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INTRODUÇÃO O presente trabalho traz uma reflexão sobre a importância da escola para crianças de 0 a 3 anos de idade na visão dos pais. Esta pesquisa foi realizada com a intenção de se identificar quais os motivos que levam os pais a matricular seus filhos na escola ainda bebês. A partir dos resultados buscamos ampliar nossos conhecimentos e indicar novas possibilidades que venham auxiliar nas discussões sobre o tema. Este trabalho é composto por quatro capítulos, que trazem no seu interior um pouco da história da infância, destacando a preocupação de alguns estudiosos e teóricos que se dedicaram à reflexão deste tema. . No capítulo l procuramos tecer algumas considerações sobre a história da infância ao longo dos séculos, como era vista e entendida pelos adultos. Ressaltamos neste capítulo como foi e como é ser criança nos dias atuais, a visível diferença do modo de viver, vestir, brincar, e principalmente do não-viver a infância pelas crianças das diferentes épocas e lugares e seus reflexos. Contamos com a contribuição de alguns autores como: Del Priore (2000), Mauad (2000), Scarano (2000) e outros que nos auxiliaram no sentido de conhecermos e refletirmos sobre a importância da infância para as crianças. O capítulo ll apresenta os conceitos de infância, família e escola. Dialogamos com alguns teóricos que nos deram subsídio que consideramos importantes para fazermos um diálogo sobre a importância da infância no desenvolvimento da criança. A partir da visão de alguns teóricos escolhidos foi possível ampliar nossos conhecimentos e fazer uma reflexão sobre a família e a sua contribuição na formação e desenvolvimento físico/motor/social e intelectual da criança. 8

Monografia Rozineide Pedagogia 2009

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Pedagogia 2009

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Page 1: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

INTRODUÇÃO

O presente trabalho traz uma reflexão sobre a importância da escola para crianças de 0

a 3 anos de idade na visão dos pais. Esta pesquisa foi realizada com a intenção de se

identificar quais os motivos que levam os pais a matricular seus filhos na escola ainda

bebês. A partir dos resultados buscamos ampliar nossos conhecimentos e indicar novas

possibilidades que venham auxiliar nas discussões sobre o tema.

Este trabalho é composto por quatro capítulos, que trazem no seu interior um pouco da

história da infância, destacando a preocupação de alguns estudiosos e teóricos que se

dedicaram à reflexão deste tema.

.

No capítulo l procuramos tecer algumas considerações sobre a história da infância ao

longo dos séculos, como era vista e entendida pelos adultos. Ressaltamos neste

capítulo como foi e como é ser criança nos dias atuais, a visível diferença do modo de

viver, vestir, brincar, e principalmente do não-viver a infância pelas crianças das

diferentes épocas e lugares e seus reflexos. Contamos com a contribuição de alguns

autores como: Del Priore (2000), Mauad (2000), Scarano (2000) e outros que nos

auxiliaram no sentido de conhecermos e refletirmos sobre a importância da infância

para as crianças.

O capítulo ll apresenta os conceitos de infância, família e escola. Dialogamos com

alguns teóricos que nos deram subsídio que consideramos importantes para fazermos

um diálogo sobre a importância da infância no desenvolvimento da criança.

A partir da visão de alguns teóricos escolhidos foi possível ampliar nossos

conhecimentos e fazer uma reflexão sobre a família e a sua contribuição na formação e

desenvolvimento físico/motor/social e intelectual da criança.

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Page 2: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

A reflexão feita com os teóricos sobre escola nos permitiu entender e perceber a

necessidade que os pais têm em dividir as suas responsabilidades com esta instituição

que é considerada como a segunda instituição pela qual a criança passa. Debatemos

com alguns teóricos sobre as responsabilidades que a escola assume além das que já

são de sua competência.

Descrevemos no capítulo lll, sobre a metodologia que foi demarcada para que

pudéssemos obter dados para a pesquisa. Especificamos o tipo da pesquisa, o lócus,

os sujeitos, e os instrumentos utilizados para coleta de dados.

Demonstramos no capítulo lV a análise dos dados e interpretação dos resultados, que

foram obtidos por meio de entrevistas e questionários, que nos permitiram fazer uma

análise cuidadosa sobre o tema proposto.

Finalizamos nosso trabalho tecendo algumas considerações que julgamos relevantes

para a reflexão do tema e recordamos alguns pontos de vista discutidos durante a

realização do trabalho. Ressaltamos que uma das finalidades deste trabalho é abrir um

leque de possibilidades e reflexões que venham contribuir para o entendimento da

infância na vida das crianças sendo o seu desenvolvimento acompanhado pelos pais no

seio familiar, ou nas demais instituições, principalmente a escola.

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Page 3: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

CAPÍTULO l

A INFÂNCIA E A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS CRIANÇAS

A infância é uma das fases mais importantes da vida do ser humano. Nesta fase a

criança descobre o mundo ao seu redor e tudo que nele existe. A cada dia a cada

momento, a partir das descobertas a criança se desenvolve físico/motor e

intelectualmente. A infância é um período que a criança precisa viver com bastante

intensidade, naturalmente e sem pressa. Não é preciso acelerar este processo de

crescimento das crianças, pois elas terão muito tempo para usufruir da sua vida adulta.

Percebe-se que as crianças estão por toda parte: principalmente nos parquinhos e nas

escolas. Cada uma vive uma realidade diferente fora e dentro de suas casas, onde

umas dispõem da atenção e cuidados dos pais e tantas outras não. São personagens

de muitos perfis, ricos e pobres que fazem parte deste cenário chamado infância. (DEL

PRIORE, 2000).

Com relação aos significados de infância percebemos que eles são constituídos social

e cronologicamente, são as modificações culturais e as mudanças na sociedade que

nos mostram que estes significados nem sempre foram os mesmos, fazendo com que o

conceito de infância sofresse alterações ao longo da história.

Ser criança nos dias atuais é diferente de como foi ser criança nos períodos históricos

anteriores, pois em cada período e lugar ela (a criança) era vista e tratada de maneira

diferente e por muito tempo foi considerada um ser sem malícia, sem importância,

alheios à classe social e à cultura, não havendo assim uma palavra para defini-la. (DEL

PRIORE, 2000).

Por muito tempo a criança teve sua infância negada, no século XVI, torturas e maus

tratos já faziam parte de suas vidas nas embarcações que vinham para o Brasil.

