APLICABILIDADE DA TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS

MÚLTIPLAS

Concepções sobre a Inteligência

• O que é para você uma pessoa inteligente? Quais características que ela possui?Do latim inlligare se refere ao que sabe juntar, unir e enlaçar, a inteligência vai além dos resultados obtidos pelos estudantes, expressos em notas, índices e fatores. O estudo da inteligência e sua relação com a educação iniciou-se a partir do sec. XIX. Os primeiros autores a abordarem o tema foram James Cattel e o francês Alfred Binet.Criação do teste de QI, onde se mensurava a capacidade intelectual (concepção inatista)Influenciou na educação para mensurar a inteligência dos alunos por meio de testes.

Concepções sobre a Inteligência

Oposição aos aspectos quantitativos da inteligência humana:• Inteligência em PiagetPiaget definiu inteligência como a solução de um problema novo para o indivíduo, a coordenação de meios para atingir certo fim, que não é acessível de maneira imediata, rompendo com a concepção inatista ele considera que a inteligência pode ser construída.• Inteligência em VygotskyPara Vygotsky a capacidade intelectual resulta das relações sociais históricas e culturais construídas pelo homem em sua evolução como espécie.

Teoria das Inteligências Múltiplas

• Essa teoria foi proposta por Howard Gardner psicólogo norte americano, professor das universidades de Harvard e Boston. A sua teoria se divergia da teoria tradicional de medida de inteligência (QI)• A teoria das inteligências múltiplas defende que a competência

cognitiva dos seres humanos deve ser descrita como um conjunto de habilidades, talentos ou capacidades mentais, chamadas de inteligência• A versão inicial da teoria de Gardner apresentou sete inteligências:

linguística, lógico-matemática, corporal cinestésica, espacial, musical, interpessoal e intrapessoal. Mais recentemente, ele identificou a inteligência naturalista, e, ainda, a existencial.

Teoria das Inteligências Múltiplas

• Gardner (2005) afirma que as pessoas possuem capacidades e diferem em suas combinações. Deste modo as diferentes inteligências são independentes entre si, o que permite uma pessoa se destacar numa área e não necessariamente em outras.

A Primeira Escola Baseada Na IM

• Em 1987, uma pequena escola urbana dos Estados Unidos mudou para sempre a face da educação. Mediante ao fracasso da educação nos Estados unidos, um grupo de oito professoras de uma escola pública começaram a pesquisar alternativas de ensino. Depois de ler o livro Frames of Mind (1983) do psicólogo Howard Gardner. • Elas desenvolveram uma metodologia temática e voltada para

projetos, no âmbito do currículo de inteligências múltiplas. Pois os testes padronizados mostravam apenas uma imagem limitada do desempenho dos alunos.

A Primeira Escola Baseada Na IM

• O inicio da jornada Descoberta da IM, por meio do livro Frames of Mind, questionando se essa ideia não poderia fundamentar a criação de uma escola.A escola se basearia na IM e que cada inteligência teria o mesmo grau de importânciaPara atender com especificidade cada inteligência seria necessário uma equipe adequada com profissionais.Como cada inteligência era trabalhada de forma intensa, teria uma boa chance de sucesso na escola e descobrir seus pontos fortes.

A Primeira Escola Baseada Na IM

• A escola também usa a teoria de fluxo onde o aluno tem a oportunidade de explorar suas inteligências livremente, enquanto o professor observa e registra as escolhas e potencialidades.• A escola também possuía a metodologia dos PODs, onde ajuda o

aluno a identificar e desenvolver os pontos fortes de suas IM.• A aprendizagem é de forma cooperativa • A avaliação é por meio de pesquisas cientificas, pois trabalha a

maioria das IM.

