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Pedagogia 2012
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO- CAMPUS VII CURSO: Pedagogia 2008.1
ANA MARIA DE JESUS GUIMARÃES
A CRIANÇA E A MÚSICA: OS RITMOS DE UM PLANEJAMENTO PARA
EDUCAÇÃO INFANTIL
SENHOR DO BONFIM-BAHIA,
2012
ANA MARIA DE JESUS GUIMARÃES
A CRIANÇA E A MÚSICA: OS RITMOS DE UM PLANEJAMENTO PARA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao Departamento de Educação – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como requisito parcial para obtenção da graduação de Licenciatura em Pedagogia.
Orientadora: Rita de Cássia Braz Conceição Melo
SENHOR DO BONFIM-BAHIA,
2012
ANA MARIA DE JESUS GUIMARÃES
MONOGRAFIA APRESENTADA AO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS
VII COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO COMPONENTE CURRICULAR
TCC.
APROVADA EM _______ / ______ / ______
BANCA EXAMINADORA
Prof.
___________________________________________________________________
Prof.
___________________________________________________________________
Prof.
Aos meus pais, (em memoria) sem eles não teria a
oportunidade de estar aqui, pelo acolhimento, e
desprendimento em abdicar de sua vida para me tornar
quem sou. As minhas irmãs; Emilene e Maria da Penha,
pelo companheirismo nessa jornada. A minha filha Laila.
Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros
desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são
pássaros sob controle. Escolas que são asas amam
pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros
coragem para voar. (Rubem Alves, 2008)
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido a partir do desejo de perceber a importância da música no âmbito escolar, e em especial na Educação Infantil, por esta ser uma modalidade de cultura apreciada por todos. São inúmeros benefícios que a introdução da música em sala de aula promoverá, as canções podem ser um veiculo auxiliador do aprendizado na educação escolar, e em especial nas escolas de primeiras letras Surge então a indagação: qual a importância da música no planejamento das aulas para a educação infantil? E consequentemente a nossa questão de estudo. Quais as finalidades que se faz da música na educação infantil nas escolas de Itiúba-Bahia? E temos como objetivo: identificar as finalidades que os professores da educação infantil oferecem para a música. Nossa fundamentação teórica foi baseada nos seguintes autores: Almeida (2000), Arroyo (2011), Brito (2001), Estevão (2002), Grossi (1982), PCNs (1987), RCNEI (1998), Souza (1991), Vygotsky (2003). A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, pois, é a que mais responde a nosso propósito de estudo; esta foi realizada com professores da educação infantil de 3 escolas públicas do município de Itiúba-Bahia. Nas considerações finais, constatamos que a nossa questão de pesquisa foi respondida, pois, observamos que os profissionais introduzem a música em sala de aula, porém não com um planejamento prévio, e que esse planejamento é importante, percebemos que o nosso objetivo foi alcançado, entretanto, percebemos que os caminhos da educação são cheios de percalços e ressaltamos aqui que nossa problemática não se esgota.
Conceitos-chave: infância e educação infantil, música, intervenção pedagógica.
ABSTRACT
This work was developed from the desire to realize the importance of music in schools, and especially in early childhood education, as this is a form of culture enjoyed by all. There are countless benefits that the introduction of music in the classroom promote, songs can be a vehicle supportive of learning in school education, particularly in schools first letters of the question then arises: what is the importance of music in class planning for early childhood education? And thus our study question. What is the use made of music in early childhood education in schools Itiúba-Bahia? And we aim to: identify the objectives that teachers of early childhood education to provide the music. Our theoretical framework was based on the following authors: Almeida (2000), Arroyo (2011), Brito (2001), Stephen (2002), Grossi (1982), PCN (1987), RCNEI (1998), Souza (1991), Vygotsky (2003). The methodology was qualitative research, therefore, is more than meets the purpose of our study, this was done with kindergarten teachers of three public schools in the municipality of Bahia-Itiúba. In the final considerations, we find that our research question was answered, because we observed that professionals introduce music into the classroom, but not with pre-planning, and that planning is important, we realize that our goal was achieved, however, we noticed that the paths of education are full of mishaps and we emphasize here that our problem is not exhausted. Key concepts: infancy and early childhood education, music, pedagogical intervention.
LISTAS DE SIGLAS
ART. – Artigo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente LDB – Lei de Diretrizes e Bases LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC – Ministério da Educação e Cultura PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais RCNEI – Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
SUMÁRIO
RESUMO...............................................................................................................
INTRODUÇÃO...................................................................................................08
CAPITULO I ......................................................................................................10
1. Problematizando e apresentando nosso tema de estudo..............................10 CAPITULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..............................................15 2.1. Infância e Educação Infantil........................................................................16
2.2. Música seus significados e a aprendizagem .............................................20 2. 3. Intervenção pedagógica na construção da aprendizagem significativa.24 CAPITULO III - PERCORRENDO CAMINHOS................................................28
3. 2 – Sujeitos da pesquisa................................................................................29
3. 3 – Lócus da pesquisa ..................................................................................29
3. 3.1 – Primeiro Espaço: Creche Padre Eduardo Clemente...........................30
3.1. 2 – Segundo Espaço: Escola Getúlio Vargas ..........................................30
3.1. 3 – Terceiro Espaço: Escola Luiz Navarro de Brito....................................31
3.4 – Os instrumentos de pesquisa ..................................................................31
CAPITULO IV- DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS..............................34
4.1. Perfil dos professores pesquisados............................................................34
4.1.1 – Nível de formação dos professores.......................................................35
4.1. 2 – Tempos de serviço................................................................................36
4.1.3 – Tempo que leciona com a educação infantil..........................................38
4.1. 4 – Se têm filhos criança............................................................................38
4. 2 – O que dizem os professores ...................................................................39
4. 2. 1 – Em relação as finalidades da música no cotidiano escolar.................39
4. 2. 2 – A finalidade da música em sala de aula ............................................40 4.2.3 – Reflexão sobre as músicas utilizadas na prática pedagógica...............40
4. 2. 3. 2 – Selecionar as músicas utilizadas na prática docente ....................42
4. 2. 4 – O que pensam sobre as músicas veiculadas nos meios de
comunicação de massa.....................................................................................42
4. 2. 5 – A utilização das músicas folclóricas sem uma prévia reflexão sobre o
conteúdo da letra...............................................................................................43
4. 2. 5. 1 – Introdução das músicas folclóricas, as parlendas, as cantigas de
roda, em sala de aula.......................................................................................45
4.2. 6 – A influencia da música na educação das crianças..............................46
4. 2. 7 – As músicas utilizadas..........................................................................47
4. 2. 7. 1 – A frequência.....................................................................................48
4. 2. 7. 2 – A intencionalidade da música em sala de aula...............................49
4. 3 Análise documental...................................................................................50
4. 3. 1 – O que aparece no plano de aula.........................................................51
4. 3. 2 – Planejamento quinzenal......................................................................55
4. 3. 3 – O diz o Projeto Politico Pedagógico....................................................56
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁRFICAS..................................................................62
Anexos..............................................................................................................64
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido a partir do desejo de perceber a importância da
música no âmbito escolar, e em especial na Educação Infantil, por esta ser uma
modalidade de cultura apreciada por todos. E teve como objetivo identificar quais as
finalidades que os professores oferecem para a música na educação infantil.
No inicio problematizamos sobre a importância da música no processo de
crescimento do ser humano e em especial para a educação infantil. Pois,
percebemos que ela é um contributivo relevante para a aquisição dos saberes
necessários ao desenvolvimento. Surgindo a indagação, quais as finalidades que se
faz da música na educação infantil nas escolas de Itiúba-Bahia? Acreditamos ser
relevante essa pesquisa, pois, possibilitou observar o espaço de aprendizagem que
a utilização da música pode ocupar nas escolas.
No segundo capítulo, apresentamos e discorremos sobre os nossos conceitos-chave
que dirigiram nossa pesquisa e com o auxilio de alguns teóricos como: Almeida
(2000), Arroyo (2011), Brito (2001), Estevão (2002), Freire (1979), Grossi (1982),
PCNs (1997), Souza (1991), Vygotsky (2003), que nos subsidiaram para podermos
desenvolver esse trabalho que se configura como algo fundamental para o nosso
fazer pedagógico. Acrescentamos a contação de como foi o processo histórico da
implantação da educação infantil em nosso país, os percursos que tivemos para que
essa modalidade do ensino se tornasse algo concreto; bem como as características
da criança que passou a ser contemplada com essa perspectiva de ensino.
No terceiro capítulo, fizemos a exposição da metodologia utilizada para a construção
desta, e usamos a pesquisa qualitativa, pois, esta contribui significativamente para a
concretização do objeto de estudo. Os instrumentos utilizados foram questionário, e
analise documental.
No quarto capítulo, realizamos a análise e interpretação dos dados coletados, a qual
foi fundamentada com os autores utilizados nos teóricos acima citados.
Nas considerações finais, constatamos que nossa problemática não se esgota,
contudo, salientamos que a educação pode acontecer de maneira atrativa, que
nossa pesquisa pode servir para que se pense na educação infantil como a base da
inserção da criança no contexto escolar.
CAPITULO I
PROBLEMATIZANDO E APRESENTANDO NOSSO TEMA DE ESTUDO
Dentre os vários sentidos que temos um dos mais instigantes talvez seja o da
audição. Pois através dela conseguimos captar o processo de movimentação da
maioria dos acontecimentos, os sons que são produzidos a todo instante
complementam e dão sentido às informações que chegam até nosso cérebro
através de nossa visão. (BARROS, 2003)
Os sons do universo são fascinantes e nos revelam mensagens que são captadas
pelo nosso sistema de percepção auditiva; para cada tipologia de som uma espécie
de sensação é despertada assim como os agudos ou os graves, os fortes ou os
fracos, uns se juntam aos outros e aos poucos tornam uma só acústica capaz de
tocar a qualquer tipo de pessoa, em qualquer idade, sexo, posição social ou cultural
e a esse todo acústico organizado com a complementação de instrumentos criados
pelo homem para esse fim, harmônico ou não damos o nome de música.
De acordo com Koelleutter (apud BRITO 2001, p. 26) ―A música é, em primeiro lugar,
uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do
homem e da sociedade‖. É de uma forma geral uma manifestação milenar que está
presente na vida humana em muitos momentos, desde a vida intrauterina com os
sons produzidos pelo ventre materno, os sons e falas produzidas no ambiente em
que vivemos. Essa forma de expressão tem fins diversificados, desperta sentimentos
e emoções; acalanta, embala, relaxa.
Vista de outro ângulo, a música promove uma quantidade significativa de
movimentos tais como: bater palmas, mexer os braços, as pernas, balançar a
cabeça, virar para o lado, virar para o outro, sentar, levantar, ficar parado, etc... Ela
não apenas traduz movimentos que são expressos pelo meio ao nosso redor, ela
também inspira movimentos aos seres humanos. Lembrando ainda que tal objeto
traduz-se como algo ‗vivo‘ e presente na vida de qualquer ser humano até mesmo
daqueles que possuem algum problema auditivo, ao perceberem que os sujeitos
movimentam a seu redor.
Dessa forma, observamos que essa modalidade artística secular que está presente
em vários momentos da vida humana pode também ser de grande relevância no
contexto educativo, principalmente no inicio da aquisição dos conhecimentos
escolares, pois, pode ser um importante estimulo para formar no educando inicial
uma base mais forte. Pois percebemos que o desenvolvimento infantil não acontece
por milagre, que cada um tem seu ritmo próprio e que muitos fatores contribuem
para isso, entre estes fatores notamos que o ambiente é de fundamental
importância.
De acordo com Vygotsky (2003) o ambiente externo interage diretamente no
aprendizado e no desenvolvimento das crianças, dessa maneira acreditamos que o
contato das crianças com a cultura existente a seu redor seja um elemento
considerável para o seu crescimento saudável e caberá a cada adulto pertencente
desse processo tomar consciência de seu papel nesse processo involuntário.
Observamos que muitas crianças, desde o berço ao ouvir um som reagem de forma
que demonstram que esse som exerce algum estimulo, mais tarde ao começarem
andar a percepção do som impulsiona-as a fazer gestos, e movimentos de acordo
com o ritmo; é que a música desperta algo, e esse algo pode e deve ser aproveitado
pela escola como motivador ou como conteúdo de apoio à aprendizagem.
As crianças iniciam suas atividades escolares muito cedo, devendo a escola
possibilitar uma educação infantil que respeite o momento de desenvolvimento e de
maturação em que estas se encontram, nesse sentido, a música será uma aliada,
pois ela esta presente em muitos momentos da vida dessas crianças.
Nesse sentido, a escola é co-responsável pela Educação dos indivíduos desde o
primeiro momento em que eles adentrem suas portas, independentemente da idade
cronológica que estes possuam, ou dos conceitos já introduzidos nestes pelo seu
meio social, e por esse motivo é extremamente necessário que ao penetrarem nesse
novo ambiente as crianças possam se deparar com um acolhimento adequado a
suas habilidades, mas que ao mesmo tempo já lhes seja familiar.
Sendo assim, a educação infantil precisa ser oferecida de maneira que os infantes
possam adquirir conceitos favoráveis ao seu desenvolvimento enquanto estudante e
para que os mitos já enraizados sejam desconstruídos e dê a essa criança a chance
do avanço na conquista de uma educação que lhes possibilite segurança em suas
construções.
E acreditamos que, a introdução de canções na educação escolar, principalmente na
educação infantil, será um excelente contributivo para a aprendizagem de conceitos
e também para a formação humana, pois, as canções têm múltiplos aspectos e
estes poderão agir no sentido de modificar comportamentos e ações dos indivíduos.
