido eaprenderam uma coisa nova..., nemque seja um pequeno movimento damão ou do pé, que i rãoexperimentar de novo na próximasessão de treino.Quem tiver problemas para deixar

seu ego na porta da entrada daAcademia e não possa controlarseus medos, para ele as coisasserão muito mais difícil no Jiu-Jitsu,porque com esse lastre emocionaldesnecessário, o corpo e a mente sebloqueiam e isso dificulta todos osprocessos de aprendizagem, nãoimporta se é um principiante ou se jáleva anos fazendo Jiu-Jitsu ou jápraticou qualquer outra arte marcial.Há muitas pessoas que saltamconstantemente de escola paraescola, porque pensam que isto nãosucederá em outro lugar, mas não éassim e por regra geral acabam porabandonar completamente estecaminho e acabam em casa comuma cerveja, pipocas e sapatilhasem frente da televisão… paracontinuar sonhando, em vez de sair aviver as coisas com o resto daspessoas...

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Kyusho (o ponto vital) da evolução da energia

Posição do arco “Dhanurásana”

Partindo da última posição, abrimos as vias e começamos apermitir o Kundalini se elevar ao longo do Shushuma; também abre eenche de energia tanto o Ida como o Pingala. Isto é possível quandomuitas salvaguardas e novas vias foram abertas, fortalecidas eequilibradas. Começará como uma vibração ou sensação de correnteeléctrica que corre através do corpo, posto que se baseia em calorpara descompor calcificações ou bloqueios no corpo. Isto tambémpode ser por indução física com determinadas manipulações dosnervos, mas as posições do Yoga estão destinadas especificamentepara realizar isto.Não só preparamos o corpo em todas as posições anteriores, comotambém preparamos o cérebro e a coluna vertebral. Isto é de sumaimportância para a transmissão boa e segura de uma energia muitopoderosa. Também se deve ter em consideração que não é aconselhávelsimplesmente libertar o Kundalini, mas também elaborar o processo epreparar-se para manter o equilíbrio. Esta posição é uma maneirafísica para conseguirmos o equilíbrio e uma válvula deliberação, por assim dizer… Quando o Kundalini chega à cabeça, não tratemde intelectualizar ou controlar, posto não sernecessário. Sentirão que dentro da cabeça ocalor e a pressão se movimentam e vibram.Como se sucedem muitas mudanças,inclusivamente se pode sentir como se abree se liberta para cima e para fora da partesuperior da cabeça (chacra coroa). Deixemisto acontecer, posto que serve paradescalcificar a Glândula Pinhal e outrosconstituintes do cérebro, o que melhora afuncionalidade mental. Este é o processoque se denomina “o despertar” nas artesdo Yoga e const i tu i uma meta nomesmo. Com a l iberação do Kundalini, opraticante vai sentir muito calor emmovimento e pode dar lugar a algumasintomatologia muito angustiante, (queo autor sentiu e não é simplesmenteuma especulação). Estasintomatologia poderia ser: suorespara além do normal de dia e denoite, desequilíbrios emocionais eperíodos de quase "loucura",devido a que os problemasemotivos do passado afloram e àliberação (limpeza ou purga) dosubconsciente. Se o “fogo” do Kundalini seconcentrar na garganta, opraticante pode sentir umavibração, calor ou pressão, que sepropagam para fora da parteposterior do pescoço, e dor nagarganta ou na mandíbula. Tambémpode manifestar-se falando com zanga,para se libertar das coisas que não sepuderam verbalizar anteriormente. Outros sintomas são todos baseados emonde se centra ou se concentra o Kundalini.Como outro exemplo: se está concentrado ousituado no chakra do plexo solar, pode provocaruma inflamação de ventre, e o medo pode surgirou ser predominante. A perda do apetite tambémpode ser um sintoma do excesso de energia ousimplesmente falta de interesse por viver estaexperiência.

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Texto: Evan PantaziInstructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, AçoresFoto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores

Se o Kundalini se concentrar no peito ou nocoração, a sintomatologia do chakra incluirá calor,pressão e possivelmente movimentos nesta zonado corpo, junto com um intenso e irregular latejardo coração, vibrações ou golpes. Isto pode levara episódios emotivos, representados por fortesrealizações ou mesmo por aparições formosase maravilhosas. Nas mulheres não sediferenciam dos afogamentos típicos damudança de idade ou da alta emotividadedurante a gestação. Os homens podemsentir como um ataque cardíaco ou umalto nível de ansiedade, mas mais uma

vez, trata-se de purgar e há muitas maneirasde acalmar este fogo e esta posição é umadelas.Quando o fogo Kundalini se situa ou seconcentra nos dois chacras inferiores, podehaver uma aparição e/ou libertação de velhosproblemas sexuais, culpa, ou energiasreprimidas de sobrevivência, que podemincomodar ao princípio, mas finalmente, vem unasensação de alívio e uma maior sensibilização.Também é preciso estar atentos e beber muita

água, posto que quando aumentar a energia e ascontracções musculares e o calor se manifestarem,junto com o suor constante, se produz umadesidratação, a perda de minerais e a desintoxicaçãoconstante e a purga que todo este processo leva a efeito.Isto também se controla com esta posição (e a seguintena série).Quando se trabalha com aumento da energia eespecialmente quando se transforma em calor, o chão(preferivelmente de erva ou de areia húmida de praia)entra em acção para atrair esse calor e esfriá-lo. Agora,cientificamente o frio não existe, só existe o calor(maiores níveis de vibração), mas o maior calor fluirá ouserá atraído para o frio, entidade climatizada ou

vibração menor. Assim sendo, por meio de situar osChakras inferiores do corpo de frente contra o chão, ocalor ou o Kundalini se sentirão atraídos; isto serve comouma saída para não saturar o corpo com a sua liberação.Também sentiremos como mãos e pernas se mantêmnessa posição, para não afastar-se das possíveis saídas àterra, de maneira a se conseguir uma maior liberação. Aliberação mais afastada da base do Chakra estáseveramente inibida pela compressão de toda a colunavertebral, da base até a cabeça.Não só está comprimida a coluna vertebral comotambém todas as vias da periferia, para que as energiaspossam fluir. Como este fluir se vê obstaculizado, a partefrontal do corpo, especialmente a linha central ou chacralfrontal se estica (abre) para uma maior fluidez. Istoconcentra e dirige a energia do Kundalini para baixo, parao chão, no segundo Chakra em especial. Isto serve paralibertar o excesso de energias e os resíduos, de maneira anão ficarem retidos no corpo. O circuito se completaquando se manifesta e liberta a partir da base do Chacra,posto que sobe através da Shushuma, Ida e Pingala até acabeça, e volta a descer para os Chacras frontais.

Posição do arco “Dhanurásana”Quando adoptamos esta posição de corpo plano,deitado de frente no chão, para que todos os chacrasestejam em contacto com o chão, com menos energia. Asbraços vão para trás enquanto as pernas se levantam parapoder agarrar os tornozelos ou os pés. Depois, de umamaneira sincronizada se levanta a parte superior do corpoe as pernas, para situar o equilíbrio focal na segunda zonados chacras.A cabeça se deita para trás para esticar desde a terceiravisão ou sexto Chacra, pelo que também se sente aabertura da cavidade sinusial superior, onde se juntam Idae Pingala. Isto permite o aumento das energias quedescem até o quinto Chakra na garganta, que

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consequentemente também se estendeu. Comose permite que o Kundalini atravesse agora até oquarto chacra ou chacra do coração, se libertaa pressão para abrir esta porta é não só demaneira longitudinal como também lateral.Isto se consegue mediante a extensão dosombros e dos braços estendidos, paramanter os pés nesta posição.O terceiro chacra ou chacra do plexosolar também está em contacto com ochão, mas não completamente, postoque isto serve para ser o primeironível de atracção para o Kundalini. Osexto Chacra suporta agora o pesodo corpo e é o ponto de liberação docalor e as vibrações do Kundalini. Note-se especialmente que opraticante deve sentir qualquer reacçãodo Kundalini. Esta posição pode serutilizada para o dispersar ainda mais.