IM À Prática Educacional Na Coreia Do Sul

• Contexto histórico, social e culturalO sistema educacional sul-coreano foi muito afetado pela abordagem quantitativa da avaliação, pelo foco no impacto econômico e pelo pouco apoio por parte dos pais às escolas.A avaliação foi reduzida a verificar o uso que os alunos faziam de simples fatos extraídos de livros-textos, por meio de provas escritas.A situação se agravou com o regime militar onde a prioridade era o desenvolvimento econômico, aumentando a importância da medição quantitativa de desempenho e da avaliação de múltipla escolha.

Adaptando e Adotando a Teoria das IM• Três fatores foram de fundamental importância para a difusão da teoria das IM no

sistema educacional sul-coreano:• Abordagem de baixo para cima à reforma baseada nas IM;A reforma começou na sala de aula e avançou de baixo para cima, professores e pesquisadores estavam em sala trabalhando conjuntamente teoria e prática• Envolvimento de pesquisadores relacionados ao tema;Pesquisadores sul-coreanos publicaram artigos sobre a teoria, criando projetos que em seguida foram implementados nas escolas.• Apoio de formuladores de políticasPor meio de simpósios, oficinas e publicações, os formuladores de políticas educacionais começaram a reconhecer a possibilidade de usar a teoria das IM a fim de desenvolver um novo paradigma na educação.

Adaptando e Adotando a Teoria das IM• Desafios Os pesquisadores se depararam com vários desafios durante sua disseminação. O problema mais comum era a compreensão incorreta dos conceitos da teoria, de corrente da aplicação direta da teoria em sala de aula, sem fazer um estudo profundo.Outro equivoco inicialmente atribuído era a noção incorreta de que a avaliação das IM poderia ser avaliada medindo cada inteligência por meio de testes.Os professores não conseguiam reconhecer que a avaliação das IM começa com a identificação do perfil de inteligência do aluno por meio de observaçãoA avalição na educação com base em IM é um sistema qualitativo que inclui o aluno como avaliador, respeitando potencial, diversidade, flexibilidade, variabilidade contexto.

Benefícios da Integração da Teoria das IM • Apesar dos desafios enfrentados em pouco mais de uma década, a

teoria das IM deu uma contribuição considerável à educação da Coreia do Sul• Alcance mais amplo da educação para o caráter;A identificação, pela teoria das IM, de inteligências interpessoais e intrapessoais, proporcionou ideias críticas para uma nova visão da educação para a ética, desenvolvendo comportamentos práticos e éticos.• Novas formas de avaliar a aprendizagem e o desenvolvimento dos

alunos;

Benefícios da Integração da Teoria das IM As avaliações sul-coreanas enfatizavam resultados em vez de processos de aprendizagem. Com a adoção da teoria das IM os professores adotaram ferramentas de avaliação alternativas para descobrir os perfis e respeitar sus diferenças individuais. Os testes tradicionais eram utilizados, mais contemplados com avaliações informais como, opiniões de pares, diários de observação, diários de autorreflexão.• Crescimento dos professores;Os professores que aplicava a teoria das IM se tornaram líderes ativos da reforma em sala de aula por meio de automotivação e autorreflexão e a sua identidade foi fortalecida ao assumir a reponsabilidade do desenvolvimento do currículo.

Benefícios da Integração da Teoria das IM • Tratamento do baixo desempenho;O baixo desempenho foi um dos maiores problemas da educação escola na Coreia do Sul, principalmente devido a um sistema educacional que não respeitava as diferenças individuais, acumulação da deficiência para o ensino médio.A prática em IM permitiu romper o ciclo do baixo desempenho, identificando e desenvolvendo as habilidades de cada aluno.Os professores recuperaram o respeito por cada estudante como uma pessoa integral.

No Futuro

• A medida que continuam a aplicar a teoria das IM em sala de aula os profissionais sul-coreanos encontraram novos desafios, incluindo preocupações continuadas com a avalição dos estudantes e a falta de uma abordagem integrada em diferentes níveis escolares. • Esses desafios refletem o compromisso dos educadores com a

aplicação da teoria com mais profundidade, em mais escolas.