Algumas situações reforçam essas ideias, por exemplo, quando o educador canta
com as crianças alguma música que desenvolve alguns movimentos estará
solicitando do educando não só que cante, mas que tenha atenção para os
movimentos que foram sugeridos pela letra da música ou pelo exercício promovido
pela professora, isso reforça sua concentração, consequentemente seu
aprendizado. Além disso, a música desenvolve nos ouvintes uma sensação que é
difícil permanecer parado, que é preciso balançar o corpo dançar se mexer.
As canções permitem inúmeros movimentos a criança por meio desse estimulo não
permanece na inércia o que facilita a aprendizagem, promove ainda um bem-estar
que a desperta do sono e estabiliza o seu raciocínio fazendo com que se sinta mais
apta a apreender os ensinamentos que o educador pretende oferecer.
Para Stabile (apud ESTEVÃO, 2002, p. 34) ―a música e a dança permitem a
expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria. A criança
aprende e se desenvolve através dela‖. Portanto, ao ser inserida no cotidiano das
crianças permitirá uma melhor concentração para absorver conhecimentos.
A criança quando canta, ri, bate palmas, pula, grita, dança todos esses movimentos
permitem que tenha um despertar dos sentidos fazendo com que acorde sua
capacidade de interação e correlação com seu meio. Quando é tocada, cantada,
sentida, qualquer que seja a modalidade musical é impossível permanecer inerte, o
que nos dá possibilidade de movimentarmos não apenas aguçarmos a audição para
escutarmos as canções, mas nos abrimos para a descoberta das mensagens que as
canções trazem codificadas em si.
Contamos com um cabedal enorme de melodias e canções interessantes e que
podem servir como facilitadoras da aprendizagem, servir para a formação de um
sujeito crítico. Temos as parlendas, as cirandas, as cantigas de roda, os jogos de
rimas, os cordéis, etc., todos esses elementos precisam ser explorados de maneira a
trazer para a educação fontes positivas de conhecimento.
E, por fazer parte da vida de todas as pessoas, pode ser uma ferramenta muito útil
na aquisição das aprendizagens formais, pois por ser de fácil memorização facilitará
a absorção destes e consequentemente da maneira em que for utilizada poderá ser
promotora de uma educação mais compromissada com o desenvolvimento do ser
humano, contribuirá para uma base mais sólida do crescimento educacional dos
indivíduos.
Reforçando, a música tem uma grande contribuição no despertar dos sentimentos e
emoções. Segundo Santa Rosa,( 1990, p. 19) ―A música é uma linguagem
expressiva e as canções são veículos de emoções e sentimentos, e podem fazer
com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir‖. E se reconhecendo através
da música esta poderá ser um grande contributivo para a aquisição dos
conhecimentos necessários a vida escolar.
São inúmeros benefícios que a introdução da música em sala de aula promoverá, as
canções podem ser um veiculo auxiliador do aprendizado na educação escolar, e em
especial nas escolas de primeiras letras. Empregada em sala de aula, a música
causa grandes melhorias para o desenvolvimento do exercício diário da sala de aula,
pois promovem melhoras da atenção, imaginação, do raciocínio lógico, memória,
ainda trabalha a emoção. É notório que esse elemento também pode ser uma
ferramenta na conquista dos conhecimentos ministrados pela escola.
Nesse sentido surgiu a inquietação em pensar a criança e a música: os ritmos de um
planejamento para educação infantil para que as aulas pudessem ser mais
prazerosas, mais leves, menos cansativas, e despertem nos educandos uma visão
mais crítica das abordagens musicais que surgem no mercado. Surge então a
indagação, e, consequentemente, a nossa questão de estudo: quais as finalidades
que se faz da música na educação infantil nas escolas de Itiúba-Bahia? E temos
como objetivo: identificar as finalidades que os professores da educação infantil
oferecem para a música.
Acreditamos que essa pesquisa é de relativa importância, pois possibilitará aos
profissionais inseridos nesse processo observar como é utilizado o espaço da
música dentro do contexto da educação infantil e nos despertará para um repensar
na nossa prática docente valorizando-a como um recurso que poderá enriquecer
nosso trabalho.
Para a comunidade cientifica é um estudo relevante, pois vem investigar como a
música está sendo trabalhada e revelar possibilidades de renovação para o ―fazer‖
dentro da educação Infantil, destacando o quanto esse elemento pode ser
importante para o desenvolvimento infantil, contribuindo para um repensar da sua
inclusão obrigatória nas escolas de primeiras letras.
CAPITULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O cenário da Educação brasileira foi construído por uma considerável diferença
tratando-se de sua oferta, neste cenário por longo tempo à educação escolar foi tida
como privilegio de poucos, visto que, era oferecida exclusivamente para os filhos
dos Senhores, classe em destaque na sociedade daquele tempo. Com o surgimento
de novas formas de gerir a sociedade e com os avanços conquistados através de
lutas pela oferta do saber elaborado, aos poucos, a educação ganhou espaço entre
os que antes eram excluídos.
Em nossos tempos presenciamos um momento de educação igualitária, ou seja, há
oferta do ensino para qualquer pessoa, de qualquer sexo, idade, ou posição social;
as esferas do poder público divulgam constantemente seus projetos de oferta
educacional e criação de novas oportunidades para as classes menos favorecidas e
seus objetivos de proporcionar educação pública de qualidade para todos.
Nessa perspectiva, a partir da década de 90, passou a se pensar no ensino
fundamental de nove anos, visto que, entendeu-se que a criança de seis anos de
idade já teria maturidade para receber as primeiras bases de formação e assim fazer
parte do ensino fundamental, ficando as crianças de 0 a 05 anos compreendidas na
Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica Nacional (LDB 9394/96).
Com a adesão da criança de 06 anos de idade ao Ensino Fundamental a Educação
Infantil também ganhou novos olhares, visto que, seria ela a porta de entrada da
criança a um mundo de ensino e aprendizagem. Por esse motivo tornou-se cada vez
mais imprescindível à descoberta de fatores que facilitem a entrada e a permanência
dessa criança nesse cenário escolar.
Pensando que nessa faixa etária tudo é descoberta, e em muitos casos a
descoberta é causa de desconforto, insegurança e traumas; buscamos criar para
essa criança um ambiente amistoso cerceado por objetos já conhecidos em meio
aos que lhes serão apresentados, dentre eles a Música faz um diferencial positivo,
pois se assemelha ao novo e também ao já conhecido e aceito pela criança. Com o
intuito de ressaltar essa presença no processo educativo de crianças da Educação
Infantil a presente pesquisa monográfica busca sustentar seu aporte teórico nos
seguintes conceitos-chave: infância e educação infantil, música, intervenção
pedagógica.
Dessa forma, tomaremos cada conceito-chave por vez, e discorreremos sobre estes
com a contribuição de alguns teóricos minuciosamente escolhidos para justificar
cada procedimento criado ou descoberto dentro do tema pretendido, visando
fornecer parâmetros para uma apreciação atilada e calcada em princípios que
tenham pertinência com o objeto que se pretende alcançar.
2.1. Infância e Educação Infantil.
A infância é uma fase muito importante na vida, pois é a partir dela que todo o
caráter vai ser construído, e não apenas os princípios éticos, mas, também o
processo de formação dos conhecimentos elaborados pela humanidade. De acordo
com Ximenes (2001, p. 528) ―é uma fase da vida humana que vai do nascimento a
puberdade‖. Sobre o tema posto em questão Ferreira (2004, p. 416) diz que é:
―período de crescimento no ser humano que vai do nascimento à puberdade;
puerícia, meninice‖.
Ou seja, fase compreendida como de 0 a 11 anos em média (ECA-8069/1990). A
infância nem sempre foi vista como fase distinta da adulta, em outras épocas ou em
outras culturas a criança foi vista, apenas como sendo um adulto em miniatura, ou
em tamanho reduzido, ao qual caberia tratamento semelhante ao dispensado aos
adultos, apenas ressalvando a característica de aprendizes.
Conforme afirma Kramer (1992, p.15), ―a criança comumente é entendida como
oposição ao adulto. Oposição estabelecida pela falta de idade ou de ―maturidade‖ e
de ―adequada integração social‖. Nesse sentido, compreender a criança enquanto
outro, enquanto diferente do adulto, segundo Coutinho (2002), seria o primeiro
movimento para pensarmos a sua educação e os espaços e tempos que
oportunizem a elas protagonizar essa experiência em sua heterogeneidade.
Segundo os PCNs da Educação Infantil:
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais.
Após algumas considerações ao longo do passar do tempo, percebe-se finalmente
que a criança não é somente uma copia do adulto. Atualmente pensa-se a criança
como ser social, sujeito atuante e pertencente a uma cultura e que dela é construído
ou produzido. A ideia dessa nova concepção de criança da visibilidade as
especificidades desses seres em desenvolvimento e abertos a novas
aprendizagens.
São inúmeros os elementos que diferem as crianças dos adultos, dentre as varias
características da infância, uma delas é a curiosidade e uma segunda também
marcante é o gosto pela fantasia, pela alegria e pelo prazer, esses são elementos
que os adultos, ou alguns deles, perdem no decorrer de suas vivências.
Analisando o percurso histórico da educação brasileira percebemos que a criança foi
pivô de vários acontecimentos; entretanto os mais relevantes se desvelaram nas
ultimas décadas. A partir dos anos 80 (1980) quando universidades, partidos
políticos, movimentos sociais, associações, profissionais e pais discutiam o modelo
de Educação Infantil planeada para as crianças brasileiras, influenciando as
diretrizes instituídas na legislação do país.
Esse movimento desencadeou em capitulo especial, após a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN Lei. nº 9.394/96 que explicitou
um dos deveres do Estado e direito da criança que é o atendimento educativo. Ainda
neste mesmo período o MEC veio a promover pesquisas e encontros com os
educadores e especialistas em Educação Infantil a nível nacional elaborando um
documento tendo como base os princípios e objetivos da Educação Infantil que está
disposto na LDBEN 9.394/96. Este documento foi denominado Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (Brasil, MEC, 1998).
Estes referenciais (Brasil, MEC, 1998) foram propostos com o objetivo de integrar a
Educação infantil nos diversos níveis escolares, proporcionando o direcionamento
desta para a formação crítica e analítica dos cidadãos, firmando a base real e
concreta da educação. O RCNEI (Brasil, MEC, 1998) valoriza a socialização e a
discussão, propondo orientações curriculares tendo como embasamento o processo
de desenvolvimento e de aprendizagem da criança, esquadrinhando os aspectos
construtivistas da educação.
Em 1990 a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA veio reafirmar a
preocupação nacional com a educação destinada a infância atribuindo papéis à
família, à escola e ao estado a respeito da formação desses seres. Todos esses
marcos históricos demonstram a preocupação com o aprendizado e o
desenvolvimento dos pequenos. Mais tarde uma emenda na LDB 9394/96
promulgou o ensino de 9 anos, fazendo a adição da criança de 06 anos de idade ao
ensino fundamental e instituiu a Educação Infantil para os pertencentes de 0 aos 5
anos de vida.
Essa preocupação é fundamentada, pois a educação infantil tem papel fundamental
no processo de desenvolvimento dos indivíduos, uma vez que é a partir dela que as
concepções e conceitos vão sendo formados por este motivo é essencial que ela
aconteça de maneira adequada para que não venha desenvolver nos educandos
traumas que perdurará a vida toda. De acordo com Lima (1998):
A criança surpreende os adultos com extraordinária capacidade de aprendizagem de aspectos vitais e socioculturais que não fazem parte dos currículos e programas escolares. O que apresentamos as crianças em nossas escolas é mesmo o que deve ensinar. (p. 10)
A criança ao adentrar a escola não chega como muitos pensavam antigamente
como uma tabula rasa, ela é um ser cheio de conhecimentos e significado, dotada
de um cabedal de informações adquiridas através do meio social em que esta
inserida. Portanto, as atividades da educação infantil devem ser ministradas
diferente da educação doméstica, ou seja, familiar que desde cedo começa a traçar
o seu destino no campo do trabalho, dando lhes coisas que competem ao mundo
dos adultos, (SOUZA, 1991). Sendo assim, o exercício das atividades docentes na
educação infantil, precisam ser pensadas no sentido de fornecer aos educandos
subsídios que venham desenvolver neles o prazer em estudar. Pois, a criança como
aponta os psicanalistas tem uma capacidade incrível de aprender as coisas, e isso
não acontece somente a partir dos sete anos de idade. De acordo com Grossi
(1982)
[...] A psicanálise o faz demonstrando a importância dos primeiros anos como geradores de um estilo pessoal face à vida. Ela quebrou com a demarcação dos 7 anos como o inicio do período de aprendizagem, em função das inúmeras evidencias de que nossa vida afetiva começa a se estruturar muito prematuramente, a partir de intercâmbios sociais. Entretanto, não é só a vida afetiva que tem suas bases nos primeiros anos, pois a psicologia cognitiva também veio esclarecer o quanto construímos intelectualmente já desde os primeiros anos de nossa existência. Inclui-se aí a compreensão da permanência dos objetos, bem como um grande número de invariância, elementos-chave para a compreensão do mundo, a partir das transformações com as quais defrontamos, que funcionam como constitutivas do pensamento. (110)
Convém, portanto criar oportunidades para o aproveitamento dos fatores positivos
que são provenientes dessa faixa etária e transformá-los em aprendizagens
significativas para as suas vivencias nas demais etapas da educação. E para que
isso aconteça à escolha das ferramentas adequadas para a obtenção desse
resultado é de extrema responsabilidade para os profissionais que estarão
diretamente ligados a esse público.