Respiração e Intenção Partindo da posição precedente, "posiçãosobre a ponta do pé" (Angusthasana), opraticante inspira profundamente na posiçãoe começa a exalar quando leva as mãos até ochão. Continua a exalar enquanto move ocorpo e os braços para a frente, até a posiçãoINPRONE, plana com os braços estendidos.Respira profundamente e de novo, conformecomeça a exalar, lentamente leva os braços paraos lados e para baixo, para agarrar os tornozelosou os pés, que estão começando a juntar-se.Enquanto vai puxando da cabeça, ombros epernas, começa a exalar lentamente, até o sextochakra estar em contacto com o chão. No momentode exalar e realizar a posição, sentir todo o calor ouvibrações que se movimentam para baixo, desde acorona, através da terceira visão, garganta, peito, plexosolar e no abdómen inferior.Para repetir o processo da respiração podemos manter aposição (a melhor solução) ou situar-nos de novo emposição plana. Pode levar algum tempo realizar bem econfortavelmente esta posição, através de um completociclo da respiração, mas é a maneira mais exaustiva paramanter a figura correcta e dispersar à maior quantidade deenergias.

Próxima posição 15 “Primordial sentada” RájaPurnásana.

“Quando adoptamos estaposição nos deitamos com ocorpo plano e virado para o

chão, para que todos oschacras estejam em

contacto com o chão, com menos energia”

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WingTsun

Falemos do Sistema...

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Após profunda análise dosproblemas e das fortalezas dosistema Wing Tsun, começamosagora uma série de artigosdedicados a melhorar acompreensão de alguns elementostécnicos e tácticos do estilo.

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WingTsun

m muitas ocasiões,talvez pela própriamaneira de ser epensar do povochinês, algunsaspectos não seexplicaram em

profundidade e isso dificulta acorrecta compreensão dosmesmos. Vários têm sido osmotivos que provocaram estaspequenas "confusões" queproduziram muitas versões eopiniões diferentes entre ospraticantes de Wing Tsun. Istodas diferentes versões, não seriaum grande problema de não serporque as variações chegaramtão longe que ocasionaram opiniõesabsolutamente contrárias! Eu mepergunto se é possível haverdentro de um esti lo e seusdiferentes ramais, opiniões"absolutamente contrárias"...

Se pesquisamos nas razõesque provocaram um tal espectrode ramais e opções diferentes,devemos dirigir a nossa atençãopara a "ruptura" das ArtesMarciais chinesas.

Se alguma coisa une o WingChun com o resto de estilos deluta chineses, é a data de 1960.Nesse ano fatídico, o governocomunista declarou o início dadenominada "Revolução CulturalProletária". Aquilo que na Chinafoi visto como uma aragem frescae um salto em frente do povochinês, propunha acabar com osdenominados "quatro velhos": osvelhos hábitos, as valhascostumes, a velha cultura e avelha maneira de pensar. Aqueleextremista planeamento, que foimuito bem recebido pelas classes

trabalhadoras e menosfavorecidas da China da últimametade do Século XX, vinha demão dada com uma série deefeitos colaterais que certamente,ninguém teve em consideração: oextermínio das Artes Marciais.Consideradas parte da tradiçãomais ancestral da China e portanto parte dos "quatro velhos",foi perseguida à semelhança doresto de artistas e praticantes dascelhas artes chinesas (pintura,escultura, poesia, etc.).

Os mestres de AAMM chinesasse viram obrigados ao exílio ou aesconder-se da grande"revolução" na sobras maisprofundas. Os mais ousados, osque se negaram a comungar coma doutrina comunista, foramperseguidos, presos ou no piordos casos pendurados eexecutados nas praças públicas.

Isto teve um efeito devastadorsobre todos os sistemas de ArtesMarciais, devido ao sistema detransmissão utilizado pela culturatradicional chinesa: “um a um”,transmissão directa de pais afilhos ou a discípulos.

Imaginando este panorama,não é dif íci l compreender adificuldade de muitos estilos parachegar até os nossos dias em umbom "estado de saúde".

Pensemos que se calcula queexistiam uns 600 diferentes estilosde luta sob a "denominação deorigem" kungfu/ wushu/ artesmarciais da China, mas setentarmos encontrar naactualidade estilos completoscom linhagens directas, serádifícil encontrar estilos e práticasde luta sérios por cima de 20ramais/estilos. Na maioria dos

casos, forami n c l u s i v a m e n t e" r e c o n s t r u í d o s "posteriormente, porordem do governo popular,sendo fácil intuir que algunsdeles serão bem diferentes doestilo original.

No Wing Chun, ser-nos-á muitodifícil encontrar escolas ou ramaisfora da linhagem do Grão MestreYip Man e tudo tem uma evoluçãológica, se consideramos aevolução da famosa "revoluçãocultural".

O G.M Yip Man viu crescer seunome e sua escola em HongKong (colónia inglesa nessaépoca) e portanto o único lugaronde se podiam praticar AAMMsem ser perseguido.

Fora disso, é complicadoencontrar praticantes dosdiferentes ramais do sistemaWing Chun das que se possarealmente resgatar técnicas"coerentes" de luta, se bem... sejamuito curioso como seconservaram algumaspeculiaridades, que no ramal doqual venho se foram perdendo...

Existem diversos mestres (SifuSergio Iadarola é talvez o máximoexpoente da recuperação dasraízes do estilo e que servem amuitos que estão interessados emresgatar a história do estilo paraseus estudos e sínteses) aos

E

“Na coluna deste mês faço esta reflexãopara situar o leitor perante a enormedificuldade de conhecer a natureza dos

sistemas de luta chineses assim como osmotivos deste sistema de luta”

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“Eu me pergunto se épossível haver dentrode um estilo e seusdiferentes ramais

opiniões"absolutamentecontrárias"

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quais sem dúvida devo deagradecer o seu trabalho. Não hámaneira de delinear o futuro semconhecer o passado... Ou sim?Em fim, é uma questão deopiniões.

Na coluna deste mes, faço estareflexão para situar o leitor perantea enorme dif iculdade paraconhecer a natureza dos sistemasde luta chineses, assim como os“os motivos” destes sistema deluta.

É curioso, mas o nosso estilo sedebate na permanente luta entreos que querem resgatar a tradiçãoe a origem e os que não estãoabsolutamente nada interessadosem saber de onde vimos mas simem procurar como aplicar esteestilo de luta. Estéril discussãosem ponto de encontro à vista...,dado que geralmente, aqueles quese abraçam sem motivo a um ououtro, dificilmente convencerão aoresto das bondades dos seusargumentos.

É complicado dar lições sobreas artes de luta ou da arte daguerra, sem ser capaz dedemonstrar na tua arte comomínimo com um pouco deef icácia. Por outro lado. . . , édifícil conseguirmos recuperar aor igem da t radição marcia lChinesa se não somos capazesde olhar com profundidade parao passado, esse momento emque foram criadas as técnicaspara a luta em um cenário detotal e absoluto realismo. O idealser ia o ponto médio. . . Nãoacham?

Como é difícil situar-se em umou em outro extremo, na WingTsunTAOWS Academy eu escolhioutro. Começarei por indagar cadauma das técnicas e tácticas quetemos nas formas do esti lo

(autênticos tratados técnicos amodo de livros de sabedoria paraa transmissão do esti lo, quepassaram de geração emgeração).

Uma dessas frases que correnas redes sociais, acompanhadapor uma bela e inspiradoraimagem, afirma: "Muda a tuamaneira de ver as coisas e ascoisas começaram a mudar..." Istoé um pouco ao que eu me refiro...

O que achariam secomeçássemos por olhar para oque temos, tentando compreenderos motivos de ter sido criadoassim e que uso lhe queremosdar...? Ou por outras palavras: Porque não nos perguntamos umacoisa tão simples como Por que?,Para que?, Como? e ¿Quando?.

Estas simples perguntaspoderiam sem dúvida servir comoponte ou ponto de encontro entreambas tendências que caminhamem direcções contrárias. Hojequero lançar aos nossosseguidores uma reflexão técnicaque nos ajudará a compreendereste conceito. Para isso,utilizaremos um exemplo técnicomuito claro: MAN SAO. Conhecidacomo a "mão que pergunta", éuma das técnicas maisimportantes do estilo Wing Chun.

Se procurarmos nos "kuenkuits" do estilo, encontraremosalgo parecido a: "A mão que atacatambém defende". Esse seria oponto de partida. O segundopasso seria analisar como, porquêe quando aplicar este conceito.Uma vez compreendido o motivode usar a mão adiantada e quaisas coisas que deve "perguntar" aoadversário (podemos detectardistância e modificações nela,força e direcção da mesma,entrada ou saída, ataque em linha

recta ou curva,etc.) devíamos darum último passo:lutar!