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Page 4: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Crianças subiam a bordo e eram submetidas aos mais diversos tipos de abusos por

adultos que se sentiam atraídos por elas. Nem mesmo a presença dos pais

intimidavam-nos, e assim a infância tanto das crianças que eram aliciadas a bordo

quantos das que eram poupadas para serem torturadas ao chegarem à colônia se

extinguia ali mesmo. Os sonhos das crianças que vinham nas embarcações iam

embora para nunca mais voltarem. Com eles iam também as alegrias, fantasias e a

esperança de inúmeras crianças que deixaram de desfrutar a infância na sua essência

e com dignidade. (RAMOS, 2000)

Ao longo dos séculos a criança foi totalmente ignorada pela sociedade, não havia

nenhum cuidado específico para com ela, sentimento que se revelava nas altas taxas

de mortalidade infantil, na indiferenciação entre crianças e adultos, a exemplo das

vestimentas das crianças que se assemelhavam às dos adultos, jogos e festas que

eram comuns a todos. A representação que se tinha da criança era de um ser

imperfeito, incapaz, uma figura marginal em um mundo adulto. (NICOLAU, 1993) A

figura da criança era totalmente descaracterizada.

Diante deste panorama onde a criança não tinha valor e nem despertava nenhum tipo

de sensibilidade nos adultos, até a sua morte era encarada como um fado, o drama não

fazia parte das expressões das famílias diante da morte de uma criança. Assim como

qualquer objeto outra criança ao nascer poderia suprir a lacuna deixada, ocupando

assim o seu lugar. (SCARANO, 2000).

Aqui também fazemos uma ressalva sobre o termo “criança” que não era encontrado

nos dicionários, somente a partir do século XIX é que se admite a infância como uma

fase específica da vida do indivíduo, a partir daí o termo aparece nos dicionários, porém

é importante sublinhar que esta designação. também era usada para definir animais e

plantas, assemelhando a criança como qualquer ser ainda pequeno. Mais tarde é que a

definição do termo “criança” é direcionado unicamente para o ser humano. (MAUAD,

2000).

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Page 5: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

A criança enquanto indivíduo desprovido de seus direitos, era facilmente moldada numa

sociedade onde os seus interesses e valores estavam aquém do que era considerado

importante para os adultos. Para Mauad (2004) era através de seus hábitos que os

adultos coordenavam a vida diária das crianças recorrendo a métodos que eram

considerados corretos pela sociedade.

Para Rizzini (2000) a criança sofreu todos os tipos de abusos que um ser tão vulnerável

poderia suportar. Explorada sexualmente, fisicamente e moralmente, muitas crianças

perderam a oportunidade de desfrutar a sua infância, trabalhando nos mais diferentes

lugares arriscando suas vidas num mundo onde o que importava era o enriquecimento

dos adultos, pois para elas restava apenas o trabalho para seu sustento e das suas

famílias. A história das crianças brasileiras também não se distancia da história das

demais, a mão-de-obra infantil considerada barata sempre representou um negócio

favorável para os grandes proprietários de terras, os magnatas no início da

industrialização e os ricos que oprimiam as crianças nas suas casa de luxo etc.

A partir de um olhar direcionado para este contexto de angústia que as crianças se

encontravam cresce o interesse de cientistas e educadores em se fazer uma releitura

cuidadosa sobre a infância e as suas particularidades. Para Nicolau (2000) o século XX

apresenta-se como o século onde se dá bastante ênfase e relevância à infância, já se

percebe uma preocupação com a valorização, defesa e proteção à criança. A partir

desta releitura surge uma nova concepção de infância, evidenciando suas

características e necessidades particulares.

Entendendo a criança como um ser único e que estimular o seu desenvolvimento

significa prepará-la para as fases seguintes Winnicott (1982) diz que: o fluir em seus

movimentos é que lhe proporciona as condições indispensáveis para que ela possa

perceber-se, encontrar-se e desenvolver-se de forma harmoniosa. A infância é um

período tão importante para o desenvolvimento físico/motor e intelectual da criança que

se não for vivida como necessariamente deve ser pode refletir negativamente nas suas

atitudes na vida adulta.

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Page 6: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

É impossível se falar de infância sem destacar os principais atores deste cenário que

são as “crianças”. A criança deve ser considerada como um ser singular, que traz

dentro de si suas próprias características. E nesse sentido, é necessário que o seu

desenvolvimento e a sua estruturação sejam efetivados de maneira integrada, que lhe

possibilite a sua expressão, através de seus aspectos: psicológicos, psicomotores,

emocionais, cognitivos e afetivos.

Percebemos que, para a criança conseguir desenvolver suas habilidades físico/motores

e intelectuais ela passa por diversas instituições de apoio, e a primeira e mais

importante instituição pela qual ela passa é a família e destacamos a escola como a

segunda instituição.

É no seio familiar que a criança tem a possibilidade de desenvolver-se, e aprender a se

adaptar no mundo no qual viverá. A família é mediadora entre o indivíduo e a

sociedade, entendemos que a família tem um papel primordial na transmissão da

cultura e valores. Ela prevalece na primeira educação, na orientação quanto aos limites,

na aquisição da língua etc.

A atenção, os cuidados o carinho que a criança necessita nos primeiros anos de vida é

importante que venham dos pais, pois dos 18 meses aos três anos de idade a criança

começa a desenvolver suas habilidades, falar algumas palavras, compreender melhor o

mundo, pois desde o momento que é concebida já é considerada como pessoa que

requer atenção e cuidado por parte principalmente da mãe. (WINNICOTT, 1982).

Aos pais, cabe a responsabilidade de dar amor, carinho, atenção, segurança e

educação. Sob a orientação dos pais a criança percebe que nem tudo é permitido fazer,

que há limitações, proibições e que regras precisam ser obedecidas. Alguns membros

da família que dividem com os pais a responsabilidade de auxiliá-los na criação e

educação das crianças apoderam-se desta função eximindo os pais de seu verdadeiro

papel, tornando as responsabilidades dos pais indefinidas, e estas não podem ser

transferidas para nenhum outro membro da família. (PAROLIN. 2003).

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Page 7: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

É de extrema importância que os pais disponibilizem de tempo para educar seus filhos,

sendo eles os seus primeiros educadores é inegável que a sua presença durante a fase

de desenvolvimento da criança servirá de alicerce para o ingresso desta criança nas

diversas instituições que porventura ela venha passar.

Com relação à educação dos filhos se percebe atualmente uma divisão de

responsabilidade por parte dos pais com a segunda instituição que é a escola. E para

atender este público infantil também se fez necessário que se pensasse em um novo

paradigma de educação específica para estas crianças, daí nasce no cenário

educacional a “Educação infantil”, que atende crianças de 0 a 6 anos de idade. No

Brasil a Constituição Federal de 1988 passou a definir a Educação Infantil como um

direito da criança, um dever do estado e uma opção da família.

Dois anos depois a ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) Lei nº 8. 069/90

regulamentou artigo da constituição Federal e explicitou mecanismos que possibilitam a

exigência legal dos direitos da criança, em 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e

Base da Educação Nacional – LDB – Lei Federal nº 9394/96 considera em seu art 29

que: a “Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica, tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seu

aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.”