Grossi (1982) afirma que:
[...] a criança aprende na faixa de 0 aos 6 anos. Ela não só necessita aprender muito. Alias nestes anos ela define seu estilo de aprender, ela constrói uma matriz de abordagem do mundo. É bom que esta seja rica, sadia e fecunda. Para tanto, ela tem certas exigências. Uma delas é que harmonicamente funcionem as diversas instancias da aprendizagem, a saber, o desejo, a inteligência e o social, veiculadas pelas ações e pela linguagem, no âmbito do organismo. (p.111)
Entendendo essa etapa como ponto inicial da inserção social da criança se faz
necessário que a educação infantil seja atrativa, pois, é a partir dessa fase que as
crianças começam a tomar gosto pelas coisas, educar na contemporaneidade, é
muito mais que transmitir conhecimentos prontos para que os alunos absorvam tal
qual lhes foi apresentados, por isso, para que nossos educandos se tornem homens
felizes é necessário uma escola que procure meios de encantar as crianças e dessa
maneira facilitar o aprendizado destas para além da escola.
2. 2. Música seus significados e a aprendizagem
Se analisarmos a história de vida individual de cada ser humano, veremos que em
muitos momentos é comum a todos fazer uma associação dos acontecimentos com
os sentidos que lhes são mais peculiar, há quem faça essa associação com o cheiro,
outros com os sabores e existem aqueles que associam com os sons que circular no
momento dos acontecimentos e esse som irá acompanhá-lo e o fará lembrar o fato
ocorrido.
Esse fato, ou seja, a utilização dos sentidos ocorre também na infância, inclusive
essa associação se mistura as fantasias infantis criando um elo entre o mágico e o
real. Nessa fase os sons melódicos são facilmente captados pela audição,
envolvendo-os instantaneamente, despertando sentimentos e emoções.
Rapidamente os pequenos aprendem a repeti-los.
Os sons quando orquestrados harmonicamente tornam-se canções que podem ser
apresentadas com letras ou sem. As canções possuem os mais variados ritmos e
embalos, existem as dançantes, as que inspiram performance explicita e aquelas
mais calmas que necessitam um pouco de relaxamento para apreciar sua audição.
Mas em geral a música é aquele algo mágico que alegra, encanta, faz rir, chorar,
embala, relaxa, agita, enfim. Essa modalidade da cultura milenar dos povos pode
também ser um objeto que pode auxiliar a educação escolar principalmente a fase
de ingresso. Sobre o significado de música, Ximenes (2001, p. 649) sugere que seja:
―arte e técnica de combinar os sons e as tonalidades de modo agradável ao ouvido.
Qualquer conjunto agradável de som‖.
Ferreira acrescenta a essa ideia (2004, p. 511) é ―arte e ciência de combinar os sons
de modo agradável aos ouvidos‖. Essa expressão faz parte da vida humana até
mesmo sem que percebamos se faz existir como parte de um conjunto que
compõem as forças vitais de diversas maneiras; ela faz parte da cultura de vários
países, sendo propagada e sentida por várias gerações, as canções se tornam
imortais e tem diferentes formas de lançamento ao público que as escutam. Pois,
como destaca (GOHN, 2009)
a música está em todos os lugares, seja como atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma peça teatral. Pode estar dentro de um carro, na sala de jantar no som dos talheres à mesa, na casa ao lado, ou mesmo no cantar sofrido de algum transeunte. Talvez ela se faça presente apenas no pensamento, evocando lembranças e sensações distantes do passado. A música tem poderes para acalmar ou exaltar, alegrar ou entristecer, diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer esquecer.
Trata-se de uma expressão da cultura mundial que perpassa o tempo, o espaço, as
classes sociais enfim, ela promove e desperta sensações em todos, desde o ventre
materno ao idoso, e está presente em qualquer momento. Considerando todos
esses aspectos sonoros como fonte de conhecimentos cabe investigar como esse
conjunto de sons e palavras podem ser de grande relevância durante o
desenvolvimento de aulas, para a aquisição de aprendizagem na educação infantil.
Visto que o (PCN, 1997) diz:
A música sempre esteve associada às tradições e às culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado às comunicações vem modificando consideravelmente as referências musicais das sociedades pela possibilidade de uma escrita simultânea de toda produção mundial por meio de discos, fitas, rádio, televisão, computador, cinema publicidade, etc. (p. 75)
Ouvir ou cantar músicas na escola não é a mesma coisa de ouvir ou cantar em casa,
são aspectos sociais diversos. Em casa as crianças ouvem a música a sua maneira
de acordo com seu gosto, sem que esta tenha alguma função social de educar, as
crianças ouvem a seu bel prazer, na escola as músicas poderão ser utilizadas em
quaisquer atividades determinadas pelo educador.
De acordo com a atividade a escolha da música certa trará prazer e estimulo aos
educandos. Se observarmos que estamos num contexto escolar onde frequentam
alunos de diversos grupos sociais e também possuímos uma enorme pluralidade
cultural, além de que cada um tem suas particularidades, por esse motivo, talvez a
unidade escolar seja o único espaço em que essas crianças terão oportunidade de
conhecer e analisar alguns tipos de canções que farão diferença em sua vida.
Herculano (2009).
Para o trabalho com a utilização de músicas na Educação Infantil há um leque de
possibilidades dentre os variados gêneros sonoros, de acordo com o conteúdo e a
disciplina que se deseja trabalhar. Conforme se encontra nos PCNs (1998) da
Educação Infantil, a música em auxilio ao trabalho pedagógico,
tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol etc.; a realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo simbolizados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização de conteúdos relativos a números, letras do alfabeto, cores
etc., traduzidos em canções. (p. 47).
Já existem músicas que fazem parte do grupo de canções para ser trabalhadas
pedagogicamente, pois atendem exatamente aos conteúdos que se deseja aplicar,
música como Mariana conta um, Cinco Patinhos, O sapo não lava o pé, entre outras.
Porém o trabalho pedagógico musical possui um campo amplo e que vai muito além
dessas canções tão conhecidas e aceitas pela meninada.
É preciso que a educação infantil seja atrativa, pois, é a partir dessa fase que as
crianças começam a tomar gosto pelas coisas, educar na contemporaneidade, é
muito mais que transmitir conhecimentos prontos para que os alunos absorvam tal
qual lhes foi apresentados, por isso, para que nossos educandos se tornem homens
felizes é necessária uma escola que procure meios que possam burlar os
desconfortos oferecidos pelas novas tecnologias e a invasão midiática.
Embora, a cultura musical venha se modificando dia-a-dia, as cantigas de roda, as
canções folclóricas são de grande serventia para a nova geração que começará o
seu ingresso à escola por intermédio da educação infantil, essas podem ser
promotoras de valores que se perpetuaram ao longo do tempo. Como diz o PCN
Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividade de apreciação e produção. A diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade
aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros. (p.75)
Inserir música na escola é possibilitar aos educandos uma nova oportunidade de
vivenciar a educação escolar de qualidade. Pois, independente de sexo, idade,
etnia, religião, todos gostam de música e ela se faz presente em diversos momentos
de nossa vida. Além disso, ela pode ser uma excelente estratégia de ensino.
Segundo Zampronha (2002, p. 24). ―A música sempre induz movimentos afetivos,
que se processam na escuta por meio da vivência de estruturas que existem em
nível de texto nela própria.‖
A experiência com a sonoridade é muito importante para o desenvolvimento social
do educando, pois abre um leque de possibilidades para ele, sendo que desde o
principio dos tempos às artes estiveram presentes na vida humana e a música tem
nos acompanhado até mesmo antes de chegarmos a existir de fato, de acordo com
o PCN
O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. (p, 21).
É importante a inserção de elementos artísticos na escola, pois, eles colaboram para
dar sentido à vida, como estamos falando da música vale ressaltar que ela é um
componente essencial para esse sentido porque esta abre espaço para que
possamos abrir um leque de opções de informações e sentimentos. Conforme
Santos (2010):
O trabalho com a linguagem da música revela-se importante, pois ele nos possibilita interpretar, improvisar, compor, bem como ajuda a reconhecer e apreciar música por meio de reflexões próprias, emoções e conhecimento. Desse modo faz com que compreendamos a música como produto cultural histórico [...]. (p. 37)
Por isso, ao trabalhar com a expressão musical, o educador estará também
oportunizando aos educandos a vivência com a representação de sua realidade,
talvez com aspecto diferente conduzindo o educando a observar o que está escrito
na letra da música ou na melodia, criar e recriar canções a perceber que as canções
são um produto cultural e que faz parte da história, que ao fazer parte da escola não
deixam de serem membros de determinada cultura, e isso pode contribuir para que
se conheçam e reconheçam nas informações musicais dos outros e também em
variados estilos culturais apresentados pela comunidade escolar.
2. 3. Intervenção Pedagógica na construção da aprendizagem significativa
O professor tem papel importantíssimo na formação do individuo, embora sua
profissão não seja tão valorizada. Mas não há um profissional se quer que não tenha
tido um orientador a seguir, como diz um gingo do MEC ―a base de toda conquista é
o professor‖, por esse motivo ele deve ter grande responsabilidade ao ministrar suas
aulas. O oficio do professor da educação infantil ainda se torna de maior relevância
porque é através desse momento que a escola vai atraí-lo ou causar-lhe repulsa. De
acordo com Freire (1979, p. 82) ―a educação problematizadora não deve e não pode
servir aos interesses do opressor‖ e para que isso aconteça à ação docente é
decisiva.
Percebemos que ao longo dos tempos o sistema de ensino vem modificando sua
postura frente à educação escolar a ser ministrada gradativamente, ao longo da
história as concepções de aluno e de professor tem sofrido várias alterações,
passamos pela escola tradicional, onde o professor era o detentor do saber, hoje já
não cabe mais está postura, com as modificações da sociedade o papel do professor
em sala de aula é de mediador, ele deve conduzir o aluno (aliás, o termo aluno é
resquício da escola tradicional) a transformar o que sabe em conhecimento
cientifico, e o educador vai ajuda-lo nesta nova conquista.
No entanto, o profissional da educação infantil precisa atentar que a sua tarefa é
muito importante, porque bem mais que ensinar a ler, escrever e contar, ele é
educador e está alicerçando as bases de um individuo que necessita da promoção
de ações educativas que lhes deem oportunidades do crescimento pessoal em sua
totalidade e este possa tornar-se inserido na sociedade com condições de vida
igualitária. Sobre o assunto Arroyo (2011) discorre:
A finalidade da Educação Básica é o pleno desenvolvimento dos educandos; entretanto, ele não é linear, para milhares dos alunos ele é trancado. O que torna nosso saber-fazer bem mais complexo do que
preveem, por vezes, as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem. Como oficio temos de saber mais sobre aprendizagem. (p.243)
Ensinar nessa época de grande avanço tecnológico não é fácil, pois competir com
as inovações que este oferece a cada novo dia é um desafio, portanto, requerem do
educador certo comprometimento e disposição com tudo que é vivenciado nesse
contexto atual. Está predisposto a aprender, pois a globalização invade e afeta
principalmente os ambientes educativos, necessitando que estejamos preparados
para o desafio diário. Por esse motivo (C.F Vasconcelos, 1985) diz:
Capacidade de refletir, não ser dogmático, nem fechado, capacidade de rever os pontos de vista, inteligência no trato com a realidade, aprender seu movimento, ir além do senso comum; profissional, competência, domínio da matéria e da metodologia de trabalho, segurança nos conceitos e técnicas, interesse e ânimo no que faz, preparo das aulas, atualização (p. 45)
Mais do que nunca a educação necessita de profissionais esforçados e que queiram
intervir com métodos novos que contribuam para uma escola que acolha os
iniciantes e os prepare para uma vida social saudável, uma ressignificação do fazer
docente de acordo com (Grossi 1982, p.55.) ―A chave desta ressignificação está com
a própria escola e certamente passa por um recriar o didático e o pedagógico, a
partir das transversalizações socioculturais (entre outros), que perpassam a sua
realidade e a sua inclusão nesse sistema escolar [...]‖ é necessário à ruptura de
certas convenções e paradigmas que se formaram pelo sistema e querer inovar,
acreditando numa aprendizagem significativa. Sobre isso Rego comenta:
A escola propicia às crianças um conhecimento sistemático sobre aspectos que estão associados ao seu campo de visão ou vivência direta (como no caso dos conceitos espontâneos). Possibilita que o individuo tenha acesso ao conhecimento cientifico construído e acumulado pela humanidade. Por envolver operações que exigem consciência e controle deliberado, permite ainda que as crianças se conscientizem dos seus próprios processos mentais (processos metacognitivo). (p.79)
Com isso, o professor nada mais é que um mediador desses conhecimentos visto
que a criança é um ser rico de informações e a escola precisa trabalhar essas de
maneira a transformá-las em conhecimento sistemático e consequentemente no
cientifico, porém ao modificar esses é necessário certo cuidado com o como ensinar
para que a criança possa se observar como sujeito participante na construção de
seu processo educativo. Almeida (2000) discorre:
A nós educadores cabe o compromisso de ―garantir‖ a educação do aluno. Bem ou mal fazemos parte da história de cada um e de uma realidade coletiva assim como ele também faz parte de nossa história. E essa consciência que deve nos dar força para romper o preestabelecido, traçando caminhos capazes de transformar a sociedade e, assim, garantir a maior participação possível. (p. 13)
O trabalho com a educação infantil é de grande relevância para a conquista da
aprendizagem dos indivíduos, pois, é a partir desse momento que o educador
começa a ser formador de opinião, passa a ser exemplo para os pequeninos, e no
contexto social em que estamos inseridos, é necessário que apostemos em
metodologias inovadoras que possam proporcionar aos educandos uma visão
encantadora da escola para que ela não seja tida como algo enfadonho e cansativo.