Já consolidadasas duas primeirasfases, resta aTERCEIRA: Fazer aprova em combate!

Se olharmos para ahistória paracompreender o estilo ep o s t e r i o r m e n t epraticamos osdiferentes pontos quenos permite a técnica,coincidirão comigo queserá necessário tentaraplicar as técnicas e asideias subjacentes destasimples ideia, contraqualquer adversário que tentarentrar na nossa "guarda".

É o estudo e a compreensãode destas três fases, o que nossituará nesse ponto ideal para aprática e que além de a fazersumamente efectiva, a tornaráapaixonante. Tenho a absolutacerteza de que se vemos destamaneira a técnica, um e ooutro extremo começarão ase encaminhar emdirecções parecidas.Talvez até um diapossam confluir emum ponto parac o m p a r t i l h a r,enriquecerem-se e crescer.

Autênticoespírito deA r t e sM a r c i a i s !¡ A u t ê n t i c oespírito Wing Tsun!

Obrigado pela suaatenção e apoio.

WingTsun

“Ou por outras palavras: Por que não nos perguntamos uma coisatão simples como Por que?, Para que?,

Como? e ¿Quando?”

Page 143: Cinturao negro revista portugues maio 2014

“É complicado dar lições das artes deluta ou da arte da guerra sem sermoscapazes de demonstrar como mínimoum pouco de eficácia da nossa arte”

“É difícil conseguirmos recuperar aorigem da tradição marcial Chinesa se

não somos capazes de olhar comprofundidade para o passado”

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Hal Sharp, com 87 anos, éuma das principais

autoridades do mundo emJudo. O 9ºDan em Judo Hal,é um livro de conhecimentosdessa época, da qual existe

pouca informação acerca dasArtes Marciais, justamente

após a II Guerra Mundial. Halera guarda costas do

Imperador do Japão no fim daSegunda Guerra Mundial, oque já por si constitui umahistória… A sua habilidade

para escrever éincomparável, por isso osseus livros de desportos

acerca do Judo, Técnicas doJudo, Judo para Crianças,

têm sido êxitos de venda nasArtes Marciais desde

faz anos.

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“A génese do Judo”Pelo 9ºDan de Judo Hal Sharp (de 87 anos de idade) Este artigo faz parte da série que

penso escrever em relação com o Judoe as minhas experiências no Japão nadécada de 1950. Este artigo trataprincipalmente do mais Grande Mestrede Jujitsu do Japão, Sanjiro Yokoyama,que fez de mim o Instrutor Chefe doInstituto Original do Judo Kodokan. Jigoro Kano, Fundador do Judo

Kodokan se rodeou de um grupo depoderosos Mestres do Jiu-Jitsu como:Yokoyama, Tomita, Yamashita, Saigo,Mifune, Samura, Nagaoka, etc. Antes deentrar mais neste artigo, o termo que seutilizava nos dias de Yokoyama era"Jujutsu", no entanto, posto que o termo"Ju-Jutsu" se utiliza hoje habitualmente,vou usar esse termo neste artigo. Hoje existe confusão no que respeita

ao que é o Jujitsu frente ao Judo. Paraagravar o problema, estão todas asdiversas Artes Marciais asiáticas quevemos em muitos centros comerciais. Antes da década de 1900 havia

poucos livros e documentos acercadas Artes Marciais, na sua maioriaeram pergaminhos e alguns desenhosmuito simples. Os nomes das técnicas

frequentemente eram palavras quedescreviam vagamente a técnica. No Japão havia várias escolas de

Artes Marciais com sistemas comoJujutsu, Yawara, Torite, Taijutsu, Judo,etc. Alguns nomes das escolasestavam associados aos nomes dosMestres. Pelo nome, não se poderiasaber o sistema das técnicas que seutilizavam. A maioria das escolas seforam desaparecendo com seuspraticantes e passaram com seu senseipara o Judo. Todos os meus antigossensei como, Kawakami, Takagaki eMifune, eram antigos praticantes doJiu-Jitsu. Durante o ano 1900, quandoE.J. Harrison (famoso autor de várioslivros, incluindo seu livro mais vendido“O Espírito de luta do Japão Antigo”) amaioria praticava Jujitsu e Judo enunca ouvira falar de nomes tais comoKarate, Aikido ou qualquer outra destasescolas de Artes Marciais, o que nãoquer dizer que não existissem.

Quando eu estava treinando noJapão durante a década de 1950,comecei a trabalhar em um livro acercada história das Artes Marciais noJapão. Nesse momento, eu estavafamiliarizado com o Sumo, Kendo,Aikido, Taiho-Jutsu e o Karate. O meusensei tratou de ajudar-me levando-mea várias escolas de Jujitsu que erampequenos grupos de pessoas de idadeavançada que faziam katas com e semarmas. Para a maior parte deles sóestariam praticando movimentos queapareciam em um antigo pergaminho.Nenhuma das escolas praticava em ummeio competitivo como o Judo. Nesteponto, não estou sugerindo qual a artemarcial é melhor quando se trata deuma luta, principalmente porque crescinas ruas do Sul da Filadélfia e tive deaprender Boxe e Luta da rua, querealmente utilizei em alguns momentos.O acontecimento que me levou a

escrever este artigo surgiu quandoescrevia um novo livro intitulado "Judoe Auto-defesa para Jovens Homens eMulheres - O Caminho a faixa preta”.Eu queria que fosse mais do que otípico livro que mostra e descreve astécnicas básicas e os truques, e não sópalavras acerca dos elementosessenciais necessários para realmentefazer com que os truques funcionem na

“Yokoyama foialcunhado Oni

(demónio)Yokoyama”

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Judo

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competição. Do contrário, da mesma maneira se poderiaestar praticando Judo com um boneco. Inclusivamente, osmeus primeiros dois livros "O desporto do Judo" e"Técnicas de Judo" não cobrem adequadamente oselementos essenciais para a vitória. Descobri umaexcelente descrição destes elementos em um livro com100 anos de antiguidade, intitulado "Kyohan Judo", escritopor Sanjiro Yokoyama e Eisuke Oshima. Kyohan quer dizermanual de instruções. Este é o primeiro livro sobre Judoescrito para o Kodokan, publicado em Inglês em 1915.Uma nova edição do livro está disponível em Amazon e nomeu próximo artigo falaremos dos conteúdos desse livro.Mas é importante assinalar que das 297 páginas do livro,quase 100 estão dedicadas à maneira de fazer o trabalhodo Judo na competição e a maneira de treinar comeficácia. Por exemplo, na matéria do kusushi (desequilíbriodo oponente) o livro fala de quando o oponente é umhomem com duas pernas e um homem com uma perna.Este tipo de descrição me desvelou que o escritorrealmente era um lutador com experiência. Então melembrei de que no livro de E.J. Harrison "O espírito de lutado Japão" havia um capítulo acerca de Yokoyama,intitulado "Reminiscências de um campeão". O mesmocontinha histórias emocionantes e humorísticas acerca daluta no Japão durante a eira Meiji (1868-1912).Para aqueles que estiverem lembrados do filme "O

último samurai", durante este período o Japão estavatratando de tornar-se uma nação moderna e estavaeliminando essencialmente as velhas normas dos samurai,incluídos seus métodos de luta. Isto deu lugar a quemuitos mestres de Jujitsu estivessem desempregados.Com a criação da Judo Kodokan, onde o Jujitsu se tornouum desporto, isto passou a ser um refúgio para os“donos” do Jiu-Jitsu .Yokoyama viveu entre 1864 e 1912, durante a era Meiji.