Esta Lei traz também em seu art. 30º que a Educação Infantil será oferecida em

creches, ou entidades equivalentes para crianças de até três anos de idade, e Pré-

Escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.

Neste período da vida a criança não consegue elaborar um raciocínio para

compreender o que significa a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os

pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista. Sabemos que

todo ambiente novo desperta ansiedade, curiosidade, desconfiança e para as crianças

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Page 8: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

até medo.

Notamos que este ingresso precoce das crianças na escola fez surgir um número

significante de escolas, oferecendo uma educação diferenciada que precede a Pré-

Escola a qual recebe o nome de Escola Maternal. Após fazer estágio em algumas

escolas percebemos que as crianças que ingressavam pela primeira vez na escola

demonstravam um desconforto muito grande. E algumas agarradas no pescoço ou nas

pernas dos pais demonstravam através de muito choro e lamentos a sua insatisfação

em se adaptar a essa nova tarefa de ser aluno.

Percebemos também que os pais demonstravam através de suas fisionomias certa

insegurança ao entregar suas crianças nas mãos de uma pessoa que não fazia parte

do grupo familiar ao qual a criança já conhecia, mas que a partir daquele momento

estaria dividindo com eles a difícil tarefa de cuidar de seus filhos. O que me inquieta é

saber: por que os pais estão matriculando suas crianças na escola tão cedo?

É importante ressaltarmos que todas as vezes que nos referimos à criança que está

sendo inserida na escola ainda nova, estamos falando de crianças de 0 a 3 anos de

idade.

Visto que a infância é um período de extrema importância para o bom desenvolvimento

do ser humano e que vivê-la bem refletirá nas suas atitudes na fase adulta, considero

esta pesquisa de suma importância, para que os espaços, e os indivíduos que

trabalham ou irão trabalhar com estas crianças, sejam pensados com cuidado e

responsabilidade para atender este público tão especial.

Partindo desta problemática o meu objetivo é identificar qual a importância da educação

infantil na perspectiva das famílias. Diante da temática sobre a infância e a sua

importância para o desenvolvimento geral da criança destacamos como palavras-

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chave: infância, família e escola

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Page 10: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

CAPÍTULO ll

DISCUTINDO CONCEITOS

A partir da reflexão sobre a Infância e sua importância para o desenvolvimento geral da

criança e estudos feitos sobre o tema, sentimos a necessidade de aprofundarmos os

nossos estudos, contando com a contribuição de alguns teóricos e seus pensamentos.

O processo de desenvolvimento do indivíduo a nosso ver se dá mediante interação que

o mesmo tem com a família e o ambiente em que está inserido. Partindo deste

pressuposto e por meio deste diálogo que faremos com os teóricos procuraremos

aprofundar os nossos estudos abordando a infância, a família e a escola como

palavras–chave, pois consideramos que estes três aspectos são importantes no

contexto infantil.

2.1 – Infância

Atualmente uma nova concepção de criança vem transformando o cenário infantil e as

suas particularidades. A criança passa a ser vista como ser social que pensa, age e

interage no meio em que está inserida, a partir desta releitura da história da criança, de

análises e reflexões passamos a compreender a criança como ser único.

Com relação aos significados de infância percebemos que eles são constituídos social

e cronologicamente, são as modificações culturais e as mudanças na sociedade que

nos mostram que estes significados nem sempre foram os mesmos, fazendo com que o

conceito de infância sofresse alterações ao longo da história.

A definição de infância passou séculos sem existir e sem despertar nos adultos uma

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Page 11: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

atenção significativa até o século XX. Esse descaso levou inúmeras crianças a viver

num cenário de adulto como adultos. Respeitar a criança e seu desenvolvimento natural

significa oferecê-la a oportunidade de desfrutar de sua infância, para que ela não passe

por esta fase sem percebê-la. Desconsiderando a natureza infantil e submetendo-a a

viver no mundo como adultos, são fatores que podem acelerar este processo de

adultização.

Segundo Nicolau (1993):

A criança já foi considerada um ser sem as suas características próprias adulto em miniatura, ou adulto ainda incompleto, à medida que foi havendo uma compreensão do papel da infância foi-se constatando que há motivos, interesses e necessidades que lhes são próprias. (p.136)

Aqui também fazemos uma ressalva sobre o termo “criança” que não era encontrado

nos dicionários, somente a partir do século XIX é que se admite a infância como uma

fase específica da vida do indivíduo, a partir daí o termo aparece nos dicionários, porém

é importante sublinhar que esta designação, também era usada para definir animais e

plantas, assemelhando a criança como qualquer ser ainda pequeno. Mais tarde é que a

definição do termo “criança” é direcionado unicamente para o ser humano. (MAUAD,

2000).

Considerando a infância como momento de crescimento físico, motor e intelectual que o

indivíduo passa e, partindo deste ponto de vista percebe-se que uma infância bem

vivida fará com que a criança se torne um adulto consciente, capaz de fazer reflexões

sobre si e o ambiente em que está inserida, sendo uma fase considerada o alicerce

para as demais é importante pensar na infância como período fundamental na vida da

criança. Drouet (1999) acrescenta: “que os seis primeiros anos de vida são

extraordinariamente importantes e mesmo fundamentais para um bom desenvolvimento

geral do indivíduo.” (p.92)

Durante o seu desenvolvimento o indivíduo passa por algumas fases importantes que

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Page 12: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

devem ser observadas e acompanhadas de perto e com cuidado, pois durante esta

transição há a necessidade do auxílio dos pais ou de outro adulto para desempenhar

suas habilidades e passar por cada fase com tranqüilidade. A influência mútua entre a

criança e seu meio ambiente físico e social esclarece a passagem do desenvolvimento

tanto cognitivo quanto moral. (FELTRAN, 1990).

Para Winnicott (1982) a partir do momento que a criança adolesce e muda de uma

etapa, para a etapa difícil do desenvolvimento interno até seguir enfim uma habilidade

de relacionar-se os pais poderão perceber que a sua proteção compõe um elemento

essencial neste processo.

Para auxiliar o indivíduo no seu crescimento é preciso entender a sua origem,e nessa

busca de entendimentos ressaltamos o brincar como uma atividade importante que faz

parte do leque de fatores que auxiliam o indivíduo no seu desenvolvimento, atividade

básica que nasce muito cedo nele. A brincadeira é vista como o primeiro

comportamento inteligente do homem; e surge logo após o seu nascimento (FELTRAN,

1990).