É necessário que a escola possa despertar nos infantis o gosto pelos estudos,
proporcionando um estudo básico significativo, para assegurar as crianças uma
aprendizagem real, e a sala de aula da educação infantil seja principio de uma
escola letrada em que os estudantes possam como diz Freire ‖ler o mundo‖, ou
seja, bem mais que decifrar signos e códigos linguísticos ter uma visão crítica da
realidade em que estar inserida, e a música pode ser este objeto, que venha auxiliar
os educadores na promoção dessa empreitada. Assim diz Barbosa (2000):
Todo educador quer educar, transmitir e preparar o individuo para as suas próprias teorias e conhecimentos, esperando que esses que estão sentados nos ―bancos da sabedoria‖ (escola) atinjam o momento certo de executar suas tarefas e assim, mais tarde, tornem-se ―homens felizes‖. Mais uma vez, perguntamos: desse modo, aonde os educadores querem levar as nossas crianças? (p.21)
É preciso que a educação infantil seja atrativa, pois, é a partir dessa fase que as
crianças começam a tomar gosto pelas coisas, educar na contemporaneidade, é
muito mais que transmitir conhecimentos prontos para que os alunos absorvam tal
qual lhes foi apresentados, por isso, para que nossos educandos se tornem homens
felizes é necessário uma escola que procure meios de encantar as crianças e dessa
maneira facilitar o aprendizado. Ressaltando o que está no PCN da Educação
Infantil:
Nessa perspectiva, o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.
A criança aprende através dos sentidos, principalmente da visão e audição, é
importante que o professor estimule sua participação nas atividades e dê
oportunidade aos educandos de perceberem os vários estilos musicais para que
possam expandir sua curiosidade em aprender não só os conteúdos a serem
ministrados em sala de aula, como também acerca das músicas que se ouvem, e
assim tornem-se suscetíveis a vislumbrar juntamente com suas experiências e
vivências uma estética mais apurada. Sobre isso Corsino (2006) comenta:
Nesse período, é importante a criança vivenciar atividades em que possa ver, reconhecer, sentir, experienciar imaginar as diversas manifestações da arte e atuar sobre elas. É fundamental que ela conheça as produções artísticas de diferentes épocas e grupos sociais, tanto as consideradas da cultura popular, quanto as consideradas da cultura erudita. O trabalho com as linguagens nas séries/anos iniciais tem como finalidade dar oportunidade para que as crianças apreciem diferentes produções artísticas e também elaborem suas experiências pelo fazer artístico, ampliando a sua sensibilidade e a sua vivência estética. (p.60)
Portanto, o ensino não deve ser apenas a transmissão de conhecimentos é preciso
que aprendamos a aprender e que estejamos abertos à interação, para que juntos
professores e alunos possam construir o conhecimento. No novo contexto
educacional se faz necessário pensar de maneira coletiva, não cabe agir e pensar
de forma individualista, mas, juntos, podemos fazer da escola um espaço de
construção de cidadania.
CAPITULO III
METODOLOGIA: PERCORRENDO CAMINHOS
A educação é um processo continuo que não acontece apenas no ambiente escolar,
ela se estabelece até mesmo em locais onde não esperamos. Por esse motivo
escolhemos fazer nossa pesquisa na Educação Infantil por entendermos que essa é
o principio do desenvolvimento escolar do individuo.
Para melhor desenvolvimento de nossos trabalhos adotamos a pesquisa qualitativa,
pois confiamos que essa nos possibilita a uma visão mais apurada do nosso objeto
de estudo. De acordo com Galliano (1986, p. 16) ―Por meio da investigação científica
o homem reconstitui artificialmente o universo real em sua própria mente. Mas essa
reconstituição ainda não é definitiva‖. A pesquisa é um objeto necessário para a
construção do conhecimento científico por essa razão a pesquisa qualitativa é a que
mais responde ao nosso propósito de estudo. Segundo Michaliszyn e Tomasini
(2005):
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. A abordagem qualitativa, ao contrario da quantitativa, aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas. (p.57)
Optamos por esse tipo de pesquisa por acreditarmos que ela nos fornece melhores
desdobramentos na interpretação dos dados coletados. Ainda em Michaliszyn e
Tomasini (2005):
o exercício da pesquisa nas ciências sociais deve ser, sobretudo, o do esforço por compreender o ―outro‖, o ―diferente‖, para que, a partir das diferenças observadas, sejamos capazes de melhor compreender a nós mesmos, nosso grupo social, a sociedade em que vivemos nossa cultura. (p. 26)
Esta pesquisa é caracterizada pela interação entre pesquisador e grupo pesquisado,
onde houve entre esses, envolvimento de forma cooperativa, resultando em ações
que viessem beneficiar a comunidade pesquisada. Esse tipo de pesquisa é
importante para nosso trabalho porque pretendendo observar e questionar
professores envolvidos na educação infantil. Podemos perceber que a escolha desta
é de grande relevância, pois fornece os indicadores do problema em estudo, com
isso, podemos verificar quais as finalidades da música na educação infantil e a
relevância que os professores estabelecem para ela em sala de aula.
3. 2 – Sujeitos da pesquisa
A pesquisa foi realizada com professoras da educação infantil de 3 escolas públicas
do município de Itiúba-Bahia. Dentro desse contexto foram escolhidas 4 professoras
que lecionam na Creche Padre Eduardo Clemente, 2 da Escola Municipalizada
Getúlio Vargas, 1 da Escola Municipalizada Luiz Navarro de Brito.
A escolha desses professores se deu em função do nosso objeto de estudo ser: as
finalidades da música na educação infantil, pois eles trabalham nessa modalidade
de ensino e fazem atividades que utilizam música, e podem assim contribuir com
informações que favoreçam para que nossa pesquisa possa obter êxito.
3. 3 – Lócus da pesquisa
A pesquisa foi realizada nas escolas de ensino fundamental da cidade de Itiúba-
Bahia, antiga Fazenda Salgada. Situada na região do semiárido do nordeste baiano,
com 1738,8 Km2, tendo aproximadamente 36.128 habitantes, e uma densidade
populacional de 20, 22hab./Km2, com 77 anos de emancipação política. (censo do
IBGE 2004).
É uma cidade rural, tem sua economia sustentada pela agropecuária e a extração
mineral (minério de ferro e cromo) destacando-se Rômulo Campos como seu
principal povoado por ter o maior número de habitantes e melhor acesso à sede,
além do açude Jacurici que promove o turismo, atividades pesqueiras e de irrigação.
Cercada por lindas serras, montanhas e açudes ótimos. Seu clima frio apresenta
dias neblinados durante o inverno. (wikimapia.org).
Possui no centro da cidade 09 escolas públicos sendo 06 de domínio municipal que
comporta alunos da Educação Infantil às Series Iniciais do Ensino Fundamental, e
outra da educação infantil ao ensino fundamental; 2 estaduais ministrando Ensino
Fundamental e Ensino Médio.
Diante desse contexto, nosso trabalho de pesquisa foi realizado em três escolas da
rede municipal de ensino, visto que apenas uma unidade não supriria as
necessidades apresentadas pelo objetivo do estudo. Abaixo citaremos
detalhadamente as escolas.
A pesquisa teve vários lócus porque o município não tem uma instituição destinada
apenas a Educação Infantil, dessa maneira ficava inviável a realização do estudo,
pois o número de professores não atendia ao objetivo proposto.
3. 3.1 – Primeiro Espaço: Creche Padre Eduardo Clemente
Localizada a Rua Hamilton Pitanga, s/ nº, Bairro Projeto Sertanejo I na cidade de
Itiúba-Bahia, funciona nos turnos matutino e vespertino, contemplando crianças de 1
ano e meio a 5 anos de idade, trata-se de uma casa alugada de pequeno porte,
contando com 3 salas, 1 banheiro, 1 cozinha, 1 dormitório, 1 área, 1 quintal. O seu
quadro de funcionários e composto da seguinte forma: 1 diretora concluindo o nível
superior pela rede UNEB, 3 professoras que possuem formação em pedagogia, 1
estar em fase de conclusão do nível superior em pedagogia pela UNEB, 2 possuem
apenas o magistério, atende no momento a 80 crianças. A maioria da clientela é de
baixa renda de bairros circunvizinhos, provenientes de famílias desestruturadas
social e afetivamente.
3. 3. 2 – Segundo Espaço: Escola Getúlio Vargas
Localizada à Rua Vereador Osvaldo Campos, nº 227. A mesma atende no presente
momento duzentos e noventa e três alunos, nos períodos matutino e vespertino
oferecendo ensino desde a educação infantil até o quinto ano do ensino
fundamental. Trata-se de uma escola de pequeno porte, possui seis salas de aula,
dois sanitários, uma sala de direção, uma cozinha, uma dispensa, uma quadra de
esportes e uma grande área ao seu redor. O intervalo acontece após três horas e
meia do inicio do funcionamento escolar, dura cerca de trinta minutos e acontece
para todas as turmas ao mesmo tempo. Conta com os serviços de um diretor, um
corpo docente composto por quatro professoras e uma equipe de apoio formada por
quatro auxiliares de ensino com formação em magistério. Conta ainda com os
serviços de um vigia, uma merendeira e três auxiliares de serviço geral.
A maioria da clientela é oriunda de classes populares, que enfrenta dificuldades
tanto financeiras como social e possivelmente carentes também de afetividade.
Contemplados em uma faixa etária de 4 a 20 anos, são moradores dos bairros
periféricos da cidade, alguns chegam à escola por meio do ônibus disponibilizado
pela prefeitura. Entre a clientela existem alguns alunos com necessidades
educacionais especiais, para os quais a escola ainda não esta instrumentalmente e
profissionalmente preparada para fazer o atendimento.
3. 3. 3 - Terceiro Espaço: Escola Luiz Navarro de Brito
Situada a Rua Manoel Augusto Moura s/ nº, Bairro do Alto, na cidade de Itiúba-
Bahia, é uma instituição de pequeno porte, funciona em dois turnos matutino e
vespertino contemplando desde a Educação Infantil a o Ensino Fundamental das
series iniciais, atende a 300 alunos matriculados, a faixa etária de 4 a 21 anos de
idade, vindas da periferia da cidade, e de famílias das classes populares. A referida
escola tem 6 salas, 3 banheiros, 1 cantina, 1 diretoria, 1 sala de informática, 1 pátio,
1 dispensa, 1 depósito.
Seu quadro funcional é composto por: 1 diretora, 1 vice-diretora, 1 secretaria, 1
coordenadora de ensino, 1 digitador, 10 professoras, dessas 1 possui nível superior
completo e as outras estão em fase de conclusão do nível superior, 2 merendeiras, 4
zeladoras, 2 guardas.
3. 4 – Os instrumentos de pesquisa
A pesquisa foi realizada por intermédio dos seguintes instrumentos: questionário
fechado e aberto, análise documental, que foram ferramentas fundamentais para a
aquisição dos elementos necessários à constituição deste trabalho.
3. 4. 1 – Questionário
Sobre questionário Andrade (1999, p. 130) define: ―Questionário é um conjunto de
perguntas que o informante responde, sem necessidade da presença do
pesquisador‖. Essa modalidade de metodologia foi escolhida porque é a que mais
forneceu subsídios para o bom andamento da pesquisa.
O questionário fechado foi escolhido porque é uma forma direta de obter
informações sem mais demandas. Sobre isso Andrade (1999, p. 130-131) diz: (...)
―Perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro opções de respostas
ou se limitam à resposta afirmativa ou negativa, e já trazem espaços destinados à
marcação da escolha‖.
Essa metodologia é relevante para nossa pesquisa porque por intermédio dela
angariamos maiores informações que podem favorecer o andamento da nossa
questão de estudo, e assim nos possibilitará analisar mais fielmente as respostas
obtidas.
O questionário aberto também foi utilizado na nossa pesquisa uma vez que nos
forneceu informações relevantes para fazermos análise das finalidades que os
professores estabelecem para a música no cotidiano escolar. Para (1999):
(...) as perguntas abertas dão mais liberdade de resposta, proporcionam maiores informações, mas tem a desvantagem de dificultar muito a apuração dos fatos. Dificilmente perguntas abertas podem ser tabuladas e precisam ser agrupadas, por semelhança, para serem analisados. (p. 130-131)
O questionário aberto foi utilizado para que possamos interpretar sobre o que
pensam os professores a respeito da inserção da música em sala de aula, e para
que a nossa questão de estudo possa ser respondida e nosso trabalho venha ser
enriquecido.
Os questionários abertos e fechados foram distribuídos aos professores da
Educação Infantil, contam com vinte e uma questões para esse propósito com o
objetivo de identificar a utilização da música em sala de aula. E com o intuito de
investigar a relação que é criada entre a escola e a música isso nos forneceu bases
para a análise de nosso tema de pesquisa.
Esse instrumento de coleta de dados foi preferido, pois mesclando as duas
estratégias o trabalho fica mais enriquecido, pois permite a expressão do
questionado sem maiores demandas na interpretação dos dados.
3. 4. 2 – Análise documental
A análise documental foi outra técnica relevante, pois, possibilitou refletir acerca dos
documentos estabelecidos nas unidades escolares e o desdobramento que os
educadores oferecem á eles. Para Caulley (apud LÜDKE e ANDRE, 1986):
análise documental busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões e hipóteses de interesse‖; ―Uma pessoa que deseja empreender uma pesquisa documental deve, com o objetivo de constituir um corpus”. ―Satisfatório, esgotar todas as pistas capazes de lhe fornecer informações interessantes‖.(p.38)
Esse instrumento de coleta de dados é importante porque a partir dele podemos
perceber o que os documentos mostram e quais são as interpretações e ligações
que os profissionais fazem em sua prática educativa.