Ele conta a história de quando em criança ele foitestemunha de uma verdadeira luta com espada. Umvelho samurai ronin vestindo roupas andrajosas,caminhava perto de três jovens samurai parecendo estarum pouco ébrio. Por acaso, a sua espada tocouacidentalmente a bainha da espada de um dos samurais,o que se considera um delito grave. Imediatamente, elehumildemente pediu desculpas aos samurais. A suadesculpa não foi aceite e os três samuraisdesembainharam suas espadas e se aprontaram paralutar. Ele declarou que não fazia sentido lutar e continuoupedindo desculpas. Mas não havendo maneira de evitar a

“A maioria das fotografiasque o leitor provavelmentetenha visto destes mestresde Jujutsu e Judo são fotos

de homens idosos. NO entanto, podem ter acerteza de que possuíam

físicos poderosos. Aqui se incluem fotografiasde Yokoyama de quimono eKawakami mostrando seus

músculos”

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luta, o velho samurai puxou da suaespada e andou lentamente para osamurai do meio. O samurai da partedireita viu uma oportunidade erapidamente atacou, mas foi reduzidopelo velho samurai. Seguidamente, osamurai da esquerda atacou e foicortado. O outro samurai vendo que osseus dois amigos jaziam mortos em umcharco de sangue logo fugiu. Naquelesdias, todos os combates tinham de serdenunciados à polícia, o que o velhosamurai fez.Quando era um homem jovem,

Yokoyama estudou Jiu-Jitsu. Ele e os

seus colegas de Jujitsu estavamansiosos de provarem seusconhecimentos numa luta real. O bairroonde ficava o seu dojo era uma parteda cidade onde havia muita bebida ejogo. Por vezes, à noite os jogadoresassaltavam os clientes ébrios para lhesroubarem o dinheiro. Os jovensjogadores do Jujitsu resolveram fazerque um do seu grupo imitasse umcliente bebido e quando os jogadoresatacassem se defenderiam. Apesar deconhecerem maneiras efectivas debater ferir gravemente ou mataralguém, resolveram que limitariam a

sua luta a separar a mandíbula inferiorjogadores com o calcanhar da mão. Oseu sensei de Jujitsu era também omassagista local. No dia seguinte, osjogadores lesionados foram ao senseido Jujitsu para que fixasse suasmandíbulas. Entretanto, os jovensestudantes de Jujitsu subiram ao pontoalto da sala para ver a magnitude domal causado. Reconheçamos que setratava de acções de jovens que nãose tolerariam hojeYokoyama praticava Tenjin Yoshin-

ryu Jujutsu. Entre as diversas escolasde Jujitsu, havia Torneios

Judo

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extremamente perigosos, por vezesmortais. As regras quase não existiame essencialmente, tudo era assim.Frequentemente, antes de ir a umtorneio se despediam da família, postoque era possível não voltar vivo. Com23 anos Yokoyama entrou em umfamoso torneio contra Nakamura. Ocombate durou 55 minutos, o que foium recorde, e finalmente foi paradopelo árbitro, que não queria ver mortonenhum deles. Yokoyama disse que amaioria dos seus torneios apenasduravam 2 ou 3 minutos. No Japão,todos os anos se realizava um grandetorneio entre o Leste e o Oeste.Nakamura era considerado o campeãodo Leste e Yokoyama o campeão doOeste.

Durante a época das eleições, eramfrequentes as lutas entre os doispartidos, o que proporcionava aYokoyama outra ocasião para praticarJujitsu. Outro mestre de Jujitsu difícil era

Kyuzo Mifune, que frequentemente semetia em brigas. Kano declarou quemuitas vezes foi tirar Mifune da cadeiapor causa das suas brigas. Numaocasião Yokoyama foi a um restaurantecom Mifune. Um grupo de 13 jovensentrou no restaurante, beberam muito ede vez em quando, em voz muito baixafalavam coisas entre eles e olhavamuns para os outros. Um dos jovens seaproximou de Yokoyama, pegou no seucasaco e chapéu e começou a afastar-se. Yokoyama foi atrás dele exigindo o

seu casaco e o chapéu. Seis dosoutros resolveram juntar-se numa lutacom Yokoyama. Mas Mifunerapidamente se juntou à luta e empoucos minutos deixaram fora decombate ou submeteram os 13atacantes.Em outro incidente, um amigo de

Yokoyama estava em casa jantandocom outro amigo. Um grupo dedesordeiros entraram na casa eexigiram dinheiro e como se negaram apagar, eles puxaram das espadas e dasfacas para ameaçá-los. Um serventeviu e saiu correndo da casa para irbuscar Yokoyama. Quando Yokoyamachegou, o chefe da banda reconheceu-o e fez-lhe uma reverência. Yokoyamadisse-lhe que fosse embora com o seugrupo, mas que se necessitava algumdinheiro, depois podia vir à sua casa eele lhes daria dinheiro. Os outrosqueriam lutar, mas o líder disse-lhesque teriam problemas com Yokoyama eque deviam ir embora. Nuncachegaram a ir à casa de Yokoyama,mas um dos “garotos maus” foi aoKodokan e se tornou um muito bomjudoka. Era Yokoyama a quemchamavam Oni (demónio) Yokoyama.A maioria das fotografias que

provavelmente tenham visto destesmestres de Jujutsu e Judo são fotos dehomens idosos, mas podem ter acerteza que possuíam físicospoderosos. Aqui se incluem fotografiasde Yokoyama de quimono e deKawakami mostrando seus músculos.Depois de Yokoyama, Kawakami setornou um dos estudantes ecompetidores favoritos de Kano.Resumindo, por regra geral formamos

as nossas opiniões sobre a base dasnossas próprias experiências. Durantequase 5 anos treinei arduamente Judo 6ou 7 dias por semana. Comecei comouma faixa branca e cheguei a 4ºDan.Nos torneios mensais da Kodokan, secombatia contra os da mesmacategoria, e conforme se avançava secombatia contra rivais mais duros. Sóse podia vencer por ippon, semdecisões de superioridade e não haviasanções para dar uma vantagem sobreo oponente, como se faz nos nossosdias. Não havia categorias por peso, selutava consoante o grau de habilidade.Eu passei pelas fases típicas das formasde aprendizagem: à defensiva, contra-ataque, derribamentos, agarres ecombinações, posto que não poderiafazer o derribo imediatamente. Quandoalcancei o 3ºDan desenvolvera o poderde shizentai (estar em nenhuma parte) eera capaz de “ler” o meu oponente(mente espelho) e ser sensível às suasacções e instantaneamente adaptaruma técnica para o vencer. Não tenho acerteza de que o leitor compreenda oque estou a dizer, mas penso que eupercebo o que Yokoyama queria dizerno seu livro .

Page 150: Cinturao negro revista portugues maio 2014

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SECURITY, POLICE & MILITARY DEFENSE

CINTURON NEGRO

Pedidos a: Cinturón Negro. e-mail: [email protected] / www.budointernational.com

AUTOR: GARY PAYNE

PRECIO: DVD 20€ C/U

AUTOR: CAPITANE JACQUES LEVINET

AUTOR: JOSE LUIS MONTES

AUTOR: MONI AIZIK

REF.: DVD/AIZIK4

TÍTULO: COMANDOKRAV MAGA: URBAN

SURVIVAL

REF.: DVD/AIZIK

TÍTULO: COMBAT SURVIVAL

REF.: DVD/AIZIK2

TÍTULO: COMANDOKRAV MAGA

REF.: DVD/AIZIK3

TÍTULO: KNIFE ATTACKS

AUTOR: SARGENTO JIM WAGNER

TITULO: POLICE AND MILITARY KNIFEDEFENSE

REF.: DVD/SARG1

TITULO: SPECIAL OPERATIONS KNIFE OFFENSE

REF.: DVD/SARG2

TITULO: POLICE GROUND TACTICS REF.: DVD/SARG3

TÍTULO: CHOKES & HOLDS DEFENSEREF.: DVD/SARG4

TÍTULO: ARREST & CONTROLREF.: DVD/SARG5

TÍTULO: DEFENSIVE TACTICSREF.: DVD/SARG6

TÍTULO: AIR GUN TRAININGREF.: DVD/SARG7

TÍTULO: AMERICAN BATON POLICETACTICS

REF.: DVD/SARG8

TÍTULO: REALITY BASED. ATAQUES DECUCHILLO COMUNES EN EL MUNDO

REF.: DVD/SARG9

TÍTULO: METRIC ARM STRIKES & BLOCKS SYSTEMREF.: DVD/SARG10

TÍTULO: CONFLICT EXERCISESREF.: DVD/SARG11

VOL. 1-2En el primer volumen, descubriréis que sóloexisten 10 direcciones primarias con las queatacar a un oponente con las manos, y sólo 10direcciones posibles en las que vuestroadversario pueda atacaros con sus puños ocodos. En la segunda entrega del “sistema

métrico” de Jim Wagner nos concentraremos enlos golpes y los bloqueos con las piernas.