A Singularidade e a Universalidade da Teoria das IM• A aplicação da teoria das IM à Coreia do Sul tem se baseado em suas

características universais, bem como em aspectos do contexto social, cultural e educacional do país. Os pesquisadores e profissionais da Coreia do Sul descobriram como aplicar a teoria das IM segundo circunstâncias típicas. • As qualidades universais da teoria podem ser alavancadas em

qualquer lugar do mundo.

Brasil: Outra Realidade Educacional!• “Quanto mais instruído o povo, tanto mais difícil de o governar”

(provérbio Taoista)

Por que o Brasil possui um dos piores índices de educação do mundo?

• A pesquisa de uma das mais respeitadas consultorias sobre sistemas de ensino no mundo, Economist Intelligence Unit, coloca o Brasil em penúltimo lugar em um ranking sobre a qualidade da educação.• A consultoria analisou habilidades cognitivas e desempenho escolar dos

alunos em 40 países. A Finlândia e Coréia do Sul aparecem em primeiros lugares e o Brasil e a Indonésia em últimos lugares. • Nos últimos anos o ensino foi fortemente influenciada pela reestruturação

produtiva, uma vez que as inovações tecnológicas, a nova organização do trabalho e a globalização dos mercados exigiam novos perfis profissionais. Criou-se assim uma educação voltada ao mercado de trabalho, entendida pela lógica do capital, visando contribuir para o projeto político pedagógico da burguesia.

Por que o Brasil possui um dos piores índices de educação do mundo?

• Na década de 70, com o advento de uma sociedade pós-industrial e o crescimento tecnológico, ocorreu uma mudança do currículo de trabalho exigindo profissionais mais qualificados.• As mudanças no mundo do trabalho tornaram o conceito de

competência um conceito central para a educação interferindo diretamente na produção do conhecimento e da formação profissional.• No Brasil o conceito de competência começou a ganhar importância

com a reforma da educação feita no primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998).

Por que o Brasil possui um dos piores índices de educação do mundo?

• Com o objetivo de tornar a indústria nacional mais competitiva o empresariado brasileiro a partir da década de noventa começou a interferir diretamente nos rumos da educação, buscando criar um grande contingente de trabalhadores bem qualificados. • A educação é a única forma de criar indivíduos pensantes e

autônomos, pois ela desenvolve a capacidade de reflexão e julgamento da realidade, isto é, desenvolve a capacidade de informação e entendimento para uma análise e avaliação da sociedade em que vivemos. Ela prepara os indivíduos para a não aceitação, a manifestação, o afrontamento e a revolta; ensina-os a romper com as maneiras de ver, sentir e compreender as coisas.

Ensino Brasil X Coreia do Sul

• Predominância de um ensino tradicional

• Falta de gestão pedagógica nas escolas • Ausência da participação dos pais • Educação voltada para o mercado de

trabalho e não para a formação de pessoas críticas

• Desvalorização do professor• Falta de iniciativa e apoio, por parte

das esferas políticas, em práticas educacionais que proporcione um ensino de qualidade no país

• Utilização de práticas educacionais inovadoras( Teoria das IM)

• Participação do núcleo gestor criando novas metodologias para o crescimento do ensino

• Participação dos pais no processo de aprendizagem

• Educação voltada para a formação de pessoas críticas e reflexivas

• Valorização do professor• Iniciativa e apoio, por parte das esferas

políticas, em práticas educacionais que proporcione um ensino de qualidade no país

Ensino Brasil X Coreia do Sul

• A poucas décadas atrás, a situação educacional sul-coreana não era tão distante da realidade do ensino brasileiro atualmente. No entanto, essa situação não ficou estagnada por muito tempo. A sociedade como um todo percebeu que para se livrar de suas mazelas, era necessário investir pesado na educação, formando pessoas pensantes e autônomas, uma iniciativa que começou a partir do microssistema educacional , com a participação assídua dos pais e professores utilizando práticas de ensino inovadoras, resultando em um país que atualmente está no topo, não só, da educação, mais também, no desenvolvimento e tecnologia, tornando-se uma das maiores potências econômicas.