Com a análise documental levantamos fontes que justificam o arrolamento de nossa
pesquisa, foram utilizados nessa etapa o PPP (Projeto Politico Pedagógico) da
escola e os planos de aula de cada professor questionado, documentos que inferem
sobre o processo educativo, Dentro dessas fontes encontramos subsídios que
deram um aporte teórico significativo para o desenvolvimento de nossa pesquisa.
Nesse sentido, compreendemos que os instrumentos utilizados são de grande
relevância para analisarmos e estabelecermos reflexões sobre as finalidades que se
faz da música pelos professores da educação infantil em seus planejamentos e na
execução de suas aulas, assim chegamos a uma conclusão que tais elementos
facilitam ou não o aprendizado das crianças da Educação Infantil.
CAPITULO IV
DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS
A exposição dos dados coletados será feita por intermédio de itens que iremos
classificá-los de acordo com a analise e interpretação que faremos dos resultados
obtidos por meio dos instrumentos já apresentados.
4.1. Perfil dos professores pesquisados
Todos (as) educadores (as) pesquisados são do sexo feminino, acreditamos que a
colocação de mulheres na educação infantil se dá pelo fato, de serem mais dóceis,
são avós, mães, tias, irmãs e donas de casa, que cuidam ou já cuidaram de crianças
pequenas; e pelo antigo mito de que a educação infantil é apenas para que as
crianças recebam os cuidados necessários a sua sobrevivência nesse sentido é
conveniente à presença quase que em massa de mulheres na educação infantil. De
acordo com RCNEI, (1998):
Em consonância com a LDB, este Referencial utiliza a denominação ―professor de educação infantil
‖9 (...)O trabalho direto com crianças
pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento (...) (p.41)
RCNEI (1998, p.41) ―professor de educação infantil‖ é: ― O corpo profissional de
grande parte das instituições de educação infantil de todo o país, hoje, é ainda
formado, em sua grande maioria, por mulheres‖. Isso justificando a preferencia de
mulheres na ocupação dessas funções.
4.1.1 – Nível de formação dos professores
Figura 1
14%
29%
43%
14%
Magistério
Pedagogia
Superior Incompleto
Pós Graduado
Fonte: questionário fechado
Dos professores questionados, conforme mostra o gráfico, 14% só possuem a
formação inicial, ou seja, magistério, que por se tratar de uma profissional de idade
avançada e que não teve as devidas oportunidades, somente agora está buscando
continuidade no estudo. A maioria das educadoras questionadas estão cursando o
nível superior em Pedagogia, representando 43%, que atendendo a LDB 9394/96
que estabelece novas diretrizes para a formação de professores, onde a partir da
data estabelecida nenhum profissional poderá exercer sus funções sem a devida
formação. Contudo, isso mostra que essas professoras são educadoras que
demonstraram valorizar a questão dos estudos, pois seguem em frente com sua
formação, pois, além do curso que estão fazendo, participam também de outros
promovidos pela escola sem que haja obrigatoriedade na oferta. Outras concluíram
o curso de pedagogia, num total de 29% e outras são pós-graduadas, representando
14% também em consonância com a referida lei. Sobre isso a LDB em seus Art.
discorre:
Art. 62 – A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Art. 64 – A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em curso de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
Portanto, a partir da promulgação dessa nova LDB, passou a ser exigência e
obrigatoriedade a formação profissional, contudo apesar do caráter obrigatório os
profissionais que colaboraram com nossa pesquisa aparentaram ir além das
exigências apresentadas pelo sistema de ensino por questão de formação pessoal.
4.1. 2 – Tempos de serviço
57 % dos profissionais exercem suas funções há mais de 10 anos. 29% há mais de
5 anos, 14% até cinco anos.
Figura 2
57%29%
14% Mais de 10 anos
Mais de 5 anos
5 anos
Fonte: questionário fechado
Os profissionais exercem suas funções há bastante tempo, a experiência é algo
relevante no papel dos educadores da educação infantil, pois, isso dará habilidades
necessárias para assumirem a classe sem muitas delongas. De acordo com Fávero,
(2001):
Não é só frequentando um curso de graduação que o indivíduo se torna profissional. É, sobretudo, comprometendo-se profundamente como construtor de uma práxis que o profissional se forma. A partir de sua prática, cabe a ele construir uma teoria, a qual, coincidindo e identificando-se com elementos decisivos da própria prática, acelera o processo, tornando a prática mais homogênea e coerente em todos os elementos. Assim, a identificação teoria-prática deve apresentar-se como ato crítico, no qual se demonstra que a prática é racional e necessária e a teoria, realista e racional. (p. 65)
Podemos perceber que a prática é relevante na ação educativa, pois, este acelera o
processo reforçando o que pode ter sido adquirido como componente teórico, a
experiência ajuda a construir a teoria por intermédio dos componentes apanhados
com a prática, ou seja, o tempo de serviço possibilitará aos educadores melhor
compreensão do desenvolvimento escolar de cada individuo.
4.1. 3 –Tempo que leciona com a educação infantil
43% têm mais de dois anos na educação infantil, 29% têm apenas um ano, e 29%
mais de 10 anos.
Figura 3
29%
0%
29%
42%Um ano
Cinco anos
Mais de 5 anos
Mais de 2 anos
Fonte: questionário fechado
As pessoas questionadas estão em sala de aula há certo tempo, porém há pouco
que ingressaram nessa modalidade de ensino, mas a maioria tem mais de dois anos
que atua. Diante disso, em consonância com LDB 9394/96, Art. 21, que define a
formulação da ―educação básica pela educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio‖. A atuação há pouco tempo nessa modalidade de ensino vem de acordo
com a vigência da lei que regulamenta inserção da criança no sistema educacional
brasileiro, ou seja, a educação infantil assistida pelo poder público com caráter
educativo estar em vigor há pouco tempo.
4.1. 4 – Se têm filhos criança
Os profissionais questionados têm filhos, porém já não são mais crianças, ao
responderem o questionário relataram que acham importante cantar para as
crianças pequenas, pois isso desenvolve muito sua percepção auditiva, além de
estimular o desenvolvimento. De acordo com Santa Rosa (1990, p.21) ―A simples
atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série
de aptidões importantes‖. O autor vem confirmar o pensamento dos educadores que
para a educação das crianças a música é um fator relevante nesta empreitada.
Achamos conveniente observar se os professores são pais, porque isso ajuda a
percebê-los como educadores fora do espaço escolar, visto que a educação
principia no ambiente familiar. E como pais se percebem a intervenção da música na
educação das crianças. Pois, como educadores o fato de serem pais se torna maior
para o desenvolvimento do individuo, porque este começa a desenvolver o seu
trabalho como educador no seio familiar. E, como pais eles podem observar os
efeitos da música na educação infantil.
4. 2 – O que dizem os professores
4. 2. 1 – Em relação as finalidades da música no cotidiano escolar
Quando perguntado sobre a utilização da música no cotidiano escolar o professor
nos respondeu o seguinte:
1P 2: Sim, a música facilita a aprendizagem dos alunos, sempre que a
música é utilizada nas aulas percebemos que o nível de aprendizagem é melhor.
P3: Porque estimula a compreensão do pensamento, pode contribuir para ampliar o conhecimento em determinados conteúdos.
P6: a música pode tornar-se uma excelente ferramenta nas aulas, pois desperta o interesse e provoca entusiasmo na turma.
P7: Sim, relaxa, se aprende brincando, melhora o desenvolvimento e a aprendizagem em sala de aula, etc.
De acordo com os professores a utilização da música no cotidiano escolar é de
grande colaboração, pois, facilita o aprendizado, reforçando a aquisição dos
conhecimentos, da socialização, da atenção e como estímulo para a inserção da
criança na dinâmica escolar. Nessa perspectiva, a utilização da música é relevante,
pois além de estimular os movimentos, ativa o cérebro para a conquista dos saberes
necessário. De acordo com Vygotsky (1987 apud Brasil 2006)
ao interpor realidade, imaginação, emoção e cognição, envolve reconstrução, reelaboração, redescoberta. Nesse sentido, é sempre um
processo singular no qual o sujeito deixa suas marcas revelando seus encaminhamentos, ordenamentos e formas próprias de se relacionar com os materiais, com o espaço com as linguagens e com a vida. (p.51)
A música é aquela estratégia que facilita o aprendizado por ser de fácil memorização
e por ser estimuladora, ela abre um leque de possibilidades para sua inserção na
busca do saber, pois o seu uso pode ser feito nas várias áreas do conhecimento,
como por exemplo: para ensinar sequência numérica em matemática, para melhorar
a expressão oral, divulgar aspectos geográficos, entre outros, dependendo da
criatividade do educador.
4. 2. 2 – A finalidade da música em sala de aula
Ao serem inquiridos sobre as finalidades da música. As respostas foram as
seguintes:
P3: Acredito que a primeira é para sensibilizar depois desenvolver a linguagem, audição e também os movimentos corporais quando forem músicas com gestos.
P4: Com a finalidade de que o aluno adquira conhecimento do conteúdo através da música.
P6: Para aspectos sociointeracionistas como recreação, boas vindas, introdução de conteúdos e fortalecimento de laços de amizade e autoestima.
P5: Com a finalidade de aprender com que a música diz, e também com a diversão.
As respostas adquiridas vêm confirmar o nosso pensar que a inserção da música em
sala de aula é um grande contributivo para despertar no educando as diversas áreas
do conhecimento, pois é uma tática de ensino interessante e motivadora. Nesse
sentido, Zampronha (2002) diz:
Como atividade lúdica, (a música) se recorta como um jogo, cuja dinâmica é caracterizada por uma escuta que se enriquece da aprendizagem, motivando, criando necessidades e despertando interesses. (...) Como função criativa a música amplia nossa compreensão do mundo e possibilita um inter-relacionamento entre o que sentimos pensamos. (...) como interface de desenvolvimento social, a música permite que se participe do sentimento de uma época, presente ou pretérita, fornecendo as bases técnicas e estéticas para que essa vivência se estabeleça (p.121-123).
1 Utilizamos a letra P e numerais para mantermos oculta a identidade dos professores.
A música é um grande estímulo nas atividades humanas, ela oferece uma riqueza
de ritmos que envolvem e trazem um enorme bem-estar, o que contribui muito com o
desenvolvimento social e cognitivo das crianças em fase de aprendizagem. Por essa
razão ao introduzir as canções no cotidiano escolar o educador estará contribuindo
para desenvolver no educando não apenas a audição, mas, poderá também ajuda-lo
a melhorar sua dicção, seu desenvolvimento psicossocial, sua capacidade de
interação sua cognição. Porque ela pode ser empregada em diversos fins o que
pode ganhar um significado maior a sua inserção no dia-a-dia da sala de aula.
A música quando empregada de maneira recreativa contribui para o
desenvolvimento físico e motor da criança, quando utilizamos a música ―cabeça,
ombro, joelho e pé, estamos induzindo a criança a praticar esses movimentos‖,
quando usamos a música ―uni, dune t‖ estamos induzindo a criança ao
desenvolvimento da linguagem na articulação das palavras; apesar de que não se
observa a utilização da música dessa forma.
Já para que o aluno adquira conhecimento do conteúdo ou na introdução deste, e
necessário o conhecimento de um leque de músicas pelo professor e também a
percepção deste no sentido que se possa fazer uma análise crítica da aprendizagem
que possa proporcionar.
4.2.3- Reflexão sobre as músicas utilizadas na prática pedagógica
4.2.3.1- Reflexão sobre a letra de música
Procuramos entender quais procedimentos que os professores utilizam ao elaborar
suas aulas utilizando a música como recurso, se isso acontece com um
planejamento prévio ou se a utilizam aleatoriamente.
P2: Algumas vezes, já que muitas músicas utilizadas são para recepciona os alunos, trabalhar conteúdos, estimular a atenção, o raciocínio, a coordenação motora, etc.
P3: Depende, se a música for usada como ponto de partida da aula sim. Mas às vezes, ou melhor, costumo cantar com a turma por prazer, para estimular a ver a vida de forma bela.
P5: Não porque as vezes escolho uma e na hora surgem outras.
P7: Quando é possível, sim.
E as respostas nos remeteram a conclusão de que alguns planejam a introdução da
música em suas aulas e fazem analise da letra para ver se essa contribui com o que
quer atingir com o seu uso, mas que a maioria a utilizam de forma aleatória, como
maneira apenas de passar o tempo ou de entretenimento das crianças, pois como
cantar é uma coisa que todo mundo gosta utilizam para preencher os espaços vagos
da carga horária de sua jornada de trabalho. Segundo Freire (1979)
Para ser válida, toda educação, toda ação educativa deve necessariamente estar precedida de uma reflexão sobre o homem e de análise do meio de vida concreto do homem concreto a quem queremos educar (ou melhor, dito: a quem queremos ajudar a educar-se).
Faltando uma tal reflexão sobre o homem, corre-se o risco de adotar métodos educativos e maneiras de atuar que reduzem o homem à condição de objeto.(p.34).
O educador é um ser que colabora para a transformação social, portanto, contribuir
com a coisificação do homem como o trecho acima menciona é uma contradição ao
seu papel, e ao preparar suas aulas a intensificação dessa consciência deve
prevalecer. Portanto, é necessária uma análise reflexiva sobre todas as ações
educativas para que o ensino aconteça de maneira humanizadora, e a utilização de
quaisquer que sejam as músicas, seja ela infantil ou não, se faz necessário antes
uma reflexão do que está expressando sua letra para não correr-se o risco de estar
induzindo a conceitos errôneos ou preconceitos pré-estabelecidos nas crianças. De
forma que as canções utilizadas precisam colaborar para formação da pessoa como
um todo.