TÍTULO:C ONFLICT EXERCISESREF.: DVD/SARG12

TÍTULO: MULTIPLE ATTACKERSREF.: DVD/SARG13

TÍTULO:CONFLICT EXERCISESREF.: DVD/SARG14

TÍTULO: PROTECTING OTHERSREF.: DVD/SARG15

TÍTULO: GROUND ATTACKSREF.: DVD/SARG16

REF.: DVD/PAYNE

TÍTULO: SELFDEFENSEGary nos revela las claves para eléxito frente a los asaltos máscomunes: la actitud mental

adecuada, las técnicas defensivascontra agarres a la cabeza,

estrangulamiento frontal, ataquespor sorpresa por la espalda, ataquesmúltiples, el abrazo del oso, así comola defensa contra cuchillo, la defensaen el suelo, y las técnicas de golpeo

más eficaces.

REF.: DVD/PAYNE2

TÍTULO: RREALISTIC SELFDEFENCE ASSOCIATION

Estudiamos las técnicas de golpeoy sus combinaciones, los ejerciciosavanzados, defensa en el suelo, lacorrecta actitud mental con ejem-plos de varios tipos de ataque, lasáreas potencialmente peligrosas…Un excelente trabajo para ir “unpaso por delante” en la verdadera

autodefensa callejera.

REF.: DVD/DPOL1

TÍTULO: INTERNATIONAL PROTOCOLS POLICE SELF DEFENSE

El programa incluye técnicasde detención en diferentessituaciones y variantes enfunción de la peligrosidad yresistencia del detenido;técnicas de esposamiento,velando por la máxima segu-ridad de los agentes y el

detenido

REF.: DVD/MONTES2

TITULO: PROFESSIONALKOBUDO

En este trabajocontinuación de su

anterior DVD, José LuísMontes elabora el

Protocolo Internacional deKobudo Policial, centradoen las técnicas con el

bastón y el tonfa adaptadosa la función policial.

REF.: DVD/MONTES3

TITULO: SELF DEFENSEWITH EVERYDAY OBJECTSJosé Luís Montes, ha

plasmado susconocimientos basados enhechos reales, fruto de susmisiones internacionalesen este trabajo que constade más de sesenta seriestécnicas con objetos tanvariados y habituales.

REF.: DVD/LEVI

TÍTULO: POLICE WEAPONS

REF.: DVD/LEVI 2

TÍTULO: SELF PRO KRAVS.P.K.

REF.: DVD/LEVI 3

TÍTULO: R.O.S. REALOPERATIONAL SYSTEM

REF.: DVD/LEVI 4

TÍTULO: OPERATIONALLOCKS

REF.: DVD/LEVI 5

TÍTULO: SPK KNIFE

REF.: DVD/LEVI 6

TÍTULO: CANNE ETBÂTON DÉFENSE

REF.: DVD/LEVI 7

TÍTULO: OPERATIONAL TONFA

AUTOR: MAURIZIO MALTESE

REF.: DVD/MALTE2TÍTULO: CLOSE COMBAT - VOL. 1/2

Vol. 1: El primer vídeo que presentamos sobre elMaltese's Close Combat, muestra el área de las

palancas articulares y de su integración en el com-bate real, no desde la liberación de un agarre

estándar, sino desde un ataque llevado a cabo convelocidad y potencia por el adversario.

Vol. 2: En este segundo volumen, el ProfesorMaltese, magnífico investigador y experto endefensa personal, nos mostrará la lucha contracuchillo. Un excelente trabajo para profundizar en

este eficaz sistema de defensa personal.

REF.: DVD/MALTE4

Page 151: Cinturao negro revista portugues maio 2014

SECURITY, POLICE & MILITARY DEFENSE

CINTURON NEGRO

Pedidos a: Cinturón Negro. e-mail: [email protected] / www.budointernational.com

SECURITY, POLICE & MILITARY DEFENSE PRECIO: DVD 20€ C/U

TÍTULO: S.O.G. Este práctico sistema orientado al combate callejero, sintetiza la eficacia y disciplina del sistema Cuerpo a Cuerpo de lasfuerzas armadas francesas, la fluidez, rapidez y picardía del Penchak Silat malayo y las técnicas de guardaespaldas. Un tra-

bajo que sin duda os sorprenderá.

TÍTULO: S.O.G. CLOSE COMBATvol. 2: Estudiaremos las tres distancias de combate y sus variantes, las técnicas de suelo, los ataques por la espalda con

mano vacía, cuerda, palo o cuchillo, las técnicas contra agarres y los controles más eficaces.

TÍTULO: S.O.G. MILITARY COMBATEn este nuevo DVD descubriréis el porqué, así como la esencia del sistema: metodología y actitud, elementos que marcan la

diferencia en el combate real.

TÍTULO: SOG EXTREME CLOSE-CO MBATEn este cuarto trabajo, Olivier Pierfederici nos presenta las técnicas mas explosivas del SOG, que combinan eficacia, explosi-vidad y sencillez. De su mano aprenderemos las distancias, como frenar al contrario con patadas, defensas frente a los ata-ques mas habituales en la calle, como puños, patadas, estrangulaciones y agarres, defensas contra cuchillo, palo y pistola,defensa de terceras personas, frente a varios atacantes, y las 15 técnicas básicas del curso civil de Defensa Personal del

S.O.G.

TÍTULO: S.O.G.: ¿COMO SER TU PROPIO GUARDAESPALDAS?Aprenderás a moverte con seguridad por las calles, a reaccionar frente a amenazas en todos los rangos de distancia, el tra-bajo contra armas de filo, de fuego y palos, y situaciones frente a dos o más enemigos. Métodos eficaces y resolutivos con

los que obtendrás resultados positivos en poco tiempo gracias a un trabajo repetitivo, inteligente y simple.

TÍTULO: S.O.G. CLOSE-COMBATEn este 6� volumen, Olivier Pierfederici realiza una puesta a punto del verdadero Close-Combat adaptado al contexto civil, enfati-

zando en el hecho de que el aprendizaje debe ser rápido pero “sano”, para que el alumno no tenga problemas a corto plazo.

AUTOR: OLIVIER PIERFEDERICI

REF.: DVD/SOG • DVD/SOG2 • DVD/SOG3 • DVD/SOG4 • DVD/SOG5 • DVD/SOG6 TÍTULO: SUBMISSIONGRAPPLIG POLICE

AUTOR: DANIEL GARCIACon este trabajo, recomendadopor la Federación Española deLuchas Olímpicas y DisciplinasAsociadas, el profesor DanielGarcía aporta una fabulosaherramienta especialmente

destinada a funcionarios de pri-siones, agentes de policía, yprofesionales de la seguridad

REF.: DVD/PGR

AP1

TÍTULO: SYSTEMA -THE RUSSIAN REVOLUTION

AUTOR: MARCO MORABITO

REF.: DVD/SYSTEMA1

REF.: DVD/M

UAYKAP

TÍTULO: KNIFE DEFENSE

AUTOR: VINCENT LYN

REF.: DVD/LYN

5

TÍTULO: KOKKAR KEMPO El teniente Omar Martínez Sesto es uno de estos expertos de primeralínea. De su mano conocereis los Programas de Combate OperativoCuerpo a Cuerpo, Desarme Táctico Especial, Armas Opcionales y

Proteccion de Armas Personales. Una joya para los profesionales opara los que estén interesados en el combate real.

TÍTULO: KOKKAR. ANTI-TERRORISM ADVANCED TACTICS

El Capitán Martínez Sesto nos muestra las distintas posibilidades deneutralización reactiva en el área C.Q.B. (CLOSE QUARTER BATTLE).Estas pueden ser ejecutadas con un amplio margen de fiabilidad,

tanto por parte de los profesionales de elite como por civiles en actosterroristas.

TÍTULO: HANDGUN DEFENSIVE TACTICS Este primer volumen del programa C.Q.B. (CLOSE QUARTER BATTLE) deentrenamiento en pistola táctica, abarca parámetros de ejecucióncomo sobrevivir a confrontaciones con armas de fuego, ataques con

cuchillo y procedimientos con baja luminosidad.

REF.: DVD/OMAR1 • DVD/OMAR4 • DVD/OMAR5

AUTOR: CAPITÁN OMAR MARTÍNEZ SESTO

AUTOR: SERGEANT BANDINI

REF.: DVD/OMAR

2

REF.: DVD/OMAR

3

TÍTULO: KOKKAR SPECIAL COMBAT BLACK COBRA II(VOL. 1/2)

El Sargento Fernando Bandini, Oficial Full-Instructor en U.S.A enTácticas Policiales y Militares y Director delegado para Europa de laOrganización Kokkar, nos mostrará un completo trabajo, dividido endos volumenes, en el que el sistema "Black Cobra II" es presentado

por vez primera al público.