Por muito tempo a infância foi negada e muitas crianças, passaram por este momento

sem percebê-la e sem ter a oportunidade de desfrutar de um dos momentos

importantes para o seu desenvolvimento físico/motor, social e intelectual que é o

momento da brincadeira. Brincar também é um fator que contribui para o

desenvolvimento geral da criança. Abreviar ou subtrair este momento pode trazer

conseqüências negativas para sua vida adulta. Através da brincadeira o indivíduo se

expressa, se desenvolve e se relaciona com o meio e seus componentes. Machado

(2001) ressalta que:

Para explorar, descobrir e apreender a realidade paradoxalmente

a criança se utiliza das brincadeiras. Brincando ela aprende a

linguagem dos símbolos e entra no espaço original de todas as

atividades sócio-culturais. (p.29).

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Durante a passagem de uma fase para outra é notório que as crianças necessitam dos

pais, não que esta necessidade não se dê ao longo de suas vidas, mas ressaltamos

que no período da infância no qual a criança apresenta-se como um ser totalmente

dependente deles e estão aprendendo regras e limites, fica claro, portanto que neste

momento a presença dos pais é de extrema importância. Rossini (2004) afirma que:

Há uma necessidade de pais que exerçam suas funções verdadeiramente, que possam

acolher seus filhos em todos os momentos, mantendo-se sempre cautelosos quanto às

ao processo de desenvolvimento vivido por eles. (ROSSINI, 2004).

2.2 – FAMÍLIA

O desenvolvimento da criança se dá nos primeiros anos de vida. Brincar, correr, pular,

cair, levantar, andar descalço, são algumas situações que as crianças também

vivenciam nos diferentes espaços como fatores que contribuem para o seu

desenvolvimento:nas residências, escolas, praças, ruas etc. Rappaportt (1982) diz que

para o indivíduo se desenvolver é preciso acicatá-lo, apresentando ao mesmo situações

variadas. E considera o espaço familiar como lugar imprescindível para que haja esta

ampliação de conhecimentos, onde a criança estará sob o olhar cuidadoso dos pais.

Atualmente percebemos que alguns pais têm demonstrado uma preocupação bastante

significativa com relação aos filhos, na alimentação, vestuário, segurança, educação

etc. Alguns séculos atrás (século XVI) muitas famílias se rescindiam de seus filhos

pequenos, como meio de acrescer a sua renda, não havia uma inquietação com o seu

destino e com o seu futuro, a presença da criança na família denotava para os pais uma

despesa a mais, um fardo. (RAMOS, 2000).

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Page 14: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Diferentemente da vida das crianças dos séculos anteriores, percebemos hoje um

desabrochar por parte de alguns pais de um sentimento afetuoso reservado á algumas

crianças. Paralelo à tarefa de dar amor, carinho, atenção etc. os pais carregam na sua

bagagem de obrigações a missão de educar seus filhos.

Os pais se apresentam neste contexto familiar como os primeiros educadores dos

filhos, são eles que dispõem da autonomia para estabelecer regras e limites que

favorecerão seus filhos ao longo de sua vida, a ausência dos pais nesse processo de

transmissão de conhecimentos pode repercutir de forma negativa para a criança ao

interagir com outras pessoas e novos ambientes. Certamente a família não será a única

instituição que a criança passará. Sobre isso Rossini (2004) ressalta:

Criar um filho sem nunca dizer “não” significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser com dificuldade de tomar conta do próprio destino. Quanto mais cedo começarmos a estabelecer os limites melhor. (p.19)

Atualmente as transformações sociais acontecem causando mudanças significativas

dentro das famílias, um dos fatores é a necessidade que pais e mães têm de trabalhar

fora de casa, esse fator tem causado um impacto brusco na forma de educar as

crianças. Esta necessidade de ausentar-se do lar por um período integral leva os pais a

refletirem sobre a difícil tarefa de dividirem a responsabilidade de educar seus filhos

com outras instutuições, e com outras pessoas qualificadas ou não.

Nesta imensidão de funções que os pais desempenham resta para os filhos apenas

algumas horas ou minutos, fazendo com que a responsabilidade de educá-los seja

compartilhada com a escola. Nasce no cenário familiar uma nova preocupação: a

responsabilidade dos pais em escolherem com bastante cuidado a primeira escola e os

profissionais que irão trabalhar com seus filhos e ajudá-los na sua formação. pois neste

espaço as crianças passarão alguns anos de sua infância. (ROSSINI 2004)

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Page 15: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Não podemos deixar de ressaltar que as crianças em algum momento de suas vidas

enfrentarão a realidade de entrar na escola. Partindo desta necessidade os pais vêem

na escola uma grande aliada para dividirem a responsabilidade de transmitir

conhecimentos e educar seus filhos. Porém é interessante advertir que os pais sejam

um elo entre a escola e a criança facilitando assim o bom desempenho do papel da

escola. Parolim (2003) diz que:

A família tem um importante papel formador, mas precisa da escola (...) para construir conhecimentos com seu filho. A escola necessita da família de sua história, do seu contexto afetivo emocional (...) para cumprir seu papel educacional. (p.59)

A partir do momento que os pais entendem que chegou a hora de inserir seu filho na

escola, é importante que os mesmos preocupem-se em definir quais as

responsabilidades deles enquanto pais e da escola enquanto instituição de ensino, o

que se percebe neste panorama é que a escola está desempenhando alguns papéis

que competem aos pais, a responsabilidade de formação da criança passa a ser

totalmente da escola. (BASSEADAS, 1996)

Percebemos que nos dias atuais pais e mães têm a necessidade de trabalhar fora de

casa para garantir o sustento de seus filhos passando quase que o dia inteiro longe

(alguns passam o dia inteiro fora de casa) deles, com isso faltam-lhes tempo para

acompanhar o crescimento e o desenvolvimento dos filhos, que muitas vezes são ainda

bebês, perdendo assim uma fase importante do ser humano. Tiba (1998) afirma que:

"Os pais estão sendo consumidos pelo trabalho, construindo patrimônios para seus

filhos (...) não sobra tempo para acompanhar os filhos nem para conviver com a

família". (p.44).

Com essa corrida em busca da sobrevivência, do sustento dos filhos, ou ainda de

condições melhores de vida, fica um pouco difícil para os pais e principalmente para as

mães a quem cabia apenas as tarefas domésticas e uma parte da educação dos filhos

(quando esta divide com o pai) se ocuparem único e exclusivamente da criação e

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Page 16: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

educação dos pequenos, fazendo com que os papéis da escola e da família sejam

pouco a pouco invertidos. Weil (1994) reforça dizendo que:

Antigamente a instrução dos filhos era dever exclusivo da família, mas a vida foi-se complicando e o conjunto dos conhecimentos a serem adquiridos também se estendeu indefinidamente. O resultado disto é que a escola tomou aos poucos o encargo de instruir, ou seja, transmitir conhecimentos às crianças. (p.64)

A família se apresenta neste cenário infantil como uma mediadora entre uma fase e

outra, alicerce que dará sustentação à criança nos seus primeiros passos e durante

todo o seu desenvolvimento, até chegar à fase adulta.