4. 2. 3. 2 – Selecionar as músicas utilizadas na prática docente
As respostas emitidas nos fizeram acreditar que há uma contradição nas respostas,
apresentadas pelos professores, pois ao mesmo tempo em que falam ser necessário
selecionar as músicas a serem trabalhadas nas aulas as respostas anteriores
indicam que não costumam refletir sobre a letra.
P2: Sim, se não houver essa seleção, corre-se o risco de utilizar músicas inadequadas que não ajudarão em nada no desenvolvimento da criança.
P3: Com certeza, conforme a faixa de idade e o tipo de música ―letra‖, essa deve ser analisada pela professora antes.
P6: É necessário, até mesmo para que desenvolva um gosto musical, onde a letra da música faça sentido para o aluno.
P7: Sim, pois utilizo músicas que melhorem o desenvolvimento do aluno e sua aprendizagem.
É importante selecionar as músicas para que seu uso não seja errôneo, e ao invés
de ajudar na educação venha contribuir para despertar preconceitos, agressividade,
desrespeito ao outro, as músicas são um universo de informações e contribuições,
porém, temos de ter cuidado para não reproduzir conceitos ultrapassados. Segundo
Arroyo (2011):
Somos professoras. Somos, não apenas exercemos a função docente. Poucos trabalhos e posições sociais podem usar o verbo ser de maneira apropriada. Poucos trabalhos se identificam tanto com a totalidade da vida pessoal (...). Carregamos angústias e sonhos da escola para casa e de casa para a escola. Não damos conta de separar esses tempos porque ser professoras ser professores faz parte de nossa vida pessoal. É o outro em nós. (p.27)
Pois sendo a escola, consequentemente o professor um facilitador do aprendizado,
precisa colaborar para desmistificar os contra valores que a sociedade transmite. E
muitas vezes as letras de músicas cantadas pelas crianças e professores precisam
ser analisadas antes de inseridas no contexto educativo.
4. 2. 4 – O que pensam sobre as músicas veiculadas nos meios de
comunicação de massa
Alguns dos questionados disseram que a influência desses meios é muito
significativa na educação escolar dos indivíduos, principalmente a televisão que está
presente em quase todos os lares, e que apesar da classificação por idade, não
costumam selecionar as canções que irá veicular em sua programação.
P1: Sim, pois desenvolve na criança o desenvolvimento cognitivo transmitindo ideais e comunicação social.
P2: Sim, a mídia é um instrumento poderoso pois ao mesmo tempo que faz um trabalho bom, pode influenciar nos costumes na cultura da população, as vezes muito mais que a escola.
P3: Sim, porque os meios de comunicação de massa exercem uma influencia muito grande nas crianças, principalmente nas classes mais pobres. Na sua grande maioria perniciosos, sem uma certa preocupação
com a clientela infantil. As músicas que se ouve, não tem qualidade literária, muito barulho e as letras horríveis.
P4: Sim, porque no momento da música desenvolve-se oralmente e a partir dai vem o conhecimento de leitura de mundo.
P5: Ruim, boas, regular, pois algumas são educativas e na sua maioria veiculam as não educativas.
As pessoas questionadas falam que os meios de comunicação interferem muito na
educação das crianças, dizem que dependendo da programação traz benefícios aos
pequenos, porém, há certa contradição no pensamento, pois ao mesmo tempo em
que falam dos meios como influencia positiva citam que eles trazem conteúdos que
deseducam de acordo com o RCNEI (1998)
Dependendo da maneira como é tratada a questão da diversidade, a instituição (os meios de comunicação)
2 pode auxiliar as crianças a
valorizarem suas características étnicas e culturais, ou pelo contrário, favorecer a discriminação quando é conivente com preconceitos‖.( p.13)
Dessa maneira percebe-se que, os meios de comunicação interferem na educação,
principalmente no que diz respeito aos estilos musicais que veiculam neles. Pois,
muitas músicas veiculadas nesses meios são de fácil absorção pela criançada e
nem sempre essas trazem conteúdos educativos, ao contrário são cheios de
desrespeito e preconceitos horríveis.
4. 2. 5 – A utilização das músicas folclóricas sem uma prévia reflexão sobre o
conteúdo da letra.
Ao serem questionadas sobre as músicas folclóricas, e o contexto que as
educadoras estabelecem para elas visto que o folclore faz parte da programação
escolar, inserindo-se neste. E por essa razão há uma valoração enorme deste
assunto nas escolas.
P1: Não. Para se trabalhar com esse tipo de música é importante que o professor tenha noção sobre o que vai refletir sobre a música folclórica. P2: Não poderia, mas acabamos usando e na maioria das vezes nem nos damos conta de como elas são carregadas de preconceitos.
2Grifo da autora.
P3: Podem desde que haja uma pré-reflexão da professora não é porque, são folclóricas que não precisam ser analisadas. P4: Somente nas datas folclóricas, ou seja, na semana do folclore.
Os professores questionados mostraram que emprega em suas aulas a música
como instrumento, porém alguns desconhecem que muitas cantigas que são
inseridas nas atividades escolares fazem parte do folclore, que ao utilizar essas
canções também estão contribuindo para a preservação da cultura popular. Em
Estevão (2002):
A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida. (p.33)
Como todo método de ensino, as músicas, nesse paragrafo citamos em especial as
folclóricas que tem um cabedal significativo de informações e ensinamentos,
passados de geração a geração, porém, e preciso salientar que o educador
necessita atentar que: não é por ser do folclore que as músicas são completamente
desprovidas de más intenções, tabus e crendices, por isso, devemos ter certo
cuidado ao cantar com os pequeninos, por exemplo:
Atirei o pau no gato mas o gato não morreu reu,reu Dona Chica, cá, cá admirou-se, se, se do berrou, do berrou Que o gato deu, miau!
Essa é uma canção folclórica que pode incitar a violência contra os animais, um dos
motivos que se faz necessária análise da letra, para evitar que certos atos venham
aparecer como normais. Não podemos cantar por cantar, visto que a canção servirá
para instruir os educandos, não é essa espécie de instrução que gostaríamos de
estar oferecendo por isso e necessário fazermos uma análise prévia do que vamos
administrar em nossas aulas.
Contudo, as músicas folclóricas não podem ser esquecidas diante de tantas coisas
que o mercado midiático vem oferecendo a população como um todo, e em especial
as crianças, que como estão numa fase de crescimento, propicia a apreender tudo e
aprender. Devem ser também lembradas para que não percamos nossas raízes e
elas desapareçam como os bichos, plantas, etc. que acabaram ficando em extinção.
De acordo com PCNs (1997)
A contribuição da escola, portanto, é a de desenvolver um projeto de educação comprometida com o desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la. Um projeto pedagógico com esse objetivo poderá ser orientado por três grandes diretrizes. [...] não tratar os valores apenas como conceitos ideais [...] (p.27)
A instrução que a escola precisa oferecer aos educando é aquela que contribua
como crescimento pessoal sem que venha inserir nos educando qualquer tipo de
contra valor, e que possibilite uma reflexão sobre os conteúdos apresentados nas
aulas ministradas, e também a preservação do patrimônio cultural.
4.2.5.1- Introdução das músicas folclóricas, as parlendas, as cantigas de roda,
em sala de aula.
A respeito da inserção das canções folclóricas no desenvolvimento das atividades
escolares.
P2: Sim, porque além de fazer parte da nossa cultura, utilizamos como recurso para a aprendizagem.
P3: Sim, porque costumo trabalhar com rimas e na sua maioria me ajudam muito.
P7: Sim, uso somente as que podem enriquecer o conhecimento do aluno, o seu desenvolvimento com os colegas, música que colaborem na aprendizagem dos alunos.
P5: Não costumo cantar as infantis e as mais conhecidas.
As músicas folclóricas são riquíssimas, além de serem uma produção cultural, e ao
trabalhar com elas em sala de aula os educadores estarão favorecendo a
conservação das raízes e podem contribuir para que elas não se extingam. Sem
contar que servem e muito como colaborador no desenvolvimento da linguagem.
Pois, a linguagem é uma forma de comunicação que a criança adquire na
convivência social, ou seja, na interação com o outro e a expressão musical do
folclore pode apresentar inúmeras maneiras de desenvolver a linguagem dos
pequeninos. ―Por meio da linguagem, o ser humano pode ter acesso a outras
realidades sem passar, necessariamente, pela experiência concreta‖ (BRASIL, 2008,
p.24). As cantigas folclóricas podem levar para a sala de aula a diversidade cultural,
pois o nosso país é muito rico culturalmente.
4.2. 6 – A influencia da música na educação das crianças
No comentário dos educadores a respeito foi possível perceber que eles acreditam
que a influência da música no aprendizado existe, e que é importante trabalhar com
o auxílio dela em sala de aula, ainda que seja como forma de descontrair os
educandos.
P2: Sim, a música faz parte da vida, e ela está por toda parte, cabe a escola sensibilizar a criança para que ela consiga lidar com todas as influencias que a música traz.
P3: Com certeza a cantora baiana Ivete Sangalo, descobriu que tinha habilidades para música quando pequena no seu seio da família, e tantos outros, música também possui a vertente da hereditariedade.
P6: Influencia na medida em que estes exerce forte poder de persuasão nas pessoas. Tem um alcance maior.
P7: Sim, dependendo do meio em que ela vive.
Sobre isso Santa Rosa (1990) diz:
(...) a criança se encontra num processo de apresentação. Quando canta, numa conceituação mais ampla, ela está fazendo uma apresentação da representação construída através de uma leitura de mundo. (...) representa modos próprios de perceber e assimilar o ambiente ao redor. (p.22)
É notório o valor que a introdução da música pode somar a aprendizagem e ao
desenvolvimento das crianças em fase de crescimento, o quanto ela é benéfica para
nós em todas as áreas de nossa vida, porque ativa nossos neurônios e também
proporciona um conforto interno que eleva a autoestima e promove notáveis
mudanças de comportamento, favorecendo assim a assimilação de coisas novas, a
inter-relação com os fatos que acontecem no cotidiano. Algumas respostas:
P1: A música exerce uma influência muito grande na vida da criança no: desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, vivenciando a forma lúdica.
P2: Influencias positiva se a escola utilizar a música para desenvolver habilidades, músicas instrumentais, valorização das diferenças etc.
influencias negativas quando usam a música para ofender, humilhar, discriminar, etc.
P3: Acredito que vai depender do tipo de música que for trabalhada. Se forem músicas de baixo escalão que estimula a violência, a desordem com palavrões, e desvalorizando o outro (a mulher) a influencia será negativa.
P5: Mais ou menos, algumas boas outras ruins, depende qual o programa
que você escolheu para seu filho assistir.
As respostas nos levaram a perceber que de uma forma ou de outra, a música faz
parte da vida das crianças e que contribui muito para o seu desenvolvimento,
estando ela inserida ou não nas atividades escolares. Para Santa Rosa (1990):
As atividades musicais contribuem para que o individuo aprenda a viver na sociedade, abrangendo aspectos comportamentais como disciplina, respeito, gentileza e polidez e aspectos didáticos, com a formação de hábitos específicos, tais como os relativos a datas comemorativas, à noção de higiene, a manifestações folclóricas e outros.( p. 22).
Portanto, a música é como as brincadeiras para a educação infantil, sem elas há
existência de um vazio que o educador sozinho não pode preencher. Como o autor
fala, a contribuição da música é imensurável, pois, além da colaboração com a
fixação dos conteúdos nas atividades em sala de aula, ela colabora com a formação
do caráter, da identidade do educando, com a valorização pessoal, é uma
multiplicidade de funções que seu uso promove.
4. 2. 7 – As músicas utilizadas
Procuramos verificar se os professores utilizam música como auxilio no processo de
aprendizagem dos educandos, e quais são as músicas que para eles fazem esse
papel.
P3: Costumo variar muito gosto de Toquinho, Vinicius, Fabio Jr. Religiosas, músicas folclóricas, juninas, xote. Gosto de vários gêneros, mas, analiso sempre a letra.
P5: Cantigas de roda, parlendas, folclóricas, músicas de relaxamento ou de comportamento.
P6: Cantigas de roda.
P7: Cantigas de roda, folclóricas, religiosas, e outras para estimular o aprendizado e o senso crítico.
Nas respostas obtidas há uma disparidade de ideias, pois em momentos anteriores
foram apresentadas respostas que contradizem as dadas nesta. No entanto é
interessante observar que o gosto pessoal de alguns contribui para um fazer cheio
de significados. Segundo o PCN
Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito pela discriminação. O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de dialogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural. (p.33).
Portanto, ainda que de maneira aleatória o costume de cantar ou colocar música
para as crianças, pode contribuir com o aprendizado dos educandos, favorecer o
crescimento psicossocial, o desenvolvimento físico motor e em especial colaborar
para que as crianças possam aumentar o seu conhecimento cultural e valorizar as
diferentes formas de expressões musicais.
4. 2. 7. 1 – A frequência
Fizemos essa indagação pensando em observar por quantas vezes a música é
empregada como instrumento de aprendizagem pelos educadores. O que podemos
constatar é que a maioria utiliza canções quase todos os dias, com ou sem intenção
de aproveitá-la como apoio didático, às vezes, apenas para matar o tempo.
P3: Praticamente todos os dias, canto e recanto com a turma.
P5: Umas duas vezes por semana.
P6: Até cinco, até pegar o ritmo musical.
P7: Quase todos os dias da semana, nem que seja como acolhida.
Com o auxílio das canções a aula pode tornar-se interessante, e a contribuição que
o educador pode dar também pode receber e assim expandir seu conhecimento.