TITULO: KAPAP LOTAREn este trabajo presentadopor el Sargento Jim Wagner,el Mayor Avi Nardia, de las

fuerzas especiales israelíes ycreador del Kapap civil, nosmuestra un completo semi-nario de aproximación a estemétodo de combate, en suadaptación a las fuerzas delorden y al entorno civil. Unsistema sobradamente avala-do, completo, contundente yeficaz que sin duda os sor-

prenderá.

REF.: DVD/KAPAP

TÍTULO: KAPAP GUNDISARMING

El Sargento Uri Kaffe de laUnidad de Policía de fronte-ras israelí, y alumno del

Teniente Coronel Chaim Peer(fundador del Kapap) y de

Avi Nardia (Fuerzas especia-les Yamam) es actualmenteinstructor de Krav Maga yKapap Lotar. En este vídeonos muestra las técnicas dedesarme de armas de fuegoque se integran en el apar-tado CQB (Close QuarterBattle) del sistema Kapap.

REF.: DVD/KAPAP2

TÍTULO: KAPAPKRAV PANIM EL

PANIMEl Mayor Avi Nardia anali-

za detalladamente 3movimientos básicos queemplean numerosos esti-

los israelíes y quepodréis incorporar libre-mente a vuestro arsenalpara afrontar numerosassituaciones como aga-rres, llaves, estrangula-ciones tanto en pie comoen el suelo, ataques de

cuchillo, etc.

REF.: DVD/KAPAP3

TÍTULO: GUN DISAR-MING WRONG &

RIGHTFrente a amenazas con pis-tola, el factor suerte siem-pre está presente. Podéisrealizar vuestras técnicas ala perfección y aún así reci-bir un disparo, y a la inver-sa, cometer multitud de

errores y salir indemnes dela situación. En este DVD, elMayor Avi Nardia nos aclaraesos conceptos y pequeñosdetalles que marcan la dife-rencia y que os permitirán

salvar la vida.

REF.: DVD/KAPAP4

TÍTULO: THE KAPAPACADEMY EXPERIENCE (VOL. 1) EMPTY HANDSAUTORES: AVI NARDIA Y

ALBERT TIMENLos fundadores de la KapapAcademy, comandante Avi

Nardia y Albert Timen, han rea-lizado este nuevo DVD paramostrarnos los métodos deacondicionamiento para el

combate. Nos enseñarán cómoexplorar y desarrollar la resis-tencia mental en situaciones

bajo estrés (entrenamiento bajoel agua, ataque simultaneo de

numerosos agresores).

REF.: DVD/KAPAP5AUTOR: MAJOR AVI NARDIA

REF.: DVD/GIL1

TÍTULO: PROTECT KRAV MAGA

AUTOR: ITAY GILEn este trabajo, Itay Gil nos

muestra en detalle algunas delas técnicas frente a agresionescon cuchillo y amenazas con

pistola que en 33 años de expe-riencia en Artes Marciales, haadaptado a las necesidades dela defensa personal real, tanto

civil como profesional.

REF.: DVD/IDS

3

TÍTULO: KRAV MAGA FOR

SECURITY PROFESSIONALS

REF.: DVD/IDS

4

TÍTULO: KRAV MAGA SECURITY FEDERATION - AIRPLANE SECURITY

REF.: DVD/IDS

1

TÍTULO: I.D.S. KRAV MAGA

REF.: DVD/IDS

2

TÍTULO: KRAV MAGASECURITY

FEDERATION

AUTOR: MASTER ALAIN COHEN

Las apariencias engañan ypor lo tanto, un agente deseguridad en un aeropuertosiempre deberá saber mirarmás allá. La prevención es laregla clave para una buenaseguridad aérea y cuando yaes demasiado tarde, el KravMaga intervendráradicalmente.

TÍTULO: I.D.S. KRAV MAGAEn este sistema, adaptación profesional y civil de los mejores méto-dos de defensa israelíes, encontraremos el programa completo delKrav-Maga junto al trabajo típicamente israelí sobre la canalizaciónde la agresividad. Un Krav-Maga explosivo, violento y expeditivo quese está extendiendo con éxito en todo el mundo.

TITULO: KAPAP COMBATIVESAUTOR: WILLIAM PAARDEDEKOOPERLa regla más importante es que“en la calle no hay reglas”.Cuando no puedas evitar la peleatienes que luchar pero entoncessólo hay una regla: ¡¡¡GANAR!!!

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Auto-defesa

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"Não fazem falta anos para aprender defesa pessoal, é questão de dias". É esta umaafirmação que desde faz muitos anos tenho utilizado para promover o meu sistema deProtecção Pessoal Baseado na Realidade e muitos artistas marciais tradicionais gritaram:"Impossível! Wagner é um fraude".

Durante mais de 20 anos tenho estado treinando agentes da Polícia e unidades militares detodo o mundo e continuo convencido deque realmente se pode aprenderauto-defesa em apenas algunsdias. Se o leitor não poderaprender qualquer técnica deauto-defesa em cincominutos, então não precisadela numa autêntica luta!Além de tudo o mais,depois de ter vistomilhares de lutas eter estado em váriaslutas à vida ou mortecomo soldado ecomo ofic ial daPolícia, sei que emqualquer conflitograve seuti l izarão sóquatro ou cincotécnicas.

TREINAR UM MINUTO DE CADA VEZ

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Auto-defesa

Treino baseado na realidade um minutode cada vez

Vamos ir mais longe. Muitas liçõesque salvam vidas na protecção pesso-al, se podem aprender em um minuto!Eu digo isto por escrito aos meus estu-dantes, na minha página de facebook.Sim, eu escrevo longos artigos e gros-sos livros acerca da defesa pessoal,mas muitas vezes, a “verdade no com-bate” se pode aprender em um minuto.

Para uma melhor compreensãodaquilo que desejo dizer, seleccionei10 Conselhos de Protecção Pessoalpara serem lidos em um minuto oumenos e as matérias são variadas. Um

parágrafo pode conter uma grandequantidade de "verdade em combate".

Mantendo este grupo de conselhosde um minuto unidos e se encadeiamtécnicas realistas uma atrás da outra,temos o necessário para nos enfrentar-mos a todos os cenários de combate ede conflito.

Estão a ser observadosquando lutam

Sempre que se entra em um conflitoem público (discussão ou confrontofísico) digam-se a si próprios: "Estousendo gravado em vídeo" e suponhamque esses vídeos acabam em YouTubepara serem vistos por todos e em umtribunal de justiça. Tendo isto em con-

sideração, tenham cuidado de nãofazer nada do que se possam arrepen-der… Nunca teremos problemas legaisse soubermos como usar a força ade-quadamente em cada situação.

A porta do carro é umponto de ataque!

Os pontos de ataque estão numrádio de 1 metro da porta do vossoautomóvel. Tenham as chaves do carrona mão e antes de meter a chave nafechadura, verifiquem rapidamente azona para ver se alguém suspeito seaproxima. Isto leva apenas dois segun-dos e a maioria dos roubos de veículosacontecem neste pequeno círculo. Énecessário que a técnica de reconheci-

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mento seja um hábito que faremos sempre que nosaproximarmos ao nosso carro e não só à noite ouem zonas isoladas.

A diferença entre uma Luta deEgo y uma Luta Real

Uma "luta de ego " é uma briga de bar. Na maio-ria dos casos, as duas pessoas que lutam não têmintenção alguma de causar lesões graves a outras.Lesões graves seriam aquelas que provocam danospermanentes, tais como morder uma orelha ou umdedo, ruptura de ossos grandes, como o crânio oua pelve, tirar-lhe os olhos… e similares. Claro estáque alguém poderá sofrer uma fractura de nariz oude mandíbula numa luta de ego, mas mesmo seuma pessoa perder uma luta ego, por regra geral sesobrevive. Por outra parte, uma luta “à vida oumorte” é exactamente isso o que implica, lesõescorporais graves ou a morte. Por regra geral, trata-se de uma luta contra um criminoso ou um terroris-ta. A “Protecção pessoal baseada na realidade” pre-para os estudantes para ambos tipos de luta.

"Se querem magoar alguém, usem um punhofechado. Se não querem, usem um ataque de mãoaberta". Esta frase eu a aprendi treinando com apolícia de Israel faz vários anos, quando fui um ins-trutor convidado na Academia Nacional da Polícia(Police Israel Operacional Fitness AcademyHavatselet Hasharon Israel).