2.3 – Escola

Atualmente considera-se a educação um dos setores mais importantes para o

desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimento que um país

cresce, aumentando sua renda e melhorando a qualidade de vida das pessoas, a Lei de

Diretrizes e Base, Lei 9394/96 em seu artigo 2º diz que:

A educação dever da família e do Estado inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

.Baseada no princípio do direito à educação para todos, a Lei n° 9394/96 trouxe

modificações em relação às leis anteriores para a educação a exemplo da inserção da

educação infantil (creche, pré-escolas) como primeira fase da educação básica esta lei

ressalta que:"Educação infantil como a primeira etapa da educação básica, tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seu

aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade."

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Page 17: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

A educação tem muito a contribuir em todos os aspectos na formação do ser humano,

para o mundo no trabalho e para a vida como um todo. A escola vem se destacando

como um ambiente que tem como função transmitir conhecimento, socializar o indivíduo

e prepará-lo para os desafios que ele enfrentará num mundo globalizado, onde o

mercado de trabalho absorve apenas as pessoas preparadas e qualificadas Gadotti

(2002) afirma que “a escola não deve apenas transmitir conhecimentos, mas também

preocupar-se com a formação global dos alunos.” (p.120).

A segunda instituição pela qual a criança passa é a escola, mas antes de começar a

sua caminhada, a sua longa jornada como aluno, é responsabilidade da família além de

transmitir conhecimentos, prepará-la para esse novo paradigma de educação, pois a

escola é um ambiente novo que despertará na criança curiosidade e insegurança.

Diante disto muitos pais almejando uma educação melhor e melhores resultados de

aprendizagem nos anos seguintes de estudo vêem na Pré-escola, período que

antecede á escola (fundamental l...) um meio para alcançar seus objetivos, para

Machado (1991) “hoje há quem acredite que o acesso a Pré-Escola é um indicador de

status social e uma garantia de sucesso nos níveis posteriores de ensino." (p.15).

Por muitos motivos os pais estão optando por incluir seus filhos na escola, a ausência

das mães dentro de casa por estarem trabalhando fora de casa, motivos que vem

mudando o perfil das famílias modernas, a falta de opção de lazer e o grande perigo

que as ruas dos grandes centros oferecem dá ao espaço pré-escolar várias definições,

como ressalta Machado (1991):

Há quem veja nela uma necessidade, a opção “menos ruim” para deixar crianças pequenas, pois bom mesmo seria que estivessem com suas mães. Há ainda quem defenda este espaço ideal para compensar a criança da escassez de praças, áreas verdes e, companhia, a que o desenvolvimento e a estrutura social urbana a condenou. (p.15).

Com isso percebemos que as crianças estão ingressando na escola cada vez mais

cedo e o número de escolas que atendem crianças menores de três anos de idade tem

crescido significadamente, surgindo dentro do contexto educacional um novo

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Page 18: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

paradigma de escola denominada “escola maternal” que atualmente atende crianças

que muitas vezes não deram nem os primeiros passos, usam fraldas, e ainda não

largaram a chupeta. Sobre a Escola Maternal, Drouet (1990) diz que:

Sua principal finalidade é promover o ajustamento da criança ao meio escolar. Entre os objetivos propostos destaca-se o desenvolvimento emocional e perceptomotor, além da interação social. Os trabalhos escolares se desenvolvem sem obedecer a programações rígidas. (...) A socialização é focalizada mais no sentido de promover um comportamento aceito do que do autocontrole. A interação com adultos e outras crianças é considerada de máxima importância. (p.39)

O ingresso de qualquer pessoa na escola pela primeira vez é sempre muito difícil, para

uma criança ainda bebê esta experiência é ainda mais dolorosa, pois passará a

conviver com pessoas que não fazem parte de sua família, passará horas do dia num

ambiente totalmente estranho e terá que acostumar-se com novas regras e limites

adotados pela nova instituição a qual frequentará durante a sua infância. Encarar a

separação mesmo que por um período, da mãe e dos seus familiares é uma

experiência marcante para qualquer criança. (DROUET, 1990).

Ressaltamos que estas crianças precisam de uma atenção diferenciada por serem

muito novas e serem totalmente dependentes dos pais, mesmo assim estão sendo

colocadas na escola. Décadas atrás algumas crianças também eram assistidas por

instituições denominadas de “asilos infantis”, “creches”, escolas maternais” e “jardins-

de-infância”, que surgiram com o objetivo específico de cuidar destas crianças.

Kishimoto, (1988) conta que:

O percurso começa com o aperfeiçoamento de estabelecimentos assistenciais denominados asilos infantis para atender órfãos, crianças abandonadas ou carentes de recursos que surgem desde os primórdios da instalação da cidade de São Paulo. Em seguida com a industrialização e a urbanização que se manifestam, mesmo de forma insipiente, no início da República surgem creches e escolas maternais (...) que se desenvolvem especialmente na década de 20. (p.157).

Temos hoje no nosso cenário educacional muitas escolas que atendem crianças com

menos de três anos diante desta nova realidade as crianças passam a acostumar-se

25

Page 19: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

deste cedo a cumprir horário, obedecer regras, a fazer parte de um ambiente totalmente

novo e assustador pois são entregues a pessoas estranhas que poderão cuidar bem ou

não destes tão novos e delicados alunos que mal saíram das fraldas e são totalmente

dependentes dos pais, pois alguns ainda não conseguem falar para expressar com

clareza o que querem ou o que estão sentindo. Machado (1991) reforça dizendo que:

A escolaridade começa bem cedo. (...) Isso significa adaptar-se desde bebê a outros ambientes outros adultos além de suas casas e seus familiares. Significa também conviver com várias crianças e seguir uma rotina comum. (p.136).

Não temos dúvidas que a família é a instituição mais importante pela qual uma pessoa

deve passar. No seio familiar o indivíduo se desenvolve e recebe uma carga de

conhecimentos e instruções que lhes servirão de base para no futuro ao ingressar nas

diversas instituições as quais poderão passar estar preparado a receber novos

conhecimentos. Nos dias atuais como o ingresso das crianças na escola está

acontecendo cada vez mais cedo, é necessário que a escolha da primeira instituição

pela qual a criança vai passar seja feita com muito cuidado e responsabilidade.

Propostas e metodologias devem ser analisadas pelos pais, pois estas devem estar

voltadas para atender as crianças/bebês com suas características e particularidades,

este olhar cuidadoso deve se estender também em direção aos profissionais que

trabalharão com estas crianças. Entendemos que pais e escola devem caminhar no

mesmo ritmo para que o trabalho da escola surta efeitos positivos, pois a

responsabilidade de uma escola que se propõe a trabalhar com crianças tão novas é

muito grande. Sobre isso Machado (1991) ressalta que:

A vivência familiar é insubstituível. No entanto essa possibilidade de ampliar esta vivência entre outras crianças, desde que num ambiente propício, com adultos qualificados e uma metodologia que levem em conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu desenvolvimento desde que nasce e isto só é possível numa instituição voltada para este fim. Escola e família não se excluem se completam. (p.19).