Nesse sentido, para Kolleutter (apud BRITO, 2001, p. 121) ―aprender a apreender do
aluno o que ensinar‖ e – ainda – que ―o melhor momento para ensinar um conceito é
aquele em que o aluno quer saber‖. Ou seja, a introdução das canções na sala de
aula pode tornar-se uma estratégia proveitosa para professores e alunos, pois pode
estimular a aprendizagem, incentivando o educando a buscar o conhecimento.
Vale ressaltar que mesmo quando não há intenção as canções podem ser
instrumento de aprendizagem como foi falado anteriormente, elas trazem um
universo de informações que podem se converter em aprendizagem.
4. 2. 7. 2 – A intencionalidade da música em sala de aula
Quais as atividades propostas pelos educadores quando promovem a introdução
das canções em suas aulas.
P3: Todos os dias na acolhida e se necessário nas aulas como estratégia.
P5: Que eles façam silêncio e prestem atenção na letra da música para depois cantarem.
P6: Propor atividades relacionadas com o que foi observado tais como desenho, colagem, dança, e outras.
P7: Inicialmente, é como meio de acomoda-los, em seguida serve como introdução de uma história, conteúdo, e no momento da recreação.
Alguns profissionais responderam que quando utilizam desse recurso é para deixar
os alunos em silêncio, ou como acolhimento ou estratégia, o que demonstra ser
esse exercício pensado antes da admissão no plano de aula, no entanto em suas
falas não se percebe se esse planejamento está contemplando a contextualização
da mesma. Segundo Santos (2010, p.37): ―a música faz parte de nossa produção
cultural e, como tal, deve ser trabalhada com nossos alunos‖. Visando uma
aprendizagem significativa.
As respostas ao questionário vem demonstrar que o profissional da educação infantil
emprega a música em suas atividades diárias, também como apoio didático e veem
resultado na introdução dela como fim educativo, ou pelo menos em termos de
controle de comportamento. É o que pude compreender com suas falas.
4. 3 ANÁLISE DOCUMENTAL
Toda atividade educativa requer um planejamento prévio, para que o decorrer possa
ter êxito em seu processo de execução é necessária a elaboração de Planos de aula
para que a improvisação não seja o marco do processo de construção do
conhecimento e a educação escolar seja exercida com segurança pelos
profissionais que exercem a função social de educador, visto que, mesmo na
educação infantil é preciso ter cuidado ao passar a imagem de professor.
4. 3. 1 – O que aparece no plano de aula
Nesse sentido buscando angariar subsídios para a realização da pesquisa. E para
tanto, se faz necessário à análise dos Planos de aula dos profissionais que
colaboraram com a constituição desse trabalho. A seguir apresentaremos os
resultados.
Em observação aos planos diários das três escolas da educação infantil no
município, podemos verificar que se apresentam subdivididos em tópicos, porém
neles não estavam explícitos os objetivos a serem alcançados com determinados
conteúdos as metodologias empregadas e os recursos utilizados consequentemente
se os objetivos da aula foram alcançados por intermédio da avaliação.
Com o intuito de verificar a inter-relação existente ou não entre os Projetos Político
Pedagógico das escolas pesquisadas, os planos de aula dos professores atores de
nossa pesquisa e o espaço que a música ocupa nestes espaços, construímos essa
analise documental a partir dos conhecimentos encontrados nos referentes
documentos solicitados para esse fim, confrontamos com a realidade apresentada.
Os profissionais trabalham através de temas e subtemas, preparam suas aulas a
partir destes. O plano é composto pelos conteúdos e o desenvolvimento da aula.
No desenvolvimento é descrito como será executada a aula do dia, às vezes são
mencionadas a presença da música nas atividades. Por exemplo: a música ―meu
pintinho amarelinho‖ aparece em vários planos do decorrer da semana, e muitas
vezes esta sendo ensinada a cor amarela e ela é empregada com a intenção de
transmitir ao educando o conceito de cor. Outra música que aparece no plano é
―Atirei o pau no gato‖ e embora tenha uma nova versão da letra e seja mencionada
pelos professores, eles não cuidam em mencionar o porquê não devemos maltratar
os animais, dessa forma, a música por elas (es) apresentada não tem o intuito
educativo mas, serve somente como passatempo. Algumas vezes percebemos a
utilização como apoio didático para aquisição dos conteúdos pelos educandos, ou
seja, como fonte de apoio à aprendizagem, entretanto, o que mais se observou foi
que a música é empregada apenas como passatempo para deixar os educandos
mais calmos, para distrai-los. Embora a música seja uma forma de relaxamento, de
distração, movimento, estimuladora do raciocínio, melhora da oralidade, dicção e
aquisição de conhecimentos. A seguir apresentaremos como esta elaborado o plano
diário:
3 Escola 1:
AREA: língua portuguesa, matemática, história.
CONTEÚDOS DO DIA: coordenação motora, pintura (revisando a cor amarela), linguagem oral.
DESENVOLVIMENTO DA AULA: Acolher os alunos, rezar e cantar a musiquinha de chegada, socialização entre os alunos, aplicar a tarefinha de coordenação motora. Intervalo; aplicar a tarefinha desenvolvendo a linguagem oral, perguntando as crianças cores do cartaz de parabéns, relembrando a cor amarela (cantando a música ―meu pintinho amarelinho‖).
MATERIAL DIDÁTICO / RECURSOS: tinta gauche, música, lápis de cor, tarefa mimeografada, papel oficio.
Percebemos a utilização da música nesta escola, porém não notamos que finalidade
educativa ela trazia, pois, era inserida apenas como forma de acolher os alunos no
momento da entrada na sala de aula. Ao apresentar no plano a música ―meu
pintinho amarelinho‖ para trabalhar a cor amarela presente na letra, a professora
mencionou que deveria mostrar objetos com a cor, mas, faltou o desenho do
pintinho para que as crianças fizessem a associação deste a cor amarela, como
seria o proposito ao colocar a música, ou seja, ficou faltando explorar mais o
conteúdo da letra. De acordo com RCNEI (1998)
A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente. (p.45)
Como estar expresso acima a linguagem musical é uma forte colaboradora para a
educação infantil e os profissionais desta escola poderiam empregá-la para o
desenvolvimento dos conteúdos a serem trabalhados neste dia. Poderiam ter a
música como motivador, canções que proporcionam movimentos para trabalhar a
coordenação motora, com rimas para o desenvolvimento da oralidade. Pois, quando
3 Os numerais utilizados são para resguardar a identidade das escolas, recuado, para destacar os planos
analisados .
se emprega com um planejamento prévio ela pode ser uma forte estratégia de
ensino.
Escola 2:
AREA: língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências.
CONTEÚDOS DO DIA: coordenação motora, linha reta, desenho livre.
DESENVOLVIMENTO DA AULA: Iniciamos um novo dia letivo, então iremos dar as boas vindas aos alunos fazendo uma Oração diária para conduzir os educandos ao conhecimento com Deus, cantar a música de saudação ao novo dia em seguida irei começar uma conversa onde farei uma revisão do que vimos ontem, depois pedirei que os educandos andem numa linha reta traçada no chão do pátio da escola, a seguir iremos fazer uma atividade mimeografada apresentando a linha reta. Cantaremos uma música escolhida pelas crianças para que elas possam descontrair um pouco. Intervalo, logo em seguida trabalharemos com a identidade, o nome, quem sou eu.
MATERIAL DIDÁTICO / RECURSOS: tarefa mimeografada, lápis de cor, quadro, papel oficio, giz.
Esta introduz música no seu cotidiano apenas com o intuito de passatempo, um
momento recreativo, pois, não seleciona a música a ser cantada na aula, a
professora deixa a escolha dos alunos sem fazer uma previa do que pode ser
trabalhado por intermédio dela. Visto que o RCNEI (1998) diz:
A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia. (p.45 )
A música poderia ser motivadora na aplicação destes conteúdos, no entanto a
professora apenas utiliza com a finalidade recreativa, não observando os benefícios
que as canções podem promover a educação escolar. Podemos perceber que os
povos antigos já observavam a música como componente fundamental para a
formação humana, nesse sentido, ela favorece a aquisição dos conhecimentos e da
aprendizagem, pois ela está presente em todas as culturas e nas mais diversas
circunstâncias.
A professora poderia colocar no plano, música em que as crianças pudessem pular
num pé só, caminhar devagar sobre uma linha imaginária, mudando as passadas,
pé ante pé, música que estimulassem o desenvolvimento motor e o equilíbrio. No
entanto ela não é objeto de aprendizagem, figura apenas como recreativa.
Escola 3:
ÁREA: língua portuguesa, ciências.
CONTEÚDOS DO DIA: vogal ―A‖ cursiva minúscula, animais, coordenação viso motora.
DESENVOLVIMENTO DA AULA: Oração do Pai nosso, música ―bom dia sol‖, fazer a apresentação do conteúdo a ser trabalhado, fazer uma colagem utilizando algodão para enfeitar um gatinho, colocar um DVD para as crianças assistirem, explicar outro assunto e desenvolver uma atividade sobre as vogais.
MATERIAL DIDÁTICO / RECURSOS: papel oficio, lápis de cor, lápis, tarefa mimeografada, caderno de atividades, lã, tesoura, cola, DVD, televisão.
O que foi observado é que a música é utilizada somente no momento da chegada,
em que a música ―bom dia sol‖ é cantada, percebemos que a letra da música
poderia ser explorada um pouco mais, ela fala da natureza, de valor como a
irmandade entre os indivíduos e poderia ser apresentada para as crianças a
importância do respeito ao outro. Observando os conteúdos a serem aplicados
percebemos que tem tantas canções que falam de animais, que podem ser cantadas
com a intenção de educar para a vida, e as canções que batem palmas, pulam
sentam, levantam, podem também serem utilizadas com o intuito de desenvolver a
coordenação motora. Como discorre o RECNEI (1998)
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentem necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social. (p.49)
Percebemos que a finalidade das canções na sala de aula não tem caráter educativo
não é apresentada como colaboradora para tornar a educação escolar mais atrativa
e desenvolver nos infantis uma formação crítica como propõe a nova concepção de
ensino.
4. 3. 2 – Planejamento quinzenal
Existe ainda nas escolas o Planejamento quinzenal ou mensal de acordo com o
desenrolar das atividades educativas, e do desenvolvimento dos educandos nos
conteúdos propostos. Nesses figuram os objetivos e as metodologias, porém este é
produzido pela coordenadora pedagógica e nas escolas elencadas os professores
fazem em parceria com os das outras turmas. Em um desses planejamentos
observamos que para os conteúdos de português os objetivos são condizente com a
situação de aprendizagem, já na metodologia a música surge, porém não é
apresentado de que forma ela será utilizada. São apresentados da seguinte forma:
Escola 1
Objetivos: Utilizar a linguagem oral como forma de expressão de sentimentos e opiniões; socialização de experiências de leitura e escrita; Conteúdos: contação de história, coordenação motora. Metodologia: Ilustração, história, músicas, confecções de cartazes, artes.
Escola 2
Objetivos: Reconhecer as cores primárias, escutar os colegas respeitando os diferentes modos de falar. Conteúdos: As cores primarias; memorizar músicas, versos, jogos de imitação. Metodologia: versos, jogos de rimas, cartazes, material concreto.
Na escola 2 a música é citada em conteúdos, porém, o próprio conteúdo não vem a
ser a música, seria a memorização, a música aparece apenas como elemento de
apoio para o acontecimento desta; porém percebemos que na elaboração deste
plano existe um espaço vago que poderia ser incluído a música em suas
metodologias, pois ela combinaria perfeitamente com os objetivos propostos pela
escola.
Escola 3
Objetivos: Utilizar a linguagem oral; construir o significado do numeral a partir de seus diferentes usos. Conteúdos: organização do pensamento e da comunicação; noção de numerais. Metodologia: Exposição, contação de história, confecções de painéis.
No entanto, na Escola 3, a música não tem espaço algum, apesar de pretenderem
conquistar o Objetivo que diz respeito a linguagem oral e de mencionarem entre
seus conteúdos a comunicação. Entendemos dessa forma a possibilidade da
adesão da música como mecanismo de promoção tanto da linguagem oral, quanto
para o estimulo da comunicação, além da possibilidade do trabalho de quaisquer
outros conteúdos.
Observamos que dentre as três escolas a música aparece explicitamente apenas em
duas, ocupando espaço ora como Conteúdo, ora como Metodologia. Na Escola 1,
ela é utilizada como Metodologia, de fato a utilização desta como tal dá uma maior
aproximação do Objetivo apresentado ou seja, a utilização da oralidade e expressão
de sentimentos.
O que podemos perceber sobre esses planos tanto o diário elaborado pelos
professores, quanto o quinzenal é que a experiência com a música existe dentro do
planejamento escolar, porém, percebemos que mesmo tendo aparecido nos roteiros
de atividades a serem trabalhadas em sala de aula, o seu desfecho é executado de
maneira diferente.
4. 3. 3 – O que diz o Projeto Político Pedagógico
Os educadores que trabalham nessas unidades escolares na educação infantil
configuram seus planos a partir de seus próprios interesses, pois não há no Projeto
Político Pedagógico qualquer direcionamento para essa etapa do ensino nas
unidades. Em seus planos aparece a colocação de músicas pelo menos duas vezes
por semana ora como recreação, ora como acolhida. Porém percebemos na
observação das aulas que esse espaço não é exatamente utilizado com uma
criticidade apropriada, com o que se está passando por meio da utilização dessas
canções, quais os valores que estão sendo construídos nesses momentos musicais.