Então, o que significa isto exactamente? É sim-ples: quando bates em alguém com o punho fecha-do é essencialmente de osso a osso e causa lesões.Quando se utiliza um golpe de mão aberta, como umgolpe de palma, é uma toma de contacto dos teci-dos moles e a parte superior da mão não intervém.Os agentes da policia contra distúrbios com os quetenho falado, utilizam golpes de mão aberta paraatordoar alguém; é mais como um bofetão. Sim, cer-tamente se pode ferir com um golpe de palma, mas,faríamos esse mesmo golpe querendo quebrar ascostelas do oponente? É claro que não. Um bomgolpe de punho (um soco) é o que vai partir as cos-telas. Além de tudo o mais, em qualquer bar domundo, da Mongólia ou Brasil, se dois homens nãotreinados brigam, que tipo de golpes lançam? Socosou golpes de mão aberta? Obviamente, a maioriados homens têm predisposição para bater com ospunhos; é uma coisa natural. Por outro lado, se duasmulheres não treinadas brigam e se batem entre si,o que fazem? É uma luta de gatas: puxões, arranhõ-es e bofetadas. Não o 100% das mulheres, mas amaioria delas. Isso depende da maneira em que esti-verem predispostas.

De maneira que quando no meu Programa deProtecção pessoal Baseado na Realidade tenho de

Auto-defesa

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falar acerca de que tipo de golpes utilizar, voltoa esta frase israelita:

Estão sendo observadosDurante anos tenho estado dizendo que

várias agências dos governos podem escutar e“ver” através dos vossos próprios telefones ecomputadores. Muitos dos meus estudantespensavam que eu era um paranóico ou estavamal informado. Depois, quando a história daNSA desvelou isto faz aproximadamente umano, viram que eu tinha razão…

Não são só os governos de todo o mundoque podem fazer isto, mas também outrasentidades - como aqueles que querem roubara nossa identidade ou mandar correio lixo coma informação obtida.

Existem todo tipo de motivos para nos pro-tegermos. Uma das coisas mais fáceis quepodemos fazer é colar um post-it sobre a lenteda nossa câmara quando não a estivermosusando. Esse objectivo da câmara pode estarenfocando coisas que podem estar enviandoem imagens a um espectador pouco amigo.De maneira que um simples Post-It deixa cegauma possível fonte de informação que se podevolver em nossa contra. O sistema deProtecção Pessoal Baseado na realidade deJim Wagner, não trata só de "socos e ponta-pés" mas de toda a "protecção pessoal".

Não olhem para os olhos deum assaltante

Em um roubo à mão armada não façam con-tacto visual com o suspeito. Se o fizerem épossível que com sorte, só recebam um dispa-ro. É como tratar com um cão raivoso...

O motivo é que eles pensam que estamostratando de recordar a sua cara, mesmoquando usarem uma máscara. O segundomotivo é que quando somos artistas marciaisemitimos as mesmas "vibrações" que umpolícia ou um soldado (personalidades do tipoA, como se diz na América) e poderá dispara-nos pensando que somos polícias. Uma vezfui roubado no México e duas vezes noEgipto, além de que como agente da políciadurante mais de 20 anos, tenho falado commuitas vítimas de roubo. Inclusivamente sivamos atacar, temos de fazer o papel de umavítima muito assustada.

“Em um roubo à mãoarmada não façam

contacto visual com osuspeito.

Se o fizerem, é possível que com

sorte só recebam umdisparo. Façam como

se fosse um cãoraivoso…”

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Certamente, acerca disto muito mais poderia escrever, masdevemos ficar com a ideia pricipal.

Pensem como um “forense”Como parte do nosso treino do após o conflicto temos de

"pensar como um forense". No meu curso sobrevivência ao crime, eu insisto aos meus

estudantes: "Conservem as provas do delito!" O verdadeiro treino da defesa pessoal "baseada na realida-

de" inclui Pré-Conflito, Conflito e Após Conflito. Conservar aprova da cena do crime deve ser uma parte do treino. A provaa preservar pode ser o próprio elemento que ligue ao criminalcom o crime ou que o mande para a prisão por um delitograve.

Temos de saber como lutar, mas há muitas coisas que suce-dem depois de uma luta, que também são importantes.

Não estar no centro das massasUm pistoleiro vai para o "centro da massa" de um grupo.

Portanto, permaneçam nos lados em: restaurantes, cinemas,multidões, aeroportos, etc.

Isto se baseia no estudo de muitos tiroteios nas escolas,massacres nos escritórios e os ataques terroristas. No meuCurso de sobrevivência ao Terrorismo, faço que os estudan-tes simulem "ataques terroristas" com armas de fogo de arcomprimido e usem determinados padrões que sempre acon-tecem. Depois aprendemos a utilizar esses padrões em nossobenefício, em tiroteios nas escolas, etc.,etc. Sempre escuta-mos acerca das vítimas assassinadas, mas quase nunca doque as pessoas fizeram "bem". Os animais atacam os reban-hos lateralmente, porque procuram comida. Os humanos ata-cam o centro para causar massivamente vítimas.

Choque instantâneo por uma ferida de faca

Uma punhalada com uma folha de 3cm em um grupo mus-cular, pode provocar uma “shock” instantâneo. Pode ser ime-diato ou dois minutos depois.

As feridas pungentes no corpo são muito graves. Uma pun-halada a um grupo muscular pode não parecer um grandeproblema, posto que pode não ser mortal, mas a penetraçãono corpo de uma folha de 3cm ou mais, pode provocar o quese denomina “shock instantâneo”. Podemos sentir-nos per-feitamente bem e depois, de repente, ficarmos inconscientes.Sempre conto aos meus alunos do meu curso de sobrevivên-cia uma história com faca em que acidentalmente fui apunha-lado na perna esquerda com uma baioneta. Estava um poucodorido, mas além disso, eu me sentia bem. Não saía sangueda minha perna mas isso não me preocupava. Alguns minu-tos depois, quando o meu parceiro de treino me estavapondo um apósito na ferida, eu desmaiei. Foi de repente!Tenho falado com muitas vítimas de facas e muitos me têmdito terem passado pelo mesmo, às vezes dois segundosdepois da punhalada ou outras vezes minutos depois do inci-dente. É NECESSÁRIO SABER ISTO, posto que os poderiam

Auto-defesa

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desmaiar quando ainda estiverem na luta e issonão é nada bom...

Dou alguns exemplos do que se deve fazer emdiferentes situações, nas quais não vou entrar,mas que simplesmente porque isto vos podeacontecer (ainda que não sempre) e por isso énecessário preparar-se tacticamente para o casode acontecer.

A chave para atacar uma cabeçada

Uma cabeçada argelina é aquela em que o ata-cante lança todo o seu corpo para que a partesuperior da cabeça impacte no nosso rosto.

Há vários tipos de técnicas de cabeçada queutilizam as pessoas: o sussurro da Austrália, acabeçada Inglesa, a cabeçada irlandesa e acabeçada Argelina.

Independentemente do tipo de técnica queusarem contra nós, pondo as mãos diante danossa cara faz impossível que o atacante seaproxime o suficiente para que completar a téc-nica. Em lugares como um “pub” podemos man-ter as mãos em alto, ou como se diz no Programade Protecção Pessoal Baseado na Realidade,"falar com as mãos”. Parece lógico, mas a pro-tecção radica aí.

Uma grande ferramenta também para praticarcabeçadas é o Impacto de Cabeça.

Atenção! Uso de pistolas de ar.Favor tocar à campainha…

Usei por primeira vez as pistolas de pintura notreino de Artes Marciais em 1981. Depois, quan-do apareceram as armas de Ar comprimidocomecei a usá-las imediatamente e fiz o primeiroDVD com Budo Internacional intitulado: Treinocom Pistola de ar.

Como instrutor de armas de fogo policiais emilitares utilizo as armas de treino, incluídas asde borracha, como se fossem reais. Quandoestou usando pistolas de borracha e em especialas armas de ar, todos os meus alunos sabem quesigo os padrões da polícia e os procedimentosde segurança militares. Numa verdadeira armade fogo há uma bandeira vermelha que a cobre,o que indica que está activa ou o que por vezesse chama "quente". Também há um letreiro queindica que se poderia caminhar acidentalmentedentro da possível zona de perigo. Quando ensi-no com armas de ar comprimido sempre ponhoum letreiro na porta de entrada onde se pode ler:

“Atenção! Uso de pistolas de ar. Favor tocar àcampainha…”

Assim, uma pessoa que desejar entrar nãoreceberá um disparo em um olho com uma bolade plástico de 6mm, se estivermos a fazer técni-cas ou práticas de tiro. Se um observador viervisitar-nos, sempre lhe proporcionamos protec-ção para os olhos quando as armas estão sendousadas. O sinal de perigo também pode ser umabandeira vermelha.