A escolha de uma escola que atenda às necessidades físicas, psicológicas e sociais

das crianças, é condição para que elas possam interagir participar e buscar novas

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Page 20: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

formas de interação com a realidade.

O papel da escola é o de oferecer condições, propiciar oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-se, socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeito de sua história. (FAZENDA, 1991, p.24).

Considerando a escola como uma das primeiras instituições pela qual o indivíduo

passa, ressaltamos o espaço físico também como um aliado na tarefa de auxiliar no

desenvolvimento do mesmo. O ambiente escolar é muito mais que um espaço que

abriga, guarda, ele é também educador. (GANDINI1999).

27

Page 21: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

CAPÍTULO lll

PERCURSO METODOLÓGICO

3.1 Pesquisa

Esta pesquisa é uma investigação meticulosa na procura dos fatos, uma busca

dinâmica para averiguá-los, é um exercício voltado para a dissolução de problemas

teórico-práticos. Buscando compreender a importância da escola para crianças de 0 a 3

anos de idade surgiu a necessidade de se fazer esta pesquisa.

Asti Vera (1979) diz que a partir de um problema é que podemos iniciar uma pesquisa,

e daí fazermos observações, avaliações e análises críticas para podermos encontrar as

possíveis soluções.

Para Goldenberg,(2000) nenhuma pesquisa é controlável, não é possível prevê suas

etapas, o pesquisador está sempre em sentido de alerta pois o seu conhecimento é

ilimitado.

Neste capítulo são ressaltadas as implicações metodológicas que guiaram nossa busca

sobre a importância da escola para crianças de 0 a 3 anos de idade. O presente estudo

originou-se a partir de observações feitas em algumas instituições de ensino que

atendem crianças com esta faixa etária. E para realizarmos este trabalho optamos pela

“pesquisa qualitativa.”

3.2 Pesquisa qualitativa

A pesquisa permite a aproximação contínua do pesquisador e seu objeto de estudo.

não se preocupa com números e sim com o estudo detalhado da percepção de um

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Page 22: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

grupo, associação etc. A quantidade de pessoas não é tão importante quanto à

insistência em se olhar a questão através de outros ângulos. (GOLDENBERG, 2000).

Ludke e André (1996) acrescentam que:

A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. (p.13)

Quanto à postura do pesquisador uma das suas preocupações ao escolher e escrever

sobre o tema é proporcionar ao leitor um trabalho de fácil compreensão, Goldenberg

(2000) deixa claro que:

O verdadeiro pesquisador não precisa utilizar termos obscuros para parecer profundo. A profundidade e seriedade do estudo pode ser bem mais percebida se o pesquisador utiliza uma linguagem compreensível para um maior número de leitores. (p. 72)

3.3 Lócus da pesquisa

A pesquisa foi realizada na cidade de Senhor do Bonfim – Ba, com pais de crianças de

0 a 3 anos de idade que freqüentam as escolas do bairro Bosque nesta cidade. As

escolas pesquisadas foram: Educandário Construindo o Futuro que atende a 5 crianças

com essa faixa etária e o Educandário Paraíso do Saber que atende a outras 12

crianças com essa mesma idade.

3.4 Sujeitos da pesquisa

Participaram da pesquisa por meio de questionário semi-estruturado e entrevista livre

15 pais, (ressaltamos que sempre que citamos a palavra pais, estamos nos referindo a

pai e mãe) moradores do bairro Bosque que optaram por matricular seus filhos ainda

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Page 23: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

bebês na escola. Consideramos relevante ouví-los e questioná-los, pois acreditamos

serem eles (os pais) as pessoas mais indicadas para esclarecer as dúvidas que

emergem durante o processo de pesquisa.

3.5 Entrevista aberta

A entrevista livre possibilita ao pesquisador um momento de descontração e a

oportunidade de estar cara a cara com o entrevistado que envolvido por uma conversa

informal relata com espontaneidade suas idéias. (MICHALYSZIN & TOMASINI, 2005).

A entrevista permite um momento em que o entrevistador e entrevistado estejam frente

a frente, possibilitando que o entrevistado passe a relatar suas percepções sobre o

tema abordado. Para adquirirmos as informações 5 mães foram entrevistadas. A

entrevista foi feita no horário de entrada das crianças na escola.

3.6 Questionário semi-estrutural

O questionário é um instrumento que permite os entrevistados de posse das questões

enviadas pelo pesquisador respondê-las por escrito, pessoalmente e no momento que

achar oportuno. (MICHALISZYN, 2005). Achamos relevante a aplicação do questionário

como instrumento de coleta de dados, por considerarmos que o mesmo possibilita que

o sujeito da pesquisa possa refletir e analisar as questões cuidadosamente, podendo

respondê-las com mais tranqüilidade.

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Page 24: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

CAPÍTULO lV

ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

Neste capítulo demonstraremos os dados adquiridos por meio de questionário e

entrevista livre. A identificação e a interpretação das informações nos servirão de guia

que nos permitirão identificar, por que os pais estão matriculando seus filhos na escola

ainda bebês.

4.1 Dados do questionário semi-estrutural

Com a aplicação do questionário aberto nos aproximamos do nosso objeto de estudo,

pois o mesmo nos forneceu informações que apontaram alguns fatores que nos

levaram a alcançar o nosso objetivo que é saber qual a importância da escola para as

crianças de 0 a 3 anos de idade. Optamos por manter a identidade dos pais em sigilo,

portanto os mesmos serão identificados através de códigos. (Pai 01, Pai 02...)

O questionário aberto continha 10 perguntas, as quais os pais puderam responder após

análise e reflexão das mesmas. Ao fazermos a análise constatamos que a maioria dos

pais possuem nível médio e que 80% deles trabalham fora de casa

Percebemos que ao longo dos anos ocorreram algumas mudanças no paradigma de

família, as mães não dedicam seu tempo unicamente aos afazeres domésticos e à

educação dos filhos. E as crianças acompanham estas mudanças sendo inseridas na

escola cada vez mais cedo. Para 50% dos pais a idade adequada para uma criança

começar a freqüentar a escola seria com 2 anos de idade, e os outros 50% acham que

seria entre 3 a 4 anos.