Destacamos especial atenção para o aparecimento de algumas músicas comumente
utilizadas nos planejamentos, quando isto acontece, canções como: Atirei o pau no
gato, Marcha soldado, Pai Francisco entrou na roda, Minha machadinha, Meu
trolinho, Bom dia, Boa tarde entre outras, que são entoadas apenas para referendar
datas ou momentos sem uma devida análise crítica sobre suas letras e as
construções que podem alicerçar.
Sendo que elegemos três escolas para essa pesquisa, ao solicitarmos o documento,
que deveria ser elemento de norteamento da educação oferecida pela instituição, a
Escola (3) não possuía tal documento e não fez questão em apresentar uma
justificativa para a negativa. As outras instituições (2 e 1) possuíam um único
documento comum a ambas, segundo este a sua construção foi realizada em
novembro do ano de 2010 com reelaboração no inicio do período letivo deste ano.
No tocante a presença da Música dentro deste Projeto, compreendendo esta como
forma de expressão, ela foi mencionada nos últimos objetivos gerais do referido
documento, considerando ela ainda como recurso esta foi também citada em um dos
últimos objetivos específicos. Entre as ações descritas neste a construção de letra
de música aparece como uma das opções para atividade de leitura; compreendemos
que esta atividade esteja relacionada ao ensino fundamental, visto que, as crianças
da educação infantil ainda não absolveram o processo de escrita. Aparece ainda na
execução do Hino Nacional, atividade efetuada uma vez por semana, segundo o que
está escrito. Observemos o exposto nesse trecho do referido Projeto:
Gêneros Textuais (1º e 2º anos)
Adequados para o trabalho com a linguagem oral:
Contos (de fadas, de assombração, etc), mitos e lendas populares
Poemas, canções, quadrinhos, adivinhas, trava-línguas, piadas
Saudações, instruções, relatos
Entrevistas, notícias, anúncios (via radio e televisão)
Seminários, palestras
Este é o único espaço que a música ganha explicitamente na elaboração deste
Documento, considerando ainda que não apareça elaboração de planejamentos
para a Educação Infantil como acontece com as demais etapas do Ensino oferecido.
Sobre a Educação Infantil este Projeto não apresenta uma definição clara para sua
visão acerca desta, colocando-a em mesmo patamar que a adolescência.
Assim, por meio desses dados percebemos que a construção desse documento não
possui uma carga valorativa para produção da educação que será veiculada através
dessa instituição. Por outro lado, analisando o que está expresso nos planos, e no
citado projeto escolar verificamos que eles não utilizam projetos envolvendo a
música. Pudemos averiguar que tanto no projeto como nos planos diários existe uma
correspondência, dessa forma compreendemos que apesar de não terem sido
construtores do Projeto em questão os professores o levam em consideração na
elaboração de seus planejamentos. Ou seja, os professores procuram colocar em
prática em sala de aula a sua resolução.
Entendemos através desta análise documental que se torna necessário não apenas
a inclusão de músicas nos planejamentos da Educação Infantil, mas principalmente
que este processo aconteça cercado da devida criticidade, procurando-se
compreender como as letras das canções, os ritmos e as melodias utilizadas em
cada uma delas poderá contribuir positivamente para a obtenção de aprendizagens
pelos alunos e que as canções empregadas para esse fim não necessariamente
precisam ser as já conhecidas e executadas nas escolas de todo o Brasil, podem
também ser canções veiculadas na mídia e em especial as regionais, desde que
com a devida análise critica do que estas representam e os conhecimentos que
podem construir.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da construção deste trabalho de pesquisa percebemos que a Educação
Infantil é sem duvidas uma fase de grande relevância para a formação de seres
humanos melhores em dignidade e comprometimento com o outro em sociedade.
Compreendemos que para que essa educação se torne realmente promissora será
necessário que se leve em consideração essa etapa do Ensino Básico e se
acrescente a todos os investimentos destinados a esta etapa um olhar especial para
suas especificidades, que enxergue nessa criança um ser em constante processo de
aprendizagem, mas também um apaixonado pelas suas vivencias infantis.
Compreendemos que os critérios adotados para o planejamento das aulas que
serão ministradas para essa etapa do ensino precisam explicitar acima de tudo suas
vivencias e seus interesses pelo mundo, respeitando seus tempos, suas formas e
seus espaços de aprendizagem, dessa forma as estratégias de apresentação dos
conteúdos devem servir como elemento de fascinação para o alunado com a
finalidade de seduzi-lo para o ensino formal, dentre as variadas estratégias de
ensino sugerimos um olhar especial para a ―Música‖ para a construção do trabalho
educativo com essa faixa etária.
Contudo, percebemos que os ritmos apresentados no planejamento das aulas são
implantados mais como passatempo, não tem caráter estimulador da aprendizagem
e nem uma finalidade educacional na proposta. Os educadores ao inserir não
estabelecem um objetivo coerente com o processo de desenvolvimento da criança e
apresentam apenas como contribuição recreativa.
Por meio da observação nos três lócus escolhidos para o desenvolvimento desta
pesquisa descobrimos que embora a Música represente um grande espaço no
desenrolar das aulas, ela ainda está longe de ser utilizada de fato como uma
ferramenta a mais para aprendizagens. Desvendamos através dos questionários
aplicados aos professores da Educação Infantil que os objetivos pretendidos sobre a
utilização das músicas em sala de aula estão mais direcionados ao preenchimento
do tempo das aulas do que as aprendizagens construídas.
Sendo assim, fortalecemos a compreensão de que se torna imprescindível a
inclusão da música no planejamento com espaços para discussão dos objetivos
destinados a ela enquanto estratégia de ensino, para que esta não sirva apenas
como elemento de preenchimento de espaços vazios.
Ressalvamos que um dos grandes desafios da educação é localizar os instrumentos
adequados para despertar o interesse do seu alunado, no que diz respeito
principalmente se tratando dos iniciantes no processo ensino e aprendizagem essa
mágica as músicas já fazem e sem grandes esforços, aludimos a partir dessa
análise que se distenda mais atenção aos elementos que fazem parte do cotidiano
do alunado, entendendo seus aprimoramentos dentro desses espaços.
A partir de leituras e reflexões há múltiplos autores como Almeida (2000), Arroyo
(2011), Brasil (2006), Brito (2001), Estevão (2002), Souza (1991) e em especial das
contribuições de Vygotsky (2003) entendemos que essa proposta de elaboração de
planejamento oferecida por meio deste trabalho, mesmo para uma realidade como a
referida nessa pesquisa será assaz possível de ser colocada em prática, desde que
todos os atores desse processo adotem suas responsabilidades contíguas ao
alunado e o compromisso de fazer o ensino se transformar em algo prazeroso aos
olhos dos alunos.
Através da análise documental consideramos que se faz necessário pensar na
música como um instrumento de aprendizagem, pois apesar de perceber que às
vezes ela figura nos planos diários como um instrumento de conduzir os educandos
na conquista do conhecimento ela aparece mais como passatempo, cantada, tocada
aleatoriamente sem nenhum contexto educativo.
Sendo assim, consideramos que a utilização da música tais como: as cantigas de
roda, as músicas de ninar, os jogos de rimas, os cordéis, as paródias, ou até mesmo
as músicas conhecidas pelas crianças servirão como auxiliadoras no processo de
construção do conhecimento. E possibilitaram ao professor um maior cabedal de
informações para despertar o interesse e consequentemente o desenvolvimento da
aprendizagem nos infantes.
A construção desta nos possibilitou observar a introdução de canções na sala de
aula, bem como a pertinência delas para a aquisição dos saberes necessários a
educação infantil, assim, podemos notar que é relevante para a escola empregar
metodologias inovadoras que possam auxiliar o professor e o aluno na conquista de
uma educação igualitária.
Diante disso, esperamos que nossa pesquisa sirva como instigação aos
profissionais da educação e, particularmente, aos professores da rede municipal
atuantes na Educação Infantil dessa sociedade, para analisarem os incrementos
produzidos pela adoção da música aos seus planejamentos, além de procurarem
outros meios de inclui-los no processo de formação da cidadania, visando uma
melhoria na educação e na qualidade de seu próprio trabalho.
Entretanto, essa pesquisa não encerra a problemática aqui, sabemos que as
respostas decisivas para esses questionamentos podem continuar fora de nossa
aquisição, porém cada abordagem, cada alusão aqui oferecida é o produto da
expectativa de que ainda existe algo que pode ser pensado e planejado em função
de priorizar a aprendizagem, demonstrando que de fato as crianças são o verdadeiro
objetivo da Educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RJ: Vozes, 2011. BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Por Amor & Por Força. Tese. (Doutorado em
Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000. 283f. BARROS, Carlos e Wilson Roberto Paulino. Ciências: o corpo humano. São Paulo.
Ática, 2003. BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré-escolar: desenvolvimento e educação. 3°ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro, 2003.
BRASIL, Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações para inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: FNDE, Estação Gráfica,
2006. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais de 1ª a 4ª série-Educação Fundamental. Brasília, 1997. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998
BRITO, Teca Alencar de. Kolleutter: O humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Petrópolis, 2001. COUTINHO, Ângela Scalabrin. As crianças no interior da creche: a educação e o cuidado nos momentos de sono, higiene e alimentação. Florianópolis, SC.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. ESTEVÃO, Vânia Andréia Bagatoli. A importância da música e da dança no Desenvolvimento infantil. Assis Chateaubriand – PR, 2002. 42f. Monografia
(Especialização em Psicopedagogia) – Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP/CAEDRHS. FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Universidade e estágio curricular: subsídios para discussão. In: ALVES, Nilda (org.) Formação de Professores - Pensar e Fazer. São Paulo: Cortez Editora. Coleção Questões de Nossa Época, n º 1. 2001, p.p.53-71.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5ª ed. editora nova Fronteira. Rio de Janeiro, 2004. FREIRE, Paulo. Conscientização: teorias e práticas da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo. Cortez & Morais. 1979. GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. GHIRALDELLI, Junior Paulo. História da educação. 2ª ed. São Paulo, Cortez. 2000(coleção magistério 2º grau) GOHN, D. As novas tecnologias e a educação musical, 1999. Disponível em:
<http: //sites.uol.com.br/cdchaves/educamusical.htm>. Acesso em 27 de set de 2001. GOULART, Íris Barbosa. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. 20ª ed. Vozes, Petrópolis, Rj. 2003. HERCULANO, Silvia Helena. A importância da música no contexto escolar. Rio Claro: [S.N]. São Paulo, 2009. KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 4ª ed.
São Paulo: Cortez, 1992. LIMA, Lauro de Oliveira. Por que Piaget? A educação pela inteligência. 4ª edição Petrópolis, RJ: Vozes. 1998. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.
São Paulo, EPU, 1986. MICHALISZYN, Mario Sergio e TOMASINI, Ricardo. Pesquisa: orientações e normas para elaboração de projetos, monografias e artigos científicos;
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SOUZA, Solange Jobim e. Educação ou tutela? A criança de 0 a 6 anos. Edições
Loyola. Vol 11. São Paulo, 1991. VASCONCELLOS, C.S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. XIMENES, Sérgio. Minidicionário ediouro da língua portuguesa. 2ª ed. São
Paulo, Ediouro, 2001. ZAMPRONHA, Maria de L. Sekeff. Da música, seus usos e recursos. São Paulo: Editora UNESP.2002.
Anexos
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS VII
Este questionário tem como objetivo identificar a importância da música na
educação infantil no município de Itiúba-Bahia. Os dados aqui apresentados têm
como única finalidade, auxiliar nosso trabalho cientifico. Sua identificação será
resguardada, não é necessário que assine se precisarmos de mais alguma
informação para acrescentar as obtidas, voltaremos a entrar em contato.
QUESTIONÁRIO
Nome da escola que trabalha_________________________________________
Nome: __________________________________________________________
Série que leciona:__________________________________________________
Nível de formação: ________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( )
1. Há quanto tempo leciona?
( ) 1 ano
( ) Mais de 2 anos
( ) 5 anos
( ) Mais de 5 anos
( ) Mais de 10 anos
2. Há quanto tempo leciona com a Educação Infantil?
( ) 1 ano
( ) Mais de 2 anos
( ) 5 anos
( ) Mais de 5 anos
( ) Mais de 10 anos
3. Sempre lecionou na Educação Infantil?
( ) Sim ( ) Não
4. Há quanto tempo trabalha nessa unidade escolar?
( ) 1 ano
( ) Mais de 2 anos
( ) 5 anos
( ) Mais de 5 anos
( ) Mais de 10 anos
5. Tem filhos criança?
( ) Sim ( ) Não
6. Costuma cantar com eles?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
EM RELAÇÃO AO USO DA MÚSICA RESPONDA:
7. Utiliza música em sala de aula?
( ) Sim ( ) Não
8. A música pode ser usada nas aulas? Porque?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9. Com que finalidade a música pode ser utilizada na sala de aula?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Costuma refletir sobre a letra da música que vai utilizar na aula?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11. Acha que precisa selecionar o tipo de música a usar na sala de aula? Costuma fazer isso?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12. Os meios de comunicação de massa disponibilizam vários estilos musicais. Acha que isso
influencia na educação das crianças? Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
13. Como classifica o tipo de influencia musical que os meios de comunicação transmitem?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
14. As músicas folclóricas podem ser usadas em sala de aula sem uma previa reflexão sobre a
letra? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
15. Costuma usar as músicas folclóricas, as parlendas, as cantigas de roda, em sala de aula?
Porque?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
16. Acha que a música pode influenciar na educação das crianças?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
17. Que tipo de influencia a música pode exercer na educação das crianças?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
18. Quais os tipos de música utiliza em suas aulas?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
19. Quantas vezes por semana utiliza música como instrumento de aprendizagem?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
20. Quando utiliza música quais são os desdobramentos?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________