Na protecção pessoal baseada na realidade foielevado o nível de formação e isto é só mais umcampo.

Sejam um alvo difícilPrograma de Protecção pessoal Baseado na

Realidade, Jim Wagner Reality-Based. Por favor, visitem:www.jimwagnerrealitybased.com

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A Serpente e o Grou Parte I - A serpenteDepois, Ng Mui incorporou as

ideias de ambos em um novosistema de luta, pensadoespecificamente para que umamulher pequena e fraca fossecapaz de derrotar um homemem um combate mortal. Outraversão mais provável é quealguém aproveitou os doisesti los animais Shaolin quemenos dependiam do tamanhoe da força (a serpente e o grou)e criou um novo sistema decombate em base aosconceitos e princípioscientíficos para superar alguémde mais tamanho e mais forte. Épossível até que realmentetenham sido especialistas emoutros estilos de animais deShaolin e outros estilos GungFu existentes nesse momentona China. Alguns dos conceitos

incluídos fazem referencia àforça emprestada, ao bloqueiode ângulo, à orientação, àeconomia de movimentos, aotiming, ao jogo de pés, aoagarre, ao movimento emmúltiplas direcções, à alavanca,à unidade do conjunto e à teoriade l inha central. Cada umdestes conceitos são assuntosque trato no Volume VI daminha série de seis l ivros“Teoria do Combate do A ao Z”,mas por agora, gostaria deentrar mais a fundo na teoriadas raízes do “Wing Chun daSerpente e do Grou”.Com frequência lemos que o

Wing Chun utiliza movimentosde serpente e de grou, mas porregra geral, a discussão acabacom a menção do braço dedesvio Boang Sau Wing, pararepresentar a asa do grou e odedo Biu Jee Finger Jab, queilustra a serpente. Em vez deparar aí, que é o que

habitualmente se faz, vou falardas características da serpentee o grou que influem no CRCAWing Chun, começando com aserpente.

Características daSerpente

A luta no chãoPosto que uma serpente vive

toda a sua vida na terra, devecertamente sentir-se à vontadee ser hábil no combate no chão.Assim pois, é necessário que opraticante de Chun Wing CRCAseja versado nas técnicas econceitos da luta no chão. Durante muito tempo tenho

sido um defensor do que euchamo Day Ha Gwoh Sau - lutano chão do Wing Chun,inclusivamente, muitos anosatrás, fui duramente criticadopor isso. Mas as competiçõesmodernas de MMA têmdemonstrado a necessidade deum aprendiz de Wing Chundesenvolver seu "jogo de chão"a fim de se manter actualizadocom as técnicas de combate,hoje em constante mudança.

Disparo/velocidadeAs serpentes são muito

conhecidas por sua velocidadeextrema, que por vezes podeser de mais de 8 pés (2,4m) porsegundo. No Wing Chun, aVelocidade é igual a Potência.Por outras palavras, uma bala ésó uma pequena peça de metal.Quando atirada sobre alguém,pode ferir, mas quandodisparada, provavelmente mate.Qual é a única diferença? Avelocidade! O punho é muitomaior que uma bala e apesar denão poder viajar tão rápidocomo uma bala, quanto maisrápido se mover, mais a energiaque vai gerar. Um provérbiopopular dos "17 Mandamentos"

Ao longo dos anos, muitos pra-ticantes de Wing Chun Gung Futêm ouvido falar dos inícios legen-dários da arte, quando Yim WingChun (que dá nome à arte) e NgMui (uma freira Shaolin, queacreditamos que tenha existido)observaram uma luta entre umaserpente e um grou.

“Posto que a serpente vivesempre sobre a terra,

certamente se sente à vontadee é hábil no combate no chão

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do Wing Chun” ou “Os 17 Mostos" é:"Chuet Kuen Yiu Fai", que quer dizer:"O punho deve ser rápido".

Morder À semelhança do grou, as serpentes

são conhecidas por morder. Umpraticante CRCA Wing Chun tambémse treina para morder em situações decombate à vida ou morte, quando nãohá outra saída possível. Mesmo umapessoa pequena e mais débil, podecausar dor extrema a um inimigomuito maior. Possivelmente é o que afaz libertar-se de um bloqueio ou deum estrangulamento.

Cuspir Assim como o grou pica os olhos do

oponente, as serpentes sãoconhecidas por cuspir nos olhos deum atacante ou de uma vítima. O

lutador de CRCA Wing Chun utilizaráesta mesma táctica em situações decombate na curta distância, no chão,ou contra um oponente armado. Istopode servir como uma distracçãosuficiente para permitir um contra-ataque ou escapar rapidamente.

Asfixia/Estrangulação Certas serpentes, como a anaconda

e jibóia constrictor são conhecidaspor afogar apertando até à morte.Uti l izando os princípios dasalavancas, algumas são capazes defazer até de 6 a 12 libras (de 3 a 6quilos) de pressão por polegadaapertando. No CRCA Wing Chun,uti l izamos uma variedade deestrangulações e agarres para afogaro inimigo desde muitas posições,assim como para prender braços,pernas ou o corpo, para quebrar osossos uti l izando a alavanca e oprincípio de ponto de apoio para criar,como diz o provérbio chinês "Millibras (300 quilos) de força com quatroonças (100 gramas) de esforço". Umvelho provérbio do Wing Chun diz:"Moh Ching Jiu, Soh Hau Tau, YutChuet Mas Hoh Lau", que quer dizer:"Agarrar a garganta é uma técnicaimplacável que quando começa nãopode parar".

"Serpentear" Como as serpentes, que se

deslizam e deslizam em volta da suavítima, o combatente Wing Chunutilizará a mesma ideia em "mãospegajosas" para controlar o braço(s),

perna(s) e o corpo do oponente eportanto criará zonas de segurançadesde as quais contra-atacar desde

melhores ângulos de confronto, comforça emprestada. Outros doisprovérbios Wing Chun dizem: "CheeGing Leen Sing Wai Lick Sahng" - "Aforça pegajosa, quando se consegue,é a força dominante", assim como:

"Chee Broma Hahng Kiu Wai JeeWoot" - "Colar-se ao inimigo econtrolar o braço Ponte do rival,enquanto que se muda de mão,mostra versati l idade”. Algumasserpentes se deslocam lateralmente("lado sinuoso"), o que inspira adeterminados passos laterais no WingChun.

Intimidação As serpentes são conhecidas por

utilizar a intimidação no combate. AsCobras incham para parecerem maisintimidatórias e se balanceiam para afrente e para trás, para hipnotizar asua vítima. Outras serpentes tambémassobiam ou fazem estrepitososruídos para assustar ou distrair seusinimigos. Em CRCA Wing Chun, ouso de acções ou palavras deintimidação antes de uma luta, se

conhecem como "gancho daemoção".

Sangue frio / Brutalidade As serpentes são repteis de sangue

frio sem piedade, empatia oucompaixão pelo inimigo. Quando nosreferimos a uma pessoa como uma"serpente", queremos dizer que emgeral é astuta, que não se podeconfiar nela, que fará o que for precisopara chegar ao cimo sem se importarcom as regras, lutando "sujo", etc.Apesar de que “ser como umaserpente” com determinadasqualidades, estas não poderiamconsiderar-se qualidades admiráveisem um ser humano, no lutador CRCAse associa ao provérbio de Wing Chun"Goang Sau, But Goang Ching" - "Nocombate, não há piedade". Como se pode ver aqui e que

mostrarei também na coluna dopróximo mês, o praticante de CRCAWing Chun obtém grande inspiraçãopara o combate, na serpente e nogrou, tanto na acção como nosprincípios. É esta a razão de os terescolhido para fazerem parte doescudo da Academia de Combate naCurta Distância. Considerem que as asas do grou

são realmente facas.

“Falarei aqui dascaracterísticas da

serpente e do grou que influem no CRCA

Wing Chun”

“Uma pessoa maispequena e maisdébil pode causardor extrema a uminimigo de muitomais tamanho,

possivelmente é oque permite q

ue possa libertar-se de um bloqueio

ou de umestrangulamento”

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