As crianças começam a freqüentar a escola cada vez mais novas. O que deixa claro

que desde bem cedo elas precisam familiarizar-se com espaços e pessoas que não

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Page 25: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

fazem parte do seu contexto familiar, tendo que aprender a relacionar-se com outras

crianças e acostumar-se a novos hábitos. (MACHADO, 1991)

Esse entendimento dos pais com relação á idade adequada para a criança começar a

freqüentar a escola nos permite afirmar que as crianças contemporâneas passam a

fazer parte do contexto escolar ainda bebês. Constatamos que 80% dos pais

matricularam seus filhos entre 2 anos a 2 anos e meio de idade. Os 20% restantes

matricularam seus filhos ainda mais novos com idade entre 1ano e 8 meses a 1 ano e

11 meses.

A escola desempenha um papel de grande relevância na formação do indivíduo,

proporcionando ao mesmo momentos que lhe dê condições para desenvolver-se

físico/motor e intelectualmente, ajudando-o a tornar-se um ser independente capaz de

resolver os problemas do dia-a-dia. (FAZENDA, 1991) Sabendo das contribuições que

a escola oferece para a formação do indivíduo ressaltamos alguns motivos que levaram

os pais a matricular seus filhos ainda bebês na escola.

Para 40% dos pais a escola é um ambiente capaz de socializar as crianças

principalmente as que não têm irmãos e as que encontram dificuldades em dividir o que

lhes pertence. Lugar que estimula o desenvolvimento geral da criança foi o que chamou

a atenção de outros 40%. Para os 20% restantes o grande motivo foi por trabalharem

fora de casa (pai e mãe).

“Essa é uma fase de descoberta e começo de socialização com outras

crianças, e na escola pelo fato de serem muitas crianças isso se torna

mais fácil”

(Pai 01)

“O fato de trabalhar fora, além preferir que ele passasse um turno em

contato com outras crianças, já que não tem irmãos.” (Pai 02)

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Page 26: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Percebemos que os pais atribuem à escola uma importância muito grande, pois

acreditam que a mesma seja capaz de contribuir para a formação de seus filhos.

Transmitindo-lhes desde cedo valores, regras e conhecimentos que os ajudarão a

enfrentar os desafios cotidianos. Como, por exemplo, a convivência com os demais

indivíduos. A educação das crianças deixou de ser exclusividade dos pais, como

conseqüência a escola passa a assumir responsabilidades antes atribuídas á família.

(WEIL, 1994) Para os pais a escola é importante pois:

“Ajuda na socialização das crianças e é muito importante nessa fase que

elas tem curiosidade de descobrir e aprender coisas novas, ter contato

com coisas que serão importantes no seu cotidiano”

(Pai 06)

“O desenvolvimento da socialização com outras crianças, o fato de

proporcionar diferentes situações que em casa talvez não experimentaria;

o acúmulo de experiências.”

(Pai 11)

Entendemos que para inserir a criança num espaço novo como a escola é preciso que

alguns cuidados sejam tomados para que esta nova experiência não venha trazer

conseqüências negativas para a criança na sua vida adulta. Pois separar-se dos pais e

do ambiente habitual é um experimento bastante forte para as crianças.

(DROUET,1990). A escolha da primeira escola representa uma responsabilidade a mais

para os pais.

Profissionalismo, responsabilidade, estrutura física da escola, organização, localização

e ensino de qualidade foram itens citados pela maioria dos pais como importantes no

momento da escolha da primeira escola para as crianças. Para receberem crianças tão

novas as escolas precisam estar estruturadas adequadamente.

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Page 27: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Mesmo a escola não apresentando em sua estrutura física todos os requisitos

necessários para atenderem crianças com menos de 03 anos de idade os pais optaram

por matricular seus filhos, pois levaram em consideração a questão financeira, a

distância e a confiança que tinham nos profissionais, este último item se apresenta com

bastante intensidade nas respostas dadas pelos pais.

Fica evidente que os pais demonstraram uma preocupação significativa com relação á

escolha da primeira escola para seus filhos, mesmo não dispondo de todos os

elementos necessários para atender crianças menores de 3 anos, os pais acreditam ter

inserido seus filhos num ambiente acolhedor, agradável e que os mesmos estão sob os

cuidados de pessoas responsáveis.

Esta nova experiência de fazer parte de um ambiente diferente com regras

determinadas pode representar para criança satisfação ou insatisfação. 60% dos pais

afirmam que suas crianças reagiram bem nos primeiros dias de aula, porém para 40%

dos pais a reação das crianças foi negativa, demonstrada através de choros e birras,

provocando nos pais tristeza e insegurança, mesmo presenciando tal reação os pais

decidiram deixar as crianças, pois acreditavam que com o passar do tempo elas

acostumariam com esta nova realidade.

Mesmo a escola desempenhando suas funções de auxiliar as famílias na educação,

formação e desenvolvimento geral das crianças, a participação ativa dos pais nesse

processo deve ser absoluta. A indisponibilidade de tempo subtrai deles a oportunidade

de atuarem ativamente desse processo, mas não impede os mesmos de compreender

que o tempo disponível precisa ser utilizado no sentido de auxiliar e atender ás

necessidades de seus filhos.

Sobre a importância da participação e disponibilidade de tempo para atuar na vida

escolar e familiar de seus filhos 20% declararam que não dispõem de muito tempo para

dar atenção que seus filhos merecem devido ao excesso de tarefas que precisam

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Page 28: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

cumprir ao longo do dia, mas ressaltam que o tempo que dispõem é dedicado eles.

Como podemos perceber nestas afirmações;

“Hoje em dia com o trabalho fica difícil, mas o tempo que temos disponível

entre eles dedicamos á sua educação e lazer.”

(Pai 08)

“Sim. Por mais que seja corrido o dia-a-dia, procuro sempre ser uma mãe

ativa na vida escolar do meu filho, orientando-o sempre para que ele

supere os seus desafios diários.”

(Pai 03)

Para 80% dos pais o acúmulo de tarefas não os impede de exercerem suas funções

com relação a seus filhos e afirmaram que participam ativamente e colaboram para o

bom desenvolvimento de seus filhos inclusive na vida escolar. Como vemos nesta

declaração:

“Apesar da correria diária procuro sempre estar presente e preparar meu

filho na medida do possível, para enfrentar os problemas do cotidiano.”

(Pai 02)

Percebemos que mesmo matriculando seus filhos ainda bebês na escola, e de verem a

mesma como uma aliada na tarefa de transmitir conhecimentos, valores e etc. para

seus filhos, os pais consideram a sua participação e acompanhamento no

desenvolvimento deles indispensáveis.

A participação dos pais em todas as etapas de desenvolvimento da vida dos filhos

significa proporcionar à criança momentos de descobertas através da brincadeira que é

uma arte que faz parte do contexto infantil. Proporcionar momentos de lazer à criança

também é função da família. Para Feltran (1990) A infância é considerada como

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Page 29: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

período de descoberta e desenvolvimento, e brincar e não ter compromisso é da

natureza da criança. O homem se expressa desde o seu nascimento através das

brincadeiras.

Passar a fazer parte do contexto escolar mesmo antes de completar 03 anos de idade e

obedecer regras, horários, e rotina diariamente pode ou não subtrair da criança parte de

sua infância. Para 80% dos pais inserir a criança antes dos 03 anos de idade não

impede a criança de viver a sua infância plenamente pois percebem a escola como

espaço em que a brincadeira está sempre presente, fazendo com que a criança usufrua

destes momentos mesmo fora de casa. Para os pais a infância é uma etapa importante

para o desenvolvimento das crianças. 20% dos pais afirmaram que as crianças ao

entrarem na escola passam a ter responsabilidade muito cedo.

“Às vezes deixa de brincar mais com os amiguinhos, fica mais

responsável, sem esquecer do cansaço.”

(Pai 08)

“Ela se adapta normalmente, pois lá na escola ela brinca estuda, e

ainda tem muita crianças para brincar.”

(Pai 05)

A partir destas informações constatamos que os pais mesmo carregando na sua

bagagem bastante tarefas demonstraram uma preocupação significativa quanto ao

desenvolvimento de seus filhos. Esta preocupação vai desde o momento de decidirem

a idade adequada para matriculá-los, passando pelo cuidado na escolha da primeira

escola, que para eles deve oferecer entre outros elementos conforto e segurança. Os

pais atribuem-lhe uma importância muito grande, pois acreditam que este ambiente

novo para a criança contribui para o seu desenvolvimento físico/motor/intelectual e

social. A confiança no trabalho da instituição escolhida fazem com que os pais superem

as angústias e insegurança sentidas nos primeiros dias de aula quando percebem que

seus filhos reagiram negativamente a este ambiente. Esta confiança traz a certeza de

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Page 30: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

que os mesmos não vão deixar de viver a sua infância, período que os pais declaram

relevante para o desenvolvimento sadio da criança. Para os pais a escola a é um

espaço de extensão que junto à família participa do crescimento e desenvolvimento

geral das crianças.

4.2 Análise da entrevista

A partir de entrevista feita a 5 mães, que matricularam seus filhos antes dos 03 anos de

idade. (A entrevista foi feita com as mães, pois as mesmas declararam que os pais não

tem tempo de levá-los á escola.) Constatamos por meio de seus relatos que passar a

freqüentar a escola desde cedo fez com que seus filhos se desenvolvessem mais

rápido principalmente na linguagem, notaram também uma mudança positiva no

comportamento e ressaltam que a escola contribuiu muito no processo de socialização

das crianças.

Algumas mães mesmo notando nas crianças certa dificuldade em se adaptar à escola

nos primeiros dias, algumas continuaram levando-as e permanecendo na escola por

algumas horas até que perceberam que seus filhos já estavam adaptados à essa nova

realidade em suas vidas. Relatam que sofreram junto com eles.

“Quando ele chorava, eu sentia vontade de chorar também, e levá-lo de

volta para casa, foram dias difíceis, mas decidi continuar levando-o até

que se adaptasse.”

(Mãe 05)

“Meu filho chorava muito então resolvi matriculá-lo com 3 anos de idade.”

(Mãe 01)

‘“Ele chorava, percebi que ele não estava preparado para ir para a

escola. Esperei que ele se acostumasse.”

(Mãe 02)

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Page 31: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Notamos durante a entrevista a satisfação de algumas mães ao descreverem a reação

de seus filhos nos primeiros dias de aula, muitas ficaram surpresas ao verem que a

aceitação foi rápida e positiva. Esta reação das crianças fez com que as mães se

sentissem mais seguras pra deixá-las num ambiente diferente e aos cuidados de uma

pessoa que não faz parte da família. Como relata uma mãe:

Fiquei surpresa com a reação de minha filha, ao chegar à escola

sentou-se na cadeirinha e brincou com as outras crianças normalmente.

Quando me despedi, ela acenou para mim (deu tchau) e continuou

brincando.

(Mãe 01)

Constatamos que para estas mães a escola é um ambiente que pode contribuir para o

desenvolvimento das crianças mesmo ainda bebês, e que fazer parte deste novo

cenário não significa perder uma parte da infância, pois a escola é também lugar de

brincar.

Este novo paradigma de sociedade, família e escola nos faz refletir cada vez mais

sobre a infância a sua importância na vida dos indivíduos. E que entre família e escola

deve haver um elo para que o processo de desenvolvimento das crianças naturalmente

e sem pressa.

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Page 32: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho objetivou perceber qual a importância da escola para as crianças de 0 a

03 anos de idade, mergulhamos na história da infância, a partir daí foram feitos estudos

aprofundados sobre o tema a importância da escola para crianças de 0 a 03 anos de

idade na perspectiva dos pais.

Durante o percurso que fizemos não encontramos nenhum empecilho que pudesse nos

desviar do interesse de sabermos um pouco mais sobre a infância. Contamos com a

contribuição total dos pais, sujeitos da pesquisa, que gentilmente nos forneceram dados

essenciais para que pudéssemos fazer as análises necessárias.

Ao fazermos esta pesquisa tivemos a possibilidade de encontrar respostas satisfatórias

para as indagações apresentadas no decorrer deste trabalho, pois de acordo com o

nosso tema se fez necessário que alguns questionamentos fossem feitos para que

pudéssemos entender o tema proposto.

Este trabalho nos traz como resultado perceber que na vida dos indivíduos nenhuma

etapa de desenvolvimento deve ser subtraída principalmente a infância, que se

apresenta como alicerce de sustentação para as etapas posteriores. A sua negação

pode causar transtornos capazes de comprometer o desenvolvimento do sujeito em

todos os aspectos.

Ao falarmos em desenvolvimento das crianças, as análises feitas deixam claro que ele

se dá mediante participação ativa dos pais, apontados como os primeiros e

imprescindíveis mestres na arte de educar, mesmo contando com auxílio da escola,

que nos dias atuais tem participado ativamente deste processo.

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Page 33: Monografia Rozineide Pedagogia 2009

Ficou evidenciado que a preocupação dos pais que matricularam seus filhos na escola

antes dos 03 anos de idade foi constante na busca de escolher uma instituição escolar

que oferecesse conforto e segurança às crianças e despertasse confiança para eles

pais.

Ao concluirmos este trabalho percebemos que o mesmo trará importantes contribuições

para os pais, professores e sociedade em geral no sentido de despertar-nos mesmos, a

reflexão sobre o significado da infância para as crianças, a família a sua

responsabilidade enquanto primeira instituição de ensino pela qual a criança passa e a

escola que deve trazer na sua estrutura física elementos adequados para atender

crianças com esta faixa etária.

Não queremos dizer que com a conclusão deste trabalho não há o que se descobrir

mais sobre o problema, pelo contrário, consideramos a sua temática ampla e complexa

podendo ser explorada nos diversos sub-temas que o compõem.

40

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